I-Press.biz Economia & Mercado | Edição 149 | Ano I

Especial Davos
Economistas preveem longa recessão global
A economia mundial crescerá no máximo 2,5% ao ano, nos próximos três anos, segundo o presidente do Banco Morgan Stanley para a Ásia, Stephen Roach, ex-economista-chefe da instituição e ex-economista do Federal Reserve, o banco central americano, hoje sediado em Hong Kong. Em 2009, a produção mundial deverá encolher entre 0,5% e 1%, na primeira redução anual desde a Segunda Guerra, e por muitos anos não se verá de novo um crescimento médio de 4%. “Você está otimista, deve estar amolecendo com a idade”, comentou o editorialista econômico do Financial Times, Martin Wolf. Stephen Roach carregou por muitos anos a fama de pessimista e soube cultivá-la em seus escritos e nas discussões do Fórum Econômico Mundial. Desta vez, ninguém foi muito mais otimista do que ele, na sessão de abertura da reunião anual do Fórum. Ninguém falou muito sobre 2009, um ano dado como perdido, nem previu solução rápida para a retração mundial. Só o empresário turco Ferit Sahenk, presidente do Grupo Dogus, um dos maiores do país, com 70 companhias e cerca de 20 mil empregados, achou algo positivo para dizer: “Pela primeira vez, estamos numa crise que não foi criada por nós”.
“Ainda não chegamos ao fundo”, disse o economista chinês Justin Yifu Lin, vice-presidente sênior do Banco Mundial. Injetar capital nos bancos não bastará para tirar o mundo da recessão. Será necessário, segundo ele, um estímulo fiscal coordenado, mas nem todos os países terão condições de aumentar os gastos orçamentários. O remédio, acrescentou, será criar um fundo para financiar a recuperação dos países em desenvolvimento.
A China, disse Justin Yifu Kin, perdeu impulso por causa da queda das exportações, mas o governo já lançou um plano fiscal de US$ 480 bilhões, equivalente a 15% do PIB - Produto Interno Bruto -, destinado em grande parte a projetos de infraestrutura e a políticas de proteção social. O crescimento da produção poderá ficar na faixa de 7% a 8%, segundo sua avaliação. Stephen Roach é mais cauteloso: a expansão chinesa dificilmente passará de 5,5% neste ano, segundo sua avaliação.
O veterano ministro das Finanças da África do Sul, Trevor Manuel, no cargo desde 1996, chamou a atenção para o risco de maior protecionismo nas grandes economias e para as dificuldades de financiamento dos países africanos. Os investimentos estrangeiros devem diminuir e aqueles países, depois de terem conseguido acesso aos mercados financeiros, estão sendo postos para fora.
Estímulos fiscais podem ser importantes, mas também não serão suficientes, concordaram Roach e o economista japonês Heizo Takenaka, diretor do Instituto de Pesquisa de Segurança Global, da Universidade Keio, do Japão. Takenaka insistiu na importância de uma política monetária expansionista. Além disso, a crise não será resolvida, acrescentou, enquanto não houver uma avaliação eficiente dos ativos tóxicos em poder dos bancos. Sem a solução deste problema, nem o Tarp - Programa de Redução dos Ativos Tóxicos -, criado pelo governo americano, cumprirá sua função, disse Roach.
Se a crise se prolongar, não produzirá apenas desemprego e pobreza, mas instabilidade social e política, advertiu o empresário Ferit Sahenk. Assim como a maioria dos outros participantes, defendeu ações internacionais coordenadas como indispensáveis à solução dos problemas globais. Mas a coordenação dificilmente poderá funcionar, objetou Roach, enquanto as instituições multilaterais, como o FMI - Fundo Monetário Internacional -, não tiverem poder para impor o cumprimento de regras e de compromissos a Estados soberanos, a começar pelos mais fortes. (Especial Agência Estado)


Banco Central projeta inflação abaixo da meta e indica novos cortes de juros
O Banco Central já prevê que a inflação possa ficar abaixo da meta de 4,5% neste ano e em 2010. A informação faz parte da ata do Copom - Comitê de Política Monetária do BC -, divulgada ontem pela manhã, dia 29/01. Essas previsões estão entre os motivos que levaram o Copom a anunciar na semana passada, a queda na taxa básica de juros (Selic) de 13,75% para 12,75% ao ano. Foi o maior corte em cinco anos. A previsão de inflação abaixo da meta, leva em consideração o que o BC chama de cenário de referência, com a Selic ainda em 13,75% ao ano. No caso de 2010, o BC destaca que o índice oficial de preços – IPCA - ficaria "sensivelmente" abaixo da meta. Outra previsão feita pela instituição, que considera a queda nos juros projetada pelos economistas na pesquisa Focus, aponta uma inflação "ao redor" da meta. O BC não divulga dos números exatos, mas destacou que todas as previsões caíram em relação àquelas feitas na reunião do Copom de dezembro. Para a instituição, a probabilidade de que pressões inflacionárias "inicialmente localizadas" apresentem riscos para a inflação futura diminuiu. "O conjunto das informações disponíveis sugere que o ciclo inflacionário observado nos últimos trimestres tende a ser superado, gradativamente, em processo que deve ser liderado pelo comportamento dos preços livres, uma vez que a inflação dos preços administrados deve mostrar maior persistência", afirmou o Copom na ata. Logo após a reunião da semana passada, o BC já indicou que haverá novos cortes a partir do próximo encontro para avaliar a Selic, no início de março. 'O Comitê inicia um processo de flexibilização da política monetária [ou corte de juros] realizando de imediato, parte relevante do movimento da taxa básica de juros, sem prejuízo para o cumprimento da meta para a inflação'. De acordo com a pesquisa Focus, os economistas já esperam uma queda dos juros para 11% ao ano, até dezembro de 2009.

Crise deve chegar às pequenas indústrias no 1º trimestre
A crise financeira deve atingir com maior intensidade as pequenas indústrias neste primeiro trimestre, afirmou o economista da CNI - Confederação Nacional da Indústria -, Renato Fonseca. Segundo ele, a crise mundial atingiu primeiro, as grandes empresas que são exportadoras, mas deve chegar com maior força, às pequenas e médias, já nos próximos meses. "Como a crise está vindo de fora, ela atingiu primeiro as grandes empresas. Mas as pequenas, muitas vezes, são fornecedoras das grandes e vão começar a sentir essa crise no primeiro trimestre", afirmou. De acordo com pesquisa divulgada ontem pela CNI, a dificuldade de acesso a crédito aumentou para a indústria no último trimestre de 2009. O indicador que mostra as condições de acesso a empréstimos ficou em 32,4 pontos, contra 42,6 pontos no trimestre anterior. No último trimestre de 2007, o índice era de 47,6 pontos.
Emprego - Ainda segundo o levantamento, os industriais brasileiros
preveem um cenário de menor demanda e queda de emprego nos próximos seis meses. O indicador de expectativa de demanda ficou em 39,7 pontos em janeiro - em uma escala até 100, onde números abaixo de 50 indicam redução. A perspectiva é de redução também, no número de empregos. O índice ficou em 40,5 pontos, contra 49,8 pontos em outubro e 53 pontos, em janeiro do ano passado. Os empresários estão pessimistas também em relação às exportações. O índice caiu de 48,4 pontos em outubro para 41,7 pontos em janeiro. Em janeiro do ano passado, o índice era de 48,5 pontos.
Recorde - A produção da indústria no quarto trimestre de 2008 teve o
pior resultado da série histórica da CNI, iniciada em 1999. O indicador de produção ficou em 40,8 pontos (em uma escala que vai até 100, em que números abaixo de 50 indicam redução). No terceiro trimestre, o índice estava em 57,8 pontos e, no quarto trimestre de 2008, em 59 pontos.

Vale compra minas da Rio Tinto por US$ 1,6 bilhão
A mineradora anglo-australiana anunciou a venda, para a Vale, da mina de minério de ferro Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e de uma mina de potássio na Argentina, por US$ 1,6 bilhão. A Vale pagará US$ 850 milhões pelo projeto Potasio Rio Colorado, localizado na fronteira entre as províncias argentinas de Mendoza e Neuquen, e US$ 750 milhões pela mina Corumbá e operações logísticas fluviais associadas, no Paraguai. A Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, é a mais bem posicionada para extrair sinergias da mina Corumbá. A mina produz cerca de 2 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, mas a mineradora brasileira pretende aumentar esse volume significativamente. No início do ano, a Rio Tinto suspendeu um projeto de US$ 2,15 bilhões para expandir a produção de Corumbá para cerca de 12,8 milhões de toneladas por ano. Também havia estudos para uma expansão posterior, que elevaria a produção para 23,2 milhões de toneladas. As ações da Rio Tinto reagiram positivamente à notícia da venda, fechando com alta de 3,5% na Bolsa de Sydney. O índice S&P/ASX da Bolsa encerrou em alta de 0,4%. O diretor-financeiro da Rio Tinto, Guy Elliott, disse que a venda representa mais um passo em direção ao compromisso da companhia, de reduzir sua dívida em US$ 10 bilhões neste ano. A operação dá ao mercado a esperança de que ainda existam compradores no exterior para os ativos que a companhia pretende vender, mas não elimina totalmente a preocupação de que ela seja obrigada a diluir o valor de suas ações com uma oferta destinada a levantar recursos para diminuir o endividamento. (Agência Dow Jones, de Melbourne)

Colgate tem lucro e volume recorde de negócios em 2008
A multinacional Colgate-Palmolive, fabricante de produtos de higiene, anunciou na quinta-feira, lucro de US$ 1,95 bilhão no exercício de 2008 e volume de negócios recorde, com destaque das vendas no Brasil. A receita total foi de US$ 3,66 por ação, 12,6% a mais que em 2007. As vendas anuais registraram expansão de 11%, para US$ 15,3 bilhões. O balanço favorável deveu-se também, nos números do trimestre. O lucro líquido trimestral foi de 19,7%, para US$ 497 milhões (US$ 0,94 centavos), o que também superou as previsões dos analistas e ajudou a fazer com que a empresa registrasse alta em suas ações na Bolsa de Nova Iorque. Sem levar em conta os custos de reestruturação, o benefício trimestral superaria os US$ 527,5 milhões (US$ 1 por ação), o que supõe o valor mais alto obtido pela empresa em um trimestre. Segundo Ian Cook, presidente e executivo-chefe da empresa, o Brasil está entre os mercados que contribuíram para os bons resultados. Em todo o mundo, a Colgate tem a preferência de 44,8% dos consumidores de creme dental, e 30% entre os de escovas. Na América Latina, que inclui o mercado brasileiro, o lucro operacional registrou aumento recorde de 11%, enquanto as vendas totais do ano foram de 17%.

US Airways anuncia perda líquida de US$ 2,21 bilhões em 2008
A companhia aérea US Airways encerrou 2008 com uma perda líquida de US$ 2,210 bilhões, ou US$ 22,06 por ação, segundo comunicado divulgado na quinta-feira. A perda total foi de US$ 803 milhões, ou US$ 8,01 por ação. O número é bem pior que o resultado negativo de US$ 427 milhões (US$ 4,52 dólares por título) do ano passado. Entretanto, as receitas totais em todo o exercício foram de US$ 12,118 bilhões, 3,6% mais que em 2007. No quarto trimestre, houve perda líquida de US$ 541 milhões (US$ 4,74 por ação). A empresa teve um resultado negativo de US$ 79 milhões (US$ 0,87 por título) no mesmo período do ano passado. Sem contar despesas extraordinárias, a perda trimestral ficou em US$ 220 milhões, ou US$ 1,93 por ação. A empresa teve receitas de US$ 2,76 bilhões nos últimos três meses de 2008, o que representa uma queda de 0,6% em comparação a 2007. O presidente e executivo-chefe da US Airways, Doug Parker, explicou que, assim como em outras companhias aéreas, os resultados financeiros refletem o notável aumento dos preços do petróleo durante a maior parte de 2008.

Lucro da Sony cai 95% no quarto trimestre
A fabricante japonesa de aparelhos eletrônicos Sony anunciou na quinta-feira, que seu lucro líquido entre outubro e dezembro foi de 10,4 bilhões de ienes (US$ 115 milhões), uma queda de 95% frente ao mesmo trimestre do ano anterior. No trimestre, a Sony teve uma perda operacional de 18 bilhões de ienes (US$ 200 milhões), contra um lucro líquido de 236,2 bilhões de ienes (US$ 2,625 bilhões) entre outubro e dezembro de 2007. Além disso, no trimestre a empresa registrou vendas no valor de 2,15 trilhões de ienes (US$ 23,9 bilhões), uma queda de 24,6% frente ao mesmo período do ano anterior. Segundo a Sony, entre os motivos pelos maus resultados está a valorização do iene e a redução da demanda no setor eletrônico. Entre abril e dezembro, os primeiros nove meses do ano fiscal japonês, a gigante da eletrônica teve perdas líquidas de 66,2 bilhões de ienes (US$ 735 milhões). A Sony confirmou como já havia antecipado na semana passada, que no atual ano fiscal terá os primeiros prejuízos, líquido e operativo, em 14 anos. (Agência Efe, de Tóquio/Japão)

Vendas da Nintendo sobem, mas lucro cai 18% em 2008
A fabricante japonesa de videogames Nintendo anunciou na quinta-feira que, entre abril e dezembro, seu lucro líquido caiu 18% - mas suas vendas aumentaram 16,7%, apesar da valorização do iene. Nos primeiros nove meses do ano fiscal japonês, a companhia teve lucro líquido de 212,524 bilhões de ienes (US$ 2,364 bilhões), frente aos 258,929 bilhões de ienes (US$ 2,88 bilhões) do mesmo período de 2007. As vendas totais da companhia no período foram de 1,53 trilhão de ienes (US$ 17,012 bilhões), em comparação com os 1,31 trilhão de ienes (US$ 14,63 bilhões) registrados entre abril e dezembro de 2007. A fabricante do popular videogame Wii não divulgou seus resultados específicos do último trimestre de 2008, mas apenas dos nove primeiros meses do ano fiscal japonês, que termina em março deste ano.

Crise atinge espetáculos da Broadway
Filas quilométricas e ingressos esgotados estão fora de cartaz na Broadway. Culpa não só do frio do inverno nos EUA: os palcos de Nova Iorque sentem os efeitos da crise econômica no sumiço de público e de investidores, o que vem afetando o tipo e o número das exibições. Em janeiro, ao menos 13 espetáculos foram encerrados permanentemente, incluindo sucessos como "Grease" e "Hairspray". Alguns finalizaram temporada, mas a maioria teve o último ato determinado pelas projeções negativas de investidores para 2009. A queda de audiência começou a ser notada em outubro, com a piora da recessão. Em novembro, o público semanal já havia caído em 30 mil pessoas, segundo o "USA Today", com base em dados oficiais. Os teatros tentaram ser criativos -reduziram a publicidade em papel, trocaram lâmpadas de letreiros por econômicas -, mas o impacto das ações foi limitado. Hoje, se pode adquirir, sem fila, ingressos com 50% de desconto para mais de 25 shows até minutos antes de seu início. Nas coxias, o corte de investimentos é problema certo. Segundo a American Theater Wing, criadora do Prêmio Tony, grande parte dos shows da Broadway tem dificuldade de recuperar o investimento inicial. "Mas, claro, a crise prejudica o levantamento de fundos", diz o diretor-executivo Howard Sherman. Para ele, os 23 shows que estreiam até abril, são sinal de que a atividade não cairá. Mas o fato de só um terço deles serem musicais, admite, está ligado à produção mais barata das peças. Teatros off-Broadway vivem questões similares. Joseph Melillo, diretor-executivo do complexo de teatros e cinemas Academia de Música do Broo-klyn, diz que "não houve impacto negativo na venda de ingressos, mas as pessoas reduziram as doações. É preocupante". (Folha Online, de Nova Iorque/EUA)

Supermercados acirram disputa pelo interior
Crise foi uma palavra que pareceu não constar no dicionário das redes supermercadistas regionais, de menor porte, no ano passado. Ao contrário, elas seguem na contramão da economia, e não pretendem reduzir investimentos este ano, prevendo um forte enfrentamento com as grandes redes, que devem correr para expandir sua atuação no interior do País, com as grandes cidades com certa saturação. O setor supermercadista teve desempenho recorde em 2008 e faturou perto de R$ 150 bilhões, com uma alta real de 8,98% ante 2007. Para 2009, a previsão é de um choque impetuoso entre as redes menores e as grandes, que também garantem não reduzir os aportes de expansão, estimados em R$ 5 bilhões pela Abras - Associação Brasileira de Supermercados. Atingir os mercados regionais para ganhar mais participação de mercado está nos planos de Walmart, Grupo Pão de Açúcar, Carrefour e, para não perder espaço neste grande tabuleiro, redes menores como Supermercados Comper, Villareal e Covabra continuarão seus planos de expansão, em sua maioria com capital próprio.

Walmart lança nova oferta por ações da D&S
Em mais um passo de sua chegada ao varejo do Chile, o Walmart lançou uma nova oferta pelas ações do grupo supermercadista D&S, o maior do país, depois de ter adquirido 58,2% do capital da companhia. Atualmente, apenas 1,7% das ações da empresa são comercializadas nas Bolsas de Santiago e Nova Iorque, mas, após a conclusão da segunda rodada, os papéis serão negociados apenas no mercado chileno.

Accor cresce na AL com bandeiras econômicas
A rede Accor de hotéis vai focar seu crescimento na América Latina nos próximos três anos, no segmento econômico. Seu plano de expansão para a região prevê a abertura de 50 unidades das bandeiras Ibis e Formule 1 até 2012, que se somarão aos outros 54 hotéis das marcas hoje em operação na América Latina, somando um total de 8.200 quartos. O Brasil, que hoje possui 47 hotéis das duas bandeiras, vai receber a maior parte dos novos empreendimentos: 34 do total. O plano de expansão vai permitir ainda, a entrada das marcas em mercados ainda não atendidos, como Chile (três hotéis), Colômbia (dois), Venezuela, Peru e Paraguai (um hotel cada um). A expansão vai somar um investimento de cerca de R$ 600 milhões.

Material de construção pode ter o IPI zerado
O governo estuda a possibilidade de reduzir a zero a alíquota do IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados - dos materiais de construção. Hoje, a maior parte deles recolhe 5%. Se a medida atingir todos os itens, a arrecadação tributária vai cair R$ 1,1 bilhão. Técnicos analisam se há condições de fazer tamanha “bondade“. É possível, dependendo das projeções de receitas deste ano, que a desoneração fique só nos principais produtos. Outro corte de impostos em discussão é a redução, de 7% para 6%, da alíquota incidente sobre o patrimônio de afetação das construtoras. Quando constroem um prédio, as incorporadoras separam a contabilidade daquele empreendimento - para evitar um novo caso Encol. Sobre a venda do imóvel, incide uma alíquota única de 7%, que cobre todos os tributos federais. O setor privado vem pleiteando a redução para 6%, para tornar a tributação semelhante à das empresas que calculam seus impostos pelo regime de lucro presumido. Esta medida, se adotada, significaria uma renúncia tributária da ordem de R$ 150 milhões. O pacote também vai prever um mecanismo pelo qual mutuários com renda de até cinco salários mínimos, que sejam bons pagadores, sejam dispensados do pagamento de até 16 prestações. Isto será proporcionado pelo Fundo Garantidor, ainda a ser criado. Este fundo tem como objetivo reduzir perdas com eventuais calotes e baratear o custo do financiamento, pois o juro final embute uma taxa de risco.

Inadimplência da pessoa física é a maior desde 2002
A crise financeira mundial aumentou a inadimplência do crédito livre no País no final de 2008 e fez com que o número de consumidores inadimplentes, atingisse o maior nível desde setembro de 2002, segundo dados divulgados pelo Banco Central. A taxa de inadimplência do crédito livre subiu para 4,4% em dezembro, ante 4,2% em novembro. Conforme os dados do BC, com a alta registrada no último mês do ano passado, o percentual dos pagamentos de empréstimos com atraso superior a 90 dias, atingiu o maior patamar desde novembro de 2007, quando estava em 4,5%. Em dezembro, a inadimplência dos empréstimos para as pessoas físicas atingiu 8,1%, ante 7,8% de novembro. Esse é o maior nível de inadimplência para pessoas físicas desde setembro de 2002, quando a taxa atingiu 8,2%. Nos financiamentos para as empresas, a inadimplência foi de 1,8% em dezembro, ante 1,7% em novembro. Além disso, a inadimplência no financiamento de veículos atingiu o maior patamar da história em dezembro. De acordo com números divulgados pelo Banco Central, o percentual dos empréstimos com atraso nos pagamentos superior a 90 dias, atingiu 4,3% no último mês de 2008, ante 4,1% de novembro. Esse é o maior patamar da série histórica iniciada em junho de 2000 e mostra que o total das parcelas com atraso superior a três meses que bancos têm a receber, já soma R$ 3,5 bilhões.

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ESPECIAL

Multinacionais demitem mais de 15 mil nesta quinta; na semana, cortes passam de 150 mil
Multinacionais dos EUA, da Europa e do Japão informaram na quinta-feira, que vão cortar juntas, mais de 15 mil postos de trabalho no mundo. Com isto, o total de demissões anunciadas nesta semana, já passa de 150 mil. A japonesa Nippon Sheet Glass foi a que anunciou o maior corte: 5.800 pessoas. Também decidiram ontem, dispensar seus funcionários a Toshiba (que vai suprimir 4.500 empregos), a Kodak (entre 3.500 e 4.500), a Ford (1.200) e a Time Warner (700). A Ford teve um prejuízo de US$ 14,571 bilhões, sendo US$ 5,875 bilhões só no quarto trimestre. Apesar dos números ruins, a montadora americana avalia que não precisará de fundos do governo dos EUA e que tem liquidez suficiente para fazer uma reestruturarão.A japonesa Toshiba sofreu impacto na demanda por conta da crise mundial. A companhia também quer enxugar em 60% o gasto com capital na área de chip no ano fiscal de 2009. Já o grupo americano Eastman Kodak, anunciou que irá reduzir em até 18% os postos de trabalho, após sofrer queda nas vendas no fim do ano. A companhia também não concederá aumentos salariais em 2009, com exceção dos países em que isto for obrigatório por lei.Diversas outras grandes empresas já anunciaram demissões nesta semana. Na quarta-feira, 28/01, a Boeing informou que demitirá 10 mil funcionários em 2009, e não 4.500, como anunciado no começo do mês. A rede de cafés Starbucks anunciou um corte de 6.700 empregados.

Veja as empresas que mais demitiram funcionários nesta semana no mundo:

Segunda-feira (26/01)
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Caterpillar - 20.000
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General Motors (GM) - 2.000
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Sprint Nextel - 8.000
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Home Depot - 7.000
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ING - 7.000
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Philips - 6.000
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Corus - 3.500
- Toyota, Honda e Nissan - 25.000
- Pfizer/Wyeth - 19.000 (previsão)
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IBM - 2.800 (de acordo com o sindicato da categoria)

Terça-feira (27/01)
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NEC Tokin - 9.450
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Corning - 4.900
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STMicroelectronics - 4.500

Quarta-feira (28/01)
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Starbucks - 6.700 (além das 11.000 demissões de julho passado)
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Boeing - 10.000 (4.500 confirmadas; o restante é a previsão da empresa)
- Schneider Electric (anunciou demissões sem informar números; a empresa possui 120.000 funcionários pelo mundo)

Quinta-feira (29/01)
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Toshiba - 4.500
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Kodak - 3.500 a 4.500
- Ford - 1.200
- Nippon Sheet Glass - 5.800
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Time Warner - 700

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INDICADORES ECONÔMICOS


Preços pelo IGP-M encerram janeiro com menor índice desde 2005
- O IGP-M - Índice Geral de Preços – Mercado -, usado no reajuste de contratos de aluguel, teve deflação de 0,44% em janeiro, menor índice mensal desde setembro de 2005 (quando a deflação foi de 0,53%). Nos últimos 12 meses, o indicador acumulou alta de 8,15%. Os dados foram divulgados ontem pela FGV - Fundação Getulio Vargas. Em dezembro, o índice já havia encerrado com deflação, de 0,13%.
A metodologia aplicada na apuração do IGP-M é a mesma do IGP-10 e do IGP-DI, também apurados pela FGV, com a única diferença de ter um período de coleta diferente. O IGP-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
- O IPA - Índice de Preços por Atacado - caiu 0,95% neste mês, contra uma deflação de 0,42% um mês antes. O índice relativo aos Bens Finais caiu 0,44%, contra queda de 0,41% em dezembro, com destaque para o subgrupo veículos e acessórios (de deflação de 0,93% para deflação de 6,45%). Excluindo os subgrupos alimentos in natura e combustíveis, o índice teve queda de 1,08%, contra deflação de 0,27% há um mês.
- O índice referente ao grupo Bens Intermediários teve queda de 1,80%, contra queda de 1,07% em dezembro, com destaque para o subgrupo materiais e componentes para a manufatura (de -0,89% para -2%). Excluindo o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, o índice de Bens Intermediários caiu 1,73%, contra queda de 0,92% em dezembro.
- O índice de Matérias-Primas Brutas teve queda de 0,25% em janeiro, contra alta de 0,53% um mês antes. Os itens tomate (55,15% para -17,35%), minério de ferro (6,24% para -0,36%) e mandioca (6,66% para -3,41%) foram os principais responsáveis pela queda do índice. Já os itens soja em grão (-0,43% para 5,16%), milho em grão (-3,48% para 9,71%) e arroz em casca (-6,74% para -0,30%), aceleraram.
- O IPC - Índice de Preços ao Consumidor - subiu 0,75% em janeiro, contra alta de 0,58% um mês antes, com destaque para o grupo Educação, Leitura e Recreação (0,40% para 2,30%), com destaque para o item cursos formais (de estabilidade para alta de 3,67%).
Também aceleraram os preços dos grupos Alimentação (0,82% para 0,96%), Transportes (0,50% para 0,85%) e Despesas Diversas (0,22% para 0,36%), com destaque para frutas (-1,95% para 3,82%), tarifa de ônibus urbano (0,57% para 1,64%) e cerveja (1,13% para 2,03%).
Já os grupos Habitação (0,45% para 0,30%), Vestuário (0,58% para 0,22%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,71% para 0,49%) desaceleraram, com destaque para os itens tarifa de eletricidade residencial (0,52% para -0,09%), roupas (0,76% para 0,25%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (1,06% para 0,57%).
- O INCC - Índice Nacional de Custo da Construção - registrou, em janeiro, alta de 0,26%, acima do resultado de dezembro, de 0,22%. Os grupos Serviços e Mão-de-Obra aceleraram, de 0,75% para 1,02%, e de 0,03% para 0,17%, respectivamente. O grupo Materiais apresentou redução em sua taxa de variação, de 0,31% para 0,20%.

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MERCADO DE CAPITAIS

(Informações: Dow Jones, Bovespa, Reuters e AFP)

Bovespa fecha em baixa de 1,46% após quatro altas
Após quatro altas seguidas, a Bovespa encerrou no vermelho o pregão desta quinta-feira, perdendo o patamar dos 40 mil pontos recuperado na quarta, dia 28/01, após 12 dias abaixo deste nível. A piora das bolsas nos EUA serviu como argumento para um movimento de realização de lucros sobre as ações brasileiras. Até anteontem, o Ibovespa acumulava um ganho de 7,13% no mês de janeiro, sendo que somente nas últimas quatro sessões a valorização era de 6,15%.

- Ontem, o principal índice do mercado acionário doméstico encerrou o dia em baixa de 1,46%, aos 39.638,42 pontos - de 40.229 pontos na máxima (estável) e 39.369 pontos na mínima (-2,14%).
- O volume financeiro somou R$ 2,832 bilhões - e foi considerado baixo por operadores. Apesar da queda de ontem, o Ibovespa ainda contabiliza alta de 5,56% no mês.

Análise - Ressaca é um ótimo termo para definir o estado do mercado nesta sessão. O movimento de quarta-feira foi exagerado, e os investidores 'caíram na real' ontem, logo cedo, com os resultados corporativos ruins nos EUA, Europa e Japão, e os indicadores econômicos divulgados na sequência, afundaram ainda mais os índices acionários ao redor do mundo, contaminando a Bovespa.

BM&FBovespa agiliza emissão de certificado de ações
A BM&FBovespa lançou ontem, uma ferramenta que possibilita que custodiantes consigam em tempo real, o certificado que comprova a posição acionária de seus clientes. Ao facilitar a emissão deste documento, a instituição espera que mais investidores participem das assembleias de acionistas. "Isto vai agilizar o processo", disse Amarílis Sardenberg, diretora-executiva das Clearings Depositária e de Risco. A ferramenta já está em funcionamento e a resposta é dada em cerca de um minuto. No antigo processo, que exigia a ida do custodiante até a CBLC - Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia -, o processo levava em média cinco dias, prazo que era maior em abril, período em que ocorre a maior parte das assembleias gerais de acionistas. O acúmulo de pedidos fazia com que às vezes, os documentos não fossem emitidos em tempo hábil. "Agora o acionista pode fazer o pedido a seu fundo por e-mail e vai receber o documento em um arquivo eletrônico", disse o presidente da Amec - Associação de Investidores no Mercado de Capitais -, Luiz Fernando Figueiredo. Nos próximos meses, a BM&FBovespa irá criar um grupo de trabalho, com a participação da Amec e outras entidades, para a discussão de processos que estimulem a participação de minoritários em assembleias.

Bolsa de Nova Iorque fecha em queda com bancos e indicadores
O mercado norte-americano de ações fechou em queda, devolvendo a maior parte dos ganhos de quarta-feira. Uma nova fornada de indicadores negativos lembrou aos investidores que a crise no mercado de moradias e o desemprego, não devem contribuir para que os grandes bancos se recuperem. O número de pedidos de auxílio-desemprego cresceu na semana passada, quando se previa uma redução, enquanto as encomendas de bens duráveis caíram 2,6% em dezembro e as vendas de imóveis residenciais novos, caíram 14,6%, para o nível mais baixo desde que este indicador começou a ser levantado, em 1963.
- O índice Dow Jones fechou em queda de 226,44 pontos, ou 2,70%, em 8.149,01 pontos.
- O Nasdaq fechou em queda de 50,50 pontos, ou 3,24%, em 1.507,84 pontos.
- O S&P-500 caiu 28,95 pontos, ou 3,31%, para fechar em 845,14 pontos.
- O NYSE Composite caiu 200,56 pontos, ou 3,65%, para 5.300,90 pontos.
Entre as ações dos bancos, os destaques negativos foram Wells Fargo (-11,37%), Bank of America (-8,25%), Citigroup (-7,36%) e Goldman Sachs (-5,68%). O mercado também reagiu aos informes de resultados de várias empresas, entre elas 3M (+2,04%), Eastman Kodak (-29,42%), Charles Schwab (-14,60%), Starbucks (+0,10%), AstraZeneca (-6,98%) e Textron (-31,65%). As ações da Ford, que também divulgou resultados, caíram 3,94%; as da rival General Motors recuaram 7,02%.


Bolsas europeias caem com dados econômicos fracos, demissões e prejuízos
As Bolsas europeias fecharam em baixa na quinta-feira. Os indicadores econômicos nos EUA e na Europa, além das notícias de
mais demissões e prejuízos em diversas empresas no mundo todo, afetaram a confiança dos investidores para fazer negócios.
- A Bolsa de Londres fechou em baixa de 2,45% no índice FTSE 100, ficando com 4.190,11 pontos.
- A Bolsa de Paris teve queda de 2,15% no índice CAC 40, para 3.009,75 pontos.
- A Bolsa de Frankfurt teve baixa de 2,01% no índice DAX, fechando com 4.428,11 pontos.
- A Bolsa de Milão teve baixa de 1,01% no índice MIBTel, que ficou com 14.361 pontos.
- A Bolsa de Zurique caiu 2,68%, ficando com 5.272,90 pontos no índice Swiss Market.
- A Bolsa de Amsterdã teve baixa de 1,87% no índice AEX General, que ficou com 252,35 pontos.
Ontem foram registradas quedas em ações de diversos setores. Os papéis das mineradoras BHP Billiton e Rio Tinto, que chegaram a cair 4% com a queda nos preços dos metais, com o declínio da economia global, caem os investimentos em projetos de infraestrutura e diminui a demanda por matérias-primas.
No setor farmacêutico, as ações da AstraZeneca caíram 5,4%; as da fabricante de relógios Swatch caíram 2,7%; e também tiveram perdas as ações da Nobel Biocare Holding (-3,5%).
As vendas no varejo na Europa tiveram queda pelo oitavo mês seguido, e o governo alemão informou que o
mercado de trabalho piorou em janeiro: a taxa de desemprego ficou em 8,3%. O número de desempregados ficou em 3,49 milhões neste mês, um aumento de 387 mil pessoas em relação a dezembro de 2008.

HOJE - Bolsas asiáticas fecham a semana em queda; Tóquio recua mais de 3%

As principais Bolsas da Ásia registraram quedas no último dia da semana, com destaque para o recuo de mais de 3% da Bolsa de Tóquio. Segundo analistas, os maus resultados nos negócios divulgados pelas empresas japonesas assustaram os investidores.
- A Bolsa de Tóquio fechou com perdas de 3,12%, aos 7.994,05 pontos, no índice Nikkei 255.
- O ASX da Bolsa de Sydney (Austrália) teve recuo de 0,63%.
- Em Seul (Coreia do Sul), a queda foi de 0,38% no KOSPI.
- Só o indicador Hang Seng da Bolsa de Hong Kong registrou ganhos, de 1,23%.
O governo anunciou hoje que a produção industrial no país reduziu 9,6% em dezembro, o pior nível histórico do indicador. "O dado de produção industrial foi assustador", afirmou Nagayuki Yamagishi, da Mitsubishi Securities.
Já a montadora japonesa Honda anunciou uma queda de quase 90% de seu lucro trimestral entre outubro e dezembro de 2008. A segunda maior fabricante de veículos do país registrou um lucro líquido de US$ 226,1 milhões, número 89,9% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior. Com a crise, a empresa deve fechar sua fábrica no Reino Unido por até quatro meses, suspendendo temporariamente os contratos de até 4.000 funcionários.
Ontem, a
fabricante japonesa de produtos eletrônicos Toshiba registrou entre outubro e dezembro de 2008 perdas líquidas de US$ 1,346 bilhão, frente ao lucro líquido de US$ 895 milhões alcançado no mesmo trimestre do ano anterior. A empresa também anunciou que cortará 4.500 empregos até o final de março.
A Sony, por sua vez, divulgou uma queda de 95% dos lucros entre outubro e dezembro de 2008 ante o mesmo período do ano anterior. A empresa registrou ganhos de US$ 115 milhões, ao mesmo tempo em que o prejuízo nas operações superou os US$ 200 milhões.
No trimestre, a empresa registrou vendas no valor de US$ 23,9 bilhões, uma queda de 24,6% frente ao mesmo período do ano anterior. Segundo a empresa, entre os motivos pelos maus resultados estão a valorização do iene e a redução da demanda no setor eletrônico.


Nippon comprará da Vale 5,9% das ações da Usiminas
A Nippon Steel anunciou que comprará da Vale uma participação de cerca de 5,9% na Usiminas. Com a transação, a participação da siderúrgica japonesa no capital votante da Usiminas, subirá de 23,3% para 29,2%, disse a Nippon Steel. A companhia afirmou que, com este aumento, espera atender melhor seus clientes na América do Sul. A edição desta quinta-feira do jornal "Nikkei", informa que a Usiminas está investindo o equivalente a cerca de 1 trilhão de ienes (US$ 11,116 bilhões) para atingir uma produção de 14 milhões de toneladas de aço em 2011, metade da atual capacidade de produção da Nippon Steel. O jornal diz ainda, que a demanda por aço deve crescer no Brasil e em outras economias emergentes no longo prazo, e que a Nippon Steel está buscando se aproximar da Usiminas a fim de se posicionar para atender a estes mercados. (Agência Dow Jones, de Toquio/Japão)

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MERCADO FINANCEIRO


Mantega afirma que bancos dão "tiro no pé" com taxas de juros
O ministro da Fazenda Guido Mantega, criticou o spread - diferença entre taxa captada e repassada ao consumidor - cobrado pelos bancos e afirmou que as instituições financeiras dão "um tiro no pé ao cobrar uma taxa de juros mais elevada". Em entrevista ao "Jornal da Globo", da TV Globo, Mantega defendeu a queda nas taxas para o consumidor e para as empresas. "O Brasil continua praticando as maiores taxas de juros do mundo e uma das responsáveis por isso é o spread elevado", diz. O Banco Central divulgou nesta semana seu relatório de crédito, o qual mostrou altas no spread bancário, nos índices de inadimplência e em algumas linhas de crédito, como o cheque especial, em dezembro. De acordo com o Banco Central, o "spread" bancário subiu em dezembro para 30,6 pontos percentuais, o maior nível desde agosto de 2003. O spread é composto por impostos, custos operacionais, inadimplência e também pelo ganho dos bancos. No último trimestre do ano, o governo reduziu compulsórios e impostos, mas não houve queda no spread. O ministro defende que, "ao cobrar uma taxa de juros mais elevada, cria a inadimplência; você dificulta ao cidadão pagar a conta. Eu acho que essa política dos bancos é totalmente equivocada, é claro que leva a lucros elevados dos bancos, mas depois é um tiro no pé, porque se o cidadão depois ficar inadimplente, ele não vai pagar". Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) decidiu reduzir em 1 ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic, para
12,75% ao ano. Pouco após o corte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou aos bancos públicos que reduzam as suas taxas de juros e que agilizem a liberação de créditos para empresas e consumidores. "A recomendação do presidente é que os banco público agilizem as suas operações, que sejam mais rápidos na liberação de crédito daqui por diante", afirmou Mantega na ocasião. "O presidente Lula também pediu aos bancos públicos que liderem redução do spread."

BB amplia oferta de crédito para capital de giro
O BB - Banco do Brasil - anunciou ontem, ampliação da oferta de capital de giro para as empresas. O banco reabriu a linha de crédito com recursos do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - para capital de giro às empresas localizadas em aglomerações produtivas. A linha de crédito tem o nome de Capital de Giro Progeren. O empréstimo é destinado às pessoas jurídicas dos ramos industrial, comercial e de prestação de serviços de micro, pequeno e médio portes com faturamento bruto anual de até R$ 60 milhões. Segundo o BB, para a atual temporada, o banco manteve as principais condições oferecidas aos seus clientes em 2008, quando as contratações na linha de crédito foram encerradas. Os encargos financeiros são de TJLP - Taxa de Juros de Longo Prazo - mais 9% ao ano, o que representa uma taxa de aproximadamente 1,23% ao mês.
O valor mínimo do empréstimo é de R$ 5 mil e o máximo pode chegar a R$ 4 milhões, de acordo com o porte e a receita operacional da empresa. O prazo de pagamento é de até 24 meses, incluindo período de carência de até 12 meses. O empréstimo pode ser contratado até 30 de dezembro de 2009. Criada no âmbito do Progeren - Programa de Apoio ao Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda - do BNDES, a linha do BB objetiva aumentar a produção, o emprego e a massa salarial das empresas nacionais. O BB espera fechar negócios em torno de R$ 100 milhões com a linha, superando o saldo atingido em 2008, que foi de R$ 71 milhões.

George Soros diz que governos devem socorrer bancos em crise
O investidor americano de origem húngara George Soros disse na quarta-feira, 28/01, em Davos, que é necessário que os governos intervenham para resgatar os bancos em dificuldade, já que o setor privado não pode fazê-lo. O megainvestidor afirmou ainda, que a magnitude da atual crise financeira internacional é "significativamente maior" que a dos anos 30. No almoço de inauguração do Fórum Econômico Mundial, Soros admitiu que "não previu o colapso do sistema financeiro". "Foi algo que me surpreendeu, assim como aos demais", declarou. Para ilustrar o tamanho da crise atual, o megainvestidor, que nasceu em 1930, em Budapeste, lembrou que nos EUA "o crédito como uma percentagem do PIB - Produto Interno Bruto - era de 160% em 1929 e cresceu até 260%, em 1932 e no começo de 1933, como resultado da deflação e da queda da atividade econômica". Já em 2008, explicou, o crédito atingiu 360% do PIB e aumentará até 500% nos próximos anos em consequência da deflação e da desaceleração da economia.
Soros, que derrubou a libra esterlina em 1992, aplicando US$ 10 bilhões contra a moeda, disse ainda, que a recapitalização dos bancos é necessária e que "a maior parte do dinheiro, se não todo, virá do Governo, porque o setor privado não vai" disponibilizá-lo. O especulador, que criticou o Governo Bush por ter atuado tarde demais contra a crise, acrescentou que "para fazer frente ao colapso do crédito é necessário criar dinheiro e recapitalizar o sistema bancário". Soros, atualmente presidente do Soros Fund Management LLC, disse que para recapitalizar o sistema bancário dos EUA são necessários US$ 1,5 trilhão, já que o valor de mercado dos bancos chega a US$ 1 trilhão. Além disso, o investidor rejeitou a criação de um banco estatal para comprar títulos podres ou sem liquidez, e manter o capital nos "bancos bons". (Agência Efe, de Davos/Suiça)

BNDES reduz em 11% previsão de investimento até 2012
Os investimentos públicos e privados devem ficar 11% abaixo da previsão inicial feita pelo BNDES para o período de 2009 e 2012. O valor cairá para R$ 1,3 trilhão, enquanto a previsão anterior do banco era de R$ 1,5 trilhão, divulgada em agosto de 2008, antes do agravamento da crise financeira. O BNDES também informou na quinta-feira, que os desembolsos em 2009 devem somar até
R$ 120,8 bilhões. Em 2008, os desembolsos do banco registraram recorde de R$ 92,2 bilhões - de um total de R$ 121,4 bilhões aprovados -, o que representa crescimento de 42% em relação ao ano de 2007.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, explicou que a redução mais significativa do investimento ocorrerá na indústria, para a qual a nova projeção estima uma expansão de 9,8% por ano dos recursos aplicados. Anteriormente, o banco projetava um crescimento médio anual de 14%. Ao todo, a indústria receberá investimentos de R$ 450,1 bilhões entre 2009 e 2012. A maior parte virá do setor de petróleo e gás, predominantemente da Petrobras, que concentrará R$ 270 bilhões dos R$ 317,7 bilhões previstos para a indústria de intensivos em recursos naturais (inclui petróleo e gás e mineração).
Coutinho ressaltou que esses números irão subir com a inclusão dos números do novo Plano Estratégico da Petrobras, que não estão contemplados nesse mapeamento. Ele disse que a indústria de insumos básicos é a que mais vai sofrer com os efeitos da crise, em especial as produtoras de commodities voltadas para a exportação. "Estamos esperando dois anos de esfriamento do mercado de países desenvolvidos, que são grandes consumidores desses produtos", afirmou Coutinho. O BNDES identificou postergação de projetos principalmente nas áreas de siderurgia, celulose e papel e petroquímica, acrescentou.
Os investimentos em infraestrutura ficarão praticamente inalterados, segundo o executivo. Estão previstos R$ 319,1 bilhões nesse segmento. Luciano Coutinho destacou que os projetos de infraestrutura serão um dos principais sustentadores da manutenção do crescimento nos próximos anos. "Metade do investimento previsto é muito firme, e não vai ceder. O efeito da crise nos investimentos aconteceu, mas é muito moderado", observou. Os investimentos na construção residencial somarão R$ 535,7 bilhões nos próximos quatro anos. Coutinho classificou o setor como um dos mais importantes, e que também sofrerá poucos efeitos. "Não há razão lógica para a economia brasileira comer o pão que o diabo amassou. Ela tem energia para ultrapassar esse período", afirmou.

Bradesco vê setor bancário consolidado e buscará crescimento orgânico
O presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Lázaro de Mello Brandão, disse na quinta-feira, que mercado bancário brasileiro está praticamente consolidado e que o Bradesco vai buscar crescer organicamente, na busca de retomar a liderança nacional entre os bancos privados, perdida após a fusão entre Itaú e Unibanco, em setembro do ano passado. Ele comentou que não visualiza o banco recuperando a liderança no curto prazo, sem que compre outro banco. No médio e longo prazo, acrescentou, ele vê condições de o Bradesco reassumir o primeiro lugar, somente com o aumento da produtividade. "Pretendemos crescer organicamente. Estamos bem postados no mercado. Vamos buscar aumentar a produtividade e ter ganhos em cima disso", disse Brandão durante evento que marcou o início das comemorações dos 200 anos da Associação Comercial do Rio de Janeiro.
O executivo descartou expandir a marca Bradesco para o exterior, ao contrário da pretensão revelada pelo Itaú-Unibanco. Ele alegou que o mercado externo está "complicado" e que não é um bom momento para expandir domínios. Em relação ao mercado de crédito, Lázaro Brandão revelou que o Bradesco crescerá em torno dos 15% nesse ano - metade da expansão registrada no ano passado. De acordo com ele, o mercado interno garantirá o aumento do volume de concessão de crédito, especialmente no financiamento automotivo e no crédito consignado. "O crédito será restabelecido progressivamente. O Brasil tem um mercado interno muito bom", justificou.

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AGRONEGÓCIOS


Grupo Cosan estima safra 6% maior na safra 2009/10
As usinas do grupo Cosan moeram 44,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2008/09, um crescimento de 10% em relação ao ciclo anterior. Para este ano, a companhia estima um aumento de 6% na moagem. Pelo menos 3 milhões de toneladas de cana ficaram em pé na última safra, que terminou em dezembro, o que representa 7% da moagem das usinas do grupo. No ano passado, a Cosan produziu 3,26 milhões de toneladas de açúcar, crescimento de 3,8%, em relação a 2007. Na safra 2009/10, a expectativa é de que a produção de açúcar registre crescimento ainda maior. Já a produção de etanol cresceu 16,4%, alcançando 1,7 bilhão de litros. A companhia planeja a safra levando em conta o déficit mundial na oferta de açúcar, que pode superar cinco milhões de toneladas, tornado o produto mais atraente para as usinas. De acordo com o vice-presidente do grupo, Pedro Mizutani, a produção de açúcar está mais viável economicamente. Frete baixo, dólar mais valorizado e déficit mundial, são fatores que beneficiam a exportação brasileira da commodity.

Cargill dá aviso prévio a empregados de terminal
A Cargill informou que 110 dos cerca de 450 funcionários de seu terminal de grãos no porto de Santos, já receberam aviso prévio em razão da possibilidade de a multinacional ter de encerrar as atividades no local neste sábado, em decisão que gerou protestos de sindicatos e trabalhadores no local. Ocorre que o contrato de arrendamento da área que abriga o terminal, prorrogado duas vezes, desde 1985, expira no dia 31/01. A empresa perderá o alfandegamento e não poderá mais exportar. Saem por ali cerca de 3 milhões de toneladas de soja e milho e derivados.
Como já informou o Valor, a Cargill sabe que provavelmente, terá de disputar uma nova licitação para assegurar a área de 40 mil metros quadrados que ocupa hoje - tendência reforçada pela megarrevisão de contratos de áreas arrendadas em portos em gestão no governo -, mas tentava manter as operações até tal concorrência, que ainda não tem data marcada. A Codesp, que administra o porto de Santos, busca uma solução jurídica para manter as operações do terminal de granéis da Cargill até a realização de uma nova licitação. O CAP - Conselho de Autoridade Portuária - que reúne representantes da União, do Estado de São Paulo e de municípios nos arredores, além de armadores, trabalhadores e operadores - se reunirá até sábado para discutir o assunto. Há disposição da companhia Docas em não interromper subitamente as operações da Cargill. Mas, se não houver definição, ela será obrigada a deixar as instalações a partir de domingo.
O contrato de arrendamento expirou no dia 31/12, após seguidas prorrogações, segundo a Codesp, mas a portaria 171 da Receita Federal prevê que a empresa pode manter o alfandegamento da área por mais um mês. Como cogitou a Codesp, autoridade portuária de Santos, a Cargill pode passar de arrendatária a operadora da área até a nova licitação. Também o Teag, o terminal de açúcar de Guarujá contíguo ao de grãos da Cargill e Crystalsev - e que não tem seu contrato de arrendamento ameaçado, por ter sido construído depois da Lei dos Portos de 1993 -, poderá assumir essa condição de operadora. Na prática, conforme a Cargill, os dois terminais, de grãos e de açúcar, operam como se fossem um só. A empresa já informou que há oito anos tenta harmonizar seus contratos, sem sucesso. A Codesp, por sua vez, garante que, se depender dela, todos os contratos de arrendamento de áreas - anteriores a 1993 - vencidos ou a vencer nos próximos meses, terão de encarar novas licitações.

Boas expectativas para a avicultura
A calmaria está voltando à produção de frango. Graças à forte redução no alojamento de pintinhos acumulada pelo setor nos últimos quatro meses – partindo de 496 milhões de cabeças alojadas em outubro de 2008, para cerca de 430 milhões, previstas para janeiro de 2009, ou 13% de redução – o setor tem se mostrado otimista com o cenário previsto para fevereiro. De acordo com Érico Pozzer, presidente da APA - Associação Paulista de Avicultura - e membro da diretoria da UBA - União Brasileira de Avicultura -, a volta às aulas deverá melhorar o ajuste do mercado interno de frango. “Há uma boa expectativa com o fim das férias escolares, especialmente no setor que comercializa coxas, que está presente no cardápio das merendas em todo o País. As prefeituras já começaram a adquirir o produto, o que acelerará o giro do setor“, explica. Com a adequação dos estoques, a expectativa se volta para as altas nos preços avícolas. Esse ajuste de mercado foi um dos temas da reunião coordenada por Pozzer, entre membros da UBA e do setor de produção.

Ribeirão Preto briga por Agrishow
Antes dada como favas contadas, a transferência da Agrishow 2010 de Ribeirão Preto para São Carlos, está ameaçada. O governo federal ainda não repassou os R$ 52 milhões que prometeu à cidade, o que pode inviabilizar a mudança da feira. A condição imposta pela diretoria da Abimaq - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos -, a organizadora do evento, para a troca de cidade, era a aplicação do dinheiro em obras de infraestrutura na Cidade da Bioenergia, área que deveria receber a Agrishow em São Carlos. Luiz Aubert, presidente da Abimaq, chegou a dizer, nos primeiros dias de dezembro, que "se o governo federal" liberasse, "até o fim do ano, os R$ 52 milhões para construir a infraestrutura em terras da Embrapa", a feira "será em São Carlos".
Ainda no fim do ano, o acordo entre governo federal, Prefeitura de São Carlos e Abimaq foi selado. As partes assinaram o compromisso em 08/12. São Carlos aprovou as leis em seu Orçamento para viabilizar o início das obras. Já os repasses federais deveriam ocorrer até o fim do ano. Só que, em fins de janeiro, o dinheiro ainda não chegou. O atraso não foi causado pela burocracia, mas sim pela briga que Ribeirão promove, nos bastidores, para manter a feira. Segundo fontes de Brasília e de Ribeirão, que acompanharam a questão de perto, a prefeita Dárcy Vera (DEM) teria acionado o deputado federal Antonio Palocci Filho (PT) para fazer lobby em favor da permanência da feira na cidade.
Dárcy teria feito questão de lembrar ao petista que uma derrota nesse quesito, complicaria sua intenção de ser candidato a governador de São Paulo. Após a conversa, Palocci teria utilizado seu prestígio com o presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) e conseguido que o decreto não fosse assinado até fevereiro. Antes de bater o martelo sobre o assunto, Lula terá um encontro com Dárcy Vera onde o futuro da Agrishow será debatido.
RESPOSTA - Segundo a Prefeitura de São Carlos, no entanto, a liberação é uma questão de tempo. Por meio de assessoria de imprensa, a Administração da cidade vizinha disse que "há comprometimento pessoal dos ministros da Agricultura e Ciência e Tecnologia" e que, assim que o Orçamento para o próximo ano for votado no Congresso, "São Carlos deve receber os repasses federais". Procurado por meio de sua assessoria, Palocci limitou-se a dizer que tem "apoiado todo o esforço da cidade para manter a feira" e que fez "várias ações políticas, sempre de caráter positivo" nesse sentido, mas afirmou que "não prejudicaria jamais" outros envolvidos no episódio. Já a Abimaq não quis comentar e disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que novas comunicações sobre a Agrishow só serão feitas quando o assunto estiver resolvido. A prefeita Dárcy Vera, por sua vez, também não foi encontrada para comentar. (Gazeta de Ribeirão)

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SETOR AUTOMOTIVO


Autopeça Sabó fecha acordo de redução de salário
Os 1.600 trabalhadores da fabricante de autopeças Sabó, na capital paulista, aprovaram em assembleia na tarde de ontem, a proposta apresentada pela direção da empresa de reduzir jornada e os salários, informou o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Foi a segunda decisão do gênero ontem na capital e a terceira em apenas dois dias. O acordo prevê a diminuição da jornada semanal em um dia e um corte de 12% dos salários, respeitando o piso salarial da categoria, de R$ 920. O acordo entra em vigor em 02/02, e tem validade por 90 dias. Em troca, os trabalhadores ganharam a garantia de estabilidade no trabalho por até 90 dias, após o final do período acordado. O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, aproveitou para pedir medidas do governo. "Esperamos que o governo anuncie medidas urgentes e baixe rapidamente, os juros e os impostos, para garantir a retomada da produção e a manutenção dos empregos", disse, durante a assembleia. O acordo foi anunciado poucas horas após o da MWM e um dia depois do assinado na Vale. As três empresas acertaram reduções de jornada e salário com seus trabalhadores. Hoje será a vez dos trabalhadores da fabricante de autopeças Samot deliberarem em assembleia sobre a diminuição da jornada e salário.

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COMÉRCIO EXTERIOR


Exportador ganha mais prazo para vender mercadoria sem perder crédito
Os exportadores brasileiros vão ganhar mais prazo para embarcar suas mercadorias sem precisar renegociar seus contratos de câmbio e de crédito. A medida tem como objetivo, ajudar as empresas que estão tendo os seus embarques adiados por causa da crise internacional. Uma medida aprovada ontem, pelo CMN - Conselho Monetário Nacional - dá aos exportadores dois novos prazos em relação às exportações.
Em primeiro lugar, as mercadorias poderão ser embarcadas até 31 de janeiro de 2010. Hoje, esse prazo vence 360 dias após assinatura do contrato. Além disso, todos os contratos que venceriam até janeiro do próximo ano, poderão ser liquidados - pagos pelos exportadores - até o final de janeiro de 2011, um ano depois do novo prazo. "Começou a ficar difícil de fazer esses embarques", afirmou o assessor do BC, José Maria Carvalho. "Estamos dando mais prazo para que exportadores e bancos possam se entender."
Normalmente, os contratos são liquidados em 150 dias. Mas o agravamento da crise, segundo o Banco Central, está levando muitos importadores de produtos brasileiros a adiarem suas compras. Com isso, os contratos estavam sendo cancelados. Consequentemente, os exportadores eram obrigados a cancelar também, os contratos de adiantamento de crédito relativos a essas exportações. "A medida busca dar contribuição ao processo de adaptação dos exportadores brasileiros à nova conjuntura internacional, que tem exigido renegociações de contratos firmados anteriormente", diz o BC em nota.
Essa é mais uma medida do governo para evitar que a balança comercial brasileira feche esse ano no vermelho. O superávit da balança comercial (diferença entre exportações e importações) caiu em 2008, devido ao aumento das importações. Em janeiro, essa situação se agravou por causa da queda nas exportações devido à crise internacional. Em 2009, a balança comercial registrou déficit pela terceira semana consecutiva. No acumulado do ano até dia 25/01, o déficit da balança comercial soma US$ 645 milhões, com exportações 21,8% abaixo que no mesmo período do ano passado. Na semana passada o governo chegou a anunciar restrições às importações, mas recuou na quarta-feira, na sua decisão após protestos de empresários.

Exportações das cooperativas crescem 21,49% em 2008
As exportações diretas das cooperativas brasileiras, no acumulado de janeiro a dezembro de 2008, registraram um crescimento de 21,49%, em relação a 2007, somando US$ 4,01 bilhões. No ano anterior, esse valor foi de US$ 3,3 bilhões. Os resultados fazem parte de um estudo da Gemerc - Gerência de Mercados -, da OCB - Organização das Cooperativas Brasileiras -, elaborado com base em dados da MIDC - Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Foi constatada aceleração nos valores comercializados ao longo de 2008, quando comparado a 2007. Contudo, foram observadas retrações no último trimestre do ano, período que apresentou menores volumes de vendas em relação a 2007, o que pode ser explicado pelos reflexos da crise financeira internacional nas exportações brasileiras.
Em 2008, as quantidades exportadas pelas cooperativas apresentaram oscilações negativas, acompanhando o desempenho observado no volume comercializado pela economia brasileira. Porém, quando se analisa os valores exportados, as oscilações foram positivas e crescentes, o que revela a valorização dos ativos no mercado internacional, com destaque para as commodities agropecuárias e a crescente agregação de valor. Esse comportamento se repete desde 2005.
Balança comercial - As cooperativas brasileiras importaram US$ 558,48 milhões em 2008, registrando um superávit da balança comercial de US$ 3,45 bilhões, o que representa um crescimento de 14,76%, em relação ao ano anterior. O superávit do segmento cooperativista apresentou um aumento de 91,91% entre os anos de 2004 e 2008. Dessa forma, é destacada a preponderância das exportações das cooperativas sobre as importações. Já a balança comercial brasileira apresentou um saldo de -38,21% em 2008, o que mostra uma tendência de elevação das importações em relação às exportações.
Produtos exportados - Para o complexo soja, tradicional produto exportado pelas cooperativas, as exportações da soja em grão atingiram US$ 680,03 milhões, mostrando liderança nesse grupo de produtos, frente ao farelo (US$ 405,51 milhões) e ao óleo (US$ 184,14 milhões). Dessa forma, as exportações do complexo em 2008 totalizaram US$ 1,27 bilhão, crescimento de 48,47% em relação a 2007. Embora a soja em grão tenha apresentado liderança, sua participação tem mostrado decréscimo, registrando 53% do total no acumulado dos meses de janeiro a dezembro de 2008, frente a parcela de 59% no mesmo período do ano anterior.
Na seqüência do ranking figuram as exportações do setor sucroalcooleiro, com vendas de US$ 1,08 bilhão, sendo o álcool de US$ 588,79 milhões e o açúcar, US$ 490,84 milhões. As vendas externas desse setor foram destaque nas exportações em 2007. Contudo, as vendas de açúcar mostraram queda de 35,53% e, dessa forma, o setor apresentou uma retração de 0,27% nos valores comercializados em relação ao ano anterior.
As vendas das carnes somaram US$ 814,61 milhões nos meses de janeiro a dezembro de 2008, tendo-se liderança das aves (US$ 468,54 milhões), seguidas pelas carnes de suínos (US$ 166,03), outras carnes e carnes secas (US$ 137,07 milhões) e pela carne bovina (US$ 42,98 milhões). As aves representaram 58% das vendas externas desse setor em 2008 e 57% no mesmo período de 2007, caracterizadas como principal produto dessa origem. As carnes suína e bovina apresentaram em 2008 uma participação de 25% e 5%, respectivamente.
Mercados de destino - A Alemanha e os Países Baixos destacaram-se nas importações dos produtos comercializados pelas cooperativas. Em 2008, a Alemanha representou 11,27% das exportações, com um total de US$ 452 milhões, puxadas pelas vendas dos produtos do complexo soja, com destaque para o farelo e para o grão, e pela comercialização de café. Os Países Baixos mostraram uma participação de 10,36% e importações de US$ 415,43 milhões, explicadas pelas aquisições de produtos do complexo soja, com destaque para a soja em grão (US$ 121,81 milhões) e para o farelo de soja (US$ 43,39 milhões). O álcool figura na segunda posição de produtos, com vendas totais de US$ 111,14 milhões em 2008.
Em seguida, está a China com uma parcela de 10,12% e US$ 405,94 milhões em importações, no acumulado de janeiro a dezembro de 2008. O complexo soja mostrou liderança absoluta nas vendas externas para a China, com um total de US$ 400,08 milhões. Os EUA foram responsáveis por US$ 363,85 milhões nas importações, o que representa 9,07% do total exportado pelas cooperativas em 2008. No mesmo período do ano anterior, a participação foi de 5,58%. Os produtos do setor sucroalcooleiro apresentaram liderança na pauta, com vendas totais de álcool de US$ 309,36 milhões, o que representou 85,02% das exportações das cooperativas em 2008. Destacaram-se as vendas de álcool, com uma elevação de 131,68% ao logo dos dois últimos anos. O Japão, a Rússia e a Arábia Saudita aparecem na sequência, com participações de 6,53%, 5,11% e 4,02%, respectivamente.
Principais estados - As cooperativas do Paraná foram as maiores exportadoras no acumulado de janeiro a dezembro de 2008, com uma parcela de 35,97% do total e um valor absoluto de US$ 1,44 bilhão. Considerando-se o ano de 2007, o estado de São Paulo havia mostrado maior participação, com um total exportado de US$ 1.07 bilhão, ou seja, 32,51% do total. Contudo, no período seguinte, o estado apresentou redução de US$ 121,63 milhões nas vendas e, dessa forma, representa 23,72% do total exportado pelas cooperativas brasileiras.
As exportações das cooperativas de Minas Gerais foram de US$ 410,56 milhões em 2008, participação de 10,24%. O estado mostrou uma taxa de crescimento de 15,01%, pois, no período anterior, as vendas somaram US$ 356,98 milhões. Os três estados citados somados representaram 75,21% e 69,93% dos valores, entre janeiro a dezembro dos anos de 2007 e 2008, respectivamente, o que demonstra o aumento da participação de cooperativas de outros estados, como o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso e Goiás.
Projeções das exportações - As exportações das cooperativas brasileiras apresentarão evoluções significativas, passando de US$ 4,62 bilhões em 2010, para US$ 8,42 em 2015. No último período, 2030, a projeção das exportações é de US$ 23,36 bilhões. Assim, as cooperativas brasileiras se consolidarão no mercado internacional com taxas de crescimento significativas e com elevação nos índices de agregação de valor. Destaca-se que diversos fatores devem ser analisados, como as estratégias de comercialização nos mercados tradicionais e a abertura de oportunidades naqueles países potenciais.

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MERCADO DE TI


Corporações perderam quase US$ 1 trilhão com propriedade intelectual em 2008
A McAfee apresentou ontem a tarde, dia 29/01, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, as conclusões do primeiro estudo sobre a segurança da informação de economias globalizadas. No relatório “Economias Desprotegidas: Proteção de Informações Vitais”, especialistas em segurança e profissionais seniores de Tecnologia da Informação, alertam que a recessão está colocando em risco as informações corporativas em grande escala. Pesquisadores da Purdue University’s CERIAS - Center for Education and Research in Information Assurance and Security - examinaram as respostas de mais de 800 CIOs dos EUA, Reino Unido, Alemanha, Japão, China, Índia, Brasil e Dubai. A pesquisa examinou a origem de informações vitais como as de propriedade intelectual, onde elas são armazenadas mundialmente e como elas são
transferidas ou perdidas.
As empresas pesquisadas estimaram uma perda conjunta de 4,6 bilhões de dólares em propriedade intelectual apenas no ano passado, e o gasto aproximado de 600 milhões de dólares, no reparo dos danos causados pela
violação de dados. Com base nesses números, a McAfee avalia que companhias em todo o mundo perderam mais de 1 trilhão de dólares em 2008. Na conclusão da pesquisa, Eugene Spafford, professor de Ciência da Computação da Purdue University e diretor executivo do CERIAS, diz que as empresas subestimam a perda e o valor da propriedade intelectual, esquecendo que, assim como o ouro, o diamante ou o petróleo, a propriedade intelectual é uma moeda de troca internacional e seu roubo, pode causar um sério impacto econômico.
O relatório sugere que a capacidade de armazenar propriedade intelectual de forma segura é o principal catalisador dos investimentos em segurança no Brasil, no Japão e na China. Mais da metade dos participantes chineses (60%) citaram “armazenamento mais seguro” como o motivo para armazenar a propriedade intelectual e outras informações confidenciais fora do próprio país.

As principais conclusões do estudo são:
Recessão coloca propriedade intelectual em risco - As organizações estão nitidamente preocupadas com a crise financeira global e seu impacto sobre a segurança de informações vitais, como, por exemplo, a propriedade intelectual: 39% dos participantes acreditam que tais informações tornaram-se mais vulneráveis no ambiente econômico atual.
Comprometimento com informações importantes é variável - As empresas de países em desenvolvimento estão mais motivadas e gastam mais com proteção da propriedade intelectual do que suas contrapartes ocidentais. O Brasil, a China e a Índia investem mais em segurança do que a Alemanha, o Reino Unido, os EUA e o Japão. 74% dos chineses e 68% dos indianos consultados investiram na segurança de propriedade intelectual, visando obter vantagem competitiva.
Propriedade intelectual é moeda internacional - Cada vez mais, os cibercriminosos concentram-se na propriedade intelectual, e os especialistas dizem que houve um aumento na quantidade de invasões de dados corporativos, por parte de gangues da máfia de cibercriminosos. Tais criminosos estão aumentando os ataques a executivos, utilizando sofisticadas técnicas de
phishing. A maior preocupação de 39% dos pesquisados é proteger sua propriedade intelectual contra ladrões externos. Funcionários roubam propriedade intelectual para obter ganho financeiro e vantagens competitivas - Um número crescente de funcionários economicamente desfavorecidos, tem usado seu acesso aos dados corporativos para se apropriar indevidamente, de informações confidenciais. Com o prolongamento da recessão global e o desemprego, candidatos desesperados a empregos roubam dados corporativos para se valorizarem no mercado. 42% dos participantes disseram que ex-funcionários foram a maior ameaça a informações importantes.
Ameaças regionais à propriedade intelectual - Percepções geopolíticas têm influenciado a realidade da política de dados. A China, o Paquistão e a Rússia foram identificados pelas empresas pesquisadas, como zonas problemáticas por motivos legais, culturais e econômicos. 26% dos consultados evitaram o armazenamento de propriedade intelectual na China. Além disso, 47% dos participantes chineses acreditam que os EUA representam a maior ameaça à propriedade intelectual.

Dell pagará US$ 280 milhões em taxas por conta de plano de reestruturação
A Dell pagará uma pré-taxa de 135 milhões de dólares sobre seu lucro do quarto trimestre financeiro de 2008, relacionada a demissões de funcionários na Europa e esforços para manter suas operações ali. A empresa também terá que gastar com uma taxa de 145 milhões de dólares relacionada à compensação de ações, afirmou a Dell. Os gastos, que totalizam 280 milhões de dólares, significam uma taxa de 11 centavos de dólares por ação sobre os ganhos do quarto trimestre, que devem ser anunciados no dia 26/02, previu a empresa. A Dell anunciou a
demissão de 1.900 funcionários na Europa este mês. As mudanças são parte de uma reestruturação que deve ajudar a Dell a economizar 3 bilhões de dólares, até o final de 2011. Isto incluiu 8.800 demissões, a maioria finalizada no terceiro trimestre do ano passado. (IDG News Service/EUA)

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MERCADO ONLINE

Lucro da Amazon.com sobe 9% no quarto trimestre
A varejista online Amazon.com anunciou um surpreendente ganho de 9% no lucro líquido no quarto trimestre, com as fortes vendas internacionais durante o Natal, e demanda por seu ebook Kindle ajudando a compensar as margens mais apertadas. A Amazon.com registrou um lucro de US$ 225 milhões no quarto trimestre, de um lucro de US$ 207 milhões, registrado em igual período de 2007. O lucro operacional foi de US$ 272 milhões no quarto trimestre, de um lucro operacional de US$ 271 milhões, registrado em igual período de 2007. O resultado trimestral reafirmou a crescente posição da Amazon.com no mercado de comércio eletrônico. Em dezembro, a companhia já havia dito que a temporada de Natal de 2009 foi a sua melhor, apesar dos desafios no mercado de varejo. A receita cresceu 18% para US$ 6,7 bilhões no quarto trimestre. A companhia ainda emitiu uma forte previsão para as vendas no atual trimestre. A Amazon.com disse que prevê um crescimento das vendas de 9% a 19% para US$ 4,53 bilhões a US$ 4,93 bilhões no primeiro trimestre. A Amazon.com também projeta um lucro operacional de US$ 125 milhões a US$ 210 milhões para o primeiro trimestre. (Agência Dow Jones, de Nova Iorque/EUA)

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MERCADO DE LUXO


De lixo para luxo: a incrível história de Bitterfeld
"Bitterfeld, Bitterfeld, onde a sujeira cai do céu" era ditado popular nos tempos da ex-RDA. Campos florescem em Bitterfeld 20 anos após queda do Muro. Prefeito Horst Tischer acha tudo quase inacreditável.
Horst Tischer, de 69 anos, fica todo orgulhoso quando fala sobre o desenvolvimento de Bitterfeld desde a reunificação da Alemanha: "Trata-se realmente de uma história indescritível", comenta o prefeito honorário da cidade. O engenheiro aposentado tenta então exprimir com palavras o inacreditável. Ele começa falando da antiga fama, da qual Bitterfeld há muito se distanciou, de ser a cidade mais poluída da antiga RDA - República Democrática Alemã. Continua falando dos muitos novos postos de trabalho que surgiram e termina com a região de Goitzsche, área de lazer de Bitterfeld com lago e muito verde, que se formou ao redor da cidade na antiga região carbonífera.
Desaceleração inicial
Bildunterschrift:
Großansicht des Bildes mit der BildunterschrifHorst Tischer acha incrível a história da cidade. No entanto, antes deste boom, Bitterfeld entrou em processo de drástica desaceleração. A maior parte dos antigos 75 mil postos de trabalho desapareceu após a virada política. Quase um quarto da população estava sem emprego nos anos de 1990. Com o desaparecimento dos empregos, a cidade também perdeu muitos moradores. Sobretudo, pessoas jovens emigraram. "Para nós, isto é motivo de aflição", explica Tischer. Como consequência da diminuição populacional e da cooperação necessária para implantação de indústrias, no verão europeu de 2007, Bitterfeld desapereceu do mapa da Alemanha como cidade autônoma. Na ocasião, ela se fundiu com a cidade vizinha Wolfen, como também, com os municípios de Greppin, Holzweissig, Thalheim e Rödgen para formar a nova cidade de Bitterfeld-Wolfen. Esta colcha de retalhos urbana tem 45 mil habitantes, quase a mesma quantidade de pessoas que viviam somente em Wolfen em 1989.
O parque químico
Um destaque industrial sobre o qual o prefeito Tischer fala com muito prazer, é o parque químico de Bitterfeld-Wolfen. Com uma área de 1.200 hectares, ele é maior do que a própria adjacente Bitterfeld. Com investimentos da ordem de 3,5 bilhões de euros, desde 2001, ali foi erguido um paraíso infraestrutural para as empresas. A força de atração do parque pode ser avaliada através do número de empresas que lá se estabeleceram: 360 firmas da Suíça, Noruega, Austrália, Chile, França, Suécia, EUA e Japão já abriram ali uma filial. Entre elas, estão Akzo Nobel, Bayer e Evonik (antes Degussa). Estas firmas empregam juntas 11 mil pessoas. Conta-se uma impressionante história de sucesso de uma empresa da região: fundada em 1999, a firma Q-Cells iniciou a produção de células solares de silício no primeiro semestre de 2001, com apenas 19 empregados. No final de 2007, trabalhavam cerca de 1.700 pessoas na Q-Cells, que é hoje uma das maiores fabricantes mundiais de células solares.
Bildunterschrift:
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Bitterfeld aposta no turismo
Tal sucesso, também agradou ao secretário de Economia do estado alemão da Saxônia-Anhalt, Reiner Haseloff. Em outubro de 2008, ele condecorou a empresa com a distinção "
História de Sucesso feita na Saxônia-Anhalt. Com a homenagem, disse Haseloff, o estado mostra reconhecimento ao fato de a empresa criar, a longo prazo, postos de trabalho qualificados neste setor-chave da economia. Até 2010, segundo os planos do secretário, cerca de 5 mil pessoas deverão trabalhar na indústria de energia solar no chamado Vale Solar, situado nos arredores de Bitterfeld. A região avançaria ainda mais em sua posição de pólo econômico, acredita Haseloff.
Paraíso para velejadores à porta de casa
Quem trabalha muito precisa de certo descanso no fim de semana. Para tal, os habitantes de Bitterfeld-Wolfen não precisam ir longe. Em frente à porta de casa, a antiga cratera de uma mina a céu aberto foi inundada e transformada em área de lazer. Nos píers, veleiros navegam nas ondas do lago de Goitzsche. Em suas margens, ergueram-se casas de veraneio e restaurantes. Já se fala da "Riviera de Bitterfeld". Existem em Bitterfeld realmente as "paisagens florescentes" que Helmut Kohl, o chanceler da reunificação, anunciou em 1989. Tischer evita tal expressão. Ao chegar ao fim de seu passeio mental por sua cidade, o religioso praticante e antigo organizador das "passeatas dominicais de Bitterfeld" salienta mais uma vez: "Comparando nossa região com aquele tempo, é inacreditável o que se desenvolveu aqui".

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