Edição 513 | Ano III



Brasília / DF
Alierta anuncia R$ 24,3 bilhões em investimentos no Brasil
A Telefônica anunciou ontem, dia 23/3, investimentos de R$ 24,3 bilhões no Brasil entre 2011 e 2014. O anúncio foi feito pelo presidente mundial do grupo, César Alierta, em reunião com a presidente Dilma Rousseff. Segundo a empresa, os recursos serão aplicados na modernização e expansão de redes e lançamento de produtos e serviços em telefonia e banda larga nas tecnologias fixa e móvel e TV por assinatura (incluindo redes de fibras ópticas domiciliares). O investimento inclui também aquisições de licenças para operação. Os recursos representam um aumento de R$ 8,3 bilhões (52%) sobre os R$ 16 bilhões aplicados pelo grupo nos quatro anos anteriores. De acordo com a Telefônica, desde o início das operações em larga escala no país, em 1998, os investimentos totalizaram R$ 57,4 bilhões. Com os novos recursos, o aporte chegará a R$ 82 bilhões até 2014. Também foi anunciado no encontro o início das atividades, em São Paulo, do primeiro centro de inovação da Telefônica fora da Espanha. Nele, serão desenvolvidas soluções tecnológicas para as operações do grupo em todo o mundo. "Estamos investindo fortemente na ampliação de nossos serviços e redes, com o objetivo de cobrir perto de 100% dos municípios brasileiros com telefonia e internet em banda larga, nas tecnologias fixa ou móvel", disse o presidente mundial do grupo.

Brasília / DF
Mantega terá que explicar pressão do governo para mudar direção da Vale
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovou ontem, dia 23/3, requerimento para a realização de audiência pública com o ministro da Fazenda Guido Mantega para que ele dê explicações sobre supostas interferências do governo na empresa Vale। De autoria do deputado Mendonça Filho (DEM-PE), o requerimento propunha inicialmente a convocação do ministro, mas por acordo decidiram mudar para convite. Ou seja, Mantega não é obrigado a comparecer. A sessão ainda não tem dia para acontecer.
Mendonça Filho argumenta que a presença do ministro é necessária, pois a Vale, "maior empresa privada da América Latina, vem sofrendo, desde 2009, pressões para que seja destituído do cargo seu principal executivo, o Sr. Roger Agnelli". "Mais recentemente, notícias dão conta da tentativa de interferência direta do Sr. Ministro da Fazenda no assunto. Entendemos absurda essa tentativa, haja vista tratar-se de empresa de capital privado e aberto. Preocupa-nos mais o fato de tal interferência prejudicar acionistas minoritários, que aguardam ansiosamente pelo resultado das discussões, uma vez que veem o preço de suas ações terem a performance afetada negativamente", afirmou o deputado. Requerimento com o mesmo teor foi apresentado na Comissão de Minas e Energia, mas ainda não foi aprovado.
Ainda na Comissão de Fiscalização Financeira foi aprovado requerimento de audiência pública sobre denúncias de irregularidades na licitação da EBC, que escolheu a empresa Tecnet Comércio e Serviços Ltda. para cuidar do sistema de arquivos digitais da entidade. A EBC é a empresa pública responsável por gerir a TV Brasil e as outras emissoras públicas de rádio e TV. Foram aprovados nesta quarta-feira três requerimentos referentes ao assunto: dois convidando a diretora-presidente da EBC, Tereza Cruvinel, para prestar esclarecimentos sobre a licitação e o contrato decorrente dela; e outro convidando o ministro-chefe da CGU -Controladoria-Geral da União -, Jorge Hage, também para tratar da denúncia.

Brasília/DF e São Paulo/SP
CUT pressiona sozinha para o governo apoiar fim do imposto sindical
Menos de duas semanas depois de reunião com a presidente Dilma Rousseff, a CUT - Central Única dos Trabalhadores - voltou nesta quarta-feira ao Palácio do Planalto para pressionar o governo a enviar para o Congresso um projeto de lei que acaba com o imposto sindical. A medida não tem o apoio das outras centrais, que chegaram a manifestar sua divergência em relação à proposta da CUT à própria Dilma, em reunião no último dia 11. A CUT é a maior central sindical do país, com mais de 3.400 entidades filiadas e uma base de 22 milhões de trabalhadores. As outras centrais, menores, têm no imposto sindical uma de suas principais e mais seguras fontes de receita.
O presidente da central, Artur Henrique, se reuniu no fim da manhã de hoje com o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), que vem sendo o interlocutor oficial do governo com sindicatos e movimentos sociais. Após a reunião do dia 11, Gilberto chegou a dizer que o fim do imposto sindical não era um consenso entre as centrais e que, portanto, o governo não encamparia a proposta antes que as centrais se entendessem entre si. Agora, Artur Henrique afirma que o ministro se comprometeu a apresentar a Dilma a demanda da CUT.
O presidente da CUT tem como argumento central para pressionar o governo a enviar o projeto de lei ao Congresso um acordo assinado em agosto de 2008 com as outras cinco centrais sindicais e com o Ministério do Trabalho. Esse documento, cuja cópia foi apresentada hoje a Gilberto Carvalho, prevê "o compromisso [das partes] de apoiar o envio, pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional, de anteprojeto de lei que institui a contribuição negocial e revoga todos os dispositivos da CLT, que preveem a contribuição sindical".
No lugar da contribuição sindical compulsória, seria instituída uma contribuição negocial, ou seja, o desconto na folha de pagamento dos trabalhadores dependeria da aprovação da medida em assembleias de cada sindicato, separadamente. "O que nós estamos pedindo é: cumpra-se o acordo. Do mesmo jeito que a Dilma cobrou que nós temos cumprir o acordo do salário mínimo, eu agora estou cobrando que a Dilma cumpra o acordo feito no governo Lula com as centrais sindicais no sentido de enviar o projeto de lei", afirmou em entrevista após a audiência com Gilberto Carvalho. Segundo ele, a discussão não vai se encerrar no Executivo, mas no Congresso. Portanto, argumenta Artur Henrique, o governo não tem motivo para não enviar o projeto ao Legislativo.
Um outro ponto apresentado pelo presidente da CUT a Gilberto Carvalho foi a necessidade de o governo obrigar empresas responsáveis por obras financiadas com recursos públicos a oferecer contrapartidas sociais. Segundo ele, esse tipo de medida poderia evitar revoltas de trabalhadores, como a ocorrida no canteiro de obras da usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, que levou à paralisação temporária da obra, uma das principais do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento.

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INDICADORES ECONÔMICOS


Da redação – São Paulo / SP
Tombini reitera o recado do Governo
Na terça-feira, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em sua visita ao Senado Federal inaugurou sem alarde um novo canal de comunicação entre a autoridade monetária e a sociedade. Como já é praticado por vários Bancos Centrais o discurso ao Senado do presidente Tombini foi um documento lido e, mais importante, publicado simultaneamente no site do BC. Este procedimento dá um status diferenciado ao que ali foi apresentado e tem peso de documento oficial. Esta era uma antiga demanda de parte dos economistas e por aqueles que acompanham de perto os passos do BC: que os pronunciamentos da diretoria e da presidência do BC fossem publicados para melhor entendimento dos apontamentos ali feitos. Isto é sem dúvida um passo positivo no sentido de diminuir assimetrias de informação e terá que entrar no roll de observações dos economistas. Esperamos que tal prática se estenda à toda diretoria e em todos os eventos oficiais.
Neste sentido vamos analisar o documento com o mesmo critério de uma ata do COPOM. No discurso de ontem Alexandre Tombini reiterou, ao nosso ver,que o BC não vê como necessário um aperto monetário da mesma magnitude que o mercado espera para 2011. Em vários trechos o presidente aponta razões que corroboram com esta leitura. Dividiremos aqui, sumariamente, alguns pontos do pronunciamento que podem fornecer subsídio para entender a visão da autoridade monetária brasileira tentando enquadrar em tópicos típicos de uma ata.


SISTEMA DE METAS DE INFLAÇÃO
O sistema de metas de inflação (somado ao câmbio flutuante e a gestão fiscal responsável) é um sucesso e sua eficácia é evidenciada pelo seu histórico e um dos motivos do seu sucesso, segundo o próprio Tombini, é:
“O regime de metas para a inflação é o desenho de política escolhido para o cumprimento dessa missão. E tem se mostrado um instrumento adequado para absorver choques econômicos adversos e manter a inflação sob controle, ao menor custo para a sociedade. O sucesso do regime se deve à sua simplicidade, à sua clareza na definição e aferição do seu objetivo, e ao fácil entendimento pela sociedade acerca do seu funcionamento.” (página 1, grifo nosso)
Grifamos os termos simplicidade e fácil entendimento para argumentar que esta simplicidade está sendo colocada de lado num momento excepcional e quem diz isso é justamente o presidente da instituição. Na página 5:
“O Banco Central do Brasil conduz a política monetária com foco na sua meta, em um cenário atual de extrema complexidade, tanto no contexto doméstico quanto internacional. E isso tem demandado um esforço analítico redobrado, que leve em consideração um espectro mais amplo de variáveis, mais sofisticado do que o usual, integrando a dimensão doméstica e global nos seus aspectos reais e financeiros, presentes e futuros.” (grifo nosso)
A comunicação segue apresentando a necessidade de continuar melhorando o sistema de metas. Voltemos a página 1:
“... precisamos continuar aperfeiçoando nossas políticas, adaptando-as, quando necessário, aos desafios que nos são impostos a cada dia.”
Talvez estejamos vivendo um período onde nossa autoridade monetária acredita que são necessários um conjunto mais amplos de instrumentos para dar conta da complexidade do atual fenômeno inflacionário. Tratemos agora sobre a dinâmica dos preços no país.

INFLAÇÃO
O presidente do BC compreende que há de fato um descompasso entre Oferta e Demanda no país e que a Demanda deve ser reprimida para “comportar” a inflação adequada à meta. Na página 5 ele diz:
“No contexto interno, a resposta adequada ao momento atual requer moderação da atividade, a fim de que a trajetória de crescimento sustentável da nossa economia seja mantida e os ganhos da estabilidade econômica não sejam desperdiçados.”

E segue na argumentação na mesma página:
“Existem elementos subjacentes que apontam para um descompasso entre as taxas de crescimento da oferta e da demanda. Nesse sentido, é importante suavizar o ritmo de crescimento da demanda, para que sejam contidas pressões sobre os preços.”

No entanto, no mesmo parágrafo faz uma ressalva importante que sugere que parte significativa do “trabalho sujo” para segurar a demanda já foi feita:
“Há evidências de que esse processo (de desaceleração da demanda) se encontra em andamento, fruto do conjunto de medidas já tomadas em 2010 e 2011, no âmbito do Banco Central e do Governo Federal.”
Sobre as influências do cenário externo no nível de preços o presidente apenas reitera que a “reconhecida complexidade” torna impossível tecer maiores comentários. Sobre a inflação corrente Tombini apresenta dois conjuntos de preocupações para o Brasil. De um lado o já compreendido movimento das commodities agrícolas que criaram constrangimento aos preços domésticos.

Os motivos desta alta podem ser sumarizados em 4:
a)
- aumento da demanda de médio-longo prazo nas economias emergentes de maior população, fruto de mudanças estruturais, em especial, incremento da renda e ascensão de classes sociais;
b) - secas e enchentes em importantes produtores e exportadores mundiais de commodities;
c) - ampliação da liquidez financeira internacional, em parte decorrente de políticas monetárias não-convencionais em algumas economias avançadas;
d) - eventual pressão financeira, baseada na expectativa da evolução da oferta e demanda dessas commodities nos próximos anos. (página 4)
São motivos já amplamente debatidos pelos economistas e que constituem ponto pacífico. Outro front de estresse são os preços do setor de serviço, preocupação essa que já apareceu no radar dos economistas que alimentam o FOCUS. Sobre este tópico Tombini argumenta que a alta deste segmento se deu pela melhora no padrão de vida do brasileiro nos últimos anos, através da diminuição do desemprego e no aumento da renda. Neste sentido reprimir a alta de preços neste setor seria fazer “recuar” segmentos inteiros da sociedade para um padrão de consumo inferior, algo que nem de longe é interesse do Banco Central e muito menos do Governo Federal. Adicionalmente a análise de Tombini sentencia que a dinâmica da oferta no setor de serviços não pode ser “corrigida” pela concorrência internacional, ou seja, via importações. Mesmo que o BC deixasse o real se fortalecer a oferta de serviços é par excellence doméstica. A alta no setor de serviços foge então do remédio indiscriminado da taxa SELIC e é antes de tudo um problema de ordem microeconômica onde o aumento da eficiência será a solução de médio/longo prazo ao setor como ele mesmo aponta na página 6:
“No Brasil, entretanto, os desvios da inflação de serviços em relação à média, além de significativos, têm se alargado, o que constitui fonte de preocupação em relação à dinâmica da inflação. Nesse contexto, temos que refletir sobre a nossa agenda de ganhos de produtividade, focando também no setor de serviços, para diminuir custos, reduzir a inflação e aumentar a nossa competitividade. Os programas do Governo em matéria de investimentos em capital físico e humano vão nesse sentido.” Mais uma vez fica subjacente que há pouco o que fazer no ponto de vista do aperto monetário via SELIC.

IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA MONETÁRIA
Tombini alerta de forma veemente no começo da página 7:
“As medidas adotadas pelo Banco Central do Brasil e pelo Governo Federal nos últimos meses para combater a inflação não encontram paralelo em outras economias, sejam elas economias emergentes ou avançadas.”
São palavras fortes. No entanto, há aí uma sutileza que também vem sendo repetida exaustivamente pelo BC e pelo Planalto: o controle da inflação não é missão única do BC, mas sim do Banco Central e do Governo Federal. Isto é uma novidade e tanto; até pouco tempo entendíamos o BC e o Governo federal como concorrentes na administração econômica. Se a Fazenda, por exemplo “gastasse demais” era de praxe o BC “corrigir” o excesso.
Agora o Governo está querendo agir de forma conjunta, e mesmo que o mercado não esteja habituado com esta situação, o Banco Central irá considerar como parte integrante do ajuste monetário total as ações do Governo. Na última frase do seu discurso ficou mais pronunciado este viés.
“O Banco Central, nesse contexto, deve propiciar aos agentes econômicos e à sociedade um quadro presente e prospectivo de estabilidade de preços e financeira, usando para isso o conjunto de instrumentos monetário e regulatório, com tempestividade, determinação, perseverança e discernimento. Os efeitos da política monetária em curso, da consolidação fiscal e das medidas macroprudenciais, que visam assegurar a estabilidade financeira, mas também impactam a demanda agregada, combinados farão, tenho certeza e confiança, convergir a inflação para o centro da meta.” (página 10, grifo nosso)
Fica claro aí que o BC entende que já fez bastante para segurar o conjunto dos preços no país, os grifos são reveladores. Vale apena notar que no último parágrafo o presidente Tombini admite explicitamente que as medidas macroprudenciais têm um efeito para o além do prudencial e que tem efeito na demanda agregada, ou seja: é instrumento de política monetária no sentido corrente.
Há muito outros pontos que ele discorre em sua fala ao Senado (sobre o câmbio e reservas, por exemplo), mas o nosso objetivo aqui é mostrar mais uma vez que os sinais emitidos pela autoridade monetária são de uma perto na SELIC menor. No contexto atual o BC tem condições de impor seu preço à dívida pública, e com isso, apesar da discordância teórica com parte do mercado, levar a SELIC para onde acreditar mais conveniente aos objetivos do Governo.
É um momento de exceção, e isto ainda vai gerar nervosismo entre os investidores.Como sabemos o BC dificilmente contraria o mercado na véspera de uma reunião do COPOM, e fatalmente o colegiado do BC não irá fazer isso no seu próximo encontro entre os dias 19 e 20 de abril e irá ratificar a alta de 50 pontos base na taxa SELIC.
No entanto, se nossa leitura estiver correta sobre os sinais do BC, o mais adequado seria por parte da autoridade monetária contrariar o mercado dessa vez e deixar claros seus objetivos. Se, por acaso, o colegiado do BC aumentar em 50 pontos base a taxa SELIC na reunião de abril fatalmente o mercado irá acreditar que o aperto ainda terá mais uma rodada de 25 ou 50 pontos base na reunião de junho.
Vale lembrar que a janela de oportunidade global para juros menores está chegando ao fim. A Zona do Euro deve aumentar em breve sua taxa básica (o que ao nosso ver é um equívoco) e nos EUA já começa certa especulação sobre esta possibilidade, o que deve se concretizar o ano que vem. Talvez Tombini esteja com receio de cometer o mesmo erro que fez Meirelles em 2008 quando a alta das commodities (em especial o petróleo) fez as expectativas de inflação explodirem. O mercado errou naquele momento e existe certa sensação de déjà vu na situação atual. Para corrigir o erro de interpretação decorrente de um cenário mais complexo que o usual, o BC teve que derrubar a SELIC de forma decidida ao longo de 2009.
Outro argumento usado por Tombini é que a inflação acumulada em 12 meses irá se comportar no sentido da meta no final de 2011. Isto é verdade e nosso cenário (que contempla IPCA em 2011 fechando em 5,55%) vai no mesmo sentido do discurso do presidente. Foi divulgado o IPCA-15 na manhã de hoje e este veio em linha com nossa projeção de 0,60% em março. Os grupos que contribuíram de forma negativa foram em grande parte álcool combustível (4,68% no mês), cigarro (2,30%) e passagens aéreas (29,16%, fatalmente porque o carnaval este ano foi em março e não em fevereiro como de praxe).


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MERCADO DE CAPITAIS

(Informações: Dow Jones, Bovespa, Reuters, EFE, AFP, InfoMoney e Associated Press)

HOJE – Fechamento na Ásia:

Tóquio / Japão
Bolsa japonesa cai 0,15% com incerteza sobre usina e produção
A Bolsa de Tóquio fechou com ligeira queda, em meio à permanência das incertezas sobre a usina que está no centro da crise nuclear japonesa, e às preocupações sobre os cortes de produção acima do esperado nas principais indústrias.
- O índice Nikkei 225 caiu 14,46 pontos, ou 0,15%, e fechou aos 9.435,01 pontos. Foi a menor variação porcentual do índice desde 21 de fevereiro, com uma oscilação de menos de 92 pontos - num forte contraste com a volatilidade experimentada durante o período que se seguiu ao terremoto de 11/3.
Análise - A Bolsa abriu com ganhos modestos, mas ficou negativa logo no começo do dia e permaneceu agitada a partir de então, uma vez que as condições dos reatores nucleares da usina de Daiichi, em Fukushima, continuavam a prender as atenções do mercado. No começo da sessão, a Tokyo Electric Power Co. (Tepco), operadora da usina, relatou que havia emissão de fumaça em alguns reatores. Mais tarde, houve algum progresso, com a restauração da eletricidade na sala de controle da unidade 1. Ao anúncio do governo de Tóquio, na quarta-feira, de contaminação por iodo radioativo na água encanada da cidade, seguiram-se relatos de que a presença de iodo radioativo na água do mar próximo à usina estava num nível muitas vezes acima do normal. Entre as empresas com grande capitalização de mercado, as exportadoras de produtos manufaturados ficaram no centro das atenções depois que o diretor executivo da Nissan, Carlos Ghosn, disse numa entrevista à Bloomberg que cerca de 40 fornecedores de autopeças no Japão ainda sofrem os efeitos do terremoto e do tsunami. Ele também disse que os danos subsequentes nos reatores nucleares e nas linhas de transporte estão complicando os esforços da montadoras para retomar a produção.

HOJE – Abertura das Bolsas Europeias:
- Londres / Inglaterra - O índice principal da Bolsa de Valores de Londres, o FTSE-100, abriu a sessão desta quinta-feira com perda de 0,11%, aos 5.789,56 pontos. O barril de petróleo Brent para entrega em maio abriu a sessão desta quinta-feira em baixa no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres e era cotado a US$ 115,45, US$ 0,10 menos que no fechamento do pregão anterior. - Berlim / Alemanha - O índice principal da Bolsa de Valores de Frankfurt, o DAX-30, abriu o pregão desta quinta-feira com queda de 0,13%, aos 6.795 pontos. O euro iniciou a sessão desta quinta-feira em queda de 0,27% no mercado de divisas de Frankfurt, cotado a US$ 1,4061.
- Roma / Itália - O índice principal da Bolsa de Valores de Milão, o FTSE MIB, abriu a sessão desta quinta-feira em queda de 0,32%, aos 21.629,24 pontos. Já o índice geral FTSE Itália All-Share perdia 0,30%, aos 22.281,72 pontos.
- Madri / Espanha - O principal indicador da Bolsa de Madri, o Ibex-35, abriu a sessão desta quinta-feira em queda de 0,46%, aos 10.585 pontos.
- Paris / França - O índice geral da Bolsa de Valores de Paris, o CAC-40, iniciou a sessão deta quinta-feira com perda de 0,46%, aos 3.895,89 pontos.


ONTEM – Fechamento da Bovespa, NY e Europeias:

São Paulo / SP
Bovespa volta a seguir mercado mundial e fecha em alta de 0,3%
Desta vez, a Bovespa acompanhou de perto a dinâmica dos demais mercados, num cenário de maior "calma" em comparação com o verdadeiro pânico que se abateu sobre as Bolsas na semana passada, com o drama nuclear no Japão e a crise da Líbia.
- O Ibovespa avançou 0,32% no fechamento, aos 67.795 pontos.
- O giro financeiro foi de R$ 6,38 bilhões.
- O dólar comercial foi cotado por R$ 1,661, em queda de 0,12%, após oscilar entre R$ 1,666 e R$ 1,656 na jornada de hoje.
Análise 1 – As ações da mineradora Vale se destacaram mais uma vez no pregão brasileiro, concentrando quase 20% do giro total do mercado. Investidores voltaram a procurar o papel, que ficou a preços atrativos após acumular quedas consecutivos, em parte devidos aos rumores sobre a "troca de guarda" na presidência da companhia. "A ação da Vale é a mais recomendada entre os analistas. E é um papel que, mesmo que caia muito, você pode comprar que também sobe rapidamente. Não se pode fazer isso com qualquer ação", diz Leandro Martins, analista-chefe da Walpires Corretora. Mas ele observa que o mercado está atento, e reagindo mal, às especulações sobre a saída de Roger Agnelli. "É claro que esse tipo de notícia não é bem visto, porque mostra que a empresa, mesmo privatizada, também conta com um risco político, apesar de não tanto quanto a Petrobras", comenta. Hoje, a ação preferencial da mineradora valorizou 1,47%, com movimento de R$ 956 milhões, quase o dobro do giro observado com as ações preferenciais da Petrobras (R$ 582 milhões), que também teve ganhos, de 1,02%.
Análise 2 - No front doméstico, o IBGE apontou uma inflação de 0,60% em março, ante 0,97% em fevereiro, pela leitura do IPCA-15, visto como uma prévia do IPCA, o índice utilizado para o regime de metas do governo. Considerando os últimos 12 meses, o índice subiu 6,13%. E o Banco Central revelou o fluxo cambial do país (a diferença entre saídas e entradas de dólares) atingiu a marca de US$ 34,7 bilhões neste ano (até o dia 18). O número é 42% maior que todo o saldo verificado em 2010.

Nova Iorque / EUA
Bolsa americana sobe puxada por alta das matérias-primas
Os principais índices do mercado de ações dos EUA fecharam em alta o pregão de ontem, dia 23/3, refletindo o avanço nos papéis de empresas ligadas ao segmento de matérias-primas, embora os receios com os problemas do Japão e os países do Norte da África e do Oriente Médio tenham impedido ganhos mais acentuados. O volume de negócios ficou abaixo da média diária deste ano, totalizando 3,9 bilhões de ações na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse, na sigla em inglês). "Hoje continuamos nos recuperando do excesso de vendas ocorrido após o terremoto e o tsunami que atingiram o Japão" há pouco mais de uma semana, disse Nathan Rowader, diretor de investimentos da Forward Management.
- O Dow Jones subiu 67,39 pontos, ou 0,56%, para 12.086,02 pontos, puxado pelo bom desempenho das ações da Alcoa (+3,04%). O Bank of America, que também faz parte do índice, perdeu 1,66% depois de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) rejeitar o plano de aumento no dividendo da instituição.
- O Nasdaq fechou em alta de 14,43 pontos, ou 0,54%, a 2.698,30 pontos.
- Enquanto o S&P 500 teve ganho de 3,77 pontos, ou 0,29%, para 1.297,54 pontos.
Análise 1 - No início da sessão, as bolsas operavam em baixa após dados mostrarem que as vendas de imóveis residenciais novos atingiram uma mínima recorde em fevereiro. Posteriormente, no entanto, as ações de companhias ligadas ao segmento de commodities ganharam força, impulsionadas pelo avanço nos preços do petróleo e dos metais básicos, alçando as bolsas para o território positivo. Boa parte do avanço nos preços das commodities foi provocada pela expectativa de um amplo consumo de matérias-primas durante as obras de reconstrução no Japão. "As estimativas da quantidade de dinheiro que o Japão precisará para se reerguer estão crescendo", disse Robert Haber, executivo-chefe da Haber Trilix Advisors.
Análise 2 - A tensão no Oriente Médio e no Norte da África, no entanto, continua preocupando os investidores, mas ajudaram o petróleo a permanecer acima de US$ 105 por barril. Outro fator que deve pesar sobre os mercados foi a rejeição do plano de austeridade fiscal de Portugal pelo parlamento do país perto do horário de fechamento das bolsas norte-americanas. Entre os destaques da sessão, a ConocoPhillips subiu 1,71% depois de revelar planos para vender entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões em ativos ao longo dos próximos dois anos. A Adobe Systems caiu 3,7%, mas anunciou depois do fechamento que seu lucro do primeiro trimestre fiscal cresceu 85%. A empresa de biotecnologia Xoma fechou em baixa de 29,88% depois de anunciar que um tratamento experimental para diabetes não atingiu os resultados primários em estudos recentes.

Londres / Inglaterra
Mercado europeu fecha em alta por setor de mineração
As bolsas de valores da Europa fecharam em alta os pregões de ontem, dia 23/3, ajudadas pela força de companhias mineradoras, e analistas disseram que o mercado deve subir ainda mais quando houver mais certeza sobre questões como os conflitos na Líbia e a situação nuclear no Japão.
- O índices FTSEurofirst 300 avançou 0,3 por cento, para 1.111 pontos, tendo operado na ampla faixa de 1.102 a 1.112. O volume de negócios representou 86 por cento da média dos últimos 90 dias. - Londres, o índice Financial Times fechou em alta de 0,58 por cento, a 5.795 pontos.
- Frankfurt, o índice DAX subiu 0,35 por cento, para 6.804 pontos.
- Paris, o índice CAC-40 ganhou 0,54 por cento, para 3.913 pontos.
- Milão, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,66 por cento, para 21.698 pontos.
- Madri, o índice Ibex-35 avançou 0,59 por cento, para 10.638 pontos.
- Lisboa, o índice PSI20 encerrou em queda de 0,99 por cento, para 7.780 pontos.
Análise - O setor de mineração teve o melhor desempenho, seguindo a alta dos metais básicos, que subiram por expectativas de que haja falta de oferta neste ano. O índice STOXX Europe 600 de recursos naturais ganhou 1,8 por cento e as ações da Xstrata se apreciaram 3,5 por cento.
"Há uma quantidade incomum de incerteza e, enquanto isso prevalecer, nós teremos que viver com uma volatilidade bem alta", disse Klaus Wiener, economista-chefe da Generali Investments, que administra cerca de 465 bilhões de dólares. "O ambiente macroeconômico continuará suficientemente positivo para que os mercados continuem a subir quando melhorar a visibilidade em questões como a Líbia, o Japão e a crise de dívida soberana (da zona do euro). Em termos relativos, os mercados de ações são muito mais atrativos que os bônus governamentais."


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MERCADO FINANCEIRO


São Paulo / SP
Banco Indusval terá novos sócios após aportes
O banco Indusval, o fundo americano Warburg Pincus e os empresários Jair Ribeiro e Alfredo de Goeye fecharam um acordo de sociedade. O fundo de private equity (investimento em participações) aportou R$ 150 milhões no banco, os empresários (junto com uma família sócia) investiram R$ 30 milhões e os atuais controladores do Indusval colocaram outros R$ 21 milhões em um aumento de capital. Somando-se isso a uma oferta de ações que será feita aos minoritários da instituição, o banco poderá receber até R$ 280 milhões. A oferta deve acontecer em até um mês.
Como resultado, o banco passará a se chamar Indusval & Partners e será comandado em modelo de copresidência por Jair Ribeiro (fundador do Banco Patrimônio e ex-diretor do JP Morgan) e Luiz Masagão, atual diretor do Indusval. Ao mesmo tempo, uma segunda operação foi acertada. O Indusval vai subscrever 17,6% das ações da empresa de comércio exterior Sertrading, controlada por Ribeiro e Goeye. O banco terá a opção de comprar as demais ações da trading e ainda passará a ter o direito de preferência para financiar os clientes da companhia. Com um volume de transações de R$ 1,6 bilhão em 2010, a Sertrading tem entre seus clientes empresas como as redes Makro e Leroy Merlin.
O modelo de sociedade anunciado ontem tem ainda uma terceira ponta. A Sertrading vai adquirir a JP Morgan Chase Vastera do Brasil e da Argentina, empresas de comércio exterior do banco JP Morgan. O banco americano, por sua vez, ofereceu uma linha de crédito de longo prazo no valor de US$ 25 milhões ao Indusval & Partners e se comprometeu em comprar bônus de subscrição conversíveis em ações do Indusval. “Essa relação mais próxima entre a Sertrading e o Indusval permitirá que as informações da trading sejam usadas pelo banco”, diz Alfredo de Goeye. Isso quer dizer que o banco estará mais próximo dos clientes da empresa de comércio exterior e poderá oferecer novos produtos financeiros. (Agência Estado)


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INDÚSTRIA


Nova Iorque / EUA
Colgate compra marca de cuidados pessoais da Unilever
O grupo Colgate-Palmolive chegou a um acordo para comprar por US$ 940 milhões a marca para produtos de cuidado pessoal Sanex, da empresa Unilever, que, por sua vez, deve comprar da companhia americana sua filial no ramo de detergentes na Colômbia, por US$ 215 milhões. A Colgate anunciou hoje essa operação cruzada que responde, segundo detalhou em um comunicado, a sua estratégia de concentrar-se no ramo de higiene pessoal, assim como no segmento de alimentos para animais de estimação, que permitem maiores margens de lucros do que outras áreas comerciais. "Sanex é uma marca de cuidado pessoal de grande variedade de preços, com um posicionamento diferenciado no âmbito da saúde da pele e com poderosa parcela de mercado na Europa", assinalou a companhia americana sobre a companhia, que obtém metade do seu faturamento por meio de cremes corporais e desodorantes. O presidente da Colgate Ian Cook, explicou que ambas as transações "são consequentes" com a estratégia do grupo em "reduzir a importância dos negócios menos fundamentais" em sua carteira de produtos. Esta operação também permite a Unilever ajustar-se aos requerimentos da Comissão Europeia, que em novembro passado exigiu que a companhia vendesse o negócio da Sanex como condição para adquirir a empresa americana Sara Lee, que era titular dessa marca à época. A Comissão Europeia tomou essa decisão para favorecer a livre concorrência no mercado desodorantes, já que a empresa anglo-holandesa já tem outras marcas importantes do setor, como Dove, Axe e Rexona, o que lhe permite ter o amplo predomínio desse mercado, especialmente na Espanha, Bélgica e Holanda entre outros países. (Agência EFE)

São Paulo / SP
MRV e Tecnisa batem recorde de venda
As construtoras MRV e Tecnisa obtiveram recordes de vendas contratadas, no valor de lançamentos e no lucro líquido no ano passado. E são duas empresas com perfis bem diferentes. A MRV, segunda maior em valor de mercado, de acordo com a consultoria Economatica (atrás da PDG, que também já divulgou balanço, com bom desempenho em 2010), tem 85% dos lançamentos no programa Minha Casa Minha Vida (que abrange imóveis até R$ 170 mil). Já a Tecnisa, sétima em valor de mercado, tem dois terços do que lança dentro do segmento "Premium", acima de R$ 300 mil - embora a linha "Flex", entre R$ 100 mil e R$ 300 mil, criada no ano passado, já represente 33% do total lançado. Esse nicho foi, inclusive, apontado pela companhia como um dos fatores de impulso aos negócios em 2010, junto com a expansão nacional depois da abertura de capital da empresa, em 2007. Até essa época, a Tecnisa atuava só na cidade de São Paulo. Agora, tem presença em 26 cidades de sete Estados. A MRV lançou, no ano passado, R$ 4,6 bilhões em imóveis, valor 78% maior que o de 2009. As vendas contratadas ficaram em R$ 3,8 bilhões, com aumento de 33% e cumprindo a meta da companhia. A empresa mantém a estimativa de vender de R$ 4,3 bilhões a R$ 4,7 bilhões em imóveis em 2011. O lucro líquido da MRV somou R$ 634 milhões no ano passado, com alta de 82,7% sobre o obtido em 2009. Já a Tecnisa lançou R$ 2,1 bilhões (a previsão era R$ 2 bilhões) em 2010, valor 483% maior que o de 2009. A empresa também reafirma sua projeção de lançamentos: R$ 5 bilhões em imóveis no biênio 2011/ 12. As vendas contratadas somaram R$ 1,5 bilhão em 2010, total 67% maior que o do ano anterior. O lucro líquido ficou em R$ 200 milhões, com alta de 81% ante 2009. Na avaliação de Thomas Brull, diretor financeiro da Tecnisa, as perspectivas para o mercado imobiliário brasileiro "seguem positivas" para os próximos anos, considerando o aumento do emprego e da renda no país.


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AGROBUSINESS


Da redação – São Paulo / SP
Colheita de soja avança para 46% da área
De acordo com levantamento feito pela AgRural no dia 18/3, 46% da área cultivada no Brasil está colhida, o que representa avanço de 3,6 milhões de hectares em relação aos 31% de uma semana atrás. Há um ano, eram 58%. Quem mais evoluiu foi Mato Grosso do Sul, o mais afetado pela chuva nesta reta final da safra. Com ritmo acelerado principalmente na região de Dourados, o índice de colheita saltou dos 26% da semana passada para 60%. Há um ano, porém, os trabalhos já estavam encerrados em 91% da área. A colheita também andou bem no Paraná, onde passou de 35% para 60%, aproximando-se dos 72% de 2010. Também houve bom avanço em Mato Grosso (69%) e Goiás (65%, com 90% no sudoeste). No extremo sul do país, os trabalhos seguem sem percalços no Rio Grande do Sul (10%) e Santa Catarina (20%). Em Minas Gerais (25%) e no Norte/Nordeste (13%), as chuvas atrapalharam o avanço das colheitadeiras, mas os índices estão em linha com os do ano passado.

Da redação – São Paulo / SP
Mercado do milho divide atenções entre comércio externo e colheita
Na semana passada, agentes de mercado direcionaram as atenções ao mercado externo, especialmente ao impacto das tragédias no Japão sobre o mercado de commodities agrícolas ? esse país é o maior importador mundial de milho. Enquanto alguns apontam que os problemas no Japão são fatores negativos ao mercado, outros acreditam que o país será capaz de se recuperar rapidamente. Enquanto isso, no Brasil, as preocupações se voltam à logística de escoamento do milho da safra de verão, especialmente para o porto de Paranaguá/PR, de acordo com informações do Cepea. De qualquer forma, produtores seguem colhendo, priorizando os trabalhos com a soja. Quanto aos preços, entre 14 e 21 de março, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas-SP) subiu 1,5%, fechando a R$ 31,86/sc de 60 kg na segunda-feira, dia 21/3. (Fonte: Cepea/Esalq)


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SETOR AUTOMOTIVO


São Paulo / SP
Toyota do Brasil quer desenvolver carros locais
O anúncio feito há duas semanas pelo presidente mundial da Toyota, Akio Toyoda, de ampliar a participação dos países emergentes nos negócios do grupo abre oportunidade inédita para a filial brasileira de desenvolver carros para o mercado local e ter maior autonomia na escolha de produtos. Hoje, a empresa apenas faz adaptações nos modelos criados pela matriz japonesa. O presidente da Toyota Mercosul, Shunichi Nakanishi, diz que os mercados emergentes, hoje responsáveis por 40% das vendas da marca, vão receber mais atenção da direção mundial e o Brasil é "candidato pronto" para receber mais modelos e mais projetos. "Vamos ter estratégias regionais de acordo com essa nova visão global", diz o executivo.
A fábrica em construção em Sorocaba/SP é uma das apostas na nova estratégia. Inicialmente, a unidade vai fabricar um compacto já em produção na Índia, mas que receberá alterações para o mercado brasileiro. "Nossos engenheiros estão trabalhando em conjunto com engenheiros do Japão", informa Nakanishi. A meta da Toyota, maior fabricante mundial de veículos, é uma participação nas vendas totais de 50% para os mercados emergentes e 50% para os desenvolvidos até 2015. Nakanishi vai negociar com a matriz a proporção de autonomia que a subsidiária terá. "Vamos ter mais conexão entre nossos escritórios de desenvolvimento e os do Japão", diz.
Corolla - Nakanishi assumiu o comando da Toyota em janeiro e ontem participou, em Atibaia (SP), do lançamento do Corolla 2012, modelo que foi reestilizado. Na parte externa, mudaram, entre outros itens, o para-choque, a grade, os faróis dianteiros e as lanternas traseiras. "O visual ficou mais jovem e renovado", diz. A campanha publicitária será feita pelos atores Wagner Moura e Selton Mello. Foram investidos US$ 33 milhões nas mudanças. Internamente, o Corolla ganhou câmbio manual de seis marchas nas versões mais baratas, câmara de orientação de manobras no espelho retrovisor e sistema Bluetooth (onde se pode conectar, por exemplo, iPod e MP3) nas versões mais caras. O motor 1.8 foi totalmente renovado, ganhando potência e melhor desempenho no consumo. Em relação ao anterior, a versão top de linha, a Altis, teve o preço reduzido de R$ 89,2 mil para R$ 87,5 mil. As demais ficaram um pouco mais caras, entre R$ 470 para o modelo XEi 2.0 (R$ 77,7 mil) e R$ 1.360 para o XLi (R$ 68,5 mil).
O vice-presidente da Toyota, Luiz Carlos Andrade Jr, espera vendas de 55 mil unidades do Corolla este ano, igual volume de 2010, que coloca o modelo como líder no segmento. "Manter o mesmo volume num mercado mais competitivo já é uma tarefa difícil", diz. Em 2010, o segmento de sedãs médios teve queda de 8,2% nas vendas em relação a 2009, para 176 mil unidades. Para Andrade, a queda é resultado da migração de clientes para sedãs grandes e utilitários-esportivos. Ainda assim, a maioria das marcas que atuam no segmento tem novidades para este ano. A Honda vai lançar o novo Civic no segundo semestre, a General Motors terá o Cruze, a Kia o novo Cerato e a Hyundai o Elantra, entre outros.
Terremoto - Shunishi Nakanishi diz que o terremoto que atingiu o Japão e paralisou as atividades das fábricas do grupo não devem afetar a produção no Brasil. O Corolla, único modelo produzido localmente, recebe partes de motores e transmissões da matriz. "Temos estoques de peças para três meses de produção", diz. Segundo ele, as unidades do grupo não foram afetadas pelo terremoto e pelo tsunami, mas alguns dos fornecedores secundários da companhia, sim. A empresa ainda avalia o impacto da tragédia e pode remanejar a produção de alguns itens para áreas não afetadas. Enquanto faz essa avaliação, a Toyota suspendeu toda a produção local desde o dia 14/3 até o dia 26/3. (Agência Estado)


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SERVIÇOS & VAREJO

Da redação – São Paulo / SP
GP compra controle da Sascar por R$ 168 milhões
A GP Investments anunciou ontem, dia 23/3, a compra de 56% da Sascar, empresa de rastreamento e monitoração de veículos no Brasil, por R$ 168 milhões. A aquisição - que implica em valor total de R$ 300 milhões da Sascar - está sendo feita pelo fundo de private equity GP Capital Partners V. Segundo a GP, a Sascar monitora atualmente uma base de mais de 180 mil veículos, tendo seguradoras, transportadoras e empresas de gestão de risco entre os clientes. Conforme a GP, o negócio "representa uma oportunidade única para entrar no dinâmico e promissor mercado de rastreamento e monitoramento de veículos" nacional. "Atualmente, veículos monitorados representam menos de 5% da frota brasileira, indicando potencial para crescimento futuro", acrescentou a GP, destacando, ainda, os sucessivos recordes de vendas de automóveis no mercado interno.

São Paulo / SP
Consultoria KPMG compra operação parceira da DBO
A consultoria de empresas KPMG comprou a empresa que representava a BDO International no Brasil. Ambas são concorrentes, embora a segunda foque nas empresas de médio porte. A marca BDO passa a ser representada pela RCS Auditores Independentes a partir de 31 de março. A KPMG não confirmou oficialmente a informação, que foi divulgada pela BDO International sem que os funcionários das empresas envolvidas estivessem a par das trocas. Apesar da compra, o ranking brasileiro do faturamento de consultorias segue igual. A PwC continua líder, seguida pela Deloitte, Ernst & Young, KPMG e a agora BDO RCS Auditores Independentes

Da redação - São Paulo / SP
Fisk abrirá mais 50 unidades e 5 mil postos de trabalho
A rede de idiomas Fisk anunciou que irá abrir 50 novas unidades neste ano. Com a ampliação, a rede planeja contratar mais 5 mil funcionários. A quantidade de novas unidades previstas segue a média dos últimos cinco anos, informou a empresa. A meta é chegar a mil unidades, inclusive com escolas no exterior. "Já operamos em todos os Estados e nas principais cidades brasileiras e pretendemos crescer ainda em 20%, impulsionados pelo aquecimento do mercado", diz Bruno Caravati, CEO da Fisk. A empresa aposta na procura por aulas de inglês devido à Copa do Mundo, que será realizada no Brasil em 2014, e à Olimpíada, que em 2016 será no Rio de Janeiro. "Já temos material e estrutura para atacar esse novo nicho de mercado que está em ascensão", comenta Caravati. Com faturamento de R$ 700 milhões em 2010, a Fisk espera fechar 2011 com rendimento de R$ 900 milhões.


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COMÉRCIO EXTERIOR

Brasília / DF
CNI afirma que Governo Federal promete rigor técnico sobre importados
O presidente da CNI - Confederação Nacional da Indústria -, Robson Andrade, explicou ontem, dia 23/3, que a Receita Federal irá melhorar a fiscalização dos produtos importados e poderá ampliar a lista de produtos que precisam passar pelo chamado "canal vermelho". Nesse mecanismo, os produtos são checados na alfândega. Além disso, disse Andrade, o governo vai exigir uma análise técnica dos itens importados, assim como cobra dos nacionais. Ele citou, como exemplo, produtos como aço, válvulas vendidas para a Petrobras e cabos elétricos. "O Inmetro fará uma fiscalização maior das normas técnicas dos importados", disse Andrade, ao deixar a reunião do Grupo de Avanço da Competitividade (GAC), em Brasília.
O presidente da CNI disse que na reunião também foi discutida a proposta de reativação da CPMF. Ele informou que a CNI entregou uma pesquisa na qual 72% dos brasileiros repudiam a recriação do tributo. Andrade declarou que a CPMF retira a competitividade da indústria. Segundo Andrade, também foi discutida na reunião uma proposta de desoneração da folha de pagamento dos investimentos e das exportações. O dirigente contou que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou que quer rever tributação nesses itens. No entanto, ficou acertado que na reunião do GAC em abril será aprofundada a discussão sobre as medidas de defesa comercial e que apenas em maio o grupo retomará a discussão sobre a carga tributária.
Andrade contou que Mantega pediu aos empresários que tenham o cuidado de não incluir na lista de produtos que passarão por um controle maior mercadorias que não têm similar nacional ou insumos importantes para a indústria brasileira. A CNI também entregou a Mantega um estudo mostrando que alguns Estados realizaram uma substituição tributária, transferindo a responsabilidade de recolher o ICMS para o produtor. "Isso representa aumento da carga tributária e uma redução do capital de giro das empresas", argumentou Andrade. Segundo ele, a CNI trouxe uma proposta de mudança na legislação para corrigir esse problema.
Próxima reunião - A assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda informou que a próxima reunião do Grupo de Avanço da Competitividade, em abril, será para discutir as medidas de defesa comercial. As questões tributárias, como a desoneração da folha de pagamento das empresas, será tema da reunião de maio do grupo, que se reúne uma vez por mês. Segundo a assessoria, no entanto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não deu garantias aos empresários de que apresentará durante a reunião uma proposta de desoneração da folha. Mais cedo, ao deixar o ministério da Fazenda, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, informou que Mantega prometeu apresentar uma proposta aos integrantes do GAC sobre a questão na próxima reunião. Segundo a assessoria do ministério, o assunto está em discussão e deve ser amadurecido.


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TI, WEB & e-COMMERCE


Nova Iorque / EUA
Rococast processa Apple por infração de patentes
Uma pequena empresa chamada Robocast está processando a Apple por infringir patentes relacionadas à tecnologia de navegação do iTunes, Apple TV e Front Row. Segundo o Cult of Mac, a Robocast diz ser a pioneira em navegação automática. O resumo da patente deles diz ser um método de sequenciar e agendar buscas na web, via aplicativo que coleta URLs e feeds em um navegador, para que os cliques sejam reduzidos ao navegar na internet. A empresa diz ainda que a Apple violou a patente e tinha conhecimento da tecnologia, pois eles fizeram uma demonstração a um homem que dizia ser empregado da companhia de Cupertino em 1999. Porém, eles não sabem dizer o nome do executivo que assistiu à demonstração. (Agência EFE)

Nova Iorque / EUA
Nielsen processa ComScore na luta pela medição de tráfego na web
A ferrenha briga entre empresas que medem o tráfego na internet esquentou com o processo judicial aberto pela Nielsen Company contra a ComScore, alegando violação de cinco patentes relacionadas à coleta, análise e relatório de informações relativas a atividades computacionais. A ação foi impetrada no dia 17/3, na corte distrital do estado americano da Virginia. A Nielsen alega que vários produtos da ComScore infringem suas patentes, incluindo uma que diz respeito a um "medidor e analisador de uso computacional". Ironicamente, a Nielsen já tinha sido processada pela mesma patente pela Jupiter Media Metrix, numa ação judicial que terminou em acordo em 2002, em que a Nielsen/NetRatings pagou US$ 15 milhões à vista pela referida patente. Em 2005, a Nielsen processou outras quatro empresas e, depois disso, manteve-se relativamente quieta por um tempo. No entanto, com o crescimento da importância das métricas de tráfego internet para efeitos de propaganda e marketing, as duas maiores empresas do ramo começaram a se engalfinhar na arena jurídica. (Agência Reuters)

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TURISMO & GASTRONOMIA

São Paulo / SP
Buenos Aires ultrapassa Orlando como favorita de brasileiros
Buenos Aires, capital Argentina, tornou-se o destino internacional preferido pelos brasileiros, tomando o lugar de Orlando (EUA), agora em segundo lugar. Os dados vêm de levantamento do site britânico de reservas Hotels.com - Hoteis.com, no Brasil. Eles se referem a 2010, e se baseiam nas buscas dos visitantes no site da empresa. Os três destinos seguintes na lista de preferência do brasileiro, segundo o site, também são nos EUA: Nova York, Miami e Las Vegas. Em seguida, vêm Paris (França) e Santiago (Chile), em sexto e sétimo lugares. Já para os estrangeiros, os três destinos preferidos no Brasil continuam sendo, na ordem: Rio, São Paulo e Salvador - ajudada por uma queda de 25% nos preços de hospedagem em relação ao último índice. Búzios, que estava em quarto lugar nesta preferência, caiu para oitavo. As informações vêm com o Índice de Preços de Hotéis (HPI), publicado anualmente há sete anos pelo Hotels.com.
Rio de Janeiro muito caro - Segundo a pesquisa, a capital do Rio de Janeiro continua sendo o destino mais caro do Brasil, com diária média de R$ 314 por quarto. Em segundo lugar, vem o balneário de Búzios, também no Rio, com quartos a R$ 306; e São Paulo, com preço médio de R$ 242. Em geral, houve aumento de 1% no custo de quartos de hotel no Brasil em 2010, sendo R$ 252 o valor médio cobrado por noite. Mas alguns destinos brasileiros registraram crescimento de dois dígitos. Por exemplo, Natal/RN teve aumento de 17%, com tarifas a R$ 220; Recife/PE, de 15%, a R$ 188; e Porto Alegre/RS, de 10%, cobrando atualmente R$ 199. Em paralelo, o HPI registrou quedas em algumas cidades. Salvador/BA, que na última edição do estudo era a terceira cidade mais cara do Brasil, após um corte de 25%, apresenta o valor médio de R$ 200, caindo para o oitavo lugar. O preço médio pago por viajantes em um quarto de hotel na América Latina também aumentou 1% em 2010, comparado ao ano anterior. Os valores das diárias também ficaram relativamente estáveis na Europa e no Caribe, com o mesmo percentual. Já na Ásia foi registrada queda de 2% em relação a 2009. O aumento de 2% na América do Norte foi o que impulsionou a média global do índice, que registrou crescimento de 2% no período. Algumas capitais latinas registraram quedas de preço, como Lima, no Peru (-21%); Montevidéu, no Uruguai (-10%); e Santiago (-6%). Já Buenos Aires e Bogotá tiveram, respectivamente, aumento no valor das diárias de 6% e 5%.
As 'estrelas' pelo mundo - Na categoria de hotéis cinco estrelas, o Rio é o segundo destino mais caro do mundo, perdendo apenas para Nova York. Nenhuma cidade brasileira aparece entre as dez onde é possível se hospedar a preços melhores em hotéis cinco estrelas --a lista é liderada por Lisboa, em Portugal. Um turista com R$ 300 para gastar em hospedagem por noite consegue ficar em hotéis quatro estrelas de cidades como Pequim (China), Buenos Aires (Argentina), Amsterdã (Holanda) e Barcelona (Espanha). O mesmo valor paga hotéis três estrelas de Milão (Itália), Santiago (Chile), Estocolmo (Suécia) e São Paulo. Já no Rio, o valor é a média para hospedagem em hotéis duas estrelas. Os brasileiros investiram em 2010 somas equivalentes para hospedagem no Brasil ou no exterior: R$ 252 contra R$ 253 por noite, em média, respectivamente. Já os espanhóis são os que pagam a maior diferença quando saem de seu país: R$ 182 nacionalmente contra R$ 242 no exterior. O índice aponta os valores efetivamente pagos por clientes na contratação de 111 mil quartos em cerca de 18 mil lugares.


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MERCADO DE LUXO


Da redação – São Paulo / SP
Casa à venda nas montanhas de Verbier
Com piscina coberta, sauna, banho de vapor, hidromassagem, entre outras maravilhas, a propriedade localizada na Suíça é uma ótima opção para pessoas que gostam de estar entre as montanhas. (LEIA na íntegra)




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