E-Press.biz Economia & Mercado | Edição 073 | Ano I

Kátya Desessards

Shaná tová umetuká! Um ano bom e doce! Feliz ano 5769

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NOTÍCIAS


Superávits no ano e em 12 meses são recordes
O esforço fiscal do setor público consolidado - formado pelos dados fiscais do Governo Central (Banco Central, INSS e Tesouro Nacional), Estados, municípios e estatais federais e estaduais - foi recorde no acumulado do ano e nos 12 meses encerrados em agosto. A informação foi divulgada ontem pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. Segundo ele, o superávit primário acumulado de janeiro a agosto (R$ 108.409 bilhões), é o maior para o período desde o início da série histórica, iniciada em 1991. O superávit primário é a economia que o governo faz para o pagamento da dívida pública e, não leva em conta, as despesas com juros da dívida. Outro recorde foi registrado nos 12 meses (R$ 122.347 bilhões), também a maior marca desde 91. O superávit primário do mês de agosto (R$ 10.184 bilhões) é o melhor resultado para os meses de agosto desde 2006, quando o esforço fiscal somou R$ 13.182 bilhões. A despesa com juros também foi recorde. Segundo Altamir Lopes, o gasto dos oito meses (R$ 119.329 bilhões) e dos 12 meses (R$ 174.972 bilhões), também são os maiores da série para os respectivos períodos. Com relação ao resultado nominal, o verificado nos oito primeiros meses do ano (R$ 10.921 bilhões), é o melhor resultado desde 1993, quando o déficit nominal somou R$ 2.186 bilhões. No mês, o nominal é o melhor para os meses de agosto desde 2004, quando o resultado ficou negativo em R$ 651 milhões.


Petrobras comunica duas novas descobertas à ANP
A Petrobras informou ontem, à ANP - Agência Nacional do Petróleo -, pelo menos mais duas novas descobertas na costa brasileira. Uma das novas descobertas foi na Bacia de Camamu-Almada, no bloco BM-CAL-5, na Bahia, em que a Petrobras participa com 45% como operadora, em parceria com a Queiroz Galvão (18,3%), El Paso (18,3%) e Petroserv (18,3%). A outra foi no BC-60, na área conhecida como Parque das Baleias, na Bacia de Campos, costa do Espírito Santo. A Petrobras está sozinha nesse bloco. A campanha na costa do Espírito Santo foi feita pela sonda Pride Portland e o poço atingiu profundidade final de 5.454 metros, em lâmina d'água de 1.348 metros. A área entrou em operação em 2002, com teste de longa duração, que foi substituído pelo FPSO P-34 em 2006. Na área começou a ser produzido o primeiro óleo da camada do pré-sal brasileiro, no campo de Jubarte. Já o bloco BM-CAL-5, na Bahia, em que a estatal identificou novos indícios em comunicado ontem, também já havia tido outras duas descobertas no início de setembro. Nessa nova descoberta, a Petrobras informou à ANP a existência de indícios de óleo em lâmina d'água mais rasa de cerca de 495 metros. Nem todas elas, no entanto, podem se mostrar viáveis comercialmente. Desse total de comunicados, apenas duas mereceram menção da Petrobras em nota ao mercado: Iara e Júpiter. Na última semana, a empresa também confirmou a descoberta do prospecto de Júpiter, no bloco BM-S-24, na Bacia de Santos, e de reservatórios com até 150 milhões de barris de óleo equivalente (boe) no BM-S-40.


UE já salvou 4 instituições e tem outras na zona de risco

A crise do sistema financeiro internacional atingiu, em cheio, a Europa. Governos do Reino Unido, da Alemanha, da Bélgica, da Holanda, de Luxemburgo e da Dinamarca já anunciaram nacionalizações ou intervenções bilionárias no mercado para conter falências de quatro bancos e seguradoras nos últimos cinco dias. O aprofundamento da crise no continente levou o BCE - Banco Central Europeu - a anunciar a injeção de 120 bilhões de euros com o objetivo de melhorar a liquidez de crédito, mas sem impedir a queda das bolsas em toda a região. Ao todo, seis países já anunciaram algum tipo de intervenção no sistema bancário, mas o número pode aumentar ainda hoje. "Grandes incertezas estão minando a confiança do mercado quanto à liquidez das instituições. Mas é preciso ressaltar que não há uma crise européia, mas uma extensão do que se passa nos Estados Unidos", disse Etienne de Callatay, economista-chefe do banco belga Degroof e professor da Universidade Livre de Bruxelas. O contágio da crise bancária, que, por hora, poupa França, Itália e Espanha, levou a FBE - Federação dos Bancos Europeus - a emitir uma nota na qual reconhece que a "economia mundial enfrenta uma crise sem precedentes", mas afirma, otimista: "O sistema bancário europeu ultrapassará a tempestade que agita atualmente os mercados". (France Presse, de Paris)


BCE faz nova injeção de US$ 30,7 bilhões no sistema financeiro

O BCE - Banco Central Europeu – injetou, na terça-feira, US$ 30.742 bilhões com um dia de vencimento e a uma taxa de juros marginal de 0,5%, em uma segunda operação extraordinária para oferecer liquidez. O BCE ofereceu nesse segundo leilão até US$ 50 bilhões, em vista da forte demanda de dólares registrada de manhã. No entanto, os 32 bancos comerciais que participaram da operação, pediram apenas US$ 30.742 bilhões. De manhã, o BCE tinha injetado no mercado interbancário, outros US$ 30 bilhões a uma alta taxa de juros marginal de 11%, com vencimento para amanhã. Participaram da operação de refinanciamento extraordinário em dólares 57 bancos, que haviam solicitado US$ 77.339 bilhões. (Efe, de Frankfurt)

Sistema europeu é sólido e garante economias dos clientes

A EBF - Federação Européia de Bancos – lançou, ontem, uma mensagem de tranqüilidade e afirmou que o sistema bancário europeu tem solidez para passar pela crise financeira e garantir as economias de seus clientes. Em comunicado, a EBF lembrou que, "de forma geral, os depósitos dos particulares estão garantidos nos países da UE". "Em todos os EUA, [os depósitos] estão cobertos pelos sistemas nacionais de garantia, que formam uma parte integral da rede de segurança", afirmou a federação. "A estrutura financeira que sustenta o modelo de bancos europeu, é forte em termos de capital e garante acesso a fontes de financiamento diversificadas para as instituições", destacaram. A EBF
ressaltou que os bancos europeus estão submetidos a "regulação e supervisão de alto nível". Em oposição, está o modelo dos EUA, "onde as várias estruturas reguladoras causaram confusão, onde as hipotecas 'subprime' surgem em uma parte não regulada do mercado, e onde nem o acordo de capital de Basiléia II, nem os Padrões Internacionais de Contabilidade são aplicados". Em qualquer caso, os bancos confiam em que, após aprovado, o plano de resgate do Governo dos EUA "estabilizará a situação e restaurará a confiança nos mercados financeiros". (Efe, de Bruxelas)


Walmart mantém investimento no Brasil, apesar da crise
A rede varejista Walmart mantém o investimento previsto para 2009 no Brasil, quando deve aplicar entre R$ 1,6 bilhão e R$ 1,8 bilhão, disse ontem, seu vice-presidente de operações de atacado, Marcelo Viena, apesar da incerteza que tomou conta do mercado financeiro na segunda-feira, após a rejeição do pacote de socorro ao sistema financeiro norte-americano. Os recursos serão usados na expansão da rede com mais 80 a 90 lojas no próximo ano no País. Desse total programado para 2009, mais de dez lojas serão da bandeira Maxxi Atacado, disse Viena. Em 2008, dez unidades do Maxxi serão inauguradas, expandindo a bandeira para outras regiões fora dos Estados do Sul. O Walmart tem 15 lojas Maxxi, sendo 13, na Região Sul, e duas inauguradas recentemente em Salvador/BA e Lauro de Freitas/BA. Além das duas novas na Bahia, a bandeira terá mais oito lojas em 2008, nas cidades de Salvador/BA, Fortaleza/CE, Campo Grande/MS, Londrina/PR, Pelotas/RS, Diadema/SP, Taboão da Serra/SP e São Paulo/SP. O Walmart não divulga a participação do Maxxi em seu faturamento. O investimento em cada unidade Maxxi pode variar entre R$ 15 milhões e R$ 30 milhões, de acordo com o tamanho da loja. O perfil de consumidor pertence principalmente, às classes C e D, além de pequenos comerciantes. O vice-presidente do Maxxi, Luiz Martinelli, disse que 70% das vendas são
feitas para pessoas jurídicas. Questionado sobre as dificuldades de crédito decorrentes da crise financeira nos EUA, Viena observou que mais de 90% dos clientes, pessoa jurídica, são pequenos comerciantes que pagam à vista pelas compras. O crédito é importante para o cliente de porte médio, comentou ele. O Walmart tem 323 lojas no Brasil de várias bandeiras de hipermercados (como Supercenter e BIG), supermercados (como Bompreço e Nacional), atacado (Maxxi) e clube de compras (SAM'S Club). Em 2007, a rede faturou R$ 15 bilhões, com aumento de 16,2% ante 2006.


Jornal "The New York Sun" fecha por problemas financeiros

O jornal "The New York Sun", criado há seis anos com a pretensão de ser uma alternativa ao "The New York Times", publicou, nessa terça-feira, sua última edição antes de fechar por problemas financeiros. O diretor do periódico, Seth Lipsky, informou em uma nota dirigida aos funcionários que os esforços para assegurar o financiamento que teria permitido sua sobrevivência haviam fracassado. Ele indicou que a decisão de fechar ocorreu após "uma séria avaliação das possibilidades de atingir a meta de ser uma publicação que produza benefícios em um futuro próximo". "Entre outros problemas está o fato de que esse mês foi um dos piores em um século, enquanto tentávamos conseguir capital", acrescentou, referindo-se à crise financeira. O último número do jornal foi publicado exatamente, um dia depois de a Bolsa de Nova York ter sofrido a maior queda em pontos de sua história (777,68 pontos), e sua maior baixa percentual desde os atentados de 11/9 de 2001 (6,98%). O desempenho do mercado de capitais foi reflexo da decisão da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, que rejeitou o plano de resgate financeiro elaborado por Washington. O "The New York Sun" entrou em circulação pela primeira vez em abril de 2002 como uma alternativa conservadora ao "The New York Times". Sua circulação havia caído para cerca de 14.000 exemplares vendidos. O prefeito da cidade, Michael Bloomberg, lamentou em um comunicado o fim do jornal. "Em uma cidade saturada de cobertura jornalística", disse Bloomberg, "o Sun brilhou com fulgor, embora brevemente". (Efe e France Presse, de Nova York)


Bristol-Myers fecha contrato de US$ 550 milhões com a Accenture

Seguindo uma tendência apontada por analistas, a Accenture anunciou, na terça-feira, 30/9, a assinatura de um contrato no valor de 550 milhões de dólares, válido por dez anos, com a farmacêutica Bristol-Myers Squibb. O acordo prevê a oferta de serviços financeiros, além do desenvolvimento e manutenção de aplicações. Em 2004, as duas empresas haviam acordado um contrato de outsourcing. A Accenture prestará os serviços para as subsidiárias da Bristol-Myers Squibb nas Américas, Ásia, África, Europa e Oriente Médio, em 22 línguas, a partir de sua rede de entrega global, que inclui mais de 50 delivery centers, em cinco continentes. O contrato prevê suporte total aos serviços financeiros e de TI da Bristol-Myers Squibb, com o objetivo de garantir a redução de gastos operacionais e aumentar flexibilidade. Em comunicado divulgado à imprensa, Paul Von Autenried, vice-presidente e CIO da companhia, disse que o acordo vai criar times capacitados para melhorar a produtividade e apoiar a estratégia de transformação para a nova geração da indústria farmacêutica.

EverMobile e RIM fecham parceria para desenvolvimento conjunto

Para aumentar o alcance de seus serviços, a EverMobile anunciou, nessa terça-feira, 30/9, uma parceria de negócios com a RIM - Research In Motion -, fabricante do smartphone BlackBerry. A partir do acordo, os usuários dos aparelhos terão acesso ao serviço de Mobile Banking da EverMobile em toda América Latina. Em comunicado divulgado à imprensa, Raul Pavão, diretor de marketing da EverMobile, disse que a RIM/BlackBerry possui uma base de mais de 16 milhões de usuários em todo mundo, sendo a maioria do mercado empresarial. Para a RIM, a parceria marca a ampliação da oferta aos seus clientes. No comunicado, as empresas disseram estar em negociação para implementar a solução em uma instituição financeira do Brasil. A previsão é de que até o fim do ano, o serviço esteja em funcionamento. Segundo a RIM, são adicionados mais de dois milhões de usuários de smartphones BlackBerry a cada trimestre. Segundo as duas empresas, até 2011, 816 milhões de consumidores acessarão serviços bancários e produtos por meio de seus celulares, ou dez vezes a mais que a
quantidade de usuários desses serviços em 2007. De acordo com estudo do Juniper Research, as
instituições financeiras aumentam a variedade de produtos entregues no ambiente móvel, inclusive os serviços de informações financeiras, transferência de fundos, pagamento de contas, gerenciamento de conta e serviços.


CEO do Walmart será keynote speaker na NRF 2009
H. Lee Scott, CEO do Walmart, maior varejista do mundo, será um dos destaques da edição 2009 da Convenção Anual da NRF, que acontece em janeiro em Nova York. Em sua apresentação, Scott falará sobre o compromisso da empresa em sustentabilidade e sobre a construção de uma cadeia de suprimentos mais “verde”. Nos últimos anos, o Walmart se transformou de uma das empresas mais criticadas dos EUA (por conta de seu efeito no pequeno varejo), para uma das mais admiradas do mercado (devido ao seu esforço em atenuar seu impacto ambiental). A Gouvêa de Souza & MD está preparando uma comitiva para ir ao NRF 2009, o maior evento de varejo do mundo. O programa de benchmarking da GS&MD conta com visitas técnicas antes e depois da NRF 2009, em Nova York e Washington, com consultores internacionais; exclusivas sessões wrap-up em que as lições do mercado americano são estudadas; e uma série de oportunidades de networking com a nata do varejo brasileiro.


Setor financeiro e créditos na pauta da Amcham-Porto Alegre
O presidente do Banrisul - Banco do Estado do Rio Grande do Sul -, Fernando Lemos, falará para empresários da Amcham-Porto Alegre - Câmara Americana de Comércio -, na sexta-feira, dia 03/10, a partir das 8h30min, no Amcham Business Center. Durante o Comitê de Finanças da entidade, Lemos abordará aspectos do setor financeiro brasileiro, crédito no Brasil e discorrerá sobre a visão do banco a respeito da crise financeira. Em 2007, o Banrisul registrou lucro líquido de R$ 916,4 milhões, 153,4% superior ao resultado de 2006. O patrimônio líquido do Banrisul atingiu R$ 2.792,0 milhões no final de 2007, apresentando um crescimento de 115,6% no período de 12 meses. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio alcançou 44,8%, no final do exercício. A instituição possui 8.820 empregados, está presente em quase 80% dos municípios gaúchos, possui 419 agências, 278 postos de atendimento e 2,9 milhões de clientes.


Querosene de aviação sobe 8,63% a partir de hoje
O querosene de aviação (QAV) será reajustado em 8,63% a partir de amanhã, informou ontem o Snea - Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias. No ano, o preço do combustível dos aviões acumula alta de 27%. O reajuste do QAV é determinado mensalmente pela Petrobras. A última variação, fixada em 1º de setembro, foi negativa em 14,17%. O combustível dos aviões responde, em média, por cerca de 40% dos custos de uma companhia aérea.


S-10, diesel menos poluente, pode ser adotado em 2012
A Conama - Câmara de Assuntos Jurídicos do Conselho Nacional do Meio Ambiente - aprovou ontem, o texto da resolução que antecipa a próxima fase do Proconve - Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores - para veículos pesados. A proposta é que a adoção do S-10, diesel que é cinco vezes menos poluente que o S-50, seja antecipada de 2016 para 2012. O texto agora deverá ser submetido à análise do plenário do Conama. O diesel S-50 deverá ser colocado no mercado já no dia 1º de janeiro de 2009, como determina a Resolução 315 do Conama e confirmada no último dia 16, pela 19ª Vara Cível Federal de São Paulo. O combustível S-10 é a próxima etapa do Proconve, que determina a redução do enxofre no combustível. Hoje, dois tipos de diesel, altamente poluentes, alimentam as frotas de caminhões e ônibus: as regiões metropolitanas recebem o combustível com 500 ppm (S-500) e o interior, com 2.000 ppm (S-2000). Na Europa, o limite será de 10 ppm, a partir de 2009. (Agência Estado)


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BASTIDOR


- Presidente da Unilever visita Usina Cruz Alta. O presidente mundial da empresa anglo-holandesa Unilever, Patrick Cescau, visitou, na semana passada, a Usina Cruz Alta, da Açúcar Guarani, em Olímpia/SP. O executivo, acompanhado por oito diretores seniores do grupo, conheceu o processo produtivo do etanol, além dos padrões de qualidade e sustentabilidade sócio-ambiental da unidade. Cescau, que trabalha na Unilever há 35 anos, vai deixar o cargo no final do ano. O vice-presidente da Nestlé, Paul Polman, foi anunciado como seu sucessor. O Futuro CEO estava na Nestlé desde 2006, e já havia trabalhado na Procter & Gamble durante 26 anos. Lá, ele foi o presidente do grupo na Europa, de 2001 a 2005. A Guarani e seu grupo controlador francês Tereos, são fornecedores de açúcar para a Unilever. A empresa foi fundada na Inglaterra do século XIX, e atua no Brasil há 80 anos. É conhecida por abrigar em seu portfólio centenas de marcas consagradas, como Hellman`s, Knorr, Maizena, entre outras.


- Magazine Luiza supera meta em 30% em São Paulo.O Magazine Luiza, que abriu na semana passada 44 lojas na Grande São Paulo, alcançou nesse início de operação, vendas 30% acima das expectativas da rede. A empresa, terceira maior varejista de eletroeletrônicos e móveis do país, pretende chegar nesse ano, a um faturamento da ordem de R$ 3,4 bilhões.


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MERCADOS de Ações & Futuros

(Informações: Dow Jones, Bovespa e Reuters)


Bovespa cai 11% e tem o pior mês, desde abril de 2004
O pânico que tomou conta dos negócios ontem foi substituído hoje por uma trégua, favorecida pela percepção de que, apesar de ter sido vetado ontem, o pacote de socorro ao sistema financeiro norte-americano vai acabar sendo aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos. Não o que foi à votação na segunda-feira, mas uma proposta que está sendo negociada entre governo e parlamentares. Com isso, os investidores patrocinaram uma correção técnica que levou a Bovespa - Bolsa de Valores de São Paulo - a superar 7% de ganhos. A alta, no entanto, foi insuficiente para impedir que as perdas em setembro fossem as maiores desde abril de 2004.

- O índice Bovespa terminou a sessão em alta de 7,63%, aos 49.541,27 pontos, na máxima
pontuação do dia. Na mínima de ontem ficou estável, a 46.026 pontos. No mês, o Ibovespa acumulou baixa de 11,03%, a maior perda desde os 11,44% de abril de 2004. Foi o quarto mês consecutivo de baixa, o que significa dizer que a Bovespa acumula no ano, até setembro, uma retração de 22,45%. O giro financeiro totalizou ontem R$ 4,874 bilhões.

Análise - Os analistas também passaram a considerar que os bancos centrais globais cortar suas taxas de juros para tentar injetar ânimo no sistema. E, se isso realmente acontecer, a demanda volta a crescer. Com isso, o petróleo subiu. Na Nymex - Bolsa Mercantil de Nova York -, o contrato com vencimento em novembro avançou 4,43%, para US$ 100,64 por barril. No Brasil, Petrobras ON subiu 6,89% ontem, mas fechou o mês com perda de 1,03%. Petrobras PN avançou 7,18% ontem, e subiu 0,57% em setembro, Vale ON valorizou 8,14% ontem, mas caiu 15,92% no mês, Vale PNA ganhou 7,95% ontem, mas cedeu 13,92% no mês. BM&FBovespa liderou os ganhos do Ibovespa ao subir 17,08% ontem, mas perdeu 31,67% em setembro.


Dólar fecha setembro a R$ 1,90, alta de 16,47% no mês
A terça-feira foi de correção no mercado cambial brasileiro, com queda expressiva do dólar após a disparada de ontem. O dólar comercial fechou em baixa de 3,30% a R$ 1,902. Durante as egociações, chegou à mínima de R$ 1,895 e na máxima do dia foi negociado a R$ 1,939. Ontem o dólar comercial tinha subido 6,15% a R$ 1,967.


- Na BM&F - Bolsa de Mercadorias & Futuros -, o dólar negociado nos contratos de liquidação à vista encerrou o pregão de ontem cotado a R$ 1,904, em baixa de 3,15%. De acordo com informações do mercado, o volume de negócios somava cerca de R$ 4 bilhões por volta das 16h30min.

Análise - No mês de setembro, o dólar comercial registrou valorização de 16,47% - em 29/8 passado, último dia útil, o dólar estava no nível de R$ 1,633. As operações no mercado de câmbio brasileiro descolaram-se do movimento externo do dólar, onde a divisa manteve firme apreciação ante o euro e o iene. Às 17h10min, o euro cedia a US$ 1,4073, queda de 2%. Em relação ao real, o euro fechou cotado ontem a R$ 2,679, em queda de 5,80%. Mas no acumulado de setembro, o euro subiu 11,81% em relação ao real.


Bolsa de Nova York tem a maior alta desde julho de 2002
O mercado norte-americano de ações fechou em alta forte, com os principais índices recuperando cerca de dois terços das perdas de ontem. No caso dos índices Dow Jones e S&P-500, a alta de hoje foi a maior desde 26 de julho de 2002, tanto em pontos como em termos percentuais. Em pontos, a alta do Dow foi a terceira maior de todos os tempos em um único dia. O avanço foi liderado pelas ações do setor financeiro, que subiram devido à esperança de que o Congresso dos EUA aprove um plano de socorro para o setor.

Análise - O movimento de alta acelerou-se à tarde, quando circularam informes de que a Securities and Exchange Comission (SEC, a comissão de valores mobiliários americana) estaria estudando a possibilidade de revogar a regra da marcação a mercado, que levou os bancos a registrarem em seus balanços bilhões de dólares em perdas, de modo a admitir o valor estimado dos títulos hipotecários em suas carteiras. Depois do fechamento do mercado, a SEC e o Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (FASB, na sigla em inglês,) disseram que vão emitir novas normas sobre isso.

Cenário - Das 30 componentes do Dow, 29 ações fecharam em alta (a exceção foi Caterpillar, com baixa de 0,48%). Os destaques foram Bank of America (+15,70%), Citigroup (+15,55%), JPMorgan Chase (+13,90%), General Motors (+11,05%) e General Electric (+10,39%). As ações do banco Wachovia, que haviam caído 81,60% ontem, subiram 90,22% hoje. As ações do setor de petróleo também subiram em reação à recuperação dos preços do produto (ExxonMobil +4,86%, Chevron +6,43%).

- O índice Dow Jones fechou em alta de 485,21 pontos (4,68%), em 10.850,66 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 98,60 pontos (4,97%), em 2.082,33 pontos. O S&P-500 subiu 58,35 pontos (5,27%), para fechar em 1.164,74 pontos. No mês de setembro, o Dow Jones acumulou uma queda
de 6%, o Nasdaq, uma perda de 12,05% e o S&P-500, uma baixa de 9,21%. No terceiro trimestre, o Dow Jones caiu 4,40%, o Nasdaq recuou 9,19% e o S&P-500 perdeu 9%. Desde o começo de 2008, o Dow acumula uma queda de 18,20%, o Nasdaq, uma baixa de 21,49% e o S&P-500, uma baixa de 20,68%.

ERRO DA BOLSA - Nasdaq reajusta ações do Google para US$ 400,52
O Nasdaq Stock Market informou que o preço de fechamento das ações do Google Inc foi ajustado para US$ 400,52, depois que "operações erradas" no final da sessão de ontem, levaram a uma queda de mais de 16% das ações da empresa em cerca de dois minutos. Um porta-voz do Nasdaq afirmou que a bolsa continua a investigar o assunto. "Os participantes devem rever suas negociações no mercado para identificar possíveis operações erradas e requerer a adjudicação", informa a Bolsa Nasdaq em um comunicado. Representantes do Google não comentaram a questão. As ações do Google fecharam perto da mínima em dois anos, em US$ 341,39, com uma baixa de 10%, depois de cair mais de 16% no final da sessão. Nas transações do after-hours do mercado norte-americano, as ações do Google registravam uma acentuada recuperação para acima de US$ 400,00. Os papéis da empresa têm sido pressionados nas últimas semanas, por conta das preocupações em torno da estabilidade do mercado de anúncios online, prejudicado pelo enfraquecimento da economia mundial. Ontem, porém, a forte queda das ações não parece ter sido provocada por nenhum fundamento. (Agência Dow Jones, São Francisco/EUA)


Bolsas européias sobem com expectativa por novo pacote nos EUA

As principais bolsas européias encerraram o pregão de ontem em alta, com investidores retornando ao mercado para compras de papéis barateados após a derrocada de segunda-feira, confiantes na possibilidade de um pacote revisado de auxílio financeiro nos EUA ser aprovado em breve pelos congressistas do país.

Análise - "O declínio dos mercados não dura para sempre e esse é um ótimo momento para começar a comprar", disse o investidor Mark Mobius, diretor-executivo da Templeton Asset Management. "Temos sorte agora que podemos optar por ações que não poderíamos comprar anteriormente." No Reino Unido, a varejista Tesco divulgou lucro e volume de vendas significativos no primeiro semestre, além de um prognóstico otimista para a companhia. As ações avançaram 4,79% em Londres. A rede de varejo sueca Hennes & Mauritz também divulgou um aumento de 5% nos lucros do terceiro trimestre, mas o crescimento ficou abaixo da expectativa dos investidores. As ações recuaram 9,74% em Estocolmo. Grande parte dos papéis de bancos na Europa encerraram em alta, impulsionados pelo auxílio rápido dos governos de diversos países às instituições financeiras problemáticas e também, pela expectativa de alguns investidores de cortes nas taxas de juros de bancos centrais.

Cenário - O banco franco-belga Dexia receberá 6,4 bilhões de euros (US$ 9 bilhões) dos governos da Bélgica, França e Luxemburgo. A notícia restaurou a confiança nas ações da instituição, que avançaram 4,47% em Paris. Em Dublin, o governo tomou uma medida sem precedentes para proteger o sistema bancário irlandês por dois anos, garantindo todos os depósitos, bônus cobertos, dívidas privilegiadas e títulos subordinados até 400 bilhões de euros, valor muito maior do que o PIB - Produto Interno Bruto - do país, estimado em aproximadamente, 190 bilhões de euros. O Anglo Irish Bank subiu 67% e o Allied Irish Bank avançou 18%. O Bank of Ireland encerrou em alta de 21%. No entanto, as ações do RBS - Royal Bank of Scotland - perderam o bonde da alta nas ações do setor e recuaram 1,1%, com investidores preocupados com os ativos do ABN Amro, que integram o consórcio que incluía o banco Fortis, nas mãos do RBS.

- Em Londres, o índice FTSE 100 subiu 1,74%, para 4.902,50 pontos. Em setembro, no entanto,
houve queda de 13,02%. No trimestre, o índice acumulou perdas de 12,85%. O HSBC subiu 4,16%,
enquanto o HBOS recuou 13,80%.

- A Bolsa italiana teve baixa de 0,56%, com 19.512.

- Bolsa de Zurique avançou, subindo 2,38% e fechando com 6.654,89 pontos.

- Na Bolsa de Paris, o índice CAC-40 terminou em alta de 1,99%, para 4.032,10. Em setembro,
houve queda de 10,04%. No trimestre, o índice acumulou perdas de 9,08%. Entre os bancos e
seguradoras, a Axa avançou 6,24%, o Crédit Agricole 3,12% e o Société Générale 1,85%.

- Em Frankfurt, o índice DAX avançou 0,41%, para 5831,02 pontos. Em setembro, houve queda de 9,20%. No trimestre, o índice acumulou perdas de 9,15%. As ações da Hypo Real Estate subiram
17,90% e as da Infineon 6,97%, recuperando-se do declínio dramático da sessão de ontem. O
Commerzbank caiu 5,02%, pressionada por temores sobre a unidade Eurohypo do banco, segundo
traders.

- O índice IBEX-35, da Bolsa de Madri, avançou 0,38%, para 10.987,50 pontos. Em setembro,
houve queda de 6,14%. No trimestre, o índice acumulou perdas de 8,78%. O Bankinter registrou alta de 5,29%, a maior da sessão, seguido pela Acerinox, que subiu 4,75%, e pela Mapfre, que avançou 4,07%.

Rejeição a plano dos EUA derruba Bolsas asiáticas
A rejeição do plano de socorro de US$ 700 bilhões ao setor financeiro norte-americano, pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, derrubou os mercados asiáticos. A queda, contudo, não foi tão acentuada, em termos percentuais, como a ocorrida em Wall Street e nas bolsas européias e sul-americanas. Alguns mercados tiveram influência dos compradores de ofertas. Hong Kong também seguiu a tendência de forte queda em um primeiro momento, para posteriormente, fechar em alta. Os mercados da China estão fechados por feriado e só retomarão as atividades em 6 de outubro. Também é feriado na Indonésia.

- A Bolsa de Hong Kong chegou a cair mais de 1.000 pontos na abertura do mercado, com a surpreendente decisão do Legislativo dos EUA. Durante o pregão, contudo, a presença de investidores em busca de ofertas começou a parar as perdas e levou as ações ao território positivo na última hora de sessão. O índice Hang Seng ganhou 135,53 pontos, ou 0,76%, e terminou aos 18.016,21 pontos.

- A Bolsa de Taipé, em Taiwan, apresentou baixa pelo quarto pregão seguido. O índice Taiwan Weighted perdeu 3,6% e encerrou aos 5.719,28 pontos.

- Na Coréia do Sul, a procura por ações baratas interrompeu a queda da Bolsa de Seul e o índice Kospi encerrou o pregão com perda de apenas 0,6%, aos 1.448,06 pontos.

- A Bolsa de Manila, nas Filipinas, fechou em baixa. O índice PSE Composto caiu 1,5% e encerrou aos 2.569,65 pontos, em recuperação após atingir a mínima de 2.447,19 pontos.

- Já a Bolsa de Sydney, na Austrália, encerrou em forte declínio. O índice S&P/ASX 200 caiu 4,3% e fechou aos 4.600,5 pontos.

- A Bolsa de Cingapura terminou estável em uma sessão volátil, com o mercado recuperando boa
parte de sua perda devido a procura por pechinchas. O índice Straits Times cedeu 0,1% e fechou aos 2.358,91 pontos. O mercado tailandês teve baixa, afetado pelos EUA, mas compras de papéis baratos e compras para melhoria de carteira.

- O índice SET da Bolsa de Bangcoc caiu 0,8% e fechou aos 596,54 pontos. O mercado malaio
recuperou as perdas do começo da sessão para encerrar quase estável.

- O índice composto de cem blue chips da Bolsa de Kuala Lumpur teve baixa de 0,1% e fechou aos 1.018,68 pontos.


Petróleo fecha a US$ 100,64 e recupera parte das perdas da véspera

Os preços do petróleo recuperaram, nessa terça-feira, parte do terreno perdido na véspera, quando chegou a perder mais de US$ 10 em Nova York. A cotação avançou e superou ontem, a barreira dos US$ 100 em meio a um mercado com dúvidas sobre as perspectivas da oferta e da demanda.

- Na Nymex - Bolsa Mercantil de Nova York -, os contratos para entrega em novembro
terminaram aos US$ 100,64
, em alta de 4,43% em relação ao fechamento de ontem (US$ 96,37, um decréscimo de 9,84%).

- Em Londres, o barril do Brent para entrega em novembro recuperou US$ 4,19, fechando em US$ 98,17. "A recuperação do mercado observada desde a abertura em Londres, pode ser interpretada como um reconhecimento do preço, em um mercado em que as vendas eram exageradas, caso esses níveis se mantenham", disse John Kilduff, de MFGlobal.


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ÍNDICES ECONÔMICOS

(Informações da FGV, IBGE, Fipe e Dieese)


Confiança da indústria é a menor em 4 meses
O ICI - Índice de Confiança da Indústria -, indicador-síntese da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, caiu 2,2% em setembro ante agosto, passando de 123 pontos no mês passado para 120,3 pontos esse mês, informou ontem, a FGV - Fundação Getúlio Vargas. O ICI é um indicador que utiliza para cálculo uma escala que vai de 0 a 200 pontos, sendo que o resultado do índice é de queda ou de elevação, se a pontuação total das respostas fica abaixo ou acima de 100 pontos, respectivamente. Em comunicado, a FGV informou que "embora se mantenha em patamar elevado histórico, esse é o menor índice dos últimos quatro meses, sinalizando uma diminuição do ritmo de atividade industrial em setembro". A fundação também revisou o ICI referente ao mês passado. Em agosto, a FGV anunciou alta de 1,1% para o índice - mas no comunicado anunciado ontem, a instituição informou que houve alta de 0,9% para o desempenho do mês passado. Na comparação com setembro do ano passado, o ICI registrou queda de 1,9%. O ICI é composto por dois indicadores. O primeiro é o ISA - Índice da Situação Atual -, que caiu 0,9% em setembro, ante estabilidade (0%) em agosto. O segundo componente do ICI é o Índice de Expectativas, que apresentou queda de 3,5% em setembro, ante alta de 2,3% em agosto. Na comparação com setembro do ano passado, houve queda de 2,5% para o índice de Situação Atual e taxa negativa de 1,1% para o indicador de Expectativas. Para a FGV, a avaliação de nível de estoques excessivos, e maior cautela em contratações, influenciou a queda do ICI em setembro. Em comunicado, a fundação esclarece que, dos quesitos integrantes do índice de confiança que retratam o momento atual, destaca-se a tendência ao aumento dos níveis de estoques industriais em setembro. "A proporção de empresas que consideram o nível atual de estoques como insuficiente foi de apenas 2%, enquanto a parcela das que o avaliam como excessivo ficou em 5%. A diferença negativa de três pontos percentuais na freqüência relativa dessas opções extremas de resposta, é a menor desde fevereiro de 2007", informou a fundação, em comunicado. O levantamento para cálculo do índice foi entre os dias 1º e 25 desse mês, em uma amostra de 1.042 empresas informantes.

Nuci

O Nuci - Nível de Utilização de Capacidade Instalada - da indústria, sem ajuste sazonal, atingiu o nível de 86,4% em setembro, o menor desde julho desse ano, quando atingiu 86,1%, segundo a FGV. A entidade atualizou resultados recentes de nível de capacidade instalada. Em comunicado, a fundação esclarece que, no mês passado, o Nuci, sem ajuste, registrou resultado de 86,6% - embora tenha anunciado em agosto, resultado de 86,5% para o Nuci daquele mês. Emprego Ainda de acordo com a FGV, em relação ao emprego industrial, as empresas prevêem continuar contratando, mas se mostram mais cautelosas. No total de 1.042 empresas consultadas, 32% estimam aumento do contingente de mão-de-obra nos próximos três meses e 6%, aguardam redução no nível de contratações. Em setembro de 2007, os percentuais para essas respostas haviam sido, respectivamente, de 37% e 7%.


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ESPECIAL


Saiba quem é quem na crise nos EUA

Entre os principais personagens da crise financeira que atinge os EUA e afetam o resto do mundo, estão os homens fortes da maior economia do planeta - Henry Paulson e Ben Bernanke - e uma série de instituições financeiras que quebraram ou foram socorridas pelo governo. Saiba quem é quem:

Quem Fala

Henry Paulson - Secretário do Tesouro dos Estados Unidos - no Brasil corresponderia ao ministro da Fazenda. Dirige o órgão responsável por dar as diretrizes de regulação da economia americana. Foi nomeado secretário em 2006, em sucessão a John Snow, quando enfrentou oposição dos republicanos por, no passado, ter se ligado aos democratas.

Chris Dodd - Senador e presidente do Comitê bancário do Senado, órgão que examina e discute as regulamentações do setor bancário nos EUA. Foi eleito ao Senado pela primeira vez em 1980, se reelegendo em 1986, 1992, 1998 e 2004.

Ben Bernanke - Presidente do Fed - Federal Reserve -, o banco central dos Estados Unidos. Ao lado de Paulson, é um dos responsáveis pela criação do pacote de US$ 700 bilhões para resgatar as instituições financeiras com problemas, e principais conselheiros de George Bush. Sucedeu Alan Greenspan em 2006, nome que até hoje é referência para o mercado.

Nancy Pelosi - Presidente da Câmara dos Representantes nos EUA, o equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil. É uma das principais articuladoras para a aprovação do plano de US$ 700 bilhões. Antes de se tornar presidente da Casa - trata-se da primeira mulher a ocupar o posto -, foi líder da minoria democrata entre 2003 e 2007.

Steny H. Hoyer - Líder da maioria democrata na Câmara. É um dos envolvidos nas negociações da Casa para a aprovação do pacote de resgate. É um dos que defendem que o pacote tenha ecanismos de ajuda não só aos bancos, mas aos americanos que possuem dívidas hipotecárias. Foi eleito pela primeira vez em 1966, para uma cadeira no legislativo de Maryland.

Harry Reid - Líder da maioria democrata do Senado. É um dos envolvidos nas negociações da Casa para a aprovação do pacote de resgate.

John Boehner - Líder da minoria republicana na Câmara. É um dos envolvidos nas negociações da Casa para a aprovação do pacote de resgate que passou a integrar o barco dos rebeldes ao pacote por pressão política. Também defende um mecanismo que ajude os devedores de hipotecas a pagar suas dívidas.

Os Bancos envolvidos:

Bear Stearns - Foi vendido, em março, ao JPMorgan Chase, em operação coordenada pelo Fed.

Fannie Mae e Freddie Mac - No início de setembro, o governo americano resgatou as duas maiores financiadoras de hipotecas do país, em um acordo que poderá custar até US$ 200 bilhões aos contribuintes do país.

Lehman Brothers - Pediu concordata em setembro, depois que, sem ajuda federal, não conseguiu
fechar a sua venda para nenhuma instituição. Parte dos seus ativos foi vendida ao britânico Barclays.

Merrill Lynch - Acertou a sua venda para o Bank of America, por US$ 50 bilhões.

Goldman Sachs e Morgan Stanley - Dois dos grandes bancos de investimentos que sobraram nos
EUA. Foram autorizados pelo Fed a se tornarem bancos comerciais.

Washington Mutual - Na maior falência de um banco americano, ele foi fechado pela FDIC (o órgão garantidor de contas bancárias), e a maior parte das suas operações vendida ao JPMorgan Chase por US$ 1,9 bilhão.

Wachovia - O sexto maior banco dos EUA foi negociado para o Citigroup por cerca de US$ 2,2 bilhões. Fortis - Os governos de Holanda, Bélgica e Luxemburgo injetaram US$ 16,4 bilhões no banco, recebendo em troca 49% das ações nos braços nacionais da instituição.

Bradford & Bingley - O Reino Unido nacionalizou a financiadora de hipotecas, que teve parte das operações assumida pelo Santander.

Hypo Real Estate - A instituição alemã, também do crédito imobiliário, obteve US$ 51 bilhões do governo e de um consórcio de bancos. Glitnir - Na Islândia, o governo comprou 75% do terceiro banco local por cerca de US$ 900 milhões.

E o Brasil?

Perguntas e respostas sobre como fica o País na crise dos EUA

A expectativa de aprovação do pacote de US$ 700 bilhões para o salvamento dos bancos dos EUA não se confirmou, e os mercados financeiros entraram em colapso nessa semana. O impasse deve se prolongar, pelo menos, até quinta-feira, quando a Câmara dos Representantes deve voltar a se reunir.

Os bancos brasileiros estão em risco? Segundo eles, não. Os bancos nacionais afirmam que não
compraram os títulos lastreados em hipotecas. No entanto, começam a sofrer com a dificuldade de captar recursos no exterior, o que deve fazer os empréstimos ficarem mais caros e mais difíceis no Brasil. As instituições de médio e pequeno porte já tiveram ajuda de liquidez do governo.

O que o investidor no mercado financeiro brasileiro deve fazer nesse momento? Aguardar uma
melhor definição do cenário. Agir por desespero pode aumentar as perdas.

No longo prazo, a Bovespa vai se recuperar? É difícil prever. Os especialistas dizem que sim, pois a economia brasileira se encontra em condições melhores para enfrentar esse tipo de turbulência. No curto prazo, o mercado acionário vai continuar agitado, com oscilações bruscas.

Quem vai viajar para o exterior no final do ano deve comprar dólares? Os analistas sugerem que o turista possa começar a comprar a moeda americana aos poucos, para se proteger de novas elevações. Baixas não estão descartadas, porém, a depender da velocidade em que a crise for resolvida.

Como o Brasil não vai ser afetado pela crise? Deve sofrer menos do que em crises externas anteriores. As conseqüências serão sentidas de três formas principais:

- Como os bancos terão mais dificuldade em captar dinheiro, as condições para empréstimos no mercado interno vão piorar, atingindo tanto empresas quanto pessoas físicas. A expansão do crédito foi importante no crescimento do país nos últimos meses, deve haver alguma desaceleração do PIB.

- As exportações devem cair porque os países compradores também estão se desaquecendo.

- O dólar mais caro encarece os importados, o que pressiona a inflação e reduz o poder de compra.

O que pode acontecer agora? Os mercados devem continuar bastante negativos até que o plano de US$ 700 bilhões seja reapresentado e aprovado, ou até que o governo americano apresente outra solução. Alguns analistas acham que isso não deve acontecer nessa semana.

Comprar os títulos problemáticos é a melhor saída? Segundo os especialistas, sim, porque recuperaria a credibilidade do sistema. Atualmente, os bancos não querem emprestar com medo de que títulos problemáticos estejam escondidos. Se o governo os recolher, a confiança começa a ser restabelecida. Uma intervenção do gênero já foi empregada nos EUA, com sucesso, na década de 80.

Quais são as alternativas? O governo americano continuar resolvendo a situação dos bancos caso a caso. Mas os receios para emprestar persistiriam, paralisando a economia.


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MERCADO FINANCEIRO


Valor de mercado de bancos brasileiros cai US$ 111 bilhões

Embora estejam mais sólidos e capitalizados, os bancos brasileiros foram castigados pela tempestade financeira que assolou o mundo nas últimas semanas. Ontem, com o pânico instalado nas bolsas mundiais, o valor de mercado das instituições nacionais atingiu o menor nível desde 2006. De maio (pico de alta) até agora, o preço dos bancos recuou US$ 111 bilhões, para US$ 149 bilhões, segundo levantamento da consultoria Economática. Os bancos que mais sofreram com o mau humor dos investidores foram os de pequeno e médio porte, que fizeram lançamento de ações recentemente. O valor de mercado do Banco Cruzeiro do Sul, por exemplo, recuou 81,6% em relação ao pico de alta - de US$ 1.578 bilhões para US$ 290 milhões. A segunda maior queda conforme o levantamento, foi verificada no Pine, cujo preço de mercado caiu 76,9% - de US$ 1,183 bilhão para US$ 273 milhões. Para o professor de finanças do Ibmec São Paulo, Domingos Pandeló, bancos médios devem sentir mais os efeitos da crise internacional que os grandes. A explicação está na diversificação das operações. “Os bancos médios têm maior concentração na captação de recursos, o que traz mais volatilidade.” Entre as grandes instituições, o Unibanco teve a maior queda no valor de mercado, de 58%. De qualquer forma, o movimento não reflete a solidez do sistema bancário nacional, explicam
especialistas. "As experiências do passado, como a quebra de bancos na década de 90 e a derrocada do Banco Santos, fortaleceram os bancos privados. Hoje, eles estão mais capitalizados e menos alavancados", afirmou o presidente da consultoria EFC, Carlos Coradi.


Banco da China é autorizado a operar no Brasil após um ano de espera

O Banco da China recebeu ontem, sinal verde para poder iniciar suas operações no Brasil. O pedido para entrar no país vinha sendo analisado desde agosto do ano passado pelo Banco Central. O banco será uma subsidiária do Bank of China, a nona maior instituição financeira do mundo, uma estatal fundada em 1912. O principal objetivo do banco será oferecer crédito para financiar e ampliar o comércio bilateral entre Brasil e China. Serão financiadas empresas dos dois países que exportam ou
importam para o parceiro comercial. Essa será a primeira subsidiária do banco estatal chinês na América do Sul. Hoje, já há um escritório de representação em São Paulo, cidade escolhida para ser a sede do novo banco. A filial terá um capital inicial de US$ 60 milhões. O início das operações dependerá do tempo gasto para que o banco seja constituído. Isso pode ocorrer ainda nesse ano. Segundo o BC, mesmo com a crise financeira internacional, o banco mantém o interesse em operar no
país. O BC também negou que tenha havido demora na aprovação da autorização, pois 13 meses seria o tempo médio para esse tipo de análise.


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LOGÍSTICA & INFRAESTRUTURA


Presidente da Abinee fala sobre os custos de transporte nas exportações

O presidente da ABINEE, Humberto Barbato, participa, hoje, 1º de outubro, às 11h, em Brasília, do Seminário Transporte para o Comércio e a Integração Regional, promovido pela CNI - Confederação Nacional da Indústria - e o BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento. O encontro, que contará com diversos painéis e reunirá especialistas em transporte e integração, vai debater os impactos do custo de transporte no comércio exterior da América Latina e apontar soluções para os gargalos logísticos que afetam as exportações brasileiras. O presidente da ABINEE participará do painel “Custos de Transporte nas exportações brasileiras: como solucionar os gargalos?”, onde falará sobre como o problema atinge o setor de manufaturados.


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AGRONEGÓCIOS


Para Stephanes, produtos agrícolas seguram inflação

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou nessa segunda-feira, 29/9, durante a abertura do 3º Rural Tecnoshow, na Sociedade Rural do Paraná, em Londrina, que os produtos agrícolas sempre foram um item importante no controle da inflação. Para ele, a produção de alimentos será o último item a ser atingido pela crise econômica dos EUA. “A China, a Rússia e as populações pobres do Brasil, que passaram a comer mais, não vão deixar de consumir e comer menos”, comentou. Nos últimos anos, de acordo com o ministro, os índices que mais sobem são saúde, educação e serviços. A produção agrícola, por outro lado, “sempre segurou” a alta dos preços.A avaliação do ministro foi exposta na palestra “Agroinflação – Saídas e Perspectivas.” A abertura do Tecnoshow ainda com a cerimônia de assinatura da ordem de serviço da Rural Dinâmica Paraná, seguida por homenagem ao ex-presidente da SRP, Brazílio de Araújo Neto, pioneiro do conceito de exposições itinerantes para difusão de tecnologia. O presidente da SRP, Alexandre Lopes Kireeff, ressaltou que o tema agroinflação está
inserido numa questão maior, que é o abastecimento de alimentos. “Até por conta dos números
recentes divulgados pela FAO, que indicam que perto de 900 milhões de pessoas no mundo passam fome. E a difusão de tecnologia é o melhor caminho para aumentar a produção e combater esse problema”, alertou.


Brasil tem 10 milhões de toneladas de café em estoque

O número foi apurado por meio de pesquisa junto aos armazenadores cadastrados na Companhia
(indústrias, exportadores, cooperativas e outros), e teve como base a posição dos estoques em 31 de março desse ano, data convencionada como de "virada de safra", ou seja, término do ciclo comercial da safra 2007/2008 e início do período 2008/2009 (entrada dos novos estoques). Em decorrência de contatos feitos posteriormente a essa data, com armazenadores que não haviam respondido à pesquisa, e do recebimento de menos questionários que não chegaram à Conab em tempo, por causa da greve dos Correios à época, parte dos estoques não foram computados. Com o fim do movimento dos carteiros, a Conab deu início, em julho, à atualização dos dados com as informações que começaram a ser recepcionadas. Dessa forma, o estoque privado final de café, da safra 2007/08, foi corrigido para 12.503.032 sacas. As planilhas correspondentes a esse ciclo de produção serão substituídas, com as devidas alterações, na distribuição da origem dos estoques, cujos volumes poderão justificar mudanças no quadro de suprimentos, que não serão realizadas até que se obtenha os novos resultados do censo agropecuário, a ser divulgado em breve pelo IBGE.


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MERCADO DE TI

A expansão dos data centers

A SouthTech, especialista em serviços de Datacenter, comemora a expansão do setor com expectativa de crescimento de 40% em relação a 2007. A empresa, sediada em Porto Alegre/RS, iniciou suas atividades no princípio da disseminação da internet no meio empresarial do país. Hoje, tem um SuperDatacenter com 600 metros quadrados, que atende mais de 300 clientes. Especialista em serviços de Datacenter, a empresa comemora dez anos de serviços online e celebra garantindo que esse é o seu ano de expansão. Importante fator de crescimento do grupo foi a concessão de licença da Anatel, em 2007, que garantiu o direito de instalação e prestação de serviços pela utilização de redes próprias de fibra óptica e rádios digitais, permitindo a implantação da SouthTech Telecom. Outra conquista importante foi a consolidação no mercado internacional, ao selar com a Media Network Services, de Oslo/Noruega, a parceria para utilização do Servidor Dedicado Virtual. Além disso, a empresa investiu também na ampliação da atuação regional, com a compra de um provedor em Portão, expandindo as suas ações no Vale dos Sinos/RS. Focado na tendência mundial de expansão do mercado de Datacenter, a consultoria internacional IDC realizou estudo que aponta o fenômeno. Só no ano passado o setor apresentou crescimento de 6% em relação a 2006, a US$ 8,7 bilhões em receita. "O data center passa por mudanças sem precedentes, impulsionado por uma combinação de fatores capaz de fazer convergir todos os dados em tempo real", é o que afirma Lucinda Borovick, vice-presidente de pesquisas de redes e Datacenter da IDC. Para 2009 e os próximos anos, a consultoria prevê crescimento no mesmo ritmo, resultando em um faturamento de US$ 11,9 bilhões em 2012. Tais dados, segundo a IDC, representam um alerta para as empresas (sem vírgula), no sentido de que a área deve ser considerada parte estratégica. Confirmando essa previsão, a SouthTech, com a compra em setembro da carteira de clientes e da infra-estrutura de fornecimento de acesso à Internet da SPPS em Novo Hamburgo/RS, tem como objetivo triplicar o faturamento até o final de 2009, chegando a R$ 10 milhões, quando a área de telecomunicações gerará 80% do caixa da SouthTech. "Estamos investindo pesado em equipamentos, qualificação profissional e expansão geográfica, atingindo boa parte da região metropolitana. Ainda temos muito que plantar, mas certamente já estamos obtendo resultados significativos", entusiasma-se o diretor de operações da SouthTech, Carlos Eduardo Vianna.


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ANÁLISE SETORIAL


Brasil amplia a influência em foros internacionais
A política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiu seus resultados mais ambicionados - a conclusão da Rodada Doha e a cadeira permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU - Organização das Nações Unidas. No entanto, foi bastante eficaz na montagem de novos organismos internacionais e na proliferação de reuniões de cúpula e de chanceleres. Apenas nesse ano, Lula correu o mundo para comparecer a dez reuniões de chefes de Estado, sem contar os encontros com líderes da vizinhança sul-americana, como o que manterá hoje, em Manaus/AM, com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, do Equador, Rafael Correa e da Bolívia, Evo Morales. Entre outubro e o final de dezembro, Lula estará presente em mais duas cúpulas e será o anfitrião do encontro semestral dos presidentes do Mercosul e também da Cúpula da América Latina e do Caribe, em Salvador/BA. Desde sua posse, em 2003, novos movimentos foram percebidos na forma de o Itamaraty atuar na esfera multilateral. Na redondeza latino-americana, antigos agrupamentos caíram no ostracismo - especialmente os que davam ampla vazão às posições dos EUA - e foram suplantados por novas instituições. A OEA - Organização dos Estados Americanos -, apesar de sua estrutura institucional e de seus 60 anos de história, e o Grupo do Rio, criado em 1986, acabaram ofuscados pelas ações da recém-nascida Unasul - União Sul-americana de Nações. Em dezembro, Lula tentará lançar as bases de um projeto de integração econômico-comercial e de cooperação em diversas áreas, que envolverá toda a região. Em princípio, há chance de esse projeto consolidar-se como alternativa à Alca - Área de Livre Comércio das Américas -, cuja negociação foi enterrada pelo Brasil, Argentina e Venezuela, em 2005. Mas, conforme o receituário vigente no Itamaraty, sem as indesejadas pressões e os modelos dos EUA. O G-20, criado em 2003, como frente de países importadores e exportadores de alimentos nas negociações agrícolas da OMC - Organização Mundial do Comércio -, foi a maior expressão dessa política. Vetou a redução das ambições da Rodada Doha e apresentou-se como força coesa diante dos EUA e da União Européia. Mas, em julho, ruiu diante de um impasse interno sobre o grau de proteção agrícola promovido pela Índia, Indonésia e seus aliados. A Rodada naufragou junto. Na sua ânsia de influir nos foros de poder mundial, o Itamaraty aproveitou-se de organismos já existentes para amarrar novos agrupamentos. Do G-5 - grupo formado pela África do Sul, Brasil, China, Índia e México que tem sido convidado nos últimos anos para um "diálogo" nas
reuniões do G-8, as sete economias mais ricas e a Rússia - nasceram o Fórum Ibas - Brasil, Índia e África do Sul - e a cúpula dos Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. (Agência Estado)


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COMÉRCIO EXTERIOR


Grupo ministerial estuda linhas de crédito para exportador
O ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, informou ontem que um grupo de trabalho formado pelo Banco Central e os Ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, estão elaborando medidas para dar mais linhas de crédito ao exportador brasileiro que serão entregues ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na próxima semana. Segundo ele, o governo ainda não sabe quais serão essas medidas, mas quer trabalhar preventivamente para que, em um eventual agravamento da crise, já tenha instrumentos para atuar. Criatividade - Ao ser questionado quais poderiam ser essas medidas, Miguel Jorge citou a liberação de mais recursos para o PROEX - Programa de Crédito à Exportação -, mais linhas de ACC - Adiantamento sobre Contratos de Câmbio - e mesmo do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Ele destacou, contudo, que o governo precisa ser mais criativo. "Todas essas que eu citei são coisas óbvias, temos que trabalhar com coisas não óbvias porque essa é uma crise diferente. Temos que ser criativos", disse o ministro, na CNI - Confederação Nacional da Indústria - para participar da entrega da Medalha do Conhecimento. A uma pergunta sobre o que seria ser criativo, Miguel Jorge respondeu que o governo precisa estar preparado para agir preventivamente. "Não esperar os problemas acontecerem para depois agir." Segundo o ministro, diante da possibilidade de os financiamentos para os exportadores
"secarem", ou se tornarem mais caros, o governo quer discutir medidas para serem implementadas agora, ou para ficarem na prateleira. Miguel Jorge lembrou que metade das exportações, o que representa cerca de US$ 100 bilhões, é financiada. Ele garantiu, no entanto, que os exportadores ainda não reclamaram no Ministério de não conseguirem linhas de financiamento. "A crise não está forte para os exportadores. Ninguém ligou para o Ministério ou para o ministro para falar de problemas", relatou. Sem dar detalhes, Miguel Jorge disse que os problemas que já surgiram para o comércio exterior têm a ver com especulação e não com a falta da linha de crédito. Miguel Jorge também avaliou que o Brasil continuará recebendo os investimentos estrangeiros. Segundo ele, o País tem uma situação diferente porque os bancos brasileiros não estão na crise, uma vez que não entraram "nesse cassino" que ocorreu no setor financeiro norte-americano, no qual também aconteceram várias fraudes. BNDES - O volume de financiamento às exportações do BNDES não chega a 3% da exportações totais pelos últimos dados disponíveis, referentes a agosto. Nos 12 meses até agosto, os desembolsos de financiamento às exportações somaram U$ 4.952 bilhões de reais, para um total de exportações no período de US$ 189.059 bilhões. De janeiro a agosto, o crédito desembolsado pela instituição para exportações foi de US$ 3.396 bilhões para um total de exportações de US$ 130,8 bilhões.


Crise enxuga crédito para exportação do agronegócio

A instabilidade registrada no mercado financeiro nas últimas semanas, e reforçada ontem nas bolsas de todo o mundo, está enxugando o crédito aos exportadores de commodities agrícolas do Brasil. Os poucos recursos que sobraram estão disponíveis a taxas muito elevadas e com prazo muito reduzido em comparação ao período anterior ao início da crise financeira. De acordo com o executivo de uma das principais empresas exportadoras de soja do Brasil, que preferiu não ser identificado, os bancos não oferecem mais crédito com tanta facilidade e têm cobrado taxas muito acima das habitualmente negociadas pelo setor. Segundo ele, o preço do dinheiro para financiar a exportação pode chegar a 15% ao ano. "Quem falar que tem acesso a crédito não está falando a verdade", resume. Além do juro mais elevado, o prazo de pagamento sofre um corte ao redor de 75%. Enquanto os prazos tinham em média 360 dias para pagamento, podendo superar esse período em alguns casos, com o agravamento da crise financeira o pagamento dos empréstimos não ultrapassa os 90 dias. "Nós só financiamos o produtor porque somos financiados na outra ponta. Se não temos acesso a crédito temos que represar todo o processo", afirma o executivo. Para o representante da indústria, o produtor terá que pagar mais para plantar a safra desse ano e provavelmente, usará menos tecnologia. "Onde o agricultor usava 10, vai usar 5. Os juros estão mais altos e a tecnologia será menor", afirma. Diante desse cenário, os preços da soja em Chicago fecharam ontem no limite de baixa. Os contratos para novembro encerraram o dia a US$ 10,94 por bushel, queda de 6% em comparação ao fechamento da última sexta-feira. Com o resultado de ontem, o preço do contrato novembro atingiu o nível mais baixo desde março desse ano.


Menos ACC

O vice-presidente, Jorge Esteve Jorge, do Conselho Deliberativo do Cecafé, entidade que reúne os exportadores do setor, avalia que o crédito para exportação está apertado e "deve piorar ainda mais", com o agravamento da crise financeira nos EUA, cujos deputados rejeitaram, na segunda-feira, pacote de socorro aos bancos. Segundo ele, a contratação de ACC - Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio - junto aos bancos "está mais difícil do que há um mês e com juros mais altos". O exportador ponderou, no entanto, que o embarque de café para esse ano, já está "praticamente todo contratado". "Se a situação internacional continuar grave, haverá mais limite de crédito ao exportador, que se refletirá em redução do embarque no futuro", explica. "O exportador tenta fazer o melhor possível, dentro de sua capacidade financeira", acrescenta. Esteve Jorge considera, no entanto, que a crise global tende a provocar recessão nos países ricos, com diminuição do consumo de alimentos. Ele observa que o embarque de café em setembro deve ficar em cerca de 2,5 milhões de sacas de 60 kg. Em agosto, a exportação total foi de cerca de 2,2 milhões de sacas. Do lado do setor produtivo, o clima ontem era de preocupação e expectativa em relação ao impacto da crise financeira nas cotações das commodities agrícolas. Alguns profissionais que atuam nas cooperativas de produtores rurais preferiram não se pronunciar e aguardar uma definição dos rumos do mercado.


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MATÉRIA ESPECIAL


França já é o 4º país que mais investe no Brasil

Em 2006, o montante aplicado pelos franceses no Brasil era de US$ 744,5 milhões, e no ano seguinte, o valor subiu para US$ 1,2 bilhão. Os efeitos da crise internacional, que atacou até o momento mais as economias desenvolvidas, estão configurando um cenário agressivo de desaceleração econômica. Mesmo assim, o ritmo de IED - Investimento Estrangeiro Direto - no Brasil continua se mantendo em patamares elevados, demonstrando que os países emergentes podem continuar sendo atrativos ao capital externo. Uma prova disso é o aumento do investimento francês no Brasil, que em dois anos subiu quatro posições entre as nações que mais investem recursos no setor produtivo do País. Ou seja, uma relação que anteriormente se limitava ao comércio, principalmente de alimentos, vem se tornando cada vez mais fortalecida pelo investimento direto. O país, que no ano de 2006 era a oitava nação em aplicação direta na economia nacional, hoje representa o quarto país em volume de recursos. Os dados até agosto, divulgados pelo Banco Central, apontam que a França está atrás dos EUA (US$ 4,5 bilhões), Luxemburgo (US$ 4,1 bilhões) e Espanha (US$ 2,5 bilhões). O salto deixou para trás países como Canadá, Suíça, México, Alemanha e Ilhas Cayman.Em 2006, o montante aplicado pelos franceses no Brasil era de US$ 744,5 milhões, e no ano seguinte, o valor subiu para US$ 1,2 bilhão. Já no período de janeiro a agosto de 2008, o volume já chegou a US$ 1,4 bilhão. Segundo a Unctad - Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento -, em 2007, os investimentos chegaram US$ 34,6 bilhões, levando o Brasil de 8º para 4º maior receptor entre os emergentes que mais captaram recursos.Analisando o perfil dos investimentos franceses nesse ano, é possível observar que eles se concentram em várias vertentes. Mas, em compensação, o setor de fabricação de veículos representou boa parte dos recursos aplicados, chegando a US$ 473,7 milhões. O volume pode ser ilustrado pela grande incidência de montadoras francesas no País, como a Peugeot e a Renault.Em segundo lugar ficou o setor de arrendamento mercantil, também conhecido como leasing, somando US$ 239,5 milhões. O setor de serviços veio logo em seguida, com US$ 177 milhões,
acompanhado pelo segmento de produção de aços laminados, com US$ 132,4 milhões. Já os bancos
tiveram investimento direto de US$ 126,5 milhões.De acordo com o presidente da Câmara de Comércio França-Brasil, Michel Durand Mura, a relação entre as empresas francesas e brasileiras é tradicionalmente duradoura. "Os grupos da França estão estabilizados. São geralmente grandes corporações que aplicam na produção", diz.Para o representante, o povo brasileiro já sente a participação dos franceses na economia de forma maciça, levando em conta a gama de produtos fabricados aqui com investimento do país. "A maioria da empresas estão instaladas há muito tempo, em diversos setores do país", informa.Pelo ponto de vista do economista e professor da Fundação Santo André, Ricardo Balistiero, os fundamentos do Brasil estão diversificando os países interessados em investir. "O ambiente macroeconômico do País melhorou. Se tornou mais confiável, com as contas públicas em ordem, grau de investimento e balança comercial superavitária, além das reservas
internacionais robustas", disse.Na opinião de Balistiero, o avanço da França é natural e bem-vindo, já que representa uma diversificação de investidores que antes tinham predominância americana. "O que acontece com a França já aconteceu com o Japão no passado, que investiu fortemente no Brasil. Setores como a produção de alimentos e biocombustíveis são atraentes", aponta o economista.

Investimentos diversos

As empresas francesas atuam em diferentes segmentos do País. Somente do varejo, os europeus
detêm a marca Carrefour e uma participação no Pão de Açúcar, por meio da rede Casino. Em maio, o grupo francês Elialis comprou as operações de nutrição animal da Cargill e ambiciona elevar seu faturamento em 10%. A Accor também quer expandir a sua rede no Brasil. A empresa assinou uma parceria com Walter Torre, um dos maiores investidores imobiliários locais. O acordo abrange a construção e gestão de 20 hotéis (13 Ibis e 7 Formule1) no ano de 2010.A Legrand comprou em abril a empresa brasileira HDL, que oferece soluções em equipamentos elétricos e encerramentos interfone. Essa iniciativa faz parte da estratégia da Legrand de aquisições. O fato permite acelerar o desenvolvimento de negócios francês em mercados emergentes, que responderam por 25% das vendas líquidas em 2007.No mesmo mês, o Brasil ingressou no grupo de nações que abrigam um centro de criatividade do grupo automóvel Renault. A Renault Design América Latina representa o desejo do fabricante de investir no desenvolvimento perto dos mercados de destino dos produtos.

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MERCADO ONLINE


Falha crítica de HTML atinge portais como o do New York Times

A falha de codificação, chamada cross-site request forgery (CSRF – falsificação de pedido entre sites), permite que um criminoso ataque um portal para atingir a vítima, e que já está logada no site, podendo acessar as informações pessoais do usuário. O portal do jornal New York Times ainda está vulnerável. O YouTube, o portal de blogs MetaFilter e o banco ING Direct, corrigiram a falha de codificação. Em um ensaio acadêmico, os professores William Zeller e Edward Felten disseram que as falhas de CSRF foram ignoradas pelos desenvolvedores por falta de conhecimento sobre a seriedade do problema. Como acontece o ataqueDiversos sites legítimos armazenam informações pessoais do internauta em um cookie, ou em um arquivo de dados quando a pessoa se loga no portal. Essas informações são requisitadas novamente para checagem, como durante o processo de uma compra online, por exemplo. Durante o ataque de CSRF, um cracker envia esse pedido de checagem para o portal legítimo que - sem saber identificar que se trata de uma fraude - envia os dados pessoais do usuário. "A causa principal que gerou o CSRF e outras vulnerabilidades, está na complexidade dos
protocolos de web e da evolução gradual da web, como local de apresentação de dados para uma
plataforma de serviços interativos," defende o ensaio. No portal do The New York Times, o cracker pode conseguir o endereço de e-mail de quem está logado no portal. Esse endereço pode se tornar destinatário de spam. No dia 24/9, a falha não foi corrigida, apesar dos pesquisadores terem notificado o jornal em setembro de 2007. O problema no portal do ING foi mais sério. Zeller e Felten escreveram que a falha CSRF permite que uma outra conta corrente seja criada em nome da vítima. Além disso, um cracker poderia transferir o dinheiro para a sua própria conta. Os especialistas afirmam que o ING
corrigiu o problema depois de notificado. No site do MetaFile, a falha permite acesso à senha do usuário. Já no YouTube, um ataque permite adicionar vídeos na lista de favoritos do usuário e mandar mensagens para outros usuários. Nos dois portais, as falhas foram corrigidas segundo os pesquisadores. Aparentemente, as falhas de CSRF são fáceis de serem achadas e corrigidas. Os autores do estudo indicam os detalhes técnicos para isso no ensaio. Eles também criaram um plug-in
adicional para o Firefox para que os usuários se defendam de alguns tipos de ataques CSRF.


Brasil terá 150 milhões de internautas em 2010
As iniciativas do governo para promover a inclusão digital podem levar internet a 80% da população brasileira até 2010. A previsão foi feita pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, na semana passada, durante uma entrevista no estúdio da EBC - Empresa Brasil de Comunicação. A intenção é triplicar o número de brasileiros com acesso à rede, passando dos atuais 60 milhões para 150 milhões de usuários. De acordo com o ministro, o governo tem investido na construção de telecentros em comunidades de baixa renda, ampliação dos laboratórios em escolas públicas e na conexão desses computadores com a rede, através do programa Banda Larga na Escola. Além disso, o plano nacional de inclusão social e digital ainda prevê mais de R$ 40 bilhões em investimentos, até o final do mandato do presidente Lula.

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MERCADO DE LUXO


Swarovski assume vendas e tem meta de crescer 50%

Cristais aplicados em bijuterias ou em lustres não são mais novidade. Mas que tal topar com talheres de aço inoxidável e pisos de cerâmica adornados com pedrinhas brilhantes? No que depender da Swarovski, esses e outros produtos estarão cada vez mais no dia-a-dia do consumidor. E junto com eles, a marca Swarovski, fundada na Áustria em 1895, e que faturou 1,9 bilhão de euros no ano passado, deverá ficar mais conhecida. A divisão de componentes da empresa passa por uma reformulação no mundo todo, para fazer frente à concorrência dos cristais “genéricos“, vindos de países como Egito, Coréia e República Checa. Para se destacar, a Swarovski criou a marca Crystallized - Swarovski Elements, que acompanha os produtos homologados pela grife. No Brasil, onde a empresa tem subsidiária, a Swarovski assumiu a venda dos cristais, que era feita até o ano passado por meio de distribuidores. Com isso, está podendo seguir de perto os resultados das vendas. A meta para 2009 é crescer 50% em faturamento. Para isso, a empresa adotou uma estratégia mais agressiva para conseguir parcerias de co-branding. Há um ano, apresentou à marca de pisos e revestimentos de cerâmica Eliane, um projeto para desenvolver produtos com aplicações de cristais. Deu certo. Com essa estratégia, conquistou também a Tramontina. A Swarovski desenvolveu uma tecnologia nova para fixar os cristais aos talheres de aço inox. Os planos agora incluem estar mais presente nos
projetos de decoração, nas roupas e no mobiliário. Atualmente, a Swarovski mantém 72 contratos de co-branding, no país. Cerca de 70% das vendas são para grifes de bijuterias e 20% para marcas de moda.

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