I-Press.biz Economia & Mercado | Edição 085 | Ano I

Lula descarta pacote para crise e diz que País não vai quebrar
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou na tarde de ontem (domingo, dia 19/10) a possibilidade de anúncio de um pacote econômico frente à crise financeira americana e afirmou que o país não irá quebrar. Hoje, o presidente irá se reunir com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para discutir a crise americana em São Paulo. "Eu nunca conversei tanto com o meu ministro da economia, com o presidente do Banco Central, com economistas e com empresários, como eu tenho conversado. Nós não vamos nunca anunciar pacote, nunca. Porque toda a vez que nós anunciamos pacote o povo ficou no prejuízo. Nós vamos anunciar medidas pontuais", afirmou Lula durante discurso em ato de apoio à candidatura do ex-ministro da Previdência, Luiz Marinho, candidato à Prefeitura de São Bernardo. Lula comparou o anúncio de medidas a "remédios". "Nós vamos anunciar medidas pontuais. Dor de barriga é remédio para dor de barriga. Calo no pé é remédio para calo no pé. Disenteria é remédio para combater hepatite. Ou seja, nunca vamos apresentar uma cesta porque isso não dá certo." "Eu quero que vocês tenham tranqüilidade", disse o presidente, que pediu ainda "confiança" para "não se deixar levar por analistas". A exemplo de outros discursos, o presidente disse 'que fez a lição de casa' e ressaltou as reservas de US$ 207 bilhões do governo como garantia de oferta de crédito. "Nós não vamos parar um projeto do PAC e a Petrobras não vai parar um projeto dela. Nós vamos mostrar que nós podemos ter problemas, mas que crise a gente não enfrenta ela escondido e com medo. Crise a gente levanta a cabeça e tenta transformar essa crise em uma coisa importante do Brasil". O presidente disse que "não se queixa" de ninguém e afirmou que existe uma "torcida do contra". "A gente não pode se deixar por pânico. O que nós queremos é que os países ricos resolvam os seus problemas".

Brasil tem "potencial forte" para enfrentar crise, diz Alencar
O vice-presidente José Alencar disse ontem (domingo, dia 19/10) acreditar na previsão de crescimento do país de 4% a 4,5% em 2009, mesmo com a recente crise econômica internacional. Alencar afirmou que o Brasil tem "potencial forte" em diversos setores da economia para enfrentar a crise, o que permite ao país manter sua meta de crescimento. "Eu acredito que o Brasil tenha condições de manter um crescimento capaz de evitar qualquer problema de desemprego. (...) As medidas brasileiras estão sendo tomadas de forma pontual, o que for preciso será feito, mas o problema é mundial. A crise não é nossa, ela nos atinge, mas ela não é criada aqui, ao contrário", afirmou. Em entrevista à Folha nesse domingo, o ministro Guido Mantega (Fazenda) afirma que o governo está disposto a ampliar os gastos para não deixar que o país se desacelere demais com a crise global. O ministro demonstrou não se impressionar com as previsões menos otimistas por parte de muitos economistas, ao manter a previsão de crescimento de 4% a 4,5% para o ano que vem. Alencar disse que, além de tomar medidas necessárias para evitar que a crise atinja a economia do país, o governo brasileiro defende mudanças no modelo econômico internacional. "Nós precisamos questionar o sistema financeiro internacional. Como está não pode, porque submete pessoas a uma crise com a qual as pessoas do mundo inteiro não têm nada a ver. Temos que organizar isso tal qual a não se permitir abusos." Segundo o vice-presidente, a crise econômica nasceu de "abusos" praticados pelo sistema bancário americano que "fez tudo errado' ao conceder financiamentos hipotecários para a área residencial. "A crise hoje é uma crise de confiança no sistema bancário, no próprio sistema financeiro que está válido para o mundo inteiro", afirmou. Alencar participou no domingo de cerimônia no Palácio do Planalto para comemorar o 8º Centenário do Carisma Franciscano - data na qual os seguidores de São Francisco de Assis lembram o início da doutrina franciscana em todo o mundo.

Empresários dizem que a crise já reduz negócios
A crise internacional já chegou ao dia-a-dia das empresas no Brasil. Muitas delas recusam-se a divulgar o impacto nos negócios, mas, as que o fazem, são unânimes em um ponto: falta crédito, se não para elas, para seus fornecedores, clientes e consumidores finais. O impacto é a redução nos negócios que, em casos extremos, resultam em anúncios de férias coletivas, como foi feito por montadoras e fábricas de eletroeletrônicos. A alta de 35% no câmbio, desde o início de agosto, tem levado empresas a rever projeções e planos. Empresas beneficiadas pelo sistema tributário da Zona Franca de Manaus começam a anunciar, além de férias, cortes. Mesmo assim, os níveis de emprego mantêm-se em alta. Segundo a Fiesp, o emprego na indústria aumentou 0,48% em setembro em relação ao mês anterior. "Quando a economia se desacelera, primeiro as empresas reduzem horas extras e dão férias coletivas e, só depois, demitem", diz Paulo Francini, diretor do Depecon - Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos - da Fiesp. Para ele, emprego não é precursor de crise, é conseqüência. "Quem vai mostrar antes o efeito [da crise] será o INA - Indicador de Nível de Atividade. Há uma defasagem média de quatro meses entre um e outro." Porém, além da ameaça de desemprego, o consumidor já tem sentido o aumento das taxas cobradas por empréstimos. Segundo a Serasa, a inadimplência dos consumidores cresceu 7,6% entre janeiro e setembro, na comparação com o mesmo período de 2007. Para os técnicos da empresa de análise de crédito, o resultado reflete a piora da capacidade de pagamento dos consumidores e o maior endividamento, sobretudo em linhas de crédito mais caras, como cheque especial e cartão de crédito. Tais dificuldades têm feito com que empresários passassem a observar mais cuidadosamente, e a tomar decisões no curto prazo, adaptando-se às mudanças. "Não estou pessimista, mas sim cauteloso", diz Roland de Bonadona, diretor-geral da Accor Hotels. João Pessoa Jorge, presidente da Sonae Sierra, diz que as vendas nos shoppings que administra, caíram nos últimos dois meses, mas que continuam em forte alta no ano. Já Geraldo Ferreira, diretor-geral da empresa de papel e celulose APP, vê possibilidade de oportunidades na crise.

Crise afeta obras de infra-estrutura no País
A crise financeira internacional já afeta importantes investimentos em infra-estrutura no país. A pedido de empresários que estão com dificuldade para obter financiamento, a Agência Nacional de Energia Elétrica analisa a hipótese de adiar, por até 30 dias, o leilão da linha de transmissão que levará a energia das usinas do rio Madeira (Santo Antônio e Jirau), em Rondônia, para os centros de maior consumo do país, nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. O leilão estava marcado para o dia 31 desse mês, na Bolsa de Valores do Rio. A Aneel concorda em adiá-lo, desde que a linha de transmissão esteja pronta quando a energia das usinas começar a ser gerada. Juntas, as usinas do Madeira poderão gerar até 6.450 MW (megawatts), mas essa energia só poderá ser usada se a linha de transmissão for concluída. A linha tem 2.450 quilômetros e liga Porto Velho/RO a Araraquara/SP. Pelas metas do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento -, deverá ser inaugurada até o final de 2011. O investimento previsto é de R$ 7,2 bilhões. A agência poderá tomar a decisão de adiar o leilão na próxima terça-feira. De acordo com o consórcio vencedor da hidrelétrica de Santo Antônio (Odebrecht/Furnas), a usina deverá começar a gerar energia em maio de 2012, sete meses antes do prazo previsto no contrato de concessão. Toda a energia gerada antes do prazo contratual poderá ser comercializada no mercado livre (onde grandes consumidores compram energia), a preços mais altos do que os que serão oferecidos ao mercado cativo (distribuidoras de energia). Pelo projeto original, a geração começaria em dezembro de 2012, com a entrada em funcionamento de 2 das 44 turbinas da usina.

Meirelles diz que há solidez nos fundamentos do País
Durante a reunião com os colegas dos Bancos Centrais da América Latina, o presidente do BC brasileiro, Henrique Meirelles, reiterou que os fundamentos da economia e do mercado no Brasil estão sólidos e que as medidas adotadas estão no caminho certo. "Do ponto de vista do Brasil, mais uma vez, concluímos que o Banco Central do Brasil está agindo prontamente e tomando as medidas necessárias, visando preservar a integridade e o bom funcionamento do sistema financeiro", afirmou. Segundo Meirelles, "não há dúvida de que a crise não deixará qualquer país imune, como estamos verificando". Meirelles disse que "o importante é que temos as medidas necessárias para que o País tenha seus sistemas financeiros e de liquidez, preservados; e seu sistema de comércio exterior preservado com capacidade de exportar e importar e minorar os efeitos da crise na economia brasileira". (Reuters, de Santiago do Chile)

Fed estuda nova redução da taxa de juros

O Fed - Federal Reserve (Banco Central americano),
estuda a possibilidade de uma nova redução da taxa de juros para estimular a economia, já que a inflação mostra sinais de retrocesso, informa o diário americano “WSJ” - "The Wall Street Journal". "Com a inflação dos preços ao consumidor que se projeta, o Federal Reserve tem uma margem de manobra adicional para reduzir mais as taxas de juros nas próximas semanas", afirma o jornal. "No entanto, as autoridades do Fed não vêem, nesse momento, reduções das taxas adicionais como uma opção evidente" acrescenta o "WSJ". A próxima reunião do comitê de política monetária do banco central americano está prevista para os dias 28 e 29 de outubro. No último dia 8/10, o Fed e outros cinco bancos centrais - Banco do Canadá, Banco da Inglaterra (BC Britânico), BCE - Banco Central Europeu -, Sveriges Riksbank, da Suécia e SNB - Banco Nacional da Suíça, - decidiram, em caráter emergencial, reduzir suas taxas de juros. Em um comunicado, o Fed informou que reduziu sua taxa em 0,5 ponto percentual (p.p.), para 1,5%. "Algum afrouxamento nas condições monetárias globais é, portanto, necessário", informou o Fed, em um comunicado. O presidente do banco, Ben Bernanke, disse à época que o cenário econômico dos EUA piorou e que a política de manutenção da taxa de juros seria avaliada para conferir se "continua apropriada". (France Press)

FMI está disposto a ajudar emergentes
O FMI - Fundo Monetário Internacional - está disposto a ajudar os países emergentes afetados pela crise financeira, afirmou o diretor-geral, Dominique Strauss-Kahn, em entrevista ao jornal "Financial Times" dessa sexta-feira. "A crise atinge atualmente, vários países emergentes e alguns já estão enfrentando problemas na balança de pagamentos", disse. "Estamos dispostos a apoiar essas economias e já discutimos com alguns desses países emergentes". "Alguns países, ao que parece, têm problemas devido à fuga de capitais privados de investidores estrangeiros, ou pela redução das linhas de crédito por parte de bancos estrangeiros". O ex-ministro francês das Finanças acrescentou que não se opõe a que os países asiáticos tentem se apoiar mutuamente, na medida em que suas ações sejam "coordenadas com as instituições multilaterais". Nessa semana, Strauss-Kahn afirmou, na segunda-feira passada, 13/10, que o Fundo disponibilizou aos países-membros suas reservas de quase US$ 250 bilhões para responder à crise financeira. A instituição desembolsaria os recursos em forma de empréstimos urgentes, com menos condições que os programas freqüentes e em questão de duas semanas.
Reunião - Reunidos na Índia, os líderes de Brasil, Índia e África do Sul criticaram duramente os países ricos por terem provocado a crise financeira mundial. "É injusto que os países pobres sejam vítimas de uma crise financeira mundial gerada pelos países ricos, e que tenham que pagar pela irresponsabilidade dos especuladores que transformaram o mundo num gigantesco cassino", criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, recebeu o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o novo chefe de estado sul-africano, Kgalema Motlanthe, para a terceira conferência anual IBSA - Índia-Brasil-África do Sul. Lula criticou enfaticamente "as más decisões de poucos que levaram o sistema financeiro internacional à beira da falência". "Como representantes dos países do mundo em desenvolvimento, devemos considerar de agora em diante com a maior prudência, as soluções chaves prescritas pelo mundo desenvolvido", advertiu. Em discurso mais moderado, o anfitrião indiano, Singh, disse que "os três gigantes da Ásia, América Latina e África, têm um grande papel a desempenhar para garantir um crescimento mundial igualitário e contribuir para a estabilidade internacional".


Opep avaliará corte de até 3 milhões de barris por dia
A Opep - Organização dos Países Exportadores de Petróleo - pode avaliar um corte de até 3 milhões de barris por dia na produção de petróleo, no encontro emergencial marcado para o dia 24/10, afirmou a agência de notícias "Mehr", citando o representante do Irã na Opep, Mohammad Ali Khatibi. "Parece que uma redução de 1 milhão a 3 milhões de barris por dia na produção de petróleo, será avaliada no encontro do dia 24/10", disse Khatibi, segundo a agência. "O ministro do petróleo do Qatar acredita que para criar estabilidade, a Opep deve reduzir a produção em pelo menos 1 milhão de barris por dia, enquanto o ministro do petróleo da Argélia afirmou que a demanda mundial diminuiu em 3 milhões de barris por dia", acrescentou ele. (Efe, de Teerã)

Crise financeira derruba fusão de VCP com Aracruz
A VCP - Votorantim Celulose e Papel - anunciou na sábado, dia 18/10, em teleconferência com analistas, a suspensão definitiva da fusão com a Aracruz. O fechamento do negócio aconteceria no dia 6/10, mas foi postergado devido aos problemas financeiros da Aracruz gerados por uma malsucedida operação financeira com derivativos cambiais, pela crise de crédito do mercado internacional e pela redução da demanda internacional por celulose, efeito que já começa a paralisar unidades no Brasil. O setor de papel e celulose, muito exportador, era um dos que mais cresciam no país, mas os grandes prejuízos no terceiro trimestre de três das maiores empresas do setor - VCP, Aracruz e Klabin -, mostram como a crise econômica global pode afetar fortemente o país. A operação de fusão das duas companhias criaria a maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, com domínio de 30% do mercado mundial. Era um dos maiores negócios do ano e envolvia a compra por R$ 2,7 bilhões da participação da Arapar, holding detentora de 28% da Aracruz. VCP e Arainvest (essa controlada pelo grupo financeiro Safra) formariam uma nova companhia, e promoveriam a fusão com as unidades de celulose do grupo Votorantim. A idéia era criar uma companhia com valor de R$ 30 bilhões e com sinergias de R$ 4,5 bilhões. O cancelamento da operação, pelo menos por enquanto, gerou reações no mercado. As ações da VCP baixaram em 13,63% e os papéis da Aracruz recuaram 9,75% no pregão de sexta-feira. As duas lideraram as baixas do Ibovespa. José Luciano Duarte Penido, diretor-presidente da VCP, justificou a decisão dizendo que a crise internacional mudou completamente o cenário econômico, derrubou o valor dos ativos e expôs, no caso da Aracruz, uma perda financeira de R$ 1,95 bilhão com complexas operações cambiais. "Houve mudança na relação de ativos provocada pela desvalorização das empresas no Brasil e também, o efeito sobre a Aracruz com as operações de derivativos", afirmou. Penido reafirmou o interesse da VCP em fechar a operação, mas agora em outras bases financeiras. "Temos tempo para reflexão até uma situação estável. Quando isso ocorrer, os acionistas voltam a sentar e vão analisar os novos valores ante as condições do momento", afirmou. Em princípio, Penido deixou claro que a VCP não desistirá da operação, mas apenas adiará o negócio. Por isso, a multa de R$ 1 bilhão, prevista em caso de desistência, não deverá ser cobrada pela Arapar. Mas, mesmo assim, Penido falou sobre a multa: "Se houver alguma multa, essa não recairá sobre a VCP, mas sobre a Votorantim Industrial. Foi a holding que assinou o contrato com a Arapar", disse. Segundo a Folha apurou, não há intenção de cobrar a multa. O negócio não foi cancelado, mas adiado até a solução da crise financeira da Aracruz. A VCP anunciou no sábado também, que irá suspender no dia 29/10 a produção da unidade de Jacareí/SP por sete dias. Com isso, quer reduzir a produção em 25 mil toneladas. Penido disse que os estoques da VCP subiram com a suspensão das encomendas de indústrias na Europa, fruto da forte desaceleração na região. É um problema que começa a se alastrar. Na última quarta-feira, a Suzano Papel e Celulose anunciou que vai parar na primeira semana de novembro a linha de produção da unidade de Mucuri/BA. Cerca de 30 mil toneladas de celulose deixarão de ser produzidas. No caso da Suzano, o problema foi constatado no mercado asiático, com mais força na China. Assim como a Klabin, que anteontem anunciou prejuízo trimestral de R$ 253 milhões, a VCP fechou o terceiro trimestre com prejuízo de R$ 586 milhões, provocado principalmente pela desvalorização do real. Segundo Eduardo Kazuo Kondo, analista de papel e celulose da Corretora Concórdia, boa parte da dívida da companhia estava atrelada ao dólar. Dos R$ 3,5 bilhões da dívida bruta, 89% estão vinculados ao dólar. "Foi um resultado natural. A empresa se endividou devido à construção de uma nova unidade industrial, a fábrica de Três Lagoas/MS. Como exportadora, pode se beneficiar a partir de agora com um dólar mais forte. Isso deve melhorar o resultado financeiro até o fim do ano", disse Kondo.

Venda de material de construção recua até 20%
Responsável pela alta dos juros ao consumidor e pela escassez do crédito, a crise já chegou às lojas de material de construção, cujas vendas caíram de 15% a 20% em setembro, segundo Hiroshi Shimuta, diretor da Anamaco - Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção. Já na esteira das condições menos favoráveis de financiamento, as vendas do setor haviam recuado 3,7% em agosto, segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Outros ramos dependentes de financiamento, como veículos e eletrodomésticos, já sentiram a freada e tendem a sofrer mais nos meses seguintes, de acordo com especialistas. O crédito à compra de material de construção, diz Shimuta, ficou 30% mais caro desde o recrudescimento da crise, e as financeiras se tornaram "mais exigentes e seletivas" na concessão de financiamentos. "Isso afeta muito o nosso setor. Cerca de 40% das vendas dependem de crédito." Em outubro, as vendas despencaram até 30% no começo do mês com o agravamento da crise, mas já começaram a reagir, segundo ele. "Para reformar a casa ou comprar um imóvel, o consumidor tem de estar confiante em relação ao futuro, sem medo de perder o emprego. A crise certamente afetou as expectativas." O ambiente mais adverso, diz, levou a Anamaco a revisar a previsão de crescimento nesse ano - de 12% para 9%, resultado assegurado pela forte expansão do primeiro semestre. Luiz Goés, da consultoria de varejo Gouvêa de Souza e M&D, afirma que a concessão de crédito já estava mais "rigorosa" e com juros maiores antes do recrudescimento da crise. Tal cenário, diz, afetou as vendas de veículos, eletrodomésticos e material de construção já em agosto. No caso de veículos, houve queda de 3,7% ante julho, segundo o IBGE. Em materiais de construção, a retração foi de 1,6%. O setor de eletrodomésticos e móveis viu as vendas se desacelerarem - de alta de 1,3% em julho, para 1% em agosto. "Esses setores sensíveis ao crédito, vão sofrer. O prazo ficou mais curto e a prestação aumentou. Como o que o consumidor olha é justamente se a prestação cabe no bolso, o impacto será sentido", diz Góes. João Carlos Gomes, do núcleo econômico da Fecomércio-RJ, concorda: "Há um cenário de desaceleração, que vai se intensificar". Em agosto, as vendas de veículos se contraíram (-15,3%), o que não se repetiu em setembro (alta de 10%), segundo a Fenabrave - Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores. Diretor da entidade, Sérgio Reze afirma que os juros nos financiamentos subiram de 26% para 35% ao ano, mas isso não impedirá o setor de registrar um crescimento próximo a 20% nesse ano. "Não vamos repetir os 28,7% de 2008, mas será um bom resultado", diz.

Sadia reconhece que pode ter 1º prejuízo em 64 anos
Pela primeira vez, em seus 64 anos de história, a Sadia deverá fechar o ano com prejuízo. "Há uma possibilidade [de prejuízo], mas sou corintiano e, até os 48 minutos do segundo tempo, ainda há jogo", disse Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho da Sadia. "De repente, se não der para ganhar porque afundamos R$ 760 milhões [valor que se refere a perdas anunciadas no fim do mês passado em razão de operações financeiras com câmbio], pelo menos poderemos empatar." Isso porque, além de as vendas do último trimestre ser geralmente mais fortes, a Sadia está tentando reverter pelo menos parte do prejuízo. Segundo Furlan, a auditoria em andamento irá responder se houve "conivência ou indução a essa falha por parte dos bancos internacionais". "Estamos tomando todas as providências no sentido de preservar o interesse dos acionistas e dos funcionários, que foram prejudicados", diz ele. Incluem-se nas iniciativas negociações com os bancos estrangeiros - além de medidas judiciais cabíveis, que poderão ser impetradas caso não se chegue a um acordo, tão logo o levantamento da consultoria KPMG seja concluído. A Sadia pretende apresentar o relatório na próxima assembléia de acionistas, prevista para o dia 3/11. O fundo de previdência Previ, um dos maiores investidores da Sadia, pediu esclarecimentos à empresa depois do prejuízo. Furlan, que esteve com o presidente Lula na sexta-feira passada, afirmou ter lembrado a ele que a afirmação de que empresas exportadoras, como a Sadia, estariam especulando contra o real "foi infeliz". "Os bancos internacionais que colocaram 200 empresas brasileiras numa situação de aperto especularam contra o real", disse Furlan. "Quem especulava a favor acreditava na estabilidade da economia, na taxa de câmbio histórica e no que o próprio presidente falou, que a crise não chegaria ao país. Essas empresas é que levaram ferro." Para depois - A Sadia deverá postergar os investimentos em novas fábricas, previstos para o próximo ano. "Vamos ter de reestudar investimentos, e não somos só nós", afirmou Furlan, durante a inauguração de fábrica de alimentos industrializados em Toledo/PR. "Falei com uma dúzia de presidentes [de empresas], e todos estão olhando para a frente de uma forma mais cautelosa." Nos novos projetos há duas fábricas no Brasil e a segunda unidade da empresa no exterior. No país, as fábricas cujos investimentos poderão ser postergados são um abatedouro de frangos em Campo Verde/MT e um de suínos em Mafra/SC. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 630 milhões e R$ 650 milhões, respectivamente. Já a fábrica de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, um dos principais mercados da Sadia, exigiria gastos de R$ 150 milhões. No Brasil, seriam geradas 8.000 vagas e, nos Emirados, 700. "É possível que [o investimento em Abu Dhabi] seja adiado", disse Furlan. "A prioridade é colocar em funcionamento os investimentos que já estão em andamento. Não faz sentido começar um projeto que vai desabrochar daqui a dois anos, e faltar recursos para uma fábrica que daqui a dois ou três meses estará operando."
Retração - Além da fábrica de Toledo, cuja produção passará de 17 mil toneladas para 81 mil toneladas por ano, a Sadia irá inaugurar outras cinco unidades até março de 2009. Juntas, elas representarão receita adicional de R$ 4 bilhões por ano para a empresa, que deverá faturar R$ 12 bilhões em 2008. A Sadia deixou de exportar US$ 300 milhões, em 2008, por falta de capacidade produtiva. Os novos investimentos atenderiam a essa demanda, mas a possível retração e a turbulência na economia obrigaram a empresa a rever os planos.

Setor moveleiro e da madeira qualificam produção com as feiras
Mais de 600 expositores nacionais e internacionais expõem na FIMMA [BG/RS] para atender o grande mercado moveleiro e madeireiro da América Latina. O evento é responsável por US$280 milhões em volume de negócios. A América do Sul produz U$13.142 milhões [2007] em móveis da América do Sul. Desse valor, 80,4% é do Brasil. A indústria moveleira nacional, segundo o Relatório Setorial 2008 do IEMI/SP - Instituto de Estudos e Marketing Industrial –, é o oitavo entre os principais exportadores de móveis do mundo. Para atender esse setor, a Movergs - Associação das Indústrias de Móveis do RS – organizou, em 1993, a FIMMA BRASIL - Feira Internacional de Máquinas, Matérias-primas e Acessórios para a Indústria Moveleira. Sempre nos anos ímpares, a nona edição será em março, de 23 a 27, em Bento Gonçalves/RS. Hoje, a FIMMA está entre as seis maiores do mundo, tanto em número de expositores quanto em número de visitantes profissionais. A importância e o crescimento dessa feira de fornecedores para o setor de móveis e madeira é que, só do setor de móveis no Brasil, são 14,4 mil indústrias que empregam 224.000 trabalhadores. Essa Feira é uma oportunidade para conhecer e adquirir máquinas de ponta, sem necessitar de investimentos em viagens para o exterior. Conta o presidente da Feira e vice-presidente da MOVERGS, Ivo Cansan, que "não existe nenhum caso no mundo onde os próprios moveleiros organizem um evento dessa magnitude para seus fornecedores". Na edição de 2007, havia 635 expositores, sendo que 40% eram estrangeiros. A cidade de Bento Gonçalves, um dos maiores pólos moveleiros do Brasil, é sede das duas feiras reconhecidas internacionalmente, a Movelsul [para a exposição da produção moveleira nacional] e a FIMMA BRASIL. Esses eventos, aliados aos programas de incentivos do governo federal como o Brazilian Furniture da Apex/Abimóvel, colaboram para que a indústria brasileira desponte no cenário internacional, como um grande fabricante de móveis. "A indústria nacional encontra-se nos mesmos padrões dos países tradicionais, como a Itália e Alemanha. Investimos em design, recursos humanos, gestão e infra-estrutura para atuar em mercados exigentes", diz Cansan. Os organizadores da 9ª edição da FIMMA BRASIL esperam contar com o mesmo número de visitantes profissionais de 2007, ou seja, mais de 37 mil de 42 países. O volume de negócios de 2007 foi de US$280 milhões. O endereço eletrônico da feira é
www.fimma.com.br.

Fnac amplia oferta de produtos infantis no Brasil
A rede de artigos eletrônicos e de entretenimento Fnac, com sete lojas no mercado brasileiro, decidiu ampliar sua oferta de artigos infantis. O espaço dedicado a esses produtos foi duplicado, para cerca de 100 metros quadrados, em cada ponto de venda. A decisão de expandir a categoria, com store-in-store denominadas Fnac Kids, foi tomada para alavancar as vendas do setor (a projeção é ampliar as receitas em 60% nesse ano), e porque o tamanho da rede no país não justificaria a abertura de lojas exclusivas para produtos infantis. Na França, a Fnac lidera o segmento infantil com sua rede Éveil & Jeux. No Brasil, a Fnac espera crescer 30% nesse ano, incluindo a abertura de um novo ponto de venda, no shopping BarraSul, em Porto Alegre/RS.

Renner adia compra da rede Leader
A Lojas Renner, uma das maiores redes de lojas de departamentos do país, divulgou que, em virtude do agravamento do cenário econômico e financeiro mundial, adiou a compra da rede Leader, com 31 lojas no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Nos últimos dias a empresa tentou renegociar com os acionistas da Leader, mudanças nos termos e condições da aquisição, sem sucesso. Com isso, há a necessidade de discutir em assembléia geral a proposta de aquisição. Acreditando que existe pouco tempo hábil para uma análise detalhada da operação pelos acionistas, o Conselho de Administração da Renner adiou a Assembléia Geral Extraordinária que se realizaria no dia 20/10 para o dia 30/10.

________________________
MERCADO de Ações & Futuros

(Informações: Dow Jones, Bovespa e Reuters)

RESUMO DA SEMANA 13 a 17 de outubro


Bovespa fecha sessão em leve baixa, mas sobe na semana
A recuperação nos preços do setor de matérias-primas (commodities), em um dia com notícias corporativas favoráveis a algumas empresas brasileiras, proporcionou um rali das ações na Bovespa. O mercado brasileiro, porém, sucumbiu à deterioração em Wall Street à tarde.

- O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou em baixa de 0,12%, aos 36.399,09 pontos - após ter atingido 38.342 pontos (alta de 5,21%) no melhor momento do pregão. Na mínima, mais cedo, registrou queda de 1,67%, aos 35.834 pontos. O volume financeiro somou R$ 4,55 bilhões. Na semana, contudo, o índice registrou valorização de 2,22% - a primeira alta depois de três semanas em que acumulou queda.

Análise - De acordo com participantes do mercado, a volatilidade permanece como o "nome do jogo" no curto prazo. "O mercado não tem direcional, está 'amassado' e as incertezas persistem", comentou um profissional da área de renda variável de uma corretora em São Paulo. Para ele, o Ibovespa pode ter batido o "fundo" na semana passada, e ao deixar de precificar o pior no que diz respeito a uma ruptura abre espaço para uma correção. "Mas não tem força pra subir porque está claro que a recessão será forte e longa", ponderou. "Muitos investidores - fundos, bancos, empresas e pessoas físicas - estão machucados, e bem machucados. É normal, então, diante de um cenário pessimista como o atual, que cada notícia, dado econômico ou declaração de alguma autoridade leve a várias interpretações e conseqüentemente, uma movimentação brutal dos preços dos ativos", explicou Fernando Barbará, gestor de renda variável na Ático Asset Management.

Commodities - Apesar da volatilidade em Nova York seguir como pano de fundo dos negócios no mercado acionário brasileiro, a valorização nos preços de commodities permitiu altas mais expressivas em boa parte da sessão local. O petróleo subiu 2,86%, a US$ 71,85 por barril. Nesse contexto, Petrobras PN subiu 3,56% e Petrobras ON avançou 2,50%. Os metais também avançaram, levando Vale PNA a ganhar 3,63% e Vale ON a subir 3,53%.

Balanços - Da safra de balanços, Aracruz e VCP - Votorantim Celulose e Papel - divulgaram logo cedo seus resultados trimestrais. A Aracruz teve prejuízo líquido de US$ 545,9 milhões no terceiro trimestre no padrão norte-americano de contabilidade. O balanço foi influenciado pelo resultado negativo de transações com derivativos. Pelos padrões contábeis brasileiros, o prejuízo foi de R$ 1,569 bilhão. As ações PNB da Aracruz caíram 9,76% - segunda maior baixa do índice. A VCP também registrou prejuízo, de R$ 585,465 milhões, no trimestre passado. O impacto do câmbio na dívida foi de R$ 465 milhões no período. As ações preferenciais da VCP lideraram as perdas do Ibovespa, com recuo de 13,63%.

Telefonia - Outro destaque no front corporativo foi setor de telefonia. Brasil Telecom Participações ON, disparou 11,31%, na liderança das altas do Ibovespa, reagindo à aprovação na noite de quinta-feira, dia 16/10, da proposta de reformulação do PGO - Plano Geral de Outorgas -, que permitirá a conclusão da compra da Brasil Telecom pela Oi. As ações preferenciais da BRT Participações, contudo, registraram queda de 7,42%, seguidas por Oi ON, que recuou 3,24%. Como na quinta-feira esses papéis subiram, na expectativa da aprovação do novo PGO, hoje os investidores teriam vendido as ações para embolsar os lucros.

Horário - Ainda vale lembrar que hoje ocorre vencimento de opções sobre ações na Bovespa, bem como o horário do pregão será alterado em razão do início do horário de verão no País. A sessão regular passa a operar das 11h às 18 horas.

Bolsa de NY caem na sexta-feira, mas registra alta na semana
O mercado norte-americano de ações fechou com os principais índices em queda, em mais um dia de volatilidade. A semana havia começado com o índice Dow Jones registrando sua maior alta em pontos de todos os tempos e também, teve o S&P-500 sofrendo sua maior queda em pontos desde a Segunda-Feira Negra de 1987; no fim das contas, os índices do mercado acumularam altas expressivas na semana, enquanto a semana passada havia sido a pior de todos os tempos, no caso do Dow Jones.

- O índice Dow Jones fechou o dia em queda de 127,04 pontos, ou 1,41%, em 8.852,22 pontos. O Nasdaq fechou em baixa de 6,42 pontos, ou 0,37%, em 1.711,29 pontos.
- O S&P-500 caiu 5,88 pontos, ou 0,62%, para fechar em 940,55 pontos.
- O NYSE Composite recuou 22,10 pontos, ou 0,37%, para 5.948,80 pontos. Na semana, o Dow Jones acumulou uma alta de 4,75%.
- O Nasdaq, um avanço de 3,75% e o S&P-500, um ganho de 4,60%.

Análise – Na sexta-feira, os indicadores alimentaram o pessimismo dos investidores em relação à perspectiva da economia (o número de construções de residências iniciadas em setembro e o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan). Isso acabou contrabalançando as reações positivas do mercado ao informe de resultados do Google, divulgado na quinta-feira, depois do fechamento, e um artigo otimista do megainvestidor Warren Buffett na página de Opinião do jornal The New York Times. Em dia de vencimento de opções de ações e de índices, houve grande volatilidade durante o pregão, com o Dow Jones chegando a cair 261 pontos e a subir 301 pontos; o índice de volatilidade VIX subiu 4,02%. "A economia caiu de um despenhadeiro em setembro. Nem sabemos qual será o impacto do congelamento do crédito em outubro, mas ele não será bom", comentou o economista-chefe da MKM Partners, Michael Darda.

Posição das principais empresas - As ações do Google subiram 5,53%, em reação a seu informe de resultados do terceiro trimestre; ainda no setor de tecnologia, também divulgaram resultados a IBM (-0,81%) e a AMD (+2,18%). Em reação ao indicador de novas construções de imóveis residenciais, as ações da Caterpillar caíram 7,20%. As ações da seguradora AIG caíram 13,58%, depois de a empresa informar que sacou mais US$ 12 bilhões do programa de socorro do Departamento do Tesouro dos EUA, elevando o total, já tomado pela empresa, a US$ 82,9 bilhões. Entre os bancos, as ações do Citigroup caíram 6,42% e as do Bank of America recuaram 4,16%. No setor farmacêutico, as ações da Merck subiram 1,10%, depois de elevação de recomendação pelos analistas do UBS.

Bolsas européias fecham em alta mesmo com cenário econômico desfavorável
As Bolsas européias fecharam em alta nessa sexta-feira. Depois de um dia em que
as perdas chegaram a quase 6% em alguns mercados, os investidores europeus voltaram aos negócios. O cenário de fraqueza na economia global, que pode levar a uma recessão, no entanto, não teve alterações - pelo contrário, os indicadores dos EUA divulgados na sexta-feira, sinalizam que a economia americana passa por problemas sérios.

- A Bolsa de Londres fechou em alta de 5,22%, ficando com 4.063,01 pontos.
- A Bolsa de Paris teve alta de 4,68% e fechou com 3.329,91 pontos.
- A Bolsa de Frankfurt teve ganho de 3,43%, fechando com 4.781,33 pontos.
- A Bolsa de Amsterdã subiu 1,70% e ficou com 252,26 pontos.
- A Bolsa de Milão teve alta de 4,16%, fechando com 16.531 pontos.
- A Bolsa de Zurique fechou em baixa de 6,66%, com 6.099,62 pontos.
- O índice FTSEurofirst 300 - que reúne ações das principais empresas européias - teve alta de 3,7% na sexta-feira, indo para 890,26 pontos - mais cedo, o índice chegou a subir para 899,08 pontos. Na semana, o indicador teve ganho de 4,6%, mas a perda acumulada desde o início do ano é de 40,9%.

Análise - "O que valeu nessa semana, foi que terminamos como começamos, com uma nota de otimismo. Achei que nessa semana, embora tenha havido quase tanta volatilidade quanto na semana passada, a sensação foi diferente. Houve otimismo quanto aos passos dos governos contra a crise financeira", disse o estrategista-chefe da Brewin Dolphin, Mike Lenhoff, à agência de notícias Reuters. Também subiram as ações do setor farmacêutico, com destaque para as da Roche e Novartis, com ganhos de mais de 10%. Os investidores se animaram também com aprovação, no Bundestag - Câmara dos Deputados da Alemanha -, do
pacote de resgate de 500 bilhões de euros (US$ 670 bilhões), preparado pelo governo para ajudar os bancos do país contra a crise financeira que sacode as Bolsas internacionais.
O documento será enviado agora ao Bundesrat - Câmara Alta do Parlamento. O plano de resgate tem como objetivo incentivar os créditos interbancários e a compra de pacotes de ações dos bancos privados por um total de 80 bilhões de euros (US$ 107 bilhões), para reforçar o capital das instituições.

O plano alemão, aprovado na segunda-feira, pelo executivo da chanceler alemã, Angela Merkel, é parte de um esforço coordenado europeu para tentar conter a crise que afeta os mercados financeiros, que estão bastante voláteis. Até agora, EUA e Europa já aprovaram mais de US$ 2,5 trilhões para ajudar o sistema financeiro.

Na sexta-feira, dia 17/10, o governo da Alemanha reduziu a 0,2% a projeção de crescimento ecoômico para 2009,
contra uma estimativa anterior de 1,2%, informou o ministro da Economia, Michael Glos. Para esse ano, a previsão de crescimento permanece em 1,7% do PIB - Produto Interno Bruto -, uma queda considerável em relação aos 2,5% registrados em 2007.

Bolsa de Tóquio sobe; asiáticas fecham sem tendência definida

A maioria das Bolsas da Ásia fechou em queda nessa sexta-feira, enquanto em Tóquio/Japão, o mercado avançou 2,78%, aos 8.693,82 pontos. A alta ocorre um dia depois de a Bolsa de Tóquio ter sua pior queda diária em 21 anos - quando o índice Nikkei caiu 11,4%.
No país, a alta ajudou o Nikkei a fechar a semana com ganhos de 5%, à primeira semana encerrada no azul desde setembro - quando a quebra do banco
Lehman Brothers iniciou a atual onda de turbulência no mercado. No ano, a Bolsa de Tóquio acumula queda de 43%.
Além do Japão, somente o mercado chinês avançou, com aumento de quase 1% nos negócios da Bolsa de Xangai. As demais Bolsas recuaram: Hong Kong (-4,44%), Austrália (-1,09%), Coréia do Sul (-2,73%) e Indonésia (-4,36%). "Ainda há muito nervosismo, principalmente aqui no Japão", afirmou Koichi Ogawa, da Daiwa SB Investments. "A maior preocupação agora, é com os mercados emergentes, especialmente a China, que parece estar desacelerando."

Dólar cai 2%na sexta-feira e quase 9% na semana, para R$ 2,115
O dólar recuou na sexta-feira, dia 17/10, em relação ao real, influenciado pela alta das commodities (matérias-primas), e das bolsas globais, pelas medidas do Banco Central para melhorar o direcionamento do crédito para empresas exportadoras e pelas expectativas de fluxo cambial positivo ao País. O dólar comercial terminou o dia em queda de 2,08%, a R$ 2,115. Na semana, acumulou baixa de 8,84%. "Com a ligeira melhora do ambiente externo, previsão de ingresso de cerca de US$ 3,12 bilhões da venda da Namisa pela CSN, para um consórcio de empresas japonesas e coreanas, e expectativa pelo leilão de até US$ 2 bilhões de linha carimbada para exportadores na segunda-feira, as tesourarias anteciparam-se vendendo moeda", explicou um operador.

Análise - Apesar da forte queda da semana, o dólar comercial ainda, acumula alta de 11,20% em outubro e de 19,15%, nesse ano. O dólar negociado à vista na BM&F caiu na sexta-feira 1,83% e fechou a R$ 2,12. O giro financeiro total somou cerca de US$ 2,802 bilhões. De acordo com um operador, a venda pelo BC na sexta-feira, em leilão da oferta integral de US$ 1,373 bilhões em contratos de swap cambial, pressionou as cotações da moeda em baixa. Nesse tipo de operação, a autoridade monetária assume posição vendedora em câmbio e compradora em juros. Outro operador de câmbio, de um banco nacional com forte atuação em comércio exterior, avaliou que a depreciação atual do dólar reflete o conjunto de ações que vêm sendo adotadas pelo Banco Central, que inclui os leilões de swap cambial, de venda de moeda em espécie, de linha com compromisso de recompra futura e, agora, o novo leilão de taxas para a concessão de empréstimos em moeda estrangeira. "Essa modalidade de leilão é nova, equivale a um empréstimo do BC em dólar aos bancos, que farão repasse aos exportadores. O BC será o credor nesse empréstimo", explicou.

___________________
ÍNDICES ECONÔMICOS


RESUMO DA SEMANA / 13 a 17 de outubro

SPI
O SPI indica ter ocorrido uma elevação de 1,3% na produção física industrial no Estado de São Paulo em setembro de 2008, sobre o mês anterior, com ajuste sazonal.

IGP-10
O IGP-10 registrou em outubro variação de 0,78%. Em setembro, a taxa foi de -0,42%. Os três componentes do IGP-10 apresentaram as seguintes trajetórias, na passagem de setembro para outubro: IPA, de -0,75% para 0,98%, IPC, de -0,03% para 0,10% e INCC, de 0,94% para 1,00%.

IPC-S
O IPC-S de 15 de outubro de 2008 apresentou variação de 0,30%, taxa 0,14 ponto percentual (p.p.) acima da apurada, com base na coleta encerrada em 07 de outubro. Esse foi o maior resultado desde a segunda semana de agosto de 2008, quando o índice registrou variação de 0,34%.

Comércio Varejista
A PMC - Pesquisa Mensal de Comércio -, realizada pelo IBGE, registrou, em agosto, expansão de 1,1% nas vendas do varejo em relação a julho, na série ajustada sazonalmente, acumulando no ano taxa de 10,6% e, em doze meses, 10,2%. A receita nominal apresentou crescimento em agosto, na série com ajuste sazonal, e registrou taxa de 1,2% frente a julho, quando variou 0,5%. No ano, a receita nominal acumula taxa de 16,4% e, nos últimos doze meses, 15,3%.

ÍNDICES DE PREÇOS AO CONSUMIDOR
FIPE
Calculado somente para a cidade de São Paulo, o IPC - Índice de Preços ao Consumidor - variou 0,31% na segunda quadrissemana de outubro, abaixo da taxa registrada na quadrissemana anterior, de 0,32%. O grupo Alimentação foi o único a apresentar variação negativa, registrando -0,07%. Os demais grupos que compõem o indicador registraram as seguintes variações: Habitação (0,58%), Saúde (0,38%), Transportes (0,37%), Vestuário (0,32%), Despesas Pessoais (0,30%) e Educação (0,06%).

Balança Comercial

A balança comercial apresentou superávit de US$ 411 milhões na segunda semana de outubro. O resultado positivo foi fruto da diferença entre US$ 4,287 bilhões de exportações e US$ 3,876 bilhões de importações. O saldo do ano também é superavitário e registra US$ 20,196 bilhões, com US$ 157,716 bilhões de exportações e U$S 137,520
bilhões de importações.

Economia Internacional
Estados Unidos
- O PPI - Índice de Preços ao Produtor - registrou, em setembro, variação de -0,4%, contra -0,9%, em agosto, na série com ajuste sazonal. O núcleo do indicador, que exclui alimentos e energia, alcançou 0,4%, em setembro.

- O CPI
- Índice de Preços ao Consumidor - registrou variação de 0,0%, em setembro, contra -0,1%, em agosto. O núcleo do índice, que exclui os preços dos alimentos e da energia, apresentou variação de 0,1% em setembro.

- O indicador da produção industrial norte-americana passou de -1,0% em agosto para -2,8% em setembro. O nível de capacidade instalada alcançou 76,4%, 1,6 ponto percentual (p.p.) acima do registrado em agosto (78,7%).


___________________
MERCADO FINANCEIRO


Deputados aprovam na Alemanha pacote de US$ 670 bilhões para bancos
O Bundestag - Câmara dos Deputados da Alemanha – aprovou, na sexta-feira, por um procedimento de urgência, o pacote de resgate de 500 bilhões de euros (US$ 670 bilhões), preparado pelo governo para ajudar os bancos do país contra a crise financeira que sacode as Bolsas internacionais. O projeto de lei foi aprovado com o voto dos partidos da coalizão governamental: a CDU - União Democrata-Cristã -, a CSU - União Social-Cristã da Baviera - e o SPD - Partido Social-Democrata, e com o respaldo do opositor FDP - Partido Liberal. O plano de resgate tem como objetivo incentivar os créditos interbancários e a compra de pacotes de ações dos bancos privados por um total de 80 bilhões de euros (US$ 107 bilhões), para reforçar o capital das instituições. O plano alemão, aprovado na segunda-feira pelo executivo da chanceler alemã, Angela Merkel, é parte de um esforço coordenado europeu para tentar conter a crise que afeta os mercados financeiros, que estão bastante voláteis. Até agora, EUA e Europa já aprovaram mais de US$ 2,5 trilhões para ajudar o sistema financeiro. Na quinta-feira, dia 16/10, o governo da Alemanha reduziu a 0,2% a projeção de crescimento econômico para 2009, contra uma estimativa anterior de 1,2%, informou o ministro da Economia, Michael Glos. Para esse ano, a previsão de crescimento permanece em 1,7% do PIB - Produto Interno Bruto -, uma queda considerável em relação aos 2,5% registrados em 2007. Na quarta-feira, dia 15/10, Merkel, disse que a economia mundial está diante "de seu maior desafio desde a década de 20" e por isso, pediu no Parlamento o apoio dos deputados ao pacote de resgate bancário, aprovado por seu governo em conjunto com outros países. Merkel advertiu que, apesar de os mercados terem respondido bem à ação internacional, "o perigo ainda não passou". (Efe)

Governo da Holanda injetará 10 bilhões de euros no ING
O governo da Holanda informou nesse domingo, que injetará € 10 bilhões no ING Groep NV (ING) como parte de um pacote de socorro ao sistema financeiro local coordenado pelo banco central da Holanda. O ING, um grupo que tem banco e seguradora, pediu socorro para reforçar sua posição contra a crise financeira. Em troca, o governo holandês terá dois assentos no corpo de dirigentes do ING e receberá juros anuais de 8,5% do grupo. O ING também foi obrigado a reduzir o pagamento de dividendos nesse ano e seus diretores e executivos, não receberão bônus em 2008. "Nossa posição de capital estava em linha com os níveis estabelecidos e os requerimentos regulatórios. De qualquer maneira, as condições de mercado mudaram de uma maneira dramática nas recentes semanas e levaram a um reconhecimento internacional de que, para seguir em frente, nesse ambiente, as necessidades de capital deveriam ser maiores para as instituições financeiras", disse o executivo-chefe do ING, Michel Tilmant. Segundo ele, o grupo sentiu que no momento "é prudente aumentar o capital para reforçar nossa posição competitiva, que é forte, nessa paisagem em rápida mudança". (Reuters, de Amsterdã)

Coréia do Sul anuncia US$ 100 bilhões em garantias a bancos
O governo da Coréia do Sul anunciou oficialmente, nesse domingo, que vai disponibilizar US$ 100 bilhões para ajudar os bancos locais a pagarem as dívidas que contraírem em moeda estrangeira. Com essa medida, o governo sul-coreano garantirá, a partir de hoje e por um período de três anos, o pagamento de todos os empréstimos em moeda estrangeira que os bancos sul-coreanos contraírem até junho de 2009, diz um comunicado oficial divulgado pela agência de notícias Yonhap. As autoridades também anunciaram no domingo, que vão oferecer aos bancos e exportadores locais US$ 30 bilhões procedentes de suas reservas em moeda estrangeira. Essa quantia se somará aos US$ 15 bilhões que o governo do país injetou recentemente, no sistema financeiro. As medidas fazem parte da estratégia da Coréia do Sul para amenizar a escassez de dólares no mercado local e devolver confiança aos investidores. "Da mesma forma que outras economias começaram a oferecer garantias para os empréstimos interbancários, o governo sul-coreano tomará medidas similares para evitar colocar os bancos locais em situação de desvantagem", segundo um comunicado oficial. O Banco da Coréia (o banco central sul-coreano) anunciou na sexta-feira, 17/10, que promoverá reformas para impedir uma desvalorização ainda maior da moeda sul-coreana, cada vez mais fraca frente ao dólar. "O governo buscará o estabelecimento de políticas de estabilização do mercado, de maneira decisiva e suficiente para minimizar o custo total da implementação das medidas propostas", informa ainda o comunicado. O Banco de Desenvolvimento e o Banco de Exportações e Importações da Coréia ficarão a cargo das garantias estatais, que começarão a ser oferecidas hoje, até que o Parlamento aprove o novo plano. (Efe, de Seul)

_______________
AGRONEGÓCIOS


Exportações do agronegócio paulista atingem US$ 12,79 bilhões
As exportações do agronegócio paulista aumentaram 9,7%, para US$ 12,79 bilhões, nos primeiros nove meses do ano em relação a igual período de 2007, segundo estudo do Instituto de Economia Agrícola, ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (IEA/Apta/SAA). Como as importações cresceram mais (44,9%, para US$ 5,71 bilhões), o saldo comercial do setor encolheu 8,3%, para US$ 7,08 bilhões. “As importações paulistas nos demais setores - exclusive os agronegócios - somaram US$ 44,25 bilhões, para exportações de US$ 31,03 bilhões, gerando déficit externo desse agregado, de US$ 13,22 bilhões de janeiro a setembro de 2008”, dizem os autores. “Assim, conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista seria muito maior não fosse o desempenho dos agronegócios estaduais”. No âmbito nacional, as exportações do agronegócio cresceram 29,6%, para US$ 58,66 bilhões. Já as importações evoluíram 66,3%, para US$ 20,09 bilhões, o que resultou no saldo comercial positivo de US$ 38,57 bilhões (aumento de 16,2%). “Portanto, o desempenho dos agronegócios sustentou a balança comercial brasileira, uma vez que os demais setores, com exportações de US$ 92,20 bilhões e importações de US$ 111,13 bilhões, produziram no período um déficit de US$ 18,93 bilhões”, explicam os pesquisadores do IEA. Os cinco principais agregados de cadeias de produção nas exportações do agronegócio paulista foram cana/sacarídeos (US$ 3,67 bilhões), bovídeos/bovinos (US$ 2,62 bilhões), frutas (US$ 1,57 bilhão), produtos florestais (US$ 1,49 bilhão) e cereais/leguminosas/oleaginosas (US$ 778,04 milhões). Juntos, responderam por 79,2% das exportações setoriais paulistas. Veja análise completa no site
www.iea.sp.gov.br. (Assessoria de Comunicação da Apta)

Paraná terá usina integrada de biodiesel a partir de 2010
A CBEAR - Companhia Brasileira de Energias Alternativas e Renováveis - anunciou investimentos de aproximadamente € 300 milhões no Paraná, para construção de uma usina integrada de biodiesel, que usará oleaginosas como matéria-prima. O projeto prevê a produção de 600 mil toneladas de biodiesel por ano, com a geração de mais de 500 empregos diretos, a partir de 2010. O município ainda não foi definido, mas deverá ser no Centro-Sul do Paraná. A produção de biodiesel será feita a partir da canola e girassol, culturas de entressafra nas propriedades rurais. O tungue também será usado, por ser perene e cultivado onde o solo não é aproveitado para cultivos tradicionais, como a soja. O biocombustível será produzido no período de entressafra de culturas como milho e soja, para garantir uma fonte de renda extra ao agricultor. A produção será basicamente voltada ao mercado externo. No entanto, deverá atender ao mercado interno, caso haja demanda. A empresa afirma que essa será a maior indústria desse tipo no planeta, por reunir toda a cadeia produtiva do setor.

ABEF participa de homenagem na Câmara de Comércio Árabe Brasileira
A ABEF - Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos -, representada pelo Diretor Administrativo e Financeiro, José Perboyre Ferreira Gomes, participou no dia 16/10, a convite da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, de almoço em homenagem ao presidente da União Geral das Câmaras de Comércio, Indústria e Agricultura dos Países Árabes, Adnan Kassar. Os países árabes são um dos principais mercados para a avicultura brasileira de exportação. O almoço teve como objetivo prestar uma homenagem a Adnan Kassar, que presidiu a Câmara de Comércio, Indústria e Agricultura de Beirute e Monte Líbano por 30 anos e é atualmente, CEO do Grupo Fransabank. Adnan Kassar, também foi ex-ministro da Economia e Comércio do Líbano. Representantes de associações e empresas participaram do evento, realizado na sede da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Entre os presentes, estavam o vice-presidente da Embraer, Sergio Frias e o Secretário Geral e Diretor de Comércio Exterior da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel A. Alaby.

Unidade da Nardini está sendo erguida em Aporé/GO
A segunda unidade industrial da Nardini Agroindustrial está sendo erguida em Aporé/GO, dentro do cronograma estabelecido. A expectativa é que a planta industrial entre em operação no início de maio de 2010, com colheita inicial prevista em 700 mil toneladas de cana. A terraplanagem foi realizada em julho. A obra civil começou em agosto e envolve o trabalho de 60 pessoas. Durante o processo de construção e instalação da usina, as empresas responsáveis devem movimentar a cidade com cerca de 400 funcionários terceirizados. Segundo o gerente industrial da Nardini, Jorgenes Valentim de Medeiros, o projeto da nova unidade terá equipamentos de última geração. “Estamos investindo em equipamentos modernos e de alta tecnologia”, afirmou. O investimento na planta pode chegar a R$ 120 milhões. A área agrícola em Aporé, que hoje é de 1,5 mil hectares plantados, deverá alcançar 7,5 mil hectares em 2009. “Nossa meta é plantar outros 6 mil hectares para em 2010, na primeira safra", conta o gerente agrícola, Nelson Antonio Rozani. Segundo Nelson, no início de 2009 será feita a rotação de cultura nessa nova área de cana. “Para 2009, planejamos o cultivo de 500 hectares de amendoim, 2.500 hectares de crotalária e 80 hectares de feijão”. A colheita de cana crua será 100% mecanizada. A empresa possui convênio com a UFG - Universidade Federal de Goiás - e com a Canaviallis para o estudo de novas variedades de cana-de-açúcar. “Da parceria com a Canaviallis, já foram implantados 100 clones precoces para que sejam efetuados os testes e verificação das variedades que melhor se adaptam à região. O convênio com a UFG agrega mais informações a esse estudo”, conta Nelson.

___________________
COMÉRCIO EXTERIOR


Mantega: não haverá limite em dólares para exportação
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que não haverá limite no total de dólares que será vendido às instituições financeiras para que façam empréstimos às empresas exportadoras. "Estamos tomando uma medida em que o Banco Central, utilizando as reservas, vai fazer leilões de dólares para as instituições financeiras, que vão direcionar esses dólares para as exportações. Não tem limite. É aquilo que for necessário. E, dessa maneira, estaremos garantindo a continuidade das exportações brasileiras", declarou Mantega. A decisão de liberar dólares das reservas internacionais brasileiras, para permitir liquidez, foi tomada ontem, durante encontro de Mantega com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que se transformou em uma reunião do CMN - Conselho Monetário Nacional. Nessa reunião, foi decidido que o BC tem o poder de determinar que os empréstimos em moeda estrangeira sejam entregues obrigatoriamente, e a exportadores. Em declaração distribuída por sua assessoria de imprensa após a reunião, Mantega explicou: "Nosso principal problema é a falta de liquidez, principalmente para financiar as exportações. As medidas anunciadas visam facilitar o acesso ao crédito pelos exportadores e pelas empresas que possam estar tendo problemas de capital de giro."
BC divulgou regulamentação de operações de empréstimos para exportadores
O Banco Central do Brasil divulgou na sexta-feira, dia 17/10, ao meio-dia, a regulamentação das operações de empréstimos em moeda estrangeira. Segundo o BC, o objetivo da medida é "assegurar adequada provisão de liquidez para o financiamento do comércio exterior". Na quinta-feira, dia 16/10, CMN - Conselho Monetário Nacional - estipulou que nas operações com moeda estrangeira, o BC poderá determinar que os recursos sejam direcionados, no todo ou em parte, para operações de comércio exterior. No caso de empréstimos em moeda estrangeira, o custo será composto pela Libor (taxa interbancária do mercado de Londres), e adicional a ser fixado pelo BC. A autoridade monetária poderá receber títulos soberanos em dólares, brasileiros ou não, desde que de risco mínimo. As operações de ACC - Adiantamento sobre Contratos de Câmbio - e de ACE - Adiantamento sobre Cambiais Entregues -, adotadas na comercialização externa, também serão aceitas como garantia.

_________________
MATÉRIAL ESPECIAL


GM e Chrysler aceleram discussões sobre acordo
A GM - General Motors - e a Chrysler aceleram o ritmo das discussões de fusão, já que as duas empresas tem recebido forte apoio de bancos de outros potenciais credores que estão ansiosos para verem um acordo fechado, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. A GM, que deve apresentar nas próximas semanas, resultados desanimadores no terceiro trimestre, quer que o acordo seja fechado até o final de outubro, disseram essas fontes. O JP Morgan Chase e o Cerberus Capital Management são duas grandes empresas envolvidas no negócio. O Cerberus é o proprietário da Chrysler e o JP Morgan é um dos maiores credores tanto da Chrysler, quanto da GM. O Cerberus quer adquirir participação na empresa que resultar da combinação entre GM e Chrysler, segundo as fontes. Já o JP Morgan está aconselhando a Chrysler nas discussões, disse outra pessoa. Até agora, GM e Chrysler estão longe de firmar um acordo, disseram fontes ligadas às negociações. Certos membros da comissão de diretores da GM continuam dando ao acordo uma recepção fria. Além disso, ainda não está claro se um elemento-chave das conversações - a troca da Chrysler pela participação de 49% da GM na GMAC LLC - vai acontecer, dizem as fontes. Ainda assim, a direção da GM está discutindo uma potencial aquisição da Chrysler e altos executivos continuam otimistas sobre a possibilidade da fusão GM-Chrysler. Enquanto muitos analistas do setor têm criticado a potencial fusão, a GM acredita que pode cortar mais de US$ 10 bilhões em custos de sinergia com um eventual acordo, além de obter acesso à significativa posição em dinheiro de aproximadamente US$ 11 bilhões, na qual a Chrysler está sentada. O porta-voz da GM, Tony Cervone, não quis fazer comentários sobre o assunto, assim como seu colega do Cerberus. No pregão regular dessa quinta-feira, as ações da GM fecharam a US$ 6,40, em alta de 2,89%. Demissões - Enquanto não chega a um acordo com a Chrysler, a General Motors segue tentando cortar custos, em meio à grande queda nas vendas que vem enfrentando nos EUA. A empresa anunciou no sábado, dia 18/10, que vai demitir 1,5 mil trabalhadores horistas nos Estados de Delaware e Michigan nos próximos meses, de acordo com informações do jornal The Detroit News. Um porta-voz da empresa disse ao diário que, com a queda na demanda por automóveis, serão demitidos 700 funcionários da linha de montagem de caminhões da unidade Pontiac, em 2 de fevereiro. Outros 400 trabalhadores da unidade de Hamtramck perderão seus empregos no dia 12. Ali são fabricados os automóveis Buick Lucerne e Cadillac. Ambas as unidades estão no Michigan. Em Wilmington (Delaware), 400 trabalhadores serão demitidos da linha de montagem dos automóveis Saturn. A companhia informou as demissões ao sindicato dos trabalhadores na indústria de automóveis dos EUA, no dia 29 de setembro.

______________________________
MERCADO DE TI & Telecomunicações


Sony Ericsson tem prejuízo de US$ 33,5 mi no 3º trimestre
No terceiro trimestre de 2008, a Sony Ericsson sofreu prejuízo líquido de 33,5 milhões de dólares, enquanto no mesmo período do ano passado, a empresa teve lucro líquido de 358 milhões de dólares. O lucro antes de taxas (IBT) da Sony Ericsson totalizou 16,1 milhões de dólares, excluindo custos de reestruturação avaliados em 47 milhões de dólares. No período, a fabricante vendeu 25,7 milhões de aparelhos, mais que os 24,4 milhões do 2º trimestre, totalizando 3,7 milhões de dólares em vendas, 10% a menos que no mesmo período de 2007. Segundo a Sony Ericsson, o valor reflete o impacto da flutuação das taxas de câmbio, além de aparelhos mais baratos. A Nokia
, que divulgou seus resultados do 3º trimestre na quinta-feira, 16/10, também atribuiu a queda em seu lucro ao movimento de diminuição no valor de celulares. A empresa prevê que o mercado global de celulares crescerá 10% em 2008, além das 1,1 bilhões de unidades vendidas em 2007.

Especialista critica novas regras de telecomunicações
Os novos PGO - Plano Geral de Outorgas -
e PGR - Plano Geral para Atualização da Regulamentação das Telecomunicações no Brasil - foram criticados pelo advogado Roberto Pfeiffer, ex-conselheiro do CADE e professor da FGV-SP - Fundação Getúlio Vargas. Para o especialista, as alterações realizadas no PGO aumentam a possibilidade de concentração, porque reforçam a detenção da rede STFC - Serviço de Telefonia Fixa Comutada -, infra-estrutura que responde por 70% dos acessos à internet em banda larga no País, segundo o advogado.
Pfeiffer afirma que a revisão do marco regulatório poderia ter sido uma excelente oportunidade para corrigir distorções do atual modelo, ponto que foi vetado pelo conselho diretor da Anatel. "Como não foram aprovadas medidas de introdução de maior concorrência, a nosso ver, ficou só o aspecto negativo, com a possibilidade de aumento de concentração sem que houvesse maior ganho ao consumidor", diz. A Oi foi beneficiada diretamente pelas alterações no PGO, já que agora não há mais empecilhos para a compra da Brasil Telecom
. O documento regulamenta as concessões de telefonia fixa no Brasil, nas modalidades: local, longa distância nacional e internacional. Ele divide o País em três regiões para a prestação do serviço de telefonia fixa comutada (STFC), e proibia que uma mesma concessionária atuasse em mais de uma região.
Entre as alterações promovidas pela Anatel, a mais esperada era uma medida para reverter esse impedimento, o que, de fato, aconteceu. "A aprovação mostrou o interesse que a fusão aconteça", comenta Julio Püschel, analista sênior do Yankee Group. Na análise de Püschel, a Oi ficará mais forte para brigar pelas primeiras posições em número de clientes no mercado de telefonia móvel e, na telefonia fixa, a competição vai ficar mais difícil para as operadoras menores, como a GVT. "É um player a menos, mas é um player com poder econômico maior", ressalta o analista.
O mercado de banda larga é que merece mais atenção. Segundo o Püschel, no longo prazo, esse é o serviço que vai responder pela maior parte da receita das operadoras. Com a compra da Brasil Telecom, a Oi passa a ter um número de assinantes mais significativo. Em comunicado enviado por e-mail, a assessoria de imprensa da companhia informou que a Oi dará seqüência ao plano de aquisição do controle da Brasil Telecom e que manterá seus investimentos e planos de expansão, com o objetivo de ganhar escala.
Antes de entrar em vigor, o novo PGO terá que cumprir algumas etapas. O novo texto será enviado para o conselho consultivo da Anatel, que tem 15 dias para emitir opiniões sobre o PGO, mas não tem poder para fazer alterações. Na seqüência, o documento segue para o Ministério das Comunicações e, depois, para a Presidência da República. As alterações devem ser feitas por meio de decreto presidencial.


________________
ANÁLISE SETORIAL


Crise financeira: ganhos de empresas de TI variaram, mas mostram alívio
O colapso dos bancos de investimentos em Wall Street, combinado com a fraca econômica nos EUA, culminaram em fortes movimentações de descidas, com algumas altas, nas bolsas Nasdaq e Dow Jones. Para TI, o resultado foi o pior patamar em ações em cinco anos
das empresas do setor.
Apesar das dúvidas, os balanços financeiros das grandes empresas de TI indicam que o setor não vai ser tão dramaticamente atingido, como foino estouro da bolha
ponto com. Ainda que os analistas estejam prevendo diminuição do ritmo na primeira parte de 2009, poucos estão apostando em queda. "No pior dos mundos, a nossa pesquisa indica que os gastos com TI vão crescer 2,3% em 2009, abaixo da nossa previsão de 5,8%," disse o analista Peter Sondergaard, do Gartner. Já o Forrester mantém a sua previsão, feita em setembro, que os gastos com TI vão crescer 5,4% em 2008 e 6,1% em 2009 - 572 bilhões de dólares em 2008 e 606 bilhões de dólares em 2009.
O cenário econômico atual deixa a situação cheia de incerteza. Em uma nota de aconselhamento
, o analista Andrew Bartels da Forrester diz "com a crise financeira se espalhando pelo mundo, os riscos cresceram nos EUA e outros grandes países vão passar por uma recessão longa e mais profunda do que esperado. Se isso acontecer, o mercado de tecnologia verá declínio em compras por anos, não apenas dois ou três trimestres com pouco ou nenhum crescimento no final de 2008 e início de 2009."
Mesmo com a incerteza, o Google surgiu com um impressionante relatório de resultados no terceiro trimestre. O lucro foi de US$ 1,35 bilhão
, contra 1,25 bilhões de dólares um ano atrás. O resultado superou as expectativas dos analistas e foi um sinal de confiança em publicidade na internet. “Como o líder em anúncios, o Google seria atingido pela recessão, ainda que exista clara evidência de que publicidade em buscas tenha resistência econômica”, disse o analista do Citigroup Mark Mahaney em relatório. Duas horas após o fechamento do mercado, as negociações after-hours fizeram as ações do Google subir em 32 dólares para 385 dólares.
A IBM também divulgou forte resultado. O lucro teve alta de 20% para US$ 2,8 bilhões
no terceiro trimestre da empresa. Nas negociações after-hours, as ações da companhia saltaram 1,95 dólar para 93,47 dólares. Analistas vão salientar, contudo, que o ritmo de vendas de hardware e de assinatura de novos contratos de serviços, caíram. Enquanto isso, a AMD deu motivos de alegria aos seus acionistas apesar dos seus problemas financeiros. Ao divulgar perdas de US$ 67 milhões
, ou 11 centavos de dólar por ação, a empresa mostrou prejuízo bem menor do que as perdas de 396 milhões de dólares na comparação ano a ano, e bem melhor do que as expectativas dos analistas.
O plano de divisão em duas unidades - uma para produção e outra para o design de novos chips - encorajou investidores. As ações da AMD, que perderam quase 50% do seu valor nesse ano, ganharam 53 centavos de dólar, sendo negociadas por 4,65 dólares nas negociações after-hours.
Intel reportou que seu lucro cresceu 12% na comparação ano a ano no terceiro trimestre, para registrar 2 bilhões de dólares. Mas a empresa falou que o último trimestre do ano, o mais forte por conta do período de festas, vai gerar entre 10,1 bilhões de dólares e 10,9 bilhões de dólares, o que significaria uma queda entre terceiro e quarto trimestre, o que não acontece desde 2000. O pior resultado foi o da Nokia. A empresa finlandesa teve queda de 28% no lucro
. As vendas de celulares estão especialmente suscetíveis à instabilidade econômica.

________________
MERCADO DE LUXO

Mercado de luxo vende diamantes gigantes por US$ 6 milhões
Em meio à crise financeira e o temor de recessão mundial, dois diamantes gigantes foram vendidos por mais de US$ 6 milhões para um comprador do Oriente Médio no mercado de artigos de luxo. Os diamantes Ponahalo, encontrados na África do Sul e cujo nome significa "visão", foram vendidos na casa de leilões Christie's de Nova York, no momento final de uma sessão que, ainda assim, não ficou imune às perdas dos mercados mundiais. A pedra original era de 316 quilates quando foi encontrada em estado bruto. Depois de lapidada, virou dois diamantes, de 70,87 e 102,11 quilates. O comprador - identificado como Amer Radwan, do Dubai - pagou US$ 2,15 milhões pelo primeiro, já incluída a comissão, e US$ 4,11 milhões pelo segundo. Mesmo com a venda milionária, a indústria do diamante apontou para um fim de ano complicado, já que a crise financeira pode afetar as vendas natalinas. Apesar do sucesso dos grandes diamantes, vários artigos foram retirados antes do leilão por medo de não serem vendidos, e outros ficaram sem comprador. A sessão encerrou com uma arrecadação de US$ 29,7 milhões, quando a expectativa era de US$ 35 milhões.

___________
EXPEDIENTE


Produção: WLine.biz - Intelligent Business Strategies / wline@wline.biz
Revisão: Professora Lúcia Iná Sá d’Oliveira / + 55 51 9299.1274
Colaborador: Nilton Santolin / www.niltonsanolin.com.br

Assessoria de Imprensa: Leed Inteligência e Soluções em Comunicação
Letícia Souza - +55 51 9946.0809 / letícia@leedcomunicacao.com.br
www.leedcomunicacao.com.br

Os direitos autorais deste Blog são protegidos pela lei nº 9.610/98.
I-Press.biz - Copyright © 2008 - Todos os direitos reservados a Kátya Desessards