Edição 448 | Ano III

São Paulo / SP
Alguns segmentos da indústria estão atingindo capacidade produtiva máxima
Mesmo com a concorrência dos importados, setores da indústria com demanda aquecida atingiram cerca de 90% de uso da capacidade de produção em outubro, diz a Fundação Getulio Vargas. Com a quase saturação da capacidade de produzir, a indústria de materiais para construção, por exemplo, começa a ter gargalos. O setor já usa 90,4% da capacidade e, segundo o SindusCon-SP, há problemas de abastecimento de cimento no Nordeste.
Eduardo Zaidan, diretor de economia da entidade, afirma que as fábricas da região trabalham a pleno fôlego, e que o transporte do produto por longas distâncias é complicado. Mas, segundo ele, os problemas só existem nessa região e são pontuais. A indústria têxtil, que sofre forte concorrência dos produtos asiáticos, também está usando grande parte do potencial de produção. O segmento ocupa 88,8% da sua capacidade de operar.
Também estão em nível elevado e acima do patamar histórico os setores de minerais não metálicos (com 89,6% de uso) e celulose, papel e papelão (93,4%). A diferença é que esses setores, produtores de commodities, tradicionalmente operam com menor ociosidade, pois há poucos concorrentes e divisão mais clara do mercado. Rogério Souza, economista do Iedi - Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial -, diz que em todos esses setores os investimentos já começaram a acontecer, e que eles devem se traduzir em breve em alta da capacidade de produção.
Os investimentos - Souza afirma também que os dados da FGV revelam que setores da indústria brasileira conseguem manter bom desempenho mesmo com a concorrência dos produtos estrangeiros, mas destaca que a perda de mercado pode desestimular investimentos. "A indústria nacional vai ter que investir porque isso é condição de sobrevivência. Mas a decisão de quanto investir depende de juros, câmbio e tamanho do mercado." O indicador que mede a utilização da capacidade instalada sinaliza a necessidade de investimentos. Quando a demanda se expande a ponto de as indústrias trabalharem com pouca ociosidade, cresce a pressão para que elas invistam e aumentem a oferta. Aloísio Campelo, economista da FGV, pondera que, quando se considera a média de todos os setores da indústria, o país ainda opera abaixo do período pré-crise. "Os segmentos que estão com nível de utilização da capacidade instalada elevado apresentam, em sua maioria, estabilidade ou tendência declinante no momento." O setor industrial que operou com menor uso da capacidade em outubro foi o de produtos farmacêuticos e veterinários, com 74% de utilização, seguido por materiais elétricos e de telecomunicações (82%).

São Paulo / SP
Petros compra fatia da Camargo Corrêa na Itaúsa por US$ 1,6 bilhão
O fundo de pensão Petros, dos funcionários da Petrobrás, fechou no dia 25/11, a compra, por mais de US$ 1,6 bilhão, da participação que a Camargo Corrêa tem na Itaúsa, a holding que controla o Itaú-Unibanco, a Itautec, a Duratex e a empresa química Elekeiroz. A operação envolve cerca de 11% do capital votante ou 4,4% do capital total. Como se trata de uma participação relevante, a operação precisará ser sacramentada num leilão na BM&FBovespa. A participação da Camargo Corrêa na Itaúsa só é menor que as das famílias controladoras da empresa. Isso significa que a Petros será sócia importante das famílias Setúbal, Villela e Moreira Salles.
O lote estava há anos em poder da Camargo, foi colocado à venda há pouco mais de um ano. O grupo contratou para intermediar a operação o Banco Rothschild , que chegou a negociar com interessados do Brasil e do exterior, antes de fechar com a Petros. "Com a própria Petros houve idas e vindas", afirmou uma fonte que participou do negócio. Procurados na quinta, a Petros, a Camargo e a Itaúsa não quiseram se manifestar oficialmente. Fontes ligadas à fundação, porém, disseram ao Estado que a participação na Itaúsa se enquadra na estratégia da Petros de reduzir a concentração em papéis de renda fixa e aumentar os investimentos em renda variável.
A Itaúsa controla quase R$ 670 bilhões em ativos. De janeiro a setembro deste ano, o patrimônio líquido alcançou R$ 64,3 bilhões e o lucro líquido foi de R$ 10,3 bilhões, com rentabilidade de 22,5% sobre o patrimônio líquido médio. Embora o principal negócio do grupo seja de longe o mercado financeiro, nos últimos tempos a Itaúsa vinha dedicando mais atenção às atividades industriais. A Duratex, que já tinha posição de liderança no ramo de construção civil, associou-se à Satipel, transformando-se na maior empresa de painéis de madeira do Hemisfério Sul e oitava maior do mundo. A Itautec, uma empresa da área de tecnologia ainda muito dependente dos contratos de automação bancária com o Itaú, foi profissionalizada recentemente, teve toda a diretoria trocada e aposta no boom de consumo da classe C para se fortalecer no mercado de computadores.
A diversificação - A Camargo Corrêa comprou a participação na Itaúsa em 1982. Mais ou menos na mesma época, passou a investir em negócios nas áreas têxtil e de calçados, o que foi considerado uma inovação lançada por Sebastião Camargo, o fundador do grupo. O empresário já era dono de uma das maiores empreiteiras de obras públicas do País e sua decisão de diversificar os negócios com a compra de empresas de outros ramos foi uma estratégia para investir o dinheiro que entrava no caixa e diminuir a dependência do setor público. Quase 30 anos mais tarde, seus sucessores mudaram a estratégia. No ano passado, decidiram se desfazer de operações que não são prioritárias na estratégia do grupo, para se concentrar em setores que julga mais promissores, como cimento, energia e exploração de concessões públicas. Antes da participação na Itaúsa, a Camargo já tinha se desfeito de quase toda sua posição na na gigante do alumínio na gigante do alumínio Alcoa. No começo do ano, por exemplo, a Camargo deixou para trás o grupo Votorantim e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), na disputa pelo controle da Cimentos de Portugal (Cimpor), uma das maiores do ramo no mundo. O grupo, que já é um dos maiores do País na área de energia, tem planos ambiciosos para ser um dos consolidadores do setor. (Agência Estado)

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INDICADORES ECONÔMICOS


São Paulo / SP
Possível elevação da Selic traz chance de reavaliar os investimentos em renda fixa
As pressões inflacionárias na economia doméstica continuam a preocupar o Banco Central, cuja nova equipe monetária, anunciada no dia 24/11, pode vir a promover um novo aumento da taxa básica de juro logo após a posse da presidente eleita Dilma Rousseff - há quem aposte que o ajuste já ocorra em janeiro de 2011. Diante da esperada elevação da Selic, pode ser hora de repensar os rendimentos na renda fixa. Para escolher entre títulos públicos pré ou pós-fixados, debêntures, poupança ou fundos de investimento, é necessário ir além das preferências individuais e analisar com cuidado para o atual momento econômico. Nele, especialistas apontam para a oportunidade dos títulos pós-fixados e também para a inviabilidade da tradicional poupança neste momento.
Juros em alta, inflação também - Se a taxa Selic deve crescer, é em função das fortes pressões inflacionárias. Eventos como o aumento nos preços dos alimentos, da demanda de final de ano ou mesmo a elevação dos gastos públicos no período pré-eleitoral, levaram o último Relatório Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira, dia 22/11, a mostrar a décima alta consecutiva na estimativa para o IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Amplo - em 2010, que agora aponta para uma taxa de 5,58%. As perspectivas já ultrapassam em mais de 1 ponto percentual o centro da meta do CMN (Conselho Monetário Nacional) para 2010, que é de 4,5%. Já em relação à Selic, os especialistas consultados pelo BC confirmaram a expectativa de manutenção da taxa em 10,75% neste ano - há somente mais uma reunião do Copom em 2010, nos dias 7 e 8 de dezembro -, com meta de alcance de 12% em 2011.
Projeções para a Selic - Com um banco central tradicionalmente preocupado em manter as metas de inflação, o professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, Antônio Colangelo Luz, antecipa que uma nova elevação da Selic possa acontecer ainda em dezembro, na última reunião presidida por Henrique Meirelles. “Espero pequenos ajustes a curto prazo, de 0,25 a 0,5 ponto percentual, a partir de dezembro até os próximos 3 a 6 meses”, diz. O economista Marcelo Nascimento, da Renascença Corretora, aponta a perspectiva de 3 altas consecutivas de 0,5 pontos percentuais a partir de janeiro, mas alerta para as possíveis reações do mercado à nova equipe econômica.
Títulos – os 'queridinhos' dos analistas - Para tirar proveito do cenário de crescimento dos índices citados acima, os títulos públicos são a opção recomendada pela dupla de economistas. No entanto, eles divergem quanto à escolha do índice de indexação. “Embora o mercado já esteja precificando a escolha da equipe econômica do próximo governo, com a perspectiva de continuidade na autonomia da instituição, os títulos devem ganhar ainda mais”, diz Nascimento, da Renascença. Para ele, os investimentos mais interessantes são de curto prazo, indexados à Selic. “Os títulos de inflação estão caros e inflados, devido aos altos prêmios do índice”, completa. Já o professor da Escola Trevisan, Antônio Colângelo Luz, aponta a pequena diferença entre as referências de indexação, que tendem a convergir, e opta pela inflação, que recentemente tem apontado um viés mais altista. Ele recomenda a compra dos títulos do Tesouro Direto. Em relação aos papéis pré-fixados, é melhor nem pensar neles por enquanto. Segundo os especialistas, os níveis de TR - Taxa Referencial - encontram-se bastante aquém do esperado. Além disso, é preciso ter cautela com o prêmio acumulado, principalmente nos títulos mais longos, aponta Nascimento.
Poupança mal cotada por economistas - A baixa taxa referencial de remuneração torna o investimento em poupança desaconselhável na comparação com os demais neste momento. “Para que valesse a pena investir na poupança, a Selic precisaria estar abaixo de 9%, o que é algo inviável”, diz o economista da Renascença. "Por enquanto, este é o pior investimento", completa Antônio Colângelo.
Fundos - Para o professor de economia da Trevisan, os fundos de gestão são mais interessantes aos investidores menos disciplinados e podem ser uma boa opção caso o mix de carteiras resulte em um rentabilidade maior que outros investimentos. No entanto, apresentam a inconveniente taxa de administração.
Debêntures - Apesar do maior risco, as debêntures apresentam prêmios maiores frente aos riscos de crédito das empresas privadas. “É interessante ao pequeno investidor porque apresenta uma variada gama de produtos, sendo uma boa opção de risco para os aqueles que não estão preocupados com liquidez”, diz Nascimento. “O atraso de um dia ou o não pagamento pode prejudicar toda a rentabilidade projetada para um período, então vale a pena avaliar cuidadosamente a qualidade da empresa, a periodicidade de seus pagamentos, conversar com debenturistas ou até deixar na mão de um especialista”, completa Antônio Colangelo Luz.


Da redação – São Paulo / SP
RESUMO DA SEMANA – 22 a 26 de novembro de 2010
IPC-S volta a acelerar em cinco de sete capitais - Desta vez o índice registrou queda apenas em Brasília e em Porto Alegre. O IPC-S de 22 de novembro de 2010 variou 0,85%, 0,13 ponto percentual (p.p.) acima da taxa divulgada na última apuração.
Confiança do consumidor atinge novo recorde histórico - O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas elevou-se em 2,7% entre outubro e novembro de 2010, alcançando 125,4 pontos, novo recorde histórico.
INCC-M acelera em novembro - O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) registrou, em novembro, taxa de variação de 0,36%, acima do resultado do mês anterior, de 0,15%. No ano, o índice acumula variação de 6,95% e nos últimos 12 meses, a taxa registrada é de 7,16%.
Economia Subterrânea ultrapassa R$ 650 bilhões - O Índice de Economia Subterrânea divulgado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) em conjunto com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE/FGV) mostra que depois de passar 5 anos - entre 2003 e 2008 - crescendo menos do que o PIB, a Economia Subterrânea cresceu com a mesma velocidade do PIB e a curva da relação do Índice com o PIB parou de cair, mostrando uma tendência de estabilização na casa dos 18,6%. Isso significa que, nos últimos três anos, a Economia Subterrânea cresce na mesma proporção que o Produto Interno Bruto Brasileiro, o que é preocupante para a economia do País.


Índices de Preços ao Consumidor
IPC da Fipe fica em 0,77% na terceira quadrissemana de novembro - A terceira quadrissemana de novembro do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apontou inflação de 0,77% na cidade de São Paulo, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O resultado apresentou desaceleração ante 0,87% da prévia anterior. Nas sete classes de despesa que compõem o IPC da Fipe, os resultados apurados foram: Habitação (0,25%), Alimentação (2,02%), Transportes (0,53%), Despesas Pessoais (0,70%), Saúde (0,37%), Vestuário (0,54%) e Educação (0,05%).
Em novembro, IPCA-15 fica em 0,86% - O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve variação de 0,86% em novembro e ficou acima do resultado de outubro (0,62%). A aceleração do índice continuou vinculada ao grupo alimentação e bebidas. O consumidor passou a pagar, em média, 6,10% a mais por um quilo de carne. Em relação a dezembro do ano passado, ou seja, neste ano de 2010, os preços das carnes já subiram 20,49%. No acumulado do ano, o IPCA-15 está em 5,07%, acima do índice de igual período de 2009 (3,79%). Considerando os últimos 12 meses (5,47%) também houve superação da taxa, comparando-se com os 12 meses imediatamente anteriores (5,03%). Em novembro de 2009, o IPCA-15 havia sido de 0,44%.

Mercado de Trabalho
PED: Taxa de desemprego cai pelo quinto mês consecutivo em outubro - As informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego, realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, na Região Metropolitana de São Paulo, mostram que, em outubro, a taxa de desemprego total manteve-se em queda (de 11,5%, em setembro, para os atuais 10,9%), em movimento típico para o período. Segundo suas componentes, esse resultado refletiu as reduções das taxas de desemprego aberto (de 8,7% para 8,4%) e oculto (de 2,8% para 2,5%). Em outubro, o contingente de desempregados foi estimado em 1.174 mil pessoas, 57 mil a menos do que no mês anterior, resultado da criação de 119 mil ocupações, número superior ao de pessoas que ingressaram na força de trabalho da região (62 mil pessoas).
PME: Em outubro, desocupação foi de 6,1% - Segundo o IBGE, a taxa de desocupação de outubro (6,1%) ficou estatisticamente estável em relação a setembro (6,2%) e caiu 1,4 ponto percentual em relação a outubro de 2009 (7,5%). Foi a taxa mais baixa já registrada em toda a série da PME, iniciada em março de 2002. Comparada ao mês de setembro, a população desocupada (1,4 milhão de pessoas) permaneceu estável, mas teve queda expressiva (-17,6%) ante outubro de 2009. A população ocupada (22,3 milhões) também seguiu estável em relação a setembro e teve alta de 3,9% perante outubro de 2009 (ou mais 841 mil postos de trabalho). Já o número de trabalhadores com carteira assinada (10,3 milhões) manteve-se estável na análise mensal e, na comparação anual, cresceu 8,4%.

Economia Internacional
PIB norte-americano sobe 2,5% no terceiro trimestre - O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 2,5% no terceiro trimestre de 2010, de acordo com a segunda revisão divulgada pelo Departamento do Comércio do país. A estimativa anterior apontou crescimento de 2,0%. No segundo trimestre, o PIB norte-americano aumentou 1,7%. A economia norte-americana se expandiu em um ritmo mais rápido que o previsto no terceiro trimestre, os lucros das empresas subiram, mas esse crescimento ainda está fraco para reduzir a taxa de desemprego no país (9,6%).

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MERCADO DE CAPITAIS

(Informações: Dow Jones, Bovespa, Reuters, EFE, AFP e Associated Press)

HOJE – Fechamento das Bolsas da Ásia
- Por problemas de conexão não conseguimos abrir os links com as agências de notícias.

HOJE – Abertura das Bolsas da Europa
- Londres / Inglaterra - O índice geral da Bolsa de Valores de Londres, o FTSE-100, abriu nesta segunda-feira em alta de 21,12 pontos (0,37%), aos 5.689,82. O barril de petróleo Brent para entrega em janeiro abriu nesta segunda-feira em alta no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres, cotado a US$ 86,50, US$ 0,92 mais que no fechamento da sexta-feira.
- Frankfurt / Alemanha - O índice DAX-30 da Bolsa de Valores de Frankfurt abriu nesta segunda-feira em alta de 0,27%, aos 6.867 pontos. O euro abriu nesta segunda-feira em alta no mercado de divisas de Frankfurt cotado a US$ 1,3236, frente a US$ 1,3216 da sessão anterior. O Banco Central Europeu (BCE) fixou na sexta-feira o câmbio oficial do euro em US$ 1,3325.
- Roma / Itália - O índice seletivo FTSE-MIB da Bolsa de Valores de Milão abriu nesta segunda-feira em alta de 0,58%, aos 19.958,97 pontos. O índice geral FTSE Italia All Share subiu 0,45% e chegava aos 20.595,08.
- Paris / França - O principal indicador da Bolsa de Valores de Paris, o CAC-40, abriu nesta segunda-feira em alta de 0,44%, aos 3.744,87 pontos.

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INDÚSTRIA

São Paulo / SP
Abinee cria grupo de smart grid e trabalha na criação do Sibma
A Abinee - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica - criou neste mês de novembro um grupo de trabalho para estudar redes inteligentes (smart grids), a próxima geração de redes de medição e controle de distribuição de energia elétrica. A entidade também participa de comissão que define um protocolo de comunicação aberto para ser usado por todos os modelos e marcas de medidores de consumo residencial do País. Essa padronização é uma iniciativa única no mundo, segundo Roberto Barbieri, assessor do grupo de GTD - Geração, Transmissão e Distribuição - da Abinee.
A definição do protocolo aberto de comunicação está a cargo de um comitê da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas -, que a Abinee integra, e deve estar pronto até meados do ano que vem. A padronização vai cobrir a saída de dados do medidor de consumo elétrico para o equipamento de comunicação, de onde será possível fazer a telemedição (transmissão de dados até a central de operação das distribuidoras). Ou seja, o protocolo vai permitir ao medidor falar com o modem ou o rádio – acoplado ou externo, dependendo da tecnologia. Noutra etapa serão definidas tecnologias de comunicação que poderão ser adotadas para transmissão das informações (ZigBee, GPRS, PLC, Wi-FI, etc). “Não estamos padronizando a comunicação, mas a saída de dados”, diz Barbieri. O protocolo tem o nome provisório de Sibma - Sistema Brasileiro de Medição Avançado.
De acordo com o assessor do GTD da Abinee, essa é uma exigência das distribuidoras, para que elas possam usar e substituir medidores eletrônicos de quaisquer fabricantes. E também para facilitar a integração de soluções e aplicações futuras, de gestão doméstica do consumo, integrando a medição inteligente aos equipamentos eletrodomésticos. Um novo e atraente mercado para fornecedores de software e serviços. A Atos Origin, por exemplo, lançou no Brasil, esta semana, durante o Sendi - Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica -, sua divisão de smart grid, que já atua no projet da França. A rede francesa, em fase de piloto nas cidades de Tour e Lyon, usa GPRS (celular) para mandar dados do medidor ao concentrador (na rua, no bairro), e redes PLC, até a central de operação.
Para cobrir 200 mil instalações, o projeto inicial vai requerer investimentos de 100 milhões de euros, que por subir a 4 bilhões de euros, na estimativa para cobrir o país todo, com 35 milhões de medidores, diz o gerente de utilities da Atos Origin, Glauco Brito. A migração deve começar no final de 2011 e seguir até 2018 ou 2020. Atualmente, os medidores eletrônicos usam sistemas proprietários, e há cerca de dez fabricantes no País.A consulta pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para especificação desses sucessores dos antigos relógios de luz acaba dia 17 de dezembro. E tanto a Abinee quanto a Atos Origin devem apresentar várias contribuições.
A proposta da agência é que o medidor tenha, entre suas funcionalidades, controle de quantidade e qualidade da energia (número de interrupções, variações, etc.), como já acontece no consumo industrial, e possibilidade de implantação de pré-pago, corte e religamento remoto e até quadro degraus tarifários. Atualmente, o modelo com todos os recursos previstos pela Aneel tem preço estimado (unitário) entre R$ 300 e R$ 400, total que pode cair cerca de 60% em projetos de larga escala, segundo alguns executivos dessa indústria. Já tocam projetos-piloto de smart grid as distribuidoras Light, no RJ, Cemig/Light, em Sete Lagoas/MG, Eletrobrás, em Parintins/AM, e AES Eletropaulo na capital paulista, no bairro do Ipiranga. O novo GT de redes inteligentes da Abinee tem cerca de 20 participantes, de vários setores da economia (automação, comunicação, etc.), e deve fazer sua primeira reunião ainda este ano.

Lisboa / Portugal
Cimpor investirá 240 milhões de euros no Brasil para elevar produção
A Cimpor, cimenteira portuguesa que tem a Votorantim entre os sócios, aprovou um plano de investimentos de 240 milhões de euros no Brasil nos próximos três anos, buscando aumentar em 35% sua capacidade de produção de cimento no país. "A expectativa de continuação do já muito encorajador contexto econômico brasileiro e as previsões de crescimento do consumo de cimento neste mercado levaram a Cimpor a aprovar um programa de novos investimentos na ordem dos 240 milhões de euros para os próximos três anos", afirmou a companhia em comunicado à CMVM, que regula o mercado de capitais português. A companhia acrescentou que o montante investido levará a um aumento produtivo de 2,3 milhões de toneladas de cimento, equivalentes a uma alta de 35%. Ainda segundo a empresa, o aporte será destinado principalmente à construção de uma nova linha na fábrica de Cezarina, em Goiás, e de uma unidade de produção em Caxitu, na Paraíba. Ambos projetos devem começar a ser construídos no ano que vem, com previsão de conclusão para 2013. Ao plano de investimento anunciado "se somam os 10 milhões de euros ainda não investidos em projetos já em curso", acrescentou a Cimpor. (Agência Reuters)

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AGROBUSINESS


Da redação – Porto Alegre / RS
Doux Frangosul faz nova promessa
A empresa Doux Frangosul comunicou uma nova data para pagamento dos lotes atrasados aos integrados. Segundo sua assessoria de imprensa, os depósitos vão ser feitos entre os dias 29/11 e 3/12. Caso o prazo não for cumprido, a comissão de integrados ligada à Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS) promete agir para chegar a uma ação definitiva. “Se até o dia 1/12 não for iniciado o pagamento, reuniremos a comissão que vai decidir o que fazer. Ainda não sei que posição poderemos tomar, mas não permitiremos que essa situação se prolongue. O produtor já aceitou prazos demais, já está há dois anos no atraso”, queixa-se o presidente da Fetag, Elton Weber. No último acordo chancelado entre a Doux Frangosul e a comissão de integrados, que tratou do pagamento dos produtores de suínos e aves, ficou acertado que a quitação dos valores deveria ocorrer até 12/11, mas o prazo não foi obedecido. “Já tentamos negociar três vezes com a empresa. Não dá para admitir que ela nos chame e firme um acordo e depois não cumpra. Isso tem que acabar”, acrescenta Weber. A nova data, porém, permanece criando desconfianças. “Estamos preocupados porque fizemos parte dessa situação há muito tempo, e gostaríamos de ter uma definição. Só no município de Nova Bréscia são 36 integrados que esperam pelo pagamento”, ressalta o presidente do STR de Nova Bréscia e membro da comissão de integrados, Celito Jorge Turati. Quem aguarda ansioso pelo pagamento é o produtor de Dois Lajeados, Moacir Olmi. Ele entregou o penúltimo lote em agosto e, desde então, não recebeu os valores devidos. “Hoje já tenho dois lotes de aves atrasados. Se dependesse basicamente dessa atividade para sobreviver, a situação estaria bastante complicada. Mas ainda não estou acreditando que o pagamento saia, a empresa prometeu muitas vezes”, queixa-se. Segundo comunicado da Doux Frangosul, “o atraso na liberação dos recursos se deu em função de prazos burocráticos. A empresa reitera seu compromisso com os parceiros integrados e com as operações do Grupo no Brasil”. (Fonte: Assessoria de imprensa da Doux Frangosul)

Da redação – São Paulo / SP
Frango segue em alta
Os preços do frango in natura (inteiro e em corte) congelado e resfriado continuam em alta, segundo pesquisas do Cepea. Nos últimos sete dias, a única exceção foi para o congelado na cidade de São Paulo, onde os preços dão sinais de acomodação após os sucessivos reajustes. Mesmo com a diminuição típica das vendas neste período do mês, a formação de estoques com vistas ao consumo do final do ano impediu que houvesse desvalorização tanto do frango inteiro quanto de cortes na maioria das praças acompanhadas pelo Cepea.

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SERVIÇOS & VAREJO


Johannesburg / África do Sul
Walmart compra 51% da rede sul-africana Massmart por US$2,1 bilhões
O Wal-Mart apresentou oferta formal de US$ 2,1 bilhões pelo controle da varejista sul-africana Massmart, um negócio que pode garantir ao maior grupo de varejo do mundo presença majoritária no crescente mercado africano. Ambas companhias afirmaram em comunicado nesta segunda-feira que o Wal-Mart pagará 148 rands por uma fatia de 51% na rede sul-africana, levando o negócio a 15,2 bilhões de rands (US$ 2,13 bilhões), segundo cálculos da Reuters. O Wal-Mart anunciou em setembro que estava buscando adquirir a totalidade do Massmart, mas recuou e apresentou proposta para comprar mais de metade da rede no mês passado. Ao adquirir 51% do Massmart, o grupo norte-americano tomará o controle da companhia, mantendo-a listada na bolsa de Johannesburg, algo fundamental para que a operação tenha sido aprovada. (Agência Reuters)

Da redação – Rio de Janeiro / RJ
Pão de Açúcar avança na conversão de lojas à bandeira Extra Supermercado
O Grupo Pão de Açúcar avança no projeto de expansão da bandeira Extra Supermercado. Nesta semana, foram abertas 16 lojas com a marca, em um investimento de R$ 14 milhões. Quatro pontos de venda eram lojas CompreBem, em São Paulo; e 12 eram unidades Sendas, que foram reformadas no Rio de Janeiro. Com isso, a bandeira Extra Supermercado chega a 72 lojas no país. O plano de conversão prevê a mudança de mais de 170 lojas para a marca até o fim de 2011.

Da redação – São Paulo / SP
Baú Crediário está na mira do grupo paranaense MM
Após ter dado seu patrimônio como garantia do empréstimo de R$ 2,5 bilhões concedido pelo governo federal ao banco PanAmericano, Silvio Santos tem recebido propostas pelas empresas do seu grupo. No caso da MM Mercado Móveis, o interesse nas lojas é anterior ao momento pelo qual passa o Grupo Silvio Santos, e está atrelado aos planos de expansão da rede, de chegar a 200 lojas até 2012. As negociações envolvendo as instalações do Baú Crediário no Paraná começaram ainda em 2009, quando a empresa apresentou uma proposta à rede de lojas Dudony, antiga proprietária desses estabelecimentos. A MM, de Ponta Grossa/PR, conta com 142 pontos de venda, e tem interesse nas 50 unidades Baú Crediário no Estado.

Da redação – São Paulo / SP
Chilli Beans passa a utilizar vending machines
A rede de óculos Chilli Beans, com 330 franquias em 116 cidades do país, implantará no dia 1/12 uma máquina de autoatendimento para a venda de seus produtos no Aeroporto de Cumbica. Em cada vending machine, 40 opções de óculos escuros, com preço médio de R$ 138. Captada por uma câmera, a imagem do cliente aparece no monitor e o modelo escolhido é projetado no rosto da pessoa, para permitir a escolha de vários modelos. Pode-se fazer o pagamento por meio de cartão de crédito ou débito. Trata-se de uma nova maneira de popularizar e expandir a velha fórmula da marca: variedade e preços abaixo da média.


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TI, WEB & e-COMMERCE


São Paulo / SP
MicroeStrategy aproveita sucesso do iPad para vender BI móvel
A MicroStrategy espera que o sucesso do iPhone e a chegada do iPad ao Brasil, prevista para a próxima semana, impulsione as vendas de BI - Business Intelligence - móvel no País. Segundo o vice-presidente da produtora de software para América Latina, Flávio Bolieiro, muitas empresas planejam a compra de dispositivos da Apple para equipar executivos e profissionais que precisam tomar decisão em qualquer lugar. Bolieiro observa que os terminais da Apple estão ganhando adesão do mercado corporativo e setor público nos EUA, prevendo que esse sucesso se repetirá no Brasil. Para atender os novos usuários, a empresa está colocando no mercado uma nova versão de sua plataforma para desenvolvimento de aplicações de BI, que usa recursos nativos do iPad e iPhone.
A MicroStrategy já tinha portado sua solução para BlackBerry e promete uma versão também para Android, caso a demanda justifique. Segundo Bolieiro, a nova plataforma permite às empresas desenvolverem aplicações específicas de BI para rodar nos novos dispositivos com mais rapidez para análise dos negócios. O executivo dá o exemplo da Fnac da França que criou um aplicativo que possibilita aos gerentes, por meio do iPhone, ler o código de barras dos produtos nas gôndolas e saber o volume de vendas. Os vendedores conseguem também pelo celular gerar diversos tipos de relatórios para tomada de decisão. “As aplicações para iPad e iPhone são muito fáceis de usar”, comenta Bolieiro, informando que muitos de seus clientes estão trocando BlackBerry pelos terminais da Apple para disseminar BI pela empresa. Segundo ele, entre os que estão com piloto no Brasil para rodar BI pelo iPhone estão os varejistas Marisa e o grupo Pão de Açúcar. Outra empresa, cujo nome não foi revelado pela MicroStrategy, estaria planejando a compra de 3 mil iPad para sua força de vendas.
Apostas em mobilidade - Animada com o potencial da venda de BI para dispositivos móveis, a MicroStrategy espera que dentro de 4 a 5 anos toda sua base de clientes esteja acessando as aplicações via wireless. Atualmente, 25% das 200 contas que a companhia atende no Brasil rodam aplicações pelos terminais sem fio. A filial está seguindo o otimismo da matriz, que aposta na mobilidade para crescer sua receita. A meta da MicroStrategy é chegar em 2015 com um faturamento global de US$ 5 bilhões. Em 2009, a companhia movimentou US$ 386 milhões e estima fechar 2010 com negócios em torno de US$ 500 milhões. A subsidiária brasileira representa aproximadamente 3% dos negócios. Bolieiro argumenta que essas projeções são com base na expansão dos negócios da companhia, que vêm registrando crescimento anual entre 20% e 25%, acima dos cerca de 10% do mercado global de BI.

Londres / Inglaterra
Empresa de Internet russa Yandex planeja IPO de US$ 1,5 bilhão
A Yandex, maior empresa da área de Internet na Rússia, está considerando realizar uma oferta inicial de ações (IPO) que poderia alcançar 1 bilhão de libras (US$ 1,57 bilhão). Segundo informações do jornal britânico Mail on Sunday, a Yandex, companhia de busca na rede que é líder na Rússia e está entre as 7 maiores do mundo nesta área, lançaria as ações na bolsa de Londres, possivelmente no início do ano que vem. Fontes citadas pelo jornal dizem que a empresa também avalia, como alternativa, realizar a operação na Nasdaq, a bolsa de empresas de alta tecnologia em Nova Iorque. Esta seria a segunda grande oferta inicial de ações de uma companhia russa da área de tecnologia em pouco tempo. No dia 5/11, o Mail.RU Group levantou US$ 1 bilhão com um IPO em Londres. Executivos da Yandex não estavam disponíveis para comentar a notícia ontem,domingo, dia 28/11. (Agência Reuters)

Da redação – São Paulo / SP
Antiga subsidiária da SPSS no Brasil muda o nome para DMSS
Um ano e meio após a IBM ter adquirido a empresa de análises preditivas SPSS, a ex-subsidiária brasileira da companhia, que atuava no Brasil no sistema de franquia, mudou seu nome de SPSS Brasil para DMSS. A companhia permanece com o mesmo corpo executivo e time de consultores. De acordo com o presidente da DMSS, Ricardo Ventura, a IBM negociou diretamente com cada país e, no Brasil, a decisão foi manter a companhia operando normalmente, em sistema de parceria. Dentre os clientes da DMSS estão CPFL, CNI, FGV, Procter&Gamble, Lojas Renner, Globo.com, GVT, Apex, entre outros. A empresa atua principalmente nas verticais de telecomunicações, finanças, educação, governo, varejo, indústria, saúde, utilitários, serviços e comunicação. A oferta de serviços também permanece inalterada, com a venda do software e serviços de consultoria em análise pedeitiva e data mining.


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TURISMO & GASTRONOMIA


Da redação – São Paulo / SP
Turismo deve impulsionar expansão de franquias na hotelaria até a Copa
Até 2014, a rede hoteleira francesa Accor pretende movimentar mais de R$ 700 milhões em franquias. Na próxima semana vai lançar, no Nordeste, um modelo de franquia para os hotéis da bandeira Formule 1. O projeto prevê a construção de cem hotéis em cidades de 100 mil a 500 mil habitantes, com investimento de R$ 4 milhões a R$ 6 milhões por unidade. Os recursos poderão vir de linhas de financiamento, como as do Banco do Nordeste, segundo a Accor. "Não vamos nos limitar a essa região", afirma Steven Daines, diretor das marcas ibis e Formule 1. A marca Formule 1 tem 11 unidades em capitais do país, operadas pela própria Accor. Na bandeira ibis, dos 50 hotéis que serão abertos até a Copa, 50% serão operados por franqueados. Serviços ligados a turismo são a nova tendência nas franquias, dizem especialistas. De tempos em tempos, elege-se um segmento. "A febre muda e, de repente, algum setor fica mais visado. Agora são os chocolates, antes eram os cafés. Recentemente, a onda foram clínicas de estética. Antes, as lavanderias, fast foods, redes de idiomas", diz Ana Vecchi, da consultoria Vecchi Ancona. O aquecimento no turismo é impulsionado pelos eventos esportivos que o país vai receber e pela classe C. Em 2001, o país tinha 312 unidades ligadas a turismo e hotelaria, segundo a ABF - Associação Brasileira de Franchising). Hoje são 514. A tendência se verifica em hotéis, locadoras de veículos e agências de turismo, segundo Ricardo Camargo, diretor da ABF. "São Paulo precisa de investimento, devido à alta ocupação, mas agora há um deslocamento do eixo econômico", diz Camargo.

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MERCADO DE LUXO


Da redação - São Paulo / SP
Eindhoven Concert Hall é orgulho da Holanda
Completamente reprojetado e decorado pelos arquitetos holandeses Niels van Eijk e Miriam van der Lubbe, em colaboração com a Philips Ambient Experience Design, a bela Eindhoven Concert Hall é o novo orgulho da cidade de Eindhoven, na Holanda. (LEIA MAIS)

Da redação - São Paulo / SP
Óculos Maybach Vision Quest é um luxo só
A montadora alemã Maybach anunciou sua nova e ousada coleção de óculos. Ela firmou parceria com a IVKO, marca super exclusiva de óculos, para fabricar modelos tão luxuosos quanto seus carros. Emulando o interior requintado dos carros Maybach, os modelos incorporam materiais rarefeitos, incluindo madeira envernizada, couro, chifres naturais, fibra de carbono, titânio e ouro branco, amarelo ou rosa, 18 quilates. A coleção “Ready-to-Wear collection”, oferece oito modelos de óculos de sol em nove cores, acrescido de 10 armações de óculos em seis tipos de tons, com preços que variam entre US$ 1550 e US$ 2150. (LEIA MAIS)


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ARTIGO


Os desafios para a produção orgânica
por Sylvia Wachsner, diretora da Sociedade Nacional de Agricultura e coordenadora do Projeto OrganicsNet/SNA (LEIA)




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