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Prezado Leitor,
Enquanto estamos desenvolvendo nosso novo site, nossa edição diária estará suspensa. Mas vamos disponibilizar alguns artigos de assuntos em voga na pauta nacional e mundial. O primeiro á sobre Meio Ambiente.
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Artigo
Alerta ecológico nos centros urbanos
Beto Moesch*
Mais da metade dos 6,7 bilhões de habitantes do planeta vive no meio urbano. No Brasil, cerca de 80% das pessoas residem nas cidades. O crescimento demográfico e o avanço das mais diversas atividades econômicas, conjugados à cultura do consumismo, desencadearam uma exploração sem precedentes dos recursos naturais. A Terra já superou em 30% sua capacidade de regeneração. O Conselho Mundial da Água alerta que a população triplicou no século 20, enquanto o uso de água cresceu seis vezes para atender às novas demandas de produção e consumo.
Além disso, a frota de veículos, principal responsável pela emissão de poluentes atmosféricos nos grandes municípios, aumentou em torno de 40% entre 2006 e 2008 no Brasil. Segundo pesquisa da USP, são gastos mais de R$ 14 por segundo para tratar sequelas respiratórias e cardiovasculares das vítimas da poluição veicular das metrópoles analisadas. 
Em um planeta onde tudo está interligado, o desenvolvimento das urbes causa impactos locais e globais. A utilização de combustíveis fósseis, a exploração do solo, das florestas e da água e a geração de resíduos afetam não somente os ecossistemas do entorno, mas podem ser sentidas em lugares muito afastados do núcleo gerador.
O atual estilo de vida urbano só pode ser sustentado com copiosas quantidades de território e de bens naturais. Amiúde, o abuso dos recursos é proporcional ao poder aquisitivo. Se todos os habitantes da Terra tivessem o mesmo padrão de consumo dos norte-americanos, por exemplo, seriam necessários 5,3 planetas para suprir a demanda.
É imprescindível que as cidades respondam com lucidez aos desafios ambientais e implantem sistemas de transporte alternativos (cicloviário, fluvial, ferroviário), políticas de preservação da vegetação, controle de poluentes e efluentes, reaproveitamento da água da chuva e dos resíduos em geral e captação de energia solar. Os consumidores também devem procurar conhecer a procedência dos produtos, dando preferência aos orgânicos, produzidos o mais próximo possível e em conformidade com a legislação ambiental.
Com efeito, são justamente os centros urbanos os que mais sofrem com a degradação do meio ambiente. Para aproximá-los da sustentabilidade, urge um diálogo permanente entre todos os atores sociais. Não se trata de utopia; a consolidação de conceitos de ecologia mínimos é indispensável para uma vida mais íntegra, saudável e segura.
* Vereador do município de Porto Alegre e ex-secretário do Meio Ambiente da Capital gaúcha.
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