E-Press.biz Economia & Mercado | Edição 063 | Ano I

Kátya Desessards

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NOTÍCIAS


Ministro da Agricultura prevê estabilidade no preço dos produtos agrícolas

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou ontem, que os preços dos produtos agrícolas devem se estabilizar no mercado mundial após a queda nas cotações verificada nos últimos meses. Para o ministro, os preços haviam subido muito, não apenas pela questão de demanda, mas também devido à especulação nos mercados futuros internacionais desses produtos. Essa queda recente, segundo Stephanes, corrige esse efeito da especulação, mantendo os preços alinhados com oferta e demanda mundial. "Eu não acredito que haja novo impacto sobre as commodities agrícolas. Os preços que estão estabelecidos aqui estão de acordo com a oferta que nós vamos ter, de acordo com os estoques e de acordo com o consumo mundial", disse o ministro. Para o ministro, de agora em diante, os preços devem ficar estáveis. "Acho muito difícil você ter um novo impacto nas commodities agrícolas. O impacto que teve do componente de especulação, já aconteceu." "O que resta hoje na minha visão, é apenas o componente de produção mundial, estoque mundial e demanda mundial. E essas três questões estão em equilíbrio. Ou seja, não vejo porque o preço do produto agrícola vá cair em função dessa nova crise." A queda recente no preço dos produtos agrícolas no mercado internacional, é um dos fatores que estão colaborando para reduzir a inflação no Brasil nas últimas semanas. Esses preços impactam, principalmente, nos IGPs, índices de preço que corrigem contratos e tarifas públicas.

Vendas no comércio têm queda de 0,2% em julho

As vendas no comércio em julho no País tiveram uma queda de 0,2% na comparação com junho. Foi o primeiro índice negativo depois de quatro meses em alta, o resultado negativo anterior foi o de fevereiro, quando houve queda de 0,9%. Na comparação com julho de 2007, houve alta de 11%. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. No acumulado do ano o comércio teve crescimento de 10,6%, na comparação com o mesmo período um ano antes. Nos 12 meses até julho, as vendas cresceram 10,2%. Ao mesmo tempo, a receita nominal de vendas no comércio cresceu 0,5% em julho em relação a junho. Na comparação com julho de 2007, a receita teve crescimento de 18,5%, com destaque para o setor de hiper e supermercados, que teve expansão de 19,5%. Para o IBGE, a alta de julho indica manutenção da tendência de crescimento. Na comparação com junho, seis das 10 atividades pesquisadas registraram crescimento, com destaque para outros artigos de uso pessoal e doméstico (3,9%), material de construção (2,2%) e veículos e motos, partes e peças (1,8%). Por outro lado, os setores de hiper e supermercados tiveram variação negativa de 0,2% nas vendas em relação a junho, seguidos por livros, jornais, revistas e papelaria (-0,5%).


Brasil é covarde para assumir posição favorável em crise

O presidente da CSN - Companhia Siderúrgica Nacional -, Benjamin Steinbruch, criticou o governo federal ontem, por considerar que o País está se acovardando para assumir sua posição favorável na economia mundial. Segundo ele, os países desenvolvidos assumiram facilmente a posição que pertenceu aos subdesenvolvidos em crises anteriores, mas o contrário não aconteceu. "Os papéis estão completamente invertidos. É estranha e diferenciada a facilidade com que eles assumiram a posição que nós tínhamos e a dificuldade que nós temos para assumir a posição que eles tinham", afirmou. Para o executivo, é "inaceitável" que o governo brasileiro mantenha a atual política monetária conservadora, considerando "todas as situações favoráveis" para o país. "Temos de ser cautelosos, mas não podemos ser covardes. Até agora o Brasil foi covarde na maneira de encarar a sua posição diferenciada". Para Steinbruch, o Banco Central foi "extremamente conservador" na política de juros altos e perdeu a oportunidade de permitir que a iniciativa privada intensificasse os investimentos. "Agora não adianta lamentar o tempo perdido. Mas temos que ter cuidado daqui para frente", afirmou o presidente da CSN. Ele declarou que "lhe causa ojeriza saber que os juros podem ser elevados" novamente. "O exemplo que o governo está dando para nós empresários é que devemos ficar sentados em cima do caixa. No mesmo ponto que o governo cobra investimentos para a iniciativa privada, o exemplo que ele dá é de extremo conservadorismo". (Agência Folha)


Para FMI, crise é inédita porque nasceu no coração do sistema financeiro

O diretor geral do FMI - Fundo Monetário Internacional -, Dominique Strauss-Kahn, afirmou ontem, que a crise econômica e financeira atual "não tem precedentes". “Estamos diante de uma crise financeira inédita, porque ela nasceu no coração do sistema, os EUA, e não de sua periferia, e afetou simultaneamente o mundo inteiro", disse Strauss-Kahn à AFP no Cairo. "Algumas partes do mundo estão mais ou menos afetadas, mas a desaceleração é geral", disse, acrescentando que "toda a economia mundial vai desacelerar entre meio ponto e dois pontos percentuais, inclusive na China e na Europa". "O que é novo representa mais perigo do que aquilo que se repete; mas, uma das diferenças dessa crise com relação à crise de 1929, é que agora dispomos de instrumentos que não nos permitem evitar a crise, mas atenuar as conseqüências e corrigir os efeitos dela, em particular o FMI", afirmou Strauss-Kahn. O chefe do Fundo se mostrou convencido de que "os atores do mercado desaparecerão, em particular nos EUA, com a possível extinção progressiva" de bancos de investimentos independentes, como Lehman Brothers ou Merrill Lynch. "Isso se soma às incertezas e não podemos excluir as tensões financeiras a curto prazo", acrescentou. Para Strauss-Kahn, ao final da crise, o setor financeiro mundial será muito mais reduzido que o atual.

BC dos EUA mantém taxa de juro em 2% ao ano

O Fed - Federal Reserve (Banco Central americano) decidiu, ontem à tarde, manter a taxa básica de juros nos EUA em 2% ao ano. A decisão foi unânime. O mercado financeiro global esperava um corte de 0,25 a 0,50 ponto percentual na taxa, após o nervosismo que viveu na segunda-feira, motivado pelo pedido de concordata do quarto maior banco de investimentos americano, o Lehmann Brothers, e a aquisição do Merrill Lynch (também em dificuldades) pelo BofA - Bank of America - por US$ 50 bilhões. O Lehman Brothers foi a segunda grande instituição financeira levada ao colapso pela crise de crédito, originada no mercado imobiliário americano, após o afundamento do Bear Stearns, em março desse ano. A quebra do Lehman elevou drasticamente, o temor sobre a saúde do sistema bancário americano e provocou ontem, a maior queda das bolsas de valores globais desde 11/9/2001. Para os investidores é de que a crise está longe do fim e deve engolir outras instituições importantes no caminho. Agora o mercado está preocupado com a AIG, a maior seguradora americana. Noutro capítulo recente da crise, ocorrido em 7/9, o Tesouro americano garantiu o resgate das agências hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac, oferecendo garantias de até US$ 100 bilhões para cada uma. Nas duas últimas reuniões programadas do Fed, em 24/6 e em 5/8, a taxa de juros nos EUA já havia sido mantida em 2% ao ano. A próxima reunião do BC americano sobre juros está agendada para 28/10 e 29/10. (Bloomberg)


Inflação britânica atinge nível mais alto em 16 anos

A taxa anual de inflação no Reino Unido aumentou de 4,4% em julho para 4,7% em agosto, o índice mais alto em 16 anos. O preço de gás, energia elétrica e alimentos elevaram o índice, de acordo com o Departamento Nacional de Estatísticas. Analistas acreditam que o aumento de preços torna improvável um eventual corte na taxa de juros por parte do Banco da Inglaterra. Mas com uma queda acentuada no preço da gasolina no mês passado, quando o barril estava cotado a US$ 150, alguns analistas estão otimistas de que a inflação pode estar perto de seu pico. "Esse dado de inflação, unido às recentes variações nos preços de energia, pode ser uma indicação de que a inflação pode estar perto de seu pico", afirmou Richard Hunter, analista da corretora Hargreaves Lansdown. "Isso pode levar a um relaxamento da política monetária, com uma redução na taxa de juros na Grã-Bretanha, em um momento que os mercados estão ansiosos por sinais de recuperação." (BBC)


Inflação na zona do euro desacelera e fica em 3,8% em agosto

Os preços ao consumidor tiveram desaceleração em agosto na zona do euro, registrando uma alta de 3,8%, contra 4% em julho, segundo cálculos revisados e publicados ontem pela Eurostat, a agência de estatísticas do bloco europeu. Na UE - União Européia -, a inflação teve alta de 4,2% em agosto, contra 4,4% em julho. No último ano, a alta dos preços passou de 1,7% a 3,8% nos países da moeda única (quase o dobro do objetivo de 2% fixado pelo Banco Central Europeu), e de 1,9% para 4,2% nos 27 países-membros do bloco. Os países da UE com menor inflação são Holanda, de 3% anualizada, Portugal (3,1%), Irlanda (3,2%) e Alemanha (3,3%). Já as nações com maior taxa de inflação são Letônia, com uma alta de 15,6% nos últimos 12 meses, Lituânia, com 12,2%, Bulgária, com 11,8%, e Estônia, com 11,1%. Fazem parte da zona do euro os países que utilizam a moeda única européia: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslovênia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta e Portugal. Já a União Européia inclui: Bulgária, Dinamarca, Eslováquia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia, Reino Unido, República Tcheca, Romênia e Suécia. (Reuters)


Banco da Inglaterra injeta mais US$ 35,7 bi nos mercados

O Banco da Inglaterra (banco central britânico) injetou ontem, 19,9 bilhões de libras (cerca de US$ 35,7 bilhões), mais 19,999 bilhões de libras (25,142 bilhões de euros) no mercado financeiro em caráter de urgência, além dos 5 bilhões de libras (US$ 8,93 bilhões), anunciados na segunda-feira, a fim de reforçar as reservas dos bancos. O banco indicou, em comunicado, que a medida foi tomada "em resposta às condições a curto prazo dos mercados de capital experimentadas na manhã de ontem". Os recursos foram concedidos à taxa oficial do Banco da Inglaterra, que
atualmente está em 5%. O banco busca diminuir a taxa pela qual os bancos se emprestam o dinheiro e que dispara em algumas ocasiões de falta de liquidez. Os pedidos dos bancos chegaram a 58,1 bilhões de libras (US$ 103,8 bilhões). Além disso, o Banco da Inglaterra pretende, com a injeção dessa liquidez adicional, melhorar as reservas das entidades financeiras britânicas, que lhe comunicaram que desejariam que fossem de cerca de 28 bilhões de libras (US$ 50 bilhões). O empréstimo tem um período de devolução de dois dias, vencerá na quinta-feira, dia 18/9. Na segunda-feira, o BCE - Banco Central Europeu - injetou no mercado 70 bilhões de euros (US$ 99,4 bilhões), em uma tentativa de amenizar os reflexos da crise americana no continente.


Unibanco diz que pode comprar parte da AIG

O presidente da Unibanco AIG Seguros, José Rudge, afirmou no final da tarde de ontem, que, caso a AIG - American International Group - precise desfazer-se de seus ativos no Brasil, o caminho natural seria a compra dessa parcela pelo banco brasileiro. "Estamos atentos a essa oportunidade e temos o direito de preferência. Seria um caminho natural", afirmou em teleconferência com a imprensa. O Unibanco tem o controle da seguradora no Brasil, com uma
participação de 52%. O restante pertence à americana AIG, que passa por dificuldades financeiras nos EUA. Por essa razão, a Unibanco AIG divulgou na segunda-feira, dia 15/9, um comunicado em que explicava "ser uma companhia independente, com reservas aplicadas apenas no mercado brasileiro, de acordo com regras da Susep - Superintendência de Seguros Privados ". "Seja qual for o acontecimento, a Unibanco AIG tem vida independente", disse Rudge no final da tarde, lembrando que da mesma forma que os resultados positivos da AIG nunca tiveram influência na seguradora brasileira, o mesmo ocorre com os resultados negativos. Rudge evitou detalhar os termos do acordo entre Unibanco e AIG, alegando confidencialidade. No entanto, afirmou que o contrato dá preferência ao Unibanco caso a AIG queira desfazer-se de sua participação, ou seja, é obrigada a oferecê-la primeiramente para a instituição financeira brasileira. Isso poderia ocorrer caso a seguradora americana precise vender ativos para levantar os recursos necessários nos EUA, para se salvar financeiramente, ou venha a entrar em concordata. A Unibanco AIG é líder no mercado de grandes riscos no Brasil e está entre as cinco maiores seguradoras do País. Para Rudge, mesmo que a AIG saia da parceria, a companhia tem condições de continuar nesse mercado. "Temos relação com todas as resseguradoras. O importante é toda a tecnologia que oferecemos para colocar o risco no mercado de forma adequada", explicou.

Porsche assume controle da Volks em meio à luta entre parentes

A Porsche assegurou ontem, de fato o controle da Volkswagen em meio a uma luta de poder que, apesar de ter chegado à Comissão Européia, não deixa de ser uma queda-de-braço entre parentes. A Porsche anunciou, nessa segunda-feira, a compra de um novo pacote de ações da Volks com direito a voto de 4,89%, ampliando com isso para 35,14%, sua participação na firma. "Essa porcentagem assegura à Porsche uma maioria estável na junta de acionistas da Volks", declarou o executivo Wendelin Wiedeking, que representa Wolfgang Porsche. A próxima junta acontecerá na próxima semana e, de acordo com o acontecido nos últimos dias, se prevê que seja agitada, embora o chefe da Volks e protegido do presidente do conselho de administração, Ferdinand Piëch, tenha convidado, ao encontro, a chanceler Angela Merkel. Ferdinand Piëch e Wolgang Porsche são primos irmãos e atuam como cabeças pensantes e executoras de suas respectivas famílias, proprietárias também, embora em medida diferentes, da VW e da Porsche. Portanto, em cumprimento com o código de conduta pactuado entre ambos os clãs, a compra parcial da VW por parte dos Porsche aconteceu com o sinal verde dos Piëch. A aquisição da VW pela Porsche se transformou em uma corrida de obstáculos pela antipatia de Ferdinand por Wiedeking, disposto a remover as estruturas da empresa que ele liderou durante décadas e ainda controla como presidente do conselho de vigilância. A execução do pacote acionário adquirido ontem pela Porsche, valerá efetivamente em novembro, quando Wiedeking lançará, segundo o estipulado no contrato de aquisição da Volks, uma oferta de aquisição da filial Audi. Wiedeking assegurou que a Porsche, que só comprará os 370 mil títulos da Audi que é obrigado, ou seja, 0,86%. A Porsche oferecerá o mínimo legal, ou seja, 487 euros por ação, em um desembolso de 170 milhões de euros.


Volkswagen anuncia investimentos de R$ 1 bilhão no Brasil até 2012

A Volkswagen Caminhões e Ônibus pretende investir no país R$ 1 bilhão até 2012. O anúncio foi feito na segunda-feira, 15/9, pelo presidente da montadora, Roberto Cortes, durante inauguração do Centro Logístico da Volkswagen Caminhões e Ônibus, na cidade de Resende no sul fluminense. O plano de investimento, segundo o diretor, prevê que dois terços do valor serão destinados aos novos produtos e R$ 200 milhões, serão investidos na melhoria do processo de produção. Segundo ele, os R$ 36 milhões investidos no centro logístico, fazem parte do ciclo de investimento da empresa. Cortes afirmou que o bom desempenho da economia brasileira e mundial e o aumento da demanda, possibilitaram o crescimento de 36% da venda dos veículos da Volkswagen Caminhões e Ônibus, em relação ao ano passado. "Até o final de 2008, a previsão é de que a empresa atinja a marca histórica de 60 mil unidades", disse o presidente. Hoje a participação da empresa no mercado nacional é de 30%.


Porto de Rio Grande tem movimentação recorde de adubos

A importação de matéria-prima para fertilizantes bateu recorde de movimentação no acumulado entre janeiro e agosto desse ano. Em comunicado divulgado ontem, o Porto do Rio Grande comunicou que foram movimentadas 2.553.719 toneladas no período, uma alta de 23,9% na comparação com igual período de 2007, quando foram operados 2.061.045 toneladas. O acréscimo de movimentação nos oito primeiros meses do ano colocou o grupo de matéria-prima para fertilizantes em segundo lugar no ranking de mercadorias mais operadas no porto rio-grandino, perdendo apenas para o grupo soja. O terminal da Yara Brasil desembarcou 1,8 milhão de matéria-prima para fertilizantes, 25,8% a mais do que em igual período do ano passado. A movimentação no Porto Novo também registrou aumento de 21%, chegando a 710 mil toneladas. O bom desempenho na movimentação é comemorado pelo setor importador.


Produção nacional da Petrobras cresce 0,9% em agosto

A produção nacional de petróleo da Petrobras aumentou 0,9% em agosto, na comparação a julho desse ano, de 1,867 milhão de barris por dia, para 1,885 milhão de barris, segundo comunicado da estatal. A produção total de óleo, incluindo as atividades de exploração e produção internacionais, registrou expansão de 1,16% no mesmo período, passando de 1,986 milhão de barris para 2,009 milhões de barris por dia. Na média de 2008 até agosto, a produção
total da Petrobras está em 1,965 milhão de barris por dia. A companhia também informou que a produção de gás natural totalizou 52,7 milhões de metros cúbicos por dia em agosto, aumento de 0,91% sobre os 52,2 milhões de metros cúbicos obtidos em julho pela estatal. No ano, a média da produção nacional de gás natural está em 50,4 milhões de metros cúbicos. A produção total combinada de petróleo e gás da Petrobras, considerando as atividades internacionais, totalizou 2,442 milhões de barris de óleo equivalente por dia em agosto, alta de 0,9% em relação aos 2,42 milhões de barris de julho desse ano. A média de produção total em 2008 é de 2,383 milhões de barris.

Exportações de carne bovina recuam 7,86% em volume

As exportações brasileiras de carne bovina recuaram 7,86% em volume, em comparação a agosto do ano passado, segundo dados divulgados ontem, pela Abiec - Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne. No mês passado foram embarcadas para o mercado internacional 125,6 mil de toneladas (194,3 mil toneladas de equivalente carcaça), 11 mil toneladas a menos do que em agosto de 2007, quando foram exportadas 136,3 mil toneladas de carne bovina (214,1 mil toneladas de equivalente carcaça). Apesar da queda em volume, as exportações brasileiras tiveram um incremento de 39,3% em receita e somaram US$ 533,15 milhões no mês passado. Em agosto de 2007, a receita com as vendas externas dos frigoríficos somou US$ 382,63 milhões. Com o aumento da receita e a queda do volume, o preço médio da carne bovina brasileira foi de US$ 4.244 por tonelada, valor 51,2% superior aos US$ 2.806 por tonelada de agosto de 2007. No acumulado dos oito primeiros meses do ano, as exportações brasileiras registram queda no volume. No período, as vendas externas somam 952,1 mil toneladas (1,48 milhão de toneladas de equivalente carcaça), volume 15,6% inferior ao período de janeiro a agosto do ano passado, quando foram exportadas 1,12 milhão de toneladas (1,77 milhão de toneladas de equivalente carcaça). Em receita, as vendas externas de carne bovina acumulam US$ 3,55 bilhões exportados entre janeiro a agosto. Esse resultado supera em 20,97% o desempenho dos oito primeiros meses do ano passado, quando os embarques trouxeram uma receita cambial de US$ 2,93 bilhões para o Brasil. Dentro desse cenário, o preço médio da carne brasileira em 2008, até o mês passado, é de US$ 3.729 por tonelada, 43,2% a mais do que os US$ 2.603 por tonelada registrado no mesmo período de 2007. (Abiec)


Volume de cheques devolvidos cai 15,67% em agosto

O mês de agosto registrou um volume de 1.989.575 de cheques devolvidos no País, uma redução de 15,67% em relação a julho. Quando comparado a agosto de 2007, o volume foi 18,71% menor, segundo dados da Equifax, empresa de fornecimento de informação e inteligência para decisão e gestão empresarial. Segundo Alcides Leite, coordenador do Centro do Conhecimento da empresa, a queda do volume de cheques devolvidos no mês, em comparação com julho, foi resultado do menor número de dias úteis e do crescimento da modalidade do pagamento eletrônico. Alcides destaca que as vendas do comércio melhoram regularmente, no segundo semestre, com o adiantamento dos recursos do 13º salário para algumas categorias profissionais, o que injeta um volume de recursos na economia e também contribui para a redução da inadimplência no período. Quanto ao volume de títulos protestados, dados da Equifax mostram que em agosto houve uma redução de 11,39%, em relação a julho e de 7,83%, em relação a agosto de 2007. Em agosto foram registrados 665.453 protestos contra 750.973 registrados em julho e 721.954 em agosto do ano anterior.


Klabin amplia empresa e vira maior produtora de papéis do Brasil

A indústria Klabin inaugurou dia 15/9, segunda-feira, a ampliação das instalações da empresa em Telêmaco Borba, nos Campos Gerais do estado. O “Projeto de Expansão Ma-1100” teve investimentos de R$ 2,2 bilhões e gerou 4,5 mil empregos durante o período das obras, segundo a AEN - Agência Estadual de Notícias. “A ampliação dessa unidade vai gerar R$ 356 milhões em impostos; vai gerar 250 novos postos de trabalho – sem contar que durante a fase das obras foram em média 4.500 empregos criados, oportunidade de renda e trabalho para famílias”, afirmou o governador Roberto Requião à AEN. Dos R$ 2,2 bilhões do Projeto Expansão MA-1100, 70% foram financiados pelo BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -, vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A nova máquina de papel, a MP9, é considerada a mais moderna do mundo para produção de papel-cartão. Segundo informações do telejornal ParanáTV, a máquina produz 50 quilômetros de papel-cartão por hora. A expectativa da indústria é aumentar a exportação de papel-cartão de 500 mil para 700 mil toneladas por ano. O principal destino é a China. No projeto estão previstas novas formas de preparo da madeira, com uso de energias renováveis e auto-suficiência energética da fábrica em 70%. No aspecto ambiental, o Projeto MA-1100 recebeu investimentos de aproximadamente R$ 300 milhões, com benefícios da redução do consumo proporcional de água e óleo, implantação de um sistema de ultrafiltração de efluentes, inédito no mundo em plantas de celulose e papel. A Klabin foi fundada há 109 anos e é a maior produtora, exportadora e recicladora de papéis do Brasil. Com 17 unidades em todo o país e uma na Argentina, realizou seu maior investimento com o Projeto de Expansão MA-1100. O aumento de sua capacidade de produção (de 1,6 milhões para 2 milhões de toneladas anuais de papéis para embalagens) coloca a empresa entre as 10 maiores fábricas integradas de papel do mundo.


Algodão tem menor preço em 15 meses

Os preços futuros do algodão atingiram ontem o menor nível em 15 meses na Bolsa de Nova York. Os contratos para entrega em dezembro, mais negociados, encerraram o pregão a 62,13 cents/lb, com desvalorização de 3,7%. Várias commodities caíram com a fuga de capital especulativo para ativos mais seguros diante do agravamento da crise financeira global. A perspectiva de queda no consumo mundial de têxteis, por causa do desaquecimento da economia, também tem afetado as cotações do algodão. Tragadas pela turbulência financeira mundial e pela "resistência" das lavouras que margeiam o rio Mississipi à passagem do furacão Ike pelos Estados Unidos, as cotações do algodão recuaram ao menor patamar em pouco mais de um ano na sessão de ontem na bolsa de Nova York. Os contratos com vencimento em dezembro - que hoje ocupam a segunda posição de entrega no mercado, normalmente a de maior liquidez - encerraram o dia negociados a 62,13 centavos de dólar por libra-peso, em queda de 239 pontos. É o menor valor para a segunda posição desde 11/9 do ano passado. "O algodão está sofrendo com a queda da demanda", afirmou Rogers Varner, da corretora Varner Brothers. "E se não há danos após uma grande tempestade, é isso [a queda de preços] o que acontece no dia seguinte", completou. Para o ano-móvel iniciado em agosto, a última estimativa do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) para as exportações de algodão do país foi reduzida em 1,33% na comparação com a projeção anterior. (Bloomberg)


Hypermarcas adquire Niasi por R$ 366 milhões

A Hypermarcas, uma das principais empresas de bens de consumo do País, adquiriu a Niasi, tradicional produtora de cosméticos e tratamentos para cabelos, esmaltes e perfumaria. Com a aquisição, a Hypermarcas entra no mercado de esmaltes e tinturas para cabelo e fortalece sua linha de cosméticos. No ano passado, a Niasi registrou um faturamento bruto de R$ 246 milhões. Com a aquisição, a Hypermarcas passa a ter em seu portfólio a marca de esmaltes Risqué, líder do segmento com cerca de 41% de market share; e a Biocolor, uma das líderes no mercado de tinturas. A Niasi foi avaliada pela Hypermarcas em R$ 366 milhões, sendo que cerca de R$ 240 milhões serão pagos em caixa e o restante refere-se a dívidas e parcelamentos assumidos pela compradora.


Central de compras prevê giro de R$ 27,8 bilhões

A necessidade dos pequenos e médios varejistas de ganhar musculatura, e competir de maneira mais estruturada com os principais players do mercado, impulsiona o crescimento das centrais de compras pelo País. Esse ano, o número mais que dobrará, passando de 269 para 600. O segmento prevê faturar em média R$ 27,8 bilhões, cifra até 11% maior em relação a 2007, segundo estimativa do Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. A participação nessas centrais, que, por envolver várias redes menores oferece maior poder de barganha com a indústria e os fornecedores, possibilita também aos comerciantes obter vantagens na negociação, além de desenvolverem estratégias de marketing em conjunto. A área de tecnologia também é mais bem explorada, com a compra de sistemas para desenvolver o negócio. Nela é possível contratar desde uma empresa para desenvolver um programa de informática para as redes varejistas, até a instalação de um eficiente sistema eletrônico de segurança, por preços mais acessíveis.


Varejo se prepara para o Natal com importado

Várias redes varejistas e supermercadistas dizem estar preparadas para o final do ano, com cerca de 30% mais itens importados do que em 2007, aproveitando o câmbio favorável e as boas expectativas de vendas no Natal. Por terem feito seus pedidos há cerca de dois meses, as empresas fizeram contratos com o dólar mais em baixa, e estão otimistas com a variação da moeda para cima, há oito semanas, o que indica que seus produtos serão vendidos na alta do câmbio, rendendo mais aos comerciantes, que destacam maior sortimento de itens para a casa, objetos de decoração, roupas, brinquedos e bazar. O Carrefour aumentou em 30% os itens importados, para atender à grande demanda das vendas de Natal. Só na sua área de bazar, prevê um crescimento de 15% nas vendas de importados. A rede francesa importa produtos de vários segmentos, mas destaca principalmente itens da área de lazer, bazar e decoração, como utensílios de inox, móveis e itens de camping e praia, que vêm de diversos países asiáticos, como China, Vietnã, Tailândia e Índia. A concorrente rede norte-americana Walmart ressalta seu braço no atacado, o Sam's Club, que afirma começar esse mês a vender produtos de Natal, porque entre seus consumidores estão também pequenos comerciantes, restaurantes, padarias e bares. O Sam's Club diz estar trabalhando com variedade 20% maior de produtos e espera que as vendas cresçam ao menos 33% em relação à data passada. Nos itens natalinos de decoração, incluindo brinquedos e presentes, cerca de 90% dos produtos são importados.


Salton marca presença no SPA do Vinho

Os vinhos e espumantes Salton estarão em evidência na quarta edição do Vinho e Arte, que acontece entre os dias 18/9 e 20/9, no SPA do Vinho, em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, e traz para o município o Chef Revelação Porto Alegre – Revista Gula 2008, Osvaldo Gorski. No Welcome Drink, que abre o evento no dia 18, a vinícola de Tuiuty estará servindo o espumante Salton Èvidence, elaborado pelo método champenoise, que também poderá ser apreciado na palestra Il Vino Veritas – O mundo do Vinho em (R)evolução, ministrada pelo sommelier chileno Ariel Pérez. Os produtos Salton voltam à cena para harmonizar o almoço de encerramento O Melhor do Brasil. E, para acompanhar o cardápio especial elaborado pelo Chef Fabio Lima, nada menos que um dos vinhos mais premiados da vinícola, o Salton Talento. Mais informações e inscrições mariaamelia@vinhoearte.com ou lucianazotz@terra.com.br.


Novas linhas do BNDES para PMEs e inovação

Em evento realizado na segunda-feira, 15/9, no auditório da ABINEE, em São Paulo, a assessora da presidência do BNDES, Margarida Baptista, acompanhada de representantes do banco, apresentou os principais instrumentos disponíveis para as pequenas e médias empresas e, também, de incentivo à inovação. Na oportunidade, Margarida falou sobre a disposição do governo em estimular o setor de TIC, uma das áreas estratégias da PDP. Ela destacou o papel do BNDES dentro do programa do governo em estimular a inovação das MPMEs. “Isto é fundamental para que as empresas consigam concorrer com qualidade no exterior. A nossa idéia é criar uma cultura inovadora”, ressaltou. Margarida Baptista comentou a pesquisa realizada pela ABINEE com PMEs do setor eletroeletrônico, que apontou que 90% das empresas disseram estar dispostas a investir em 2008, mas que apenas 30% afirmaram que utilizariam recursos do BNDES. “Queremos aumentar o percentual de empresas que utilizam o banco. A indústria eletroeletrônica é importantíssima e queremos estimular seu desenvolvimento”, disse. Ela destacou o trabalho desenvolvido pelo Posto de Informações da ABINEE na divulgação e orientação das empresas sobre as principais linhas do BNDES. “Há disponível uma cesta enorme e variada de instrumentos, que atende as diversas necessidades das empresas”. (Abinee)


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BASTIDOR


- Cencosud amplia aposta na América do Sul. O grupo varejista chileno Cencosud, presente no mercado brasileiro desde o ano passado, com a compra da rede de supermercados GBarbosa, pretende investir US$ 3 bilhões na América do Sul nos próximos cinco anos para duplicar suas vendas na região. A empresa está presente no Chile, Argentina, Peru, Colômbia e Brasil e, mesmo com o esperado desaquecimento da economia regional nos próximos anos, na esteira do desempenho global do mercado, planeja uma forte expansão, por meio de crescimento orgânico e aquisições. Para 2008, a Cencosud pretende alcançar um faturamento em torno de US$ 10,3 bilhões.


- Lucros da britânica Argos despencam no trimestre. A Argos, uma das principais redes de varejo do Reino Unido, é a mais nova vítima do desaquecimento do mercado. Em mesmas lojas, as vendas caíram 5,8% na comparação anual, para 927 milhões de libras, no segundo trimestre do ano, fechando o semestre com recuo de 3%, para 1,86 bilhão de libras. As vendas de eletrônicos cresceram, mas de forma mais lenta, enquanto em móveis e eletrodomésticos o desempenho foi ruim. A última vez em que a Argos apresentou resultados tão ruins foi em 1999, mas a empresa espera que os lucros no primeiro semestre fiquem dentro das expectativas.


- Visita ao investimento. John Issa, presidente do SuperClubs, e o espanhol valenciano, presidente do fundo CVCapital, do qual fazem partes investidores europeus, de peso, estiveram na Costa do Sauípe, ontem pela manhã e à tarde; fizeram visita de cortesia ao Governador da Bahia, Jaques Wagner. Até o dia 30 de setembro sairá uma Nota Oficial da Previ comunicando detalhes oficiais da negociação dos dois grupos com a Sauípe S.A, proprietária do complexo turístico do Litoral Norte da Bahia. O presidente do CVCapital também é proprietário das imobiliárias Astroc, Rayet Promociones e Landscape.

- Nestlé vê desaceleração de crescimento no semestre. A Nestlé, uma das maiores companhias alimentícias do mundo, afirmou que vai crescer menos no segundo semestre à medida em que vai utilizar menos a estratégia de elevar preços para aumentar volumes de vendas globais. A companhia espera ainda custos mais estáveis de commodities em 2009. A fabricante dos produtos Nescafé, KitKat e Maggi, projeta ritmo de crescimento de vendas pelo menos perto dos 7,4% de 2007, mas longe dos 8,9% vistos no primeiro semestre de 2008. O grupo vê menos aumento de preços relacionados a alta nas commodities no segundo semestre, à medida em que mais estabilidade surge nos mercados para suas commodities chave como leite, café, cacau, açúcar e grãos.


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ÍNDICES ECONÔMICOS

- O IGP-10 - Índice Geral de Preços –10 - registrou deflação de 0,42%, em setembro, contra uma alta de 0,38% em agosto. No ano, o índice acumula alta de 8,60% e, nos 12 meses até setembro, a alta acumulada é de 12,29%. Os dados foram divulgados ontem, pela FGV - Fundação Getulio Vargas. A metodologia aplicada na apuração do IGP-10 é a mesma do IGP-M e do IGP-DI usados no reajuste, por exemplo, de contratos de aluguel, também apurados pela FGV, com a única diferença de ter um período de coleta diferente. O IGP-10 é calculado com base nos preços coletados entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.

- O IPA - Índice de Preços por Atacado - teve deflação de 0,75% nesse mês, contra alta de 0,25% em agosto. Os preços dos Bens Finais recuaram de alta de 0,44% em agosto para deflação de 0,12% em setembro, com destaque para o subgrupo alimentos processados (de 0,69% para -0,28%). Excluídos os subgrupos alimentos in natura e combustíveis, o índice subiu 0,11%, contra 0,46% um mês antes, nessa mesma comparação.

- O índice do grupo Bens Intermediários subiu 0,81%, abaixo do 1,61% visto no mês anterior. O destaque foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura (de 1,33% para 0,08%). Excluído o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, o índice subiu 1,06%, contra 1,52% no mês anterior.

- O índice de Matérias-Primas Brutas caiu de deflação de 1,87% em agosto para deflação de 3,70% nesse mês, com destaque para os itens: tomate (-12,66% para -47,37%), milho em grão (-3,73% para -10,21%) e leite in natura (-3,25% para -7,46%). Já minério de ferro (-1,26% para 3,13%), café em grão (-3,08% para 1,19%) e fosfatos naturais beneficiados (3,99% para 25,88%), subiram.

- O IPC - Índice de Preços ao Consumidor - teve ligeira variação negativa de 0,03% nesse mês, contra alta de 0,36% em agosto. O destaque foi o grupo Alimentação (de 0,13% para -1,06%), com os itens hortaliças e legumes (-3,61% para -10,03%), laticínios (-0,09% para -2,09%) e arroz e feijão (-0,18% para -4,74%). Os grupos Habitação (0,77% para 0,45%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,57% para 0,38%) também tiveram queda, com destaque para tarifa de eletricidade residencial (1,62% para 0,03%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (de 1,02% para 0,11%). Já os grupos Despesas Diversas (0,46% para 1,28%), Educação, Leitura e Recreação (0,11% para 0,31%), Transportes (0,19% para 0,21%) e Vestuário (-0,51% para -0,26%) tiveram alta, com destaque para cigarros (de estabilidade para 1,82%), salas de
espetáculo (-0,49% para 2,47%), serviços de reparo em automóvel (0,02% para 1,14%) e roupas (-0,83% para -0,59%).

- O INCC - Índice Nacional de Custo da Construção - subiu 0,94%, abaixo do resultado do mês anterior, 1,43%. O grupo Materiais desacelerou, de 2,27% para 1,83%. O grupo Serviços passou de 0,67% para 0,51%. O índice que mede o custo da Mão-de-Obra desacelerou de 0,77% em agosto para 0,18% nesse mês.


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MERCADOS: Ações, Commotidies & Futuros

(As informações são da Dow Jones e Bovespa)

Bovespa fecha em alta de 1,68% com ajuda de Petrobras

A manutenção da taxa básica de juros dos Estados Unidos em 2% ao ano, e os rumores de que um acordo para salvar a gigante de seguros AIG está no forno, salvaram as Bolsas norte-americanas e a brasileira de mais um pregão de enormes perdas. A Bovespa - Bolsa de Valores de São Paulo -, seguindo o comportamento visto na Ásia e na Europa no começo do dia, chegou a tombar mais de 4% pela manhã, mas conseguiu recuperar-se e fechar em terreno positivo, ajudada principalmente, pela recuperação dos papéis da Petrobras e Vale. As ações de siderúrgicas, que caíram na maior parte do pregão, também viraram no final da tarde e deram gás às ordens de compras.

- O índice Bovespa (Ibovespa) subiu 1,68%, aos 49.228,92 pontos, depois de oscilar entre a mínima de 46.261 pontos (-4,45%) e a máxima de 49.313 pontos (+1,85%). No mês, as perdas foram ligeiramente reduzidas para -11,59% e, no ano, para -22,94%. O giro de negócios na Bolsa totalizou ontem, R$ 6,464 bilhões (preliminar). Ontem o Ibovespa havia despencado 7,59%, a maior queda desde 11 de setembro de 2001.

Após superar R$ 1,85, dólar fecha o dia a R$ 1,82
O mercado cambial doméstico continuou sob efeito do processo de desmonte global de investimentos com a crise financeira nos EUA e fechou ontem, com o dólar valorizado em relação ao real - mas longe das taxas máximas do dia, quando atingiu R$ 1,855. No mercado interbancário de câmbio, o dólar comercial encerrou em alta de 0,33% a R$ 1,82. Na mínima do dia, foi negociado a R$ 1,8170. Na BM&F - Bolsa de Mercadorias & Futuros -, o dólar negociados nos contratos de liquidação à vista subiu 0,66%e fechou a R$ 1,819. De acordo com informações do mercado, o volume de negócios no câmbio somava aproximadamente US$ 1,489 bilhão, por volta das 16h45min. No mercado global de moedas, o dólar se fortaleceu em relação às principais divisas, como o euro, que cedia a US$ 1,4127 às 17 horas, de US$ 1,4299 no final da tarde de ontem.


- O índice Dow Jones fechou em alta de 1,30%, aos 11.059,02 pontos, o S&P500 avançou 1,75%, para 1.213,60 pontos, e o Nasdaq teve elevação de 1,28%, aos 2.207,90 pontos.


Bolsas da Europa fecham em baixa com setor financeiro
As principais bolsas européias fecharam em baixa ontem, pressionadas pelos receios sobre a saúde dos setores financeiros e de seguros. Os mercados da Europa chegaram a apresentar fortes perdas, mas diminuíram a queda apresentada ao longo do pregão, acompanhando a recuperação no mercado americano, que operava em alta na altura do fechamento das bolsas na Europa.

- Na Inglaterra, a Bolsa de Londres recuou 3,53%, a 5.025,60 pontos, após ter atingido a mínima de 4.961,2 pontos durante a sessão. Foi a primeira vez em três anos que o índice caiu abaixo de 5 mil pontos. A turbulência nos mercados financeiros atingiu principalmente, as ações do setor bancário. O HBOS teve forte queda durante o dia, após ter sua classificação de investimento reduzida pela agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P). No entanto, diminuiu as perdas até o fechamento e encerrou em baixa de 21,7%. O Royal Bank of Scotland retrocedeu 10%. O banco Lloyds TSB avançou 2,2% por conta de uma exposição limitada à turbulência no mercado americano.

- Na Alemanha, o índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, caiu 1,63%, a 5.965,17 pontos, mas ficou acima da mínima do dia. O banco alemão Commerzbank perdeu 12%, o Deutsche Postbank recuou 8,1% e o Allianz retrocedeu 5,6%. A Volkswagen subiu 9,4% após a Porsche divulgar que aumentaria a participação na companhia alemã para mais de 35%.

- Na Bolsa de Paris o índice CAC-40 terminou em queda de 1,96%, a 4.087,40 pontos, em meio a condições voláteis de negociação e investidores acompanhando notícias do mercado financeiro dos Estados Unidos. O Credit Agricole teve declínio de 5,2%. A France Telecom contrariou a tendência e subiu 4,2% após os comentários de Didier Lombard, diretor-executivo da empresa, ao jornal britânico Financial Times, que sinalizavam a possibilidade de retornos maiores para os acionistas, de acordo com um analista.

- Na contramão dos mercados europeus, a Bolsa de Lisboa fechou em leve alta, de 0,09%, na pontuação máxima do dia.

- Na Espanha, o índice IBEX-35 da Bolsa de Madri também subiu e fechou a 10.911,5 pontos (+0,11%). O Banesto terminou em alta de 7,6% e o Banco Popular avançou 5,5%, liderando a recuperação da bolsa. Os papéis de bancos mais globalizados tiveram aumento menos acentuado. O Santander ganhou 0,2% e o BBVA 0,1%, diante da percepção do mercado de que a exposição ao Lehman Brothers é mínima, de acordo com um analista. A Sacyr Vallehermoso caiu 5,4% após a Galp Energia negar que tinha interesse em adquirir participação de 20% na Repsol.


Rússia - O MICEX -Mercado Interbancário de Câmbio de Moscou -, suspendeu as negociações de todas as ações por uma hora, após registrar uma queda de 15% durante a sessão, de acordo com um porta-voz. Aberta em 1992, a MICEX é uma das maiores bolsas da Federação Russa e da Europa do Leste, abrigando ações e bônus corporativos de 600 companhias russas. Momentos depois, a outra bolsa, a Bolsa da Rússia (RTS), também anunciou a suspensão de negócios por uma hora. O índice RTS cedia mais de 10% no momento da suspensão.


Bolsas Asiáticas - Na Ásia, onde alguns mercados não funcionaram na segunda-feira por causa de feriado, as perdas foram igualmente graves. Na Bolsa de Hong Kong, o índice Hang Seng perdeu 5,44% e terminou aos 18.300,61 pontos, o pior fechamento desde 27 de outubro de 2006. Na Bolsa de Taipé, o índice Taiwan Weighted perdeu 4,9% e encerrou aos 5.756,59 pontos, o pior fechamento desde 28 de outubro de 2005. O índice Kospi da Bolsa de Seul, na Coréia do Sul, encerrou no menor nível desde março de 2007, com uma perda de 90,17 pontos, ou 6,1%, aos 1.387,75 pontos.


Com cenário sombrio, petróleo recua e chega a tocar US$ 90 em NY

O preço do barril do petróleo chegou a tocar os US$ 90 nessa terça-feira, em Nova York com um cenário mais sombrio na economia mundial. As turbulências no mercado financeiro, provocadas pela quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, e os temores de queda da demanda do combustível forçam a cotação a valores menores. Às 12h10 (horário de Brasília), o barril do petróleo cru, para entrega em outubro, era cotado a US$ 93,17 na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês), em queda de 2,65% em relação ao fechamento anterior, fecha ao menor preço desde fevereiro desse ano (US$ 95,71, no menor valor desde fevereiro desse ano). Durante essa sessão, a commodity atingiu a mínima de US$ 90,55 e a máxima de US$ 94,32. Em Londres, o petróleo brent (de referência na Europa) para entrega em novembro, caiu 3,15%, para US$ 91,27, ante a cotação final da sessão de ontem (US$ 94,24). Desde o nível recorde, registrado em julho aos US$ 147, o preço do petróleo em Nova York caiu quase 40%. "Se a agitação econômica continuar, a demanda continuará a cair", disse Jonathan Kornafel, diretor da Hudson Capital Energy. "Há um bocado de pânico nos mercados".


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MERCADO FINANCEIRO

Itaú e Unibanco podem ficar com AIG e Merrill no país

A unidade brasileira do banco Merrill Lynch pode ser absorvida pelo Itaú, enquanto o Unibanco deve aumentar sua participação na representação brasileira da AIG. A reestruturação das operações brasileiras da Merrill Lynch e da AIG, com a possível absorção pelos parceiros locais, faz parte dos desdobramentos da crise internacional que atingiu as matrizes do banco de investimentos e da seguradora. O Merrill Lynch já foi adquirido, por US$ 50 bilhões, pelo Bank of America, acionista do Itaú (detém 7,5% de participação). Outra alternativa prevê o escritório brasileiro da ML - que emprega 300 profissionais no Rio e em São Paulo, permaneça independente e se reporte diretamente ao Bank of America. Nenhum dos dois bancos brasileiros comentou as especulações que circularam pelo mercado. O Unibanco se limitou a informar que a Unibanco AIG - a parceira mantida desde 1997 na área de seguros e previdência, não sofre interferência dos resultados da AIG e que suas reservas técnicas são constituídas de "títulos do mercado nacional".


Mercado vê mais falências de bancos

Algumas semanas atrás, eram muitos os analistas que apostavam que o pior da crise no sistema bancário americano havia ficado para trás. Ontem, no entanto, predominava no mercado financeiro dos EUA a opinião de que ainda há outras instituições por quebrar, a única divergência dizia respeito ao tamanho e à importância delas. Nouriel Roubini, professor da Universidade de Nova York e primeiro a prever essas turbulências, acha que não restará nenhuma corretora ou administradora de recursos independentes. "Seu modelo de negócio, que pede elevada alavancagem [endividamento para investimento], é insustentável se essas empresas não estiverem associadas a grandes bancos", comentou o economista, que é conhecido pelo pessimismo, em entrevista na televisão. Na sua avaliação, o Goldman Sachs e o Morgan Stanley devem começar imediatamente a buscar parceiros se quiserem evitar o destino do Lehman Brothers. Opinião oposta tem Benton Gup, professor da Universidade do Alabama e autor do livro "Too Big To Fail: Policies and Practices in Government Bailouts" (em tradução livre, "Grandes Demais para Falir: Políticas e Práticas em Salvamentos do Governo"). "Creio que ainda vamos ver bancos indo à bancarrota. Mas pequenos, não gigantes", afirma. Para os especialistas, o fato de o governo ter decidido não ajudar a vender o Lehman Brothers se explica principalmente, pelo pequeno perigo sistêmico que a sua falência significaria. "O critério é o impacto. As autoridades perceberam que o Lehman Brothers não significava uma ameaça", explica Gup. "Da mesma maneira que, na história, houve outros resgates, também existiram situações em que o governo federal preferiu não interferir, como os casos Enron e WorldCom. Elas quebraram por corrupção, e ninguém ficou sem telefone ou energia elétrica. O mercado financeiro está bastante nervoso nesse momento, porém não parou de funcionar." Outra diferença é que o banco estava em situação pior do que o Merril Lynch, em termos de prejuízos com os títulos lastreados em hipotecas. Ao deixar bem claro quais são as condições para um salvamento, a administração George W. Bush espera, ainda, minimizar o "risco moral" - quando ajudou o Bear Sterns, foi criticado por dar a entender que estenderia a mão a todos os bancos que se encontrassem em dificuldades. Agora, a mensagem é outra. O forte mau humor observado ontem nas Bolsas de Valores é, em parte, resposta a esse pragmatismo e essa ansiedade em saber quais são as próximas instituições que vão gritar por socorro. De acordo com os registros da FDIC - Federal Deposit Insurance Corporation, Corporação Federal de Seguro de Depósito -, órgão do governo responsável por garantir as operações do setor, 28 bancos pediram falência nos EUA nesse ano, sem contar o Lehman Brothers. "Mais uma centena pode ir à lona nos próximos meses. Assim, os mercados ficarão voláteis por algum tempo. Vai demorar um pouco para a situação se normalizar", frisa Gup.
Pior e melhor - Os prejuízos com a atual crise já fazem dela a pior da história. As perdas poderiam ser ainda maiores, entretanto, não fossem as atuações do Federal Reserve (o banco central norte-americano) e do Tesouro. "Em 1929, ocorreu um verdadeiro derretimento do mercado acionário, o que não está acontecendo agora. Na época, não existia uma política monetária, uma política fiscal como temos hoje. Estamos mais seguros", compara Allen Sinai, presidente da consultoria Decision Economics. Para essa sensação, que tem evitado uma corrida de clientes às instituições financeiras, contribui a garantia da FDIC: no caso de quebra de um banco, seus correntistas podem receber de volta os depósitos até o valor máximo de US$ 100 mil, ou US$ 250 mil, no caso dos planos de previdência privada. Mas as conseqüências para a economia real continuam sendo objeto de debate. "Provavelmente não presenciaremos uma recessão global nos moldes da Grande Depressão, embora os gastos dos consumidores estejam caindo e devam continuar baixos por um bom tempo. É difícil fazer qualquer tipo de previsão", diz Sinai.


Lucro trimestral do banco Goldman Sachs registra queda de 70%

O lucro líquido do banco americano de investimentos Goldman Sachs Group, registrou uma queda de 70%, ficando em US$ 845 milhões (US$ 1,81 por ação) no trimestre encerrado no dia 29 de agosto. No mesmo período de 2007, o lucro da instituição havia ficado em US$ 2,85 bilhões (US$ 6,13 por ação). Os dados foram divulgados na segunda-feira, no final da tarde. O resultado do banco, apesar da queda, foi visto como relativamente positivo, diante dos outros sinais no cenário atual do mercado financeiro: a quebra do Lehman Brothers; a venda do Merrill Lynch; e os problemas de crédito da seguradora AIG, que teve sua nota de risco rebaixada pelas três principais agências de classificação - Standard & Poor's, Moody's e Fitch. A receita do banco caiu para US$ 6,04 bilhões no trimestre, contra US$ 12,3 bilhões um ano antes. "Pensar que qualquer empresa financeira possa sair ilesa da atual crise é ingenuidade", disse à agência de notícias Reuters o gestor de carteiras Walter Todd, da Greenwood Capital Associates. O lucro por ação superou as expectativas dos analistas, que previam um ganho de US$ 1,75. Já a receita ficou abaixo da previsão de US$ 6,3 bilhões.


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COMÉRCIO EXTERIOR


World Food Moscou terá participação brasileira

Entre os próximos dias 23/9 e 26/9, vai se realizar a 17ª World Food Moscou, uma das maiores feiras do mundo do setor alimentício. O Brasil será representado pelo Ibraf - Instituto Brasileiro de Frutas -, que tentará firmar acordos comerciais com os mercados russo, chinês e do sudoeste asiático. O presidente do Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, espera encontrar no Leste Europeu na próxima semana. “A expectativa é a melhor possível, pois em Moscou vamos ter a oportunidade de explorar um mercado com muito potencial para o Brasil. Além da Rússia e da China, esperamos conversar e abrir novas rotas internacionais com outros países da Ásia, incluindo aí as nações árabes. A Rússia já importa muito suco e polpa de fruta brasileira, mas isso pode e deve aumentar”. A feira reúne representantes de 55 países e mais de 1,5 mil expositores.

No estande brasileiro, haverá a exposição de cinco empresas associadas ao Ibraf: Agrícola Famosa (melões), Atlântica Foods (polpa e sucos), Ruette Spices (tangerina e especiarias), Itacitrus (limão, mamão papaia e manga) e RBR Trading (limão, manga e banana). “Uma de nossas principais armas é a exportação de frutas tropicais, justamente agora, quando a Europa começa a se preparar para seu rigoroso inverno e o Brasil estará no verão, podendo suprir a demanda de quem se mostrar interessado em negociar conosco. A nossa exportação tem crescido bastante, especialmente pelo modal aéreo, mas somos dependentes da via marítima”, completa o presidente do Ibraf. As frutas estão entre os 10 principais produtos importados pela Rússia e há margem para crescimento.

O Brasil exportou, em 2007, US$ 2,5 milhões em frutas frescas, liderados pela uva, que sozinha rendeu US$ 1 milhão, e pela laranja, com US$ 840 mil em negócios concluídos. Para ampliar esses números, a Apex-Brasil, o Ministério da Agricultura e o Ibraf, farão uma recepção de negócios aos importadores um dia antes da 17ª Word Food Moscou. O gerente executivo da ABPM - Associação Brasileira dos Produtores de Maçã -, Moises Lopes, explicou que, no ano passado, a Rússia foi o destino de 23% das maçãs exportadas. “O mercado russo aumentou em 21% suas exportações, no ano passado, e para 2008 estima-se um crescimento em 10%. Por isso a idéia em Moscou é introduzir a maçã no mercado russo, já que teremos a oportunidade de encontrar grandes players em nível elevado de importação, atacado e varejo.” E um acontecimento de última hora deve favorecer ainda mais os negócios do Brasil em Moscou. A desvalorização do Dólar, que até duas semanas custava R$ 1,65 e hoje não sai por menos de R$ 1,78, pode acelerar o fechamento de contratos, com vantagens para importadores europeus e exportadores brasileiros. “Essa valorização do dólar é boa para quem exporta, mas lembro que, no outro lado da balança, não podemos nos esquecer que nossos fertilizantes são, 80% deles, importados. O ideal mesmo é um equilíbrio entre as duas partes, mas vamos sentir se essa desvalorização do Real realmente vai surtir efeito somente em Moscou mesmo”, finaliza Moacyr Fernandes.


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MATÉRIAL ESPECIAL


Jornais dos EUA dizem que Fed agiu certo ao deixar Lehman afundar

Os principais jornais americanos foram praticamente unânimes em dizer nessa terça-feira - um dia depois da queda das Bolsas no mundo inteiro - que o Fed (Banco Central dos Estados Unidos) fez bem em não intervir na crise provocada pelo pedido de concordata do banco de investimentos Lehman Brothers. "É estranhamente tranqüilizador que o Departamento do Tesouro e o Federal Reserve tenham deixado o Lehman Brothers fracassar, deixando de subsidiar a embaraçosa venda do Merrill Lynch para o Bank of América, e ter tentado alinhar empréstimos para o American International Group, a seguradora em dificuldades, em vez de eles mesmos fazerem o empréstimo", afirma o "New York Times" em editorial. "Em vez disso, os estonteantes eventos em Wall Street sugerem que o sistema pode estar forte o suficiente para absorver a quebra do Lehman e do Merrill", diz o jornal, que alerta, entretanto, que "o caos no AIG parecer mais difícil de engolir".

Washington Post

Para o Washington Post, a queda do Lehman Brothers e as dificuldades enfrentadas pela seguradora AIG, trazem novas incertezas e perigos para um sistema financeiro global já cambaleante. "Mas o governo americano estava certo ao deixar o Lehman afundar", afirma o editorial publicado ontem. O jornal afirma que apesar de o governo ter ajudado um banco muito menor, o Bear Stearns, quando esse esteve em dificuldades, as duas situações têm diferenças: "o colapso do Bear Stearns foi relativamente repentino e potencialmente chocante para ao sistema financeiro, enquanto a morte do Lehman vinha sendo anunciada há meses, dando aos investidores mais tempo para se adaptar e preparar". "Ou talvez os responsáveis pelas políticas econômicas do país, já tendo ajudado o Bear Stearns e os gigantes de hipoteca Fannie Mae e Freddie Mac, simplesmente escolheram o Lehman para mostrar que o governo não pode resgatar todo mundo. Qualquer que seja a razão, nós achamos que a decisão foi correta", diz o "Washington Post".

Wall Street Journal

No "Wall Street Journal", uma análise afirma que a crise nos mercados financeiros "vai reorganizar o cenário financeiro". "Mas isso não quer dizer que a indústria via encolher dramaticamente. Na verdade, a crise atual pode levar a um aumento na demanda por serviços financeiros, enquanto o mundo luta com a necessidade de novos instrumentos financeiros, novas técnicas de administração de risco e a crescente complexidade do mundo financeiro", afirma o "WSJ". O artigo responsabiliza as próprias empresas por seus fracassos, por terem apostado alto no arriscado mercado das hipotecas de alto risco, e elogia a decisão do Fed de não intervir. O autor Jeremy J. Siegel, professor de Finanças da Universidade da Pensilvânia, acredita que, apesar da crise, não haverá uma Grande Depressão como a dos anos 30. "Eu tomo como uma marca de confiança no nosso sistema que o Fed não tenha se sentido compelido a resgatar o Lehman Brothers como o fez em março passado, quando ajudaram na fusão do Bear Stearns com o J.P. Morgan".

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ANÁLISE SETORIAL


Diversificar culturas é arma contra crise

Após passar por uma entre 2004 e 2006 os produtores brasileiros parecem ter aprendido a lição e se armam de mecanismos para se proteger do colapso que está afetando todo o sistema financeiro. Diante de um cenário de nova alta do dólar e turbulência mundial, os agricultores negociam em euros e aguardam a colheita da safra que já está com em boa parte da produção travada a preços remuneradores nas Bolsas de Mercadorias. Na maior cooperativa do País, a Coamo, as vendas de uma safra começam até um ano antes da colheita. "Recebemos 4,3 milhões de toneladas de grãos, então esse artifício é fundamental para se ter flexibilização na hora da comercialização", disse, Haroldo Galassini, diretor presidente. Pela sua participação no mercado agrícola a Coamo será anunciada essa semana como a empresa do ano pela Bolsa de Chicago. De olho no potencial investidor dos produtores, a Bolsa de São Paulo iniciou, no último fim de semana, o programa "BMF&Bovespa vai ao campo".

O primeiro evento ocorreu no município de Campo Mourão/PR, mas já estão programadas visitas em mais 10 agrocapitais. Segundo o diretor de commodities da Bolsa, Ivan Wedekin, o potencial do setor agrícola no Brasil deve ser mais bem explorado, os contratos agropecuários respondem por apenas 0,8% do que é negociado na BM&F. "O cenário já está melhorando. A safra do café foi negociada 3,5 vezes e o boi já está quase superando uma safra", afirmou. Wedekin atribuiu a elevação de 1,30 milhão para 3,03 milhões do número de contratos no acumulado de janeiro a agosto, a maior liquidez do setor agrícola nesse ano, o que motivou a entrada de novos participantes no mercado. O volume financeiro dos contratos de 2008, já ultrapassam US$ 5,22 bilhões. Mesmo quem teve redução de lucro irá apostar novamente no mercado futuro. "Fiz oito contratos para 150 sacas de soja e deixei de ganhar US$ 10 por saca, mas a pessoa que não se ajusta está fora do mercado" disse Antonio Guerreiro, proprietário da Fazenda Sião, no Município de Farol/PR.

Alta do Dólar - Além de se livrar de boa parte do risco que as oscilações nos preços dos grãos estão gerando no segundo semestre, os produtores do Paraná parecem preparados para a reversão na cotação do dólar. "Hoje os produtores da região têm seus negócios muito mais atrelados ao euro, que continua com uma cotação elevada em relação ao dólar", avaliou Galassini. Para o presidente da Coamo, a alta do dólar não trará grandes efeitos ao produtor brasileiro e poderá até ser benéfico do ponto de vista do exportador. "Estamos colhendo oportunidades com os riscos atuais", destacou. Segundo Galassini, 2008 já é considerado o melhor ano para a agricultura, com a maior safra de todos os tempos sendo negociada a bons preços. Prova disso é a previsão de faturamento da Coamo, que é de R$ 4,30 bilhões ante R$ 3,45 bilhões em 2007.


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LOGISTICA & Infraestrutura


Investimentos lentos - Apesar da grande demanda por investimentos portuários, os dados oficiais apontam que, até julho, os portos brasileiros haviam conseguido gastar apenas 6,4% do orçamento anual do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento -, menina dos olhos da Ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil.Zero - No mesmo período, o Porto de Santos - maior do País – mostra um percentual 0%. Ou seja, o ex-presidente Bella Filho da Codesp não conseguiu aproveitar e gastar um único real do orçamento anual do PAC.

Herança maldita - Na semana passada foi novamente cancelada - agora sine die - a concorrência da avenida perimetral do Guarujá, outra obra do PAC do Porto de Santos. Além do edital publicado pelo ex-presidente Bella Filho conter irregularidades, a comissão de licitação por ele nomeada – que estranhamente não conta com um engenheiro na coordenação – se atrapalhou ao responder questionamentos de licitantes. Até a gestão Bella Filho tais fatos não ocorreriam.

Férias eternas - São fortes os comentários no Porto de Santos que o diretor de Infra-estrutura, Moreira da Silva, responsável pela execução das obras do PAC na Codesp, saiu de férias por 30 dias e não volta mais para o cargo.

Ainda mandando - Preocupa a comunidade portuária do Brasil o fato de Bella Filho ocupar o segundo posto da Secretaria Especial de Portos, já que foi demitido do Porto de Santos devido aos desacertos cometidos quando o presidiu.

Sucesso - Era 200 o número de pessoas que trabalhavam no Porto de São Sebastião, no ano passado. Nesse, entre avulsos e funcionários da administração, hoje são 585. É que “o compromisso era dobrar a movimentação de cargas em São Sebastião. E estamos conseguindo", disse Frederico Bussinger, ex-diretor da Codesp e presidente da Docas de São Sebastião.

VLT nordestino - O Governo Federal vai investir numa ligação entre a linha sul do metrô de Recife e o Porto de Suape, por meio de um sistema de VLT - Veículo Leve sobre Trilhos. Já em Santos, a verba federal para o VLT será somente de empréstimos do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Social.Ineditismo - Primeiro porto do mundo que implanta o conceito de Clube de Serviços, Paranaguá utiliza pioneiras técnicas voltadas à prevenção da poluição ambiental em diversas áreas dos serviços portuários. Se para o bem ou para o mal, dependerá dos resultados.

No Pará - Recursos do Dnit - Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - serão canalizados para a construção de cinco novos terminais hidroviários para transporte de passageiros e carga no Pará. Serão agraciadas Belém, Abaetetuba, Cametá, Óbidos e Juruti.

Falta tudo - Com as descobertas de petróleo na área do pré-sal, o país enfrentará a falta de portos, navios e plataformas capazes de atender a essa nova demanda. O Governo Federal precisará, com a maior urgência, integrar equipe multidisciplinar envolvendo os ministérios de Minas e Energia, Indústria, Transportes e Portos para tratar do assunto.

Dia do Agente Marítimo - O Senado da República aprovou, dia 10/9, o Projeto de Lei da Câmara nº 50/2007, de autoria do Deputado Federal Leonardo Picciani (PMDB/RJ), que institui o "Dia Nacional do Agente Marítimo", a ser comemorado em todo o território nacional no dia 23/7 de cada ano. Só falta sanção do presidente Lula.

ALL, de novo - Dois vagões da ALL - América Latina Logística - em composição que seguia com destino ao Porto de Santos/SP, descarrilaram em Três Lagoas na semana passada.

Oportunidade histórica - Um quarto das escassas novas áreas agricultáveis e economicamente viáveis no mundo estão localizadas no Brasil. Isso, somado à elevação da renda per capita dos países emergentes, que aumenta a demanda de alimentos, aliada a necessidade de a humanidade substituir as fontes combustíveis fósseis por energia renovável, como o etanol, além da crescente demanda mundial de minerais e suas manufaturas, dão ao Brasil enormes perspectivas de um espetacular crescimento nas exportações.

Falta iniciativa - O histórico crescimento das exportações somente do agronegócio brasileiro, mostra essa tendência: em 1997 o País exportou 40 milhões de toneladas, em 2007, 103 milhões e, em 2017, aponta-se um mínimo de 170 milhões. Enquanto isso, nos últimos 5 anos o Governo Federal não colocou em licitação nenhum novo terminal no porto de Santos, o maior do País.

BNDES financiará ferrovia - De acordo com BNDES, a conexão das rotas de comércio internacional entre os oceanos Pacífico e Atlântico, é o principal desafio para a ampliação dos intercâmbios comerciais entre os países da América do Sul. Automaticamente, o projeto cria também uma nova rota de escoamento de commodities para a Ásia. O Banco anunciou chamada pública para estudos de viabilidade do corredor ferroviário que ligaria o Porto de Santos ou de Paranaguá ao chileno de Antofagasta.

Contramão boa - A aceleração do PIB - Produto Interno Bruto - brasileiro vai na contramão do resto da economia global, que diminuiu o seu ritmo no segundo trimestre desse ano. Dentre as 20 maiores economias globais, além do Brasil, somente dois países tiveram uma expansão no segundo trimestre superior à registrada nos três primeiros meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2007: Brasil, México e Indonésia.

Não saiu - Ainda não foi dessa vez que o Porto de Santos recebeu a DC - Declaração de Cumprimento - do ISPS Code, o código internacional de segurança portuária, após inspeção da Conportos - Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis. Dentro de alguns meses, nova tentativa.

Quase lanterna - Já quanto à facilidade para fazer negócios, dentre 181 países, segundo a Doing Business, relatório publicado pelo Banco Mundial, o Brasil fica no final da lista: 125ª posição. Os 25 melhores colocados são, nessa ordem: Cingapura, Nova Zelândia, Estados Unidos, Hong Kong (China), Dinamarca, Reino Unido, Irlanda, Canadá, Austrália, Noruega, Islândia, Japão, Tailândia, Finlândia, Geórgia, Arábia Saudita, Suécia, Bahrein, Bélgica, Malásia, Suíça, Estônia, Coréia, Ilhas Maurício e Alemanha.


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MERCADO DE LUXO


Harley-Davidson para tirar um som

Um dos maiores ícones de estilo de vida vai além das cantadas de pneus... A Harley-Davidson é a primeira na lembrança dos amantes do motociclismo. A lendária montadora acaba de lançar uma novidade que vai agradar os adoradores da marca e os aficionados por música. Numa parceria com a fabricante de guitarras Fender, foram criados três modelos inspirados na mítica marca das duas rodas. As peças serão leiloadas e foram produzidas para comemorar os 105 anos da grife. Preço mínimo por cada: US$ 7,5 mil. Os interessados podem dar uma olhadinha nas três belezas o site da montadora: www.harley-davidson.com.

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