I-Press.biz Economia & Mercado | Edição 141 | Ano I

Indústria lidera cortes de postos de trabalho no País
Desde o "setembro negro", o mundo virou de cabeça para baixo, e a indústria no Brasil seguiu a mesma toada: os setores mais dinâmicos que sustentavam o forte crescimento do PIB até então, são agora os que mais eliminam postos de trabalho. Antes no rol dos líderes da vigorosa expansão da economia de 6,8% no acumulado até setembro, material de transporte (inclui a indústria automobilística) e metalurgia (siderurgia) estão entre os que mais desempregaram em novembro.
Esses ramos perderam respectivamente 11,6 mil e 11 mil empregos formais naquele mês, segundo levantamento da LCA Consultores, com base em dados do Caged - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Os números correspondem ao saldo líquido entre admissões e demissões informadas pelas empresas ao Ministério do Trabalho e Emprego. Até outubro, esses ramos mantinham as contratações, apesar de já se notar uma desaceleração. Ao lado deles, outros importantes ramos cortaram postos de trabalho em novembro, como química (7.200 empregos), mecânica (5.400), borracha (6.000) e material elétrico e de comunicações (4.100).
Todos mantinham, até o recrudescimento da crise mundial, em setembro, um bom ritmo de crescimento, segundo Fábio Romão, economista da LCA e autor do estudo. Agora esses ramos sofrem com os efeitos da crise, que fez secar o crédito e desidratar as exportações de vários setores na esteira da forte contração da demanda mundial, diz Romão. Tal cenário levou a indústria a fechar 82,9 mil vagas em novembro, considerando apenas, o registro de empregos formais do Caged. De todos os 19 setores e subsetores investigados, apenas 2 elevaram o saldo de contratações: comércio - que gerou 77,9 mil vagas, devido ao Natal - e serviços (37,5 mil).
Em resposta à escassez de crédito e à queda da confiança, a construção civil eliminou 22,7 mil empregos. Em setembro, o setor contratou 32,8 mil trabalhadores. Naquele mês, a indústria de transformação como um todo, empregou 114 mil pessoas a mais. Pelos dados do IBGE, a produção de veículos caiu 22,6% em novembro. No caso da metalurgia, a retração foi 10,2%. Naquele mês, a indústria geral cedeu 5,2% ante outubro. "A crise não é generalizada ainda. Alguns setores vão bem. Os que mais sentiram o impacto são os ligados ao crédito - tanto os que dependem dele para vender como os que precisam financiar investimentos - e os exportadores", diz Patrick Carvalho, economista da Firjan. Há ainda, diz ele, outro complicador: a desvalorização cambial, que elevou o custo de vários insumos importados usados na produção. Um dos ramos afetados por esse efeito é o químico e petroquímico. Também tiveram fraco desempenho em novembro, setores ligados às exportações e intensivos em mão-de-obra. Entre eles, estão calçados (9.800 postos a menos) e vestuário (7.400). A indústria de alimentos demitiu 13,5 mil.
Projeções
Amanhã, o Caged divulga os dados de dezembro e as expectativas apontam para redução, ainda mais intensa do emprego formal. Romão estima um saldo de até 600 mil demissões, o dobro do habitual para o mês - período no qual crescem as demissões por causa da dispensa de temporários da indústria contratados em outubro. A projeção bate com o número citado pelo presidente Lula na semana passada, que falou também, em 600 mil demissões. Se confirmado, será o pior resultado desde 1999, ano da desvalorização do real.
Ademir Figueiredo, coordenador do Dieese, afirma que a pesquisa domiciliar do instituto, ainda não captou o desemprego em novembro, pois muitas firmas demitem na virada do mês - o que leva o fenômeno a ser mensurado apenas no mês seguinte. Ele também estima corte próximo a 600 mil vagas. Para o economista Carlos Thadeu de Freitas, da Confederação Nacional do Comércio, o primeiro trimestre desse ano, será "desafiador" e muito fraco, tanto para a produção como para o emprego. "Mesmo com a queda da Selic, o crédito não vai se recuperar rapidamente."

BC comemora 10 anos de câmbio flutuante no Brasil
O regime de câmbio flutuante completa hoje 10 anos de funcionamento no Brasil. Para comemorar a data, o Banco Central realizará, nessa segunda-feira, uma cerimônia, que contará com um pronunciamento do presidente da instituição, Henrique Meirelles, a respeito dos desafios e conquistas dessa política. O evento está marcado para ter início às 9h30min, na sede do BC, em Brasília. Antes da liberação total da flutuação cambial, em meio a uma sucessão de crises internacionais localizadas - em países da Ásia e na Rússia -, especulava-se no mundo que o Brasil poderia ser o próximo emergente a passar por um problema econômico de grandes proporções. Na ocasião, a taxa era determinada pelo governo, que optou por criar bandas de flutuação restrita da cotação. Em 13 de janeiro de 1999, as reservas de divisas externas brasileiras passavam por forte pressão. Foi quando o BC ampliou a banda de flutuação cambial e aumentou a periodicidade de suas intervenções, tanto no mercado à vista quanto no de futuros. Dois dias depois, sem alívio, o real passou a flutuar livremente. Em 18 de janeiro de 1999, o então ministro da Fazenda, Pedro Malan, enviou um comunicado ao FMI - Fundo Monetário Internacional - anunciando formalmente, que, a partir daquela data, a taxa de câmbio seria determinada pelas forças do mercado. No mesmo documento, ele ressaltou também, que as intervenções na cotação da moeda pelo Banco Central seriam ocasionais e com o objetivo de conter desordenamentos nas condições do mercado. (Agência Estado)

New York Times negocia investimento com Slim
O New York Times Co. está em negociação com o bilionário mexicano Carlos Slim sobre um investimento no jornal a fim de ajudá-lo a resolver problemas financeiros, informou o jornal "Wall Street Journal", citando fontes familiarizadas com o negócio. As conversações estão avançadas e uma das opções em discussão é a emissão de ações preferenciais. Sob esse cenário, o Times Co. emitiria ações preferenciais de Slim, que não teriam direito a voto mas pagariam um dividendo anual, em retorno pelo investimento do empresário. A aplicação seria similar a um empréstimo. Papéis preferenciais são convertidos com frequência em ações comuns após um período definido. Não está claro quanto Slim poderia investir no jornal, mas as fontes disseram que poderia ser algo em torno de centenas de milhões de dólares. O Times Co. disse estar planejando uma reunião especial do conselho administrativo da empresa na próxima semana. (Agência Dow Jones, de Nova Iorque/EUA)

Varejo brasileiro cresce 5,1% em novembro
As vendas no varejo brasileiro tiveram em novembro um crescimento de 5,1% em relação ao mesmo mês de 2007, de acordo com números divulgados nessa manhã, pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O resultado, embora ainda positivo, ficou bem abaixo dos 9,8% de expansão registrados em outubro, também na comparação anual. Com isso, o varejo acumula no ano uma expansão de 9,8%, mesmo índice de crescimento em 12 meses. O desempenho em novembro foi prejudicado pela crise financeira global. As vendas de móveis e eletroeletrônicos cresceram apenas 4,5% na comparação anual, contra 15,7% em outubro. O setor de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (que inclui computadores e telefones celulares), apresentou uma expansão de 20,8% no mês, menos da metade dos 42,8% de outubro. Em “Outros artigos de uso pessoal e doméstico”, que agrega uma série de categorias consideradas supérfluas, a alta foi de 6,5%, também um forte desaquecimento em relação aos 12,1% de outubro.No comércio varejista ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, as vendas recuaram 4,1% em novembro na comparação anual e 3,4%, sobre outubro. Esses números confirmam o desaquecimento do mercado de crédito em função do cenário financeiro mundial, já que em outubro as vendas haviam caído 8,3% mês a mês, embora crescido 4,1% ano a ano. O desempenho foi derrubado pelos automóveis, que tiveram vendas 20,3% menores em novembro na comparação anual (contra -7,4% em outubro) e 7% inferiores em relação a outubro (acompanhando a queda de 18,6% de outubro sobre setembro). Em materiais de construção, a falta de crédito também derrubou as vendas: queda de 6,2% ano a ano e de 1,4% na comparação mensal. Uma nota positiva veio de “Super, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo”, que registrou seu primeiro desempenho acima da média do varejo desde janeiro de 2007, com uma expansão de 6% em relação a novembro de 2007 e de 0,7% sobre outubro de 2008. No ano, porém, o setor acumula uma alta de 5,7%, inferior aos 9,8% do varejo total.

Setor de vestuário pede menos impostos para evitar demissões
O Sindivestuário, entidade que representa as indústrias de confecção, afirma que somente a redução da carga tributária e trabalhista será capaz de evitar uma alta do desemprego no setor de vestuário. Na avaliação da entidade, a redução dos preços finais dos produtos, decorrente da redução tributária, incentivaria o consumo, demandaria a produção e manteria os trabalhadores em seus cargos. Segundo o Iedi - Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial -, com base em dados do IBGE, o setor de vestuário teve uma queda de 9,8% na mão-de-obra empregada em novembro de 2008, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Shoppings da BR Malls faturam quase R$ 10 bilhões no ano
A BR Malls, principal empresa de shopping centers do país, com 34 empreendimentos, disse que o volume de vendas de seus centros de compra, cresceu 22,7% em 2008 em relação ao ano anterior, chegando a R$ 9,9 bilhões. No quarto trimestre, a alta foi de 20,6%, para R$ 3,2 bilhões. Em mesmas lojas, a expansão foi de 8,8% no trimestre, também abaixo do total anual, de 10,6%.


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ESPECIAL


Brasileiros perdem "milhões" com Madoff
O suposto esquema fraudulento montado pelo ex-presidente da Bolsa Nasdaq, Bernard Madoff, provocou perdas de "dezenas de milhões de dólares" a investidores brasileiros. É o que afirma o advogado americano David Rosemberg, que conta ter sido procurado por investidores do país que estudam entrar na Justiça dos EUA para recuperar suas aplicações. Rosemberg afirma que já foi contatado por mais de 15 brasileiros (investidores individuais e assessores financeiros) de "São Paulo, Rio Janeiro e outras cidades" que aplicaram com Madoff - por questões éticas, o advogado diz não poder revelar os nomes. Segundo ele, nenhum dos investidores aplicou diretamente com o gestor, mas por meio de bancos como Safra, Santander e UBS e do fundo norte-americano Fairfield Greenwich, além de outras instituições no país, nos EUA e na Europa. "Muitos deles ficaram surpresos ao saber que o dinheiro estava aplicado com Madoff.
Alguns não sabiam, nunca foi revelado para eles. São situações distintas sobre como cada um acabou envolvido; cada investidor tem uma história diferente", afirma Rosemberg. No Brasil, o Safra afirma que não intermediou a venda de investimentos em fundos de Madoff, mas não descarta que clientes brasileiros de bancos do grupo no exterior, tenham aplicado. O UBS Pactual diz que o produto não fazia parte das suas recomendações para os clientes brasileiros da área de gestão de fortunas. Clientes do banco na Suíça podem ter tido perdas com a fraude. Já o Santander diz que não vendeu no Brasil produtos com exposição à fraude. O Santander espanhol, porém, confirma que sua gestora de "investimentos alternativos" Optimal Strategic, tinha um fundo com posição em ativos de Madoff.
Procurada pela Folha, a "consultora" de negócios da Fairfield Greenwich, Bianca Haegler, preferiu não comentar. As declarações de Rosemberg são mais um indicador de como os tentáculos da suposta fraude de Madoff, também atingiram o Brasil. Há poucos dias, fontes disseram ao "Wall Street Journal" que eram de brasileiros US$ 300 milhões dos US$ 3,1 bilhões que o fundo do Santander perdeu com o ex-presidente da Nasdaq. E a brasileira Gems Investimentos fechou a realização de resgates em um dos seus fundos, que tinha aplicações com Madoff.
O escritório onde Rosemberg trabalha, o Broad and Cassel, fica em Miami, na Flórida, um dos locais onde Madoff arregimentou mais clientes. Ele era figura frequente nos clubes de golfe de Palm Beach, o que lhe abriu diversas portas para atrair novos investidores. O advogado conta que o escritório já tem mais de dez clientes (nenhum deles brasileiro), que, juntos, perderam mais de US$ 100 milhões com Madoff e pretendem ingressar na Justiça.
Recuperação do dinheiro
Para quem tem pressa em reaver o dinheiro, o advogado diz que o processo deve levar ao menos dois anos. "Duas coisas vão importar muito: a qualidade dos registros que vão encontrar no escritório de Madoff, ou seja, o quão rapidamente vão conseguir identificar as entradas e saídas do dinheiro, e o quanto ele vai cooperar com a investigação. Se cooperar com o FBI, o Departamento de Justiça e explicar a fraude, vai acelerar a resolução do caso." "No final das contas, vai prevalecer que tipo de documentação eles tinham sobre os investimentos. A primeira coisa que você tem de ver é com quem eles investiram. Os casos que têm uma conexão com os EUA [investimentos com ou por meio de bancos americanos] eu acho que terão uma chance maior de reaver o dinheiro, do que aqueles que não têm", completa, alertando que os investimentos não deverão ser recuperados integralmente.
Madoff é suspeito de armar um esquema Ponzi, que provocou perdas de US$ 50 bilhões (cerca de duas vezes o PIB uruguaio) para investidores de diversas partes do mundo, entre eles instituições de caridade, como a comandada pelo Prêmio Nobel da Paz, Elie Wiesel. Por esse esquema, ele prometia retornos altos e fixos aos investidores, porém esse dinheiro não vinha do rendimento das aplicações, mas da entrada de novos clientes. Com a crise nas Bolsas mundiais em 2008, houve uma corrida dos investidores para resgatar o dinheiro com Madoff, o que acabou desmoronando o suposto esquema.

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INDICADORES ECONÔMICOS

RESUMO DA SEMANA – 12 a 16 de janeiro de 2009


O IPC-S de 15 de janeiro
O IPC-S de 15 de janeiro de 2009 apresentou variação de 0,69%, taxa 0,01 ponto percentual (p.p.) acima da apurada com base na coleta encerrada em 07/01. Dos sete grupos componentes do índice, dois apresentaram acréscimos em suas taxas de variação.

IGP-10 registra variação de -0,85%
O IGP-10 registrou em janeiro variação de -0,85%. Em dezembro, a taxa foi de 0,03%. Dois dos três componentes do IGP-10 apresentaram trajetórias decrescentes em suas taxas de variação, na passagem de dezembro para janeiro: IPA, de -0,22% para -1,50% e INCC, de 0,33% para 0,17%. A taxa de variação do IPC manteve-se em 0,62%.

SPI de dezembro indica redução da produção física industrial
O SPI - Sinalizador da Produção Industrial - indica ter ocorrido uma redução de 13,5% da produção física industrial no Estado de São Paulo, em dezembro de 2008, sobre o mês anterior, com ajuste sazonal. O SPI é um indicador econômico mensal - elaborado em parceria entre a Fundação Getulio Vargas e a AES Eletropaulo - que antecipa tendências da atividade industrial no estado de São Paulo.

O IGP-M registrou, no primeiro decêndio de janeiro, taxa de variação de -0,31%
O IGP-M registrou, no primeiro decêndio de janeiro, taxa de variação de -0,31%. Em dezembro, no mesmo período de apuração, a taxa foi de 0,14%. Os três componentes do IGP-M apresentaram as seguintes trajetórias, na passagem do primeiro decêndio de dezembro para o primeiro decêndio de janeiro: IPA, de 0,04% para -0,56%, IPC, de 0,36% para 0,24%, e INCC, de 0,27% para 0,13%.


ECONOMIA NACIONAL


Dólar Comercial
Cotações de fechamento da PTAX
Data R$/US$
12/01 2,2969
13/01 2,3083
14/01 2,3341
15/01 2,3803
16/01 2,3430 *
*Cotação de 15h30min
Fonte: BACEN



Mercado de Trabalho


Emprego industrial diminuiu 0,6% em novembro de 2008
O recuo sobre o mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, foi o maior desde outubro de 2003 (-0,7%). Na comparação entre novembro de 2008 e 2007, o indicador continuou positivo (0,4%), mas assinalou a menor taxa desde outubro de 2006 (0,3%). De acordo com o IBGE, o acumulado no ano cresceu 2,4%, mas em menor ritmo do que nos meses anteriores. O número de horas pagas mostrou a maior queda (-1,7%) desde o início da série (jan/01) na relação mês/mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal.


Comércio Varejista

Volume de vendas cai em novembro
O comércio varejista apresentou, em novembro de 2008, resultados negativos sobre o mês anterior: nessa comparação, as taxas, livres de influência sazonal, ficaram em -0,7% para o volume de vendas e de -0,4% para a receita nominal de vendas, números que reforçam a inversão de tendência do setor iniciada em outubro, quando as variações frente a setembro haviam sido de -0,9% para volume de vendas e de -0,4% para a receita nominal.
Em relação a novembro de 2007, as variações de 5,1% para o volume e de 12,0% para a receita, ainda que positivas, refletiram desaceleração no ritmo de crescimento na comparação com iguais meses do ano anterior. Os números foram divulgados nessa sexta–feira pelo IBGE.


Economia Internacional

Índice de Preços ao Produtor cai pelo 5º mês consecutivo nos EUA
Divulgado na quinta-feira, 15/01, pelo Bureau of Labor Statistics, Departamento de Trabalho dos EUA, o PPI - Índice de Preços ao Produtor -, responsável por medir a inflação no atacado, caiu 1,9% em dezembro. Essa foi a quinta queda mensal seguida. Os últimos resultados foram -2,2% em novembro, -2,8% em outubro, -0,4% em setembro e -0,9% em agosto.
O núcleo do PPI, que exclui a variação de preços de alimentos e energia, avançou 0,2% no mês, acima da previsão de alta de 0,1%. Em comparação com dezembro de 2007, o núcleo do PPI registrou alta de 4,3%, o maior aumento em um ano-calendário desde 1988.

Índice de Preços ao Consumidor mantém estabilidade
O Departamento de Trabalho dos EUA divulgou também, o CPI - Índice de Preços ao Consumidor. O índice diminuiu 1% em dezembro, antes do ajustamento sazonal. Em 2008 o CPI subiu 0,1% como um todo, após a inflação de 4,1% registrada em 2007.
Os preços de energia despencaram 8,3% em dezembro, ante novembro e 21,3% em 2008 como um todo, o maior declínio anual já registrado. Os preços de gasolina nos EUA caíram 17,2% no ano passado. Em dezembro, os preços de alimentos caíram 0,1%. Já os preços de transportes recuaram pelo terceiro mês seguido, em 4,4% em dezembro ante novembro, uma vez que as passagens aéreas caíram 1,2%. Os preços de novos veículos caíram 0,4% em dezembro e recuaram 3,1% em 2008, a maior queda desde 1971. Habitação, que representa 40% do CPI, ficou estável em dezembro.

Produção industrial cai 2% em dezembro nos EUA
A produção industrial dos EUA caiu 2% em dezembro, de acordo com o Federal Reserve. O declínio ficou acima da previsão dos economistas, que era de 1,2%. A produção industrial de novembro foi revisada para queda de 1,3%, de 0,6%, estimada anteriormente. Essa foi a quarta retração em seis meses. Quase todos os setores, de tecnologia a automóveis, mostraram queda de produção.

IPC registra inflação de 0,23% na segunda prévia do mês
A segunda quadrissemana de janeiro do índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou inflação de 0,23% na cidade de São Paulo, informou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O resultado ficou acima da primeira quadrissemana (0,18%) e dentro das expectativas dos analistas consultados pela Agência Estado, que iam de 0,18% a 0,24%.
Os grupos que apresentaram elevação entre a primeira e a segunda prévia do mês foram Educação (de 1,05% para 2,58%), Despesas Pessoais (de 0,79% para 0,80%) e Saúde (de 0,06% para 0,09%). Desaceleraram os segmentos Habitação (de 0,29% para 0,25%), Transportes (de 0,12% para -0,08%) e Vestuário (de 0,88% para 0,11%). No grupo Alimentação, a taxa negativa recuou de 0,52% para 0,23%. Veja como ficaram os itens que compõem o IPC:
Habitação: 0,25%
Alimentação: -0,23%
Transportes: -0,08%
Despesas Pessoais: 0,80%
Saúde: 0,09%
Vestuário: 0,11%
Educação: 2,58%
Índice Geral: 0,23%


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MERCADO DE CAPITAIS

(Informações: Dow Jones, Bovespa, Reuters e AFP)


HOJE - Tóquio fecha em alta de 0,3% com recuo do iene
O índice Nikkei 225 da Bolsa de Tóquio registrou ligeira alta, com a desvalorização do iene apoiando as ações de empresas exportadoras. O índice fechou o pregão com avanço de 26,70 pontos, ou 0,3%, para 8.256,85 pontos.
As ações dos bancos, porém, fecharam em queda diante das preocupações com o setor financeiro dos EUA.


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MERCADO FINANCEIRO

Citibank afirma que Brasil é país "estratégico" e descarta venda
O Citibank brasileiro veio a público ontem, para mais uma vez, negar que esteja à venda no país, apesar da maior crise em seus 197 anos de história. Lucrativo no Brasil, o Citi afirmou que sua operação brasileira tem "importância estratégica" para o grupo - que procura desmembrar e vender ativos para fazer caixa e seguir operando. Mesmo considerada estratégica, analistas não descartam que o Citi seja obrigado a vender a unidade brasileira, uma das poucas a ter comprador nesse momento. O Citi brasileiro interessa especialmente, ao Bradesco, que perdeu a liderança no ranking por ativos após a fusão entre Itaú e Unibanco. O presidente mundial do HSBC, Stephen Green, chegou a afirmar no ano passado que não descartava comprar unidades em países como Brasil.
Alvo constante de rumores de aquisição, o Citi brasileiro teve lucro líquido acumulado de R$ 1,279 bilhão de janeiro a setembro de 2008 (última divulgação), -12% mais do que no mesmo período de 2007. Além de uma presença importante no varejo de alta renda, o Citi brasileiro é um dos líderes no atendimento a grandes empresas, câmbio de moedas, gestão de caixa e emissão de cartões. O banco tem ativos de R$ 40 bilhões e figura como o décimo maior no país. Tem 127 agências e emprega 5.911 funcionários. A carteira de crédito, no entanto, é uma das menores entre os bancos de varejo, com total de R$ 7,1 bilhões. "De acordo com o anúncio de realinhamento feito ontem, o Brasil foi confirmado como estratégico para a companhia e para o futuro do Citi, dentro da nova estrutura do Citicorp. Não há nenhuma intenção de vender o negócio no país", afirmou o banco em nota.
Segundo o Citi, as mudanças anunciadas ontem na matriz, não terão nenhum impacto no Brasil, o que o mercado recebeu com desconfiança. O banco não detalhou qual será o futuro de sua financeira, a Citi Financial, no país. Pelo comunicado divulgado ontem, o financiamento ao consumo será desmembrado do banco comercial.
O Citi também aprovou a fusão de sua corretora, a Smith Barney, com as operações de corretagem do Morgan Stanley. No Brasil, esses negócios estão espalhados em três unidades: a corretora do Morgan, a do próprio Citi e a Intra, que atua com pessoa física e foi comprada no ano passado por cerca de R$ 150 milhões. Apesar da sobreposição, o Citi afirma que não cancelará a compra da Intra, como chegou a ser comentado no mercado. "A operação e a estrutura organizacional da franquia no Brasil não sofrerão nenhum impacto, e continuarão sob a liderança de Gustavo Marin [presidente]", afirmou a nota. Além do banco, o Citigroup tem ainda, uma participação de 17% da Redecard, empresa de processamento de cartões, estimada em cerca de R$ 3 bilhões. As ações da Redecard tiveram baixa ontem, de 4,66%.

Caixa Econômica prepara nova redução de juros
A Caixa Econômica Federal prepara uma nova rodada de redução de taxas de juros dos empréstimos aos seus clientes. O pacote com taxas mais baratas, que será anunciado no prazo de 15 dias, vai incluir também, um novo corte de spreads bancários (diferença entre o custo de captação e o custo do empréstimo) em alguns produtos. A medida faz parte da estratégia de política econômica do governo de estimular a concorrência e reduzir o custo do crédito para as empresas e pessoas físicas, com o objetivo de estimular o crescimento econômico esse ano. A redução dos juros dos bancos oficiais será complementar ao novo pacote anticrise que o governo prepara, ainda para esse mês. O vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, antecipou à Agência Estado que os estudos para o cálculo das novas taxas, levam em conta cenário de taxa Selic, traçado pela área econômica do banco federal, de 10,75% ao ano, no fim de dezembro de 2009. Esse cenário está condicionado a uma queda de 3 pontos percentuais da Selic - hoje em 13,75% - até o fim do ano. “Nós reprecificamos uma nova curva de juros”, disse Percival. “É uma decisão interna da Caixa, que está em linha com a política econômica do governo.” (Agência Estado, de Brasília)

Assessor de Obama: bancos precisam ter movimentação de crédito
O presidente eleito dos EUA, Barack Obama, dará uma "forte mensagem" para os banqueiros assim que tomar posse do cargo, afirmou seu conselheiro sênior, David Axelrod, nesse domingo no programa de notícias "This Week", da emissora ABC. "Eu acho que ele terá uma forte mensagem para os banqueiros. Nós queremos ver o crédito fluindo novamente. Nós não queremos que eles se sentem em qualquer dinheiro que conseguiram por meio dos contribuintes", disse Axelrod. Ele acrescentou que a equipe de Obama discutirá a administração do pacote de socorro ao setor financeiro, conhecido como TARP, sigla em inglês para Programa de Alívio de Ativos Problemáticos, dias após a posse do democrata, que está marcada para a terça-feira, 20/01. "Primeiramente, o ponto é conseguir fluxo de crédito para os negócios e para as famílias em todo o país. Isso não aconteceu com o gasto dos primeiros 350 bilhões de dólares", afirmou.
Além disso, a administração do programa precisa ser mudada para garantir que o uso do fundo seja mais transparente. "Ninguém pode realmente dizer de onde saiu o dinheiro e como foi gasto... Nós precisamos lidar com isso." "Nós precisamos ter certeza que o dinheiro não seja usado para o pagamento de bônus a executivos e dividendos, quando deveria ser destinado aos empréstimos", disse Axelrod à ABC.
A futura administração de Obama está estudando fundar um banco estatal para adquirir ativos ruins que estejam interferindo no sistema financeiro, revelou no sábado uma pessoa familiarizada com os planos da equipe do democrata. O Federal Reserve dos EUA, o Tesouro e o Federal Deposit Insurance Corp estão negociando formas de atenuar a crise bancária, que mais uma vez está se agravando - e um "banco agregado", conduzido pelo governo, está entre as opções. Uma onda de inadimplência de hipotecas nos EUA levou à crise de crédito global. Na semana passada, o Goldman Sachs estimou que as perdas no mundo inteiro, podem acumular 2 trilhões de dólares, quase o dobro do que já foi visto até agora. (Agência Reuters, de Washington)


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AGRONEGÓCIOS


Brasil se acomodou como mero exportador de commodities
O economista chileno Gabriel Palma afirmou ontem, que o Brasil se acomodou como um mero exportador de commodities (bens agrícolas e minerais com cotação internacional) e por isso, durante os últimos 50 anos, reduziu o nível de industrialização. Em sua última participação durante o Laporde - Programa Avançado Latino-Americano para o Repensamento do Macrodesenvolvimento Econômico -, Palma disse que o país padeceu do mesmo mal de outros países latino-americanos ricos em recursos naturais e, agora, terá que criar uma séria política industrial se quiser alcançar índices de crescimento mais altos. "Hoje, não há uma política industrial verdadeira no Brasil. O que há é crédito para a indústria", criticou ele, citando as medidas anunciadas pelo governo federal no ano passado, para estímulo do setor industrial brasileiro. "Sem indústria, o Brasil pode continuar crescendo, em média, 3% ao ano. Crescerá até um pouco mais, como cresceu nos últimos anos", afirmou ele. Porém, nunca crescerá 6%, 7%, assim como crescem países asiáticos que apostaram na indústria. Palma, que é professor da Universidade de Cambridge e estudioso da economia da América Latina e Ásia, afirmou que, nos anos 60, o Brasil tinha um nível de industrialização mais alto do que outros países com características semelhantes. Entretanto, a partir de 1980, esse nível começou a cair devido, principalmente, à falta de investimentos. "O Brasil se acomodou como exportador de soja e outras commodities, assim como outros países latinos". Para ele, a economia brasileira tem um grande potencial, mas ele precisa ser mais bem aproveitado. "O Brasil tem que ser o transformador de commodities do mundo, parar de exportar minério e começar a exportar aço, por exemplo", afirmou Palma. Há um espaço aberto na economia e o Brasil tem que aproveitar. (Agência Brasil e Agência Safras)

Avicultura do Paraná fecha 2008 como a principal produtora e exportadora de frango de corte do país
A avicultura paranaense fechou o ano de 2008, como recordista nas exportações e produção de frango de corte no Brasil. Levantamento realizado pelo Sindiavipar - Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná - indica que no ano passado o estado exportou 915.414.503 quilos de carne de frango, contra 906.148.308 quilos exportados por Santa Catarina, segundo colocado no ranking nacional. Esse desempenho coloca o Paraná como responsável por 26,48% do volume das exportações brasileiras de frango. No acumulado do ano, o Brasil exportou 3.455.864.512 quilos de frango, número 7,72% superior ao de 2007, quando o país vendeu para o mercado externo 3.188.973.181 quilos.
Com esse desempenho, a avicultura de corte do Paraná fechou o ano de 2008, com o seu melhor desempenho em exportações na história e hoje, é o segundo item na pauta de exportação do estado, perdendo apenas para o complexo soja, segundo levantamento da Secex - Secretaria de Comércio Exterior -, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Além da liderança nacional em vendas com o mercado externo, o segmento comemora também, o crescimento de 29,02% no faturamento comparado com 2007 – enquanto em 2008 as vendas externas totalizaram um faturamento global de 1.622.295.784 dólares, em 2007 o acumulado foi de 1.151.390.317 dólares. Em volume de exportações, o crescimento foi de 7,83%, com 915.414.503 quilos exportados em 2008, contra 843.658.462 quilos do ano anterior.
De acordo com o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins, diversos fatores impulsionaram a liderança nas vendas externas na avicultura paranaense, em especial a modernização no parque industrial, promovida por diversas empresas avícolas do estado. “A liderança nas exportações é uma consequência natural do trabalho, que há muito tempo é realizado pelo setor. Já havíamos preconizado durante o ano, essa possibilidade de encerrar 2008 como o maior exportador nacional de frango de corte, até porque é um caminho natural, uma vez que o Paraná é também, o maior produtor de frango do Brasil. Nossa expectativa é manter-se durante o ano de 2009, nessa liderança e aumentar as vendas internacionais do produto”, revela Domingos Martins.


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SETOR AUTOMOTIVO


Toyota cortará produção pela metade entre fevereiro e abril
A Toyota, maior fabricante de automóveis do mundo, reduzirá pela metade sua produção no Japão entre fevereiro e abril, frente aos volumes do ano passado, para nove mil unidades diárias, assegurou ontem a agência de notícias local Kyodo. Hoje mesmo, a montadora suspendeu a produção em 11 das 12 fábricas que tem no país, como já tinha anunciado, em resposta à queda das vendas de carros no mundo todo.
É a primeira vez que Toyota suspende operações nessa escala desde agosto de 1993, quando durante um dia, cancelou a fabricação em todas as suas fábricas domésticas, devido à forte valorização do iene frente ao dólar. Fontes da indústria automotiva citadas pela Kyodo, afirmaram que a Toyota cortará sua produção entre fevereiro e abril, para cerca de nove mil unidades por dia de operação, abaixo do limite de rentabilidade.
A fabricação de 11 mil unidades diárias é considerada o limite de rentabilidade pela Toyota, cuja média de produção foi no ano passado, de perto de 20 mil, também por dia. Seu plano para fazer frente à crise da indústria passa, além disso, por suspender a produção durante um total de 14 dias entre janeiro e março, geralmente durante os fins de semana. Previamente, a Toyota já havia parado em dezembro passado a produção em duas fábricas que faziam veículos destinados à exportação à América do Norte, o mercado mais afetado pela crise global. (Agência Efe, de Tóquio)


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COMÉRCIO EXTERIOR


Corrente de comércio soma US$ 5,9 bilhões em janeiro
Nos seis dias úteis de 2009 - duas primeiras semanas de janeiro - a balança comercial brasileira registrou uma corrente de comércio (soma das exportações com as importações) de US$ 5,928 bilhões. Nesse período, as exportações totalizaram US$ 2,958 bilhões (média diária de US$ 493 milhões) e as importações US$ 2,970 bilhões (média diária de US$ 495 milhões), valores que representam um déficit comercial (diferença entre o valor exportado e o importado) de US$ 12 milhões. Pelo critério da média diária, as exportações brasileiras, até o dia 11/01, apresentaram uma retração de 18,3% em relação ao desempenho médio diário das exportações em todo o mês de janeiro de 2008 (US$ 603,5 milhões), em função das vendas de manufaturados (-39,4%), principalmente aviões, autopeças, óleos combustíveis, laminados planos, veículos de carga e calçados. As exportações de produtos de demais categorias, entretanto, apresentaram crescimento: semimanufaturados (+19,8%) – por conta de açúcar em bruto, alumínio em bruto, ferro fundido e celulose – e básicos (+1,9%) – com destaque para milho em grão, farelo de soja, minério de ferro e carne de frango.Sobre o desempenho médio diário registrado em dezembro do ano passado (US$ 628,1 milhões), foi registrada queda de 21,5%. Nessa comparação, foi verificada retração nos embarques de produtos manufaturados (-42,8%) e básicos (-14,2%). As vendas de semimanufaturados, porém, cresceram 56%.ImportaçãoA média diária das importações decresceu 11,9% na comparação com a registrada em janeiro de 2008 (US$ 561,6 milhões), quando houve redução dos desembarques de adubos e fertilizantes (-79,2%), cereais (-48,2%), combustíveis e lubrificantes (-40,5%), farmacêuticos (-31,7%) e aparelhos e instrumentos eletroeletrônicos (-25,6%) e instrumentos de ótica e precisão (-18,7%). Em relação ao desempenho médio diário em dezembro passado (US$ 523,5 milhões), a retração foi de 5,4% em virtude de adubos e fertilizantes (-64,4%), combustíveis e lubrificantes (-48,9%), farmacêuticos (-48,1%) e cereais (-11,4%). Na comparação dos valores, o saldo comercial dos seis primeiros dias úteis de 2009 (-US$ 12 milhões), ficou 101,3% menor que o verificado nos 22 dias úteis de janeiro (US$ 922 milhões). Sobre o desempenho verificado em dezembro do ano passado (US$ 2,301 bilhões), a queda foi de 100,5%.Primeira e segunda semanasNo único dia útil da primeira semana de janeiro, 02/01, as exportações brasileiras somaram US$ 403 milhões e as importações US$ 273 milhões.
O superávit registrado nessa semana foi de US$ 130 milhões e a corrente de comércio, US$ 673 milhões. Na segunda semana do mês, de 5 a 11, as vendas de produtos brasileiros para mercados estrangeiros totalizaram US$ 2,555 bilhões (média diária de US$ 511 milhões), e os desembarques de bens importados, US$ 2,697 milhões (média diária de US$ 539,4 milhões). O saldo comercial do período ficou deficitário em US$ 142 milhões. Os índices de importação da segunda semana do mês foram impactados pela compra de uma aeronave no valor de US$ 150 milhões. De acordo com a análise da Secex - Secretaria de Comércio Exterior - do MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior -, excluindo-se esse valor, o saldo da balança comercial apresentaria superávit de US$ 138 milhões.

País precisa resolver entraves internos para exportar mais
Por essa razão, o secretário-geral da Unctad - Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento -, embaixador Rubens Ricupero, disse que os acordos bilaterais e multilaterais, sofrerão com a crise justamente pelo protecionismo característico de turbulências como essa. Por isso, o embaixador defende que o Brasil aproveite esse momento para resolver pendências internas que fecham as portas para nossos produtos exportáveis, como por exemplo, adequar nossos itens de exportação às normas sanitárias internacionais. "Num momento de crise como o que estamos vivendo, a tendência é que os países procurem defender seus mercados. São poucos os setores que pressionam para a direção contrária, o da abertura de comércio", informa.
De acordo com o especialista, apesar das adversidades para a consolidação de novos acordos, não é o momento de esmorecer. "De maneira geral, não é uma ocasião propicia para tratados, isso pela redução da demanda que faz o campo para as exportações se estreitar. Porém, isso não significa que não se possa, em algumas áreas, tentar negociar. Entretanto, ainda não vejo nenhum movimento nesse sentido no mundo", analisa o embaixador.
Para Ricupero, com a impossibilidade de mudar o cenário mundial, seria interessante o governo brasileiro resolver certos entraves internos. "Por exemplo, o setor de carnes, tanto bovina quanto suína, tem problemas específicos vinculados em medidas sanitárias que fizeram fechar certos mercados. Existe espaço para remover esses obstáculos", sugere.
O embaixador também comemora a lucratividade do setor manufaturado com a subida do câmbio, mas salienta que com a redução da demanda, ficará ainda mais importante o trabalho de promoção dos produtos. Em se tratando do Mercosul, Ricupero não acredita que a crise possa tornar o bloco mais forte. O argumento tem como base o fato das divergências internas serem sempre latentes. "Os próprios argentinos já adotaram medidas protecionistas, aqui. Não vejo nenhuma tendência nítida no Mercosul de fortalecimento. Vemos o esforço do Brasil para evitar a bitributação, que mesmo com várias reuniões, não se resolve", detalha. Já em relação à Rodada de Doha, na opinião do embaixador, dificilmente sairá um acordo nesse ano. "O esforço vai continuar dependendo das flexibilidades dos países. Como o novo governo dos EUA vai encarar isso tudo. Pode ser que haja algum tipo de avanço, mas fatos não existem. Na Índia as eleições serão em maio, e foram os dois países que paralisaram as negociações no ano passado. Além disso, não vi nenhuma declaração do governo americano sobre o comércio exterior, apenas pacotes de ajuda à economia", conclui.
Os países do G-20 tentaram em dezembro, aprovar a Rodada de Doha, aproveitando os pontos de convergência, deixando os itens polêmicos para discussões pontuais em 2009. Porém, até mesmo essa tentativa fracassou.
Infraestrutura
A opinião de Michel Alaby, presidente da Adebim - Associação de Empresas Brasileiras para a Integração de Mercados -, segue a mesma linha de raciocínio. Segundo ele, a saída é buscar melhorias em campos que estão ao alcance do País, como aperfeiçoar falhas internas. "Eu acho que se você vai ter dificuldade lá fora, você deveria buscar fazer melhorias das condições internas, para evitar novas barreiras às nossas exportações. Infraestrutura, reforma tributária, adequar os produtos brasileiros às normas técnicas da União Europeia e EUA, que são os principais, buscar controles sanitários vinculados à produção e exportação animal, aplicar a legislação internacional de meio ambiente para conseguir vender uma imagem melhor sobre a Amazônia, ou seja, trabalhar problemas internos", defende.Para o representante, por mais que o governo brasileiro acredite na possibilidade de uma aprovação da Rodada de Doha, o caminho a ser percorrido não será fácil em 2009. Conforme Alaby, "o ano de crise tenderia a favorecer o acordo multilateral, porque pode abrir os mercados e buscar mais desenvolvimento do comércio. Entretanto, outra corrente diz que com a crise os mercados se sentem mais protecionistas, porque tem que manter seus empregos". Segundo ele, as duas correntes são "antíteses" de como sair da crise. "Na minha opinião, falar de Doha nesse momento, principalmente pelos EUA estarem com um novo governo, é muito cedo. Muito difícil qualquer avanço".
Michel Alaby acrescenta que nem mesmo os acordos bilaterais terão força nesse ano, fruto não só da crise econômica como também, da dificuldade de consenso entre os países do Mercosul. "Nos acordos bilaterais segue o mesmo raciocínio. Se não conseguimos avançar nem com Mercosul, imagine com a União Europeia. Esse ano está bastante complicado para esses tratados", conclui.


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MERCADO DE TI


AMD corta 1,1 mil funcionários

A fabricante de chips AMD, anunciou uma reestruturação em suas operações e vai cortar 1,1 mil funcionários, globalmente. Além disso, os principais executivos sofrerão até 20% de corte em seus salários. Segundo comunicado oficial, os problemas econômicos enfrentados no mundo todo determinaram as demissões. Os postos de trabalho cortados correspondem a 9% da força de trabalho da AMD. A redução dos vencimentos atinge outros empregados. Aqueles que não recebem horas-extras perderão 10% em seus ordenados. Os que trabalham por hora, perdem 5%. A subsidiária brasileira da AMD ainda não tem uma posição sobre o impacto que essas medidas poderão ter nas operações brasileiras.


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MERCADO ONLINE


Google corta serviços online de seu portfólio
O Google irá eliminar ou interromper o suporte a vários serviços online gratuitos, como forma de economizar seus recursos de engenharia. Alguns dos serviços são os que apresentam popularidade baixa ou, no caso do Google Video, estão em redundância com outros serviços pertencentes à empresa, como o
YouTube. As mudanças demonstram que até mesmo o Google - empresa que teve um crescimento espetacular em apenas 10 anos de existência - está ajustando suas operações com alguns cortes prudentes durante o difícil momento da economia mundial.A empresa detalhou as mudanças em vários blogs, na quarta-feira, 14/01. Uma das mais notáveis é que o Google decidiu parar de desenvolver o Jaiku, uma plataforma de microglogging adquirida em 2007, e seria um concorrente do Twitter. O serviço seria lançado dentro do projeto de código aberto sob licença Apache. Outros serviços finalizados serão o Mashup Editor, uma plataforma AJAX para desenvolvimento de aplicativos online e o Dodgeball.com, uma rede social móvel.O Google Notebook, também não receberá novos usuários. A ferramenta organizacional online, no qual as pessoas podem criar notas e compartilhá-las, continuará apenas para usuários já registrados. As mudanças foram anunciadas no mesmo dia em que o Google disse que demitirá 100 recrutadores de talentos. A empresa também planeja fechar escritórios de engenharia no Texas, Noruega e Suécia, transferindo 70 engenheiros para outras unidades para melhor coordenar seus esforços em desenvolvimento.


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LOGISTICA & infra-estrutura


Obra na rodovia entre Itajaí e Brusque começa hoje

Começam nessa segunda-feira, as obras emergenciais de recuperação da rodovia Antonio Heil (SC 486), que liga Itajaí a Brusque, em Santa Catarina. Vários trechos da estrada foram danificados pelas chuvas que atingiram a região em novembro do ano passado. As obras ficarão sob responsabilidade do Deinfra - Departamento Estadual de Infraestrutura - e devem consumir R$ 5 milhões, verba proveniente do governo federal. Entre os trabalhos, está a recuperação de áreas onde houve deslizamentos, serviços de terraplanagem, sinalização, drenagem e pavimentação. O Deinfra considera que um trecho próximo à gerência regional da Epagri - Empresa de Pesquisa Agropecuária -, em Itajaí, é o mais complicado. Nesse local, uma tubulação sob a estrada foi rompida e será necessário refazer a drenagem prejudicada pela força da água. O prazo máximo para conclusão das obras é de 180 dias, mas o Departamento estima ser possível encerrar em tempo menor. (Agência Estado)


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ENERGIA & Telecomunicações


Aeiou desiste de transferir parte de seu controle acionário
Em comunicado enviado para a imprensa, a Unicel do Brasil Telecomunicação, razão social da operadora
Aeiou, informou que não concluirá a transferência parcial de seu controle societário para a Hits do Brasil Empreendimentos e Participações. A empresa não informou o percentual de ações que seria transferido na operação. Segundo a empresa, "depois de esgotadas todas as tentativas de conciliação entre as partes, a Unicel tomou essa decisão em função do descumprimento, pela HITS, do Acordo de Investimento e das obrigações de pagamento pactuadas". A Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações - havia concedido a anuência prévia para o negócio em 16/09/08. Com a não realização do negócio, a Aeiou continua a ter como controlador um grupo nacional, ligado ao empresário José Roberto Melo da Silva, presidente da companhia. A Aeiou entrou em operação beta na cidade de São Paulo no dia 05/08/08 e, segundo dados da Anatel, a operadora encerrou o ano passado com 16,7 mil usuários.


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MERCADO DE LUXO


Vendas da Tiffany & Co desabam no fim de ano
A rede de joalherias Tiffany disse que suas vendas no último bimestre do ano caíram 21%, em relação ao mesmo período de 2007 (-35% em mesmas lojas), para US$ 687,4 milhões, devido ao desaquecimento da economia mundial. Com isso, a empresa já advertiu Wall Street para uma queda nos lucros nesse trimestre (que será fechado no fim de janeiro) e resultados menores que o esperado para o total do ano. A nova projeção é de um lucro entre US$ 2,25 e US$ 2,30 por ação, abaixo da margem anteriormente esperada (US$ 2,30 a US$ 2,50 por ação), que, por sua vez, já representava uma diminuição em relação à expectativa inicial.

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