I-Press.biz Economia & Mercado | Edição Especial - 002 | Ano I


TI verde tem mais a ver com economia do que com responsabilidade social

A chamada TI Verde - ou o nome que as empresas de tecnologia dão a seus esforços para a preservação do ambiente - aparentemente tem mais a ver com economia de dinheiro do que com responsabilidade social.

De acordo com um estudo da Symantec intitulado "State of the Data Center Report 2008", a responsabilidade social foi apontada como a razão menos importante pelas empresas que apostaram em soluções ditas ecológicas. O estudo perguntou, por exemplo, por que era importante para as companhias ter um data center "ecologicamente correto". Das 1,6 mil empresas de 21 países que responderam ao questionário, 48% disseram que precisam reduzir os gastos com o resfriamento dos equipamentos, enquanto 47% disseram que o objetivo era reduzir o consumo de energia.
Entre os consultados, 45% disseram que a responsabilidade com a comunidade era um dos motivos para apostar em tendências ecológicas. De acordo com Suzie Tan, diretora geral da subsidiária da Symantec nas Filipinas, a crise global faz com que os gerentes de data centers sejam mais pressionados "a fazer mais com menos", o que significa reduzir gastos e melhorar o serviço prestado.

TI Verde reduz custos e investimentos
Cada vez mais as áreas de tecnologia das corporações estão abrindo espaço para criar uma agenda verde. A principal motivação para que as empresas avaliem a adoção de práticas e políticas de Green IT é a possibilidade de redução de custos e investimentos trazida por essas medidas. Um relatório da Forrester Research mostra que a tecnologia verde abrange opções que contribuem tanto para diminuir gastos operacionais (OPEX) quanto para poupar as corporações de investimentos futuros (CAPEX).
Do ponto de vista do OPEX, soluções de TI Verde podem ajudar a reduzir gastos com energia elétrica, refrigeração do data center, custos com equipe e taxas com licenças de hardware. Em relação ao CAPEX, a tecnologia verde desempenha importante papel para eliminar novas necessidades de investimentos, uma vez que otimiza o uso e a vida útil dos ativos, além de incrementar o espaço físico, a capacidade de refrigeração e física de data centers.
A Forrester alerta também que os benefícios para o OPEX e para o CAPEX podem caminhar simultaneamente, como, por exemplo, no caso da virtualização de servidores, que diminui a necessidade de aquisição de novos equipamentos físicos, além de reduzir os custos de energia e refrigeração do data center e de mão-de-obra para gerenciar um ambiente menos intenso em termos de harware. E, ao cortar as demandas de energia e refrigeração, a vida útil do data center aumenta. Para equilibrar o dilema entre CAPEX e OPEX, a consultoria sugere que os CIOs foquem, primeiro, em aplicar as melhores práticas de TI Verde em soluções que dispensem ou exijam o mínimo em termos de investimento. Bons exemplos são gerenciar o consumo de energia dos PCs e aposentar aplicações e infraestrutura que estejam severamente subutilizadas. Somente depois disso, a Forrester indica que os líderes de tecnologia passem a considerar alternativas que exijam investimentos em larga escala, como virtualização de servidores, arquitetura thin client e consolidação de data centers – que oferecem benefícios econômicos e ambientais, simultaneamente.
A consultoria destaca que alguns projetos de TI Verde exigem que as empresas apliquem grandes recursos para colocá-los em prática, mas que eles trazem benefícios financeiross ao longo do tempo. Em outros casos, no entanto, é apenas uma questão de ajustar recursos que já estão disponíveis no parque tecnológico da corporação. A General Electric, por exemplo, espera economizar 2,3 milhões de dólares por ano porque ativou as funções de gerenciamento de energia do Windows, como os recursos de hibernação e stand by. A Forrester Research acrescenta que os gestores de tecnologia da informação devem conversar com executivos de outras áreas, porque, muitas vezes, a economia alcançada pela adoção de práticas de Green IT não é sentida no orçamento de TI, mas no de outros departamentos. Por exemplo, apenas 11% dos setores de tecnologia pagam a conta referente a seu consumo de energia elétrica. Ao estabelecer este tipo de conversa, no mínimo, os CIOs garantirão que os esforços de sua área serão notados – com a possibilidade de seu orçamento receber recursos adicionais ou o valor economizado.

Cenário irreversível
“Os CIOs devem perceber gradualmente que TI verde não é só equipamento, mas sim a forma de gestão de desempenho do hardware e mesmo serviços agregados capazes de trazer, por exemplo, economia com energia”, alerta Steven Sams, vice-presidente mundial do projeto IBM Green. Segundo dados da IBM, os datacenteres consomem atualmente o dobro de energia de cinco anos atrás. Esse volume deverá dobrar novamente nos próximos quatro anos. A Big Blue também prevê que ao longo da próxima década o número de servidores deverá crescer em seis vezes, enquanto o de storage deverá ser 69 vezes superior ao volume registrado hoje. Isso representa um incremento notável no consumo de energia caso nenhuma ação preventiva seja realizada. Para abocanhar uma fatia das demandas crescentes na área de TI verde, a IBM, o que reflete também na sua rede de parceiros, tem apostado em oferecer serviços complementares à oferta de hardware e em profissionais qualificados, conforme destaca Sams. “Um dos grandes diferenciais que temos em relação aos demais fornecedores está no número de profissionais dedicados ao assunto. São mais de 600 deles atualmente concentrados em traçar estratégias de consolidação e desenvolvimento de data centers. Hoje Sun e HP estão mais focadas em anunciar hardware econômico, mas só isso não resolve o problema”, aponta o especialista. Aliada à vasta oferta de mão-de-obra especializada que está construindo, a IBM acredita que os projetos já implantados pelo mundo na área de TI verde servem de modelo para atrair novos contratos, além do modelo escalável, aplicado a pequenas, médias e grandes empresas. “Os clientes querem fatos que mostrem que eles estão no caminho certo”, comenta. Entre as etapas e serviços que a IBM propõe para a criação de um data center verde estão análise da eficiência energética, estabelecimento de métricas para comparação e criação de estratégia de consolidação. Recentemente a companhia anunciou planos de investir US$ 1 bilhão por ano em toda a empresa para melhorar a eficiência do consumo de energia de TI. A idéia do Big Green é adicionar novos produtos e serviços que reduzam o consumo de energia nos data centers da IBM e de seus clientes.

Emerson cria modelo para avaliar consumo de energia em data center
A Emerson Network Power criou um novo modelo para calcular a utilização de energia elétrica em data center. A estratégia é parte do Energy Logic, um mapa de prioridades dentro dos centro de dados para reduzir o consumo sem afetar o desempenho. De acordo com Eduardo Braga, gerente de produtos da subsidiária brasileira, cada watt cortado dentro do novo modelo culmina na redução de outros 2,8 watts. A promessa da companhia é uma melhora na eficiência em 3,6 vezes. “É um sistema de economia em cascata. O pessoal de TI e de infraestrutura precisa atuar em itens como servidores, fontes, nobreaks, aparelhos de ar condicionado e UPS para garantir a eficiência energética”, afirma. Mais detalhes sobre o modelo e uma calculadora online de eficiência pode ser acessadas pelo site.


Fator custo segue sendo o maior motivador para adotar TI Verde
Um levantamento realizado pela Symantec, “Status do Data Center 2008”, aponta que responsabilidade ambiental é o último foco da tendência de TI Verde, que começou a ter discussões em 2007. Ao ouvir 1,6 mil entrevistados em 21 países espalhados pelo globo tinham cargos que vão de vice-presidente, diretores e gerentes de companhias com mais de 5 mil funcionários. Entre as responsabilidades destes profissionais está a gestão de data center e o orçamento. O estudo perguntou a companhias sobre os motivos de criar um “data center verde”. As respostas, em sua maioria, envolviam redução de custos. Suzie Tan, diretora geral da Symantec Filipinas, afirma que “o foco dos data centers verdes foi redução de custos”. Ela afirma que a redução de custos com refrigeração (48%), corte de gastos com energia (47%) e sentimento de responsabilidade (45%). Levantamento da Forrester aponta que metade das companhias no mundo vão investir em TI Verde. A especialista disse que graças a crise econômica mundial, a maior parte dos gestores de data center estão pressionadas a "fazer mais com menos", o que seria um incentivo adicional para a TI Verde.


A TI verde no Brasil
Brasil vive boom projetos em TI verde. O fator que mais motiva é a redução no custo com energia e a tentativa de evitar a necessidade de compra de mais equipamentos. Quebrar essas barreiras é fator crítico para entender o desafio e fornecer o incentivo financeiro para a mudança. TI verde é o principal assunto dos CIOS em debates corporativos, planos governamentais e até algumas conversas de elevador é a iminência de uma crise energética mundial. Com mais pessoas inseridas no mercado consumidor, um crescimento do consumo por parte daquelas que já estavam integradas a este mercado, há o aumento da necessidade de produção e de armazenamento de dados. “Participar das ações de sustentabilidade e criar projetos de preservação para outras áreas são iniciativas que geram grande visibilidade à carreira do CIO dentro e fora da companhia”
Segundo um levantamento realizado pela consultoria IDC, mostra que 80% dos executivos brasileiros dizem que iniciativas de TI verde estão crescendo em importância nas suas organizações, e 43% ressaltam que, na hora de escolher um fornecedor, já prestam atenção nas suas ações de preservação ambiental. Há até bem pouco tempo, essa era uma questão distante, mas hoje as vantagens econômicas estão impulsionando os investimentos em sustentabilidade e meio ambiente.

- Mais de 50% dos usuários tem em conta a estratégia de Green IT na escolha do seu fornecedor de soluções tecnológicas.
- Um terço dos usuários considera "importante" ou "muito importante" que os fornecedores tenham soluções alinhadas com o conceito de Green IT.
- Cerca de 80% dos executivos de topo indicam que o Green IT está crescendo com certa importância nas suas organizações.
- A motivação primordial: adoção do Green IT é econômica – reduzir os custos operacionais.

Mesmo em países desenvolvidos como Austrália, Estados Unidos, França e Japão o índice de empresas que investem em TI verde ficou abaixo dos 50%. Acima de 50%, ficaram China (73%), Coréia do Sul (66%), Índia (63%), Canadá (62,5%), Cingapura (61,7%), México (56,3%) Alemanha (54,7%) e Reino Unido (50%).
Afinal, de todo o aparato envolvido no arsenal de informação e comunicação das empresas, as redes corporativas são as que representam o maior foco de consumo de energia, em função de seu funcionamento ininterrupto (7x24) e de sua tendência a agregar novos dispositivos a cada dia que passa.
A TI Verde também pode dar um retorno financeiro para as empresas ao ter como objetivo economizar recursos ou reduzir gastos de energia. O importante é que a TI Verde seja uma bandeira a ser levantada pelas empresas. Pensar verde faz criar alternativas simples que podem ajudar e muito reduzir o impacto ambiental.Separar o lixo, programar as impressoras para imprimir na frente e verso, fazer vídeo conferencias para diminuir o uso de meios de transportes que poluem o ar...enfim, atitudes fáceis a serem implementadas. O fácil é conscientizar todas da sua importância e mudar hábitos.
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