Edição 627 | Ano IV

Da redação - Rio de Janeiro / RJ
(Afonso Ribas, repórter i-press.biz)
Brasileiros gastaram US$ 20 bilhões em viagens internacionais em 2011
 
É um número enorme de objetos que estão dentre desejados pelos brasileiros. Jóias, iPads, produtos de beleza, roupa, carrinhos de bebê ou casas: impulsionados pela força de sua economia e do real, os brasileiros fazem jus à fama de consumistas e viajam e compram como nunca - com os EUA e a França entre os destinos favoritos - em um total estimado de US$ 20 bilhões gastos em 2011 (ou 22% a mais que em 2010).
A crescente mobilidade social dos brasileiros - quase 30 milhões ascenderam à classe média nos últimos dez anos--, o aumento da renda e do crédito e a queda do desemprego (5,2% em novembro) contribuíram para mais viagens e gastos recordes dos brasileiros no exterior. Seus destinos favoritos: EUA (Flórida e Nova Iorque), Buenos Aires e Paris, disse o diretor do Departamento de Estudos (Depes) do Ministério do Turismo, José Francisco Salles Lopes.
Em 2010, 1,1 milhão de brasileiros viajaram para os EUA, 870 mil para a Argentina e 384 mil para a França. A lista de preferências continua com Portugal, Itália e Espanha. E os brasileiros não apenas viajaram, mas gastaram muito.
Com US$ 5,9 bilhões desembolsados nos EUA em 2010, segundo o departamento de Comércio americano, são os estrangeiros que mais gastam per capita no país, quase US$ 5.000 por pessoa. "O brasileiro gasta tudo o que tem. Se tem US$ 5.000, gasta tudo", explicou Salles. O Banco Central estima que, em 2011, os brasileiros gastaram mais de US$ 20 bilhões em viagens internacionais, 22% a mais que em 2010.
"ME VÊ TRÊS" - Sydney, 47, pediatra do Rio de Janeiro que não quis dar seu sobrenome para evitar problemas com a alfândega, viaja para os EUA cerca de duas vezes por ano e chegou de Boston recentemente. Trouxe mais de 40 pacotes de itens comprados pela internet e enviados para o hotel por sua filha de 14 anos. "Dois iPods, um computador, roupas e tênis de marca, duas câmeras; a comodidade de comprar assim, a segurança, a qualidade, o preço, tudo é imbatível. No Brasil tudo custa o dobro ou o triplo." (Agence France Presse / AFP)


__________________
MERCADO DE CAPITAIS

(Informações: Dow Jones, Bovespa, Reuters, EFE, AFP, InfoMoney e Associated Press)

HOJE – Abertura das Bolsas Europeias e Fechamento das Asiáticas:


Tóquio / Japão

Bolsas da Ásia caem com problemas na Europa
As Bolsas de Valores asiáticas fecharam em baixa os pregões de hoje, dia 6/1, enquanto o euro atingiu uma nova mínima em 16 meses contra o dólar por preocupações sobre o prejuízo que a crise de dívida da zona do euro está causando aos bancos.
- O índice MSCI das ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão caía 0,89% e rumava para terminar a primeira semana de 2012 em leve alta, após o tombo de 18% sofrido no ano passado.
- Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 1,16%.
- Já o índice de Seul encerrou em baixa de 1,11%, refletindo o nervosismo na região após a morte do líder norte-coreano Kim Jong-il em dezembro. A moeda sul-coreana também perdeu valor em meio a rumores de um incidente nas instalações nucleares do Norte. Autoridades em Tóquio disseram não saber de quaisquer incidentes.
- O mercado recuou 1,17% em Hong Kong.
- A Bolsa de Taiwan perdeu 0,15%.
- Enquanto o índice referencial de Xangai destoou ao avançar 0,70%.
- Cingapura teve leve alta de 0,09%.
- Sydney fechou com desvalorização de 0,82%.
Análise - As financeiras se enfraqueceram em geral, com os problemas da Europa reduzindo a confiança, embora os bancos asiáticos não tenham a mesma exposição que os bancos europeus aos ativos tóxicos da zona do euro. O euro caiu a US$ 1,2763, o menor valor desde setembro de 2010. "Os estresses da área do euro continuam elevados", escreveu o Standard Chartered em nota de pesquisa. "Dados econômicos ruins, rebaixamentos de países e uma demanda fraca por emissões de bônus governamentais continuam sendo ameaças importantes para a região."


ONTEM – Fechamento das Bolsas de NY, Europa e Bovespa:
(Fontes: Agências Reuters, EFE, InfoMoney, Associated Press, AFP)


São Paulo / SP
Dados da Europa frustram mercado e Bovespa cai 1,38%
A Bovespa interrompeu uma sequência de quatro altas seguidas no pregão de ontem, dia 5/1, com notícias negativas da Europa ofuscando dados positivos dos Estados Unidos e levando investidores a realizar lucros.
- O Ibovespa caiu 1,38%, a 58.546 pontos.
- O giro financeiro da sessão foi de R$ 5,6 bilhões.
- O dólar voltou a subir ante o real nesta quinta-feira, em linha com o clima de cautela no exterior por conta dos problemas de dívida na zona do euro. A moeda norte-americana fechou em alta de 0,74%, para R$ 1,8408 na venda, devolvendo parte da queda de 2,26% verificada nos últimos dois dias. Na máxima do dia, a cotação subiu a R$ 1,8487, com valorização de 1,18%.

Análise - O estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno, disse que o aumento maior que o previsto dos preços ao produtor em novembro na Europa e o resultado do leilão de títulos da dívida na França, que registrou um aumento nos rendimentos, desagradaram os mercados. "Depois saíram dados nos EUA melhores que o esperado e as Bolsas (norte-americanas) se recuperaram. O mercado brasileiro também melhorou, mas como aqui subiu mais na semana, isso favoreceu uma realização de lucros", explicou. Entre os indicadores dos EUA, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 15 mil na semana passada, e as empresas privadas abriram 325 mil postos de trabalho em dezembro, superando expectativas de economistas.

As ações em destaque - No Ibovespa, as ações da Vale foram as principais influencias negativas. A ordinária recuou 2,67%, a R$ 41,86, enquanto a preferencial perdeu 2,53%, a R$ 39,76. As preferenciais da Petrobras também pesaram, registrando queda de 1,15%, a R$ 22,31. Na outra ponta, papéis de varejistas ficaram entre as maiores altas, com Lojas Renner subindo 3,4%, e Cia Hering valorizando 2,21%.


Nova Iorque / EUA
Ações de bancos embalam alta das Bolsas americanas
As principais bolsas norte-americanas encerraram em alta o pregão de ontem, dia 5/1, lideradas por ganhos em papéis de bancos, apesar de a Europa ter encontrado novas dificuldades. Foi um sinal de que investidores apostam que uma economia relativamente forte nos Estados Unidos ajudará seu mercado acionário a superar os outros em desempenho.
- O índice Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, recuou 0,02%, para 12.415 pontos.
-  O índice Standard & Poor's 500 teve valorização de 0,29%, para 1.281 pontos.
- O termômetro de tecnologia Nasdaq subiu 0,81%, para 2.669 pontos.
- O índice de bancos KBW teve valorização de 2,2%, estendendo o avanço da semana para 6%. O papel do Bank of America saltou 8,6%.
Análise - No geral, os ganhos foram escassos, mas papéis de bancos avançaram pelo terceiro dia seguido, amparados por dados econômicos melhores do que os esperados. Ações do setor financeiro continuaram a se destacar de seus pares europeus, conforme investidores viram mais potencial de crescimento no crédito dos EUA. "Embora existam problemas na Europa, os bancos dos EUA têm seu peso", disse John Manleu, estrategista-chefe na Wells Fargo Funds Management. "Há sinais de uma potencial estabilidade no mercado imobiliário residencial e os bancos norte-americanos estão, provavelmente, tendo ajuda com isso".
 
Os bancos - Inicialmente, operadores se focaram nas fortes perdas de ações de bancos europeus, lideradas pelo UniCredit. O papel do maior banco italiano perdeu mais de 30% de seu valor nesta semana após ter precificado uma oferta de ações para melhorar seu balanço financeiro. Outras ações de bancos europeus caíram, e um índice de credores da região despencou 3,24%. Mas Manley alertou que os problemas que fizeram ações de bancos terem uma das piores performances do ano passado ainda persistem. Os papéis do setor financeiro "podem se sair bem no longo prazo, eles são baratos, mas assim o são por razões que não vão passar em breve", disse.


Londres / Inglaterra
Bolsas europeias recuam por necessidade de aporte em bancos
As Bolsas europeias marcaram mais um dia de perdas, diante da avaliação dos investidores de que a capitalização do Unicredit, anunciada ontem, é apenas a primeira de uma série de operações de captação que terão de ser feitas pelos bancos da região para reforçar sua estrutura de capital contra a crise. Nem mesmo a nova rodada de indicadores positivos nos EUA, com destaque para a geração de empregos medida pela ADP, foi suficiente para tirar os mercados europeus do vermelho nesta quinta-feira.
- Em Londres, o índice FTSE 100 perdeu 0,78%, para 5.624 pontos.
- Em Paris, o CAC 40 caiu 1,52%, para 3.144 pontos.
- Em Frankfurt, o DAX recuou 0,25%, para 6.095 pontos.
- Em Milão, o FTSE MIB afundou 3,65%, para 14.767 pontos.
Análise 1 - Os bancos espanhóis Santander (-4,5%) e BBVA (-5%) figuraram na lista de principais perdas do setor bancário hoje, junto com o italiano Unicredit (-17%). Em entrevista ao jornal britânico "Financial Times", o ministro das Finanças da Espanha, Luis de Guindos, disse que é essencial que os bancos reforcem seus balanços sem penalizar o Tesouro, indicando que a utilização de um fundo garantido pelo governo para reestruturar bancos não é mais considerada. O governo estima que as instituições do país necessitem de uma capitalização de 50 bilhões de euros.
Análise 2 - Na quarta-feira, dia 4/1, o Unicredit anunciou que fará uma oferta de ações em que pretende levantar 7,5 bilhões de euros, restrita aos atuais acionistas, mas o desconto dado no preço dos novos papéis, de 43%, foi considerado muito alto. Outra informação relevante hoje foi a decisão da comissão europeia de adiar por três meses o pagamento da parcela de 5 bilhões de euros do pacote de ajuda à Grécia. Essa parcela deveria ter sido paga em setembro, mas com a crise política no país, acabou postergada para dezembro e agora ficou para março. A boa notícia é que, junto com essa parcela, a Grécia poderá começar a receber os recursos do segundo pacote de ajuda ao país, definido no fim do ano passado.
Análise 3 - E a novela das dívidas continua. Hoje foi a vez da França captar 7,96 bilhões de euros em uma oferta de bônus com forte demanda, mas com taxa de juros um pouco mais alta do que no último leilão semelhante. A notícia positiva veio, novamente, dos Estados Unidos. Segundo a ADP, empresa que processa folhas de pagamento, o setor privado do país criou 325 mil vagas de trabalho em dezembro, resultado bem melhor que a expectativa. Além disso, o número de pedidos de seguro-desemprego caiu em 15 mil, para o nível sazonalmente ajustado de 372 mil na semana terminada em 31 de dezembro. Em compensação, o Índice dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) para o setor de serviços dos EUA decepcionou, ao subir de 52,0 em novembro para 52,6 em dezembro.


__________________
MERCADO FINANCEIRO


Da redação - Brasília / DF (Marco Aurélio Reis, repórter i-press.biz)
Poupança captou apenas R$ 14 bilhões em 2011 é o pior resultado desde 2006
No acumulado de todo o ano passado, as cadernetas de poupança registraram captação líquida positiva de R$ 14,186 bilhões, valor 63,3% menor que o observado em 2010. O resultado é o pior desde 2006, quando a captação líquida somou R$ 6,472 bilhões, segundo dados do Banco Central.
Os depósitos alcançaram R$ 1,270 trilhão no decorrer do ano. O valor, porém, foi quase todo retirado em seguida, já que os saques totalizaram R$ 1,255 trilhão no ano. As cadernetas de poupança dos brasileiros tiveram, ainda, rendimento acumulado de R$ 27,023 bilhões em todo o ano passado.
Os depósitos superaram os saques na poupança em R$ 3,589 bilhões no último mês de 2011. Dados divulgados há pouco pelo Banco Central mostram que essa captação líquida de recursos das cadernetas foi 11.609% maior que a verificada em novembro, quando o resultado ficou positivo em apenas R$ 30,6 milhões. Na comparação com dezembro de 2010, porém, a tendência é contrária e houve forte retração, de 43,5%, na captação de recursos. Com esse desempenho, o total depositado nas cadernetas de poupança alcançou R$ 420,008 bilhões em 30 de dezembro do ano passado.
Segundo o BC, o resultado no mês passado foi obtido graças aos depósitos que totalizaram R$ 114,071 bilhões no decorrer de dezembro, valor que superou o acumulado dos saques no período, que alcançaram R$ 110,481 bilhões. Houve, ainda, rendimentos de R$ 2,250 bilhões das cadernetas já existentes.

 
São Paulo / SP
Bradesco capta US$ 750 milhões no mercado internacional
O Bradesco conseguiu captar hoje US$ 750 milhões com papéis de dez anos no mercado internacional de dívida. É a terceira captação do Brasil no exterior só nesta semana, a primeira de 2012. "O mercado reabriu para o Brasil. Não para todo mundo, mas para bons nomes", disse Renato Ejnisman, diretor do Bradesco BBI. "Aquele azedume do final do ano passado passou. Estamos sempre com a documentação preparada, temos demanda para empréstimo de nossos clientes, vimos a operação do Brasil e da Vale... Achamos que era a hora e decidimos hoje de manhã", disse Marlene Millan, diretora de câmbio do Bradesco. Ontem, a Vale levantou US$ 1 bilhão dos maiores fundos e gestores de investimento do mundo, pagando taxa de 4,525% ao ano. Na terça, o Tesouro Nacional abriu a nova temporada de captações brasileiras ao emitir US$ 750 milhões em dívida de dez anos com taxa de 3,449%, a menor da história. A taxa do Bradesco ficou em 4,5%, piso do que havia proposto aos investidores.


_________
INDÚSTRIA


Rio de Janeiro / RJ
Siderúrgicas brasileiras vivem processo de desnacionalização
A indústria siderúrgica brasileira está em vias de passar por uma nova onda de desnacionalização. Inicialmente controlado pelo Estado, o setor de aço hoje está concentrado em cinco grandes grupos, que detêm mais de 90% da capacidade do mercado. Dos cinco, três têm empresas estrangeiras como principais controladoras. O caso mais recente foi a entrada da ítalo-argentina Techint na Usiminas.
Esse movimento deve continuar. Executivos da siderurgia brasileira que viajam ao exterior já notam o interesse de grupos de países como Índia e China e da Europa em ingressar no Brasil, em novos negócios ou companhias já existentes. "Hoje o que mais tenho ouvido em várias missões é ‘o Brasil é o País do futuro, então vamos colocar nossas plantas lá, porque é lá que vai haver o consumo’. Vemos isso vindo da China, da Índia e da Comunidade Europeia", diz o presidente da ArcelorMittal Aços Longos América do Sul, Augusto Espeschit.
Além da ArcelorMittal e da Usiminas, que teve 27,7% repassados ao grupo Techint, compõe o clube das gigantes controladas por estrangeiros a ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), usina com participação minoritária da Vale inaugurada no Rio em 2010.
Diante de um excesso de capacidade de produção de 500 milhões de toneladas de aço no mundo, grandes grupos estrangeiros têm voltado os olhos para o Brasil e avaliam que o País está diante de uma oportunidade ímpar para dar um salto no consumo de aço, embalado pelo desafio de solucionar os problemas de infraestrutura e de déficit habitacional e pelo crescimento de uma classe média ávida pelo consumo. Enquanto a China mais do que triplicou o consumo aparente de aço per capita para 427 quilos por habitante entre 2001 e 2010, o Brasil passou de 93,3 para 129,8 quilos.
Motivos. Os indutores do aumento da demanda no País são múltiplos. A construção de moradias do Programa Minha Casa Minha Vida, investimentos ligados à Copa e à Olimpíada, a reativação da indústria naval e uma série de projetos de montadoras de automóveis atraem a atenção dos estrangeiros, avaliam Guilherme Cardoso e Pedro Landim, chefe e gerente da área de Insumos Básicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Se uma empresa no mundo está querendo botar de pé uma siderúrgica, certamente sobre a mesa dela estará o Brasil", diz Cardoso. Ele revela que a expectativa do banco é que a crise internacional provoque adiamentos de projetos do setor no Brasil, mas não cancelamentos.
Em dezembro último, o banco traçou as estimativas de investimentos em siderurgia para o período entre 2012 e 2015. Em quatro anos, o montante deve chegar a cerca de R$ 32 bilhões, patamar pouco abaixo dos R$ 33 bilhões previstos anteriormente para o quadriênio 2011-2014. Cardoso observa que, como o País ainda tem capacidade ociosa na produção de aço bruto, uma expansão em unidades de laminação seria suficiente. "Em algum momento a capacidade de produção de aço bruto no Brasil vai ter de aumentar para atender à demanda interna", avalia.
A recente avalanche de importação de aço, produtos siderúrgicos e bens industrializados que contêm o insumo pode, no entanto, colocar um freio nos ímpetos do investidor estrangeiro. Para o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Melo Lopes, a dificuldade de competir com os importados deve fazer com que, por enquanto, empresas estrangeiras prefiram entrar aqui comprando participações.


________________
SETOR AUTOMOTIVO


São Paulo / SP
Montadoras voltam a demitir
A indústria automobilística brasileira encerrou 2011 com recorde de produção e de vendas, mas também com demissões, fato que não ocorria desde junho de 2009. Em dezembro, foram cortadas 669 vagas nas montadoras, sendo 529 pelas fábricas de veículos e 140 pelas de tratores. O setor fechou o ano com 144.710 funcionários, ainda assim o maior contingente dos últimos 25 anos. Em relação a 2010, há 8.610 empregados a mais nas fábricas atualmente.
Após 28 meses seguidos de aumento do quadro de pessoal, as montadoras pararam de contratar em novembro e, no mês passado, promoveram cortes, sinal de que o fôlego do setor diminuiu. Novas baixas vão ocorrer. A fabricante de caminhões Scania, do ABC paulista, avisou que não renovará contratos de 138 funcionários.
Eles foram contratados em regime temporário por um ano, prazo que vence até março. A empresa também está promovendo dispensas na matriz sueca e alega dificuldades com a crise na Europa e incertezas quanto à demanda na América Latina. Para o consultor da CSM WorldWide, Fernando Trujillo, o bom momento da indústria automobilística registrado no fim de 2010 e início de 2011 "acabou". Ressalta ainda que o aumento das importações "afeta muito a produção local".
No ano passado, foram vendidos no País 3,63 milhões de veículos, dos quais 23,6% importados, a maior parte pelas próprias montadoras, que trouxeram produtos principalmente da Argentina e do México. O total de carros nacionais vendidos (2,77 milhões) é 2,8% inferior ao de 2010. Já o volume de importados (858 mil) é 30% maior. A produção de 3,4 milhões de unidades foi apenas 0,7% superior ao resultado de 2010. O número inclui 541,5 mil veículos exportados, alta de 7,7% na comparação com o ano anterior.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta para este ano aumento de 4% a 5% nas vendas e de 1,1% na produção. A exportação deve recuar 5,5%."A produção não deve recuperar o mercado perdido para os importados", diz Trujillo. Segundo ele, a medida do governo federal, que aumentou em 30 pontos porcentuais a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados de fora do Mercosul e do México, não vai ajudar na recuperação da produção nacional porque afeta uma minoria de produtos que vem de outros países, incluindo China e Coreia.
Reajustes - Além do repasse parcial da alta do IPI para os importados, de cerca de 15%, 2012 começou também com reajustes nas tabelas sugeridas pelas montadoras para os carros nacionais. O varejo, porém, continua oferecendo descontos até porque os estoques seguem altos, apesar da redução ocorrida em dezembro, o melhor mês do ano em vendas, com 348,4 mil unidades.
No fim do ano havia 347,3 mil carros nos pátios de montadoras e revendas, o equivalente a 30 dias de vendas. Em novembro, o estoque era de 373,5 mil veículos, ou 35 dias de vendas.Segundo revendas, na virada do ano a General Motors aplicou reajustes médios de 1,6% nos modelos da marca. Ontem, a Volkswagen distribuiu novas tabelas com aumento médio de 1%. O último reajuste oficial da marca havia ocorrido em maio.
Quatro modelos tiveram reajuste maior, na casa dos 3%, porque passaram a ser equipados com airbag e freio ABS. A inclusão dos equipamentos no Gol Power, Gol Rallye, Voyage Comfortline e SpaceFox Trend resultou em aumento de R$ 1,3 mil.Até novembro do ano passado, o IPCA (índice oficial de preços do IBGE) indicava queda de 2,8% nos preços de mercado dos carros novos. A inflação no mesmo período estava em 6%.


____________
AGRONEGÓCIO


Porto Alegre / RS
Rio Grande do Sul estima perdas de R$ 500 milhões na agricultura por causa da estiagem
Prejuízos mais significativos são registrados nas lavouras de milho, feijão e na produção de leite. Embora ainda não tenha um levantamento consolidado, o governo do Rio Grande do Sul estima que os prejuízos provocados pela estiagem se aproximem dos R$ 500 milhões. As perdas são maiores nas lavouras de milho e feijão e na produção de leite das regiões Central, Norte e Noroeste do Estado. A previsão dos serviços de meteorologia não indica perspectiva de chuvas fortes para os próximos dias. Na semana que vem, o calor deve aumentar e se aproximar de 40°C.
O número de municípios que decretaram situação de emergência por causa da estiagem subiu para 42 nesta quarta, dia 04, quando Doutor Ricardo, Arroio do Tigre, Colorado, Santo Augusto, Bozano e Boa Vista do Cadeado também recorreram à medida. A Defesa Civil estima que 248 mil pessoas já tenham sido afetadas pela falta de chuva.
O governador em exercício, Beto Grill (PSB), admite que o problema deve aumentar, porque as perspectivas climáticas para os próximos dias não são boas. O Estado prevê que as 24 prefeituras que já emitiram Notificações Preliminares de Desastre (Nopreds) também vão decretar situação de emergência e que outras 110 administrações municipais podem seguir o mesmo caminho até a semana que vem.
Grill também revela que, por sugestão da ministra-chefe da Casa Civil do governo federal, Gleisi Hoffmann, o governo do Estado poderá emitir um decreto coletivo de situação de emergência no qual relacionaria todos os municípios prejudicados pela estiagem. Isso facilitaria a liberação de recursos federais e o pagamento do seguro aos agricultores que perderam suas lavouras. (Agência Estado)


Brasília / DF
Empresa é multada em R$ 548 mil por ocultar transgênicos
A empresa de Alimentos Zaeli terá que pagar R$ 548 mil por não informar no rótulo de um de seus produtos a existência de ingredientes transgênicos. A multa foi aplicada ontem pelo DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor), do Ministério da Justiça. Análises de laboratório solicitadas pelo órgão atestaram que o Fubá Fino Mimoso apresentou 22% de milho geneticamente modificado.
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, as empresas são obrigadas a informar no rótulo dos alimentos a presença de mais de 1% de ingredientes transgênicos. Em nota, a Alimentos Zaeli questionou os testes feitos pelo departamento e informou que recorrerá à Justiça contra a multa, que classificou de "ilegal e arbitrária". "A Zaeli esclarece que os testes realizados pelo órgão do Ministério da Justiça não seguiram os procedimentos legais, como a intimação da empresa a acompanhar o exame, a apresentar quesitos e assistente técnico. Além disso, não foi dada a oportunidade de realização de uma contraprova do exame em questão", afirmou.
Essa foi a terceira multa aplicada pelo departamento a uma empresa por falta de informação sobre produtos transgênicos. O valor foi definido considerando o preço médio do alimento, a produção anual e o número de produtos da empresa. Em março de 2011, o DPDC abriu dez processos após exames indicarem mais de 1% de produtos transgênicos em biscoitos, bolos, barras de cereais e salgadinhos de diversas marcas. (Agência FolhaNews)


Da redação – Rio de Janeiro / RJ

Mel pernambucano de Bodocó  agora tem certificação
A Associação de Apicultores do município pernambucano de Bodocó (AAPIB) recebeu do Ministério da Agricultura o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF). A certificação beneficia 60 famílias que vivem da apicultura e que agora poderão fracionar sua produção e comercializá-la para outros estados do país, ao invés de entregá-la a atravessadores – que até então ficavam com importante parte do lucro. Esse é o primeiro selo do tipo conquistado pela região do Araripe, maior produtora de mel de Pernambuco.
O reconhecimento foi possível graças ao trabalho de consultoria gerencial e tecnológica realizado pelo Sebrae em Pernambuco. “Hoje temos uma equipe treinada para trabalhar dentro de um processo de produção para evitar a contaminação dos produtos”, afirma Romildo Menezes, coordenador da AAPIB. “Éramos rústicos e agora estamos organizados”, compara o apicultor. Além do mel, os apicultores de Bodocó estão estudando a viabilidade econômica da produção de pólen em plena caatinga pernambucana, trabalho que também conta com a consultoria do Sebrae em Pernambuco.
Os resultados até o momento são animadores. Enquanto a produção média por colméia no país fica em 18 g por dia, eles têm conseguido obter uma média diária de 50 g por colmeia. Fundada em 1999, a Associação de Apicultores de Bodocó passou a ter o apoio do Sebrae em 2004. “Tivemos um avanço muito grande de produção. Saímos de 16 toneladas em 2004 para 70 toneladas de mel hoje”, revela Romildo.
Com uma produção estimada em 38 mil toneladas de mel em 2009, segundo dados do IBGE, a apicultura brasileira deve permanecer entre as mais produtivas do mundo nos próximos anos. De 1999 a 2009, o estado de Pernambuco foi um dos que apresentou maior crescimento da atividade no país, respondendo por mais de 10% do mel produzido no Nordeste – em 1999, essa participação era de apenas 3,63%. No estado, o Sertão foi a região que mais sobressaiu, com uma produção de 1.428 toneladas em 2009. Para se ter uma ideia, a região do Araripe, juntamente com o município de Parnamirim, é responsável por 69% da produção de mel de Pernambuco. (Fonte:  Agência Sebrae de Notícias)

 
________________
SERVIÇOS e VAREJO


Da redação – São Paulo / SP

Riachuelo persegue estilo e poder de compra da classe C
A Riachuelo, focada nas classes C e D, conseguiu aumentar em cerca de 10% seu tíquete médio no acumulado de janeiro a setembro do ano passado, cujo valor atingiu R$ 121,55. A aposta da marca, segundo Flávio Rocha, presidente da empresa, é em roupas de alto valor agregado, ou seja, peças que têm mais detalhes e informações de moda. Em novembro de 2011, a Riachuelo anunciou uma parceria com cinco estilistas brasileiros - André Lima, Martha Medeiros, Juliana Jabour, Huis Clos e Maria Garcia, que foram os autores da última coleção da marca. No acumulado de janeiro a setembro do ano passado, a receita líquida do Grupo Guararapes, controlador da empresa, atingiu pouco mais de R$ 2 bilhões, um aumento de 19% referente ao mesmo período de 2010.


__________________
TI, WEB e e-COMMERCE


Da redação - São Paulo / SP (Mônica Siqueira, editora assistente i-press.biz)
Gartner reduz de 4,6% para 3,7% a previsão de gastos com TI
Em 2012, os gastos com TI em todo o mundo vão somar 3,8 trilhões de dólares, um aumento de 3,7% em comparação com o ano anterior, prevê o instituto de pesquisas Gartner. Em 2011, o investimento em TI totalizou 3,7 trilhões de dólares, 6,9% a mais do que em 2010.
O Gartner revisou para baixo as projeções para 2012, que indicavam que os gastos com TI seriam 4,6% superiores neste ano. Todos os quatro principais setores de tecnologia [hardware, software empresarial, serviços de TI e equipamentos de telecomunicações e serviços] deverão registrar expansão mais lenta em 2012, afirma.
Por outro lado, os equipamentos de Telecom terão forte crescimento. A receita será 6,9% superior em 2012. O mercado de software empresarial também saltará 6,4%, segundo as projeções do Gartner.  "O recuo do crescimento econômico global, a crise na zona do euro e o impacto das inundações na Tailândia sobre a produção de unidade de disco rígido (HDD) impactaram diretamente nas perspectivas", diz Richard Gordon, vice-presidente de pesquisas do Gartner.
As inundações na Tailândia vão afetar particularmente a compra de computadores e de sistemas de armazenamento. "Estimamos que o fornecimento de unidades de disco rígido será reduzido em até 25% nos próximos seis a nove meses. A reconstrução das instalações destruídas também levará tempo e os efeitos vão repercutir por todo o ano e muito provavelmente em 2013”, avalia Gordon. Diante desse cenário, o Gartner reduziu ainda a previsão de venda de PCs, que tem impactado nas perspectivas do setor de hardware. As restrições na oferta vão resultar em ambiente cauteloso para gastar com hardware, de acordo com o Gartner.


_______
ENERGIA


Rio de Janeiro / RJ

Consumo de energia em 2011 subiu 3,4%
O consumo de energia elétrica medido pelo ONS - Operador Nacional do Sistema - subiu 3,4% em 2011, segundo dados preliminares, depois de ter registrado em dezembro alta de 3,2% em relação ao mesmo mês de 2010.
Em relação a novembro, quando geralmente registra queda, a variação do consumo ficou positiva em 1,4%. "O pequeno aumento do nível de utilização da capacidade instalada pela indústria em relação à verificada em novembro, conforme divulgação da Fundação Getúlio Vargas, foi um dos fatores que contribuíram para o desempenho da carga de energia durante o mês de dezembro", informou o ONS.
O IBGE também divulgou nesta quinta-feira que a produção industrial em novembro subiu 0,3% em relação ao mês anterior, um desempenho incomum nessa época. O subsistema Sudeste/Centro-Oeste no entanto, que concentra a maior parte do parque industrial brasileiro, registrou o menor incremento no consumo de energia em dezembro, com alta de 1,4% contra dezembro do ano anterior, seguido pelo subsistema Nordeste, com taxa positiva de 3,2%. O subsistema Sul teve alta de 6% e o Norte de 6,2%.
Seguindo o ONS, "apesar da atividade econômica seguir em desaquecimento, a indústria conseguiu reduzir, ao menos em parte, o acúmulo de estoques indesejados, sem que fosse necessário reduzir sua produção. Esse comportamento deve ter sido mantido para dezembro", explicou o operador. No ano, o subsistema Sudeste/Centro Oeste acumulou alta de 3,3% em relação a 2010; o Nordeste, alta de 1,1%; Norte, de 4,5% e Sul de 5,2%.


________________
MERCADO DE LUXO


 

Nova Iorque / EUA
Lexus perde liderança de 11 anos no segmento de luxo dos EUA
A BMW ficou em primeiro lugar no mercado de automóveis de luxo dos EUA em 2011, superando a Daimler, dona da marca Mercedes-Benz, de acordo com dados da companhia divulgados ontem, dia 5/1. (LEIA na íntegra)





Da redação – Paris / França (Jean Pierre Sorteaux, correspondente i-press.biz)
Fabricante belga de lingerie de luxo, Van de Velde cresce 8,2% em 2011
O faturamento consolidado da fabricante belga de lingerie de luxo Van de Velde passou de 166,3 milhões de euros em 2010 para 179,9 milhões de euros em 2011, um crescimento de 8,2%. (LEIA na íntegra)




----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
i-press.biz - Copyright © 2008 / 2012 - Todos os direitos reservados