I-Press.biz Economia & Mercado | Edição 142 | Ano I


Investimento externo cresce no Brasil em ano de queda global
O fluxo de investimentos externos diretos cresceu 20,6% no Brasil no ano passado, segundo dados de um relatório divulgado ontem, dia 19/1, pela Unctad, órgão da ONU para Comércio e Desenvolvimento. O resultado positivo no Brasil contraria a tendência observada na maior parte dos outros países. Globalmente, o fluxo de investimentos externos diretos (IED) caiu 21% no ano passado em relação ao ano anterior. Após um montante recorde de investimentos em 2007 (US$ 1,8 trilhão), o fluxo internacional de IEDs se contraiu para US$ 1,4 trilhão no ano passado, como consequência da crise econômica global. Segundo a Unctad, "uma nova queda nos fluxos de IEDs deve ser esperada para 2009, conforme todas as consequências da crise sobre os gastos de investimento das corporações transnacionais continuarem a aparecer". O aumento no fluxo de investimentos externos para o Brasil, no ano passado, ficou acima da média verificada nos países em desenvolvimento (3% de aumento) e também da média dos países da América Latina e do Caribe (12,7%).
Ricos atingidos
O relatório da Unctad observa que, ao contrário da última grande crise financeira internacional, em 1997, as economias desenvolvidas são as que mais estão sofrendo na atual conjuntura. "Os países desenvolvidos já foram atingidos, enquanto os efeitos da crise sobre as economias em desenvolvimento, têm sido até agora, indiretos na maioria dos casos, com graus variados de severidade", diz o documento. Segundo a Unctad, "nas economias em desenvolvimento e em transição, as estimativas preliminares sugerem que os fluxos de IEDs têm sido mais constantes, apesar de que o pior impacto da crise econômica global, ainda não tinha sido, até o fim do ano, totalmente transmitido para esses países". Os EUA, principal epicentro da atual crise mundial, sofreram uma redução de 5,5% nos investimentos externos no ano passado. Na Grã-Bretanha, outro país que tem sido bastante atingido pela crise, o fluxo de IEDs caiu 51,1% no ano passado, acima da queda média verificada nos países europeus (32,7%).
Políticas públicas
Segundo a Unctad, as políticas públicas terão um papel importante no estabelecimento de condições mais favoráveis para os fluxos de IEDs. "Reformas estruturais com o objetivo de garantir mais estabilidade no sistema financeiro mundial, estímulos econômicos rápidos e efetivos de governos nacionais, um compromisso renovado em favor de uma atitude aberta em relação aos IEDs, a implementação de políticas visando favorecer o investimento e a inovação - especialmente nos campos de meio ambiente, novas fontes de energia e pequenas e médias empresas - são questões-chave", afirma o órgão. Para a Unctad, a atual crise pode assim se tornar uma oportunidade para o incentivo aos IEDs, mas o órgão adverte que isso somente ocorrerá se os governos resistirem às pressões por mais protecionismo e por outras medidas que restrinjam os investimentos externos. (BBC Brasil)

Emprego com carteira registra pior resultado em dez anos em dezembro
A piora na crise econômica levou o Brasil a registrar em dezembro do ano passado, o pior resultado para o emprego com carteira assinada em dez anos. Segundo dados do Ministério do Trabalho, foram fechados 654.946 postos de trabalho no mês passado, o pior resultado desde 1999, início da série histórica do Caged - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Desde então, o pior desempenho era o de dezembro de 2004, quando houve o fechamento de 352 mil vagas formais de trabalho. "Nós nunca perdemos tantos empregos como em dezembro e isso é o que provocou esse resultado", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
No balanço do ano de 2008, foram criadas 1,452 milhão de vagas, resultado 10,2% abaixo do registrado em 2007. O número se refere à diferença entre as contratações e demissões realizadas no período. O governo esperava que fossem abertos 2,1 milhões de novos postos de trabalho no ano passado, mas as demissões de novembro e dezembro vieram acima da média e prejudicaram o resultado do ano. O resultado de 2008 foi o terceiro melhor da série histórica, atrás apenas de 2007 (1,617 milhão de vagas) e 2001 (1,523 milhão). Considerando o número de contratações e demissões, o Caged registrou dois novos recordes. No ano passado foram contratados 16,659 milhões de trabalhadores, e dispensados 15,2 milhões.
Para o ano de 2009, o governo mantém a previsão de que serão criados 1,5 milhão de empregos formais, acima do anotado em 2008. Na última quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que o levantamento oficial, constataria uma
média acima do comum de cerca de 600 mil dispensas em dezembro em todo o país. O número ultrapassa a média de 300 mil a 400 mil na série histórica do mês.
Setores
No mês de dezembro, a maior parte das demissões ficou concentrada na indústria de transformação, que fechou 273 mil postos, praticamente o dobro do anotado no mesmo mês do ano passado. Outro setor afetado foi o de serviços, com 117 mil demissões, ante 41 mil em dezembro de 2007. Por Estado, São Paulo foi o que fechou mais vagas (275 mil) no mês. No ano, a indústria de transformação contratou menos: 179 mil pessoas, ante 395 mil em 2007. Já o setor de serviços registrou pequeno crescimento, de 587 mil para 648 mil entre os anos. A construção civil, por sua vez, passou de 177 mil contratações para 198 mil., enquanto o comércio registrou desaceleração de 405 mil para 382 mil vagas. Por região, São Paulo foi o que mais contratou no ano, onde foram criadas 525 mil vagas.

Meirelles diz que indicadores da economia preocupam, mas Brasil está preparado
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou ontem, que a crise está resultando em uma série de indicadores econômicos preocupantes. Ele avalia, no entanto, que o Brasil está mais preparado para enfrentar as dificuldades do que outros países. "É um momento sério, é um momento grave, é um momento em que estamos vendo aí uma série de indicadores econômicos preocupantes. Por outro lado, o Brasil está bem posicionado, o governo brasileiro está preparado para tomar todas as medidas necessárias para enfrentar essa crise financeira da melhor maneira possível", afirmou Meirelles durante evento de comemoração dos dez anos do regime de câmbio flutuante, em Brasília. Para Meirelles, o Brasil exerceu um controle regulatório mais severo sobre as instituições financeiras, o que evitou que houvesse tantas perdas devido ao uso de operações mais arriscadas, como em outros países. "Nunca deixamos que o mercado exagerasse ou entrasse no tipo de comportamento que levou às perdas e aos problemas, que em muitos países hoje estão se verificando. O Brasil é considerado um dos países com melhor controle regulatório do mundo e citado como exemplo hoje a ser seguido", afirmou.

Reunião de ministros do G8 vai abordar dimensão social da crise
A reunião dos ministros do Trabalho do G8 (grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia), que tem a Itália como presidente de turno, terá como eixo a "dimensão social" da crise financeira internacional, ressaltou o ministro italiano, Maurizio Sacconi. Ele se reuniu em Londres com seu colega britânico, James Purnell. A reunião prévia com Purnell se deve ao fato de o Reino Unido exercer a presidência temporária do G20 (grupo que reúne os países mais ricos e os principais emergentes). Segundo o ministro italiano, "é fundamental que o G8 e o G20 se coordenem, porque enquanto o G20 se ocupa dos problemas financeiros, o G8 pensa nas economias reais e no aspecto social da crise". Sacconi disse que também debateu com o ministro britânico reformas no FMI - Fundo Monetário Internacional -, "porque a coesão social é um elemento da estabilidade nacional". "Com Londres, temos em comum a filosofia do welfare-to-work, ou seja, ampliar a proteção às pessoas, porém também, sua responsabilidade", explicou Sacconi. (Agência Ansa, de Londres)

Investidores em imóveis consideram Brasil como segundo mercado mundial
Uma pesquisa feita entre membros de uma associação americana de investidores estrangeiros em imóveis indica o Brasil como o segundo destino mais atraente para seus investimentos, em 2009. Segundo a pesquisa da Afire - Associação de Investidores Estrangeiros em Imóveis -, 16% dos seus membros consideram o Brasil como o país que oferece a melhor oportunidade para apreciação de capital. O Brasil subiu dez postos no ranking em relação à mesma pesquisa realizada no ano anterior, desbancando a China do segundo posto. Com a crise de crédito que derrubou os preços dos imóveis, os EUA permanecem como o destino prioritário dos investimentos estrangeiros em imóveis, com 37% das preferências dos membros da Afire. A Grã-Bretanha, outro país cujo mercado imobiliário vem sofrendo com a crise econômica, pulou do nono para o quarto lugar. A Índia, que no ano passado era o terceiro destino preferencial dos investimentos em imóveis, caiu para quinto nesse ano. A 17ª pesquisa anual da Afire, também indica uma predisposição maior de financiadores e investidores por um aumento nos investimentos nesse ano em relação a 2008. Segundo o levantamento, agências de crédito hipotecário dizem planejar um aumento de 54% na concessão de crédito global e de 58% no crédito nos EUA. Os investidores em ativos planejam aumentar sua atividade em 40% globalmente e em 73%, nos EUA. (BBC Brasil)

Carrefour fecha ano com crescimento de 6,3%
O Carrefour, segundo maior varejista do mundo, disse que suas vendas brutas cresceram 6,3% em 2008 na comparação anual (excluindo variações cambiais), para 97,6 bilhões de euros. O resultado ficou ligeiramente abaixo dos 6,5% esperados pela empresa francesa. Em seu mercado natal, as vendas totalizaram 42,5 bilhões de euros, com expansão de apenas 1%. Os supermercados registraram um crescimento de 3,7%, compensando a queda de 1,2% nos hipermercados. Nos demais mercados europeus, a empresa somou um faturamento de 36,1 bilhões de euros, com queda de 1,9% e 2,8% na Itália e Bélgica, respectivamente, e alta de 1,3% na Espanha. O crescimento foi impulsionado pela América Latina: 12,7%, para 12,3 bilhões de euros, com destaque para a expansão de 32,3% na Argentina. Na Ásia, a alta foi de apenas 1,9%.

Natura busca tirar operações internacionais do vermelho
Sinergia é a palavra mágica que chegou à boca de todos os executivos da Natura, e que deu base a uma forte reestruturação operacional vivida pela companhia dentro do Brasil, depois de perceber que o modelo que a transformou em ícone de sustentabilidade ambiental, não era acompanhado de uma gestão que desse conta de seu crescimento de forma também sustentável. A companhia apresentava um crescimento pequeno, inferior ao do mercado, perdendo market share, dando um sinal aos investidores que a projeção de crescimento futuro não iria acontecer. Assim, em 2008, a Natura tratou de reagir. No início do ano, anunciou um forte plano de reestruturação, que culminou com a redução, em outubro, de 200 postos de trabalho, parte deles realocado nas novas divisões da empresa. Agora, a empresa está reorganizada por regiões de venda e unidades de negócio. Os ganhos de eficiência e produtividade compensaram o aumento do investimento de marketing em R$ 55,2 milhões, nos primeiros nove meses do ano (adicionais ao plano de investimentos de R$ 400 milhões no período 2008-2010), para recuperar a perda de participação de mercado. Os resultados não demoraram a aparecer. No terceiro trimestre do ano, a receita líquida consolidada foi de R$ 921 milhões, um crescimento de 22,3% em relação ao terceiro trimestre de 2007, e a margem Ebitda aumentou para 24,7%, contra 23,8% em 2007.Mas, apesar do reconhecimento dos bons sinais emitidos pela companhia, o mercado ainda está atento a outra tarefa pendente da empresa: a de tornar as operações internacionais (seis países latino-americanos, além de um escritório na França) rentáveis. Isso porque, há mais de dez anos fora do país, a Natura ainda funciona no vermelho, mesmo registrando um crescimento médio acima de 30% ao ano. Ainda que alguns analistas critiquem a estratégia da empresa, um modelo de negócio de venda direta como o da Natura, é normal que o break even chegue depois de quatro ou cinco anos. A empresa, entretanto, mostra-se mais pró-ativa para acelerar os resultados. A primeira iniciativa nesse sentido foi cancelar o plano de instalar-se nos EUA. O objetivo é focar os mercados onde já atua para crescer 40% no ano em volume de itens, sem que isso signifique gerar estruturas pesadas nem no Brasil, nem nas regiões. Isso, para alcançar a meta de ganhar 5% de participação de mercado na América Latina até 2012 com o melhor rendimento possível.

Tyco Dinaço confirma que vai fechar fábrica em SP
A Tyco Dinaço confirmou ontem, que vai encerrar as atividades da fábrica em São Paulo, concentrando toda a sua produção no País na planta de Caxias do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul. Segundo a fabricante de tubos, cerca de 120 postos de trabalho na área de produção, serão eliminados. A empresa informou ainda, que manterá uma central de vendas em São Paulo com 30 funcionários. "A decisão de consolidar a produção na unidade de Caxias do Sul, irá proporcionar uma redução significativa de custos operacionais para a empresa e para seus clientes, permitindo que a companhia enfrente os desafios da atual crise econômica", afirmou Valdecir Bersaghi, diretor geral da Tyco Dinaço. "Nós compreendemos que o impacto desse plano, afeta os funcionários de São Paulo e suas famílias. Estamos fazendo todo o possível para que essa transição seja realizada da melhor maneira possível", acrescentou. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo organizou na manhã de ontem, um protesto contra demissões e o fechamento da fábrica. De acordo com o sindicato, cerca de 160 trabalhadores metalúrgicos ocuparam a fábrica, em uma tentativa de impedir a retirada de materiais. (Agência Estado)

Casa & Vídeo pretende demitir 3 mil
A rede de varejo Casa & Vídeo pretende demitir 3.000 funcionários em toda a sua rede, o equivalente à metade de seus empregados diretos, e 1.500 cortes seriam realizados apenas no Rio, onde tem forte atuação. Na semana retrasada, já foram dispensadas 500 pessoas, segundo o Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio de Janeiro. A empresa não fez nenhum pronunciamento oficial. Ao todo, são 70 lojas entre Rio, Belo Horizonte e Espírito Santo, com mais 20 mil empregos indiretos. O sindicato informou que o comunicado da Casa & Vídeo com o planejamento de demissões, foi enviado no início da semana passada. O motivo alegado pela empresa seria problemas de fluxo de caixa, já que as contas bancárias da rede de varejo estão bloqueadas desde novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Negócio da China, por suspeitas de irregularidades. As lojas só estão aceitando pagamento em dinheiro ou no carnê da própria empresa, não aceitando cartões de crédito e cheques, para fazer caixa.

Lig-Lig reestrutura operações e cresce 8% no ano
A Lig-Lig, uma das mais tradicionais redes de comida chinesa do país, priorizou no ano passado a padronização das lojas, com a reestruturação das operações e o aumento das vendas, em vez de focar a abertura de novas lojas. O trabalho incluiu a ampliação de estratégias de marketing de rede e ações de captação e fidelização de clientes loja a loja; melhoria da estrutura de atendimento e suporte ao franqueado; treinamentos de equipes de lojas; investimento em mídia televisiva; mudanças no cardápio; e redução no custo de impressão, entre outros. Todas essas ações levaram as lojas a incrementar o faturamento entre 25% e 42%, com aumento de 8% no tíquete médio de vendas. Em 2008, a empresa ainda desenvolveu um novo formato de operação, uma loja adaptada para funcionar em feiras e eventos, que estreou na Super Casas Bahia, no período de Natal.

Neo Investimentos compra parte da Livraria Cultura
A gestora de recursos Neo Investimentos fechou na sexta-feira, a compra de uma parte não divulgada da rede de livrarias Cultura. O controle acionário da empresa continua nas mãos do empresário Pedro Herz, que assumirá a presidência do recém-criado Conselho de Administração da varejista, ao lado de seus filhos Sérgio e Fábio. Os três continuarão à frente da administração da rede. Os valores envolvidos na transação, também não foram divulgados. Segundo o Portal Exame, o capital extra, tem como objetivo acelerar a expansão da rede, que tem oito lojas em cinco cidades e abrirá esse ano, mais uma, em Brasília/DF. Segundo os donos da Cultura, há espaço para pelo menos 30 grandes lojas nas principais cidades do país. Em 2007, durante o 10º Fórum de Varejo da América Latina, realizado pela GS&MD, Sérgio Herz disse que o principal entrave a um crescimento mais acelerado da rede, era a dificuldade de encontrar pessoas que se enquadrassem ao perfil procurado pela companhia, não o investimento necessário para abrir novas lojas.

Classe média sentirá mais os efeitos da crise
A classe média, que recebeu pouca pressão nos preços dos produtos consumidos nos últimos anos, deverá ser uma das mais afetadas a partir de agora, com a chegada da crise. De um lado virão as perdas de emprego e de renda; de outro, os novos produtos inseridos no dia-a-dia dos consumidores dessa classe, são os que devem registrar as maiores altas. No rastro da perda de poder de consumo da classe média perdem também, os governos, que terão menor receita tributária. O governo federal perderá principalmente com as quedas na arrecadação do Imposto de Renda, do IPI e das contribuições previdenciária e ao FGTS. No caso dos governos estaduais e municipais, a perda virá com menores receitas do ICMS e do ISS. A situação da classe média é exatamente inversa à da de baixa renda. Em meados de 2007, os alimentos tiveram forte reação de preços, e os consumidores de baixa renda passaram a gastar grande parte da renda com esses produtos. O grupo alimentação é o de maior peso para esses consumidores, que chegam a despender R$ 37,60 de cada R$ 100 gastos, apenas com esse item, conforme dados do Dieese. Nesse período, a classe média foi beneficiada e perdeu menos renda com esses produtos, embora a reposição do poder aquisitivo da classe baixa tenha sido maior, devido aos aumentos reais do mínimo e de políticas sociais adotadas pelo governo.

Vinícola Garibaldi se prepara para receber 12 milhões de quilos de uva
A Vinícola Garibaldi deu início a colheita da safra 2009. As 300 famílias associadas à cooperativa devem entregar 12,5 milhões de quilos de uva para vinificação de vinhos, sucos e espumantes. A expectativa é de uma safra de alta qualidade. “As chuvas na época de floração impediram a aceleração da fecundação e formação do cacho, favorecendo o amadurecimento pausado das uvas, o que resultou em melhor evolução e qualidade”, destaca o técnico agrícola, responsável pela colheita da safra, Evandro Bosa.” A estimativa é de que a vinícola receba um total de 1,2 milhões de quilos e uvas para elaboração de espumantes finos, segmento que a vinícola cresce ano após ano. A chardonnay representou no ano passado, um aumento de 30% com relação à safra de 2007. Para esse ano, o volume esperado para essa variedade é de 100 mil quilos. Já a partir do mês de fevereiro, a vinícola receberá as uvas orgânicas para o processamento de sucos, vinhos e espumantes. A Garibaldi é a única vinícola do país que dispõem de uma linha completa de produtos orgânicos. Em 2008, aumentou sua fatia de mercado para esse segmento, que é responsável por 4% do faturamento da empresa, sobretudo na venda de sucos e vinhos. A safra 2009 deve resultar na produção de 9,5 milhões de litros. Somente na linha de espumantes serão 900 mil litros. O significativo investimento da vinícola para elaboração de espumantes, está embasado no aumento da demanda do produto. Hoje, segundo dados do Ibravin, os espumantes nacionais detém cerca de 85% do mercado brasileiro.


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MERCADO DE CAPITAIS

(Informações: Dow Jones, Bovespa, Reuters e AFP)

Em pregão morno, Bovespa recua 1,30%
A Bovespa teve uma segunda-feira morna, com volume baixo, apesar do exercício de opções sobre ações. O feriado dos EUA, do Dia de Martin Luther King e a posse de Barack Obama, hoje no país, deixaram os poucos investidores em "stand by". O pacote de socorro ao sistema financeiro do Reino Unido, que levou as bolsas europeias e brasileiras, momentaneamente para cima, foi ofuscado pelo alerta de prejuízo do Royal Bank of Scotland (RBS).
- O principal índice da Bolsa doméstica recuou 1,30%, aos 38.828,32 pontos. Na mínima, atingiu 38.700 pontos (-1,63%) e, na máxima, 39.570 pontos (+0,58%). No mês, acumula ganhos de 3,40%.
- O giro financeiro totalizou R$ 2,824 bilhões. Desse total, o vencimento movimentou R$ 1,184 bilhão, sendo R$ 893,305 milhões em opções de compra e R$ 290,276 milhões em opções de venda.


Análise 1 - Sem o referencial norte-americano, a Bolsa doméstica trabalhou de olho na Europa. Apesar de o Reino Unido ter anunciado um pacote de ajuda ao setor bancário (o segundo), de até US$ 149 bilhões, o alerta de prejuízo emitido pelo RBS, assustou. O banco avisou que anunciará uma perda de até 8 bilhões de libras (US$ 11,769 bilhões) referente ao ano passado, devido às condições difíceis do mercado e alertou que "persistem incertezas significativas" em seus negócios. A instituição informou ainda, que o governo britânico vai substituir os 5 bilhões de libras em ações preferenciais do RBS, por novas ações ordinárias. Com isso, as bolsas na Europa fecharam em baixa, puxadas pelos papéis de bancos. No Brasil, ao contrário, o segmento financeiro serviu para conter as perdas, já que subiu em bloco. A maior alta do setor foi de Itaú PN, com +1,46%. Bradesco PN avançou 0,14%; Unibanco Unit, 0,81%; e Banco do Brasil ON, 0,28%.


Análise 2 - Os investidores domésticos estão sem apetite - vide o giro financeiro de ontem - e aguardam a posse de Obama na presidência dos EUA, hoje, para ver se um rumo clareia no horizonte. Ninguém, entretanto, espera uma melhora milagrosa, da noite para o dia. Ainda mais, porque a temporada de balanços é carregada e os dados que vêm pela frente, não devem ser muito animadores. Assim como também não têm sido os indicadores brasileiros.
Domingo, o Ministério do Trabalho divulgou o Caged - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados -, que apurou em dezembro o fechamento de quase 655 mil postos de trabalho formais, o pior resultado mensal da série histórica. Embora a Bolsa não tenha reagido aos números, os analistas acreditam que eles reforçam um corte mais ousado da taxa Selic pelo Banco Central. O mercado aposta majoritariamente numa redução de 0,75 ponto, mas há quem estime um corte de 1 ponto. O Comitê de Política Monetária do Banco Central anuncia a nova taxa na quarta-feira.

Vencimento de opções sobre ações movimenta R$ 1,183 bilhão em janeiro
Conforme informou a BM&F Bovespa na segunda-feira, 19/01, o exercício de opções sobre ações de janeiro somou R$ 1,183 bilhão, sendo R$ 893,3 milhões relativos a opções de compra e R$ 290,2 milhões referentes a opções de venda. No mês passado, o volume movimentado foi de R$ 1,548 bilhão. A maior cifra de 2008 foi conquistada em abril, quando o giro bateu R$ 4,41 bilhões.
Opções de Petrobras, Vale e Gerdau dominam - Entre as opções que registraram forte volume, destaque para as de compra sobre os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4). Aquelas com preços de exercício de R$ 23,32 e R$ 19,32 por ação, movimentaram respectivamente, R$ 165,66 milhões e R$ 154,36 milhões. As opções de compra com preço de exercício em R$ 21,32, movimentaram R$ 124,86 milhões. As opções de compra sobre os papéis preferenciais classe A da Vale (VALE5) com preço de exercício de R$ 25,42 por ação, aparecem logo em seguida, tendo girado R$ 108,43 milhões. Do lado das opções de venda, destaque para os papéis preferenciais da Gerdau (GGBR4) com preço de exercício de R$ 17,00, movimentando R$ 98,60 milhões.
Vencimento eleva volatilidade - A forte oscilação verificada em dias de vencimento de derivativos reflete a disputa entre "comprados" e "vendidos". De modo geral, os "comprados" apostam na alta das ações, enquanto os "vendidos", visam o fraco desempenho dos papéis. Nesse cenário, os "comprados" tendem a adquirir grandes quantidades de ações, na tentativa de elevar seu preço, enquanto os "vendidos" promovem a venda dos papéis, com o intuito de derrubar as cotações. Vale lembrar, que esse movimento ganha força, na medida em que as ações mais negociadas nos contratos de opções costumam carregar participação significativa no Índice Bovespa.

Bolsas da Europa fecham em queda puxadas por bancos
As principais bolsas europeias terminaram em queda, pressionadas pelo mau desempenho dos bancos, que começaram o dia em alta, em reação a um novo pacote do Reino Unido para socorrer o setor financeiro, mas recuaram posteriormente diante do anúncio do Royal Bank of Scotland, de que pode ter registrado um grande prejuízo em 2008.

- O índice de ações pan-europeu Dow Jones Stoxx 600 recuou 1,7%, para 189,62 pontos.
- Nos mercados locais, o índice FT-100 caiu 38,59 pontos, ou 0,93%, e fechou com 4.108,47 pontos.
- O índice FT-100 da bolsa de Londres caiu 0,93%. As ações do RBS - Royal Bank of Scotland - caíram 64,27% em Londres.
- Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 27,06 pontos, ou 0,90%, e fechou com 2.989,69 pontos.
- Em Frankfurt, o índice DAX-30 teve declínio de 50,14 pontos, ou 1,15%, e fechou com 4.316,14 pontos.
- Em Madri, o índice Ibex-35 caiu 125,30 pontos, ou 1,45%, e fechou com 8.494,80 pontos.
- Em Milão, o índice S&P/MIB recuou 273 pontos, ou 1,40%, e fechou com 19.206 pontos.
- Em Lisboa, o índice PSI-20 teve declínio de 82,98 pontos, ou 1,29%, e fechou com 6.363,10 pontos.
As ações do RBS - Royal Bank of Scotland - caíram 64,27% em Londres, com investidores perplexos com a notícia de que o banco pode ter o maior prejuízo anual de toda a história empresarial britânica. O RBS divulgou que, em 2008, pode ter registrado um prejuízo de até 28 bilhões de libras esterlinas (US$ 41,6 bilhões).
Outros bancos também tiveram queda acentuada. O Lloyds Banking Group, formado após a fusão do Lloyds TSB e do HBOS, perdeu 30,79% no primeiro dia de negociação na Bolsa de Londres. "O comunicado do RBS mostra os efeitos da desaceleração econômica na qualidade de crédito e o enfraquecimento que isso causa. Há perspectivas negativas para outros nomes, especialmente o Lloyds TSB", disseram analistas da Nomura.
O Allied Irish Banks caiu aproximadamente 59%. Na semana passada, o banco teve um declínio acentuado, depois de o governo irlandês ter na prática estatizado o Anglo Irish Bank.
As ações do Credit Suisse recuaram 6,67%, enquanto as do HSBC Holdings caíram 9,85%. Até mesmo o Barclays, que subiu no início do dia após reafirmar a perspectiva de lucro para 2008, teve declínio de 10,20%.
Os papéis do Deutsche Bank caíram 10,59%. O Morgan Stanley diminuiu o preço-alvo da ação e disse que o banco ainda precisa reduzir a alavancagem. O BNP Paribas perdeu 5,71%, enquanto o Société Générale teve declínio de 10,25%.
Mais cedo, o governo britânico anunciou um segundo grande programa de socorro aos bancos, concedendo às instituições garantias contra novas perdas, em mais um esforço para amparar o sistema financeiro e revigorar o crédito.
"Eu não estou convencido de que esse é o tipo de política que vai atingir o objetivo previsto, de estimular os empréstimos", disse Peter Dixon, estrategista do Commerzbank. "Não está forçando os bancos a retirar o lixo dos balanços. Não está forçando os bancos a se reestruturarem e isso é uma grande falha", acrescentou. "O que fizemos hoje efetivamente, foi adiar o inevitável e, por esse motivo, eu acho que se eu fosse um investidor de ações do setor bancário, eu estaria muito cético sobre a possibilidade de esse ser o fim das intervenções do governo", avaliou Dixon. Ele disse ainda, que há implicações para outros setores. "Há uma escassez de crédito na economia e isso vai ter um impacto sobre todos os setores."


HOJE – Bolsas da Ásia repercutem quedas no mercado europeu
As principais Bolsas da Ásia fecharam com queda nesta terça-feira, puxadas principalmente pelas quedas ocorridas na Europa nesta segunda-feira. Com o feriado do Dia de Martin Luther King nos Estados Unidos ontem, grande parte do mercado ficou exposta à preocupação envolvendo o pacote de ajuda do governo britânico ao setor bancário.
- A Bolsa de Tóquio (Japão) recuou 2,31%, aos 8.065,79 pontos no índice Nikkei 255.
- A Bolsa de Hong Kong teve perdas de 2,44%, aos 13.015,06 pontos.
- A Bolsa de Sydney (Austrália) teve queda de 2,48% no indicador ASX.
- O KOSPI da Bolsa de Seul (Coreia do Sul) perdeu 2,07%.
- Somente a Bolsa de Xangai (China) teve alta, de 0,37%.
Em Tóquio, a má notícia foi o anúncio da queda nas vendas da montadora Toyota. Nesta terça, a empresa divulgou que vendeu 8,972 milhões de unidades em todo o mundo no ano passado, um recuo de 4% nas vendas ante 2007. A queda na demanda global é o principal motivo das quedas, segundo a empresa.
De acordo com a agência Reuters, os papéis da Toyota fecharam em uma curiosa alta, após a empresa anunciar a substituição de seu presidente como parte dos planos de reestruturação para enfrentar a crise financeira. Akio Toyoda, atual vice-presidente-executivo e neto do fundador da empresa, assume a liderança do grupo.
Com as Bolsas americanas fechadas, o parâmetro do dia foram as Bolsas europeias. "O euro fraco ante o iene em meio aos problemas financeiros europeus teve impacto mais direto na Bolsa japonesa [e nas asiáticas] do que os problemas em si", disse Yoshinori Nagano, da Daiwa Asset Management.
Depois das altas pela manhã, com o anúncio de uma nova ajuda do governo britânico ao setor bancário, os investidores preferiram vender seus papéis devido às incertezas que ainda envolvem o setor financeiro. Os papéis do Royal Bank of Scotland tiveram queda recorde, ao anunciar uma previsão de prejuízo para 2008 que pode ser o maior já registrado por uma empresa britânica.


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MERCADO FINANCEIRO

Banco paga juro maior com "falsa poupança"
Os bancos brasileiros estão oferecendo a seus clientes mais conservadores, uma aplicação financeira que parece, mas não é, uma poupança. Para atrair o aplicador tradicional da caderneta, a "falsa poupança" promete um retorno levemente maior, mas com as mesmas garantias de segurança. Até o nome da aplicação lembra o de uma poupança tradicional - Super Poupança, no Itaú; HiperPoup, no Bradesco; Extrapoupe, no Banco do Brasil; e Multi Poup, no Santander. A rentabilidade é expressa em percentagem mais TR, como a poupança.
Na verdade, trata-se de um CDB - Certificado de Depósito Bancário - com liquidez diária, que aceita quantias baixas de aplicação - mínimo de R$ 100 no Bradesco, no Itaú e no Santander; e de R$ 200, no BB. Por outro lado, rendem menos que o CDB tradicional, de maior volume. Diferentemente da poupança, que é isenta, esses investimentos têm incidência de IR - Imposto de Renda.
A principal vantagem oferecida pelos bancos é o rendimento, que fica em torno de 8% bruto ao ano mais TR - a poupança garante 6% líquido, mais a TR. A "falsa poupança" também dispensa o aplicador da obrigatoriedade de esperar as datas de aniversário da aplicação para ter o rendimento integral do mês, como acontece com a caderneta. O investidor que sair antes leva o juro proporcional ao período.
A segurança é a mesma da poupança, de até R$ 60 mil por CPF, via FGC - Fundo Garantidor de Crédito -, que vale para todos os depósitos a prazo. Para o cliente, a desvantagem é ter obrigatoriamente, de esperar 30 dias antes de efetuar o primeiro resgate - carência inexistente na poupança. Por outro lado, não há incidência de IOF - Imposto sobre Operações Financeiras. Já para o banco, além de obter dinheiro com custo baixo, a vantagem é que fica livre de ter de direcionar 65% da captação para o crédito imobiliário.
Apesar de os bancos anunciarem uma rentabilidade isenta de imposto, as "falsas poupanças" recolhem IR, que vai de 22,5% (menos de seis meses) até 15% (mais de dois anos) no final do período de aplicação. "O investidor menos atento pode nunca perceber que teve imposto recolhido. Os bancos fazem a propaganda de uma poupança que rende mais. Já anunciam uma rentabilidade isenta de imposto. Aí parece que é uma poupança melhorada, mas isso não existe. Nas divulgações que vi, em nenhum momento é dito que é um CDB. Isso está errado, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor", diz Veronica Tostes, advogada da Pro Teste. Procurados, bancos que oferecem o serviço não se pronunciaram sobre as declarações.
A Pro Teste fez simulações com várias dessas aplicações oferecidas pelos bancos. Constatou que, por menor que seja o prazo da aplicação, em nenhum caso a rentabilidade líquida corre o risco de ficar abaixo da poupança. A única possibilidade de render menos que a poupança, é se o investidor resgatar em menos de 30 dias, que tem incidência de IOF. Mesmo assim, os principais produtos têm carência de 30 dias para o primeiro resgate. "Pela nossa experiência, essas aplicações não são as melhores do mercado. Mas não chegam a ser um produto ruim, rendendo menos do que a poupança. De qualquer maneira, é importante que o consumidor saiba que não é uma poupança. Que, se ele precisar do dinheiro antes de um mês, não vai conseguir", afirma.

Royal Bank of Scotland prevê prejuízo de US$ 41 bilhões em 2008
O banco britânico RBS - Royal Bank of Scotland - informou na segunda-feira, 19/1, que deve apresentar um prejuízo de 28 bilhões de libras (US$ 41 bilhões), referente ao todo o ano de 2008. O resultado, se confirmado, será o maior prejuízo já registrado por uma empresa do Reino Unido. O banco informou que deve reduzir o valor de ativos adquiridos anteriormente, como o do negócio pelo ABN Amro, além de registrar outras perdas que devem chegar a 8 bilhões de libras (US$ 11,7 bilhões). O maior prejuízo de uma empresa britânica, até o momento, é o da companhia de telefonia Vodafone, de 15 bilhões de libras (US$ 21,9 bilhões), em 2006.
Segundo o RBS, os lucros nas divisões de varejo e do banco comercial foram ofuscados pelas perdas nas operações globais e de mercados. O governo adquiriu uma participação de 58% no RBS em uma primeira rodada de ajuda oferecida ao setor bancário, para converter 5 bilhões de libras (US$ 7,3 bilhões) de ações preferenciais em ações ordinárias - o que deve poupar ao RBS o pagamento de 600 milhões de libras (US$ 879,2 milhões) em dividendos.
O RBS liderou um consórcio que incluiu o grupo bancário belgo-holandês Fortis e o espanhol Santander na aquisição do ABN Amro, a um custo de cerca de 70,5 bilhões de euros (US$ 93,3 bilhões). "Quase todas as perdas [do RBS] estão ligadas aos mercados 'subprime' nos EUA e ligados à aquisição do ABN Amro. E esses foram riscos irresponsáveis que foram assumidos por um banco com dinheiro do povo britânico", disse à agência de notícias Associated Press o analista Alex Potter, da consultoria Collins Stewart.
Em abril, o RBS lançou 12 bilhões de libras (US$ 17,5 bilhões) em papéis para captar recursos. O responsável pela operação de expansão do banco, Fred Goodwin, renunciou em novembro, quando o governo lançou a ajuda às instituições bancárias. "O deslocamento dos mercados de crédito e o declínio econômico global continua a atingir o RBS, bem como muitos outros bancos", disse o executivo-chefe do banco, Stephen Hester. "Incertezas e riscos significativos sem dúvida permanecem. Nesse contexto, o apoio que estamos recebendo do governo, beneficia todos que têm parte no banco e nos capacita a dar mais apoio ao cliente."


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AGRONEGÓCIOS


Cotações seguem em alta
As cotações internas de soja seguiram firmes na última semana no mercado interno, segundo dados do Cepea. O Indicador Cepea/Esalq (média de cinco regiões do estado do Paraná) subiu 2,35% entre 9 e 16 de janeiro, fechando em R$ 50,11/sc de 60 kg na sexta-feira, 16/01. Para o produto posto porto de Paranaguá (Indicador ESALQ/BM&F), o aumento foi de 1,88% no período, para R$ 51,98/sc. O suporte vem do clima adverso na América do Sul. Além disso, a valorização do dólar frente ao Real contribuiu para impulsionar as cotações internas. Quanto às exportações brasileiras de soja em grão, foram embarcadas 24,5 milhões de toneladas no acumulado de 2008, volume 3,23% maior que o enviado em 2007 (23,7 milhões), segundo dados da Secex. Os maiores compradores foram China (48,3%), Espanha (10,7%) e Holanda (9,9%). Outros 49 países compraram 31,2% do volume de soja exportado pelo Brasil em 2007. Naquele ano, a representatividade da China nas exportações foi um pouco menor, com 42,4%, enquanto a dos Paises Baixos havia sido maior (14,2%) e a da Espanha, ligeiramente menor (9,9%).

Rastreabilidade bovina do PR será avaliada pela União Europeia
Missão da União Europeia começa, entre os dias 21 e 23, a avaliar o serviço de Defesa Sanitária Animal do Paraná e como está a rastreabilidade dos animais, feita nos frigoríficos e nas 18 propriedades do Estado que foram autorizadas a exportar carne para o mercado europeu. Para o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, a avaliação da União Europeia é importante porque os resultados balizam outros mercados compradores de carne que interessam ao Paraná. “Como a União Europeia é bastante exigente com relação às importações de carnes, a avaliação positiva das missões que envia, se torna um facilitador para o Paraná entrar em outros mercados”, disse.A missão será recebida na Secretaria da Agricultura e do Abastecimento pelo chefe da DAS - Divisão de Defesa Sanitária Animal -, do Defis - Departamento de Fiscalização e da Defesa Agropecuária -, Marco Antonio Teixeira Pinto. Em seguida, irão percorrer propriedades, matadouros e frigoríficos exportadores na região Noroeste do Estado. Segundo Teixeira Pinto, a missão irá avaliar se o sistema de rastreabilidade, feito nos Eras - Estabelecimentos Rurais Aprovados no Sisbov -, que são as propriedades autorizadas a exportar, é compatível com o sistema desenvolvido na Europa. Essas propriedades somam um rebanho de aproximadamente, 30 mil animais.Teixeira Pinto acredita que não haverá problemas nessa avaliação porque os técnicos do Defis, já visitaram essas propriedades e foram feitas auditorias internas para sintonizar os procedimentos.A União Europeia exige que essas propriedades tenham um controle rigoroso da entrada e saída de animais, controle de nascimento e fornecimento de medicamentos. Nessa nova sistemática, é a primeira vez que uma missão da EU visita as propriedades, disse Teixeira Pinto. Nos matadouros e frigoríficos, a missão também irá verificar se o ingresso de animais corresponde à documentação apresentada, e farão a checagem da origem e o controle de exportação. Uma das exigências é que os frigoríficos só podem exportar carne das propriedades autorizadas para o mercado europeu. (Agência Estadual de Notícias)

RS confirma perdas e PR anuncia quebra em safras de grãos
O Rio Grande do Sul confirmou as perdas por seca nas lavouras de milho, que chegam a quase 1 milhão de t, enquanto produtores no Paraná, estimaram na sexta-feira, 16/01, uma quebra nas safras de soja e milho que totaliza mais de 5 milhões de t, maior do que os números até o momento divulgados. A estiagem nos dois Estados do Sul, que começou em novembro, prolongando-se até meados de dezembro, atingiu várias áreas em momentos em que as lavouras precisavam de umidade. Chegou a chover após esse período, mas as precipitações não foram regulares, ampliando os prejuízos, disseram fontes do setor.
Paraná e Rio Grande do Sul costumam responder juntos por mais de 30% da safra de soja do Brasil e por aproximadamente, 35% da colheita de milho do País, segundo números do Ministério da Agricultura. "As perdas são maiores do que as apresentadas até agora pelo Deral - Departamento de Economia Rural - do governo do Paraná e a Conab - Companhia Nacional de Abastecimento -", disse o engenheiro agrônomo e assessor técnico e econômico da Ocepar - Organização das Cooperativas do Estado do Paraná -, Robson Mafioletti.
Segundo a Ocepar, com atuação na maior parte da área produtora do Estado, a safra da oleaginosa deve cair em mais de 20%, em relação à expectativa inicial e a do milho, em mais de 35%. Os números seriam apresentados na sexta-feira passada, dia 16, em Curitiba/PR, pelos dirigentes da Ocepar ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Os produtores querem obter da autoridade, cuja carreira está ligada ao Paraná, alguma ajuda extra. Considerando as previsões do Deral, que basearam a avaliação da Ocepar, o Paraná já teria perdido 3,2 milhões de t de milho e colheria uma primeira safra de 5,5 milhões de t, ante 9,7 milhões de t na temporada passada.
Maior produtor de milho do Brasil e segundo em soja, o Estado estaria com perdas para a oleaginosa bem superiores aos 2 milhões de t já registrados pelo Deral, com a produção ficando abaixo de 10 milhões de t, número inferior aos 12 milhões de t no ano passado. "No oeste do Estado, as perdas (na soja) passaram de 35% a 40%. Os produtores dessa região plantaram variedades precoces e a seca pegou em cheio. No norte, muitos produtores não conseguiram plantar devido à seca. A soja plantada mais tarde, quando veio uma chuvinha, ainda pode se recuperar", disse Mafioletti. Em algumas propriedades, especialmente na região de Palotina (oeste do PR), a perda na produtividade da soja chega a 60% ante a previsão inicial. Segundo o agrônomo da Ocepar, o milho, plantado mais cedo, sofreu mais perdas porque a estiagem atingiu boa parte das lavouras em estágio reprodutivo.
Safra Gaúcha
A Emater-RS - Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural -, que presta assistência técnica para o governo do Rio Grande do Sul, anunciou que a safra de milho do Estado já registra uma perda de quase 17% ante a estimativa inicial, e agora na melhor das hipóteses, os gaúchos só colherão 4,5 milhões de t, ante 5,2 milhões de t na temporada passada. "Há municípios com mais pedidos para acionar o seguro agrícola. Acho que essa quebra vai evoluir mais se não tivermos um bom regime de chuvas", disse na sexta-feira, dia 16, Cláudio Doro, agrônomo da Emater, lembrando que nos últimos 75 dias, o Rio Grande do Sul acumula um déficit hídrico de 150 mm. Segundo ele, a seca pegou a safra de soja do RS em estágios iniciais, e muitos produtores plantaram mais tarde devido à estiagem, o que causou atraso na semeadura no Estado. Assim, perdas ainda não são detectadas para as lavouras gaúchas da oleaginosa, apesar do desenvolvimento aquém do normal das plantas. Com a seca, a área plantada de soja está sendo reavaliada, segundo a Emater. Outros Estados produtores, como o Mato Grosso, estão tendo um clima satisfatório em 08/09.

Preço do café subiu 1,7% no 2º semestre de 2008
Entre julho e dezembro desse ano, principal período de comercialização da safra de café, a média do Indicador mensal do Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - da Esalq-USP - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo - ficou em R$ 256,85 a saca de 60 quilos, para o arábica, tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo. O resultado representa pequena alta de 1,7% sobre o mesmo período de 2007. Apesar da elevação, conforme análise dos pesquisadores do Cepea-Esalq - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada -, o preço do café está abaixo do mínimo necessário para cobrir os gastos com a cultura. Segundo levantamento da Conab - Companhia Nacional do Abastecimento -, o custo médio total da saca de 60 quilos de café arábica beneficiado nas regiões produtoras - sem considerar a qualidade do grão - é de R$ 270,00, para a safra 2008/09, enquanto o operacional (somente os desembolsos com a cultura) fica em R$ 260,00. Nesse sentido, os custos acima da remuneração obtida em 2008, podem limitar investimentos nesse ano, afirmam os pesquisadores. A produção de café arábica em 2009/10 deverá ser inferior à atual, em virtude, sobretudo, da bienalidade negativa da cultura. Pesam, ainda, para a redução da produtividade nas lavouras os menores investimentos em tratos culturais, como aplicação de fertilizantes e pulverizações, avaliam os pesquisadores.

Setor agropecuário fechou 134 mil vagas de emprego em dezembro
O Caged - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - registrou fechamento de 134.487 empregos na agropecuária em dezembro, segundo o Ministério do Trabalho. O setor ficou atrás somente da indústria, que puxou as demissões, com o fechamento de 273.240 postos com carteira assinada. O setor de serviços perdeu 117.128 vagas. A construção civil dispensou 82.432 trabalhadores e o comércio fechou 15.092 vagas em dezembro. No mês, todos os setores da economia registraram mais demissões do que contratações com carteira assinada.
O Caged registrou no total, fechamento de 654.946 empregos formais em dezembro, segundo o Ministério do Trabalho. Pelos dados, esse é o pior resultado mensal da série histórica do Cadastro. Em comparação, em dezembro de 2007 foram fechados 319.414 empregos. No mês passado, portanto, o número de postos fechados cresceu 105,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O pior resultado de dezembro até hoje havia sido registrado em 2004, quando foram fechadas 352.093 vagas.
Apesar da forte queda em dezembro de 2008, a criação de vagas formais no ano passado ficou positiva em 1.452.204 empregos com carteira assinada no País. Esse saldo líquido de 2008 foi 10,21% menor que o saldo registrado em 2007, quando foram criados 1.617.392 empregos formais.
O setor de serviços foi o que liderou a abertura de novas vagas no ano passado, com 648.259 postos. A indústria fechou 2008 com saldo positivo de 178.675 vagas, enquanto o comércio teve abertura líquida de 335.708 empregos.


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SETOR AUTOMOTIVO


Venda de veículos importados no Brasil dobra em 2008
A venda de veículos importados dobrou em 2008 na comparação com 2007, segundo dados da Abeiva - Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores. Apesar do enfraquecimento do final do ano, os dados positivos dos três primeiros trimestres garantiram bom desempenho. Segundo a Abeiva, considerando apenas as marcas que atuaram em 2007 e 2008, as unidades vendidas passaram de 12.491 veículos (2007) para 26.281 (2008), alta de 110%. Esse cenário considera as marcas BMW, Ferrari, Kia Motors, Maserati, Porsche e SsangYong.
As marcas que entraram no mercado em 2008 (Chana, Chrysler, CN Auto, Dodge, Effa Motors, Jeep, Pagani e Suzuki) somaram 5.461 unidades vendidas. Assim, o total das marcas associadas à entidade chegou a 31.742 unidades em 2008, uma alta de 154%. "A Abeiva projetava comercializar 32 mil unidades em 2008. Faltaram apenas 258 unidades para atingir esse objetivo, quando na realidade podíamos ter ultrapassado essa estimativa se o mercado brasileiro não tivesse sido contaminado pela crise financeira internacional, no último trimestre do ano passado", afirmou Henning Dornbusch, presidente da Abeiva.
Por marcas, a BMW fechou o ano com 2.906 unidades (alta de 7,35%), Chana 352, Chrysler 1.749, CN Auto 370, Dodge 1.553, Effa Motors 487, Ferrari 29 (queda de 3,33%), Jeep 404, Kia Motors 20.900 (alta de 132,09%), Maserati 25 (0%), Pagani 0, Porsche 723 ( alta de 57,52%), SsangYong 1.698 (alta de 540,75%) e Suzuki 546 unidades.
Do total de 31.742 unidades comercializadas no atacado, 30.529 veículos foram emplacados em 2008, número que representou um crescimento de 186,44% em relação ao ano anterior, quando as seis marcas que operavam em 2007 anotaram 10.658 emplacamentos. Segundo Henning Dornbusch, "a Abeiva não fará projeções de vendas para 2009, por conta do desaquecimento da economia e também, do planejamento que cada associada está reavaliando nesse momento. Vamos aguardar o comportamento do mercado nesse primeiro trimestre do ano".


Fiat pode adquirir parte da Chrysler em parceria estratégica
A montadora italiana Fiat está negociando com a americana Chrysler a formação de uma parceria estratégica, afirmou na segunda-feira, dia 19, a revista especializada Automotive News Europe. "A Fiat está negociando com a Chrysler para formar uma parceria estratégica, na qual a Fiat poderia adquirir uma participação da montadora americana, que passa por dificuldades", disse a revista em seu site, citando fontes envolvidas nas negociações. "Esse pacto ajudaria a Chrysler a acelerar e reforçar seu plano de recuperação", afirmou. Questionada pela agência France Presse, a Fiat não quis fazer comentários.
Uma porta-voz da Chrysler, Lori McTavish, explicou por e-mail, que "no contexto econômico atual, as companhias de todos os setores estudam parcerias, e nossa indústria não é diferente". No entanto, McTavish se recusou a ser mais específica, alegando que a montadora não costuma comentar suas reuniões de negócios. De acordo com a Automotive News Europe, "a Fiat poderia dar à Chrysler acesso a seus chassis, seus motores e seus sistemas de transmissão" de veículos de pequena e média categoria, para que a Chrysler possa "rapidamente, elaborar uma nova e completa série de veículos com tração dianteira e emissão reduzida" de dióxido de carbono.
Em troca, "a Fiat receberia dinheiro, ou uma participação" na Chrysler, acrescentou a revista, geralmente bem informada sobre os movimentos do setor. Segundo a Automotive News Europe, a parceria também, permitiria à Fiat ter acesso às fábricas e à rede de distribuição da Chrysler na América do Norte, para poder produzir e vender diretamente sua marca Alfa Romeo e o carro-chefe da companhia, a Fiat 500.
Devido à crise, a Fiat adiou para 2011 o retorno da Alfa Romeo aos EUA. "A Chrysler, por sua vez, poderia ter acesso à rede de distribuição da Fiat na Europa e na América Latina", segundo a revista. Sergio Marchione, o diretor executivo da Fiat, explicou no início de dezembro, que a única solução para enfrentar a crise, tanto para sua empresa como para as demais montadoras, era formar parcerias. A Chrysler recebeu recentemente do governo americano uma ajuda de quatro bilhões de dólares. (Agência France Presse, de Milão/Itália)


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COMÉRCIO EXTERIOR


Exportações caem 21% e balança registra déficit pela 2ª semana seguida
A balança comercial registrou déficit pela segunda semana consecutiva, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, devido à forte queda nas exportações. Na semana passada, as exportações somaram US$ 2,276 bilhões, abaixo das importações, que ficaram em US$ 2,654 bilhões. Com isso, a diferença entre importações e exportações ficou negativa em US$ 378 milhões. No acumulando do ano, as exportações estão em US$ 5,234 bilhões. O número representa uma queda de 21,2% em relação a janeiro de 2008 e de 24,2%, na comparação com dezembro. As importações ficaram em US$ 5,624 bilhões. A média diária das importações recuou 9% na comparação com janeiro e 2,3%, em relação a dezembro.
A diferença entre exportações e importações resultou em um déficit de US$ 35,5 milhões na balança, o que significa que o Brasil comprou mais do que vendeu para o exterior. No mesmo período do ano passado, o resultado estava positivo em US$ 42 milhões. O Banco Central prevê um superávit de US$ 17 bilhões para esse ano. Na pesquisa Focus, os economistas estimam um resultado positivo de US$ 14,5 bilhões. O Ministério do Desenvolvimento prevê que as exportações possam cair até 20% nesse ano, caso haja uma piora no comércio internacional. Na melhor das hipóteses, se espera um crescimento de 2% nas vendas para o exterior.

Preço da carne sobe em 2008 e favorece receita com exportações
A receita com exportações de carne cresceu 20,36% em 2008, a despeito da
crise econômica, do recuo na oferta de gado para o abate e de algumas restrições impostas por mercados como União Europeia e Chile. Segundo divulgou a Abiec - Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne -, o volume embarcado, no entanto, caiu 14,31% de janeiro a dezembro do ano passado. O setor se valeu da alta do preço médio do produto, de 40,47%. A receita cambial ficou em US$ 5,3 bilhões no ano passado, ante US$ 4,5 bilhões em 2007. Em nota, o presidente da Abiec, Roberto Giannetti da Fonseca, destacou a qualidade da carne brasileira e que "mesmo diante de tantos obstáculos e apesar do aumento de preços, os frigoríficos continuam competitivos". "Mas ainda há a necessidade de fazer alguns ajustes e normalizar os embarques para mercados tradicionais como Chile e União Europeia", afirmou Giannetti.
No mês de dezembro, a receita cambial recuou 4,09% na comparação com o ano de 2007. Com relação ao volume, houve uma queda de 13,20% em relação a 2007. Segundo a entidade, a crise mundial foi responsável pela queda na receita cambial nos dois últimos meses de 2008. "Não podemos prever até onde vai o reflexo da crise que se iniciou em setembro do ano passado. Por isso, temos que apostar na reabertura dos mercados que apresentam alguma restrição", disse o presidente da Abiec.
No ranking dos países importadores de carne in natura, em 2008, a Rússia manteve a liderança na receita cambial, com US$ 1,4 bilhão. A Venezuela aparece em segundo lugar, com US$ 418 milhões. Já em relação à compra de carne industrializada, os EUA continuaram na liderança no ano passado. As vendas de carne industrializada para o mercado americano em 2008 atingiram US$ 279 milhões em receita cambial. O Reino Unido ficou em segundo lugar, com US$ 188 milhões.


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MERCADO DE TI


Intel corta preço de seus produtos em até 48%
A Intel está cortando o preço de alguns de seus produtos em até 48%. A empresa divulgou sua
nova lista de valores no domingo, dia 18. As reduções envolvem as principais linhas de processadores da companhia, como Celeron, Core 2 Duo, Core 2 Quad e Xeon. Na semana passada, a empresa divulgou queda de 90% no lucro do quarto trimestre de 2008 motivada, principalmente, pela crise econômica mundial. O processador Celeron 570, voltado para notebooks, foi o produto que apresentou maior redução, passando de 134 dólares para 70 dólares. O Core 2 Quad Q9650, um dos mais avançados da fabricante, teve seu preço reduzido em 40%, de 530 dólares para 316 dólares. Da mesma linha de quatro núcleos, outros produtos tiveram quedas entre 16% e 20% no valor cobrado, como o Core 2 Quad Q9400, que passou a custar 213 dólares, ante 266 dólares. Entre os Celeron versão desktop, o Dual Core E1400 caiu de 53 dólares para 43 dólares, redução de 19% no preço. A linha Xeon, usada em servidores, também teve corte de preços. O X3370, por exemplo, caiu de 530 dólares para 316 dólares, uma redução de 40%. Outros processadores da mesma série tiveram cortes de 16% no custo.

Sony Ericsson tem prejuízo de 73 milhões de euros em 2008
A Sony Ericsson divulgou, na última sexta-feira, 16/01, os resultados financeiros de 2008. Os índices demonstram os efeitos negativos da
crise sobre a empresa. A empresa apresentou prejuízo de 73 milhões de euros, bem diferente do resultado de 2007, quando a Sony Ericsson divulgou lucro de cerca de 1,1 bilhão de euros. Além disso, a fabricante comercializou 96,6 milhões de aparelhos em 2008, contra 103,4 milhões em 2007. Além de vender menos unidades, a fabricante de telecomunicações operou com menor margem de lucro por aparelho - 22% em 2008, ante os 31% de 2007. O preço médio de venda dos celulares era de 125 dólares em 2007, e baixou para 116 no ano passado. No mesmo comunicado em que anunciou resultados, a empresa procurou tranquilizar o mercado, dizendo que está saudável e capitalizada, com mais de um bilhão de euros em caixa. A empresa já havia anunciado uma reestruturação para cortar custos operacionais. Até o segundo semestre desse ano, a empresa espera economizar 300 milhões de euros.


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MERCADO ONLINE


Firefox russo abandona busca em Google
O serviço de busca da Google não é mais o utilizado pelo navegador Firefox, ao menos em território russo. Agora, os usuários do país que optem por utilizar o navegador da raposa, ao utilizar o campo de busca localizado no canto superior direito, serão remetidos, por padrão, ao serviço Yandex, noticiou o site TechRadar .
Apesar do Yandex ser desconhecido entre o público ocidental, em seu blog , Harvey Anderson, da Fundação Mozilla, diz que a organização realizou um estudo a respeito. A pesquisa concluiu que os internautas da Rússia realmente preferem o serviço. O acordo, que incluirá o serviço na versão 3.1 do navegador, a ser lançada nas próximas semanas, causa estranheza. A Google até hoje, é a principal fonte de renda da Fundação Mozilla, contabilizando quase 90% de todo lucro obtido.
Depois do lançamento do navegador Google Chrome, contudo, era esperado que a Fundação Mozilla se mexesse para procurar outros parceiros que oferecessem um suporte financeiro semelhante e que ajudem a sustentar seus projetos, caso a gigante da busca, desista do apoio e decida se concentrar apenas em seu produto. Mesmo com a mudança, será possível aos usuários alterar o campo de busca para o Google ou qualquer outro serviço pelo site mycroft.mozdev.org .


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LOGISTICA & infra-estrutura


BrVias contesta resultado do leilão de 4 rodovias em SP
A Artesp - Agência de Transportes do Estado de São Paulo - informou ontem, que a BrVias entrou com recurso junto ao órgão contestando o resultado do leilão de quatro rodovias paulistas, ocorrido no final de outubro. Os trechos estão no sistema Ayrton Senna/Carvalho Pinto, na Marechal Rondon Leste, Dom Pedro I e ainda, na Rondon Oeste, para o qual a empresa apresentou a melhor proposta, mas foi desqualificada. O órgão confirmou ainda, que a Primav EcoRodovias, também contestou o resultado da disputa pela Ayrton Senna/Carvalho Pinto. Segundo a Artesp, os resultados contestados serão publicados hoje no Diário Oficial do Estado, quando passa a valer então o prazo de cinco dias para que interessados apresentem impugnação de recurso. "Só a partir desse prazo é que a Artesp analisará o recurso", informou a agência.


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ENERGIA & Telecomunicações


Anatel estuda licitação de novas outorgas para TV por assinatura
Esse ano a Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações - deverá realizar uma licitação para novas outorgas de prestação de serviços de TV por assinatura, por meio das tecnologias cabo e MMDS - Distribuição de Sinais Multiponto Multicanal. A previsão é que o assunto seja avaliado na próxima reunião do conselho diretor do órgão regulador, que acontece no dia 29/01/09, em Brasília. O tema esteve na pauta do último encontro do conselho do ano passado, que aconteceu em 19/12/08, mas houve um pedido de vistas e ele acabou não sendo discutido. De acordo com o texto original do
"Planejamento do Serviço de TV a Cabo e Serviço de Distribuição de Sinais/Multiponto Multicanal", que permaneceu em consulta pública entre 11/01/2006 e 27/03/06, a agência pretende estabelecer os serviços em todos os municípios brasileiros, sem listas pré-definidas de localidades para as outorgas dos serviços, como acontecia anteriormente.
Serviço está presente em 8,4% dos municípios
Estatísticas da Anatel mostram que a penetração do serviço de TV por assinatura é baixa no Brasil, com cerca de metade da população (51,9%, ou 91 milhões de pessoas) com acesso a ofertas do tipo, em 8,4% dos municípios do País que têm o serviço por meio das tecnologias MMDS, cabo, ou ambas. As empresas de TV por assinatura somam 6,1 milhões de usuários, de acordo com estatísticas da agência de setembro do ano passado, e outros 2,4 milhões de clientes de banda larga, segundo a ABTA - Associação Brasileira de TV por Assinatura. A tecnologia de TV a cabo responde pela maior parte dos clientes, com 62,14%, seguida pelo DTH - Direct to Home -, com 33,88%, e pelo MMDS, com 3,96%. Apenas a Net e a TVA oferecem serviço de banda larga por meio de suas redes de cabo. A
Net, que usa o cabo como tecnologia, é a líder do segmento, com market share de 48% no mercado de TV por assinatura e 18% de banda larga. Em segundo lugar, está a Sky/DirectTV, que utiliza o DTH como tecnologia, detém cerca de 31% do mercado.
Teles de olho no mercado
As operadoras de telecomunicações vêm demonstrando amplo interesse em entrar nesse mercado, para oferecer os chamados pacotes triple play, que reúnem TV por assinatura, banda larga e telefonia. O grande diferencial dessas ofertas, de acordo com Julio Püschel, analista sênior do Yankee Group, é a possibilidade de reduzir os produtos por consumidor e, ao mesmo tempo, aumentar o ARPU - Receita Média por Usuário - de um único fornecedor. "TV por assinatura ganhou grande importância quando a Net lançou seus combos triple play, porque a empresa conseguiu atrair clientes de banda larga, que têm um ARPU maior que a média", avalia.
Atualmente,
Telefônica, Oi e Embratel oferecem serviços de TV por assinatura, utilizando as tecnologias MMDS e DTH, já que a Lei do Cabo impõe restrições à participação das teles na TV a cabo. De acordo com a legislação, empresas de telefonia não podem ter participação superior a 20% no negócio de cabo em sua área de concessão. Além disso, companhias de capital estrangeiro devem respeitar o limite de 49% na participação acionária em negócios do setor.
A mudança nesse cenário depende do andamento do
Projeto de Lei 29 (PL 29), que tramita no Congresso Nacional, ainda sem perspectiva real de aprovação. "Mesmo com essa restrição, as teles têm encontrado alternativas diferentes para entrar nesse segmento", comenta Püschel, referindo-se às ofertas DTH das operadoras de telecomunicações e a aquisições de TVs a cabo pelas teles, como aconteceu com a WayTV, adquirida pela Oi, e ao negócio envolvendo TVA e Telefônica.


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MERCADO DE LUXO


Sentada sobre o luxo, Paris se envergonha
A França é o berço do luxo, e aqui, a recessão que atinge o mundo traz a sensação de uma lição moral. À medida que os consumidores ricos de todo o mundo contiveram repentinamente, seu apetite por bens de luxo, o setor que já foi considerado à prova de recessão, sofreu um duro golpe. Lojas de luxo nos EUA observaram com horror as vendas de final de ano cambalearem, enquanto em Tóquio, a Louis Vuitton cancelou os planos de construção de sua maior e mais reluzente loja. Para os franceses, cada onda de notícias ruins trouxe uma grande ansiedade.
Quando a Chanel anunciou recentemente a demissão de 200 empregados temporários - pouco mais de 1% de sua força de trabalho de 16 mil pessoas - o jornal diário Le Parisien disse que a notícia era chocante. O canal de televisão LCI descreveu o fato como o revés mais sério da companhia, desde que Coco Chanel demitiu sua equipe inteira e fechou a loja quando irrompeu a guerra em 1939.
Mas há também entre os franceses, paradoxalmente, uma satisfação velada de que a era de vida luxuosa e por vezes vulgar, chegou ao fim e de que um estilo de vida francês mais básico irá emergir. Só na França a recessão é glorificada por estabelecer uma crise de valores. Uma edição recente da revista Le Figaro, trouxe um guia de 12 páginas para levar uma vida mais econômica em 2009, com previsões de que as pessoas trabalharão menos e colocarão a família (e até mesmo os sogros) em primeiro lugar. Um especialista francês em tendências, citado pela revista, descreveu as mudanças dramaticamente como sendo nada menos do que "uma revolução nos valores".
Alain Nemarq, presidente da famosa joalheria Mauboussin, afirmou numa entrevista que salvar a indústria do luxo deveria ser uma importante prioridade nacional, porque ela emprega 200 mil pessoas na França, é parte da herança cultural francesa, dá prestígio ao país e seduz não apenas os "poucos felizardos", mas uma grande fatia do público. Em vez de tentar manter a máquina funcionando ao promover bolsas caras, relógios e outros bens, ele propôs algo impensável: a indústria do luxo inteira deveria cortar os preços. "Precisamos de um retorno à razão, decência, discrição, beleza e criatividade - em outras palavras, aos valores verdadeiros", disse Nemarq. (A Maubooussin saiu na frente dando o exemplo. Vendeu seu anel com um diamante de um quilate chamado "Chance para o Amor", por cerca de US$ 14.500, quase um terço a menos do preço normal, e seu anel de diamante mais barato, de 0,15 quilates, foi colocado à venda por US$ 895, disse Nemarq).
Alguns intelectuais franceses querem ir mais longe, conclamando a morte de todo o setor de luxo como uma espécie de ritual nacional de purificação. "Desde os gregos antigos, os bens de luxo sempre estiveram estampados com o selo da imoralidade", diz Gilles Lipovetsky, sociólogo que escreveu vários livros sobre o consumismo. "Eles representam o desperdício, o superficial, a desigualdade de riqueza. Eles não têm necessidade de existir". O defensor político da nova moralidade econômica é um recém-convertido: o presidente Nicolas Sarkozy, antes conhecido como o "presidente bling-bling" [em referência ao fato de ostentar a riqueza]. Ele assumiu o governo prometendo injetar um capitalismo ao estilo anglo-saxão, fazendo os franceses "trabalharem mais e ganharem mais".
Mas na semana passada em Paris, Sarkozy e o ex-primeiro ministro da Inglaterra, Tony Blair, foram os anfitriões de uma conferência de líderes políticos e economistas vencedores do prêmio Nobel, para encontrar formas de introduzir valores morais na economia global. A antiga ordem financeira foi "pervertida" por um capitalismo "amoral" e descontrolado, disse Sarkozy, condenando o fato de que "os sinais de riqueza contam mais do que a própria riqueza". Ele defendeu o "retorno do Estado" como regulador dos excessos do capitalismo.
Paradoxalmente, os franceses podem aceitar esse sentimento sem muita dificuldade. A identidade nacional francesa parece estar amarrada fortemente à aura do luxo - roupas elegantes, perfumes sofisticados, boa comida e bom vinho, e abundância de champanhe até para as celebrações mais insignificantes. Mas apesar de os franceses, mais do que qualquer povo europeu, apreciarem comprar produtos da melhor qualidade, eles se orgulham de manter o equilíbrio. A França continua sendo um país profundamente conservador, onde é tradicionalmente inaceitável ostentar as posses materiais. A maioria dos franceses usa cartões de débito, e não de crédito, o que significa que não tendem a gastar mais do que têm em suas contas bancárias. Conseguir um empréstimo para uma casa é um processo torturante.
Assim, muitos veem no fim da era de gastos livres e fáceis com bens de luxo - quando o luxo se tornou associado à exibição e à ostentação em todo o mundo - o potencial de restauração das virtudes clássicas francesas de contenção e modéstia. Até mesmo um pouco de sofrimento e sacrifício podem estar na ordem do dia. "Toda essa crise é como uma grande limpeza de primavera na casa - tanto moral quanto física", disse Karl Lagerfeld, estilista da Chanel, numa entrevista. "Não há evolução criativa se não houver momentos dramáticos como esse. É o fim da ostentação. Tapetes vermelhos cobertos de brilhantes falsos estão fora. Eu chamo isso de 'nova modéstia'".
Ainda assim, Lagerfeld logo afirma que sua companhia vai bem, que as demissões desse mês, foram superdimensionadas pela mídia e que a coleção Paris-Moscou da Chanel, no mês passado, trouxe 17% mais vendas do que a exibição Paris-Londres em 2007. Alinhada com o novo humor nacional - e em deferência à difícil realidade econômica - a estilista Nathalie Rykiel disse que mostrará a nova coleção Sonia Rykiel em março, não com um grande espetáculo teatral para 1.500 pessoas num amplo espaço alugado, mas com dois mini-shows para 200 convidados em sua boutique no Boulevard St.-Germain. "No fim, talvez isso não custe muito menos, então isso não tem a ver com dinheiro", disse durante um almoço no Café de Flore. "É um desejo de intimidade, de retornar aos valores. Precisamos voltar para uma escala menor, uma escala que toque as pessoas. Diremos: 'Venham para a minha casa. Olhe e sinta as roupas'."
Com certeza, a redução de gastos foi sentida em toda a temporada de férias em Paris, onde os bufês foram afetados pelos cancelamentos de festas de fim de ano. Se é que houve festas, havia mais mousse de pato e bem menos foie gras. O champanhe, cujas vendas caíram 16,5% em outubro em comparação ao ano passado, foi servido em menor quantidade nas mesas francesas; dando lugar ao vinho frisante francês, sem o apelo oficial do champanhe.
Em La Grande Epicerie, o grande corredor de alimentação na loja de departamentos Le Bon Marche, o caviar francês e italiano foi vendido tanto quanto a variedade russa, mais cara; os chefes de confeitaria resistiram à tentação de fazer bolos Buche de Noel de 100 euros. "Os produtos de luxo que primavam pelo saber-fazer - e não pela ostentação - ofereciam uma sensação de refúgio", diz Frederic Verbrugghe, diretor geral do setor de alimentos. "As vendas de Dom Perignon não sofreram, mas os grandes embrulhos não saíram. No passado, os consumidores compravam um bloco inteiro de foie gras; esse ano foram apenas cinco fatias".
Muitos executivos franceses acreditam que a economia eventualmente, se recuperará a longo prazo. Alguns fabricantes de vinhos lembram que a nobreza francesa parou de comprar champanhe durante a revolução no país em 1789, forçando os fabricantes a encontrarem mercado fora. "Estamos no ramo há 300 anos", disse Dominique Heriard Dubreuil, presidente do Grupo Remy Cointreau, que produz o conhaque Remy Martin e o champanhe Piper-Heidsieck. "Fomos atingidos pelo inseto phylloxera no século 19, que destruiu nossas parreiras e nossa capacidade de produção. Enfrentamos duas guerras mundiais. Vejo essa crise como um evento desafiador, mas construtivo".
E para Lagerfeld, cortar os gastos da Chanel não faz parte de sua estratégia de "nova modéstia". Ele diz que não está sendo forçado pelos donos particulares da companhia a curvar-se ou adaptar-se, por causa de restrições financeiras. "Não temos orçamento, fazemos o que queremos, e jogar dinheiro pela janela faz com que o dinheiro volte pela porta da frente", disse ele. "No fim das contas eu não quero lidar com as contas. O luxo na minha vida é não precisar pensar sobre isso". (Especial The New York Times)

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