Edição 584 | Ano IV

Rio de Janeiro / RJ
Produtividade brasileira está estagnada há 30 anos
O trabalho no Brasil não se tornou mais produtivo ao longo dos últimos 30 anos. A produtividade do trabalho, fator fundamental do crescimento econômico sustentado, caiu entre 1980 e 2008. De lá para cá, o indicador recuou na crise global, depois se recuperou rapidamente, mas parou de crescer a partir do segundo semestre de 2010. "O Brasil é um país no qual, não importa como se meça a produtividade, nada parece acontecer", diz José Alexandre Scheinkman, economista brasileiro da Universidade Princeton.
Em 1980, um trabalhador brasileiro produzia em média o equivalente a US$ 21 mil por ano. Em 2008, esse número havia caído para US$ 17,8 mil. Houve, portanto, queda de 15% no período. Esses dados fazem parte da Penn World Table, banco de dados do Centro para Comparações Internacionais de Produção, Renda e Preços da Universidade da Pensilvânia, com indicadores econômicos de 189 países e territórios.
Os números vão até 2008 para a maioria dos países, inclusive para o Brasil. Os valores da Penn World Table sobre a produtividade do trabalho são todos convertidos para dólares de 2005, com paridade de poder de compra (PPP). Isso significa que a diferença de custo de vida entre os diferentes países é eliminada. Entre os 150 países da Penn World Table com dados completos de produtividade do trabalho entre 1980 e 2008, o Brasil está em 130.º em termos de desempenho neste período.
O Brasil só ganha de 21 países, sendo 11 da África, incluindo Costa do Marfim, Malawi, Somália, Camarões, Togo e Zimbábue. Todos os outros países africanos tiveram desempenho melhor do que o Brasil. Na América Latina, a evolução da produtividade do trabalho brasileira nas últimas três décadas só não é pior do que a apresentada por Paraguai, Venezuela, Nicarágua e Haiti. Comparado a outras grandes economias emergentes, ou a países sul-americanos como Argentina e Chile, o Brasil tem o pior desempenho na produtividade do trabalho entre 1980 e 2008.
A Argentina saiu de US$ 21,2 mil para US$ 24,8 mil (alta de 17%). O Chile, de US$ 15,1 mil para US$ 27,5 mil (82%). A China, de US$ 1,2 mil para US$ 10,9 mil (778%). A Índia, de US$ 2,8 mil para US$ 7,8 mil (181%). E a Coreia, finalmente, de US$ 14 mil para US$ 50 mil (256%). Scheinkman nota ainda que, como proporção da produtividade do trabalho dos Estados Unidos, o desempenho brasileiro nas últimas décadas também é muito ruim. "Os Estados Unidos são a fronteira, e o Brasil não está se aproximando", ele diz.
Na verdade, o Brasil convergiu na direção dos Estados Unidos entre 1950 e 1980, e depois recuou de novo até 1988. Assim, a produtividade do trabalho no Brasil era 18% da americana em 1950, avançou até 40% em 1980 e voltou para 21% em 2008.
Em comparação, a Coreia saiu de 14% da produtividade do trabalho americana em 1953 (primeiro ano com dados na Penn World Table) para 27% em 1980 e 60% em 2008. É interessante notar que, entre 1950 e 1980, o Brasil avançou mais rápido do que a Coreia. Tanto os dados do Brasil quanto da Coreia do Sul são da Penn World Table, em PPP, e diferem dos valores do gráfico ao lado, do Conference Board, embora a tendência seja a mesma. Para Scheinkman, a má performance brasileira deve-se a deficiências de educação e infraestrutura, à integração ainda baixa com a economia global, à baixa absorção de tecnologia, à falta de inovação em muitos setores e às dificuldades burocráticas para formalizar ou aumentar o tamanho das empresas.
Ele nota que programas como o Simples, que aliviam a tributação para as pequenas empresas, ajudam na formalização mas se tornam um desincentivo ao crescimento. "As empresas não ganham a escala necessária para se tornarem mais produtivas, trocando-se um problema pelo outro."
Scheinkman ressalva, porém, que a agricultura é um setor em que a produtividade teve grandes avanços no Brasil. "As pessoas reclamam da agricultura, mas não percebem que ela vai muito melhor que os outros setores em termos de produtividade", ele diz. O economista Samuel Pessôa, da consultoria Tendências, acha que uma série de fatores interrompeu o bom desempenho da produtividade do trabalho no Brasil a partir do início da década de 80.
Um dos mais básicos foi a evolução da tecnologia a partir de meados dos anos 70, que começou a exigir trabalhadores com melhor qualidade educacional. "Aquele milagre brasileiro no pós-guerra, em um país de baixíssima escolaridade, sem nenhum investimento em educação, se dissipou, porque a tecnologia mudou na direção de requerer capital humano, que era exatamente o que não tínhamos e ainda não temos", diz Pessôa. (Agência Estado)


São Paulo / SP
Fundos 'de elite' rendem menos que aplicações 'populares'
Os fundos de investimento mais sofisticados, que exigem tíquetes de entrada acima de R$ 10 mil, cobram taxas de administração diferenciadas, e são vendidos fora dos bancos comerciais têm desempenho acima da concorrência, certo? Errado. Nos últimos 12 meses, período marcado pelas crises na Europa e nos EUA, os fundos de investimento com tíquete de entrada abaixo de R$ 10 mil renderam mais do que aqueles que exigiam aportes entre R$ 10 mil e R$ 100 mil.
Estudo da consultoria Comdinheiro.com.br, junto com o grupo de pesquisa FIA e Finanças, revela que os dez fundos de ação de melhor desempenho acumulado em 12 meses têm tíquete de entrada abaixo de R$ 10 mil. Quando o estudo considera os 20 fundos do segmento com maior retorno no período, 17 deles têm entrada abaixo de R$ 10 mil.
O levantamento analisa o período entre outubro de 2010 e setembro de 2011, foca só os fundos com "porta de entrada" até R$ 100 mil, e não isola os fundos destinados a grandes investidores que têm aporte inicial zero. "Esse estudo mostra que um fundo que exige aporte inicial maior não significa que seja melhor do que outro com porta de entrada menor. Ou seja, aporte inicial alto não é critério de desempenho de fundo", disse Rafael Paschoarelli, autor do estudo.
FUNDOS CAMBIAIS - O estudo verificou também o desempenho dos fundos cambiais, que acompanham a variação do dólar. A moeda disparou 16,8% em setembro. No ranking dos dez mais rentáveis, seis aceitavam aplicação abaixo de R$ 10 mil. Segundo Paschoarelli, na crise os fundos com gestão mais ativa -que costumam cobrar taxas de administração maiores- não tiveram desempenho muito superior aos fundos simplificados, como aqueles que seguem índices setoriais ou fazem um único investimento certeiro

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INDICADORES ECONÔMICOS


Da redação – São Paulo / SP
RESUMO da Semana – 17 a 21 de outubro de 2011
IPC-S recua na segunda semana de outubro - O IPC-S de 15 de outubro de 2011 apresentou variação de 0,39%, taxa 0,11 ponto percentual (p.p.) abaixo da registrada na última apuração. Nesta apuração, cinco das sete classes de despesa componentes do índice apresentaram decréscimo em suas taxas de variação.
IGP-10 avança em outubro - O IGP-10 registrou, em outubro, variação de 0,64%. Em setembro, a taxa foi de 0,63%. Em 12 meses, o IGP-10 variou 7,25%. No ano, a variação foi de 4,68%. Os três componentes do IGP-10 apresentaram as seguintes trajetórias na passagem de setembro para outubro: IPA, de 0,73% para 0,81%, IPC, de 0,58% para 0,37% e INCC, de 0,10% para 0,16%.
IGP-M desacelera na 2ª prévia do mês - O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou variação de 0,50% no segundo decêndio de outubro. Para o mesmo período de coleta do mês anterior, a variação foi de 0,52%. O segundo decêndio do IGP-M compreende o intervalo entre os dias 21 do mês anterior e 10 do mês de referência.

Indicadores Financeiros
Copom reduz a taxa Selic para 11,50% ao ano - Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 11,50% a.a., sem viés. O Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012. (fonte: BC)

Índices de Preços ao Consumidor
IPC da Fipe registra alta de 0,27% na 2ª semana de outubro - A segunda quadrissemana de outubro do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apontou inflação de 0,27% na cidade de São Paulo, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O resultado representou aceleração ante 0,23% da prévia anterior. Nas sete classes de despesa que compõem o IPC da Fipe, os resultados apurados foram: Habitação (0,43%), Alimentação (0,46%), Transportes (-0,05%), Despesas Pessoais (0,51%), Saúde (0,31%), Vestuário (-0,75%) e Educação (0%). (fonte: Fipe)

IPCA-15 fica em 0,42% em outubro - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) teve variação de 0,42% em outubro, 0,11 ponto percentual abaixo da taxa de setembro (0,53%). Com isso, o acumulado no ano ficou em 5,48%, acima de igual período do ano anterior (4,17%). No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 ficou em 7,12%, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (7,33%). Em outubro de 2010, a taxa havia sido de 0,62%. (fonte: IBGE)

Economia Internacional
IPP dos EUA aumentou 0,8% em setembro - O Índice de Preços ao Produtor para produtos acabados nos EUA, ajustado sazonalmente, avançou 0,8% em setembro segundo o Bureau of Labor Statistics (BLS). Os preços de produtos acabados permaneceram estáveis em agosto e avançaram 0,2% no mês de julho. Em base não ajustada, os preços dos bens acabados avançaram 6,9% para os 12 meses encerrados em setembro de 2011. (fonte: BLS)
IPC-EUA avança 0,3% no mês de setembro - O índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos subiu 0,3% em setembro sob base ajustada sazonalmente, segundo o Bureau of Labor Statistics (BSL). Nos últimos 12 meses todos os itens do índice avançaram 3,9% antes do ajuste sazonal. (fonte: BLS)

Produção industrial norte americana avança 0,2% em setembro - A produção industrial dos EUA subiu 0,2% em setembro após se manter estável em agosto.  Para o terceiro trimestre como um todo, a produção industrial cresceu a uma taxa anual de 5,1%. A produção manufatureira cresceu 0,4% em setembro após obter alta de 0,3% em agosto. (fonte: Fed)


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MERCADO DE CAPITAIS

(Informações: Dow Jones, Bovespa, Reuters, EFE, AFP, InfoMoney e Associated Press)

HOJE – Fechamento das Bolsas Asiáticas: e Abertura das Européias:

Hong Kong / China
Bolsas da Ásia disparam após dados de China e cúpula da UE
As Bolsas de Valores asiáticas dispararam hoje, dia 24/10, depois que dados da China ajudaram a aliviar temores de uma desaceleração abrupta na segunda maior economia do mundo, enquanto surgia esperança de que os líderes europeus façam progresso no combate à crise de dívida.
- Em Tóquio, o índice Nikkei avançou 1,9%, com as ações da Olympus ainda dominando os volumes de negócios e caindo ao menor nível desde 1998.
- O índice de Seul encerrou em alta de 3,26%.
- O mercado disparou 4,14% em Hong Kong 
- A Bolsa de Taiwan avançou 2,97%.
- Enquanto o índice referencial de Xangai ganhou 2,29%.
- A Bolsa de Cingapura subiu 1,79%.
- E a Bolsa de Sydney fechou com valorização de 2,73%.
Análise - Durante a cúpula no domingo, os líderes da União Europeia se aproximaram de um acordo para recapitalizar bancos e usar o EFSF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira) para impedir o espalhamento das turbulências pelos mercados de bônus. Decisões finais foram adiadas para uma segunda cúpula, na próxima quarta-feira. Além disso, a indicação de uma retomada modesta no setor manufatureiro chinês, após três meses de contração, deu certo alívio para ativos de maior risco neste pregão. O índice MSCI das ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão subia 3,41%. Os volumes de negócios seguiram baixos na região, porém, com investidores aguardando detalhes finais de uma possível solução para a zona do euro nesta semana. O iene forte, que subiu para a máxima recorde contra o dólar na sexta-feira, deve segurar os ganhos e prender as ações japonesas na faixa de variação mantida desde setembro. O ministro das Finanças do Japão colocou os operadores em alerta para mais intervenção no mercado de câmbio nesta segunda-feira. A alta da moeda ameaça apertar ainda mais os lucros das exportadoras e obstruir a recuperação econômica do país.

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MERCADO FINANCEIRO



Da redação – São Paulo / SP
Letras financeiras são opção de renda fixa, mas acessíveis a poucos
Dentro da variada gama de opções disponíveis no mercado de renda fixa, as letras financeiras - pouco conhecidas do público em geral - aparecem como uma alternativa interessante de diversificação para o investidor pessoa física. Uma das principais vantagens deste tipo de aplicação é o rendimento, que costuma ser maior do que o do CDB - Certificado de Depósito Bancário - outro título emitido pelos bancos para captar recursos. Isto porque, desde o final do ano passado, as Letras Financeiras estão livres do recolhimento do depósito compulsório.
Enquanto ao emitir um CDB, o banco precisa deixar 32% do valor como reserva compulsória junto ao Banco Central, isso não acontece mais com as letras financeiras.
Algumas desvantagens - Entretanto, há algumas desvantagens. Em primeiro lugar, o valor mínimo para aplicação é de R$ 300 mil, o que deixa a grande maioria dos pequenos investidores brasileiros de fora deste tipo de aplicação. Outro entrave é o prazo: estes títulos só podem ser resgatados após 24 meses, portanto, se o investidor precisar do dinheiro antes, terá problemas. “Os bancos recompram no máximo até 5% do valor da emissão. Não é como no CDB, que se o investidor precisar resgatar antes do prazo de carência, pode fazer, respeitando as regras preestabelecidas pela instituição”, afirmou o head do BNP Paribas Wealth Menagment, Mauro Rached, durante seminário sobre o tema realizado em São Paulo.
O que são Letras Financeiras? - As letras financeiras são títulos privados emitidos por instituições financeiras - como uma espécie de debênture - para captar recursos. “As instituições financeiras brasileiras possuem restrições em relação à captação de recursos (funding) e as Letras Financeiras surgiram como uma alternativa para esta escassez”, afirma o sócio do escritório de advocacia Mattos Filho, José Eduardo Carneiro Queiroz. Uma das maneiras das instituições captarem recursos é por meio da emissão de CDB. Entretanto, de acordo com Queiroz, a captação dos bancos pelo CDB não é tão fácil. “O CDB é muito específico em relação aos prazos, garantias, às formas de remuneração”, afirma Queiroz. “Por isso, as letras financeiras podem facilitar a captação de recursos por parte dos bancos”, diz.
Popularização das letras - Para o gerente de renda fixa da BM&FBovespa, Danilo Pitarello, para aumentar a popularidade deste tipo de investimento, em primeiro lugar seria necessário reduzir o valor mínimo de R$ 300 mil de investimento inicial. “Sem dúvida este é um valor que não atinge a toda parcela da população”, afirma. Outra questão que precisa ser melhorada para aumentar o número de investidores é a falta de liquidez do mercado secundário. “O investidor precisa ter uma saída se precisar vender os títulos”, diz.
Proteção para o investidor - Apesar de ser um título de renda fixa e de o risco para o investidor ser pequeno, ele existe. Se a instituição financeira quebrar, por exemplo, o investidor pode ficar no prejuízo já que não existe cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que no caso do CDB garante o ressarcimento de até R$ 70 mil em caso de falência do banco emissor. “Qualquer investimento tem risco. No Brasil, o mercado é suficientemente maduro para você ter uma regra de passar a informação e deixar as pessoas escolherem”, afirma Queiroz, do escritório Mattos Filho. Ao mesmo tempo, o fato das Letras Financeiras não terem essa garantia, também contribui para que seu rendimento seja maior do que o CDB, diz Queiroz. “Se o investidor tem muita proteção, a remuneração pode ser menor do que se você tiver um pouco mais de risco”, diz. (Fonte: Agência InfoMoney)


São Paulo / SP
A rede de intrigas do Panamericano
De tráfico de influência à prática de corrupção, os executivos do Panamericano tentaram de tudo para conquistar apoio de políticos aos negócios do banco e, assim, melhorar a saúde financeira da instituição. É o que revela uma intensa troca de e-mails capturada pela PF - Polícia Federal - durante as investigações para apurar as fraudes contábeis de R$ 4,3 bilhões no banco que pertencia a Silvio Santos.
No início de 2009, a direção do Panamericano pôs em marcha um plano de aproximação com os principais fundos de pensão ligados a estatais do País. Segundo a apuração do Banco Central (BC), as operações fraudulentas no Panamericano começaram em 2007. Para abrir as portas das fundações, a cúpula do banco mapeou quais eram os padrinhos políticos de aproximadamente 250 entidades que, na época, tinham patrimônio somado superior a R$ 610 bilhões.
Nas mensagens que trocava com seus executivos, Rafael Palladino, então presidente do banco, falava em procurar o senador José Sarney (PMDB-AP) e o então senador Ney Suassuna (PMDB-PB) para pedir apoio na abordagem às fundações. Em fevereiro de 2009, Palladino escreveu a Luiz Sandoval, ex-homem de confiança de Silvio Santos: "Você conhece bem o Sarney, não é? Liga para ele dando parabéns por ter ganho a presidência do Senado e depois pedimos abertura nas fundações que ele manda".
A coleção de e-mails sugere, ainda, que em Alagoas uma taxa denominada "retorno" - 25% sobre pagamentos efetuados ao Panamericano e a outros bancos credores - teria sido destinada à campanha eleitoral do PSDB sob a rubrica "doação". As correspondências citam Luiz Otávio Gomes, secretário de Planejamento do governo Teotônio Vilela Filho (PSDB), como personagem central das negociações com instituições financeiras que tiveram de arcar com a taxa. A PF abriu inquérito para investigar "provável ocorrência de corrupção passiva e ativa".
Os executivos do Panamericano tinham relacionamento próximo com o ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República Luiz Gushiken. Na avaliação da cúpula do banco, "japonês", como foi identificado em alguns e-mails, tinha grande influência sobre a Funcex (fundo de pensão dos funcionários da Caixa).
No ano passado, Palladino negociou com Gushiken sobre a possibilidade de o PT receber doações de campanha de empresas e outras entidades por meio de cartões de crédito. Pela legislação, só pessoas físicas podiam usar esse meio. Uma das empresas que, na época, faziam parte do Grupo Silvio Santos era a Braspag, especializada em transações eletrônicas com cartões. Os e-mails foram localizados pela Polícia Federal durante batida na sede do Panamericano, na Avenida Paulista, 2.240. (Agência Estado)

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INDÚSTRIA


São Paulo / SP
Déficit na indústria de transformação já é de US$ 35,3 bilhões
O déficit comercial dos bens típicos da indústria de transformação brasileira deu um salto de 37,1% este ano. O rombo passou de US$ 25,7 bilhões, no acumulado de janeiro a setembro de 2010, para US$ 35,3 bilhões, agora. É o pior resultado para o período na série histórica acompanhada pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), que começou em 1989.
O saldo negativo na balança comercial da indústria é puxado pela categoria de bens de média-alta tecnologia, formado por setores dinâmicos como bens de capital, automóveis e produtos químicos (exceto farmacêuticos), cujo déficit atingiu o recorde de R$ 38,3 bilhões. O número representa alta de 36,1% em relação ao resultado negativo dos três trimestres iniciais de 2010, de US$ 28,145 bilhões.
"Nossas exportações não estão brilhantes, mas crescem, só que as importações estão vindo rachando", diz Júlio Gomes de Almeida, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e atualmente economista do Iedi. Como os mercados consumidores lá fora estão muito estreitos, por causa do agravamento da crise mundial, e o Brasil é um dos únicos países com consumo doméstico em crescimento, o economista diz ser natural que haja uma disputa pelo mercado brasileiro.
Tanto é que a importação de bens típicos da indústria de transformação cresceu 25,5%, para R$ 145,033 bilhões, enquanto as exportações do País nessa área tiveram aumento menor, de 22%, para US$ 109,712 bilhões. "Nós estamos perdendo dos dois lados", diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto. Em 2005, 40% das máquinas compradas no Brasil eram importadas. Hoje, esse número já está em 61%. No mesmo período, a participação das exportações no faturamento do setor caiu de 33,3% para menos de 22%. "Não há ganho de produtividade que faça a gente reagir enquanto perdurar o atual tripé do mal, formado por câmbio, tributos e juros, que vem matando a indústria brasileira", reclama o empresário.
A diretora de comércio exterior da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Denise Naranjo, nota que o aumento do déficit no setor é mais significativo em grupos de produtos com produção nacional. "Apesar do aumento nas exportações, o déficit comercial de produtos químicos não para de crescer", diz Denise. O resultado é que a indústria de transformação mantém a produção praticamente estagnada já há vários meses. Entre janeiro de 2009 e agosto de 2011, a produção cresceu só 3,6%, enquanto o comércio varejista deu um salto de 15,6%. Acredita-se que a diferença entre demanda e produção esteja sendo abastecida pelos produtos importados.
Mantida a tendência atual, o déficit comercial dos produtos típicos da indústria de transformação caminha para fechar 2011 em US$ 48 bilhões, segundo o Iedi. O número representa crescimento de quase 40% em relação ao resultado negativo de US$ 34,8 bilhões do ano passado. O levantamento do Iedi segue tipologia da indústria de transformação por intensidade tecnológica adotada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que permite esmiuçar de modo diferente a balança comercial dos produtos típicos dessa atividade. Segundo essa classificação, há quatro faixas: de alta intensidade, de média-alta, média-baixa e de baixa intensidade tecnológica.
A faixa de baixa intensidade tecnológica foi a única que não apresentou déficit comercial no período. Na contramão das demais, teve um superávit recorde para o período, de US$ 31,8 bilhões, puxado por exportações de US$ 45,2 bilhões. O que mais contribuiu para esse resultado favorável foram os bens das indústrias de alimento e bebidas, com superávit de U$ 28,6 bilhões e exportações de US$ 33,7 bilhões.
Já os segmentos de alta intensidade e de média-baixa intensidade tecnológica ficaram deficitários em US$ 32,2 bilhões e US$ 5,6 bilhões, pela ordem. No caso dos bens de alta intensidade tecnológica, as exportações pouco têm reagido e ficaram limitadas a apenas US$ 6,7 bilhões. Além do conjunto de bens do complexo eletrônico e dos produtos farmacêuticos, historicamente deficitários, o intercâmbio de aeronaves e afins também ficou negativo. (Agência Estado)
 
Montevideo / Uruguai
Philip Morris anuncia fechamento de fábrica no Uruguai
A companhia norte-americana de tabaco Philip Morris International afirmou que vai fechar sua fábrica no Uruguai, depois de abrir um processo na justiça contra as leis antifumo do país. "A ampla disponibilidade e presença de produtos ilegais no mercado, somadas à reduzida demanda e às medidas fiscais e regulatórias que limitam a habilidade do mercado e a lucratividade de nossos produtos inviabilizaram a operação da fábrica", disse a companhia, em comunicado. O gerente geral da subsidiária Abal Hermanos, Nicolas Echeverria, afirmou que as tarifas "extremas" e as medidas regulatórias "mudaram a dinâmica do mercado". O fechamento da fábrica vai resultar na demissão de 62 funcionários. Em março de 2006, o Uruguai se tornou o primeiro país latino-americano e o quinto país no mundo a proibir o fumo em lugares fechados. Os produtos da Abal Hermanos passarão a ser fabricados nas instalações da Philip Morris na Argentina, segundo a companhia. Ela acrescentou que vai continuar vendendo seus produtos no Uruguai e manterá 28 empregados no país. A Abal Hermanos representou no ano passado uma fatia de 21,7% do mercado uruguaio. (Agência Dow Jones)

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AGROBUSINESS


Da redação – Brasília / DF
Subcomissão discute endividamento na agricultura familiar
A subcomissão destinada a acompanhar, fiscalizar, avaliar e propor medidas sobre o endividamento do setor agropecuário se reunirá no dia 5/11, com representantes de entidades para discutir as dificuldades econômicas dos agricultores familiares. A iniciativa do debate é dos deputados Nelson Padovani (PSC-PR) e Marcon (PT-RS). Participarão do encontro o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Ercílio Broch; a coordenadora-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), Elisângela dos Santos Araújo; o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), José Batista Oliveira; e o secretário nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Raul Krauser. A subcomissão é vinculada à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. A reunião será realizada às 14 horas, na sala da presidência da comissão (anexo 2, sala 38).

Da redação – Porto Alegre / RS

Expectativa é de Encerrar Outubro com 80% da Área Plantada de Arroz
Os orizicultores das regiões de Alegrete e de Manoel Viana estão avançando na safra 2011/2012, com o trabalho em suas lavouras, neste momento, considerado preferencial para o plantio. “O produtor deve aproveitar plantar o máximo que puder neste período”, orienta o Engº Agrônomo do 9º NATE/Irga, Luis Henrique Ereno. Segundo o IRGA, o mês de outubro é o período que se tem mais eficiência nos recursos, seja ele natural (água, radiação solar) ou os recursos aplicados pelo produtor, como por exemplo fertilizantes e herbicidas. Outra importante orientação destacada é de que o produtor deve aproveitar as chuvas deste mês. “Serve para a emergência das lavouras, assim evitando ter que banhar para nascer o arroz”, conclui o agrônomo do Irga.
 
Reativação de Levantes - O presidente da Associação dos Arrozeiros de Alegrete, Henrique Osório Dornelles, lembra aos produtores para o planejamento do Sistema de Irrigação. “O produtor não deve deixar para o último momento, faça a sua programação, se antecipe e solicite, pois poderá comprometer o andamento dos cultivares do arroz”, salienta.   A religação dos levantes é feita pela empresa AES SUL e até o momento segundo o Coordenador Operacional de Alegrete da Concessionária, Ariel Cardoso Filho, já foram feitas 98 reativações, dos cerca de 500 levantes cadastrados.  “A grande demanda é na primeira quinzena de novembro. Mas aqueles produtores que puderem fazer seus pedidos antes, será melhor, poderemos programar melhor nossas equipes, pois  temos uma força de trabalho limitada e isto pode comprometer as demandas”, salienta o Coordenador Operacional da AES SUL, em  Alegrete.  O prazo de reativação após a solicitação é de 7 dias. Este fato também é importante pois, as lavouras que foram plantadas em setembro, já estão em fase de realizar os tratos culturais, como por exemplo o de realizar a aplicação de herbicidas, adubação de cobertura (uréia) e irrigação, isto quando as plantas já atingiram 4 folhas. (Fonte: Associação dos Arrozeiros de Alegrete)


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SETOR AUTOMOTIVO


Da redação – São Paulo / SP
Renault-Nissan quer vender 1,5 milhão de carros elétricos em cinco anos
A aliança Renault-Nissan espera vender 1,5 milhão de carros elétricos no mundo em cinco anos, anunciou a Nissan nesta segunda-feira ao revelar um plano voltado para o meio ambiente. A montadora japonesa pretende comercializar quatro modelos de carro elétrico até março de 2017, incluindo o Leaf, destinado ao grande público, lançado em dezembro de 2010. "Dentro do 'programa verde' de seis anos, até março de 2017, a Nissan quer ser a número um dos veículos 'sem emissão' de poluentes (...) e vender um total de 1,5 milhão de veículos elétricos com a sócia Renault", afirma o grupo japonês em um comunicado. A montadora francesa possui 43,8% do capital da empresa japonesa. O desenvolvimento dos veículos elétricos tem custo de quatro bilhões de euros para a Renault-Nissan e representa o eixo central de sua estratégia mundial. (Fonte: Agence France Presse / AFP)

São Paulo / SP
Veículo por habitante vai crescer 62% no Brasil
A indústria automotiva brasileira pretende aumentar em 62,3% a taxa de motorização até 2020. A intenção é passar dos atuais 154 para 250 veículos por 1.000 habitantes, de acordo com estimativa da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Para isso, o setor planeja investimentos de US$ 21 bilhões até 2015 em ampliações e em novas fábricas. A produção anual, que neste ano foi projetada em 3,74 milhões de unidades, deve saltar para 6,3 milhões em dez anos.
Considerando o mesmo percentual e a renovação da frota, as montadoras poderão produzir ao menos 37 milhões de novos veículos no período. Ao final do período, o país poderá registrar uma frota de 69 milhões de veículos. O aumento da produção considera o crescimento da economia previsto para 2011, estimado em 4% pelo setor, e outros fatores como a oferta de crédito e o aumento de renda da população.
Segundo a Anfavea, 60% das vendas de veículos são feitas por meio de operações de crédito. Além disso, o crescimento está relacionado aos pacotes lançados pelo governo para incentivar a produção e evitar a demissão de trabalhadores. A última medida aumentou o IPI para carros importados a partir da segunda quinzena de dezembro. De acordo com dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a taxa de motorização no Brasil cresceu 30% entre 1998 e 2008 baseada na popularização e no aumento do crédito.
No México, o crescimento verificado foi de 75% no mesmo período. Já a vizinha Argentina tem taxa de motorização maior que a do Brasil. Para o presidente mundial da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, não há dúvidas de que o Brasil tem potencial para superar a taxa de motorização de países da Europa, como Portugal, atualmente com 495 veículos por 1.000 habitantes. "O Brasil tem condições de atingir a relação de 500 veículos por 1.000 habitantes. O brasileiro gosta de carro, e o país ainda tem muito a crescer no setor", disse.
Para especialistas a meta é ambiciosa. "Parece mais um desejo do que algo que seja possível", diz Arthur Barrionuevo, professor e economista da FGV (Fundação Getulio Vargas). "Não creio que, nem mesmo num prazo razoável de dois ou três anos, o nível de crédito possa se expandir a ponto de viabilizar um aumento substancial da demanda de veículos no Brasil", diz Júlio Manuel Pires, professor de economia da USP.
Com mais veículos nas ruas, a lógica é que o tráfego se torne cada vez mais complicado, principalmente nas grandes cidades. Porém, para a Anfavea, a culpa não pode ser atribuída somente à indústria automotiva. Segundo a associação, a questão deve ser analisada e associada a outros fatores, como a qualidade do transporte coletivo, sua eficiência, o adensamento populacional e a condição da infraestrutura viária (ruas e avenidas).
CARGA PESADA - No começo do mês, Ghosn esteve no Brasil para anunciar R$ 3,1 bilhões na construção da primeira fábrica da Nissan no país e a ampliação da unidade da Renault em São José dos Pinhais (PR). O executivo criticou o preço do aço brasileiro, a falta de infraestrutura e a alta carga tributária. "A tributação é muito grande no Brasil. De 40% a 48% do que se paga num carro é tributo", disse. "A gente compra aço coreano feito com minério brasileiro porque custa bem menos do que o aço brasileiro. Esse é um problema que temos de resolver porque nosso interesse é baixar o preço do carro no Brasil." (Agência FolhaNews)

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SERVIÇOS e VAREJO


Da redação – São Paulo / SP
Shoppings Center Norte e Top Center têm 2.450 vagas temporárias
Os Shoppings Center Norte, Light e Top Center, na cidade de São Paulo, selecionam para 2.450 vagas temporárias para o final do ano. No Shopping Center Norte, as 331 lojas do empreendimento devem contratar cerca de 1.500 colaboradores temporários, com seleção feita diretamente pelas lojas. O centro de compras projeta um aumento de 12% nas vendas e de 5% no número de visitantes na temporada de Natal em relação ao mesmo período do ano passado. As lojas do Shopping Light e do Top Center Shopping também começaram as contratações para as vagas temporárias do final do ano. Ao todo, foram abertas cerca de 950 vagas, sendo 450 para o Light e cerca de 500 para o Top Center. A maioria das vagas é para o cargo de vendedor.

Da redação – São Paulo / SP
Na França, Casino fecha acordo para abrir loja de conveniência nos Correios
O grupo francês Casino fechou um acordo com a Poste Immo, subsidiária do grupo La Poste, para abrir lojas de conveniência ao lado de agências dos Correios no mercado francês. A parceria, com duração de cinco anos, tem como foco cidades com menos de 12 mil habitantes no interior da França. Em um primeiro momento serão abertas 50 lojas.

Da redação – São Paulo / SP
Atacadão fecha 11 lojas de eletroeletrônicos
O processo de reestruturação das operações do Carrefour chegaram à divisão de eletroeletrônicos do Atacadão, rede cash & carry adquirida pela companhia francesa em 2007. Todas as 11 lojas da bandeira Atacadão Eletro foram fechadas. “Essas unidades tinham pouca afinidade com o público que frequenta as lojas tradicionais do Atacadão”, disse o diretor-geral do Atacadão, José Roberto Mussnich. “O perfil do cliente do Atacadão é bem definido: pequenos empresários ou chefes de famílias numerosas. Este tipo de cliente pode comprar uma televisão na divisão de eletroeletrônicos, mas não é uma compra constante e que se repita”. Apesar de pertencerem ao mesmo grupo, os hipermercados Carrefour e as lojas do Atacadão têm administrações totalmente separadas. As unidades do Atacadão Eletro eram administradas diretamente por executivos do Carrefour, que pagavam aluguel dos espaços para o Atacadão. A operação do Atacadão, porém, segue em crescimento e está na prioridade da rede francesa no Brasil. Atualmente, a rede de atacarejo tem 77 pontos de venda e até o final do ano deve inaugurar mais cinco. A idéia é dobrar o tamanho da rede nos próximos três anos. No ano que vem, a companhia espera abrir lojas nos quatro Estados onde ainda não está presente: Amazonas, Pará, Amapá e Roraima. (Agência Brasil Econômico)

São Paulo / SP
Walmart reduz custos e investe em integração
A operação brasileira do Walmart teve que ser "quebrada" para depois poder ser "consertada". A avaliação, do alto comando da maior varejista do mundo, foi feita em encontro entre o comando da maior varejista do mundo e um grupo de analistas, na semana passada nos Estados Unidos. "As reduções de pessoal, o investimento no trabalho de integração e a mudança para o novo modelo de negócio foram as grandes mudanças", disse ele, ao comentar como a empresa tem agido para acelerar a reestruturação dos negócios no país. Esse processo ainda não terminou. De acordo com Marcos Samaha, presidente do Walmart no Brasil, a integração das operações adquiridas pelo Walmart nos últimos anos (Bompreço, em 2004; e Sonae, em 2005) deve ser finalizada nos próximos dois anos. Nesse período será feita a conversão dos sistemas de informática das lojas. As lojas adquiridas dessas duas cadeias devem migrar para o sistema operacional das unidades do Walmart no Sudeste. No Brasil, a multinacional tem 496 pontos, sendo 64 supermercados e 36 hipermercados com a bandeira Bompreço no Nordeste. No Sul, são 180 lojas de diversos formatos e bandeiras. As mudanças na subsidiária têm o objetivo de tornar a operação mais eficiente. Em setembro, McMillon disse que há um ano a rede no Brasil passava por um "período difícil" do ponto de vista do equilíbrio entre lucro e prejuízo: "Nós tínhamos um modelo operacional que não era sustentável". (Agência Valor)

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COMÉRCIO EXTERIOR


Brasília/DF e São Paulo/SP
País sofre redução de micro e pequenas exportadoras
Crise financeira internacional, valorização do real ante o dólar e alta tributação. A somatória desses fatores resultou na queda de 2,7% no número de micro e pequenas empresas exportadoras em 2010 em relação ao ano anterior -elas passaram de 12.184 a 11.858. Entre médias e grandes, a redução foi de 0,1%. Isso é o que mostra levantamento anual realizado pelo Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - a partir de dados do Mdic - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O montante exportado por micro e pequenas empresas, porém, cresceu 7,6% no mesmo período, chegando a US$ 2,027 bilhões em 2010. Em 2009, foi de US$ 1,883 bilhão. Os resultados, embora aparentemente contraditórios, refletem a seleção natural das empresas, avalia Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae. "Enquanto algumas saem do mercado, outras se desenvolvem", compara o especialista.
Uma das hipóteses de Santos para a redução de exportadoras de micro e pequeno portes é o foco no mercado interno para "aproveitar o crescimento da economia". Com a valorização do real em 2010 e crise dos EUA e da Europa, mirar o consumidor brasileiro foi a estratégia de algumas empresas. Pequenos negócios são os mais prejudicados nesse cenário por terem menos poder político e participação no comércio exterior, diz Samy Dana, professor de finanças da Fundação Getulio Vargas. Esses empreendimentos, porém, "contornam problemas mais facilmente porque têm equipe enxuta".
Exportações estão presentes em 4 dos 20 anos de existência da Conap (Cooperativa Nacional de Apicultura), que comercializa derivados de mel. Entre os países de destino estão Bélgica, Coreia do Sul, EUA e Japão.
O desafio para manter a cooperativa sólida, segundo o presidente, Irone Sampaio, 62, é estar preparado para produzir em maior ou menor quantidade, de acordo com as oscilações econômicas. As exportações, contabiliza ele, correspondem a 90% do faturamento da cooperativa. "Enquanto em alguns países da Europa a crise resultou na queda de pedidos, em outros [como o Japão], a gente teve de triplicar a produção", afirma o executivo.
MUDANÇAS - Há três anos, 30% do faturamento da Concrete Solutions, desenvolvedora de softwares, era proveniente de exportações para países como Alemanha, Irlanda e México. Desde o ano passado, contudo, esse índice fica em 10%. Os motivos, segundo o presidente, Fernando De La Riva, foram a valorização do real em 2010 e a crise econômica da Europa, que tornaram os produtos inviáveis financeiramente no exterior. O fato de a empresa não reduzir os custos de produção dos softwares para competir por preço, frisa, foi um dos alicerces para superar a crise. "O diferencial do Brasil deve estar em produtos com alto valor agregado [feitos com tecnologia de ponta e mão de obra qualificada]", diz ele, que aposta nas vendas para a Arábia Saudita. Para Edson Sadao, professor de empreendedorismo da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), enquanto países da Europa perdem espaço entre as pequenas empresas brasileiras, os asiáticos se tornam atrativos pelo crescimento econômico e populacional. "O segredo para micro e pequenos exportadores a partir de agora é explorar países que não se sustentam com sua própria produção interna", recomenda Sadao.
A tendência apontada pelo professor já pôde ser vista em 2010. Pesquisa do Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - mostra que, de 2009 a 2010, houve crescimento de 11,3% no total exportado por micro e pequenas empresas brasileiras para o bloco Ásia-Pacífico. Para a União Europeia, a alta foi de 8,7%. Explorar o mercado asiático está nos planos a longo prazo da Icab Chocolates Artesanais, empresa familiar criada há 81 anos. "Planejava vender os produtos no exterior neste ano, mas, por causa da oscilação cambial,decidi postergar [as negociações]", reforça o proprietário, Luigi Mufone, 31. A maior dificuldade, avalia, está em formar parceria com fornecedores. "Não temos poder de barganha."

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TI, WEB e e-COMMERCE


São Paulo / SP
Google e Microsoft entram na disputa pelo Yahoo
O Google e a Microsoft estão interessados em comprar o Yahoo!, segundo o "Wall Street Journal". Os rumores aumentaram após o Yahoo! reportar na semana passada resultados financeiros considerados fracos. De acordo com a reportagem, o Google conversou com pelo menos dois fundos de private equity para financiar a comprar do Yahoo. As discussões ainda estariam em uma fase inicial e nenhuma proposta formal foi colocada na mesa, segundo uma fonte ouvida pelo jornal. A fonte informa que o Google pode acabar desistindo do negócio, que enfrentaria forte resistência para ser aprovado pelos órgãos de defesa da concorrência. A Microsoft também estaria buscando parceiros para fazer uma oferta pelo Yahoo!. A gigante do software já fez uma oferta em 2008, que foi recusada pelo Yahoo!. Dessa vez, a Microsoft entraria na oferta junto com o fundo de private equity Silver Lake e com fundos de pensão de servidores do Canadá.

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MERCADO DE LUXO


Da redação – São Paulo / SP

Carros de luxo perdem mercado para aviões
Você trocaria a comodidade de uma van de luxo por uma viagem de avião mais rápida e menos confortável? Os números indicam que a resposta dos brasileiros tem sido "sim". O segmento das vans grandes -e boas para viajar-encolheu 56% nos últimos três anos. Em 2010, apenas 1.184 foram emplacadas. No mesmo período, a venda de bilhetes aéreos cresceu 48% -a TAM diz que 30% dos seus clientes viajam a lazer. (LEIA +)

Da redação – São Paulo / SP

Pesquisa mostra que 1% de todos os milionários do mundo está no Brasil
O Brasil concentra 1% de todos os milionários do mundo, de acordo com levantamento efetuado pelo banco Credit Suisse e divulgado nesta semana. Apesar de estar bem atrás dos EUA, onde vivem 34% de todos os milionários do planeta, o Brasil é o país sul-americano com maior número de ricaços. Segundo o levantamento, no mundo todo há 29,7 milhões de pessoas com mais de US$ 1 milhão atualmente. (LEIA +)



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