Edição 758 | Ano IV


Brasília / DF
Brasil é o lanterninha do Bric em patentes

Os esforços feitos pelo governo e o setor privado para incentivar a inovação tecnológica no Brasil ainda não foram suficientes para o país acompanhar emergentes como Índia e China quando o assunto é o registro de invenções ou processos produtivos nos escritórios internacionais de patentes. Comparado às outras nações do Bric (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China), o país fica na lanterna. Um estudo comparativo baseado em registros de patentes, feito pelo escritório Montaury Pimenta, Machado & Vieira de Mello, especializado em propriedade intelectual, revela que, em 2011, o United States Patent and Trademark Office (USPTO, escritório americano de patentes) concedeu 215 pedidos ao Brasil, contra 3.174 para a China, 1.234 para a Índia e 298 para a Rússia. A comparação não inclui a África do Sul, que só entrou para o grupo no primeiro semestre de 2011, a convite da China.
Os EUA são considerados o termômetro da inovação tecnológica global. Nos últimos cinco anos, a China obteve do país 9.483 patentes; a Índia, 4.191; e a Rússia, 1.123. Nesse mesmo período, o Brasil conseguiu apenas 684 patentes. Luiz Edgard Montaury Pimenta, um dos autores do estudo, explica que isso se deve, entre outras razões, à ausência de uma cultura do empresariado brasileiro de proteger suas invenções e, principalmente, à falta de pessoal no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi). A instituição leva até dez anos para dar uma patente. Quanto mais inovador o produto ou a etapa de produção, mais lento o exame."Também há grande desinformação", diz Pimenta. Dados do Inpi mostram quão deficiente é a estrutura brasileira. O instituto tem apenas 273 examinadores. São 3.698 pessoas na Europa, 1.567 no Japão e 5.477 nos EUA.
O diretor de Patentes do Inpi, Júlio César Moreira, diz que o órgão fará concurso público para contratar 700 funcionários até 2015. E que o governo não quer competir com o Bric, e sim trabalhar em conjunto: "Nos Bric, temos problemas e soluções semelhantes". Quando se medem as taxas de crescimento dos pedidos de registros, porém, o Brasil aparece à frente de EUA e Alemanha. O volume de pedidos pelo Brasil no sistema global cresceu 108,8% nos últimos seis anos. No período, os alemães solicitaram 17,8% a mais; e os americanos, 4,4%. Paulo Coutinho, gerente de inovação da Braskem, que detém quase 500 patentes, concorda que a taxa de crescimento do Brasil é alta, mas poderia ser maior. E acrescenta que o conhecimento científico não é aplicado como deveria: "Tem um pouco a questão cultural e a necessidade de maior aproximação entre empresas e universidades". Coordenador de uma equipe de inventores da Universidade de Brasília (UnB), que descobriu novas propriedades de uso para o óleo de açaí, o pesquisador Ricardo Bentes diz que pedir registro de patente no exterior tem gastos elevados pela necessidade de contratar um escritório estrangeiro para tratar dos trâmites. (Agência OGlobo)


Da redação - São Paulo / SP
Conheça os 5 principais riscos dos investimentos e saiba como evitá-los 

O estudo “Riscos nas Aplicações Financeiras e os Fundos de Investimentos” aponta os principais riscos do mundo dos investimentos e dá dicas de como reduzir esses riscos. O estudo foi realizado pelo professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Willian Eid Júnior e apresentado durante o evento "Difusão da Indústria de Fundo", realizado pelo GVcef (Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas) em parceria com a BBDTVM, do Banco do Brasil.

Conheça os cinco principais riscos e saiba como evitá-los:

1 - Risco de mercado - É medido pela diferença entre o desempenho do investimento e outra referência, como a variação do CDI ou do Ibovespa, ou pela variabilidade do valor do investimento. “O risco está associado aos movimentos dos preços e das taxas de juros e câmbio”, aponta Eid Júnior.
Nesse caso, estão envolvidos todos os investimentos, pois todos possuem preços e taxas que variam constantemente, o que também é conhecido como volatilidade. Para evitar esse risco, o autor sugere que o investidor diversifique suas aplicações entre diferentes classes de investimentos. Além de diminuir as chances de perda, a estratégia tem o objetivo de maximizar o retorno, já que investimentos diferentes reagem de maneiras também diferentes. A técnica também é ideal para investimentos de longo prazo.

2 - Risco de liquidez - Liquidez é a facilidade ou dificuldade em vender um ativo da carteira do investidor. Um exemplo citado pelo estudo são os investimentos de renda fixa comparados a um imóvel. O nível de liquidez, nesse caso, é maior no primeiro caso. E em momentos de crise, os investimentos de alta liquidez se saem melhor do que os de baixa.
Outro exemplo citado por Eid Júnior é o grau de liquidez entre uma Ferrari e um Gol, da Volkswagen. Por mais atrativo que seja o primeiro, o seu preço faz com que revendê-lo seja muito mais complicado do que o Gol, um carro popular e fácil de revender pelo seu preço mais acessível.
Mas é possível fazer com que esse risco trabalhe a favor do investidor. Uma parte das suas aplicações deve ser direcionada para o longo prazo, para que você possa aplicar em produtos de menor liquidez e se beneficiar do maior retorno que eles oferecem. "Hoje, há fundos de investimentos e fundos imobiliários que propiciam esta oportunidade. A questão é você definir quanto precisa aplicar em produtos com liquidez e quanto pode aplicar em produtos de baixa liquidez", ressalta William.

3 - Risco de crédito - É o risco que se corre de não haver pagamento de uma obrigação por parte da instituição contratada. Um exemplo citado no estudo como típico é a empresa não honrar os pagamentos de uma debênture, que são títulos de dívida de longo prazo. Por isso, investimentos como a caderneta de poupança e os CDBs(Certificado de Depósito Bancário), são mais seguros nesse quesito, pois são assegurados pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que garante até R$ 70 mil por CPF, caso a instituição financeira quebre. O fundo foi criado exatamente com o objetivo de diminuir esse tipo de risco. Já os fundos de investimentos não são assegurados pelo FGC, mas o fundo é apenas gerido pelo banco e não é sua propriedade. Sendo assim, em caso de falência, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) transfere a gestão do fundo para outra instituição e os investidores não têm prejuízo nenhum, aponta o professor. No entanto, a pesquisa aponta que poucos casos de problemas relacionados a esse risco nos fundos de investimento aconteceram nos últimos anos. E isso se deve a dois motivos: o primeiro é que um fundo aplica em diferentes empresas, diversificando seu portfólio e diminuindo as chances de perda, já o segundo é o fato do fundo ser gerido por um profissional especializado e com certificação, o que torna a chance da empresa falir bem menor. Para quem investe diretamente em ativos, o mais importante é se atentar para a qualidade do emissor. Se optar por títulos privados, como as debêntures, é necessário analisar a solidez da instituição e a classificação de risco (rating) de emissão do papel. No caso de títulos públicos, há muito menos com o que se preocupar, já que estes são os ativos mais seguros que existem no mercado.

4 - Risco operacional - Como em tudo na vida, existe o risco de haver uma falha ou até mesmo uma fraude no processo de operação, o que prejudica o investidor. No mercado de fundos de investimentos, o professor ressalta que esse risco é quase inexistente, pois as operações são feitas com base em um tripé, no qual estão presentes gestão, custódia e administração.
O gestor cuida da estratégia e é quem compra e vende os ativos, o custodiante é responsável pela liquidação física e financeira além da guarda e da administração de possíveis eventos com os ativos. Já o administrador, é quem cuida do funcionamento do fundo, controlando todos os envolvidos no processo. "Esse tripé é a norma, principalmente entre as gestoras independentes. E ele impede qualquer fraude, já que seria necessária a associação dos três participantes para a sua consecução", afirma William.
Em outros investimentos, é prudente conhecer bem o emissor do ativo, para evitar principalmente problemas operacionais.

5 - Risco legal - Está associado à legalização de contratos e cláusulas e esse risco costuma ser maior em cidades do interior e em comunidades fechadas do grande centro. Nesse caso, o investidor é atraído por alguém que oferece serviço de gestão com rendimentos superiores a produtos similares existentes no mercado. “Quando falamos em risco legal, é bom lembrar que o problema mais observado no Brasil em relação a investimentos é a eventual existência de agentes que não são autorizados a captar aplicações financeiras e o fazem”, segundo o estudo. Para evitar passar por uma situação desagradável como essa, o autor da pesquisa dá duas sugestões. A primeira é procurar instituições renomadas do mercado que possuam reconhecimento e a segunda, caso a instituição escolhida não seja conhecida, é preciso procurar saber pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) se ela está autorizada a captar investimentos. "Por último, desconfie sempre dos milagres, principalmente em investimentos", conclui o professor da FGV.
(Fonte: Fonte: Assessoria de Imprensa da FGV e InfoMoney)

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INDICADORES ECONÔMICOS

Da redação - São Paulo / SP
RESUMO DA SEMANA - 20 a 24 de agosto de 2012
Prévia do ICI indica avanço em agosto - A prévia da Sondagem da Indústria de agosto de 2012 sinaliza um avanço de 1,5% do Índice de Confiança da Indústria (ICI) na comparação com o resultado final do mês anterior, ao passar para 104,2 pontos.
IGP-M acelera na segunda prévia do mês - O IGP-M registrou, no segundo decêndio de agosto, variação de 1,38%. Em julho, no mesmo período de apuração, a taxa foi de 1,11%.
IPC-S recua na terceira semana do mês - O IPC-S de 22 de agosto de 2012 apresentou variação de 0,34%, 0,05 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada na última divulgação.
Confiança do Consumidor recua em agosto - O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas recuou 1,0% entre julho e agosto de 2012, ao passar de 121,6 para 120,4 pontos. Após a quarta queda consecutiva, o índice atinge o menor nível desde os 119,4 pontos de fevereiro passado, mas ainda se mantém acima da média dos últimos cinco anos, de 114,1 pontos.

Índices de Preços ao Consumidor
IPCA-15 de agosto fica em 0,39% - O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,39% em agosto, superior à taxa de 0,33% de julho. Com isso, o acumulado no ano ficou em 3,32%, inferior a igual período de 2011 (4,48%). Na perspectiva dos últimos 12 meses, o IPCA-15 ficou em 5,37%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores (5,24%). Em julho de 2011, a taxa havia sido de 0,27%.
PME: taxa de desocupação cai 0,8% em São Paulo - Em julho de 2012, a taxa de desocupação, na análise mensal, permaneceu estável nas regiões metropolitanas de Recife (6,5%), Belo Horizonte (4,4%) e Porto Alegre (3,8%). São Paulo (5,7%) apresentou queda de 0,8 ponto percentual nesse indicador. A população ocupada permaneceu estável em Recife, Belo Horizonte e São Paulo. Houve queda de 2,8% em Porto Alegre, o que representou uma redução de 52 mil pessoas no contingente de ocupados.

Setor Externo
I - Balanço de pagamentos - O balanço de pagamentos apresentou superávit de US$609 milhões em julho. O déficit em transações correntes somou US$3,8 bilhões no mês e US$ 29,1 bilhões no ano, patamar inferior ao registrado no mesmo período de 2011, US$29,6 bilhões. Nos doze meses até julho, as transações correntes acumularam déficit de US$ 52 bilhões, equivalente a 2,17% do PIB.
II - Reservas internacionais - O estoque de reservas internacionais atingiu US$376,2 bilhões em julho, aumento de US$ 2,2 bilhões em relação à posição do mês anterior. Em julho, a remuneração das reservas somou US$ 366 milhões, enquanto as demais operações externas, relacionadas principalmente a variações decorrentes de preços e paridades, elevaram o estoque em US$ 1,9 bilhão.
III - Dívida externa - A posição estimada da dívida externa total referente a julho somou US$ 308,4 bilhões, elevando-se US$2,1 bilhões em relação ao montante estimado para junho. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 268,6 bilhões, aumento de US$ 2,1 bilhões, enquanto o estoque de curto prazo manteve-se estável em US$ 39,8 bilhões. 

(Fonte: Assessoria de Imprensa da FGV)

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MERCADO DE CAPITAIS
(Informações: Dow Jones, Bovespa, Reuters, EFE, AFP, InfoMoney e Associated Press)

HOJE – Fechamento das Bolsas Asiáticas:

Tóquio / Japão
Bolsas da Ásia estendem perdas
Os mercados asiáticos voltaram a apresentar queda nesta segunda-feira, dia 27/8, a maioria deles por fatores internos. Não houve negociações nas Filipinas por ser feriado. A Bolsa de Jacarta, na Indonésia, foi prejudicada por problemas técnicos.
- A Bolsa de Hong Kong sofreu com a fraqueza das ações relacionadas à China, por causa das persistentes preocupações sobre a desaceleração econômica chinesa. O Hang Seng caiu 0,4% e terminou aos 19.798,67 pontos.
- Já as Bolsas da China estenderam as perdas e tiveram o pior resultado em mais de três anos e meio. Os temores sobre os lucros bancários se somaram às contínuas preocupações sobre a desaceleração da economia doméstica. O Xangai Composto caiu 1,7% e terminou aos 2.055,71 pontos, o pior fechamento desde 2 de fevereiro de 2009. O Shenzhen Composto baixou 2,2%, aos 852,34 pontos.
- Em Taiwan, a Bolsa de Taipé fechou em baixa, com os investidores adotando cautela à espera do discurso do presidente do Fed, Ben Bernanke, na sexta-feira. O índice Taiwan Weighted recuou 0,12%, aos 7.468,22 pontos.
- A Bolsa de Seul, na Coreia do Sul, também fechou em ligeira baixa, influenciada pelas ações da Samsung, que recuaram 7,5% (maior queda porcentual em um dia em quase quatro anos) em virtude da batalha judicial da empresa com a Apple. Ganhos robustos em ações de bancos, porém, deram sustentação ao mercado. O índice Kospi caiu 0,10%, aos 1.917,87 pontos.
- Na Austrália, a Bolsa de Sydney fechou com leve recuo, influenciada pela Bolsa de Xangai que apresentou sua maior baixa em três anos e meio. O índice S&P/ASX 200 terminou com queda de 0,12%, aos 4.343,70 pontos. 

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MERCADO FINANCEIRO

Espanha / Madri
Santander busca IPO de unidade mexicana 
O Banco Santander está buscando listar sua unidade mexicana em bolsas de valores do México e de Nova Iorque em 25/9, afirmou uma fonte próxima da operação à Reuters. A estratégia é parte da tentativa do Santander em afastar sua associação apenas com o mercado espanhol em dificuldades, permitindo aos investidores lembrar de seu alcance internacional e abrindo caminho para a listagem de sua subsidiária britânica no próximo ano.
O maior banco da zona do euro, que tem sofrido a crise econômica da Espanha menos do que rivais domésticos por causa de suas grandes operações internacionais, quer levantar entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões com a oferta no México, publicou o serviço IFR, da Thomson Reuters, na semana passada.
O Santander planeja vender na bolsa 25% de sua unidade mexicana, que é o terceiro maior banco do México em ativos, com pouco mais de 6% sendo listado no México e 18,7% no exterior. A Espanha aceitou pacote de 100 bilhões de euros em ajuda da União Europeia para apoiar seus bancos, mas não se espera que o Santander precise de algum suporte. A nota de crédito do banco é maior que a do Estado espanhol. Representantes do Santander em Madri não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto. (Agência Reuters)

Paris / França
França vai separar bancos de varejo e de investimento
O ministro das Finanças da França, Pierre Moscovici, anunciou que o governo do presidente François Hollande vai aprovar, até o fim deste ano, uma reforma bancária que obrigue os bancos a separarem suas atividades de investimentos das de varejo. Falando durante a conferência anual do Partido Socialista Francês, em La Rochelle, Moscovici disse que o setor financeiro deveria estar a serviço da economia, ao invés de elevar os riscos financeiros. Nos EUA, a separação entre as atividades de banco de investimentos e banco de varejo numa mesma instituição financeira é uma das principais medidas previstas na Lei Dodd-Frank, de reforma da regulamentação do setor financeiro, adotada depois da crise de 2008. Sua regulamentação ainda não está concluída.
O ministro francês também disse que o governo pretende adotar uma lei que limite os salários dos executivos das empresas privadas. O governo Hollande já aprovou uma lei que limita os salários dos executivos das estatais a não mais de 20 vezes o salário mais baixo da empresa. (Agência Dow Jones)

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INDÚSTRIA

São Paulo / SP
ThyssenKrupp quer US$ 8,8 bilhões por usinas que dão prejuízo no Brasil e EUA
O conglomerado industrial alemão ThyssenKrupp quer obter pelo menos 7 bilhões de euros (US$ 8,8 bilhões) por duas usinas siderúrgicas nos EUA e no Brasil, que estão à venda, disse, em entrevista neste domingo, o executivo-chefe da companhia, Heinrich Hiesinger, ao jornal Welt am Sonntag.
Hiesinger afirmou que diversos potenciais compradores se mostraram interessados e agora é preciso aguardar se eles vêm com "boas ofertas". Provavelmente haverá dois diferentes compradores, um para cada usina, disse ele. O ThyssenKrupp anunciou em maio que iria considerar a venda das duas usinas ou trazer parceiros para melhorar o desempenho delas, após as fábricas perderem cerca de 500 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano comercial da companhia. No ano fiscal em 2011, os prejuízos foram de cerca de 1 bilhão de euros, em parte devido a custos excessivos. 
(Agência Dow Jones)  

São Paulo / SP
Indústria têxtil pede ao governo cotas para importação de roupas
O setor privado solicitou ao governo que adote uma barreira contra a importação de roupas. A Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) protocolou ontem um pedido de investigação de salvaguarda para vestuário, alegando que está ocorrendo um "surto" de importações de roupas no País, que causa prejuízos à indústria nacional. Se o pleito for atendido, as roupas que chegam ao Brasil, vindas de qualquer origem, estarão sujeitas a cotas ou a uma sobretaxa. A medida prejudica os interesses de grandes varejistas, como C&A, Lojas Renner, Riachuelo e Marisa. Procurada pela reportagem, a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex) preferiu não se pronunciar.
O assunto é polêmico e divide opiniões no governo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, incentivou o setor a entrar com o pedido e vê a demanda com bons olhos. No fim do ano passado, chegou a falar em trocar as tarifas de importação de vestuário de "ad valorem" (porcentagem) para "ad rem" (um valor fixo), mas a ideia não prosperou. No Ministério do Desenvolvimento, o assunto provoca desconforto e o órgão promete uma avaliação técnica. O Itamaraty vê com receio o impacto para a imagem do Brasil no exterior.
O setor têxtil está pedindo ao governo que adote, preferencialmente, cotas para a importação de 60 produtos de vestuário, que representam 82% das importações. Estão na lista camisas, camisetas, calças, vestidos, saias, roupa infantil, moda praia, roupa íntima, entre outros. Só não foram incluídos itens que o País praticamente não produz. "A crise gerou um excedente de vestuário na Ásia, que aumentou as vendas para o Brasil. Uma camisa que entra de forma desleal mata toda a cadeia, desde a plantação de algodão até a confecção", disse Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Abit.

Prejuízo - Em um processo de mais de 2 mil páginas, dividido em oito volumes, a entidade argumenta que a crise provocou um surto de importação no Brasil, que gerou um "prejuízo grave" para a indústria. Segundo dados do IBGE, citados nos documentos, a produção nacional de vestuário caiu 13% no primeiro semestre deste ano, enquanto as importações subiram 30%.
A salvaguarda é um instrumento de defesa menos utilizado que o antidumping, que é aplicado para um produto e contra um país. Na salvaguarda, é protegido todo o setor, que reconhece que não tem condições de competir e pede um tempo de ajuste, que pode chegar a 10 anos.
O Brasil aplicou salvaguarda contra a importação de brinquedos por mais de uma década, mas não se transformou em grande produtor. "A salvaguarda tem um caráter mais protecionista e o país que aplica muito não é bem visto. Não é o caso do Brasil", diz Juliana Oliveira Domingues, professora da USP e advogada no escritório L.O. Batista. (Agência Estado)

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AGROBUSINESS

Ribeirão Preto / SP
Setor citricultor se vê na 'pior crise' da história
Produtores de laranja da região de Ribeirão Preto apontam a atual crise da citricultura como "a pior" que já viveram. E afirmam que estão deixando a cultura da fruta para se dedicar a outras lavouras. O diretor do Grupo Mahle, Otto Henrique Mahle, afirmou que há anos o mercado não remunera a produção satisfatoriamente, mas neste ano, com a supersafra, está pior e o produto apodrece no pé --no total, 35 mil caixas se perderam.
Um dos impactos disso é a redução da mão de obra empregada nos pomares. No ano passado, disse Mahle, cerca de 150 pessoas trabalhavam na colheita de suas propriedades. Hoje, são cerca de 30 trabalhadores, segundo o produtor. Ele afirma também que, com a baixa rentabilidade da laranja, desde 2000 começou a substituir os pomares por canaviais.
Mahle afirma que hoje a cana já ocupa 900 hectares das propriedades do grupo, enquanto a laranja está em 260 hectares, dos quais 115 vão virar canaviais a partir do ano que vem. "Há estudos que indicam que a laranja emprega mais gente. Para cada trabalhador na cana, a laranja emprega sete", disse. Lincoln Johnson Aparecido Alves, produtor de Tanabi, afirma: "A crise é a pior porque, em anos anteriores, ainda se conseguia vender o produto. Hoje não estamos nem vendendo. Eu já perdi 13 mil caixas".
Ele também disse que estuda uma migração da laranja para outra cultura, como o milho, por exemplo. A crise no setor citricultor ocorre devido a três fatores, principalmente: queda nas exportações de suco, estoque elevado do produto nas indústrias e supersafra da laranja. (Agência Folha)

Da redação - Rio de Janeiro / RJ
Temor com oferta de alimentos estimula irrigação de pequena escala
Produtores ao sul da Ásia e na África subsaariana estão cada vez mais usando de sistemas de irrigação em pequena escala, à medida que a seca ameaça a segurança alimentar, segundo um relatório feito pelo Instituto Internacional de Gestão da Água. "Com a segurança alimentar de volta à agenda agrícola internacional, e a mudança climática aumentando as incertezas de chuva, é uma hora oportuna para reconsiderar os investimentos relacionados à agricultura irrigada", disse o estudo. A tecnologia de irrigação em pequena escala, como bombas motorizadas e mangueiras para acessar o lençol de água, pode custar 250 dólares ou mais a um dono de uma pequena propriedade na África subsaariana, mas pode melhorar a produtividade da safra entre 75% e 275%, disse o relatório. "Os fatores estão trabalhando para mover potencialmente o mundo para outra crise alimentar, como a de 2007/2008, estimulada pela seca nos Estados Unidos e o início tardio das monções do sul asiático", disse Colin Chartres, diretor geral do IWMI em entrevista. "Se houver mais investimento na irrigação de pequena escala, significa que a oferta de alimentos nesses países será mais segura. Não vai substituir a necessidade por safras de cereais básicos, mas dá aos produtores maior segurança contra a crise alimentar." A irrigação de pequena escala normalmente cobre áreas com menos de 2 hectares. Produtores iniciam a financiam equipamentos de irrigação individualmente ou em pequenos grupos, e usam tecnologias de baixo custo, como baldes, regadores e bombas.


Da redação - São Paulo / SP
Custo de produção x preço recebido: evolução em cinco anos

Com as altas das matérias-primas ocorridas neste ano, a composição do custo de produção do frango sofreu radical transformação, visto sobretudo que a participação da ração, estimada há cinco anos em 53% do custo total, responde agora por 71% desse custo, como aponta levantamento efetuado pela Embrapa Suínos e Aves. E o preço que o produtor recebeu pelo frango vivo evoluiu na mesma proporção? Sem dúvida, não. Para demonstrar, tomou-se como base o preço alcançado pelo frango vivo no interior paulista, uma referência nacional, inclusive para o frango abatido. O resultado mostra que para uma evolução de 59% no custo, o valor pago ao produtor evoluiu menos de 11%. A indicação é apenas ilustrativa, pois foram tomados como base neste exemplo estados com estruturas produtivas diferentes. Mas supondo-se que em 2007 a margem entre custo e lucro foi de 27%, no ano passado ela foi reduzida para 12% e em julho último ficou negativa em 12%. (Fonte: AviSite)

Da redação - Brasília / DF
Apicultores aprendem sobre produção de Rainhas e Geléia Real
A Embrapa Pantanal realizou, nos dias 14, 15 e 16 de agosto, no Parque de Exposições do Sindicato Rural de Corumbá - MS e na fazenda Band?Alta - do Colégio Salesiano de Santa Teresa, o "Curso Especializado em Apicultura de Produção de Rainhas e Geleia Real", ministrado por Élcio Wagner Prizão, educador do SENAR-AR/MS, e com a colaboração do pesquisador da Embrapa Pantanal Vanderlei dos Reis. O curso teve como principal objetivo levar informação aos produtores sobre a importância de melhorar a genética das colônias de abelhas africanizadas e de se fazer a troca mais frequentemente das rainhas desses insetos para o aumento da produção de mel e outros produtos apícolas.
Durante a capacitação os apicultores, já com experiência na produção de mel e no manejo de colmeias, receberam informações sobre medidas de segurança no trabalho, meio ambiente, cooperativismo, seleção e preparação de colmeias de recria e cria, técnicas de transferência de larvas, entre outras atividades. Segundo Vanderlei, por meio do conhecimento repassado é possível obter geleia real e rainhas selecionadas de colônias de interesse, para a produção de pólen, mel ou outros produtos apícolas de acordo com a necessidade do apicultor. O Curso é uma parceria da Embrapa Pantanal com o Sindicato Rural de Corumbá e o SENAR-AR/MS - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, e faz parte das ações do Macroprograma 6 “Apicultura como estratégia para a inserção do desenvolvimento rural sustentável em assentamentos de Corumbá”.

Projeto prevê as seguintes atividades até o final do ano:
- De 28 a 30 de agosto será realizado, na área de projetos sociais da Infraero, em Corumbá, o Curso de produção de Mudas de Plantas de interesse Apícola;
- No dia 04 de setembro será realizado o Curso de Extração de Óleos Essenciais de Plantas de Interesse Apícola;
- Já nos dias 24 e 25 de outubro será realizado um curso de Apicultura Básica e nos dias 27, 28 e 29 de novembro será realizado o curso de Apicultura Avançada. 
As capacitações são voltadas para apicultores, assentados rurais, técnicos de diversas instituições que atuam na área agropecuária e pessoas que possuem o interesse em desenvolver atividades ligadas a apicultura.
(Fonte: Assessoria de Imprensa Embrapa Pantanal)

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SERVIÇOS e VAREJO

Paris / França
Governo francês examinará plano do Carrefour de demitir centenas
O governo francês planeja examinar a situação do Carrefour, varejista que sindicatos dizem que cortará centenas de postos de trabalho , disse neste domingo o ministro da Indústria, Arnaud Montebourg. O Carrefour se reunirá com representantes sindicais na quarta-feira, um dia antes de divulgar os resultados do primeiro semestre. Sindicatos disseram no sábado que a companhia pode anunciar entre 500 e 600 demissões na França. "Vamos ver o estado desta companhia, assim como fizemos em outras", declarou o ministro em coletiva. "Vamos analisar os resultados e por que se encontra nesta situação", acrescentou. O Carrefour se negou a comentar sobre possíveis demissões. (Agência Reuters)

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TI, WEB e e-COMMERCE

São Francisco / EUA
Google apresenta baixo índice de mulheres em seu painel de funcionários

No Google, dados são os reis. Agora, a empresa está usando estes dados para descobrir se consegue atrair algumas rainhas. A empresa espera que seus famosos algoritmos possam resolver um dos problemas mais recentes enfrentados no Vale do Silício: como recrutar e reter mais mulheres. O Google tem sido geralmente considerado um lugar onde as mulheres têm prosperado, mas a empresa está procurando descobrir como competir com ainda mais vigor para as relativamente poucas mulheres que trabalham no ramo da tecnologia. Os executivos estão preocupados que muitas mulheres tenham desistido no meio do processo de entrevista ou não foram promovidas com a mesma frequência que os homens, e por isso criaram algoritmos para determinar quando exatamente a empresa perde a mulher e também para descobrir como mantê-las na empresa. Passos simples como garantir que as potenciais candidatas possam ter a oportunidade de conhecer outras mulheres durante suas entrevistas e a extensão de licenças de maternidade parecem estar produzindo resultados.

No entanto, ao mesmo tempo, as mulheres seniores da empresa estão perdendo cada vez mais espaço. Desde que Larry Page se tornou presidente-executivo e reorganizou o Google no ano passado, as mulheres foram deixadas de fora de seu círculo interno e até mesmo pararam de ser promovidas. Entre ela está Marissa Mayer, que saiu no mês passado da empresa para administrar o Yahoo depois de ser deixada de lado no Google. "Houve um ponto no Google emq ue o quadro de liderança das mulheres foi muito forte", disse um ex-executivo do Google que só falou em anonimato para preservar suas relações comerciais. "Isso mudou."
Mayer, 37, foi a primeira mulher a ser uma engenheira do Google e ela administrou o seu setor de buscas, um dos negócios mais rentáveis da companhia, durante anos. Mas em 2010, ela recebeu um novo cargo que muitos no Google consideraram um rebaixamento, e depois Page a tirou de seu comitê de assessores próximos.

Esse comitê encolheu para cerca de 15 pessoas, quatro das quais eram mulheres, sob a administração de Eric E. Schmidt, ex-executivo chefe do Google, para 11, com apenas uma mulher participante, sob a administração de Page. Rachel Whetstone, que supervisionava as comunicações, e Shona Brown, que supervisionou as operações de negócios e agora lidera a Google.org, braço filantrópico da empresa, também foram afastadas do time de Larry Page. Apenas uma mulher continua - Susan Wojcicki, que supervisiona o setor de publicidade. Diversos homens também foram removidos da equipe durante a restruturação. Pessoas familiarizadas com estilo de gestão de Page e com a reorganização da empresa disseram que o sexo não teve nenhuma influência em suas decisões.

Muitas mulheres seniores ainda continuam trabalhando no Google, incluindo a diretora de marketing, Lorraine Twohill, e a líder do escritório de Washington, Susan Molinari. Google tem três mulheres em seu conselho de 10 membros - Diane B. Greene, Ann Mather e Shirley M. Tilghman, todas diretores de fora do círculo. Além disso, um homem, Jonathan Rosenberg, ex-diretor de gestão de produtos, pediu demissão na mesma época da reorganização. "Estou aqui há muito tempo e tem sido um lugar muito favorecedor para as mulheres", disse Wojcicki, que é a cunhada de Sergey Brin, co-fundador do Google. "Os fundadores entenderam que era algo positivo de se cultivar desde o início da empresa." Algumas mulheres em posições menos proeminentes na empresa também concordam.

O Google não está sozinho em sua luta para atrair, reter e promover mulheres em posições mais técnicas. O número de mulheres que trabalham profissionalmente na área de computação caiu 8 % para 25 % entre 2000 e 2011, enquanto o número de homens aumentou 16 %, de acordo com o Escritório de Estatísticas do Trabalho. Mais da metade das mulheres que trabalham com tecnologia nas grandes empresas deixam seus empregos na metade de sua carreira, mais da metade que fazem trabalhos técnicos no setor público ou em novas empresas permanecem em seus empregos, indicando que há algo sobre as grandes empresas que faz com que elas saiam, disse Catherine Ashcraft, cientista sênior do Centro Nacional para Mulheres e Tecnologia da Informação.

Outra época na qual o Google estava perdendo as mulheres era depois de terem bebês. A taxa de atrito para as mulheres que haviam acabado de ter filhos foi duas vezes maior do que para os outros funcionários. Em resposta a esse fator, o Google prolongou a licença de maternidade de 3 para 5 meses e mudou sua política de pagamento parcial à remuneração integral. O atrito diminuiu em 50 %. "Nós conseguimos mulheres incríveis para trabalhar na nossa empresa, e nós trabalhamos duro para conseguir estas mulheres incríveis", disse Alan Eustace, vice-presidente sênior de conhecimento no Google. "Eu gostaria de poder dizer que nós somos incrivelmente bem sucedidos e que possuímos cerca de 50% de mulheres em nossa equipe, mas isso infelizmente não é verdade." (Agência EFE)

Nova Iorque / EUA
Equinix investe US$ 18 milhões na construção de data center nos EUA
A norte-americana Equinix, controladora da Alog no Brasil, investiu 18 milhões de dólares na construção de um terceiro data center, localizado na Flórida, EUA. Inauguração do empreendimento está previsto para o último trimestre. O aporte de capital em um novo site é para suportar a forte demanda por serviços de data center do grupo na grande área metropolitana de Miami. A unidade, instalada na região de Boca Raton, também fornecerá conectividades críticas além-mar. Programado para iniciar suas operações no último trimestre deste ano, novo data center tem cerca de 2,9 mil metros quadrados, com capacidade adicional para uma futura expansão.
Segundo a companhia, a área de Miami tem a sexta maior capacidade de internet em todo o mundo e funciona como um hub central para rotas tanto nacionais quanto internacionais. Boca Raton é lar de algumas das maiores estações de cabos de fibra ópticas e representa a rota de menor latência para o Brasil. Com essa vantagem, a Equinix informa que se fortalece para entrega de ofertas para atender os megaevento esportivos que serão sediados no Brasil, como Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016. A Equinix afirma ainda que a nova unidade possibilitará oferecer serviços gerenciados de hosting e colocation em seus três data centers no Brasil, além atender as necessidades de clientes que procuram se expandir na região. (Agência EFE)
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MERCADO DE LUXO

Nova Iorque / EUA
Herdeira da Camargo Corrêa é a mulher mais rica do Brasil
Uma reportagem da agência Bloomberg apontou Dirce Navarro de Camargo, viúva do fundador do grupo Camargo Corrêa, Sebastião Camargo, como a mulher mais rica do Brasil. Com uma fortuna estimada em US$ 13,1 bilhões, Dirce Camargo aparecia ontem no 62º lugar na lista das pessoas mais ricas do mundo. (LEIA NA ÍNTEGRA)

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ARTIGO

O tsunami tributário: o afastamento da coisa julgada 

Por Mary Elbe Gomes Queiroz. (LEIA)



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