Edição 565 | Ano IV



Da redação – São Paulo / SP
Múltinacionais brasileiras trazem soma recorde do exterior ao País
O volume de dinheiro que multinacionais brasileiras trouxeram do exterior para o país entre janeiro e julho deste ano atingiu o recorde de US$ 21,7 bilhões. A quantia equivale a quase o dobro do valor investido por essas empresas fora do país no mesmo período (US$ 11,2 bilhões). Essas cifras são registradas no balanço de pagamentos (que contabiliza transações do país com o resto do mundo) sob a categoria de investimento brasileiro no exterior. Mas o movimento de entrada de recursos muito superior ao de saída por meio dessa conta é incomum. "Normalmente, é de se esperar que as quantias mais significativas sejam relacionadas a investimentos feitos pelas multinacionais brasileiras fora", afirma Silvio Campos Neto, economista da consultoria Tendências. Os recursos que multinacionais brasileiras estão trazendo do exterior têm entrado no país principalmente com dois tipos de carimbo, que representam subdivisões da conta de investimento brasileiro no exterior. O maior fluxo (US$14,3 bilhões nos primeiros sete meses do ano) representa quitação de dívidas que filiais tinham com suas matrizes brasileiras no passado.

Nova Iorque / EUA (Especial Presidenta Dilma na ONU)
Dilma afirma que emergentes não podem assistir à crise passivamente
A presidente Dilma Rousseff afirmou na noite de ontem, dia 20/9, em discurso realizado em Nova Iorque, que os países emergentes não podem assistir passivamente à deterioração da economia mundial. "Mesmo cada um dos nossos países que, por características da sua trajetória, não estão inteiramente comprometidos e contagiados com a crise que o mundo atravessa não podem ficar numa situação confortável e passiva olhando os fatos", afirmou a presidente.
Dilma fez o discurso durante cerimônia em que recebeu o prêmio Woodrow Wilson para Serviços Públicos, concedido pelo Woodrow Wilson International Center for Scholars. O mesmo prêmio já foi entregue ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns (morta em 2010), entre outros brasileiros.
Segundo Dilma, vários países em desenvolvimento têm se destacado na economia global, "mas eles também sofrem os efeitos da crise nascida da insensatez e incapacidade política de comandar a economia". "Precisamos de iniciativa para orientá-los rumo ao crescimento e redefinir o sistema financeiro global de forma a garantir mais estabilidade para os países do mundo". Em seu discurso, Dilma afirmou ainda que o desempenho da economia brasileira nos últimos anos, com incremento da renda média e redução da desigualdade social, pode servir de exemplo a outras nações.
Encontros com Obama e Calderón – Ontem, dia 20/9, a presidente encontrou seus colegas dos Estados Unidos, Barack Obama, e do México, Felipe Calderón, em conversas bilaterais nas quais a crise econômica mundial foi o principal assunto. Segundo o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, a conversa entre Dilma e Obama foi "muito amistosa" e tratou, entre outros assuntos, da preocupação de ambos quanto aos rumos da crise econômica global, particularmente da situação na Europa. Nesta quarta-feira, Dilma discursará na abertura da 66ª Assembleia Geral da ONU. Será a primeira vez que uma mulher proferirá o discurso de abertura do evento, tradicionalmente a cargo do Brasil. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. (Agência BBC Brasil - Enviado especial da BBC Brasil a Nova Iorque)

Washington / EUA (Especial Presidenta Dilma na ONU)

Bird afirma que Brasil terá dificuldade para adotar ajuste fiscal
No momento em que se prepara para grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o Brasil terá dificuldade para cumprir sua promessa de ajuste fiscal, disse ontem, dia 20/9, à BBC Brasil o economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina, Augusto de la Torre. "É um desafio muito grande, porque o Brasil está enfrentando um ano de gastos importantes, associados à Copa do Mundo e todo o resto. Então não vai ser fácil cumprir a promessa de fortalecer a posição fiscal", afirmou. No início deste ano, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a intenção do governo de fazer um ajuste fiscal de R$ 50 bilhões.
O economista diz que o cumprimento das medidas é crucial para o país, especialmente diante do início de uma trajetória de redução da taxa básica de juros (Selic). No mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a Selic pela primeira vez neste ano, de 12,5% para 12%, em uma decisão que surpreendeu analistas e foi justificada em parte pelo aumento da incerteza global. Segundo De la Torre, o rumo da política fiscal no Brasil é o que vai determinar se a decisão do Banco Central foi correta ou não. "A variável chave é se as ações que estão tomando na taxa de juros serão compensadas por uma posição fiscal mais forte", afirma.
A crise e seus efeitos no Mundo - O economista afirma que, caso o Brasil consiga levar adiante seu esforço fiscal, estaria bem preparado para uma eventual nova crise internacional. Caso contrário, "a situação pode não ser tão favorável". "Se conseguir fazê-lo, vai ter espaço fiscal e monetário caso o mundo venha abaixo. Se o mundo não vier abaixo, o ajuste fiscal vai abrir espaço para que a política monetária possa ter uma taxa de juros mais baixa, sem que isso recrudesça as expectativas inflacionárias", disse. A manutenção de altas taxas de juros é usada como arma contra as crescentes pressões inflacionárias, em um momento em que a taxa de inflação no Brasil corre o risco de fechar o ano acima do teto da meta, que é de 6,5%.
Assim como o Brasil, vários outros países latino-americanos que trabalham com metas de inflação têm mantido suas taxas de juros bem acima da média internacional e, principalmente, de economias avançadas como Estados Unidos ou Japão, onde essas taxas estão próximas de zero. Essa margem para baixar juros - e fazê-lo rapidamente - deixa os latino-americanos em vantagem caso ocorra uma piora no cenário global.
O aumento das incertezas na economia mundial, especialmente nos Estados Unidos e em alguns países da Europa que enfrentam crises de dívida e déficit, levou o Banco Mundial a projetar crescimento de entre 3,5% e 4,5% para a América Latina neste ano, bem abaixo dos 6% registrados no ano passado. Em seu mais recente relatório sobre o estado da economia na região, lançado nesta terça-feira em Washington, o Banco Mundial diz que a recuperação econômica após a crise de 2008 começa a dar lugar a uma "dinâmica de crescimento mais madura, mas menor". 

Sobre a expansão da China - O relatório ressalta, porém, que mesmo que a situação das economias avançadas se agrave, alguns países latino-americanos poderão manter sua atividade econômica relativamente livre de contágio, caso a China continue crescendo e os preços das commodities não sofram uma queda muito grande. A relação com a China merece atenção especial no documento e é citada como um dos principais fatores que contribuíram para o que o Banco Mundial define como "crescimento robusto" apresentado pela América Latina na última década. "Coincidentemente ou não, o crescimento da produtividade na região aumentou à medida que esses laços se aprofundaram", diz o documento. O relatório compara essa relação com aquela mantida entre os países conhecidos como Tigres Asiáticos (Hong Kong, Coreia do Sul, Cingapura e Taiwan) com o Japão entre os anos 1970 e 1990 - na época, um vizinho com grande crescimento e progresso tecnológico. A conclusão, porém, é a de que, enquanto a relação com o Japão rendeu uma significativa transfusão de conhecimento e tecnologia para os Tigres Asiáticos, o mesmo não ocorre no relacionamento da América Latina com a China.
O Banco Mundial diz que, até o momento, não há evidência de que a relação com a China - baseada principalmente na enorme demanda chinesa por matérias-primas abundantes na América Latina - esteja sendo acompanhada de um processo de difusão tecnológica para a região. "O ponto central é que a conexão comercial sozinha, quando não vem acompanhada ou não leva à formação de capital humano, investimentos em inovação, adoção e adaptação de tecnologia, não induz ao crescimento de produtividade", diz o documento.
No entanto, o Banco Mundial observa que a própria relação da América Latina com os Estados Unidos sugere que há também "razões estruturais e institucionais mais profundas" pelas quais as economias da região são menos propensas a absorver tecnologia e conhecimento. "A nova conexão com a China não vai por si só alterar essas deficiências", diz o relatório. "Isso é uma tarefa para uma agenda de políticas bem elaboradas e implementadas e orientadas para o crescimento, uma agenda que, em geral, ainda está faltando." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. (Agência BBC Brasil - Enviado especial da BBC Brasil a Nova Iorque)

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MERCADO DE CAPITAIS

(Informações: Dow Jones, Bovespa, Reuters, EFE, AFP, InfoMoney e Associated Press)

HOJE – Abertura das Bolsas Europeias e Fechamento das Asiáticas:

Tóquio / Japão
Bolsas da Ásia sobem antes de decisão do Fed
A maioria das Bolsas de Valores asiáticas fechou em alta no pregão de hoje, dia 21/9, com investidores aguardando o fim da reunião de política monetária do Federal Reserve na expectativa de novas medidas de estímulo à economia dos EUA.
- Em Tóquio, o índice Nikkei fechou em alta de 0,23%, apoiado por uma certa caça a barganhas. Analistas disseram que os declínios dos mercados nas últimas semanas tornaram as ações mais atraentes, com dois terços dos papéis japoneses operando abaixo do valor líquido contábil.
- O índice MSCI da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão, por outro lado, caía 0,17%.
- O índice de Seul encerrou em alta de 0,89%.
- O mercado tombou 1% em Hong Kong.
- A Bolsa de Taiwan avançou 0,57%.
- Enquanto o índice referencial de Xangai disparou 2,66%.
- Cingapura teve valorização de 0,39%.
- E o índice da Bolsa de Sydney subiu 0,78%.
Análise - O dólar caiu perto da mínima recorde contra o iene, pressionado por fortes vendas realizadas pelas exportadoras japonesas. O Fed deve anunciar, às 15h15 (horário de Brasília), planos para reequilibrar sua carteira para favorecer bônus de prazo mais longo e, assim, reduzir ainda mais os juros de longo prazo, que já estão em mínimas históricas. Os mercados asiáticos abriram em baixa pela terceira vez nesta semana, mas depois mudaram de rumo.

ONTEM – Fechamento da Bovespa, NY e Europeias:

São Paulo / SP
Bovespa segue Nova Iorque e perde 1,27% no fechamento
A Bolsa de Valores brasileira desvalorizou 1,27% - pela referência do índice Ibovespa - no encerramento dos negócios de ontem, dia 20/9.
- O "termômetro" da praça doméstica voltou para os 56.378 pontos.
- E o giro financeiro atingiu R$ 6,27 bilhões.
- Já o dólar comercial subiu pelo 12º dia somente neste mês, alcançando a cotação de R$ 1,789 (aumento de 0,50%), a maior taxa desde julho de 2010.
Análise - Os investidores não sustentaram o viés positivo registrado em boa parte da rodada de negócios desta terça-feira, principalmente depois que as Bolsas americanas, a principal influência externa, viraram para o campo negativo. Mais uma vez, as ações da Vale concentraram a maior parte dos negócios no pregão, com destaque para a preferencial, alvo de R$ 1,02 bilhão das operações registradas hoje. Esse papel ficou 0,96% mais caro nesta sessão e contribuiu para evitar uma queda ainda mais acentuada do índice Ibovespa. A equipe de analistas da Lerosa Investimentos chama a atenção para o comportamento recente dos investidores, trocando papéis de empresas mais ligadas à economia doméstica por ativos de companhias que ganham com o dólar mais alto. Nessa troca, as ações do setor imobiliário foram fortemente "castigadas" hoje, com registro de perdas de 6% para as ações da Cyrella, PDG, MRV, Rossi Residencial e Gafisa.

Nova Iorque / EUA
Bolsas dos EUA têm pequena variação à espera do Fed
Os índices Dow Jones e Standard and Poor's 500 encerraram ontem, dia 20/9, com discretas oscilações, conforme investidores aguardaram para ver se o Federal Reserve (banco central norte-americano) oferecerá novos estímulos econômicos e se a Grécia fará progresso nas negociações para evitar um default.
- O Dow Jones avançou 0,07%, para 11.408 pontos.
- O índice Standard & Poor's 500 teve desvalorização de 0,17%, para 1.202 pontos.
- O termômetro de tecnologia Nasdaq caiu 0,86%, para 2.590 pontos.
Análise 1 - Em sua sessão de menor volume desde o fim de agosto, o mercado anulou ganhos de cerca de 1% obtidos mais cedo conforme investidores evitaram ir para casa com posições longas após a redução na nota do crédito da Itália na noite passada. Papéis do setor de semicondutores estiveram entre os que exibiram pior performance, com o índice de semicondutores PHLX tendo desvalorização de cerca de 1,3%, o que pesou sobre o Nasdaq, após a Xilinx reduzir suas previsões para o segundo trimestre. A ação da fabricante de chips recuou 4,53%.
Análise 2 - Ajudando a amenizar parte do nervosismo quanto à dívida da zona do euro, a Grécia prometeu fazer novos cortes no setor público antes de uma segunda conferência com credores internacionais. Atenas deve persuadi-los a fazer mais empréstimos para evitar que ela entre em moratória no mês que vem. Espera-se que, ao fim de sua reunião de dois dias hoje, o Fed anuncie planos de intervir no mercado de títulos de dívida para pressionar para baixo as taxas de juros de longo prazo - já em suas mínimas históricas -, em uma medida conhecida como "Operação Twist". "Eles estão focando no fato de que muitas pessoas esperam mais do Fed do que vão obter - eles não vão conseguir um novo programa de estímulos", disse diretor administrativo da ICAP Equities, Ken Polcari.

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MERCADO FINANCEIRO


Da redação – São Paulo / SP
Saiba dos riscos da renda fixa e variável e como diminuí-los
Que investir é a melhor maneira de alcançar os objetivos financeiros, a maioria das pessoas concorda. Entretanto, a rentabilidade e os benefícios dos investimentos são sempre acompanhados por algum tipo de risco, seja ele alto ou baixo.E se você pensa que os riscos são exclusivos de investimentos de renda variável, está enganado. Apesar de oferecerem riscos menores, os investimentos de renda fixa não estão totalmente livres deles. De acordo com o especialista em finanças e membro orientador do INI - Instituto Nacional de Investidores -, Nilton Farinati, existem três principais riscos nos investimentos: o risco de crédito, risco de liquidez e risco de mercado.
Risco de mercado - O economista e diretor da Nortfolk Advisors, Ricardo Torres, explica que o risco de mercado se refere às oscilações de preços dos ativos por conta da oferta e da demanda. “Dependendo do momento, é melhor estar comprado ou vendido em algum ativo. Ou seja, pode existir uma pressão compradora ou vendedora que faz com que exista um risco naquele investimento”, afirma Torres. Muito comum com investimentos de renda variável, as possíveis perdas decorrentes da variação dos preços dos papéis fazem parte do risco de mercado. “No caso das ações, quanto maior a volatilidade do papel maiores são os riscos de mercado daquele investimento”, afirma Nilton Farinati. Mas, o economista da Nortfolk lembra que o risco de mercado não é exclusivo da renda variável. “Se você compra um título público com vencimento em 2020 e taxa de 11,5% ao ano e a taxa de juros sobe, você também está ganhando menos e configura-se o risco de mercado também na renda fixa”, explica Torres.
Como escapar? Não há como acabar completamente com os riscos de mercado de um ativo. Quando você investe em ações, por exemplo, não existe garantia nenhuma de que o papel terá um bom desempenho no período em que estiver em seu portfólio. Entretanto, existem maneiras de mitigar um pouco as chances de prejuízo, de acordo com Farinati. “Você pode, por exemplo, comprar papéis de empresas que são boas pagadoras de dividendos. As ações destas empresas costumam ser menos voláteis do que as outras, já que os investidores não vendem tanto quando o mercado tem problemas, justamente porque têm a garantia de receber os dividendos”, diz Farinati.
Risco de crédito - O risco de crédito se refere à possibilidade da instituição com a qual estamos negociando não cumprir com a sua parte na transação e deixar de honrar os seus compromissos.Este tipo de risco é mais comum nos títulos de renda fixa, que na prática funcionam como se o investidor estivesse “emprestando” dinheiro ao emissor, em troca de uma remuneração, que é a rentabilidade do título.Mas, Ricardo Torres aponta que o risco de crédito existe em todas as transações que estão fora de mercados organizados de bolsa. “Portanto, operações com derivativos efetuados em mercado de balcão, por exemplo, também estão sujeitas ao risco de crédito”, diz.Segundo ele, nas transações efetuadas em bolsa de valores este tipo de risco não acontece. “As bolsas têm mecanismos seguros de travas para que não haja o risco de crédito nas operações”, pontua.
Como escapar? - Os títulos públicos e os títulos emitidos por empresa (debêntures) costumam ter uma classificação de risco (rating) emitida por agências especializadas. Quanto maior a nota, menor a chance de “calote” daquele governo ou empresa, portanto, menor o risco.“Ao mesmo tempo, aqueles que têm menor nota costumam pagar juros maiores, para compensar o maior risco que o investidor está correndo”, afirma Farinati.
Risco de liquidez - O risco de liquidez é a dificuldade de transformar algum ativo em dinheiro, ou seja, quando não se encontram compradores para determinado investimento. Este risco também está presente em praticamente todas as aplicações, mas existem aquelas que possuem um risco maior do que outras. “Quando você compra um imóvel, por exemplo, dificilmente conseguirá vendê-lo no dia seguinte, a não ser que coloque um preço muito menor do que aquele que você pagou”, afirma Torres. Mesmo quando você investe em ações também pode correr o risco de ter uma baixa liquidez, dependendo da empresa da qual decidir virar sócio. “Existem ações que possuem pouca liquidez e você pode não conseguir se desfazer dos papéis no momento em que desejar”, ressalta o economista.
Como escapar? - Para diminuir os riscos de liquidez, o investidor pode optar por comprar ações de empresas mais conhecidas e que possuem maior volume médio de negociação, as chamadas “blue chips”. De acordo com Farinati, mesmo quem compra imóveis com objetivo de investimento pode reduzir um pouco o risco adquirindo aqueles que costumam ser mais negociados no mercado. “Imóveis menores e de valores mais baixos costumam ter mais liquidez do que aqueles de alto padrão, por exemplo”, conclui o especialista em finanças.

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INDÚSTRIA


São Paulo / SP
Brasil Foods negocia compra de ativos de suínos da Doux no RS
A Brasil Foods informou ontem a tarde, dia 20/9, que está em negociação visando a aquisição de alguns ativos relacionados com a operação de produção e abate de suínos da francesa Doux, localizados em Ana Rech, no Rio Grande do Sul. "Esta negociação não envolve a aquisição de qualquer marca", acrescentou a companhia, sem dar mais esclarecimentos. A negociação é anunciada cerca de dois meses depois do acordo com o Cade - Conselho Administrativo de Defesa Econômica - para a incorporação da Sadia pela Perdigão, operação que deu origem à BRF.
Para aprovar a operação com a Sadia, o Cade determinou que a BRF venda dez fábricas de alimentos processados, dois abatedouros de suínos, dois de aves, entre outros ativos, além de marcas, o que deve ocorrer em 2012, segundo informou a empresa anteriormente. O acordo previu ainda a suspensão temporária das marcas Perdigão e Batavo em alguns segmentos. A negociação dos ativos da Doux foi considerada importante por um analista sênior do mercado, mas ele disse ter dúvidas se isso não interferiria no acordo no Cade.
Não havia imediatamente representantes da BRF, da Doux e do Cade disponíveis para dar mais detalhes sobre o assunto. "Se comprarem, é uma belíssima operação... Mas dá um pouco de dúvidas, se o Cade dá a instrução para que a empresa se desfaça dos ativos, fica um pouco curioso, mas o Cade tem razões que a própria razão desconhece", afirmou Osler Desouzart, consultor da OD Consulting, ex-executivo da Sadia e da Perdigão. Segundo o analista, a operação em Ana Rech tem uma capacidade de abate de 3.200 suínos por dia e é autossuficiente em termos de fornecimento de animais. "Os animais abatidos são produzidos nas próprias granjas, isso permite condição extraordinária em termos de padrão de qualidade."
Segundo Desouzart, faz sentido para a Doux a venda da operação de suínos, algo que vem sendo comentado no mercado há algum tempo, considerando que a empresa está em dificuldades financeiras no mundo. "A única operação (de suínos) que eles têm no mundo é no Brasil, de certa maneira, para o grupo, suíno é um estranho no ninho." No Brasil, a francesa Doux possui unidades no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul. As ações da BRF encerraram em queda de mais de 2% nesta terça-feira, enquanto o Ibovespa caiu 1,27%. (Agência Reuters)

Sydney / Austrália
SABMiller comprará Foster's por US$ 10,2 bilhões
A SABMiller acertou a compra da Foster's hoje, dia 21/9, em uma operação que avalia a cervejaria da Austrália em US$ 9,9 bilhões australianos (US$ 10,2 bilhões). Como parte do negócio, que dá à SABmiller a liberança no mercado australiano de cervejas, a Foster's pagará um retorno de capital de US$ 0,30 por ação e um dividendo final para o ano até 30/6. Com isso, o valor total da transação, incluindo dívidas, é de US$ 11,5 bilhão. "Estamos felizes por ter chegado a um acordo sobre uma transação recomendada que será apresentada aos acionistas da Foster's", disse o presidente-executivo da SABMiller, Graham Mackay, em comunicado. A cervejaria com sede em Londres lançou uma oferta inicial de 9,5 bilhões de dólares australianos, ou 4,90 dólares australianos por ação, em 21/6. Em seguida, fez uma oferta diretamente aos acionistas da Foster's pelo mesmo preço, em 17/8, mas a Foster's rejeitou ambas as tentativas afirmando que os valores eram muito baixos. A SABMiller diz que a oferta faz parte de sua estratégia de criar uma expansão mundial de seus negócios principalmente em mercados emergentes da África, América Latina, Ásia e Europa Oriental. (Agência Reuters)

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AGROBUSINESS

Campinas / SP
Frango vivo obtém, no momento, a mesma remuneração de um ano atrás
Campinas, 21 de Setembro de 2011 - No início de setembro o AviSite observou que, a partir deste mês, o frango tende a perder o estigma de vilão da inflação ,visto não haver mais condições de repetição das altas taxas anteriores de evolução de preços do produto. Exemplificando, há um ano, em setembro de 2010, o preço médio alcançado pelo frango vivo comercializado no interior paulista foi 40,5% superior ao de setembro de 2009. E isso é impossível de ocorrer outra vez em 2011, pois o valor da ave viva precisaria alcançar, aproximadamente, o valor ora obtido pela ave abatida comercializada no atacado da cidade de São Paulo. Efetivamente, após ter registrado, em agosto passado, evolução anual de preços da ordem de 28,5%, em setembro corrente o frango vivo acusou até ontem, dia 20/9, incremento de 3,63% sobre setembro do ano passado – o que corresponde a uma variação anual inferior à do IPCA-15 que, segundo o IBGE, acumula nos últimos 12 meses incremento de 7,33%. Mas o pior mesmo é constatar que, nos últimos dias, o produtor de frangos vem recebendo o mesmo valor que recebia há um ano, como se não houvesse inflação ou custos crescentes. Assim, embora a defasagem anterior tenha sido parcialmente neutralizada, os preços do milho se encontram, no momento, 27% acima do valor registrado um ano atrás, nesta data – para uma evolução “zero” no preço do frango. A avicultura de corte precisa estar atenta, pois o aparente ganho proporcionado pelo frango pode estar se esvaindo pelo ralo.

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SETOR AUTOMOTIVO


Nova Iorque/EUA e São Paulo / SP
JAC nacionalizou os carros na alfândega antes de alta do IPI
A chinesa JAC nacionalizou todos os seus veículos que estavam na alfândega uma semana antes do governo brasileiro anunciar o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros importados. O presidente da empresa no Brasil, Sérgio Habib, negou que tomou a decisão baseado em informações privilegiadas do governo, mas afirmou que esperava uma alteração no imposto. No mercado, a medida da JAC foi tida como estratégica para driblar o aumento do IPI. Assim como ela, outras empresas também se armaram contra a decisão do governo. A KIA, segundo o presidente José Luiz Gandini, recebeu seis navios seguidos de veículos vindos da Coreia do Sul. Ele negou que a importação tenha sido feita com base em informações de que o governo aumentaria o imposto. Ontem, a chinesa Chery informou por meio de um comunicado que está "concentrando todos os esforços para continuar oferecendo carros completos com preços justos, qualidade e tecnologia a todos os brasileiros". (Agência Folha)

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SERVIÇOS e VAREJO


Da redação – São Paulo / SP
Varejistas do México têm expansão lenta no Brasil
O varejo brasileiro está borbulhando e o mercado tem acompanhado uma série de fusões e aquisições, principalmente no segmento de eletroeletrônicos. No entanto, as varejistas mexicanas instaladas no Brasil parecem não estar com muita pressa e seguem com ritmo lento de expansão quando comparadas a suas concorrentes. A Coppel abriu sua primeira loja em Curitiba em março do ano passado e até agora possui apenas quatro pontos de venda em operação. A varejista tem um perfil que se assemelha a uma loja de departamentos, pois além dos eletros, comercializa roupas e calçados. Gilmar Godoy, presidente da rede, gosta de dizer que a varejista trabalha na base da confiança. Segundo o executivo, o crédito é concedido com base nas informações passadas pelo consumidor, sem necessidade de comprovação de renda. A varejista possui uma equipe de agentes que costuma visitar os clientes para oferecer informações sobre as promoções da Coppel e cobrar parcelas em atraso. Esse método é comum no México e também foi importado pela Elektra, presente no Brasil desde 2008. Assim como a Coppel, a varejista de Ricardo Salinas não tem demonstrado o mesmo apetite das companhias brasileiras quando o asssunto é fusão ou aquisição. Foi somente neste ano que a empresa fez sua primeira compra, a rede Tradição, e pulou de 35 para 60 unidades.

Da redação – São Paulo / SP
Shopping das Banheiras quer abrir 100 lojas até 2015
O Shopping das Banheiras, especializado em banheiras e spas, pretende abrir 100 pontos de venda até o final de 2015, no sistema de franquias. Para isso, pretende investir R$ 20 milhões em ações de marketing e consultoria para pesquisa de campo, localização de pontos de venda e seleção de franqueados. A primeira loja aberta através do sistema de franquias está localizada em Jundiaí/SP. Até o final de 2011 a empresa pretende atingir a marca das dez lojas, sendo três franquias. As próximas inaugurações acontecem nas cidades de Guarulhos e Osasco, na Grande São Paulo.

Da redação – São Paulo / SP

Carrefour amplia programa Garantia de Origem para frutas, legumes e verduras
O Carrefour, segundo maior supermercadista do país, ampliou seu programa de Garantia de Origem para incluir frutas, legumes e verduras. Com isso, os consumidores podem rastrear, via internet, todas as informações da cadeia produtiva desses itens, assim como já ocorre com pescados e carnes de diversos tipos. Cerca de 150 itens, entre diversas variedades de frutas, legumes e verduras, passaram a fazer parte do programa.

Da redação – São Paulo / SP
Cheques sem fundos caem em agosto
No mês de agosto, 1,88% dos cheques compensados em todo o país foram devolvidos, de acordo com informações da Serasa Experian. Dessa forma, houve recuo de 0,11 ponto percentual em relação à devolução de 1,99% do mês de julho. Com isso, no ano o percentual de cheques sem fundos está em 1,93%, contra 1,82% em 2010. Na comparação agosto 2011/2010 também houve alta, uma vez que no mesmo mês do ano passado o índice de devolução ficou em 1,62%. Para a Serasa Experian, a alta de 10,6% no volume de cheques compensados (em relação a julho), com alta de 4,3% das devoluções, levou a uma queda no percentual de devoluções. O aumento do uso dos cheques teria sido provocado pelo Dia dos Pais. Já as altas na comparação anual e no acumulado de 2011 foram justificadas pelo aumento do endividamento, da inflação e dos juros.

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TI, WEB e e-COMMERCE

São Francisco / EUA
Receita global do Facebook pode chegar a US$ 4,27 bilhões em 2011
A receita mundial do Facebook pode dobrar em 2011 e chegar a US$ 4,27 bilhões, calculou ontem a tarde, dia 20/9, a empresa especializada eMarketer, em um relatório. Espera-se que a empresa, cuja sede fica em Palo Alto, Califórnia (sudoeste dos Estados Unidos), ganhe este ano US$ 3,8 bilhões com renda de publicidade, assegurou a eMarketer, o que representa 104% a mais que o US$ 1,86 bilhão que ganhou, no total no ano passado. A empresa eMarketer informou, ainda, que se estima que a renda proveniente do Facebook Credits, moeda usada no site, atingirá US$ 470 milhões contra US$ 140 milhões no ano passado. "A variedade de receita do Facebook continuará diversificando-se, ao mesmo tempo em que a publicidade representará uma proporção decrescente do total das entradas, enquanto outras fontes, como o Facebook Credits, crescerão", calculou Debra Aho Williamson, analista chefe do eMarketer, citada no relatório. Segundo a empresa, o Facebook --que não publica números sobre seu próprio desempenho financeiro - terá receitas de publicidade de US$ 5,78 bilhões em todo o mundo em 2012. O Facebook é a maior rede social da internet, com 750 milhões de usuários. (Agence France Presse / AFP)

Nova Iorque / EUA
SAP compra provedora de rede B2B Crossgate
A SAP anunciou ontem, dia 20/9, a aquisição da provedora de rede Business to Business (B2B), Crossgate. De acordo com a companhia, como resultado dessa movimentação, a SAP deverá habilitar contatos empresariais, fornecendo colaboração, compartilhamento de dados e automatização de processos, que interligam clientes e fornecedores para o comércio eletrônico B2B. Os termos do acordo e o valor compra, no entanto, não foram revelados. Com sede em Munique, na Alemanha, a Crossgate é parceira da SAP desde 2008 e ajuda mais de 40 mil parceiros de negócios em diferentes setores de atividade no intercâmbio seguro de documentos e dados. "Com a combinação de paradigmas de redes sociais e extensões de serviço de aplicativos de negócios, a SAP e a Crossgate agora têm potencial para mudar a cara das redes das companhias e entregar novo nível de colaboração aos clientes SAP e parceiros de negócios”, acredita Stefan Tittel, CEO e fundador da Crossgate. "Ao adquirir a solução da Crossgate, ajudamos nossos clientes a ampliar processos empresariais de ponta a ponta executados em SAP para clientes e parceiros”, afirma Peter Maier, gerente-geral e chefe de Soluções de Linha de Negócios da SAP. A SAP lembra que a aquisição está sujeita à aprovação das autoridades antitruste. A companhia, informa, fornecerá detalhes adicionais sobre planos para o futuro após conclusão da operação, que deverá ocorrer por volta de 1º de novembro de 2011.

Da redação – São Paulo / SP
Cresce a procura por produtos de saúde e beleza no mundo online
O aumento da preocupação com a beleza tem impulsionado a venda de produtos do segmento na internet. A mudança no comportamento dos consumidores foi o fator que mais colaborou para este cenário. De acordo com o diretor do Mercado Livre no Brasil, Helisson Lemos, “hoje, o usuário que busca produtos no comércio eletrônico é bem mais maduro e está comprando itens que tradicionalmente adquiria em lojas físicas ou, especificamente no caso deste setor, em salões de beleza e catálogos”. Em pesquisa realizada pelo Mercado Livre, no primeiro semestre de 2011, o setor de saúde e beleza teve 47% de crescimento, registrando mais de meio milhão de artigos vendidos. O maior número de produtos vendidos foi registrado nas categorias “cuidados com as mãos”, com crescimento de 126%, seguido pela categoria “maquiagem”, que cresceu 101%, e “cuidados com os cabelos”, que registrou 77%.

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INFRAESTRUTURA e LOGÍSTICA


Brasília/DF e São Paulo/SP
Venda da Webjet para a Gol é aprovada pela Anac
A Anac - Agência Nacional da Aviação Civil - aprovou ontem, dia 20/9, com restrições, a compra da Webjet pela Gol. Segundo informou o órgão, o negócio está condicionado à presença de, no máximo, 20% de capital estrangeiro na sociedade. Com essa aprovação, a Gol pode passar a administrar financeiramente a Webjet. A medida, porém, ainda não garante a venda da Webjet. As empresas deverão informar a eventual participação de capital estrangeiro no negócio e sua porcentagem para o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que fará uma nova avaliação. Depois, o parecer do Cade será enviado à Anac, que dará um novo parecer sobre a venda da Webjet para a Gol, analisando questões técnicas, união de operações, marcas etc. Segundo a Anac, a Gol só poderá usar os slots (horários e locais para pouso e decolagem) da Webjet após a conclusão do negócio. Em aeroportos como Congonhas e Guarulhos, os slots são disputadíssimos pelas empresas aéreas. Essa primeira aprovação da Anac analisou apenas a parte administrativa. A parte operacional será vista na segunda avaliação. Portanto, até a aprovação final do negócio, as duas empresas deverão continuar operando separadamente.

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ENERGIA


Rio de Janeiro / RJ

Eletrobras pode rever meta de investir R$ 10 bilhões em 2012
O volume de investimentos da Eletrobras em 2012 poderá ficar acima do inicialmente planejado. Oficialmente, a companhia mantém a meta de uma média de investimentos de R$ 10 bilhões por ano. No entanto, o diretor financeiro da empresa, Armando Casado, afirmou que esse volume poderá ser revisto para o próximo ano, assim como para o ano seguinte. Ele disse que a expectativa de corte de orçamento do governo para o próximo ano não afetou a previsão de investimentos da companhia. "Pelo contrário, acho que há necessidade de depois fazer até uma revisão desse orçamento", disse. O diretor financeiro explicou que, historicamente, o ciclo orçamentário da companhia é desenhado em maio, para o ano seguinte. No início do ano, é feita uma revisão de planos. "A gente vai ter certeza no orçamento de 2012, quando vir as condições do orçamento. A partir de 2013 pode ser que seja mais [do que os R$ 10 bilhões previstos]", disse. (Agência Valor)

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TELECOM


Da redação – São Paulo / SP
Financiamento de R$ 3 bilhões é aprovado pelo BNDES à Vivo
A operadora móvel Vivo teve aprovado, pelo BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -, um financiamento de 3 bilhões de reais para investimentos. A liberação foi divulgada pelo BNDES ontem, dia 20/9. Segundo o comunicado, a Vivo investirá os recursos na expansão e melhoria da rede, na implantação da infraestrutura necessária para novas tecnologias e em pesquisa e desenvolvimento. Os recursos serão empregados entre 2011 e 2013. Com o dinheiro, a Vivo pretende ampliar sua rede própria (backbone) para aumentar a confiabilidade e diminuir o uso de rede de outras operadoras. A empresa também pretende construir um data center em Tamboré (SP), que deverá entrar em operação no primeiro semestre de 2012. O principal investimento, contudo, será na expansão da cobertura 3G e na ampliação das capacidades das redes 2G e 3G, informou o BNDES. A meta é tornar a cobertura 3G disponível a mais de 85% da população brasileira até dezembro de 2011. Segundo dados de agosto divulgados na segunda-feira (19/8) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Vivo é líder de mercado, com 66,2 milhões de acessos móveis (29,54% do mercado). Em seguida vêm TIM, com 58,2 milhões (25,99%) e Claro, com 56,8 milhões (25,36%). A Vivo está presente em 3,6 mil cidades do país.


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MERCADO DE LUXO


Da redação – São Paulo / SP
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