Edição 837 | Ano IV


Da redação - Brasília / DF
Economistas não concordam com otimismo de Mantega sobre PIB 2014
O desempenho da economia será melhor neste ano do que em 2012, mas o Produto Interno Bruto (PIB) “não deve crescer a uma taxa alta”, de até 4%, como prevê o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Assim entende o professor de economia da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP) Emerson Marçal, para quem o cenário do momento não permite projetar uma evolução acima de 2,5% a 3% em 2013. Coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da FGV-SP, Marçal diz que o baixo patamar de investimentos, de 18,1% em 2012, não estimula a retomada da economia. Para ele, se o governo quer um crescimento mais robusto, “precisa acelerar uma agenda de reformas e de ações de longo prazo” para racionalizar o sistema tributário e melhorar a infraestrutura do país, além de investir mais em capital humano e na busca de acordos comerciais.

Essas ações, na avaliação do economista Vagner Jaime Rodrigues, da Trevisan Gestão & Consultoria (TG&C), ajudarão a baixar o custo Brasil, que reduz em torno de 34% a competitividade dos preços de produtos brasileiros lá fora, de acordo com cálculos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Também contribuirão para melhorar a baixa produtividade média da mão de obra nacional, segundo ele. Rodrigues ressalta que o baixo crescimento de 0,9% do PIB em 2012 se contrapõe à pequena taxa de desemprego e diz que há uma aparente incoerência nesses indicadores: “Felizmente, o país trabalha praticamente em pleno emprego, mas a baixa performance de parcela expressiva dos recursos humanos limita as possibilidades de crescimento da produção e de expansão do PIB.”

Como exemplo, ele diz que a produtividade nos serviços caiu 9% entre 1950 e 2005. Por isso, o Brasil tem mais pessoas trabalhando para produzir o mesmo volume, o que explica, em grande parte, a estagnação do PIB. O economista ressalva que, além de mitigar a produção e os resultados das empresas, a baixa produtividade eleva os custos operacionais, que são transferidos para o preço final dos produtos e serviços, com reflexos negativos na inflação e na competitividade externa.

Por essas razões, o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, enfatiza que “baixar o custo de se produzir no Brasil é imperativo e tem que ser rápido”. Ele elogia “algumas iniciativas importantes e corajosas” do governo, como a desoneração da folha de pagamento em quase 40 setores da atividade econômica, mais acesso ao crédito, queda dos juros, estímulos tributários em alguns segmentos do comércio e redução dos preços de energia elétrica. Coelho lembra, porém, que a efetiva implementação das medidas leva tempo. “Corremos o risco de perder o ano de 2013.”

Além da redução dos investimentos, os analistas veem com preocupação adicional a desaceleração das atividades da construção civil. Números do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) mostram que, depois do crescimento de 11,6% em 2010, o desempenho do setor caiu para 3,6% em 2011 e encerrou 2012 com aumento de apenas 1,4%. Como se isso não bastasse, o valor adicionado da construção registrou retração de 0,5% no último trimestre do ano passado, comparado ao trimestre anterior.  (Fontes: Agência Brasil e Assessoria de Imprensa da FGV)

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INDICADORES ECONÔMICOS

Da redação - São Paulo / SP
Puxada pelo tomate, inflação de hortaliças subiu 30%
Fazer feira está mais caro em 2013 do que em 2012. A variação acumulada em janeiro e fevereiro de 2013 registrou aumento de 30,14%. O tomate, mais uma vez, foi o vilão das hortaliças. Segundo o IPC-M, índice de preços ao consumidor que compõe o IGP-M, só nos dois primeiros meses do ano o fruto já subiu 50,21%. A alta foi ainda maior se considerado o acumulado dos últimos doze meses — o aumento foi de 74,82%, entre março de 2012 e fevereiro de 2013.
Para André Braz, economista do FGV/IBRE responsável pelo levantamento, esse comportamento no preço das hortaliças e, principalmente, do tomate – especialmente no primeiro trimestre –, é considerado normal dado o rigor do clima (sol e chuvas fortes). “É provável que em março os preços subam menos indicando o início do ciclo de baixa no preço do produto. No outono, o clima é mais ameno e a oferta do fruto cresce contribuindo para preços mais baixos”, diz Braz.
A cenoura (35,79%), a batata-inglesa (35,08%) e a cebola (31,47%) também registraram forte alta de preços no mesmo período. Enquanto isso, Braz dá a dica: “o consumidor pode substituir os produtos, comprar menos e pesquisar bem os preços. Com essa postura ele contribuirá para limitar os aumentos de preço”.  (Fonte: Assessoria de Imprensa da FGV)


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MERCADO FINANCEIRO

São Paulo / SP
Dono do Grupo Caoa faz oferta pelo banco BVA
O proprietário do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, voltou à carga para tentar comprar o banco BVA, sob intervenção do Banco Central (BC) desde 19 de outubro. O empresário fez ontem uma proposta ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para adquirir com um desconto de 65% o R$ 1,3 bilhão que o Fundo aportou na instituição financeira. Ainda não é possível afirmar que o banco se livrou da liquidação pelo BC, mas a probabilidade de salvamento aumentou.

Andrade negociou por alguns meses com o FGC, mas as partes não chegaram a um acordo. No dia 7 de fevereiro, as conversas foram encerradas. De lá para cá, o empresário procurou cerca de uma centena dos maiores credores do BVA com uma proposta de desconto de 65% dos valores que cada um detinha no banco antes da intervenção. Há também a opção de ele pagar 50% do crédito, mas em um prazo mais longo, de até cinco anos. Condições. Nem todos aceitaram a proposta até o momento, e essa é uma das condições que precisam ser cumpridas para evitar a liquidação. A outra é a aprovação pelo BC. O famoso empresário do ramo automotivo era um dos maiores credores individuais do BVA, com R$ 500 milhões depositados em dinheiro e R$ 100 milhões em participação acionária. O maior credor é o próprio FGC.

No dia 18 de fevereiro, o interventor do BC, Eduardo Bianchini, encaminhou para Brasília um relatório em que descreveu as condições do BVA. Junto com esse trabalho, foi enviado também um levantamento elaborado pela empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers, que apontou um passivo a descoberto de pouco mais de R$ 1,5 bilhão na instituição. Essa auditoria foi contratada pelo FGC para que os números do BVA pudessem ser apresentados a eventuais interessados em comprar o banco. Algumas instituições pediram para ver os números, mas, desde o início, pessoas que acompanham de perto o processo acreditavam que apenas Andrade teria real interesse. Por duas razões: evitaria a perda dos R$ 600 milhões e compraria um banco para poder financiar diretamente as vendas de suas empresas na área automotiva.
Estima-se que o passivo total do BVA é de R$ 4,5 bilhões. Os cem maiores credores, incluindo o FGC, possuem cerca de R$ 4 bilhões. A proposta ao Fundo será levada para os conselheiros - integrantes dos grandes bancos do País. A expectativa de pessoas a par do assunto é de que seja aprovada. Caberá, então, a Andrade convencer os outros cem investidores (ou, pelo menos, a maioria absoluta deles).

O Estado apurou que a adesão, até o momento, é considerada positiva. Desde que a negociação com o FGC emperrou, cerca de 10 executivos do BVA procuraram diretamente seus clientes para tentar convencê-los a aceitar a proposta de Andrade que estava sobre a mesa. Quem possuía, por exemplo, R$ 100 milhões, tinha duas opções. Receber à vista R$ 35 milhões ou R$ 50 milhões em até cinco anos.

Um dos temores do empresário é de que a informação da proposta ao FGC encoraje os credores menores, levando-os a pedir mais dinheiro para vender seus créditos no BVA. Mas Andrade, conhecido por ser um negociador duríssimo, já disse nos bastidores das negociações que não aceitará colocar um centavo a mais na proposta. Nessa proposta, estima-se que ele aportará cerca de R$ 1 bilhão em dinheiro vivo. O aporte total pode chegar a R$ 2 bilhões, incluindo R$ 600 milhões que ele tinha no banco e outros R$ 500 milhões para fazê-lo funcionar novamente, caso o BC permita. Procurados, FGC e Andrade não quiseram se pronunciar. (Agência Estado)


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INDÚSTRIA

São Paulo / SP
Fibria também reajusta preço da celulose
A Fibria, maior fabricante mundial de celulose de eucalipto, confirmou nesta sexta-feira o anúncio de um novo reajuste no preço da celulose vendida no mercado internacional. O aumento, de US$ 20 por tonelada, é válido a partir de hoje e tem as mesmas características do reajuste comunicado pela concorrente Suzano Papel e Celulose na semana passada. A Fibria não confirmou os novos preços praticados no mercado internacional, porém tradicionalmente os valores anunciados pela empresa e pela Suzano são semelhantes. De acordo com a Suzano, os novos valores praticados são de US$ 820 para a Europa, US$ 870 para a América do Norte e US$ 720 para a Ásia. Esta é a segunda rodada de aumentos promovida pelas fabricantes de celulose de eucalipto, insumo no qual o Brasil é referência mundial, e pela segunda vez consecutiva a Suzano oficializou o aumento antes da Fibria.
Em dezembro, a Suzano comunicou reajuste de US$ 20 a US$ 30 por tonelada a partir de 1º de janeiro. Na oportunidade, os preços foram elevados de US$ 830 para US$ 850 por tonelada na Europa, de US$ 780 para US$ 800 por tonelada na América do Norte e de US$ 670 para US$ 700 por tonelada na Ásia. (Agência Estado)


São Paulo / SP
Grendene fará móveis com designer Philippe Starck
A fabricante de calçados Grendene vai entrar em um novo segmento, em parceria com o designer francês Philippe Starck. A empresa anunciou na quinta-feira a criação de uma subsidiária para produção de móveis e complementos usando o plástico como matéria-prima. Segundo a Grendene, serão produtos ?com design sofisticado e custo acessível para a classe média?. O investimento inicial na nova empresa será de R$ 22 milhões. ?Este segmento de negócio, segundo nossas estimativas preliminares, poderá alcançar uma receita anual de aproximadamente R$ 100 milhões em dois anos?, disse Francisco Schmitt, diretor de Relações com Investidores da Grendene, por meio de sua assessoria de imprensa. A Grendene terá 42,5% do capital total e 50,1% do capital votante do novo negócio, que terá como sócios, além de Starck, a ABCDEFGHI Participações, empresa controlada por Nizan Guanaes, o fundo de investimentos FIP Santana, controlado por André Esteves, do banco BTG Pactual, e outros sócios com menor participação. A gestão do negócio será compartilhada entre a fabricante de calçados e Philippe Starck. O francês é um dos mais renomados designers do mundo, tendo trabalhado como diretor de arte da Pierre Cardin e em empresas de móveis italianas, como Driade e Baleri. Em 1979, fundou sua própria empresa, a Starck Productions.  (Agência Estado)

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AGROBUSINESS

Da redação - Brasília / DF
Autoridades do Mapa negociam comércio de carne brasileira
O secretário de Defesa Agropecuária, Ênio Marques, e o diretor do Departamento de Saúde Animal, Guilherme Marques, do Ministério da Agropecuária, Pecuária e Abastecimento (Mapa), visitam a Arábia Saudita e o Catar, neste final de semana, no intuito de suspender restrições à carne bovina. Na Turquia, os representantes negociarão o certificado fitossanitário para comércio de bovinos vivos. A ideia é prestar, pessoalmente, esclarecimentos às autoridades sanitárias do oriente médio, quanto às considerações da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Segundo o secretário de Relações Internacionais do Mapa, Célio Porto, é importante restabelecer as negociações comerciais com os países que impuseram a restrição. "Eles já receberam o documento com as observações da OIE, mas a nossa visita é fundamental para sanarmos todas as dúvidas e restabelecer as negociações", informou. (Fonte: Assessoria de Comunicação do Mapa)

Da redação - Brasília / DF
Ex-dona da Tortuga cria a Fabiani Saúde Animal
Acelerada pelas boas perspectivas para o mercado pecuarista e de criação de animais, nasceu na última sexta-feira, dia 1/3, a Fabiani Saúde Animal (www.fabianisaudeanimal.com.br), empresa remanescente da Tortuga Companhia Zootécnica Agrária (www.tortuga.com.br), fundada em 1954 pela família Fabiani e vendida em agosto do ano passado para o grupo químico e farmacêutico holandês DSM (www.dsm.com). 
O nascimento da empresa carrega o espírito empreendedor de Creuza Rezende Fabiani e os 60 anos de tradição da Tortuga, empresa de nutrição e saúde animal que dirigiu por 30 anos com a missão de desenvolver novos conceitos e tecnologias voltadas ao aumento da produtividade do rebanho nacional. 
"Ao colocar o nome da minha família no negócio, quero demonstrar a confiança na competência da equipe que me acompanha e transferir nossas seis décadas de dedicação através da Tortuga ao desenvolvimento do segmento de saúde animal", assinala a empresária. 

Com expectativa de faturar R$ 60 milhões este ano, a Fabiani Saúde Animal herda todo portfólio de produtos do segmento de saúde animal da Tortuga, com qualidade já reconhecida em todo país, entre eles marcas como Proverme, Vitagold, Ferrodex e Tormicina, que manterão os mesmos nomes. A empresa também desenvolve produtos nas categorias de terapêuticos hormonais, tônicos e fortificantes, vitamínicos e minerais, antibióticos, anti-helmínticos e ectoparasiticidas. "Com o legado de pioneirismo e empreendedorismo da nossa família, continuaremos mantendo o mesmo ritmo de inovação tecnológica e investimentos constantes em pesquisa e desenvolvimento", afirma Creuza Fabiani. "A divisão de saúde animal da Tortuga sempre foi reconhecida por sua qualidade e estamos certos de que é possível continuar crescendo, a partir de agora, com nossa nova marca Fabiani Saúde Animal", acrescenta. 

Os produtos fabricados pela nova empresa são comercializados para produtores rurais por meio de distribuidores e revendas de todo país, que já eram clientes da Tortuga, para atender criadores de diversos setores, como gado de corte, gado de leite, suínos, aves, caprinos, ovinos, equídeos e animais domésticos, como cães e gatos.  Com sede administrativa em São Paulo e 230 colaboradores, a companhia possui também um laboratório de alta tecnologia no bairro de Santo Amaro, na capital paulista, que atende a todos os requisitos de qualidade inerentes à sua atividade, onde produz e distribui seus produtos, além de dois centros experimentais nas cidades de Maracaju e Rio Brilhante, no Mato Grosso do Sul.
(Fonte: Assessoria de Imprensa Fabiani)


Da redação - São Paulo / SP
Previsão de menor disponibilidade de polpa cítrica em 2013
A safra de laranja (2013/2014) no cinturão citrícola de São Paulo e Minas Gerais deve ser 23,0% menor em relação à temporada anterior, segundo a Associação Nacional da Indústria Exportadora de Suco de Laranja (Citrus BR).
Em 2012/2013, foram colhidas 364,0 milhões de caixas de laranja. A previsão para a temporada 2013/2014, com início em maio deste ano, é de 241,0 milhões de caixas. Em São Paulo, segundo levantamento da Scot Consultoria, a tonelada da polpa cítrica peletizada está cotada em R$430,00. Os primeiros preços são especulações. O alimento está 20,2% mais caro em relação ao mesmo período do ano passado. Considerando a praça de São Paulo, são necessárias 4,34 arrobas de boi gordo para a compra de uma tonelada de polpa cítrica. Na comparação com fevereiro de 2012 são 20,1% mais arroba para a compra da mesma quantidade de polpa. Considerando o rendimento médio de polpa resultante do esmagamento da fruta, e 86,0% da produção total de laranja (montante destinado à indústria), deverão ser produzidas 698,4 mil toneladas de polpa cítrica em 2013. O volume estimado para 2012 é de 1,05 milhão de toneladas.  (Fonte: Scot Consultoria)

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MERCADO AUTOMOTIVO

São Paulo / SP
Ford é multada em R$ 400 milhões por contratação irregular
A Ford do Brasil foi condenada a pagar uma indenização de R$ 400 milhões por contratação irregular de funcionários terceirizados supostamente deficientes na unidade de Tatuí, interior de São Paulo, onde mantém um centro de desenvolvimento e pista de teste de automóveis. A sentença, em primeira instância, é do Tribunal Regional do Trabalho da 15.ª Região e cabe recurso. Assinada no dia 20, a sentença do juiz Marcus Menezes Barberino estabelece ainda a recontratação, desta vez diretamente pela Ford, de 280 funcionários antes terceirizados e que estão afastados desde agosto. A montadora tem prazo de 60 dias para iniciar a recontratação, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.

A ação envolve também a Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape), que indicou os funcionários para a montadora. Segundo o TRT, a entidade é beneficiada pela isenção de tributos federais por contratar pessoas deficientes, mas nenhum dos funcionários que estava na Ford tem deficiências. "O caso retrata a violação de direitos socioeconômicos de trabalhadores contratados por pessoa interposta e a violação a direitos constitucionais voltados à dignidade humana, além de proporcionar a precarização do contrato de trabalho", diz Bruno Ament, procurador do Ministério Público do Trabalho de Tatuí, que moveu a ação em 2011.

A Ford mantinha convênio com a Avape desde 2000. Ao usar esse tipo de mão de obra terceirizada, estava isenta de recolher direitos trabalhistas previdenciários e, segundo o Ministério Público, agiu de má-fé. Em nota, a montadora informou que "o processo ainda encontra-se sub judice. Por este motivo, não se pronunciará neste momento, pois aguarda uma solução final por parte dos órgãos competentes". Pela decisão do juiz Barberino, que utilizou em sua sentença de 48 páginas até dados do balanço financeiro da matriz da Ford, a multa equivale a R$ 200 milhões a título de reparação aos bens constitucionais e socioeconômicos violados pelas requeridas e a R$ 200 milhões para "reparação pelo dumping social".

O valor será revertido à comunidade de Tatuí para ser aplicado em políticas de inserção de pessoas com deficiência, ao Fundo Estadual de Direitos Difusos e ao Fundo Nacional de Promoção aos Direitos Difusos e Coletivos. Se perder a ação, a empresa também terá de arcar com R$ 8 milhões de custos do processo. A multa é dirigida à Ford e à Avape - que encerrou atividades em Tatuí no ano passado, após a liminar que determinou o afastamento dos funcionários contratados irregularmente. Seus bens estão indisponíveis mas, no entendimento do Ministério, a multa deverá ser assumida pela Ford, também condenada a realizar comerciais informando sobre "o dano causado pela venda de gente, o dano à dignidade da pessoa humana, e aos bens constitucionais protegidos como o direito ao trabalho".

Em nota, a Avape afirmou que "a sentença, de primeira instância e, portanto, sujeita a recurso, é obscura, contraditória e com valor absurdo. Por isso, está entrando na Justiça com embargos de declaração". A Avape, organização não governamental criada em 1982, informou ter seis unidades em São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Taubaté e São José dos Campos e que realiza cerca de 800 mil atendimentos por ano. Diante da multa e da interdição dos bens, disse que não terá condições de continuar operando essas unidades. No site da Avape constam parcerias com empresas como Mercedes, Peugeot, GM, VW, IBM, Petrobrás e Vivo, além de OAB-SP e Governo de São Paulo.  (Agência Estado)


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COMÉRCIO EXTERIOR

Da redação - Brasília / DF
Brasil deve responder por 44% das exportações mundiais de soja em grão em dez anos
Nos próximos dez anos, o Brasil deve continuar tendo papel fundamental no comércio internacional de produtos agropecuários, segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado durante o Agricultural Outlook Forum 2013, em fevereiro. Os maiores destaques serão a soja em grão brasileira, com participação de 44% nas exportações mundiais, e a carne de frango produzida no País, com participação de cerca de 53% do mercado.

A expectativa é que sejam exportadas 144,3 milhões de toneladas de soja em grãos na safra 2022/23, sendo que o Brasil deve responder por 63,8 milhões de toneladas desse total. A maior participação, em seguida, é dos Estados Unidos (43,8 milhões de toneladas ou 30% do mercado internacional), com a Argentina em terceiro lugar (17,5 milhões de toneladas; 12,1%). Relativo à carne de frango, a participação brasileira no mercado externo deve ser ainda maior. A previsão é que sejam comercializadas cerca de nove milhões de toneladas entre os países, com o Brasil respondendo por 53% (ou 4,76 milhões de toneladas). Em seguida, aparecem os Estados Unidos (3,89 milhões; 43,3%) e União Europeia (1,3 milhão de toneladas; 15%).

No comércio de carne bovina a liderança de exportações será da Índia, seguida por Brasil, Estados Unidos e Austrália, respectivamente. Esses quatro países devem responder por 94,7% da exportação nos próximos 10 anos – o Brasil deverá ter 23,3% desse mercado. Segundo o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, as projeções apontadas pelo governo norte-americano confirmam as expectativas brasileiras para o posicionamento estratégico do país entre os maiores exportadores agropecuários do mundo. “Os investimentos cada vez maiores nos campos brasileiros têm nos possibilitado fazer uma frente maior entre os grandes mercados mundiais”, afirmou. (Fonte: Assessoria de Comunicação do Mapa)

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TI, WEB e e-COMMERCE

Da redação - Brasília / DF
Nove aceleradoras são escolhidas pelo programa Start-up Brasil
Nove aceleradoras foram selecionadas na primeira etapa do programa Start-up Brasil, criado Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), para impulsionar a indústria de software no Brasil. Foram habilitadas seis empresas: 21212, Aceleratech, Microsoft, Papaya, Pipa e Wayra. Outras três – Fumsoft, Outsource e Start You Up – foram qualificadas. Essas empresas foram escolhidas por meio de edital público elaborado pelo MCTI como parte das ações do Programa Estratégico de Software e Serviços de Tecnologia da Informação, o TI Maior. A lista dessas companhias foi apresentada ontem em São Paulo pelo secretário de Política de Informática (Sepin), Virgílio Almeida.
O fato de nove aceleradoras terem sido credenciadas em vez de seis, como previsto inicialmente, foi creditado à qualidade e à variedade das propostas apresentadas, além da agilidade do ecossistema do setor em se adaptar ao projeto. “O mercado brasileiro amadureceu. As propostas recebidas apresentaram qualidade de benchmarket internacional”, disse o secretário Virgílio.

O total de investimento privado entre as aceleradoras selecionadas está previsto em 36 milhões de reais, sendo 25 milhões de reais para o aporte financeiro e o restante, para business services (serviços variados como infraestrutura, equipamento etc.).  “As aceleradoras terão o compromisso de colocar as start-ups com ideias inovadoras, rapidamente no mercado”, disse o representante da pasta federal, que afirma que governo quer criar start-ups capazes de competir em nível internacional e fazer do Brasil um player global no setor de software e serviços. As aceleradoras credenciadas deverão apoiar cada uma entre oito e dez empresas nascentes, totalizando até 100 start-ups. Cada start-up receberá também 200 mil reais em recursos federais para desenvolver o negócio em até 12 meses.

Próximos passos - A segunda etapa do programa envolve o lançamento de edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) para definir as regras de seleção das start-ups que serão aceleradas pelas nove empresas selecionadas. Dessas start-ups, até 25% poderão ser de origem internacional. Na etapa, a agência de fomento e o MCTI vão liberar 14 milhões de reais no primeiro ano para o desenvolvimento da tecnologia e seus serviços. O edital deve ser anunciado até o fim de março. “Estamos trabalhando em conjunto para os ajustes finais”, informou Virgilio Almeida. “As aceleradoras assinarão um termo de compromisso de metodologia e tempo de aceleração. Nós temos tido compromisso especial com o cronograma o para que todo o processo seja leve, fácil e eficiente.”
Está prevista a criação de uma estrutura de apoio que contempla, dentre outras frentes, marketing e vendas e suporte legal. Além da aceleração de 190 empresas nascentes até 2015, as ações do Start-up Brasil incluem a estruturação de um polo internacional para atração de investimentos, apoio à captação de recursos de fundos internacionais de venture capital e presença institucional do Brasil no Vale do Silício (EUA), sob a coordenação da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil).
(Fonte: Agência do MCTI)


São Paulo / SP
Site ajuda freelancers brasileiros a encontrar projetos no exterior
Serviços virtuais que chegaram ao Brasil recentemente ajudam profissionais que trabalham como autônomos a encontrar novos clientes, inclusive do exterior. O site australiano Freelancer.com, que ganhou versão brasileira no fim do ano passado, permite que o profissional autônomo indique quais são suas habilidades e receba alertas sobre projetos que ele pode pode realizar. 
A empresa cobra uma taxa que varia entre 3% e 10% do valor de cada contrato. O portal tem 7 milhões de usuários, com 33,6 mil no Brasil - 3.360 são empresas que contratam free-lancers. As companhias que mais recrutaram brasileiros são dos Estados Unidos (44,2%), do Reino Unido (9,5%) e do Canadá (5,2%).

Em um sistema parecido com lojas on-line como Mercado Livre, em que os compradores avaliam o desempenho do vendedor, as empresas que usam o Freelancer.com também podem fazer comentários sobre o desempenho dos profissionais. Segundo Sebastián Siseles, 35, diretor do site para a América Latina, a tecnologia é a área que mais demanda brasileiros para trabalhos temporários. Mas ele afirma que a tendência é que isso mude no futuro. "Quando se trata de um serviço virtual, as empresas que chegam primeiro são, geralmente, do mundo tecnológico. Para mim, o setor que vai crescer mais é o do marketing digital."

Outro site para free-lancers é o brasileiro Beeqo, uma rede social para autônomos com 3.500 cadastrados. Ali, é possível fazer um perfil e ser encontrado por possíveis contratantes e também indicar amigos. A empresa aposta na integração com outras redes sociais. O internauta pode divulgar o perfil com suas informações. "Isso aumenta a visibilidade e eleva a taxa de 'viralização' do próprio Beeqo", destaca Eduardo Farias, 33, diretor de novos negócios do sistema.  (Agência Folha)

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INFRAESTRUTURA e LOGÍSTICA

São Paulo / SP
Gol informa que vai prosseguir com demissões na Webjet
A Gol Linhas Aéreas informou neste sábado, por meio de nota, que irá prosseguir com o "desligamento" de 850 funcionários da Webjet, demitidos em 23 de novembro 2012 e reintegrados, por ordem judicial, em 27 de dezembro do ano passado. A empresa considerou "frustradas" as negociações para a manutenção no quadro de funcionários após as propostas apresentadas serem rejeitadas. "Por aproximadamente dois meses, a companhia apresentou propostas de negociação, que foram rejeitadas. Tendo exauridas todas as tentativas, a companhia considera as negociações mantidas frustradas e se viu limitada a prosseguir com os desligamentos do seu quadro", informou.
A Gol não informou quantos funcionários serão mantidos na empresa, nem o total de demitidos. No último dia 6 de fevereiro, o vice-presidente técnico da Gol, Adalberto Bogsan, reiterou, à Agência Estado, que a Gol não recuaria da decisão do encerramento das atividades da WebJet e da demissão dos 850 tripulantes e profissionais de manutenção. Na quarta-feira passada, a Gol entrou com o pedido de registro de companhia aberta e de realização da oferta pública inicial (IPO) de distribuição das ações da Smiles , seu braço de fidelidade com os clientes.  (Agência Estado)

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TURISMO  e GASTRONOMIA

Nova Iorque / EUA
Hotéis passam a cobrar por reuniões em áreas de convivência
Viajantes corporativos experientes estão acostumados a reservar um local para dormir. Mas um sofá no lobby? De certa forma, em hotéis, os lobbies, centros corporativos e espaços abertos ao redor das áreas de convivência sempre funcionaram como lugares para se encontrar, fazer contatos e trabalhar –embora a crescente capacidade de o trabalhador estar conectado sem ficar preso a uma mesa tenha acelerado a tendência. Agora, alguns hotéis estão começando a administrar o antigo uso de cadeiras, mesas e cantinhos dos visitantes –e, em alguns casos, cobrando por isso. Para os hotéis, o espaço se tornou uma fonte intocada de receita adicional e de novos clientes que moram e trabalham por perto. Sonja Fisher, engenheira de vendas na empresa de software ParAccel, está entre eles. "Já trabalhei em Starbucks, salas de reuniões de prédios, restaurantes, bibliotecas", afirmou ela. "Os lobbies de hotéis se tornaram muito convenientes."

Segundo Fisher, pagar para garantir o uso de um espaço de trabalho adequado seria uma troca útil. "Eu posso me ver usando esse espaço ou até mesmo minha empresa aproveitando-o. Somos uma empresa pequena e temos um espaço limitado para reuniões", continuou ela. "Posso ver como eles aceitariam essa despesa extra." Julie Germany, vice-presidente de estratégia digital do DCI Group, empresa de consultoria em relações públicas, disse preferir lobbies e outros espaços públicos de hotéis para fazer networking e colaborações. "É um ambiente mais casual", explicou. "E uma atmosfera muito mais tranquila. As pessoas ficam mais abertas a conversar."

Porém, essa informalidade pode ser uma faca de dois gumes. O viajante não tem como saber de antemão se um sofá, mesa ou canto estará disponível e a quantidade de tráfego passante –especialmente se o bar do hotel ficar por perto– pode dificultar conversas sérias ou confidenciais. A palestrante Nancy Butler usa hotéis para encontrar clientes após abrir mão de seu escritório físico, disse ela, mas a privacidade é sempre uma preocupação. "Precisamos poder conversar sem que todos à nossa volta possam nos ouvir", afirmou Butler. Quando escolhe um local para o encontro, "ele precisa oferecer confidencialidade. Assim, não vou escolher um lugar que não sei exatamente como é".

O segundo elemento da lista de desejos de Butler, depois da privacidade, é uma mesa para colocar documentos e tomar notas. "É muito difícil fazer isso no colo", argumentou ela. Mark Gilbreath, presidente do LiquidSpace, site de reservas que oferece espaços de trabalho em curto prazo usando um modelo de negócio similar ao das empresas de compartilhamento de carros, disse ter descoberto que "as pessoas estão cada vez mais saindo do escritório para conseguir trabalhar". Espaços em hotéis formam cerca de 10% de seu estoque, afirmou Gilbreath, e essa é a categoria de maior crescimento nas 250 cidades dos EUA servidas pelo site. A rede Marriott oferece o que chama de "Workspace on Demand" (espaço de trabalho sob demanda) em mais de trinta hotéis da Marriott Hotels & Resorts, Renaissance Hotels e Courtyard by Marriott, principalmente nas regiões de São Francisco e Washington. Os espaços incluem mesas de tampo alto, recuos no lobby e pequenos espaços para reuniões, voltados a encontros de até 10 pessoas.

"A forma como as pessoas trabalham está mudando", apostou Peggy Roe, vice-presidente de operações globais da Marriott International. "O trabalho está mais social e móvel." Westin, da Starwood Hotels & Resorts, introduziu um conceito similar de espaços de trabalho não tradicionais e de pequena escala em dois hotéis americanos, em Boston e Arlington, e num hotel na Alemanha, em Munique. Em Arlington, a empresa pegou o centro de negócios do hotel e transformou-o numa área corporativa mais moderna, com internet sem fio, sofás e um console de videogame Xbox – além de acessórios mais convencionais de reuniões, como equipamentos de videoconferência e quadros brancos. "Não se trata de reinventar o centro de negócios, mas quando observamos o setor imobiliário do hotel, chegamos à conclusão de que o velho centro de negócios é praticamente irrelevante para o viajante de hoje em dia", explicou Brian Povinelli, vice-presidente e líder de marca global da Westin. "Você não precisa mais da tecnologia embutida como antes", acrescentou ele. "Isso hoje é um problema menor, pois todos trabalham com tablets ou algo assim." O Westin pretende inserir esse tipo de espaço em mais de seus hotéis. Os espaços corporativos da Marriott e da Starwood podem ser reservados via LiquidSpace.

Além da internet sem fio e da atmosfera casual, o apelo desses espaços é que eles são disponibilizados sob demanda. A maioria das reservas é feita 48 horas antes, disse Roe, embora algumas sejam feitas com menos de uma hora de antecedência. Alguns espaços nas diversas marcas da Marriott –como uma mesa ou um recuo no lobby– têm reserva gratuita, e os preços de espaços mais fechados com comodidades tecnológicas são consideravelmente menores do que os aluguéis de salas de reuniões comuns.

Segundo Roe, a maioria deles não chega a US$ 200 por meio dia. Os dois espaços corporativos da Starwood nos EUA são alugados por US$ 50 a hora. Os hotéis se beneficiam até mesmo quando os viajantes reservam espaços gratuitos, já que muitos deles acabam comprando alimentos ou bebidas. E o LiquidSpace recebe uma parte da taxa que os usuários pagam de aluguel.
Embora a maioria dos usuários iniciais tenha sido formada por hóspedes dos hotéis, disse Roe, ela espera que as futuras reservas venham de executivos locais buscando um local para trabalhar ou fazer reuniões, além de viajantes. Povinelli, da Westin, acredita que o uso por residentes locais ficará entre 25% e 30% das reservas. "Nos dois pilotos na América do Norte, estamos vendo um bom incremento nos negócios locais", garantiu ele.

"O melhor caso é se os viajantes pensarem em nossos hotéis como um local de trabalho mesmo quando estiverem em suas casas", argumentou Roe. Fortalecer os laços locais também ajuda os hotéis a se isolar contra crises nas viagens de negócios. O uso de espaços como hotéis está aumentando, com empresas reduzindo tamanhos de escritórios e mais funcionários trabalhando remotamente, explicou Richard Kadzis, porta-voz da CoreNet Global, associação de profissionais imobiliários. Numa pesquisa do ano passado com 500 empresas norte-americanas, a CoreNet descobriu que 40% esperavam destinar 10 metros quadrados ou menos por funcionário em cinco anos. Em 2010, a média era superior a 20 metros quadrados por pessoa. "Em metade dos casos, o espaço atribuído fica vazio", disse Kadzis. "Hoje, no ambiente corporativo tradicional, não precisamos mais de tantos metros quadrados por pessoa."  (Fonte: The New York Time)



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