I-Press.biz Economia & Mercado | Edição 146 | Ano I

Carnaval entra na crise com escolas de samba sem patrocínio
Diante da crise e da disparada do dólar ante o real, a máxima "tem que se tirar da cabeça aquilo que não se tem no bolso" - cunhada pelo ex-carnavalesco salgueirense Fernando Pamplona, e que já foi enredo da escola em 1986 - nunca esteve tão presente no Carnaval carioca como nesse ano. Com materiais até 70% mais caros por conta da variação cambial e sem patrocínios, os carnavalescos e os dirigentes das agremiações lançaram mão da criatividade para adaptar as suas criações e buscar produtos alternativos - evitando itens importados.
Nesse ano, as escolas estão com o caixa mais apertado, sem dispor dos R$ 12 milhões aportados no ano passado, pela Petrobras e pelas suas parceiras do setor petroquímico Braskem e Quattor. A estatal informou à Folha que o patrocínio de 2008 foi "pontual", e não será concedido nesse ano. Apenas a Grande Rio conta com patrocínio para o seu enredo, que fala sobre a França: R$ 2,2 milhões dados por empresas francesas e pela cidade de Nice.
Outras duas escolas contavam com patrocínios, que não vieram. Com a promessa de intermediação do governo da Bahia - tema da escola -, a Viradouro esperava o apoio de empresas instaladas no Estado, inclusive da Petrobras Biocombustível. Mas, com a crise como justificativa, nenhuma companhia fechou contrato. A Beija-Flor negociou o apoio da Unilever para seu enredo sobre a história do banho, mas as conversas também não evoluíram. Adicionalmente à falta de recursos, a valorização cambial a partir de setembro, pegou as escolas no contrapé, justamente no período no qual realizam a maior parte de suas compras de materiais.
Quase tudo subiu, contam os dirigentes. O aço - usado na estrutura das alegorias - teve aumento de preço de 7%. Algumas escolas usam mais de 15 toneladas do produto. Também aumentaram os preços dos tecidos - tanto nacionais, feitos com matérias-primas cotadas em dólar, como importados -, das plumas e dos demais aviamentos (pedrarias, paetês etc.), que chegaram a subir até 70%. "Tivemos de cortar algumas coisas e substituir outras. Os tecidos importados subiram 30%. Foi uma negociação muito árdua com os fornecedores. A crise certamente, atrapalhou as escolas", afirmou o diretor de Carnaval do Salgueiro, Tavinho Novello. Helinho de Oliveira, presidente da Grande Rio, faz coro: "Se já está apertado para nós, que temos patrocínio, imagine para as que não têm? Contamos nesse momento, ainda mais com a criatividade dos carnavalescos".
Ajuda estatal
Segundo o presidente da Liesa - Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro -, Jorge Castanheira, a crise atrapalhou a captação de patrocínios, mas ele ainda aguarda a chegada de recursos da Petrobras "nem que seja na última hora". Apesar da negativa da empresa estatal, ele enviou carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo o apoio. "Esse, sem dúvida, é um dos carnavais mais difíceis da história. As escolas estão com orçamentos menores e vão diminuir de tamanho. O que eu pedi é que a qualidade do espetáculo não fosse comprometida", afirmou Castanheira. Além de mais caros, alguns produtos começam a faltar. O carnavalesco da Mangueira, Roberto Szaniecki, diz que precisou adaptar fantasias, porque as plumas subiram muito e alguns tipos sumiram do mercado. "Mas nada vai afetar a beleza das criações."
Outro problema nesse ano foi a demora em um mês, no repasse dos recursos do subsídio da Prefeitura do Rio - de R$ 4 milhões, rateado entre as agremiações. Com isso, houve atraso nos trabalhos nos barracões. O governo do Estado do Rio de Janeiro aportará mais R$ 4,8 milhões. Ao todo, cada escola receberá de R$ 3 milhões a R$ 3,5 milhões, calcula Castanheira, dependendo da venda de ingressos. A cifra inclui os direitos de televisão.
Planejamento
O presidente da Unidos da Tijuca, o português Fernando Horta, diz que a escola só não foi mais afetada pela crise porque fecha cedo seu orçamento. "Sou empresário e estou acostumado a fazer planejamento com muita antecedência. Quando a crise veio, já tinha comprado 80% dos materiais. Compro 99% do que preciso da indústria nacional. Não importo nada. Por isso, sentimos menos a disparada do dólar." Horta afirma que a Tijuca fará seu Carnaval mais caro da história - R$ 7 milhões. "Mas, pela primeira vez, a escola vai sair com dívidas."

FMI cortará novamente previsão de crescimento global
O FMI - Fundo Monetário Internacional - vai cortar novamente, sua previsão de crescimento global para 2009, devido à deterioração das condições econômicas, disse o vice-diretor do departamento monetário e de mercados de capital do FMI, Axel Bertuch-Samuels. Segundo ele, a nova previsão deve ficar entre 1% e 1,5%. A nova previsão deve ser divulgada oficialmente na próxima quarta-feira. A última previsão, feita em novembro do ano passado, era de crescimento de 2,2%. Porém, desde então, os indicadores econômicos globais recuaram para seus piores níveis em décadas, e diversos países entraram oficialmente em recessão. "Isso [a previsão] será revisada para 1% ou 1,5% em 2009, o que já é muito", disse Bertuch-Samuels à agência de notícias Reuters, nos bastidores de uma conferência em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos). "As perspectivas da economia global se deterioraram nos últimos meses, a confiança do consumidor e das empresas, caíram a níveis que não víamos há décadas, e a atividade [econômica] também caiu muito", justificou, lembrando que o ano de 2009 será muito desafiador para a economia mundial. Governos ao redor do mundo anunciaram pacotes para salvar o sistema bancário e reativar a economia no valor de centenas de bilhões de dólares, e os principais Bancos Centrais reduziram os juros até próximo a zero - como o caso do Federal Reserve -, mas isso não pareceu suficiente para retomar o crescimento. Na projeção de novembro, o FMI já havia feito um corte da previsão de crescimento para 2009 - era de 3% na previsão de outubro, e passou para os 2,2%. (Agência Reuters, de Abu Dhabi)

Pacote econômico dos EUA pode passar de US$ 825 bilhões, diz Casa Branca
O pacote de estímulo à economia dos EUA, em discussão entre o presidente americano,
Barack Obama (que propôs a medida), e as lideranças republicanas e democratas no Congresso, pode ultrapassar os US$ 825 bilhões propostos inicialmente, disse na sexta-feira, dia 23/01, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, em sua primeira conferência de imprensa. O porta-voz não deu mais detalhes sobre o pacote. Na sexta,feira, Obama e lideranças do Congresso discutiram o pacote, a fim de se acertarem para que a medida possa seguir para votação na Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados) na próxima semana - possivelmente na próxima quarta-feira, 28/01. O presidente americano disse que a crise econômica em que se encontra o país pode chegar a níveis sem precedentes e é preciso agir rapidamente. "Reconheço que ainda há algumas divergências sobre a mesa (...), sobre detalhes em particular do plano. Acho que o que unifica esse grupo é o reconhecimento de que estamos passando por uma crise, possivelmente sem precedentes, com a qual temos de lidar, e lidar rapidamente", disse Obama, que se encontrouna sexta com líderes democratas e republicanos do Congresso. Obama também disse esperar que a medida seja aprovada até o dia 16/02. Na quarta-feira, 21/01, o Comitê de Apropriações da Câmara (que controla projetos de leis e de gastos públicos) aprovou um pacote de US$ 358 bilhões, por 35 votos a 22, para gastos do governo Obama. A aprovação foi vista como um primeiro teste para a aceitação das medidas da administração do democrata, diante do cenário de recessão em que o país se encontra desde dezembro de 2007. Gibbs disse que o presidente vem recebendo um resumo diário com informações econômicas, semelhante ao que os presidentes americanos recebem há décadas com informações de segurança. Segundo ele, o responsável pelo resumo é o novo presidente do Conselho Econômico Nacional, Lawrence Summers. O resumo passou a ser elaborado a pedido de Obama, devido à recessão em que se encontra o país, disse o porta-voz.

Siderúrgica Corus deve demitir 3.500 no Reino Unido

A siderúrgica Corus deve anunciar nos próximos dias, a eliminação de 3,5 mil postos de trabalho no Reino Unido, em função da desaceleração econômica, segundo reportagem do jornal "The Sunday Times". A companhia anglo-holandesa, que emprega 24 mil pessoas no Reino Unido, foi prejudicada pela situação de seus dois principais mercados, o da construção e o automobilístico.
A direção da Corus havia pensado em reestruturar seu negócio gradualmente, mas o programa teve que ser antecipado por causa da crise que afeta o setor siderúrgico. Aparentemente, a companhia não considera o fechamento de nenhuma de suas instalações no Reino Unido. "Não se trata do fechamento de unidades. Trata-se de tornar a Corus mais competitiva no Reino Unido", diz o texto citando uma fonte. Segundo a reportagem, os sindicatos estão em contato com o governo britânico para evitar demissões.
Na última quinta-feira, 22/01, a Associação Mundial do Aço informou que a produção siderúrgica mundial caiu 24,3% em dezembro de 2008, na comparação com o mesmo período do ano anterior, em consequência da crise econômica e financeira. A produção de aço caiu 1,2% ao longo de todo o ano, na comparação com 2007. Em novembro, a redução havia sido de 19%.
Além disso, ONS - Escritório Nacional de Estatísticas - do Reino Unido informou na semana passada, que a economia britânica entrou em recessão pela primeira vez desde 1991. A taxa de desemprego do Reino Unido cresceu para 3,6% em dezembro, contra 3,3% um mês antes. O índice atingiu assim o maior nível desde junho de 2000 e superou os 3,5% esperados pelos analistas. (Agência Efe, de Londres)

Grupo de investimento do Kuwait forma 2 joint ventures
Um grupo de investimento no Kuwait está formando duas joint ventures com a russa Gazprom, segundo a agência de notícias oficial do país do Golfo Pérsico. O Noor Financial Investment Co. vai se unir com a Geofizika, subsidiária da gigante russa de petróleo e gás, para formar uma empresa na Rússia e outra no Kuwait, informou a Kuwait News Agency (Kuna). As joint ventures envolvem a produção de petróleo e gás, reparos e serviços de manutenção. "Estamos felizes em investir em conjunto com a Gazprom para participar de oportunidades na Rússia e nos países da CEI - Comunidade dos Estados Independentes -, bem como por sermos o parceiro que está trazendo a Gazprom para a região", disse o vice-chairman e diretor administrativo do Noor, Naser Al-Marri, citado pela agência Kuna. A Gazprom vai deter 51% da companhia russa, enquanto o Noor ficará com a fatia restante, acrescenta a agência. No Kuwait, o Noor terá uma participação de 51%, a Gazprom ficará com 29% e a Cilantro Holding, do Chipre, com 20%. A menção de Al-Marri a CEI, sugere que o acordo poderia se estender além das fronteiras da Rússia e envolver também, as ex-repúblicas da União Soviética. Os representantes do Noor não foram encontrados para detalhar as negociações e Denis Ignatiyev, porta-voz da Gazprom, recusou-se a comentar a notícia. (Agência Associated Press, de Dubai)

Para Barbato, ainda há espaço para cortes na taxa Selic
Apesar de considerar que o ideal seria uma redução de 1,5 ponto percentual, o presidente da ABINEE, Humberto Barbato, se surpreendeu com o corte de 1,0 ponto na taxa Selic, promovido pelo Copom, dia 21/01. “Pelo histórico conservador, esperava um corte de 0,75 ponto”, afirma Barbato. Segundo ele, a decisão demonstra que o Banco Central finalmente, percebeu que a crise instalada no país é muito mais preocupante que a inflação que não dá sinais de crescimento, mesmo com a significativa alteração na taxa de câmbio. “A redução na Selic oxalá amenize o ambiente de catastrofismo que se estabeleceu nos últimos dias, face ao expressivo número de demissões ocorrido na indústria”, diz. No entanto, Barbato afirma que o Copom não pode parar por aí. “Há espaço e condições para chegarmos ao final de ano com a Selic próxima de 9%”, sugere. Humberto Barbato espera, também, que esse pensamento chegue aos bancos privados, responsáveis pelo financiamento do varejo e dos consumidores. "Resta agora saber o que os bancos farão com o spread", alerta.

Inadimplência das empresas cresce 36% em dezembro
Apesar de até outubro passado o índice de inadimplência das pessoas jurídicas ter registrado queda de 0,3% no acumulado do ano, a taxa encerrou 2008 com alta de 4,8. Apenas no mês de dezembro, o aumento nas dívidas em atraso foi de 36,1% em relação a dezembro de 2007, o maior desde 1999, quando o indicador Serasa Experian de Inadimplência de Pessoa Jurídica foi criado. De acordo com Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa Experian, a explicação para a alta recorde da inadimplência é a restrição ao crédito somada a retração da atividade econômica. Juros altos, maior seletividade na concessão de crédito e prazos de financiamento menores, provocam queda na demanda do consumidor. A inadimplência das pessoas físicas, também cresceu. O aumento foi de 8% em 2008 em relação ao ano anterior - o maior desde 2006. (Agência Folha Online)

Tok & Stok é vítima dos derivativos
A Tok & Stok, uma das maiores redes de lojas de móveis e acessórios para casa do País, procurou à Justiça para tentar escapar de um prejuízo milionário com operações de derivativos. A empresa, que tem faturamento bruto de R$ 700 milhões no ano passado, 27 lojas no Brasil e planos de abrir o capital no futuro, questiona uma dívida que pode chegar a R$ 55 milhões com o Itaú BBA, decorrente dos contratos com derivativos de câmbio. A origem dos prejuízos são três financiamentos, no valor total de R$ 29,3 milhões. Para reduzir os juros cobrados da Tok & Stok, o Itaú BBA montou operações que associavam os empréstimos a apostas na queda do dólar no mercado futuro, os tais derivativos cambiais. A lógica era a seguinte: enquanto a cotação da moeda americana continuasse baixa e a aposta estivesse certa, a Tok & Stok pagaria pelos financiamentos juros inferiores aos de mercado. Em contrapartida, a empresa teria de pagar somas muito maiores caso a cotação do dólar ultrapassasse determinado valor, ao redor de R$ 2. Como esse cenário parecia altamente improvável até setembro - no começo de agosto, o dólar estava a R$ 1,56 - os derivativos cambiais tornaram-se um negócio irresistível para muitos empresários. Na tentativa de derrubar a dívida nos tribunais, os advogados da Tok & Stok afirmam que a empresa não foi devidamente advertida sobre os riscos da operação. Alegam também, que os contratos foram assinados por executivos que não teriam poderes para tanto, sem o conhecimento dos donos da empresa, e pedem ao juiz a anulação dos contratos. Em sua contestação, o Itaú BBA afirma que a Tok & Stok sabia o que estava fazendo e possui documentos e gravações de conversas entre funcionários da empresa e do banco para comprovar. Procurados, Tok & Stok e Itaú BBA não quiseram se pronunciar.


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ESPECIAL


Calçadistas brasileiros mantêm aposta na Argentina
Empresas brasileiras do setor calçadista como Vulcabrás/Azaléia e Alpargatas, vão continuar seu processo de expansão no mercado argentino, mesmo com os efeitos da crise financeira internacional. A restrição imposta pelo governo do país vizinho à importação de calçados, que deve se ampliar até 2010 é vista como uma oportunidade de crescimento no mercado local, com fábricas próprias. Os planos de ampliação da capacidade produtiva na Argentina serão mantidos pela Vulcabras/Azaléia, garante o presidente da companhia e da Abicalçados - Associação Brasileira das Indústrias de Calçados -, Milton Cardoso. A calçadista, que possui uma unidade na cidade de Coronel Suárez, em Buenos Aires, pretende duplicar a produção local, atualmente em 2,5 milhões de pares, até o final desse ano. O número de funcionários também deve crescer, passando de 3 mil para 5 mil funcionários. Com os investimentos, a Vulcabrás/Azaléia pretende ampliar a fatia de produção local vendida na Argentina, dos atuais 30%, para 70%. O restante continuará sendo importado do Brasil. Atualmente, as marcas Olympikus e Reebok são produzidas na unidade localizada no país vizinho, adquirida da Indular Manufacturas, em julho de 2007, por US$ 60 milhões. Para o segundo semestre de 2009, a empresa iniciará a produção de calçados femininos, da Azaléia, com design adaptado ao gosto das consumidoras argentinas. A Vulcabrás buscará ainda, ampliar a fatia de mercado da Olympikus.
Outra empresa brasileira que aposta no mercado argentino é a Alpargatas, que teve aprovada no ano passado, pela CNDC - Comisión Nacional de Defensa de la Competencia da Argentina - órgão de defesa concorrencial local -, a compra de 60,17% do capital da Alpargatas Argentina. A meta da companhia, com a aquisição, é ampliar, de 10% para 25%, a participação do mercado externo no resultado consolidado da companhia. O processo de internacionalização da Alpargatas foi iniciado a partir da marca Havaianas, que vem sendo bem sucedida nas vendas das controladas dos EUA e da Europa. Já no segmento de artigos esportivos, a aposta é tornar a marca Topper líder da categoria na América Latina. Segundo dados da Latin Panel e Claves Informacion Competitiva, a Topper tem 12% de market share, em termos de volume, na América Latina, atrás somente da Nike. Apenas na Argentina, a fatia é de 32% entre as marcas esportivas.
Em relatório a clientes, a corretora Coinvalores destaca que a Alpargatas continuará a implementação das estratégias de crescimento no mercado externo. A corretora avalia que o maior desafio da companhia será aumentar as vendas da Havaianas nos principais mercados consumidores, e o posicionamento da Topper, como líder em calçados esportivos na América Latina. A baixa alavancagem financeira, diz o documento, pela alta escala de produção e pelas marcas de forte penetração, vai garantir uma boa geração de caixa para manter os planos de crescimento.
A Grendene, fabricante das marcas Melissa, Rider, Grendha, Ipanema, Grendene Kids e Grendene Baby, atua no mercado argentino via subsidiária Saddle Calzados. Segundo relatório da Fator Corretora, a participação dos volumes exportados tende a crescer em 2009, na esteira da valorização cambial. O mercado externo responde por 30% das vendas da companhia. A Grendene deve se beneficiar ainda da queda do preço do petróleo, que reduz os custos da aquisição do insumo cloreto de polivinila (PVC), uma das resinas termoplásticas mais consumidas no mundo.
O presidente da Câmara de Comércio Argentina Brasileira de São Paulo, Alberto Alzueta, destaca que as empresas brasileiras estavam observando as vantagens cambiais em exportar via Argentina. Segundo ele, a cotação de 3,15 a 3,20 pesos por cada dólar, tornava as exportações do produto competitivas nos mercados externos, ao contrário do real, que vinha se valorizando frente à moeda norte-americana - antes do estouro da crise, em setembro. Alzueta ressalta ainda, que a entrada das empresas brasileiras de calçados trouxeram competitividade, em termos de design e marketing, aos produtos fabricados na Argentina.
O dirigente ressalta que a estratégia de ampliação da atuação na Argentina, ocorre como alternativa à perda de participação brasileira nesse mercado, em função do aumento das importações de calçados chineses, que teriam preços inferiores aos custos de produção da América Latina. Além disso, a sinergia entre as unidades do Brasil e Argentina busca atingir outros mercados.
Apesar da manutenção dos investimentos, as perspectivas de crescimento no mercado argentino para esse ano, serão menores, pelos efeitos da crise internacional. Cardoso, da Vulcabrás/Azaléia, avalia que a situação econômica no país vizinho, parece ser mais grave do que a vem sendo observada no Brasil. Diante desse cenário, o executivo admite que a produção nas unidades argentinas, deve desacelerar em 2009, para um crescimento de 30%, ante a marca de 50% registrada no ano passado. Segundo a Abicalçados, as exportações do Brasil para a Argentina cresceram apenas 1,5% em termos de volume no ano passado, em relação a 2007. Houve, no entanto, alta de 10,8%, para US$ 192,9 milhões, em receita. (Agência Estado)

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INDICADORES ECONÔMICOS


RESUMO DA SEMANA - 19 a 23 de janeiro de 2009


IPC-S varia 0,80% e fica 0,11 ponto percentual acima da última apuração
O IPC-S de 22 de janeiro de 2009 apresentou variação de 0,80%, taxa 0,11 ponto percentual (p.p.) acima da apurada, com base na coleta encerrada em 15 de janeiro. Esse foi o maior resultado desde a terceira semana de junho de 2008, quando o índice subiu 0,89%.

IGP-M registra variação de -0,58% no segundo decêndio de janeiro
O IGP-M registrou, no segundo decêndio de janeiro, variação de -0,58%. Em dezembro, no mesmo período de apuração, a taxa foi de 0,05%. Os três componentes do IGP-M apresentaram as seguintes trajetórias, na passagem do segundo decêndio de dezembro para o segundo decêndio de janeiro: IPA, de -0,15% para -1,09%; IPC, de 0,54%para 0,59% e INCC, de 0,25% para 0,15%.

ECONOMIA NACIONAL

Dólar Comercial
Cotações de fechamento da PTAX
Data R$/US$
19/01 2,3306
20/01 2,3548
21/01 2,3544
22/01 2,3299
23/01 2,3510*
*Cotação de 11h
Fonte: BACEN

Índices de Preços ao Consumidor

- IPCA-15/01 fica em 0,40%
Divulgado na sexta-feira, dia 21/01, pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -, o IPCA-15 - Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 - teve variação de 0,40% no primeiro mês de 2009, ficando acima da taxa de 0,29% de dezembro de 2008, mas abaixo do 0,70% de janeiro de 2008. Com esSe resultado o IPCA-15 apresentou retração no acumulado dos últimos 12 meses, que passou de 6,10% para 5,79%, de dezembro para janeiro. O principal impacto no índice do mês foi exercido pelas tarifas dos ônibus urbanos, em que a alta de 2,35% em janeiro, representou 0,09 ponto percentual de contribuição no índice geral. O resultado refletiu os aumentos de 3,77% na região metropolitana do Rio de Janeiro; 4,76% em Belo Horizonte; 4,25% em Salvador; 10,00% em Belém e 1,13% em Curitiba.

Indicadores Financeiros

Copom reduz a taxa Selic para 12,75% ao ano
O Copom - Comitê de Política Monetária - divulgou na última quarta-feira, 21/01, que decidiu, nesse momento, reduzir a taxa Selic para 12,75% a.a., sem viés, por cinco votos a favor e três votos pela redução da taxa Selic em 0,75 p.b.. Com isso, o Comitê inicia um processo de flexibilização da política monetária realizando de imediato, parte relevante do movimento da taxa básica de juros, sem prejuízo para o cumprimento da meta para a inflação. A redução foi de 1 ponto percentual. A taxa Selic estava em 13,75% desde 10 de setembro de 2008. Essa é a primeira queda do juro desde setembro de 2007. Naquela ocasião, a taxa caiu de 11,50% para 11,25% ao ano. A ata da reunião será divulgada em 29/01, às 8h30min. A próxima reunião do Copom ocorre nos dias 10 e 11 de março de 2009.

IPC-Fipe sobe 0,23% na 2ª quadrissemana de janeiro
O IPC - Índice de Preços ao Consumidor - da FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - apontou inflação de 0,23% na cidade de São Paulo, durante a segunda quadrissemana de janeiro. O número divulgado pela FIPE ficou acima do fechamento de dezembro (0,16%). Nos sete grupos que compõem o IPC, os resultados na segunda prévia de janeiro foram: Despesas Pessoais (0,80%), Vestuário (0,11%), Educação (2,58%), Alimentação (-0,23%), Habitação (0,25%), Transportes (-0,08%) e Saúde (0,09%).

Mercado de Trabalho

Taxa de desemprego no Brasil é a menor desde 2002
A taxa de desemprego em dezembro ficou em 6,8%. Segundo o IBGE, o índice atingiu seu menor valor, na série histórica iniciada em março de 2002, caindo 0,8 ponto percentual em relação a novembro último (7,6%) e 0,6 p.p., em relação a dezembro de 2007 (7,4%).
A população desocupada (1,6 milhão) caiu 11,0% em relação a novembro e 6,3%, na comparação anual. Já a população ocupada (22,1 milhões) ficou estável em relação a novembro, mas cresceu 3,4% em relação a dezembro de 2007. O número de trabalhadores com carteira assinada (10 milhões) não variou significativamente no mês, mas cresceu 7,2% em relação a dezembro de 2007. O rendimento médio real habitual (R$ 1.284,90) subiu 0,5% no mês e 3,6%, frente a dezembro de 2007.

Economia Internacional

Seguro desemprego nos EUA tem o maior nível desde 1982
Segundo informações do Departamento de Trabalho norte americano, os pedidos de auxílio desemprego nos EUA subiram em 62 mil na semana encerrada no dia 17/01, para o nível sazonalmente ajustado de 589 mil. Trata-se do mesmo nível atingido na semana de 20/12/2008 e o maior desde novembro de 1982, quando os pedidos superaram 600 mil. A média quadrissemanal de pedidos ficou estável em 519,25 mil. Os benefícios recebidos há mais de uma semana, subiram 97 mil na semana de 10/01 para 4,607 milhões, o maior nível desde novembro de 1982.

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MERCADO DE CAPITAIS

(Informações: Dow Jones, Bovespa, Reuters e AFP)

Bolsas da Ásia fecham com feriado, mas mercado japonês funciona e recua
A Bolsa de Valores de Tóquio (Japão) fechou com leve queda em um dia de poucos negócios marcado pelo fechamento da maioria dos mercados asiáticos devido a um feriado. Para analistas, os investidores japoneses estão preocupados sobre o plano de estímulo de US$ 825 proposto pelo governo de
Barack Obama para a economia dos Estados Unidos.
- A Bolsa japonesa teve recuo de 0,81%, aos 7.682,14 pontos, no índice Nikkei 255 - o menor valor em pontos do indicador japonês em quase três meses.

Na maior parte dos países asiáticos não houve pregão nesta segunda por conta de feriados nacionais, como o Ano Novo Lunar. Com as comemorações, ficaram fechadas as bolsas de Hong Kong, Xangai, Kuala Lumpur (Malásia), Jacarta (Indonésia), Seul (Coréia do Sul) e Sydney (Austrália).
O plano do governo Obama para estimular a economia americana deve ser dicutido nesta semana na Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados). Após tomar posse, na terça-feira passada (21), o presidente disse que a crise econômica em que se encontra o país pode chegar a níveis sem precedentes e é preciso agir rapidamente.
Obama também disse esperar que a medida seja
aprovada até o dia 16 de fevereiro. Na quarta-feira (21), o Comitê de Apropriações da Câmara (que controla projetos de leis e de gastos públicos) aprovou um pacote de US$ 358 bilhões, por 35 votos a 22, para gastos do governo Obama.


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MERCADO FINANCEIRO

Banco americano 1st Centennial declara falência
O banco 1st Centennial, do Estado da Califórnia (costa oeste dos EUA) declarou falência e suas atividades foram assumidas por um concorrente, informou a FDIC - Corporação Federal de Seguros de Depósitos -, a agência dos EUA de garantia de depósitos bancários. Todos os depósitos da instituição que eram garantidos pela FDIC foram assumidos pelo First California Bank. No último dia 9/01, o 1st Centennial tinha ativos de US$ 803,3 milhões e depósitos de US$ 676,9 milhões, quase US$ 13 milhões acima do valor garantido pela FDIC. Ano passado, a FDIC declarou a quebra de 25 bancos no país. O 1st Centennial é o terceiro a falir desde o início de 2009. (Agência France Presse)

Banco da Suíça teve prejuízo de US$ 3,37 bilhões
O SNB - Banco Nacional da Suíça - registrou prejuízo de 3,9 bilhões de francos suíços (US$ 3,37 bilhões) no quarto trimestre de 2008, de acordo com o diário suíço Sonntag, citando relatório mensal com estatísticas do SNB. Para 2008, o SNB calcula um prejuízo líquido de 4,8 bilhões de francos, de acordo com o documento. Um porta-voz da instituição confirmou os dados, mas afirmou que os números são preliminares, acrescenta o jornal. O banco divulgará seus resultados em 04/3. (Agência Dow Jones, de Zurique)

UBS vai pagar US$ 1,73 bilhão em bônus referentes a 2008
O banco suíço UBS AG vai pagar cerca de 2 bilhões de francos suíços (US$ 1,73 bilhão) em bônus referente ao ano de 2008 aos seus funcionários, de acordo com o diário suíço SonntagsZeitung. "Nós recebemos a aprovação geral (da autoridade reguladora dos mercados financeiros da Suíça, a Finma)," informa o jornal citando uma porta-voz do UBS. Inicialmente, a instituição queria pagar bônus de mais de 3 bilhões de francos por 2008, afirma o jornal, acrescentando que sob a supervisão da Finma, o UBS planeja outro programa de bônus para seus executivos, que deve ser introduzido no segundo trimestre de 2009. Esses bônus serão pagos somente se o banco apresentar lucros, explica o diário. (Agência Dow Jones, de Zurique)


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AGRONEGÓCIOS


Investimento em produção deve ser o menor desde 2005
O encolhimento expressivo das linhas de crédito dos bancos às empresas e a queda brutal da demanda agregada, são os principais fatores que estão levando muitas companhias a adiarem ou suspenderem bilhões de reais de investimentos no Brasil. Economistas de mercado, empresários e acadêmicos ouvidos pela Agência Estado, ponderam que nessa conjuntura a FBCF - Formação Bruta de Capital Fixo - deverá registrar uma expansão ao redor de 3% nesSe ano, o menor crescimento desde 2005. Para ilustrar o tamanho da desaceleração prevista, dados do IBGE mostram que os investimentos em produção avançaram 19,7%, na comparação dos terceiros trimestres de 2007 com 2008. Para o ano fechado de 2008, as projeções são de uma alta de 13%. Segundo os analistas, para 2010, a retomada do consumo interno e dos financiamentos pelos bancos, devem estimular novamente, o incremento da FBCF, para algo entre 5% e 10%.
Um dos casos emblemáticos de cancelamento de investimentos foi a decisão anunciada na semana passada, quando a Vale e a estatal chinesa Baosteel decidiram liquidar o projeto siderúrgico do Pólo de Anchieta, no Espírito Santo, onde seria implantada uma usina integrada de produção de placas de aço. O empreendimento envolveria o desembolso de US$ 5 bilhões e criaria três mil empregos diretos. Segundo a Vale, a crise econômica global, que provocou a um forte declínio da produção de aço, levou a Baosteel a propor o cancelamento do complexo e a liquidação da CSV - Companhia Siderúrgica de Vitória.
Em função da redução drástica do consumo mundial, a Aracruz decidiu adiar investimentos de US$ 900 milhões nesSe ano, o que provocou a suspensão temporária do dispêndio de recursos em três projetos. Um deles é o aumento da capacidade produtiva da fábrica de celulose em Guaíba, Rio Grande do Sul, que subiria de 1,3 milhão para 1,8 milhão de toneladas por ano. Também foram postergados dois programas de formação de florestas de eucalipto, um deles relacionado à Veracel, na Bahia, e outro que seria implementado em Minas Gerais.
Depois de ter registrado um passivo de US$ 2,1 bilhões com bancos por causa de operações de derivativos de câmbio, realizadas no final do ano passado, a Aracruz fechou um acordo com as instituições financeiras nessa semana. Logo em seguida, foi anunciada a compra da companhia pela VCP, em associação com a BNDESPar, braço de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Projetos adiados
De acordo com o diretor técnico da Única - União da Indústria da Cana-de-Açúcar -, Antônio de Pádua Rodrigues, o drástico encolhimento das linhas de crédito às empresas do setor, deve provocar o adiamento de vários projetos nesse ano, cujo montante total deve ficar próximo a US$ 4 bilhões. Segundo ele, essa postergação não permitirá a criação de cerca de 8.500 postos de trabalho. Na sua avaliação, a escassez de financiamentos pode prejudicar de forma expressiva a safra desse ano, que deve ser colhida a partir do final de março até novembro. "Há um problema de funding muito sério no mercado financeiro para a colheita da cana pelas companhias do setor, que para ser sanado deve requerer uma soma próxima a R$ 10 bilhões", comentou.
A decisão de dezenas de empresas de todos os tamanhos de adiar investimentos no País, em 2009, está prejudicando as vendas de máquinas e equipamentos. Para o vice-presidente da Abimaq - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos -, Carlos Nogueira, os efeitos da crise devem repercutir na queda de R$ 17 bilhões do faturamento do setor esse ano, que em 2008 chegou a R$ 85 bilhões. "O setor passa por uma turbulência muito grave. Um termômetro disso é que até outubro registramos 24 meses seguidos de contratações. Porém, em novembro e dezembro, o quadro piorou muito e foram registradas perto de cinco mil demissões no total, 2% da mão de obra de 250 mil pessoas", comentou.
Segundo Nogueira, como muitas empresas de diversos segmentos, apresentam estoques elevados, entre elas as indústrias de automóveis, as dispensas devem continuar em janeiro e registrar um corte de pelo menos mais cinco mil empregos. O vice-presidente da Abimaq relata que a situação do crédito está muito ruim, o que está provocando uma onda de demissões pulverizadas por todo o setor que não tem visibilidade nos jornais, pois três quartos das empresas que atuam no ramo são pequenas ou médias. "Os juros cobrados pelos bancos estão muito elevados. Se uma empresa precisar fazer o desconto de duplicatas para ter recursos de capital de giro, terá que pagar 3,25% de juros ao mês", comentou. O valor representa uma taxa de 46,7% ao ano, nível 3,6 vezes maior que a Selic.
Sem interferência
As indústrias químicas compõem um dos poucos setores que não registraram a postergação de investimentos nesse ano. De acordo com Nelson Pereira dos Reis, vice-presidente executivo da Abiquim, entidade nacional que representa as empresas que atuam nesse segmento, não ocorreram alterações relevantes no cronograma dos US$ 3,86 bilhões que deverão ser aplicados pelas companhias que atuam no País em 2009. Ele explica que o setor atua com um horizonte de planejamento muito longo, que não leva em consideração, movimentos temporários de retração do mercado.
De 2007 a 2013, as companhias químicas têm programado o investimento total de US$ 22 bilhões, montante que não foi alterado por causa da crise. "Pode ser que uma parte bem pequena de alguns projetos que estão em estudo seja adiada", disse Reis. "As empresas olham o longo prazo e avaliam que nos próximos anos o País tem boas perspectivas de crescimento, num ambiente político de plena estabilidade", afirmou.
Segundo ele, a crise deve reduzir em 3% o volume de produtos fabricados pelo setor nesse ano, ante 2008, mas para 2010 há um cenário de expansão de 5%. Essa recuperação embute a expectativa de que o PIB deve registrar um avanço maior do que em 2009. O superintendente da área de Pesquisa Econômica do BNDES, Ernani Torres, trabalha com a hipótese de que o Brasil deve crescer 3% nesse ano, e entre 3,5% e 4%, em 2010. (Agência Estado)



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SETOR AUTOMOTIVO


Lupi vê "má-fé" de montadoras em demissões
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse ontem, em Campinas, que empresas do setor automotivo agem de "má-fé" e com "egoísmo" ao demitir funcionários, mesmo após a redução de IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados -, e cobrou "um pouquinho de paciência" do ramo -que, segundo ele, "ganhou muito dinheiro em 2008". "Há má-fé, sim, porque está crescendo a venda, vendeu muito carro nessa primeira quinzena de janeiro e o setor está se recuperando. Por que demitir? Por que se precipitar? Para que trazer infelicidade a dezenas de lares, quando você pode esperar mais 15 dias para ver que vai vender o estoque e que precisava manter o emprego? A vida não é só lucro, tem dia que você perde um pouquinho para no outro dia, ganhar."
De acordo com o ministro, "alguns setores aproveitam a crise" para se ajustar e garantir lucros maiores. "Alguns setores aproveitam a crise para fazer o ajuste interno para garantir sua base de lucro maior. Com a redução de IPI, está crescendo a venda. Então, se está vendendo mais carro e se o estoque está circulando, para que demitir?"
O ministro disse que o setor automotivo vendeu 2.000 carros a menos na primeira quinzena, em relação ao mesmo período do ano passado. "Nos primeiros 15 dias de janeiro desse ano, o Brasil vendeu 89 mil automóveis. Nos primeiros 15 dias de janeiro de 2008, quando não havia crise, o país vendeu 91 mil carros. Que crise é essa que pode obrigar a demitir tanta gente do setor automotivo?" Lupi continuou o ataque ao setor e questionou o destino dos lucros das empresas. "[É preciso] Um pouquinho de tranquilidade, um pouquinho de paciência para um setor que ganhou muito dinheiro. Nunca se vendeu tanto carro no Brasil, quanto em 2008. Esse dinheiro esvaiu-se? Sumiu? Não, a gente sabe que não."
Lupi disse que o Brasil voltará a gerar empregos em março e chamou de "agourentos" os que preveem que a crise permanecerá por mais tempo no país. "Contrariando aqueles que são um pouco agourentos e querem que o Brasil não dê certo, eu tenho certeza de que o Brasil, em março, voltará a crescer." A Anfavea - Associação de Fabricantes de Veículos - preferiu não comentar as declarações do ministro.

Chrysler pede que revendedores aceitem corte de custos
A Chrysler está pedindo aos seus revendedores que aceitem corte de custos e resistam ao impulso de reduzir encomendas por veículos novos. A empresa propôs que os revendedores aceitem uma redução de 0,5% nas margens de lucro na venda de veículos e abram mão de um aumento anual na parcela que recebem de reembolso para fazer reparos, que estão inclusos na garantia do veículo. A Chrysler também vai parar de pagar os revendedores que encherem o tanque de gasolina dos carros e caminhões que ainda, não foram vendidos. "Os revendedores entendem que precisamos de todas as partes para enfrentar a situação", afirmou o vice-chairman da Chrysler, Jim Press, após encontro com revendedores na Associação Nacional de Revendedores de Automóveis, que acontece em Nova Orleans. "Eles perceberam que podem nos ajudar a economizar algum dinheiro". Press disse que a companhia precisa deles para manter seus estoques no mesmo nível que estavam no final do ano passado, mesmo apesar da expectativa de queda nas vendas nesse ano. "Eles nos disseram 'vocês precisam garantir a viabilidade dessa empresa e encomendar mais produtos'" disse Wesley Lutz, dono da Extreme Dodge/Hyundai, em Jackson, Michigan. Lutz afirmou que os comentários de Press o convenceram a encomendar mais veículos, embora inicialmente tivesse planos de suspender os pedidos. A Chrysler e a General Motors, que estão sobrevivendo com US$ 13,4 bilhões em empréstimos federais, tem até 31/3 para entregar um plano para se tornar viável sem o apoio do governo. (Agência Dow Jones, de Nova Orleans/EUA)

Crédito escasso faz venda de motos ter queda de até 70%
Depois de ter passado por um bom período de vendas, com o surgimento de novas marcas e concessionárias até o começo da turbulência internacional, o segmento de motos começa a refazer os planos de atuação e investimentos no mercado interno. Ao contrário do mercado de carros, que já começou a sentir uma recuperação nas vendas após o anúncio de redução do IPI - Imposto sobre Produto Industrializado -, a venda de motocicletas, que para algumas redes chegou a cair 70% após setembro, ainda está com dificuldades, provocadas principalmente, pela restrição de crédito, com mais da metade dos pedidos de financiamento recusados pelas financeiras. A Moto Traxx da Amazônia, por exemplo, que pertence ao China South Group, que afirma ser o maior fabricante de motos do mundo, está revendo todos os seus planos no Brasil. A empresa, que antes importava as motos da China, instalou uma fábrica em Manaus em dezembro de 2007, e já conta com 131 pontos de venda. Sua intenção era investir R$ 100 milhões esse ano, incluindo fábrica, expansão, serviços e relacionamento com fornecedores. Sua produção, porém, já caiu 30% e a empresa deverá aguardar até março para saber quanto ainda será possível investir. Apesar de desde setembro a empresa já ter sentido uma queda de cerca de 40% nas vendas, ainda fechou o ano passado com um crescimento de 33% em faturamento e 28% em volume de vendas. Já em 2009, as vendas devem crescer entre 10% e 20%. A Motos Remaza, rede com 10 concessionárias na Grande São Paulo, também afirma que no final do ano, depois que a crise estourou, viu suas vendas caírem drasticamente, em alguns meses até entre 50% e 70%, e acredita que só verá uma recuperação a partir do segundo semestre desse ano. O grupo fechou o ano passado com cerca de 16 mil motos vendidas e um crescimento de 10% sobre 2007, em faturamento e vendas, mas, para 2009, a projeção é de queda de 30%.


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MERCADO DE TI


Brasil será o terceiro maior mercado latino de TI até 2010
Uma pesquisa encomendada pela fabricante de processadores Intel, afirma que o Brasil será em 2010, o terceiro maior mercado de internet e informática da América Latina. Segundo o estudo, o México é o mercado mais maduro quando se trata de acesso à internet e utilização de computadores pessoais nas residências. Em 2007, o número de usuários no país, com acesso à rede, era de 23.7 milhões, e a previsão para o final do ano passado é que esse número atinja 27.8 milhões de internautas. O acesso à internet cresceu no país 30% em seis anos, de acordo com a sondagem. Comparado ao Brasil (59%), a percentagem de consumidores que busca informações sobre computadores nas lojas é mais elevada no México (86%). A população mexicana é exigente e busca informações como detalhes técnicos, por exemplo, sendo que 62% dos consumidores das classes A e B se consideram bem informados sobre tendências de processadores utilizados nas máquinas. Já no Chile, entre os consumidores que efetuaram a compra de computador nos últimos seis meses, a percentagem é de 48%. O levantamento foi realizado no Brasil, Argentina, Colômbia, Peru, Venezuela, Chile e México.

Operação brasileira da Microsoft não será atingida por demissões
Os cortes anunciados pela Microsoft na última quinta-feira, 22/01, não atingem a operação da companhia no Brasil, segundo comunicado enviado pela própria empresa durante à tarde. A companhia de Redmond anunciou que cortará 5 mil funcionários, pouco mais de 5% de sua força de trabalho, por causa da crise econômica. Os cortes serão feitos ao longo dos próximos 18 meses e a empresa espera economizar 1,5 bilhão de dólares com a redução no quadro de funcionários. A primeira leva de demissões começa nessa quinta-feira, e 1.400 pessoas devem ter seus cargos eliminados. Apesar de não registrar prejuízo em seu último trimestre fiscal, a empresa está aproveitando o momento para adequar sua estrutura e enfrentar a crise econômica global com mais tranqüilidade. A receita bruta da Microsoft subiu 2% no trimestre fiscal, mas a receita líquida teve queda de 11%. No final do período, a empresa registrou lucro líquido de 4,17 bilhões de dólares, com receita de 16,6 bilhões de dólares. Segundo a Microsoft, os cortes atingirão funcionários das áreas de pesquisa e desenvolvimento, marketing, finanças, departamento jurídico, recursos humanos e tecnologia. (IDG Now!)

Apple sinaliza que pode processar a Palm por quebra de patente
A Apple pode processar a Palm por copiar o design do iPhone, de acordo com comentários feitos pelo COO da companhia, e atual
CEO interino, Tim Cook. Em conferência realizada para comentar os resultados da empresa, Cook fez algumas afirmações que podem estar direcionadas à Palm. “Nós gostamos de competição, desde que ninguém roube propriedade intelectual nossa. Caso isso aconteça, nós vamos atrás dos responsáveis”, afirmou o executivo. A Apple estaria preocupada com a tela multi-touch presente no Palm Pre, mesma interface do iPhone. A empresa requisitou uma patente para proteger sua tecnologia de telas multi-touch que, caso seja concedida, vai obrigar outros fabricantes de telefones a licenciarem seus aparelhos com a companhia. Após o comentário de Cook, o analista da RBC Capital Markets, Mike Abramsky, questionou se o executivo estava se referindo à Palm. O executivo não respondeu diretamente o questionamento, mas acrescentou que a empresa “não vai ficar parada em caso de ter sua propriedade intelectual roubada” e que vai usar “qualquer arma disponível” para garantir seus direitos. "Não consigo ser mais claro", concluiu o executivo. A associação das declarações à Palm, também está relacionada com o fato de que antigos profissionais da Apple, como Jon Rubinstein, ex-chefe da divisão que criou o iPod, e Fred Anderson, antigo CFO, atuam como executivos na Palm. Ontem, as ações da Palm listadas na Nasdaq, caíram 3,06%, fechando o pregão cotadas a 7,60 dólares.

Fortune escolhe a NetApp como a melhor empresa para se trabalhar nos EUA A empresa californiana NetApp, fornecedora de equipamentos para armazenamento de dados, tomou o lugar do Google como a melhor empresa para se trabalhar nos EUA, revela o ranking "
100 Best Companies to Work", divulgado pela revista Fortune na quinta-feira, 22/01. O Google, que ocupou a primeira posição do ranking da Fortune em 2008, passou para a quarta posição. A Net App, que já figura no ranking há seis anos, conta com um total de 7.853 funcionários e teve uma alta de 12% em contratações (528 novas vagas) no ano passado. A empresa foi escolhida pelo entusiasmo dos funcionários, que contam com plano assistencial no valor de 11.390 dólares, além de 5 dias de salário extra para quem faz trabalhos voluntários. Em tempos de crise econômica e demissões na área de tecnologia, a NetApp continua contratando. A empresa busca preencher 55 vagas desde 13/01. A NetApp também ultrapassou a Cisco, que esse ano ocupa a 6ª posição no ranking da Fortune. Entre outras empresas de tecnologia, a Adobe está no 11º lugar, a Qualcomm aparece em 16º lugar, a SAS na vigésima posição e a Microsoft em 38º no ranking. No Brasil, já estão abertas as inscrições para o ranking "Melhores Empresas para se Trabalhar em TI e Telecom", realizado pelo COMPUTERWORLD em parceria com o GPTW - Instituto Great Place do Work. Os vencedores serão anunciados no início do segundo semestre.

Após 35 anos na Intel, Craig Barrett deixa a empresa em maio
Craig Barrett, presidente e diretor do conselho da Intel, deixará a companhia para se aposentar em maio desse ano. A saída do executivo, que atuou por 35 anos na Intel, foi anunciada na sexta-feira, 23/01, e será formalizada durante o encontro anual da empresa com acionistas. Barrett iniciou sua carreira na fabricante de microprocessadores em 1974 e atuou em diversas áreas, incluindo o cargo de CEO - Chief Executive Officer - de 1998 a 2005. A fabricante de chips passa por um momento difícil diante da crise econômica. Na quinta-feira, 22/01, a Intel anunciou que
vai fechar 4 fábricas e pode demitir até 6 mil funcionários globalmente. Jane Shaw, diretora independente, que se juntou ao conselho da Intel em 1993, foi eleita para substituir Barrett como chairman no início de maio, informou a empresa.

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MERCADO ONLINE


Google perde posto de melhor empresa para se trabalhar
A empresa californiana de tecnologia NetApp, tomou do Google a coroa de melhor companhia para se trabalhar em 2009, de acordo com uma lista das 100 melhores empresas divulgada anualmente pela revista Fortune. O Google conquistou o título de "Melhor Companhia para Trabalhar" da Fortune, por dois anos, deixando para trás o laboratório farmacêutico Genetech, que ficou em primeiro lugar em 2007.
No ranking de 2009, que será publicado na edição da Fortune do dia 02/02, o Google aparece apenas na quarta colocação, atrás da consultoria financeira Edward Jones, de St. Louis, nos EUA, em segundo lugar, e da consultoria administrativa Boston Consulting, em terceiro. Especialistas do mundo dos negócios especulam que a queda do Google esteja relacionada às medidas de corte de custos anunciadas pela empresa, como o cancelamento do passeio de esqui que era promovido anualmente para funcionários que praticassem o esporte.
A revista destaca que cerca de 770.000 pessoas se candidatam para um emprego no Google anualmente, apesar do recente fim de alguns mimos, como o chá da tarde que era oferecido aos funcionários. A NetApp, por sua vez, é elogiada pela Fortune por manter "uma cultura igualitária" e políticas de gerenciamento realistas.
Entre os benefícios oferecidos pela companhia, a revista cita o pagamento de dias dedicados por seus empregados ao trabalho voluntário, um auxílio financeiro para quem decidir adotar uma criança e cobertura médica para familiares que sofram de autismo. A lista é elaborada pelo Great Place to Work Institute de São Francisco, que entrevistou mais de 81.000 trabalhadores de 353 companhias. (Agência France Presse/AFP, em São Francisco/EUA)


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MERCADO DE LUXO


Luxo-Interactive 2009: a relação entre marcas e interatividade
A marca
Luxuo está lançando o Luxo Interactive 2009, um evento corporativo que ocorrerá de 16 a 18 de março de 2009, no Le Meridien Hotel - Piccadilly, em Londres. Na ocasião, será oferecido um código de desconto de 25% para todos os Luxury Retailers. O evento reunirá líderes de marcas de luxo para debater o avanço da utilização dos meios de comunicação interativos e os canais online, para criações excepcionais e conduzir experiências interativas com cliente da Luxury e-business, através da aprendizagem interativa. A “Luxury Interative” ajuda marcas de luxo a atrair novos clientes e aumentar as margens de lucro e a aprendizagem nas “e-commerce” estratégias, que já foram implementadas e são bem sucedidas. Mais de 30 marcas de luxo estarão oferecendo cases de estudos ao longo de todos os 3 dias de programa. Os oradores serão prestigiados como na edição de 2008 (São elas: a Gucci Group, Yoox.com, Thomas Pink e Bang & Olufsen). Na luxo Interactive 2009 serão explanados os seguintes assuntos: Como efetivamente, gerenciar sua marca na Internet a fim de garantir o luxo nessa experiência online; Dirigir o tipo certo de tráfego para o seu site, através do marketing digital, Integrar suas estratégias marketing online e off-line, em uma efetiva global de marketing mix. Imperdível.

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