I-Press.biz Economia & Mercado | Edição 110 | Ano I

Gasto de turista brasileiro no exterior cai pela 1ª vez desde 2004
Depois de bater recorde por vários meses, os gastos de turistas brasileiros no exterior caíram em outubro. Segundo dados do Banco Central, os gastos acumulados em 12 meses vinham crescendo sem interrupções desde junho de 2004. Em setembro desse ano, chegaram ao valor recorde de US$ 11,49 bilhões. Com a alta do dólar, houve uma queda em outubro, para US$ 11,35 bilhões.
O dado mensal do BC também mostra recuo nessas despesas. Em setembro, os brasileiros gastaram US$ 1,124 bilhão no exterior. Em outubro, o gasto recuou para US$ 774 milhões. Em novembro, até dia 24, houve nova queda, para US$ 435 milhões. Também houve redução nos gastos dos turistas estrangeiros que, diante da crise, viajaram menos para o Brasil. Nesse caso, o resultado recuou de US$ 478 milhões em outubro para US$ 322 milhões, nos dados contabilizados até hoje. Nos dez primeiros meses do ano, os brasileiros gastaram US$ 9,76 bilhões lá fora, acima do resultado registrado em todo o ano de 2007 - US$ 8,2 bilhões. Os estrangeiros, por sua vez, trouxeram US$ 4,8 bilhões nesse ano.
O BC estima para esse ano uma saída de dólares de US$ 5 bilhões em viagens (diferença entre os gastos dos brasileiros no exterior e dos estrangeiros no Brasil). Até outubro, esse resultado está em US$ 4,95 bilhões. A conta das viagens internacionais é parte do relatório do BC sobre o setor externo. Elas fazem parte do balanço de pagamento, que computam os investimentos estrangeiros no país (no setor produtivo e no mercado financeiro), e as transações correntes (comércio, serviços e rendas).
Dentro das transações correntes está a conta de serviços e rendas, que inclui os gastos dos turistas estrangeiros no Brasil e as despesas dos brasileiros no exterior. Esses valores não consideram as despesas com passagens aéreas, que não são computadas pelo BC nessa conta (entram junto com os gastos com fretes).


Mercosul e Asean deixam de lado negociação comercial
Os blocos econômicos Mercosul e Asean - Associação dos Países do Sudeste Asiático - não chegaram a anunciar a negociação comercial em sua primeira reunião ministerial, realizada ontem, no Itamaraty. Cautelosos, os 15 países envolvidos preferiram adotar a abordagem gradual entre os dois blocos na área de cooperação econômica, e decidiram não incluir, na declaração final do encontro, qualquer menção a uma futura negociação. "Estamos ainda na fase de namoro, não de noivado", resumiu o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. "Não podemos nos antecipar. Mas essa negociação não está descartada. De minha parte, acredito ser importante caminhar nesse sentido", completou.
O ministro das Relações Exteriores da Tailândia (país que preside temporariamente, a Asean), Sompong Amornvivat, enfatizou que a Asean tem ainda, uma agenda a ser cumprida. Está em processo de negociação com a União Européia e com cerca de cinco países, entre os quais a Índia. Mas reforçou que foi determinado aos técnicos de ambos os blocos a discussão sobre o tema e, "quando for oportuno", sobre como avançar para o livre comércio.
No encontro, que formalizou a criação do Foro Mercosul-Asean, os representantes dos 15 países concordaram em agendar uma reunião de altos funcionários para março de 2009, em Kuala Lumpur, para a preparação de um "mapa do caminho" e um "plano de ação" para a cooperação entre as duas regiões. As áreas enumeradas são as de segurança energética e alimentar, transporte, logística e combate à pobreza. O plano deverá ser submetido aos ministros dos 15 países, em setembro de 2009. No primeiro semestre de 2010, uma nova reunião ministerial deverá ocorrer em um dos países da Asean.
Amornvivat defendeu a cooperação mais estreita entre o Mercosul e a Asean, como um dos instrumentos-chave para a superação dos choques provocados pela crise financeira global, que certamente, afetará a estabilidade e o crescimento das economias. "A crise já está nos afetando", afirmou. "Já enfrentamos uma séria crise em 1997, mas a atual pode nos afetar ainda mais duramente".
Conforme explicou, os ministros dos dez países da Asean concordaram com a criação de um fundo de reserva para suprir os mercados locais com liquidez, antes proveniente de investimentos dos países desenvolvidos mais afetados pela crise. A proposta será submetida em dezembro próximo à aprovação dos chefes de Estado da Asean.
A Rodada Doha acabou mencionada timidamente na declaração final do encontro de ministros, ao final de duras negociações sobre como o tema deveria ser incluído. Como essa questão não poderia ser omitida, ainda mais depois da orientação dos líderes do G-20 para que seja encerrada até o final do ano, Mercosul e Asean "reafirmaram" o compromisso com a "conclusão exitosa" da negociação, "de maneira justa e equilibrada". Segundo Amorim, o tema não chegou a ser discutido. Para Amornvivat, ainda é preciso haver tratativas com os países que resistem a esse acordo.

Lula reúne ministros para afinar discurso sobre crise financeira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu, nessa segunda-feira, os ministros para que todos assumam um mesmo discurso sobre a origem da crise financeira internacional, os efeitos no Brasil e as medidas já adotadas pelo governo federal. A idéia é reiterar que a crise teve origem externa, que não foi produzida no Brasil, nem que afetará os programas sociais e a política de estímulo ao crédito e ao consumo. O ministro das Comunicações, Franklin Martins, afirmou que o
país precisa estar informado de que as atuais condições da economia nacional permitiram que os efeitos da crise no Brasil, fossem menores do que ocorreria no passado. "Em outras oportunidades estávamos de joelhos", disse o ministro. Os ministros deverão reafirmar que as condições para que o país pudesse enfrentar a crise, se basearam nas opções feitas pelo atual governo: situação fiscal organizada, a adoção de uma política de diversificação, o aumento das reservas internacionais e o incentivo ao mercado interno. "Não é para ficar batendo tambor [mas é possível comemorar]", afirmou Franklin. "Na crise você pode criar condições para sair melhor [da situação]", disse o ministro. A reunião ministerial durou cerca de sete horas e meia. Durante a reunião os temas foram basicamente econômicos, e giraram em torno das medidas tomadas pelo governo para combater os efeitos da crise financeira internacional e as perspectivas econômicas. Todos os ministros participaram da reunião exceto Miguel Jorge, ministro da Indústria e Comércio, que está fora de Brasília.

Brasil registra saída de quase US$ 5 bilhões na conta financeira até 20 de novembro
A piora na crise financeira internacional levou a uma forte saída de dólares do mercado financeiro, nos 20 primeiros dias de novembro, segundo dados do Banco Central. O fluxo cambial do país, que mede a entrada de capital estrangeiro no comércio exterior e na área financeira, está negativo em US$ 2,533 bilhões no mês. Somente na área financeira, o saldo está negativo em US$ 4,854 bilhões. A diferença se deve ao resultado positivo no comércio exterior, de US$ 2,321 bilhões (diferença entre exportações e importações), o que ajuda a amenizar a saída de dólares do mercado financeiro. os dados do BC mostram um aumento do crédito para exportadores por meio de ACC - Adiantamento de Contrato de Câmbio - nas primeiras semanas de novembro. Os contratos de ACC, que caíram de uma média mensal de US$ 239 milhões em setembro, para US$ 135 milhões em outubro, subiram para US$ 160 milhões em novembro. Esse mecanismo permite que uma empresa possa receber adiantado o dinheiro de um contrato de exportação. Para isso, ela usa contrato para buscar o crédito em um banco. A crise internacional de crédito havia reduzido essas linhas, o que ajudou a pressionar a cotação da moeda no Brasil.

Dívida cambial interna fica positiva pela 1ª vez desde dezembro de 2005
As operações do Banco Central com contratos de moeda estrangeira, com o objetivo de segurar a alta do dólar, fizeram com que a dívida interna atrelada ao câmbio, voltasse a ficar positiva em outubro. É a primeira vez que isso acontece desde dezembro de 2005, segundo o Tesouro Nacional. Os dados da dívida pública federal interna, considerando as operações de "swap cambial", mostram que o Tesouro voltou a ser devedor nessa modalidade no valor de R$ 16,15 bilhões. Em 2007, o governo chegou a ser credor em R$ 30 bilhões. Nessas operações, o BC assume uma posição de devedor em moeda estrangeira. Os números do Tesouro não consideram a dívida externa nem os ativos do país, em dólares. Nesse caso, conforme divulgado ontem de manhã, pelo BC, o Brasil continua sendo credor externo em US$ 13,4 bilhões (cerca de R$ 32 bilhões). Somente de reservas, o país possui US$ 203 bilhões (quase R$ 500 bilhões). O coordenador da dívida do Tesouro Nacional, Guilherme Pedras, não quis comentar a mudança, que envolve uma operação feita pelo BC, mas destacou que houve uma importante redução na dívida atrelada ao câmbio nos últimos anos. Em setembro de 2002, essa dívida chegou a quase R$ 270 bilhões de uma dívida interna total de R$ 660 bilhões. Hoje, são R$ 16,15 bilhões dentro de um total de R$ 1,226 trilhão. A alta recente do dólar levou o BC a realizar uma série de operações com contratos de swap cambial. Nelas, o BC oferece proteção contra a alta do dólar e diminui a pressão sobre a moeda no mercado financeiro. Com esse contrato, o BC paga aos investidores a variação do dólar, em troca de juros. Antes, como o dólar estava em queda, o BC fazia o inverso, vendia contratos de "swap cambial reverso", pagando juros e recebendo a variação do dólar em troca. Com isso, ajudava a segurar a queda da moeda e reforçava a proteção do Brasil contra uma disparada da moeda norte-americana.

Presidente do Fed admite que crise imobiliária foi subestimada
O presidente do Fed - Federal Reserve -, Ben Bernanke, reconheceu ter subestimado o impacto da crise imobiliária sobre o conjunto da economia, em uma entrevista concedida à revista "The New Yorker". "Nós nos equivocamos a princípio, ao dizer que a crise dos 'subprime' (empréstimos hipotecários de alto risco) poderia ser controlada", declarou Bernanke, no artigo da "New Yorker". "A relação de causa e efeito, entre o problema imobiliário e o sistema financeiro em seu conjunto, era muito complexa e muito difícil de prever", admitiu. O aumento dos casos de mora sobre os créditos "subprime", e o afundamento do mercado imobiliário nos EUA, a partir do começo de 2007, se estendeu progressivamente para o sistema financeiro, depois para a economia americana em seu conjunto e finalmente, para a economia mundial. Na quarta-feira, a Fed não descartou que os EUA registrem uma contração de seu PIB - Produto Interno Bruto - em 2009. (France Presse, em Washington)

Acionista da ARACRUZ aprova ação contra ex-diretor financeiro
Os acionistas da Aracruz Celulose, maior fabricante de celulose de eucalipto do mundo, reunidos em assembléia nessa segunda-feira, aprovaram a proposta de mover uma ação de responsabilidade contra Isac Roffé Zagury, ex-diretor financeiro da companhia, pelos prejuízos causados nas operações de derivativos em sua gestão. De acordo com ata da assembléia, a proposta foi aprovada "pela maioria dos presentes, com o voto contrário do Fundo Latino-Americano CIBC". A empresa explica, no comunicado, que Zagury vai responder pela celebração de operações com derivativos "acima dos limites previstos na política financeira". De acordo com o documento, a Aracruz vai avaliar com advogados especializados, a forma adequada de propor a ação contra o executivo. No início de novembro, a empresa informou ter eliminado 97% de sua exposição a instrumentos derivativos de investimentos, com uma perda total de 2,13 bilhões de dólares. Em outubro, a companhia já havia anunciado a decisão de suspender o projeto de expansão de sua fábrica em Guaíba/RS, como forma de preservar a liquidez. As primeiras notícias sobre perdas da companhia, com derivativos, são do mês de setembro, mês em que o diretor financeiro se licenciou do cargo.

Anheuser-Busch InBev amplia capital com emissão de novas ações
A cervejaria Anheuser-Busch InBev anunciou nessa segunda-feira, que ampliará seu capital com aporte de 6,36 bilhões de euros (US$ 8,16 bilhões), pela emissão de novas ações a 6,45 euros (US$ 8,27), bem abaixo de sua cotação da bolsa, em torno de 20 euros (US$ 25,6). O grupo -
resultado da fusão da americana Anheuser-Busch com a belgo-brasileira InBev - confirmou em comunicado, o rumor de que baixaria sua cotação nos últimos dias. A cervejaria precisava ampliar seu capital para financiar a compra da Anheuser-Busch, mas tinha adiado a operação devido a forte volatilidade dos mercados, informou ontem, o jornal econômico "L'Echo", em sua edição digital. Segundo as condições estabelecidas pela companhia, cada acionista da Anheuser-Busch InBev, receberá direito preferencial por título em seu poder. Os acionistas de controle, belgas e brasileiros, pretendem ficar com 2,8 milhões de euros (US$ 3,6 milhões) do total de novas ações, dos quais 1,3 milhão (US$ 1,7 milhão) correspondem à parte belga. A compra da Anheuser-Busch foi finalizada na última terça-feira, 18/11, e totalizou US$ 52 bilhões. A negociação - concluída depois que os acionistas das duas companhias aprovaram o negócio - criou o maior grupo de cerveja do mundo. O valor pago pela InBev foi de US$ 70 por ação. (Efe, em Bruxelas)

Arcelor deve dispensar 2,4 mil empregados nos EUA
A siderúrgica ArcelorMittal alertou ontem, que até 2.444 empregados em sua usina em Burns Harbor, Indiana/EUA, poderão ser afastados do trabalho por tempo indeterminado em janeiro. Em comunicado, a companhia disse que notificou o sindicato dos metalúrgicos americanos (USW) e outros acionistas, "sobre a possibilidade de demissão por tempo indefinido" de funcionários em sua usina nos EUA, a partir do ano que vem. O corte é uma resposta à demanda mais fraca por aço pelos setores automotivo, de construção e de utensílios em todo o mundo, que levou a companhia a reduzir sua produção global em 35% no quarto trimestre. Na América do Norte, o corte do grupo foi de 40%. "As possíveis reduções da força de trabalho resultam do ambiente econômico extraordinário que estamos enfrentando. A companhia pretende fazer com que os trabalhadores voltem aos seus empregos assim que as condições de mercado permitirem", diz o comunicado. Burns Harbor emprega cerca de 4 mil horistas e assalariados e tem capacidade para produzir 4,7 milhões de toneladas de aço anuais. Um porta-voz do USW disse que o sindicato está negociando com a siderúrgica para minimizar as demissões temporárias. (Agência Dow Jones, de Londres)

HP confirma lucro anual de 15%
O grupo americano de informática Hewlett Packard confirmou, nessa segunda-feira, seus resultados do quarto trimestre, que levam seu lucro líquido anual para 8,3 bilhões de dólares, o que representa uma alta de 15% em relação ao exercício 2007. O rendimento anual por ação, salvo elementos excepcionais, ficou em 3,62 dólares, uma alta de 24%. Ontem, a HP também divulgou seu volume anual de negócios, de 118,4 bilhões de dólares (+13%), e confirmou o volume de negócios do quarto trimestre (33,6 bilhões, +19%). (France Presse/AFP, de Nova Iorque)

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BASTIDOR

- Check Point anuncia Cecil Pérez como vice-presidente para América Latina. A Check Point confirmou a contratação de Cecil Pérez como novo vice-presidente da empresa, para a região da América Latina. O executivo possui experiência de mais de 20 anos no segmento de TI, acumulando passagens pela Symantec, onde trabalhou por 11 anos e foi vice-presidente de vendas para as Américas, Apple e Microsoft.


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MERCADO de Ações & Futuros

(Informações: Dow Jones, Bovespa, Reuters e AFP)

Bovespa recupera parte das perdas e fecha com forte alta de 9,40%
A Bovespa recuperou boa parte das perdas da semana passada. Os investidores voltaram às compras com a injeção bilionária no Citigroup, e a definição da equipe econômica do próximo presidente dos EUA, Barack Obama. O câmbio teve sua queda mais acentuada desde 13/10 e voltou para R$ 2,32.


- O
Ibovespa, teve ganho de 9,40% e atingiu os 34.188 pontos no fechamento.
- O giro financeiro foi de R$ 3,6 bilhões, ainda abaixo da média do ano (R$ 5,7 bilhões/dia).



Análise - Na semana passada, a Bovespa amargou
desvalorização de 13,2% em cinco pregões consecutivos de queda. "O mercado fez uma espécie de ajuste inverso ao ocorrido na sexta-feira, quando precisou se adequar ao feriado [de quinta-feira]. Quando as Bolsas americanas dispararam na semana passada, a Bovespa já fechada com uma forte baixa de 6,45%. Também contribuiu para a disparada de ontem o fato das ações estarem realmente muito depreciadas", comenta Marco Aurélio Etchegoyen, operador da corretora gaúcha Diferencial.


Bolsas dos EUA avançam com ajuda do governo ao Citigroup
A Bolsa de Nova Iorque fechou em forte alta nessa segunda-feira, graças à disparada das ações provocada pelo resgate do governo dos EUA ao
gigante bancário Citigroup.

- O DJIA - Dow Jones Industrial Average -, principal indicador da Bolsa de NY, avançou 4,93%, fechando em 8.443.39 pontos.
- O Nasdaq, de alto componente tecnológico, ganhou 6,33%, aos 1.472,02 pontos.
- Já o índice ampliado Standard & Poor's 500 subiu 6,47%, para 851,81 pontos.

Análise - A ação do Citigroup, que perdeu mais de 60% na semana passada, valorizou 57,48% e impulsionou todo o setor financeiro. O otimismo dos investidores aflorou após o anúncio de que o governo americano ofereceu uma nova ajuda ao Citigroup. A expectativa é que os novos recursos a serem injetados no banco desfaça, ao menos em parte, as incertezas do mercado financeiro sobre o futuro do gigante financeiro norte-americano. Em comunicado, o Fed - Federal Reserve - informou que o Citi vai receber US$ 20 bilhões em recursos. O acordo entre o Fed, o Departamento do Tesouro e a FDIC - Corporação Federal de Seguros de Depósitos -, para o resgate da instituição, foi alcançado nesse domingo, 23/11.


Bolsas européias disparam em dia de nova ajuda ao Citigroup
As Bolsas européias dispararam nessa segunda-feira, com alguns mercados tendo superado a marca de 10% de valorização. O governo americano anunciou uma nova
ajuda ao gigante financeiro Citigroup, desfazendo, ao menos em parte, as incertezas dos investidores sobre a instituição. As medidas do governo britânico contra a crise, também foram recebidas com otimismo.


- A Bolsa de Londres fechou em alta de 9m84%, ficando com 4.152,96 pontos.
- A Bolsa de Paris subiu 10,09% no índice CAC 40, fechando com 3.172,11 pontos.
- A Bolsa de Frankfurt subiu 10,34% no índice DAX, para 4.554,33 pontos.
- A Bolsa de Milão subiu 6,66% no índice MIBTel, ficando com 15.479 pontos.
- A Bolsa de Zurique teve alta de 6,27%, encerrando o dia com 5.466,40 pontos no índice Swiss Market.
- A Bolsa de Amsterdã avançou 10,29% no índice AEX General, indo para 245,86 pontos.
- O índice FTSEurofirst 300 - que reúne ações das principais empresas européias - fechou com valorização de quase 9%.


Análise - "O resgate do Citigroup, que proporcionou muita incerteza na semana passada, a expectativa de que [o presidente eleito dos EUA] Barack Obama, reúna o time certo para lidar com a turbulência econômica e as expectativas por um pacote de estímulo no Reino Unido, ajudaram os mercados a se recuperarem", disse o estrategista Henk Potts, do Barclays Stockbrokers. "No curto prazo, ainda deve haver volatilidade. A realidade é que o crescimento econômico está enfraquecendo, e a lucratividade das empresas está sob pressão", acrescentou.
Reação das Ações - As ações do setor de mineração subiram, com a alta nos preços dos metais. Os papéis da BHP Billiton, Anglo American, Vedanta Resources, Lonmin, Kazakhmys, Xstrata, Antofagasta e Rio Tinto, subiram entre 13% e 28%. Também subiram as ações das petrolíferas BP, Royal Dutch Shell, Tullow Oil e da empresa de gás BG Group, com ganhos entre 7,4% e 13,5%.


HOJE - Bolsas da Ásia têm ganhos após plano de ajuda ao Citigroup
As principais Bolsas de Valores da Ásia fecharam em forte alta nesta terça-feira após o anúncio do resgate do governo dos Estados Unidos ao
gigante bancário Citigroup. Em comunicado, o Fed (Federal Reserve, o BC americano) informou que o Citi vai receber US$ 20 bilhões em recursos.


- A Bolsa de Tóquio (Japão) avançou 5,22%, aos 8.323,93 pontos, com sua maior alta em duas semanas impulsionada pelo setor bancário.
- Em Hong Kong, o mercado operava com alta de 3,24% perto do fim do pregão.
- A Austrália registrou ganhos de 5,51%.
- A Bolsa da Coréia do Sul subiu 1,36%.
- Somente a Bolsa de Xangai (China) caiu (1,28%) devido à divulgação de uma pesquisa do Banco Mundial sobre a previsão do crescimento chinês para 2009. O Bird divulgou que o país deve crescer 7,5% em 2009, ante os 9,2% estimados pelo banco em um levantamento feito em junho.



Análise - A nova estimativa é menor do que as expectativas do FMI (Fundo Monetário Internacional), que há duas semanas cortou sua previsão para o crescimento chinês de 9,3% para 8,5%. A China cresceu 11,9% em 2007, mas nos sucessivos trimestres deste ano já mostrou uma clara tendência de baixa, registrando um crescimento de 10,6% no primeiro trimestre, de 10,4% no segundo e de 9,9% no terceiro.


Petróleo sobe quase 10% em NY com euforia por ajuda ao Citigroup
O preço do petróleo disparou nessa segunda-feira, em Nova Iorque, voltando a ficar na casa dos US$ 50, após ser contaminado pelo bom humor nos mercados acionários, gerado pela ajuda do governo dos EUA ao Citigroup. O temor de que o Citigroup quebrasse causava até ontem, uma tensão adicional para os investidores, pois poderia causar uma nova crise sistêmica, como a vista após a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, em meados de setembro. Com a ajuda, o mercado ficou mais confortável para ir às compras, o que fez as ações e o preço das commodities dispararem. Na Nymex - New York Mercantile Exchange -, o barril de petróleo leve, tipo WTI, para entrega em janeiro, fechou cotado a US$ 54,50, com expressiva alta de 9,15% sobre o fechamento anterior (US$ 49,93).

Ouro e prata fecham com alta em Nova Iorque
Os contratos de ouro mais negociados na Bolsa Mercantil de Nova Iorque – Nymex - subiram ontem, 3,5%, e os da prata, 9,2%, ao aumentar sua atração como refúgio para os investidores, e impulsionados pela fraqueza do dólar. Os contratos de 100 onças de ouro, para entrega em dezembro, subiram US$ 27,70, frente ao preço anterior, até US$ 819,50 a onça. Já os contratos da prata para dezembro, também os mais negociados na Nymex, e de cinco mil onças, terminaram o pregão a US$ 10,35 a onça, US$ 0,87 a mais que no fechamento de sexta-feira.



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ÍNDICES ECONÔMICOS


- O IPC-S de 22 de novembro de 2008 apresentou variação de 0,57%, taxa 0,01 ponto percentual (p.p.) acima da apurada, com base na coleta encerrada em 15/11.

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Clima econômico da América Latina tem queda de 1,2 pontos - expectativas são as piores em 11 anos e a avaliação sobre a situação atual torna-se desfavorável.



Número de microempresários diminui, mas renda aumenta, aponta FGV
Mais de 70% dos microempresários estarão inseridos nas classes A, B e C, segundo projeção feita pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas. Isso revela um aumento na renda dos trabalhadores por conta própria ou proprietários de pequenos negócios - que enquadram desde camelôs até donos de pequenos estabelecimentos comerciais, que empregam outras pessoas.
No ano passado, 67,5% dos microempresários estavam nas três classes sociais mais altas. A estimativa para 2008 indica que esse percentual chegará a 72,2%. A projeção, que utiliza dados da PME - Pesquisa Mensal de Emprego - do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -, reflete o ganho de renda do brasileiro, que se traduz inclusive entre os trabalhadores por conta própria de menor renda, segundo o coordenador do estudo, Marcelo Neri.
A FGV leva em conta que os trabalhadores das classes A e B, têm renda familiar superior a R$ 4.591, e a classe C, que seria a classe média, tem renda de R$ 1.064 a R$ 4.591.
De 2007 para 2008, o percentual de microempresários inseridos na classe E (com renda familiar de até R$ 768) caiu de 12,8% para 9,5%; já os trabalhadores por conta própria em 2007, na classe D (renda entre R$ 768 e R$ 1.064), representavam 19,7% do total, e em 2008, cairão para 18,1%.
Os dados de 2007 apontam que o número de microempresários caiu pela primeira vez em dez anos. No ano passado, foram identificados 22,1 milhões de trabalhadores, abaixo dos 22,3 milhões observados em 2006. "Isso talvez indique que o mercado de trabalho brasileiro vem ficando mais formal nos últimos anos. A taxa de microempreendedorismo na população total cai de 12,2% para 11,9%, entre 2006 e 2007", afirmou Neri.
Ao mesmo tempo, vem crescendo o número de microempresários negros, inseridos nas classes mais altas. Entre 2003 e 2008, cresceu 34% o número de microempresários negros nas classes A, B e C. Já o total de brancos que passaram para essas classes, aumentou 16% no mesmo período.




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ANÁLISE SETORIAL


Reforma tributária pode aumentar em até 16% carga de impostos sobre software
A tão esperada reforma tributária pode ser um mau negócio para o setor de software. Na madrugada da última quinta-feira, 20/11, a Comissão Especial da
Reforma Tributária aprovou o parecer do relator do projeto, deputado federal Sandro Mabel (PR/GO), sobre o tema. Um dos pontos do texto inclui a cobrança do ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - sobre a comercialização de programas de computador. Em 2003, o projeto de lei 116/03, enquadrou software na categoria de serviços, fazendo com que, desde então, programas de computador fossem tributados pelo ISS - Imposto sobre Serviço.
Em alguns Estados brasileiros, além do ISS, softwares também são tributados pelo ICMS, mas nesses casos, a incidência do imposto sobre serviços é exclusivamente, sobre o meio físico pelo qual o programa é comercializado, que pode ser, por exemplo, um CD-Rom. A chiadeira do setor de software justifica-se pelo aumento da mordida dos impostos, caso a medida seja aprovada. Sob o guarda-chuva do ISS, a tributação de software fica em torno de 2% a 3%, enquanto que as alíquotas do ICMS variam de 5% a 18%.
Para o deputado federal Julio Semeghini (PSDB/SP), um dos críticos à alteração do regime de tributação de software, a mudança "vai reduzir indústria nacional, aumentar a pirataria e destruir toda a cadeia de distribuição o Brasil". "Desde 2003, você tem o todo, o software classificado como imposto sobre serviço. O Congresso já discutiu e tomou a decisão de que software é serviço. Além disso, querem colocar isso no texto da Constituição, o que dificilmente vai mudar depois", critica o parlamentar.
Problema maior para micro e pequenas
Estimativas da Abes - Associação Brasileira das Empresas de Software - dão conta que, caso a reforma tributária saia do papel nos termos aprovados preliminarmente, a carga de impostos que incide sobre o setor de software subirá por volta de 12,5%, provocando uma retração anual de aproximadamente, 800 milhões de reais no mercado. José Curcelli, presidente da associação, diz que as micro e pequenas empresas - que compõem 85% do mercado de software - serão as principais afetadas pelo aumento da carga tributária. "Isso pode levar as pequenas a fecharem. Talvez as grandes suportem, mas as pequenas não têm a mesma flexibilidade de vender por volume", analisa.
Outros possíveis efeitos, diz Curcelli, será o aumento do preço final de software, que deverá ser repassado ao usuário, e a ampliação do índice de pirataria, que poderá passar dos atuais 59% para 67%, um prejuízo de 300 milhões para o segmento. O deputado Semeghini acrescenta que o novo regime poderá ter efeitos sobre uma economia que ainda está em formação. "Toda uma economia nova, os tipos de serviços que ainda vão nascer, como venda de conteúdo por meio da rede de computadores, todas as coisas que estiverem sendo construídas e distribuídas, também seriam classificadas como tributação pelo ICMS", alerta.
Em definição
Antes de entrar em vigor, o texto da reforma tributária, tem um longo caminho a seguir. Na próxima semana, ele será apreciado no plenário da Câmara dos Deputados, onde passará por uma votação em dois turnos. Na seqüência, irá para a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, e para nova votação no Senado Federal.
Ainda na primeira votação na Câmara, Curcelli e Semeghini esperam que o documento seja alterado e o artigo que trata da incidência de ICMS sobre software, seja excluído. De acordo com o deputado federal, há um acordo entre PT e PSDB, com o apoio do presidente da Comissão Especial da Reforma Tributária, deputado federal Antônio Palocci (PT/SP), para que o texto seja modificado em uma emenda aglutinativa, que vai corrigir alguns pontos do documento. "A gente acredita que será possível fazer isso. Há um compromisso do PT e do presidente da comissão. São duas coisas erradas, não precisa estar na Constituição e não precisa ser discutido", declara Semeghini.
O presidente da Abes acredita que o texto será alterado, mas também considera a hipótese de que a medida provisória não seja trabalhada esse ano, porque, segundo ele, "há uma grande reação dos parlamentares contra o texto". "Acho que a reforma tributária é necessária, mas para baixar o valor dos impostos, principalmente nesse momento da economia brasileira", finaliza.



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MERCADO FINANCEIRO


Mantega diz que grandes bancos voltaram a conceder crédito
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem, que os grandes bancos voltaram a liberar
dinheiro para o crédito. Segundo ele, o problema que ainda persiste está ligado, principalmente, aos bancos pequenos e médios e ao crédito externo. O ministro afirmou que os dados que serão divulgados hoje, pelo BC, mostram uma queda dos empréstimos em outubro, seguida por uma recuperação em novembro. Mesmo assim, ainda há uma redução de 20% em relação aos níveis anteriores. "Os grandes bancos, pelo que eu saiba, voltaram a emprestar num volume parecido com o que estavam emprestando antes", disse o ministro. "Está faltando crédito de médio e pequeno banco. Está faltando crédito externo. Aí já temos 20% de crédito a menos." Segundo Mantega, os bancos médios e pequenos conseguiram se reequilibrar, sem que houvesse nenhuma quebra, devido à ação do governo, que liberou os compulsórios para compra das carteiras dessas instituições. Mesmo assim, não conseguiram recursos em um volume que permitisse a reativação de crédito nesse segmento. "Uma faixa do setor financeiro ficou sem disponibilidade de crédito. Médios e pequenos bancos, embora tenham se reequilibrado, porque nós liberamos compulsórios para compra das carteiras deles, não conseguiram, de novo, os recursos para voltar a emprestar." O ministro destacou também, a ação dos bancos estatais. Em outubro, o Banco do Brasil aumentou o crédito em 4,5%, em relação a setembro. "Provavelmente a Caixa também fez o mesmo. Isso compensa uma parte, mas, na soma geral, ainda temos uma redução do crédito disponível no país e isso nos leva a uma desaceleração do crescimento."



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AGRONEGÓCIOS


Ministro diz que agronegócio precisa de R$ 2 bilhões

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse ontem, que o valor de R$ 500 milhões para refinanciar as parcelas das dívidas de investimento no agronegócio, que venceram em outubro, foi calculado a partir de reuniões com os bancos e as montadoras. Entretanto, diz ele, se o setor precisar de R$ 1 bilhão ou R$ 2 bilhões, esses montantes serão alocados. Disse que o ministério vai rastrear a liberação dos créditos, para depois definir se será necessário mais recursos para o refinanciamento das dividas de investimento.Stephanes afirmou que é legítima a crítica dos produtores sobre a demora na liberação dos recursos para o plantio da safra. "É justo, porque eles têm data para plantar e a janela é curta. Mas, por outro lado, a crise mundial também atingiu o Brasil, embora de forma menos intensa." O ministro observou que a crise alterou o sistema de produção, baseado em vendas antecipadas e financiamentos junto às tradings e bancos estrangeiros.Stephanes lembrou que o sistema bancário tem aversão ao risco e que o plantio dessa safra, é feito em um momento de risco elevado para a agricultura, porque não se sabe como estará o mercado e os preços das commodities (matérias-primas) no momento da colheita. Ele observou que a situação é particularmente mais grave no Centro-Oeste, que é baseado justamente, no modelo de produção de vendas antecipadas. Além disso, a região também sofre com custos maiores, em função dos problemas de logística. Ele disse que o governo procura amenizar a situação, mas há dificuldades, porque a decisão depende do sistema bancário.As declarações de Stephanes foram dadas ontem à tarde, na Primeira Conferência Internacional de Biocombustíveis, em São Paulo. Stephanes e o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Machado Rezende, assinaram um memorando para criação de um pólo de pesquisa da Embrapa em bioenergia, com sede em São Carlos/SP. Na ocasião, os ministros disseram que o objetivo é transformar a região em referência mundial do setor.O presidente da Embrapa, Silvio Crestana, anunciou que a empresa está desenvolvendo, em conjunto com o MCT, o primeiro laboratório de nanotecnologia dedicado ao agronegócio. "Esse será o único laboratório no mundo de nanotecnologia para a agricultura, onde serão realizadas pesquisas que vão desde o uso da biomassa ao melhor aproveitamento de insumos, até novos processos para produção de biocombustíveis de segunda geração.


Mantega afirma que governo está atento para eventuais problemas na agricultura
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem, que o governo tem acompanhado cada segmento, cultura e região, para identificar eventuais problemas no setor agrícola. Ele contou que as regiões Norte e Nordeste já estão bem atendidas com crédito e que, no Centro-Oeste, o governo está liberando R$ 400 milhões para o refinanciamento de dívidas em investimentos, como compra de tratores. Além disso, afirmou Mantega, a demanda continua alta no setor de tratores. Segundo ele, bem acima da oferta. O ministro afirmou que a próxima safra será muito parecida com a de 2007/2008. Mantega afirmou que o governo está atendendo todos os setores que dependem de crédito ou que geram mais empregos. Ele lembrou que o governo está liberando R$ 10 bilhões para o BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - oferecer linha de capital de giro para as empresas e o Banco do Brasil, disponibilizará mais R$ 5 bilhões para capital de giro das pequenas e médias empresas.
Exportadores - O ministro avaliou que os exportadores brasileiros, no momento de redução do mercado internacional, serão compensados com a possível desvalorização do real. Em entrevista, após reunião ministerial, Mantega disse, ao responder a uma pergunta sobre a situação dos exportadores, que o cenário no primeiro semestre de 2009 não será tão ruim para as exportações. "Embora o cenário possa piorar com a redução do comércio internacional, a mudança no câmbio traz compensação para os exportadores", disse. "Se o real se desvalorizar, os exportadores terão uma compensação, mais do que suficiente, para manter os rendimentos e aumentar a competitividade do produto brasileiro." Na avaliação de Mantega, a crise financeira "paralisou" o comércio, mas todos os setores exportadores estarão "rearrumados". "Se diminui a quantidade (do comércio) em 10% e a desvalorização cambial for de 45% ou 50%, eles (exportadores) terão uma compensação mais do que suficiente", afirmou o ministro. Mantega observou que, na última quinzena, houve um "aumento forte das exportações".
Investimentos - Mantega afirmou que o governo irá manter ou até mesmo ampliar os investimentos. Segundo ele, manter os investimentos em curso já é fazer uma política anticíclica. O ministro garantiu que irá manter os projetos do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento. "Se tivermos uma queda na arrecadação faremos cortes no custeio, em despesas que não são essenciais", afirmou. Segundo ele, todos os programas que geram emprego e renda serão mantidos, além dos programas sociais. Mantega afirmou que esse ano já foram pagos mais de R$ 32 bilhões em investimentos do governo federal. Disse que o desembolso, nesse ano, será muito superior a 2007.

BB liberou R$ 8,108 bilhões para custeio da safra até 18/11
Dados divulgados ontem, pelo Banco do Brasil, mostram que a liberação de recursos para a safra está acima do valor alocado na mesma época no ano passado. As liberações para custeio da agricultura empresarial somaram R$ 8,108 bilhões no acumulado do ano-safra, de 1/7 até o dia 18/11. No ano passado, a liberação até 30/11, somou R$ 6,378 bilhões. O diretor de agronegócios do Banco do Brasil, José Carlos Vaz, informou que a liberação de recursos para as linhas de investimento estava abaixo do ano passado, mas a expectativa é que até o final desse mês, haja um empate nos dados. A demanda por crédito de investimento até 18/11 somava R$ 684 milhões, ante R$ 784 milhões no acumulado do ano safra até 30/11/2007. As liberações do Banco do Brasil até 18/11 para custeio das lavouras pela agricultura familiar, somaram R$ 2,455 bilhões. O balanço até 30/11 do ano passado, indicava a liberação de R$ 2,297 bilhões. No caso da agricultura familiar, a demanda por linhas de investimento somou R$ 5,45 milhões, até o dia 18/11, acima do montante de R$ 5,21 milhões. (Agência Estado, de Brasília)

Vendas de fertilizantes somam 20,2 milhões de toneladas
As vendas de fertilizantes no acumulado do ano, até outubro, somaram 20,2 milhões de toneladas. A produção foi de 8,04 milhões de toneladas e as exportações apontaram 402 mil toneladas. Os dados foram apresentados ontem, em Brasília, durante reunião da Câmara Temática de Insumos Agropecuários. O presidente da Câmara, Cristiano Walter Simon, estimou que as vendas somarão 23 milhões de toneladas de fertilizantes no ano. Em relação aos defensivos, de janeiro a outubro de 2008, as vendas do setor somaram R$ 10,2 milhões, crescimento de 31% se comparado a 2007. Ao todo, foram vendidos 4,6 milhões de toneladas de herbicidas, 2,9 milhões de toneladas de inseticidas e 2,1 milhões de toneladas de fungicidas.


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SETOR AUTOMOTIVO


GM vai conceder novas férias coletivas no RS e SP
A General Motors anunciou novas férias coletivas para 10,2 mil trabalhadores nas unidades de Gravataí/RS e São Caetano do Sul/SP. A montadora informou que as paralisações na produção têm o objetivo de ajustar o estoque. O anúncio foi entregue aos sindicatos na sexta-feira. Na filial gaúcha da GM, onde são feitos o Celta e o Prisma, os funcionários entram em férias coletivas de 6/12 a 4/01. Atualmente os 5,2 mil metalúrgicos cumprem férias coletivas. Em novembro a categoria trabalhou durante um dia. "Tem metalúrgico com quatro meses de fábrica emendando duas férias", diz o coordenador do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari".
Em São Caetano do Sul as férias coletivas vão de 22/12 a 6/01, segundo a montadora. A medida atinge 5 mil funcionários das linhas de Astra, Classic, Corsa, Montana e Vectra. Os funcionários de São Caetano do Sul retornaram ao trabalho na semana passada, depois de duas semanas de licença. Na sexta-feira a GM encerrou também, as atividades do setor de fundição de alumínio, na unidade de São José dos Campos/SP. Com a medida, 170 trabalhadores do setor foram colocados em licença remunerada até o dia 12/01, segundo o sindicato dos metalúrgicos da região.


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ENERGIA & Telecomunicações


Sulgás suspende fornecimento para indústria no RS
A Sulgás - Companhia de Gás do Rio Grande do Sul - informou que suspendeu o fornecimento de gás natural aos clientes industriais às 17 horas, porque permanece interrompido o abastecimento do Estado, em razão de avaria ao gasoduto Bolívia-Brasil, em Santa Catarina. O corte não afeta usuários comerciais e residenciais. Pela manhã, a Sulgás, já havia adotado plano de contingência com redução do fornecimento aos grandes consumidores industriais e suspensão da entrega aos postos de gás natural veicular. O transporte de gás em Santa Catarina foi avariado por deslizamento de terras causado pelas constantes chuvas dos últimos 60 dias.

Slim pretende continuar a investir na América Latina
Carlos Slim, um dos homens mais ricos do mundo e dono da gigante de telefonia celular América Móvil (dona da brasileira Claro), disse nessa segunda-feira, que vai continuar a investir na América Latina, apesar dos temores de uma recessão global. "Continuamos a fazer significativos investimentos nos países da América Latina, e a Argentina é um desses países", Slim disse a jornalistas em Buenos Aires. O magnata mexicano, e outros executivos de negócios, estão na Argentina acompanhando o presidente daquele país, Felipe Calderon, em uma visita oficial. Slim disse que a região está bem posicionada para enfrentar um desaquecimento global, que já levou a recessão a nações como Alemanha e está reduzindo as expectativas de crescimento em mercados emergentes. "Felizmente, isso chega à América Latina em um momento em que os países têm finanças públicas saudáveis e bons níveis de reservas", disse Slim. As economias da América Latina viveram um boom nos últimos cinco anos, diante do crescimento global sustentado e da robusta demanda por suas exportações de commodities. A América Móvil de Slim tem operações em 17 países e é a maior operadora de telefonia celular da América Latina. (Reuters, de Buenos Aires/Argentina)

Setor de energia elétrica têm maior lucro no 3º trimestre, entre não-financeiras
O setor de Energia Elétrica foi o mais lucrativo no terceiro trimestre entre as empresas não-financeiras na Bovespa, conforme levantamento da Economática que exclui os resultados de bancos, das estatais: Petrobras e Eletrobrás e da mineradora Vale. Conforme o estudo, 29 empresas de energia com ações na Bolsa registraram lucro combinado de R$ 2,94 bilhões de julho a setembro.
Na ponta oposta ficou o setor de Papel e Celulose, em que sete empresas tiveram, juntas, um prejuízo de R$ 2,66 bilhões - os resultados das empresas dessa indústria foram prejudicados por expressivas perdas com instrumentos financeiros derivativos, notadamente a Aracruz, maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto. Outros setores que apresentaram prejuízo no terceiro trimestre foram o Químico (com perda de R$ 924 milhões) e o de Alimentos e Bebidas (com R$ 12 milhões), segundo a Economática.
Já entre os destaques positivos ficaram, ao lado do setor elétrico, a indústria de Siderurgia e Metalurgia, com lucro de R$ 1,823 bilhão nos três meses até setembro, e o de Telecomunicações, com ganho de R$ 1,288 bilhão no período. No setor financeiro, o lucro de 15 bancos totalizou R$ 6,926 bilhões no terceiro trimestre, conforme a Economática.

Empresa processa Apple por patente de navegação do iPhone
A companhia norte-americana Apple, é alvo de um processo por conta da tecnologia usada para que o iPhone possa navegar na web. O processo foi registrado pela empresa EMG Technology ontem em Tyler, no Texas. O processo alega que a tecnologia usada pelo iPhone para navegar e exibir sites na tela do aparelho, infringe uma patente obtida pelo empresário Elliot Gottfurcht e outros inventores da EMG. A porta-voz da Apple, Susan Lundgren, preferiu não comentar sobre o processo. A EMG diz que não pensa em processar empresas como a HTC, que fabrica o aparelho G1, ou a RIM, que fabrica o Blackberry e que também, produz dispositivos que podem exibir websites móveis. (Reuters, em Boston)


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ESPECIAL


UE e Brasil acertam reforçar cooperação em provisão de energia sustentável
O comissário europeu de Energia, Andris Piebalgs, e o ministro brasileiro de Minas e Energia, Edison Lobão, acertaram ontem, reforçar sua cooperação bilateral em matéria de energia, para conseguir provisões energéticas "sustentáveis e confiáveis". Além disso, a UE e o Brasil se propuseram a unir esforços em pesquisa na segunda geração de biocombustíveis, e decidiram promover sua cooperação industrial, tanto em tecnologias como o "carvão limpo". Esse é o primeiro encontro em nível ministerial, que acontece desde o início do Diálogo de Política Energética entre a União Européia e o Brasil, impulsionado em Bruxelas em julho de 2007, durante uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Piebalgs e Lobão se reuniram em São Paulo, no contexto da primeira viagem do comissário ao Brasil, para participar da II Conferência Internacional de Biocombustíveis.
O comissário europeu avaliou o papel que o Brasil representa como "membro estabilizador e de confiança na América Latina", e destacou sua importância nos biocombustíveis, a segurança de provisão energética e o debate sobre a mudança climática.
Piebalgs mostrou seu desejo, que em breve ambas as partes adotem um plano de ação conjunta, no marco do acordo estratégico estabelecido há um ano, entre Brasil e UE. "O claro entendimento ao qual chegamos, tanto em nossas políticas, como em nossas prioridades de cooperação bilateral no campo da energia, constituem uma valiosa preparação para a próxima cúpula entre a UE e Brasil", disse o comissário, uma reunião que será realizada no Rio de Janeiro no dia 22/12.
Por sua parte, Lobão lembrou que o Brasil e a UE, são atores-chave no setor da energia como consumidores e produtores, mas também, como centros de desenvolvimento tecnológico e inovação. Além disso, expressou seu desejo de que o Governo brasileiro "aprofunde sua cooperação e troca de experiência com a UE na área energética".
Concretamente, UE e Brasil acertaram se concentrar na troca de experiências e de consultas técnicas sobre assuntos reguladores, a fim de potencializar mercados energéticos competitivos, sem excluir a possibilidade de investimentos. Também se comprometeram a trabalhar na eficácia energética e na gestão da demanda, em particular por meio de sua participação na IPEEC (sigla inglesa) - Sociedade Internacional de Cooperação para a Energia Eficiente.
Esse novo marco global de economia de energia foi impulsionado no mês de junho, pelos países do G8 (as oito maiores economias do mundo: Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Rússia, Reino Unido e EUA) e do G5 (as cinco economias emergentes: Brasil, China, Índia, México e África do Sul)
Além disso, a UE e o Brasil se propuseram a unir esforços em pesquisa na segunda geração de biocombustíveis, e decidiram promover sua cooperação industrial tanto em tecnologias como o "carvão limpo", como também, em energia e segurança nuclear, dando especial importância às energias renováveis. Por último, ambas as partes confirmaram seu apoio a longo prazo ao biocombustível e à produção de "bioenergia".



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COMÉRCIO EXTERIOR


Exportação cai nas três categorias de produtos, divulga MDIC
A redução da média das exportações registradas na terceira semana de novembro - de 21,2%, na comparação com a média das duas primeiras semanas - ocorreu, segundo o MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior -, por causa da retração nas vendas das três categorias de produtos: básicos, manufaturados e semimanufaturados. A média foi de US$ 671,0 milhões na terceira semana e de US$ 852,0 milhões, até a segunda semana.
No caso dos produtos básicos, houve redução de 22,5% nas exportações (de US$ 303,8 milhões para US$ 235,5 milhões), em razão de menores embarques de petróleo, minério de ferro, farelo de soja, café em grão, carnes de frango, bovina e suína e soja em grão.
Em relação aos manufaturados, a redução foi de 22,1% (de US$ 416,9 milhões para US$ 324,7 milhões), o que se deveu ao menor volume nas vendas de, principalmente, automóveis de passageiros, autopeças, açúcar refinado, veículos de carga, laminados planos e calçados.
Na terceira categoria de produtos, as exportações caíram 12,6% (de US$ 112,8 milhões para US$ 98,6 milhões), por conta, segundo o MDIC, de semimanufaturados de ferro/aço, ferro fundido, couros e peles, ferro-ligas, óleo de soja em bruto e ligas de alumínio.
Já o aumento registrado nas importações brasileiras - de 0,5%, na comparação da média da terceira semana com a verificada até a segunda semana de novembro - é explicado pelo crescimento, principalmente, dos gastos com equipamentos mecânicos, siderúrgicos, instrumentos de ótica e precisão, aeronaves e peças e alumínio e suas obras.

Câmbio puxa receita das exportações de carne de peru em MG
As exportações mineiras de carne de peru estão favorecidas pela valorização do dólar em relação ao real. De acordo com levantamento realizado pela Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, entre janeiro e outubro desse ano, a receita com as vendas externas totais, incluindo carne não processada, atingiu o valor de US$ 83 milhões, o que representou um crescimento de 29,7%, com o embarque de aproximadamente, 34 mil toneladas de carne de peru.
Segundo a secretaria, o volume das exportações não aumentou no mesmo ritmo, com um incremento de apenas 9,2% na comparação entre os dois períodos. O incremento na receita das exportações do produto processado (preparações alimentícias e conservas de peru) foi de 26%, na comparação com o mesmo período do ano passado, para US$ 46 milhões.
Já o valor das exportações mineiras da carne não processada, no acumulado de janeiro a outubro desse ano, subiu 33,1%, na comparação com o mesmo período de 2007. A receita estimada com a comercialização externa dessa carne, aproxima-se de US$ 37,5 milhões, ante valor aproximado de US$ 28 milhões registrado de janeiro a outubro do ano passado. Os dados sobre a comercialização externa da carne de peru procedente do Estado foram publicados pelo MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. De acordo com a secretaria, a cotação média, no exterior, do quilo da carne não processada, foi de US$ 2,04. No caso das exportações do grupo de preparados alimentícios e conservas à base da carne de peru, a cotação média do quilo, nesse caso, foi de US$ 2,88.
A Rússia foi o principal mercado comprador da carne produzida em Minas, com um volume de US$ 16,4 milhões, entre janeiro e outubro. No ano passado, as exportações do produto para aquele país, movimentaram uma cifra inferior da ordem de US$ 7 milhões. Em seguida estão a África do Sul, (US$ 3,1 milhões), Holanda (US$ 2,8 milhões) e Benin, na África, com US$ 573 mil.
De acordo com a Avimig - Associação dos Avicultores de Minas Gerais -, toda a exportação de carne de peru do Estado, é proveniente da unidade da Sadia localizada em Uberlândia, na região do Triângulo Mineiro, que utiliza o sistema de integração de produtores para obter o volume de aves necessário ao abastecimento interno e às vendas no exterior. A própria indústria mantém as matrizes para gerar os perus, que serão entregues aos produtores para engorda, além de fornecer também, a ração e outros insumos e garantir a assistência técnica dos plantéis.


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MERCADO DE TI


Google negocia com fabricantes para ter Chrome pré-instalado em novos PCs O
Google está tentando contratos com fornecedores para oferecer o Chrome pré-instalado em novos computadores, revelou o vice-presidente de produtos da empresa, Sundar Pichai, em entrevista ao jornal The Times, na quinta-feira, 20/11. Pichai revelou que considera a possibilidade de fazer os "acordos de distribuição" em janeiro de 2009. A respeito da baixa procura pelo browser, o Google afirma que esse não é um sinal de abandono, mas uma simples retenção até o lançamento da versão completa do navegador.Fontes próximas ao Google disseram que fabricantes como Acer, Dell, HP e Toshiba, desejam substituir o Internet Explorer, da Microsoft, pelo Chrome como navegador padrão de seus produtos. Os porta-vozes do Google não confirmaram nem negaram as afirmações e declararam que a empresa "continua a explorar modos de tornar o Chrome mais acessível para um maior número de usuários, o que poderia possivelmente incluir acordos de distribuição com fabricantes".
Há muito tempo, analistas atribuem o sucesso do IE ao fato do browser vir instalado na maioria dos computadores. Com o IE caindo cada vez mais em número de usuários, seria o momento certo para o Chrome apostar na mesma estratégia.
Antes, entretanto, o Google precisa consertar uma série de
falhas em seu browser que preocupam seus primeiros usuários. Além disso, o Chrome sequer saiu da versão beta. O Google diz que o melhor está por vir. As versões do Chrome para Mac e Linux são esperadas para o primeiro semestre de 2009. (PCWorld/EUA)



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MERCADO DE LUXO


Marcas luxuosas têm menos dinheiro para gastar com anúncios e exibições
Nos bons e velhos tempos de 2007, estava chovendo ouro para as marcas de luxo. Em dezembro passado, o estilista Marc Jacobs deu sua festa de final de ano para 800 convidados, incluindo celebridades da Vogue, W e Harper´s Bazaar, no Rainbow Room no New York Rockefeller Center.



O que será feito com a crise?


Com o tema de “Noite Árabe”, Jacobs usou pinturas e quadros de pessoas consideradas “bon vivant”, contorcionistas, cinco bares, um busto feminino enfeitado com colares de ouro e houve um momento em que choveu glitter de ouro sobre os convidados. Jacobs dá essa festa há 18 anos, mas em 4 de novembro recebeu uma pequena mensagem de e-mail de seu sócio, Robert Duffy: “Devido ao clima financeiro, tive que tomar a decisão de cancelar a festa de fim de ano de 2008”.
Depois de sair ileso na maior parte deste ano, as marcas de luxo estão sofrendo. Consumidores ricos que foram relativamente isolados da queda na economia continuam gastando, mas isso mudou nos últimos meses. Enquanto os gastos com luxos começaram a cair gradualmente desde junho, apenas em outubro houve uma queda de 20,1%, de acordo com a MasterCard SpendingPulse que estima os gastos de consumo nos setores de varejo e serviços
Essa queda significa mais do que más notícias para revistas e jornais dos EUA que cresceram dependentes de anúncios de luxo. Nas revistas, páginas de anúncios tops de luxo caíram 22% neste ano em relação a dezembro, segundo a Media Industry Newsletter. A Vogue, por exemplo, caiu de 284 páginas em dezembro passado para 221 páginas para esse dezembro, enquanto a Food & Wine que tinha 160 páginas passou para 126, de acordo com a newsletter.
Isso significa corte para as editoras. Em outubro, Conde Nast anunciou uma redução na Men´s Vogue de 10 edições por ano para duas, essa redução é um corte de 5% no orçamento da revista. A Niche Media, que publica a Gotham and Hamptons, demitiu alguns funcionários e fechou uma revista. A American Express Publishing, que é proprietária da Departures, Travel & Leisure e Food & Wine demitiu 4% de sua equipe. “É definitivamente um ambiente que ninguém nunca viu antes”, disse Ed Ventimiglia, editor da Departures. “Todos estão muito preocupados e meio confusos com o que devem fazer”.
Alta categoria
Anúncios grandes era uma das poucas fortes categorias de anúncios no começo deste ano. As categorias caras e de luxo avaliadas por Nielsen Monitor-Plus na verdade cresceram 6,7% de agosto do ano passado para o mesmo mês deste ano, mesmo com quase as reduções de gastos em quase todas as outras áreas.
As editoras não perderam essa tendência. Em setembro, a Dow Jones & Co. lançou a WSJ, uma revista mais leve, para atrair anúncios de luxo e The Washington Post lançou a FW, revista de moda. A The New York Times Co. disse que suas revistas de moda são uma grande fonte de receita para a empresa e editoras de revistas como Hearst, Conde Nast e Niche Media também apostam no grande consumo e na continuação dos anúncios.
Por enquanto, as editoras estão tentando persuadir as marcas a manter seus contratos de anúncios. Mais da metade dos consumidores afluentes têm cortado seus gastos com produtos de luxos em comparação com o ano passado, segundo um estudo da Unity Marketing, uma empresa de pesquisa de mercado. A confiança desses consumidores na economia é a mais baixa nos últimos cinco anos. “O estereótipo de nosso setor é produtos de alta categoria de marcas de luxo que não costumam ser atingidos pela recessão, o que, claro, não faz sentido algum”, disse Alexander Duckworth, fundador da Point One Percent, empresa de Nova York que faz consultoria de marketing para marcas de luxo. “Muito mais do que em uma recessão tradicional, esta foi um golpe realmente duro no topo e bastante rápido também”, disse. “Estamos vendo apenas o início de tudo isso”.
Ronald Jackson, executivo-chefe do Tradema of America, que vende e distribui relógios da Girard-Perregaux nos EUA, disse que está reduzindo seu orçamento de anúncios no país em 20% para o primeiro quarto do semestre.
Reações
“Há varejistas que estão dizendo ‘Sabe de uma coisa? Isso está acontecendo, mas não podemos desistir até que as coisas melhorem’”, disse Jackson. “Temos que reagir de alguma forma”.A Graff Diamonds, que é varejista da London-based, também está cortando seu orçamento. “Não estamos aceitando definitivamente nenhum novo anúncio e estamos fazendo cortes nos nossos anúncios atuais”, disse um porta-voz da Graff. Ele recusou a especificar o corte, mas disse que os cortes são maiores nos EUA do que na Grã-Bretanha.
A Brioni, uma grife italiana, irá cortar seus anúncios de 10% a 15% nas publicações dos EUA, disse Antonella De Simone, co-executiva chefe. Outros projetos de alta categoria e anúncios que os acompanhariam estão sendo adiados ou cancelados. A General Motors adiou o lançamento do Buick LaCrosse para janeiro, a Ford parou o redesenho do Volvo S60 sedan e dos XC90, veículo utilitário Sport e a Chrysler parou sua produção do Aspen, veículo utilitário sport híbrido.
A Oriented-Express Hotels cancelou seus novos prédios em Miami, Cartagena, na Espanha, Zâmbia e Puglia, na Itália. Donald Trump está adiantado um projeto de US$ 300 milhões na Filadélfia e o Ritz-Carlton Hotel Co. parou projetos na Flórida, em Vancouver e na Califórnia.
Preocupação
Ao enfrentar esse declínio excessivo, as editoras estão se sentindo vulneráveis. “Parece que a primeira medida a ser tomada, em relação a 2009, para os anúncios de luxo – que permanecerão sem nome – será a tentativa de tirar vantagem das notícias negativas do mercado para manter uma taxa mais favorável”, disse Jim Taylor, editor da Town & Country, revista de William Randolph Hearts. “Seria um argumento razoável se nossos custos não subissem dramatiacmente, mas estamos sendo afetados pelas mesmas coisas que os outros estão”, disse. “O mesmo caminho dos jornais e dos postais”. Taylor disse que estava esperando por marcas menores, particularmente, para reduzir o número de anúncios que eles divulgariam em sua revista.
Na Conde Nast Traveler, anunciantes estão reduzindo contratos, serviços financeiros e anúncios da real situação estão caindo, segundo a editora Lisa Hughes. Michael Rooney, chefe financeiro da Dow Jones & Co., divisão News Corp que publica o Wall Street Journal e o WSJ, disse que anúncios de luxo nos jornais estavam ficando quase nulos. Houve 51 anúncios na página “premiere” do WSJ e 52 até então nas páginas secundárias, que sairão em dezembro.
Anúncios de luxo no The New York Times têm estado “muito estáveis” neste ano, disse Denise Warren, vice-presidente sênior e chefe do departamento de publicidade no The New York Times Media Group. Ela disse que o assunto das férias sobre a publicação de moda da T Magazine cresceu uma página de anúncio em comparação com o ano passado. Mas, segundo ela, “há um nervosismo absoluto do mercado”.
Apostas desse mercado
E Ventimiglia da Departures disse que a edição de janeiro está com poucas páginas de anúncio. “Uma página aqui e uma página ali acrescenta”, disse ele “mesmo que muitas páginas perdidas resultem em um atraso nos orçamentos e estamos apostando nisso”. Embora as marcas de luxo estejam reduzindo os anúncios, muitas continuam – silenciosamente – gastando com jantares para os clientes ou festas de lançamento, os quais eles vêem como uma forma direta de melhorar as vendas. Mas os eventos não acabam com as preocupações econômicas.
Em outubro, a marca de relógios suíços Vacheron Constantin deu uma festa para promover uma nova linha de relógios, alguns custando até US$ 60 mil. No evento, a aparência era de tempos de pré-crise: garçons passavam com bandejas de lagostas embrulhadas em abobrinhas, filé de carne en croute e copos com Champagne Moet & Chandon. “Hoje eu penso que seria errado parar tudo por causa da crise”, disse Julien Tornare, presidente da Vacheron Constantin North America, em entrevista. “Claro que me adaptarei se precisarmos no futuro, mas neste momento não queremos reagir”.
Dois homens de terno, bebericando seus drinks, passaram por um dos relógios colocados em um pedestal como uma peça de museu. “Viu esse relógio?”, um deles perguntou. “Bonito esse reloginho”, respondeu o outro. “É, é mesmo”, o primeiro disse novamente. Mas eles simplesmente continuaram andando. (The New York Times)

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EXPEDIENTE


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