Edição 665 | Ano IV


Nova Déli / Índia
Em viagem à Índia, Dilma ataca protecionismo 'perverso'
A presidente Dilma Rousseff retomou hoje dia 28/3, seu tema recorrente em torno da crise internacional, ao condenar "políticas expansivas que ensejam uma guerra cambial e introduzem no mundo novas e perversas formas de protecionismo". É uma alusão à catarata de recursos que os bancos centrais dos países ricos estão despejando em suas economias para destravá-las, o que provoca sobra de dinheiro e, por extensão, a invasão de mercados, como o brasileiro, que oferecem juros atrativos. A consequência é a valorização do real, o que atrapalha as exportações brasileiras - daí a menção à "formas perversas de protecionismo". O discurso foi pronunciado na cerimônia de entrega do título de "doutor honoris causa" pela Universidade de Nova Délhi, a capital indiana.


MEDIDAS DE AUSTERIDADE - Vestida com a capa tradicional vermelha com bordados dourados, Dilma voltou a atacar, como o faz a cada viagem, o modelo de combate à crise por meio de "meras medidas de austeridade, consolidação fiscal e desvalorização da força de trabalho", predominante na Europa. A visão desenvolvimentista de que Dilma é adepta prega que o ajuste fiscal não deve ser feito isoladamente sem o apoio de estímulos para o crescimento econômico.
O discurso todo foi a reafirmação de pontos caros à diplomacia brasileira. Dilma defendeu, por exemplo, "o diálogo e a diplomacia" e rejeitou "as ações unilaterais e as doutrinas que enfatizam o uso da força, as atitudes preconceituosas e intolerantes". Defendeu ainda a reforma das instituições de governança global, "inclusive o Conselho de Segurança" [das Nações Unidas], que é o coração do sistema internacional.
Cobrou "a presença permanente de Brasil e Índia nos organismos que deliberam sobre a paz e a segurança global", o que seria, segundo ela, "um consenso entre aqueles que prezam o multilateralismo". O Brasil reivindica há anos um lugar entre os membros permanentes do CS, hoje restrito aos vencedores da 2.a Guerra Mundial (Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido). São os únicos que têm poder de veto, o que acaba amarrando o sistema.


CIÊNCIA E INCLUSÃO SOCIAL - Assuntos internacionais à parte, Dilma tocou também nos seus projetos mais acariciados. Citou o programa "Ciência sem Fronteiras", pelo qual o Brasil está enviando 100 mil estudantes e pesquisadores para formação em centros no exterior, "de primeira linha".
Festejou o fato de que o governo da Índia, "país conhecido pela excelência de seus cientistas e de seus inovadores tecnológicos", se associou ao Brasil na iniciativa. A própria Universidade de Nova Déli, em que Dilma discursou, pôs-se à disposição para receber estudantes e pesquisadores brasileiros.
Não faltou a menção de praxe à inclusão social no Brasil: "Os 40 milhões de homens e mulheres incorporados à produção e ao consumo no Brasil neste período [10 últimos anos] asseguraram também grande dinamismo a nossa economia". O número usualmente citado tanto por Lula como por Dilma em atos do gênero era 32 milhões.
Terminou com palavras do poeta indiano Rabindranath Tagore (1861/1941): "Deixe meu país despertar num paraíso de liberdade, onde a mente é destemida e a cabeça se mantém erguida, onde o conhecimento é livre, onde o mundo não foi fragmentado por paredes estreitas, onde as palavras emanam das profundezas da verdade". (Agência Folha, Clóvis Rossi, enviado especial)




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INDICADORES ECONÔMICOS


Da redação - São Paulo / SP
INCC-M recua no mês
O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) registrou, em março, taxa de variação de 0,37%, abaixo do resultado do mês anterior, de 0,42%. No ano, o índice acumula variação de 1,46% e nos últimos 12 meses, a taxa registrada é de 7,85%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,42%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,40%. O índice referente a Mão de Obra registrou variação de 0,32%. No mês anterior, a taxa foi de 0,43%. O INCC-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência. 
Materiais, Equipamentos e Serviços - No grupo Materiais, Equipamentos e Serviços, o índice correspondente a Materiais e Equipamentos registrou variação de 0,44%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,32%. Três dos quatro subgrupos componentes apresentaram acréscimo em suas taxas de variação: materiais para estrutura (0,29% para 0,47%), materiais para instalação (-0,11% para 0,37%) e equipamentos para transporte de pessoas (0,56% para 0,64%). 
A parcela relativa a Serviços passou de uma taxa de 0,73%, em fevereiro, para 0,34%, em março. Neste grupo, vale destacar a desaceleração do subgrupo aluguéis e taxas, cuja variação passou de 0,87% para 0,12%. 
Mão de obra - O grupo Mão de Obra registrou variação de 0,32%, em março. No mês passado, a taxa havia sido de 0,43%. Em Salvador, foi registrada variação de 1,61%, por conta de reajustes salariais ocorridos em função da data base. Em Porto Alegre, a taxa de 1,47% decorre de adicional previsto no acordo coletivo. No Rio de Janeiro ocorreu discreta variação salarial. 
Capitais - Três capitais apresentaram desaceleração: Belo Horizonte, Recife e Rio de Janeiro. Em contrapartida, Salvador, Brasília e Porto Alegre registraram aceleração. São Paulo repetiu a taxa de variação do mês anterior.




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MERCADO DE CAPITAIS
(Informações: Dow Jones, Bovespa, Reuters, EFE, AFP, InfoMoney e Associated Press)


HOJE – Fechamento das Bolsas Asiáticas e Abertura das Européias:


Tóquio / Japão
Bolsas da Ásia fecham em queda; Xangai cai 2,7%
A maioria dos mercados asiáticos apresentou acentuada queda nos pregões de hoje, dia 28/3. A baixa em Wall Street foi um dos fatores que influenciou os investidores. Destaque para o pesado declínio nas bolsas chinesas, em meio às preocupações sobre uma desaceleração do crescimento econômico no país no primeiro trimestre.
- A Bolsa de Hong Kong acabou arrastada para baixo pelo movimento de angariação de capital da trading varejista Li & Fung, assim como pelo desapontamento sobre uma série de balanços corporativos de empresas listadas na cidade. O índice Hang Seng perdeu 161 pontos, ou 0,8%, e encerrou aos 20.885 pontos. A perspectiva de que a recuperação na economia doméstica está mais longe do que o inicialmente esperado e as preocupações com a inflação galopante fizeram ceder as Bolsas da China. 
- O índice Xangai Composto caiu 2,7% e terminou aos 2.284,88 pontos, no pior fechamento desde 1º de fevereiro. O índice Shenzhen Composto perdeu 4,1% e terminou aos 909,58 pontos.
O yuan subiu levemente ante o dólar com a demanda corporativa pela moeda americana. No mercado de balcão, o dólar fechou cotado em 6,3060 yuans, de 6,3072 yuans ontem. A taxa de paridade central dólar-yuan foi fixada pelo banco central em 6,2912 yuans, de 6,2840 yuans na véspera.
- Em Taiwan, a Bolsa de Taipé fechou em leve alta, com o índice Taiwan Weighted avançando 0,11% e terminando aos 8.038,07 pontos.
- A Bolsa de Seul, na Coreia do Sul, encerrou o dia em baixa, na trilha das perdas em Wall Street e na ausência de novas pistas no mercado doméstico. - O índice Kospi recuou 0,39% e fechou aos 2.031,74 pontos.
- Na Austrália, a Bolsa de Sydney fechou em seu nível mais alto em quatro meses depois que comentários do banco central australiano renovaram as esperanças num corte nas taxas de juros. O índice S&P/ASX 200 fechou em alta de 0,98%, aos 4.343,51 pontos.
- Já a Bolsa de Manila, nas Filipinas, sofreu com a realização de lucros. O índice PSE caiu 0,2% e terminou aos 5.067,66 pontos, com pesado volume de negociações.
- A Bolsa de Cingapura fechou estável, acompanhando as demais asiáticas, com as preocupações sobre a economia global deixando os investidores de lado. O índice Straits Times recuou 0,1% e fechou aos 3.015,98 pontos.
- O índice composto da Bolsa de Jacarta, na Indonésia, teve alta de 0,3% e fechou aos 4.090,57 pontos, com aquisições de estrangeiros.
- O índice composto de cem blue chips da Bolsa de Kuala Lumpur, na Malásia, cedeu 0,3% e fechou aos 1.583,75 pontos, seguindo as baixas nas demais regionais.






ONTEM – Fechamento da Bovespa, NY e Europeias:


São Paulo / SP
Otimismo por dados dos EUA diminui e Bovespa fecha no vermelho
A Bovespa fechou o pregão de ontem, dia 27/3,no vermelho, após dados abaixo do esperado nos EUA esvaziarem o otimismo da véspera, com declarações do presidente do Federal Reserve.
- O Ibovespa caiu 0,97%, a 66.037 pontos. 
- O giro financeiro do pregão foi de R$ 6,48 bilhões.
Análise 1 - Entre os dados do dia, o de confiança do consumidor dos EUA mostrou recuou em março, com os norte-americanos elevando as expectativas de inflação para o maior nível em dez meses, de acordo com um relatório do setor privado.
"O otimismo perdeu força e, como os dados de hoje não corresponderam às expectativas, isso reverteu os mercados", disse o economista-chefe da Sul América, Newton Rosa. Por aqui, o Ibovespa foi pressionado com mais força pelas ações de petroleiras. OGX recuou 3,47%, a R$ 15,28. A empresa lançou nesta terça-feira sua emissão de US$ 1,063 bilhão em bônus de dez anos, segundo o IFR.
Análise 2 - A preferencial da Petrobras perdeu 1,69%, a R$ 23,80, enquanto a ordinária caiu 1,32%, a R$ 24,65. Cyrela engrossou a coluna de perdas, caindo 3,88%, a R$ 17,10, revertendo do início positivo, após ter reportado crescimento de 120% no lucro líquido do quarto trimestre. Na outra ponta, Gol subiu 2,58%, a 13,14 pontos. Após ter reportado queda de 58,9% no lucro do quarto trimestre, na comparação anual, a empresa afirmou ser necessários reduzir de 80 a 100 voos diários entre março e abril, o que implicará em redução de custo fixo. Vale também contribuiu para evitar maiores perdas no índice, com a ação preferencial subindo 0,85%, a R$ 41,35, e a ordinária avançando 0,71%, a R$ 42,41.




Nova Iorque / EUA
Bolsas dos EUA recuam, mas ações de varejo se destacam
As Bolsas de valores dos EUA recuaram de máximas em quase quatro anos nos pregões de ontem, dia 27/3, enquanto uma série de ações de gigantes do mercado atingiram novas altas.
- O índice Dow Jones, referência da Bolsa de Nova York, recuou 0,33%, para 13.197 pontos. 
- O índice Standard & Poor's 500 teve desvalorização de 0,28%, para 1.412 pontos. 
- O termômetro de tecnologia Nasdaq caiu 0,07%, para 3.120 pontos.
Com o primeiro trimestre terminando na sexta-feira, administradores de portfólios influenciaram, comprando papéis para elevar o desempenho de suas carteiras. 
Análise 1 - Nada menos que 175 ações listadas na Bolsa de New York atingiram novas máximas em 52 semanas nesta terça-feira, incluindo os componentes do Dow Home Depot e IBM e grandes varejistas.
"Contando que a economia continue a melhorar, o mercado continuará a avançar, e isso é o que aconteceu", disse Bryant Evans, conselheiro de investimentos e administrador de portfólios no Cozad Asset Management, em Champaign, Illinois. A movimentação vem na esteira de três semanas de grandes ganhos, colocando o S&P 500 perto do melhor trimestre desde o final de 2009. Somando-se aos ganhos do último quarto de 2011, a alta nos últimos seis meses chega a 25%.


Análise 2 - Na segunda-feira, os três grandes índices dos EUA tiveram um rali de mais de 1% após comentários do presidente do Federal Reserve (banco central americano), Ben Bernanke, indicarem que políticas de apoio monetário continuarão ativas. Ontem, Bernanke disse em entrevista à ABC News, ao ser perguntado sobre a possibilidade de mais medidas de apoio (quantitative easing) que o Fed não descarta nenhuma opção.




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MERCADO FINANCEIRO




Da redação - São Paulo / SP
Bancos têm de oferecer serviços gratuitos
Abrir conta no banco é algo cada vez mais corriqueiro na vida do consumidor brasileiro. Conhecer o que pode ou não ser cobrado, porém, é fundamental neste início de relacionamento para que o consumidor não acabe gastando mais do que o necessário com a conta.
"Muita gente acaba pagando por serviços que não usa, principalmente as pessoas mais humildes, que não têm acesso a informação", diz o advogado especializado em direito bancário Alexandre Berthe. "É preciso monitorar sempre o extrato da conta", sugere.
Todos os consumidores têm, por exemplo, direito a uma quantidade mínima de serviços gratuitos, como determina o Banco Central. Entre eles estão o fornecimento de um cartão de débito, a realização de até quatro saques mensais e a retirada de dois extratos.
"Dependendo do uso que o consumidor faz da conta, esses serviços podem ser suficientes, e ele não precisa contratar um pacote de tarifas", diz a assessora técnica do Procon de São Paulo Edila Moquedace.


Conta-salário permite transferência sem cobrança - Trabalhadores contratados pelo regime da CLT e funcionários públicos também podem optar por ter uma conta-salário. Essa conta é vantajosa para quem já tem conta em banco, mas precisa abrir outra numa instituição diferente só para receber o salário pago pela empresa. Se ele abrir uma conta-salário, poderá transferir o valor recebido sem pagar nenhuma tarifa. A portabilidade de crédito é outro direito pouco exercido pelo consumidor, segundo os especialistas. Ela prevê que quem tem algum tipo de financiamento com um banco (empréstimo pessoal, financiamento de carro ou imóvel, por exemplo) possa transferir essa dívida para outra instituição que ofereça melhores condições de juros e prazos, sem que precise pagar por esta transferência.


Teste mostra que faltam informações em bancos - Um teste feito recentemente pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) comprovou como o início de relacionamento do cliente com o banco pode ser conturbado. Em dezembro de 2011, voluntários do instituto abriram contas em agências de seis bancos (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú Unibanco e Santander) e avaliaram as informações dadas aos novos clientes.
Os bancos foram reprovados em vários quesitos. Nenhum deles informou, espontaneamente, sobre a existência dos serviços gratuitos aos consumidores e todos concederam cheque especial sem o cliente ter solicitado.
"O que parece é que os bancos não tomam o cuidado necessário para manter a base de funcionários informada sobre o que deve ser feito", diz o gerente de testes e pesquisas do Idec, Carlos Thadeu de Oliveira. "Não podemos dizer que eles agem de má-fé, mas o fato é que ganham dinheiro com isso."
Procurados pela reportagem, Bradesco, Caixa e Santander informaram que seus funcionários são orientados a dar as informações completas aos clientes. Os demais bancos não enviaram resposta.


Bancos lideram listas de reclamações - Em 2011, pela primeira vez em 12 anos, os bancos passaram as empresas de planos de saúde como o setor que mais teve reclamações no Idec. Também em 2011, o banco Bradesco ficou no topo da lista de queixas do Procon-SP, superando a Telefonica, que liderava a lista havia seis anos. Para a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o aumento das queixas se deve "à elevação da base de clientes das instituições financeiras, ao maior grau de exigência dos clientes e ao crescimento no consumo de produtos como cartões de crédito".




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INDÚSTRIA


São Paulo / SP
AB InBev e Heineken tentam comprar cervejaria dominicana
As duas maiores cervejarias do mundo, a Anheuser Busch InBev e a Heineken, estão em uma disputa de US$ 1,5 bilhão para comprar a maior cervejaria da República Dominicana, a CND (Cervecería Nacional Dominicana), disseram pessoas com conhecimento do assunto. A fabricante da cerveja Presidente, que está disponível em muitas outras ilhas do Caribe e também nos EUA, foi colocada à venda pela maior companhia dominicana, o grupo Leon Jimenes, que controla a maior parte da cervejaria. "Este negócio tem uma posição dominante no mercado de cervejas e, então, é atraente para compradores. A corrida é entre a AB Inbev e a Heineken, com resultado esperado para as próximas semanas", disse uma pessoa familiarizada com o assunto. Outra fonte com conhecimento da venda disse ontem, dia 27/3, que o processo de venda estava avançado. Tanto Heineken quanto AB InBev se recusaram a comentar o assunto, enquanto porta-vozes da CND não foram encontrados para comentários. A Heineken já detém uma fatia de 9,3% na CND. (Agência Reuters)




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AGROBUSINESS


Da redação - Brasília/DF e São Paulo/SP
Agronegócio cresce o dobro da economia geral em 2011
Em 2011, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro estimado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com o apoio financeiro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), cresceu o dobro do PIB nacional calculado pelo IBGE 
Enquanto o agronegócio avançou 5,73% (a preços reais), totalizando R$ 942 bilhões (em reais de 2011, ou seja, descontada a inflação), a economia como um todo se expandiu 2,7%, indo para R$ 4,143 trilhões, segundo o IBGE. Com isso, a participação do agronegócio no PIB nacional aumentou de 21,78% em 2010 para 22,74% em 2011. Os resultados atuais do PIB do Agronegócio, no entanto, devem ser ligeiramente alterados no final deste mês, quando o IBGE divulgará volumes de produção pecuária referentes ao último trimestre de 2011 que são considerados na estimativa do PIB feita pelo Cepea.
Os responsáveis pelos cálculos, o professor da Esalq/USP Geraldo Barros e os pesquisadores Dra. Adriana Ferreira Silva e Dr. Arlei Luiz Fachinello, destacam a importância de se ter esse crescimento superior a 5% após um ano em que o agronegócio já havia crescido 7,36%. No acumulado dos dois anos, o crescimento se consolida em 13,51%.


Para os consumidores, no entanto, a alta nos preços dos produtos agropecuários pesaram no bolso, superando a inflação geral da economia. Conforme dados do IBGE, o grupo alimentação e bebidas, que representa 26% do IPCA, foi o que exerceu o maior impacto sobre a inflação no ano passado, ainda que tenha crescido menos que em 2010. 
Considerando-se de forma ponderada todas as cadeias e segmentos e dos dois setores, os pesquisadores do Cepea destacam que, de janeiro a agosto, o agronegócio manteve taxas mensais oscilantes, mas sempre positivas; em setembro e outubro, apesar de desacelerar, o setor ainda cresceu. Já nos dois últimos meses, houve inversão na tendência expansionista, mesmo com a desvalorização do Real frente ao dólar ajudando a minimizar as perdas no faturamento com as exportações do agronegócio devido aos recuos dos preços internacionais.
Com base nos dados disponíveis até então, constata-se relativo equilíbrio entre os desempenhos dos setores agrícola e pecuário. O primeiro cresceu 5,57% e o segundo, 6,14. Já quando são analisados os segmentos que compõem o agronegócio, nota-se nítida vantagem para os segmentos de insumos e primário (“dentro da porteira” ou básico). Já a indústria, tanto na agricultura quanto na pecuária, teve baixo desempenho, chegando mesmo a ser negativo na pecuária - o único segmento a acumular queda no ano. A distribuição teve crescimento intermediário, de 4,74% na agricultura e de 3,52% na pecuária.


Os pesquisadores do Cepea chamam a atenção para o fato de que a alta dos insumos pressionou a margem de lucro dos produtores rurais, em especial no segundo semestre, quando os preços agropecuários perderam ritmo. Na agricultura, o aumento na renda do produtor (+12,31%) se sobrepôs ao crescimento dos insumos (+11,16%), o que significou certo alívio ao segmento primário. Entre as culturas, o maior destaque foi o desempenho do algodão, que registrou alta de 106,64% em seu faturamento. O café e o milho também acumularam crescimento significativo em 2011, ambos em torno de 34%. Na soja, a expansão foi de 17% e, na cana-de-açúcar, de 8,66%. Conforme os pesquisadores, essas culturas representam, em média, 65% do valor bruto da produção agrícola. 
Já nas atividades primárias da pecuária, o crescimento não foi suficiente para superar a alta dos insumos (taxas de 8,85% e 11,82%, respectivamente), prejudicando a renda apropriada pelos produtores. Com preços em forte crescimento, a atividade avícola foi o destaque do ano: crescimento de 30%.  As atividades leiteira e de produção de ovos também finalizaram 2011 em alta de 9,85% e 16,67%, respectivamente. Já a bovinocultura e a suinocultura, ambas para corte, recuaram ligeiramente no ano: 0,45% e 2,82%, nessa ordem.
No segmento Industrial, 13 das 10 indústrias analisadas fecharam o ano em baixa, com destaque para o recuo da indústria de calçados (taxa de -11,58%) e do açúcar (-10,76%). Em sentido contrário, destacaram-se as indústrias de café, óleos vegetais e outros alimentos que, no ano, cresceram 13,44%, 12,06% e 10,49%, respectivamente. 
Para o início de 2012, o professor Geraldo Barros ressalta que as preocupações seguem relacionadas ao cenário internacional, especificamente quanto ao desempenho da economia europeia e às importações da China. Para eles, no entanto, ainda que haja recuo no crescimento das exportações do agronegócio brasileiro, não deverá ser de grandes proporções. Além disso, sob a ótica do mercado interno, eles esperam demanda firme, o que poderá compensar possíveis perdas advindas do mercado externo. (Fonte: Assessoria de Imprensa da Cepea)




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SERVIÇOS e VAREJO


Brasília / DF
Importação de vestuário no Brasil bate recorde
O Brasil nunca importou tantos casacos, ternos, camisas masculinas e femininas, roupas íntimas, camisetas e roupas para bebês como no primeiro bimestre deste ano. Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que, em janeiro e fevereiro, as compras de vestuário de outros países ultrapassaram US$ 462 milhões, 72,5% mais em relação a igual período de 2011, quando as importações já haviam batido recordes.
O cenário reflete a valorização do real ante o dólar, que torna os produtos importados mais baratos, e o crescimento das vendas das roupas mais em conta da indústria de confecção da China, que responde por 60% de tudo o que o Brasil compra. De 33 itens de vestuário pesquisados pela reportagem no banco de dados do ministério, 11 tiveram aumentos de importação de mais de 100%. A categoria combinações, anáguas, corpetes e calcinhas de tecido sintético foi a que mais cresceu: quase 1.000% nas compras de outros países na comparação com os dois primeiros meses de 2011. (Agência Folha)




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COMÉRCIO EXTERIOR


Da redação - Brasília / DF
Milho atinge preço recorde na China e importações podem aumentar
Segundo informações de agências internacionais, o cereal caminha para o maior ganho semanal em um ano e o suporte para o mercado vem da restrita oferta interna, o que poderia estimular o aumento das importações. 
Esse rally registrado no mercado chinês do milho deverá impulsionar novas altas no mercado internacional de grãos, haja visto que ainda faltam seis meses, no mínimo, para a chegada da oferta da nova safra norte-americana do cereal. E os estoques dos EUA estão estimados para serem os menores em 16 anos. Desde dezembro, a Sinograin, gerente das reservas estatais do país, estocou apenas 1,2 milhão de toneladas de milho da safra do ano passado. Da colheita de 2010, no entanto, o volume dos estoques chegou a 11 milhões de toneladas. "A produtividade no norte da China está mais baixa por conta do clima e por falta de luz solar, então, está claro que a oferta está ficando mais apertada. As importações devem aumentar, uma vez que a oferta não é suficiente", disse Wang Na, analista de mercado da corretora Futures Everbright, de Dalian.




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TI, WEB e e-COMMERCE


Londres / Inglaterra
Empresas cultivam 'exército voluntário' digital
São 200 mil no Facebook, 300 mil no LinkedIn e 25 mil no Twitter. Na rede interna (corporativa), há nada menos do que 400 mil perfis e 17 mil blogs.
Eles se declaram IBMers, membros da 'nação' surgida em torno de uma das mais antigas empresas de tecnologia do mundo. A IBM é o exemplo mais vigoroso da adoção do"social business", um dos temas do Fórum Mundial de Mídia Social, que ocorre nesta semana em Londres.


O conceito implica mais peso para o fator humano e para a coletividade nos processos decisórios das companhias. Na prática, coloca sobre a mesa do executivo, ao lado de planilhas de análise de concorrência e números de faturamento, as opiniões e ideias de consumidores e funcionários.
"O 'social business' envolve mais transformações culturais do que tecnológicas", afirma Delphine Rémy-Boutang, gerente de marketing para mídia social da IBM e diretora executiva da consultoria The Social Bureau. "É uma abordagem estratégica de longo prazo para formatar uma cultura de negócio, algo que depende fortemente da liderança corportativa e inclui processos, gestão de risco, controle financeiro e análise de negócio."
Outra gigante no mercado de tecnologia, a Dell tem canais diretos com consumidores há cerca de duas décadas. Em 1996, desenvolveu fóruns de discussão no site da empresa. Seis anos atrás, criou a primeira equipe de trabalho de campo on-line, que conversa com blogueiros e usuários de redes sociais de todo o mundo, gerando troca de informações e estreitando o relacionamento com pessoas que, não raro, saem em defesa da marca.


Hoje, o centro de comando de monitoramento da Dell registra cerca de 22 mil menções da marca ao dia. "Os maiores desafios são saber lidar com um grande volume de conversas e direcionar as ideias coletadas para os lugares certos da empresa", considera Kerry Bridge, diretora de mídia social da companhia. "Estrutura e treinamento são a chave."
O IdeaStorm e o XPS 13 são algumas das plataformas criadas pela empresa para incentivar o crowd-sourcing (criação coletiva, em tradução livre). O primeiro, nascido em 2007, já recebeu mais de 16 mil ideias, 480 delas implementadas após votação dentro da própria comunidade.


FUNCIONÁRIOS - Vetar comentários, ainda que extraoficialmente, sobre a empresa nas redes sociais ainda é algo comum - mas ineficaz, destacam especialistas. "A mídia social é um campo aberto, e para estar nele você deve abolir a ideia de controle", resume Lauren Gerstner, gerente global de comunicações e estratégia de mídia social da Nokia Care, divisão de atendimento da fabricante finlandesa de celulares.
Na empresa, funcionários são orientados sobre como agir nas redes sociais. "Incentivamos a atuação nas redes, a transparência quanto ao vínculo com a Nokia e a contribuição com o conhecimento que eles detêm", afirma Lauren.
O treinamento, além de evitar deslizes, pode trazer ganhos à empresa. "Temos mais de 5.000 funcionários treinados para lidar com as mídias sociais, e muitos deles veem o que se diz nesses canais como parte de seu trabalho", diz Kerry Bridge, da Dell. Delphine relata que, já em 1997, a IBM recomendou aos funcionários que usassem a internet, em um tempo no qual a regra era restringir o acesso à web. Atualmente, a companhia mantém um programa educativo sobre redes sociais. (Agência Folha)






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ENERGIA


Montevideo / Uruguai
Brasil fecha acordo com Uruguai para ampliar venda de energia
O Brasil fechou acordo ontem, dia 27/3, com o Uruguai para a venda de até 800 megawatts de potência de eletricidade para ajudar o governo de Montevidéu a enfrentar os recentes picos de consumo.
O contrato possibilitará que o Uruguai disponha de energia extra proveniente do Brasil caso sua produção própria não seja suficiente para abastecer a demanda. "É um respaldo enorme ao sistema energético nacional. Nos dá uma tranquilidade muito importante", disse o ministro de Indústria, Energia e Mineração uruguaio, Roberto Kreimerman, que recebeu em Montevidéu o ministro de Minas e Energia do Brasil, Edison Lobão.
A capacidade instalada do Uruguai está em torno de 1.500 megawatts. Mais de um terço do sistema tem como base a produção hidrelétrica, o que diminui a capacidade de abastecimento em épocas de seca.
"Estávamos enviando 300 megawatts para o Uruguai e, a pedido do meu colega Roberto Kreimerman, estamos aumentando a 800 megawatts de potência", disse Lobão, que também foi recebido pelo presidente uruguaio, José Mujica. O convênio havia sido fechado por Mujica e a presidente Dilma Rousseff quando a brasileira visitou o Uruguai no ano passado. Os dois países trabalham na consolidação de uma interconexão elétrica de 500 megawatts que conta com o financiamento do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), que ficaria pronta em 2013.






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MERCADO DE LUXO


Da redação - São Paulo / SP
John Lobb for Aston Martin
A montadora britânica Aston Martin se uniu a grife John Lobb para criar um sapato especial para praticar o automobilismo esportivo: o Winner Sport. (LEIA na íntegra)


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SUSTENTABILIDADE


Da redação - Porto Alegre / RS
Poluição da água será debatida na capital gaúcha
A situação da água em Porto Alegre será o tema de reunião desta terça-feira (27/3) da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre. O evento ocorre às 14 horas, na Sala 303 do Legislativo Municipal. A entrada é aberta ao público. De acordo com o presidente da Cosmam, vereador Beto Moesch (PP), a cidade passa por uma grande evolução com as obras do Programa Integrado Socioambiental (Pisa). O empreendimento elevará o tratamento do esgoto cloacal dos atuais 27% para 77%.  “Contudo, ainda temos o desafio de eliminar a mistura dos esgotos cloacal e pluvial, que compromete nossos diversos arroios. Isso não está contemplado no Pisa”, aponta. Segundo ele, outro problema são as atividades sem licenciamento ou, ainda, que descumprem a licença, contaminando os recursos hídricos. Moesch cita como exemplo as lavagens de carro, as garagens e os postos de combustíveis. Entre os presentes, estarão representantes do Ministério Público, Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Departamento Municipal de Água e Esgoto, Departamento Municipal de Esgotos Pluviais, Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental e Conselho Regional de Biologia. 






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ARTIGO


Incentivo zero para as florestas brasileiras
Produtores americanos não são obrigados a conservar parte de sua fazenda como no Brasil, e recebem estímulos financeiros quando o fazem


por Rodrigo C. A. Lima*  
(LEIA)





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