I-Press.biz Economia & Mercado | Edição 123 | Ano I

Governo corta R$ 8,4 bilhões em impostos para aquecer economia
As medidas anunciadas ontem pelo governo federal para reduzir impostos e assim aliviar os efeitos da crise econômica no país vão injetar R$ 8,4 bilhões na economia. Segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda), essa redução na arrecadação será compensada nas contas federais pelo aumento da atividade econômica. Entre as principais mudanças anunciadas estão a nova tabela do Imposto de Renda, a redução do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para o consumo e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para as montadoras. Também serão disponibilizados recursos das reservas internacionais para emprestar à empresas com dívidas de curto e médio prazos no exterior. "A redução desses tributos tem como objetivo estimular a economia, aumentar a demanda, portanto, manter uma taxa de crescimento", afirmou o ministro. "Vamos ter o retorno desses recursos por meio do aquecimento da economia. Se cair o nível de atividade, aí nós vamos reduzir a arrecadação."
A mudança na tabela do IR deixará mais R$ 4,9 bilhões no bolso dos contribuintes em 2009. Haverá ainda mais R$ 1 bilhão com a redução do IPI para automóveis; e mais R$ 2,5 bilhões que deixam de ser pagos no IOF. Além disso, o Banco Central estima liberar mais US$ 10 bilhões para rolagem de dívidas de empresas brasileiras no exterior em 2009, dinheiro que sairá das reservas internacionais. O objetivo é evitar que essas empresas venham pegar crédito no Brasil e pressionem ainda mais os juros por aqui. O ministro não descartou a adoção de novas medidas para garantir o crescimento de 4% previsto pelo governo para 2009. "Certamente, novas medidas serão tomadas para responder a outras questões. O que já fizemos até agora é apenas uma parte das medidas que o governo pretende tomar de modo a impedir que haja uma desaceleração forte da economia brasileira em 2009", disse Mantega.

Saiba das medidas anunciadas:

Imposto de Renda - Com a correção prevista em lei de 4,5%, a nova tabela do Imposto de Renda prevê isenção para quem ganha até R$ 1.434; alíquota de 7,5% para quem ganha mais de R$ 1.434 até R$ 2.150; de 15% para quem ganha mais de R$ 2.150 até R$ 2.866, de 22,5% para quem ganha mais de R$ 2.866 até R$ 3.582 e de 27,5% para quem ganha mais de R$ 3.582. A decisão de alterar a tabela de imposto de renda é definitiva (não tem prazo de vigência) e entrará em vigor por medida provisória, a partir de 1º de janeiro.
IOF - Também haverá redução de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para pessoas físicas, de 3% para 1,5%, pelo período que o governo julgar necessário. O custo desta medida, segundo o governo, será de R$ 2,560 bilhões.
IPI - O governo também reduziu o IPI (Imposto de Produtos Industrializados) até 31 de março de 2009 para a indústria automotiva. Os carros populares até 1.000 cilindradas (tanto álcool quanto gasolina) terão taxa zero (atualmente é de 7%), os de 1.000 cilindradas a 2.000 cilindradas, à gasolina, terão redução de 13% para 6,5%, e os flex ou álcool, de 11% para 5,5%. Carros acima de 2.000 cilindradas não têm alteração de alíquota. Segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda), as quatro principais montadoras se comprometeram em repassar o benefício das medidas para o preço dos carros, tornando-os mais baratos, e manter o nível de emprego no setor.
Reservas internacionais - Outra medida anunciada pelo governo prevê emprestar dinheiro das reservas internacionais para empresas públicas e privadas com dívidas vencendo entre setembro de 2008 e dezembro de 2009. As empresas poderão pegar empréstimo para pagar dívidas e mais 25% para investimento. O montante exigido deverá ser de cerca de US$ 10 bilhões, disse o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.


Demanda por petróleo cairá pela 1ª vez desde 1983
A AIE - Agência Internacional de Energia - afirmou ontem que a demanda mundial por petróleo deve diminuir este ano pela primeira vez em 25 anos, por causa do ambiente de deterioração das condições econômicas globais. Em seu relatório mensal sobre o mercado de petróleo, a agência, com sede em Paris, afirmou que prevê recuo de 0,2% da demanda global em 2008, ou 200 mil barris por dia, na primeira contração desde 1983. "Os números de consumo estão dramaticamente mais fracos, particularmente nos EUA. Está muito clara a fraqueza que estamos vendo", disse David Fyfe, editor do relatório mensal da AIE, acrescentando que as projeções de demanda podem ser revisadas para baixo novamente. A AIE acredita que o consumo mundial de petróleo em 2009 continuará fraco, com crescimento de apenas 0,5%, ou 400 mil barris por dia, em relação a 2008. Contudo, a agência revisou para cima essa projeção em quase 100 mil barris por dia, em relação à feita em novembro.
Brasil - O Brasil será um dos alicerces para o crescimento da produção mundial de petróleo em 2009, aponta a AIE no relatório de ontem. Ao lado dos Estados Unidos, Austrália, China e Azerbaijão, o Brasil é citado como um dos países de fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) que contribuirão para o aumento da oferta no próximo ano. Conforme a entidade, a produção de etanol também irá ajudar a compensar a queda de oferta a ser registrada em outros locais, como na região do Mar do Norte, México e Rússia. O ministro de Energia da Argélia e atual presidente da Opep (Organização de Países Exportadores de Petróleo), Chakib Khelil, afirmou nesta sexta-feira que o cartel deverá fazer um grande corte em sua produção na reunião prevista para o próximo dia 17. (Agência Dow Jones, de Londres)

Opep fará grande corte de produção
"A reunião deve decidir um corte mais severo da produção para estabelecer o equilíbrio entre a oferta e a demanda", afirmou Khelil. Ele explicou que existe um consenso entre os membros da organização para decidir por um corte do teto de produção da Opep. Além disso, o ministro argelino assinalou que seu país espera arrecadar US$ 76 bilhões em vendas de hidrocarbonetos no fechamento deste ano. Hoje a IEA (Agência Internacional da Energia, na sigla em inglês) revisou, novamente para baixo, suas previsões sobre a demanda mundial de petróleo, e previu para 2008 a primeira queda em 25 anos, devido à atual crise econômica e financeira. Para 2009, no entanto, a expectativa é de uma mudança de tendência e um novo crescimento da demanda para 86,3 milhões de barris diários, um número também revisto para baixo (260 mil barris a menos) em relação ao mês anterior. A agência afirma que a alta de 2009 se baseia nas últimas previsões de recuperação econômica divulgadas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). Em seu relatório anterior, de novembro, a IEA previa uma demanda de 86,2 milhões de barris para 2008 (300 mil barris a menos do que o calculado em outubro) e de 86,5 milhões para 2009. A agência lembra que a Opep retirou 760 mil barris do mercado no mês passado para fazer frente à queda da demanda provocada pela crise e para tentar fazer com que o preço do petróleo suba. Segundo a IEA, a Opep deveria produzir no próximo ano 30,7 milhões de barris diários no próximo ano (800 mil a menos que em 2008) para equilibrar o mercado. (EFE)

Odebrecht demite 3.763 funcionários no Equador
A construtora brasileira Norberto Odebrecht, expulsa do Equador em setembro pelo presidente Rafael Correa, concluiu ontem o processo de demissão de quase todos os 3.763 funcionários que trabalhavam nas cinco obras da construtora em território equatoriano. A medida abre espaço para críticas de que as sanções adotadas por Correa contra a empresa brasileira trouxeram, no fim, prejuízos maiores para os trabalhadores equatorianos. Após a decisão do governo Correa de ocupar militarmente as instalações e canteiros de obras da Odebrecht no país, havia a expectativa de que os funcionários fossem absorvidos pelas empresas encarregadas pelo Estado equatoriano de levar as construções adiante. Mas os trabalhos permanecem paralisados desde a expulsão da empresa brasileira. A única obra a ser retomada foi a da hidrelétrica de Baba. A Hidrolitoral, que assumiu a construção em outubro, recontratou 1.800 funcionários. Apesar disso, um mês depois, pelo menos 50 deles, ocupantes de cargos intermediários de coordenação, foram novamente demitidos. Os mais capacitados - entre os quais, 37 brasileiros - foram remanejados para canteiros de obras da Odebrecht na Líbia, em Angola e no Panamá. Funcionários das outras quatro obras realizadas no Equador - um aeroporto, um projeto de irrigação e duas hidrelétricas - não devem ser reintegrados. O valor aproximado das indenizações trabalhistas é de US$ 6 milhões. “A maior parte dos empregados, 98% deles, já foi para a rua”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo um dos engenheiros da empresa. A disputa entre o governo equatoriano e a Odebrecht teve início há três meses, depois que a Hidrelétrica de San Francisco, entregue pela construtora brasileira ao governo equatoriano, apresentou problemas e deixou de funcionar. Correa “suspendeu as garantias constitucionais” de quatro executivos brasileiros que trabalhavam no Equador, e ameaçou, em seguida, não pagar o empréstimo de US$ 242,9 milhões feito pelo BNDES para o financiamento das obras, o que deu início a uma escalada de atritos e retaliações entre ambos os governos.

Tesco quer ser a segunda maior do mundo em 2012
A rede britânica de supermercados Tesco tem um plano agressivo de expansão para os próximos anos, podendo ultrapassar o Carrefour e se tornar o segundo maior varejista do mundo em 2012. Projeções realizadas pelo instituto IGD mostram que a Tesco vem crescendo muito mais rápido que seu rival francês, com a expectativa de uma expansão anual de 11% e 7% para as duas empresas, respectivamente, entre 2007 e 2012. A previsão é que em 2012 a Tesco alcance um faturamento da ordem de US$ 157,1 bilhões, devido à expansão da companhia em mercados como China, Índia e Estados Unidos. O Carrefour deverá ter seu crescimento advindo de mercados como China e Brasil, que compensarão o fraco desempenho das economias maduras da Europa. No mesmo período, o IGD projeta que o Wal-Mart ampliará suas vendas em cerca de US$ 100 bilhões, chegando próximo da marca de US$ 500 bilhões em faturamento anual.

Novotel cresce 21% no ano
A rede de hotéis Novotel, pertencente ao grupo Accor, fechou o mês de outubro com um crescimento de 21% no volume de negócios nos 16 hotéis que opera na América Latina. Até 2011, a marca abrirá quatro novos hotéis no Brasil, Argentina e Peru, ofertando mais 3.200 apartamentos.

Nestlé compra Água Mineral Santa Bárbara
A Nestlé comprou as fontes da Água Mineral Santa Bárbara e parte de suas instalações industriais, localizadas no interior de São Paulo. O valor da aquisição não foi informado pela companhia, que revelou apenas que o investimento estimado para os próximos cinco anos na Santa Bárbara é de R$ 100 milhões, incluindo gastos com a compra da empresa, ampliação e modernização das linhas de produção e embalagens. Com a operação, anunciada ontem, a Nestlé fortalece sua presença em São Paulo, o principal mercado do País no segmento, representando aproximadamente 57% do mercado total de águas engarrafadas. A participação da Nestlé Waters, divisão de águas do grupo, no Sudeste é de aproximadamente 9,5% e a companhia acredita que, com a aquisição, poderá ampliar esse porcentual. O negócio deverá ser submetido às autoridades de defesa da concorrência nos próximos dias. A marca Santa Bárbara possui hoje forte presença no interior de São Paulo, sendo distribuída para mais de 180 municípios. A Nestlé Waters é líder mundial em águas engarrafadas, com 19,2% de participação, presente em 130 países. No Brasil, são comercializadas as marcas Nestlé Aquarel, Petrópolis, São Lourenço, Perrier, S.Pellegrino e Acqua Panna, sendo as três últimas importadas.

A Fimma Brasil 2009 já conta com 14 países cadastrados
Uma das maiores feiras do mundo de fornecedores para as indústrias de móveis e madeira, a FIMMA BRASIL 2009, é uma realização da Associação das Indústrias do RS/MOVERGS, de 23 a 27 de março, no Parque de Eventos da cidade de Bento Gonçalves/RS. Com 96% da sua área de exposição comercializada, a FIMMA é realizada nos anos impares e encontra-se na sua nona edição. Por estar no calendário internacional de feiras de máquinas, matérias-primas, acessórios e serviços para os setores de móveis e madeira, visitantes profissionais de 14 países já confirmaram as suas presenças na cidade de Bento Gonçalves: Alemanha, Anguila, Arábia Saudita, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Itália, México, Paraguai e Peru. Do Brasil, os cadastros originam-se de 20 estados. A FIMMA BRASIL é a grande oportunidade para que as indústrias possam conhecer o que há de mais moderno no mundo, tanto em nível de insumos como de alta tecnologia. Do total de expositores, mais de 30% são empresas estrangeiras. Na FIMMA, há produtos e serviços que atendem desde os micro-empresários até grandes corporações. Os organizadores esperam visitantes de mais de 40 países, como ocorreu na edição de 2007. Agora é a vez do Chile receber informações da FIMMA - Mesmo participando do calendário internacional de feiras, os organizadores promovem um forte trabalho de divulgação da FIMMA BRASIL no exterior. Dia 15 de dezembro, será a vez dos chilenos. O encontro ocorre em Santiago, no Municipalidad de La Granja. O lançamento da Feira naquele país está por conta dos diretores Juarez José Piva e Renato Hansen. Esse encontro com empresários da madeira e móveis chilenos fecha o calendário internacional de lançamentos desse ano.

Pão de Açúcar investe R$ 20 milhões em logística no Natal
Apostando no aumento da demanda neste fim de ano, as lojas do grupo Pão de Açúcar, segundo maior varejista do país, ganharam um reforço no sistema de abastecimento: a empresa investiu R$ 20 milhões em estocagem adicional para as operações logísticas. Foram alugados cinco Centros de Distribuição, que se somam aos 18 já existentes, para atender à demanda do final do ano. Foram contratados mais de mil novos funcionários, entre fixos, temporários e terceirizados, em uma iniciativa que irá ampliar a oferta de produtos e reduzir o nível de ruptura nas gôndolas. A frota de veículos foi aumentada em 43% para agilizar o transporte dos produtos e foram instalados 300 containers em lojas, ampliando a área de estoque de não-perecíveis. Alguns hipermercados também funcionam como mini Centros de Distribuição para lojas menores existentes na região. A empresa ainda trabalha com operadores logísticos externos, contratados em parceria com os fornecedores, para garantir os prazos de entrega.

Verão pode ajudar alimentos a recuperar perdas do trimestre
Na contramão da maioria dos setores industriais, os fabricantes de produtos alimentícios como iogurtes, gelatinas e maionese prevêem um crescimento nas vendas de 20% no primeiro trimestre do ano, um período que está sendo visto com cautela por todo o setor produtivo. A alta não chega a ser uma novidade, já que costuma a acontecer sazonalmente em virtude do verão, mas pode ajudar essas indústrias a compensar as perdas registradas no quarto trimestre de 2008 e se manter estável durante os primeiros meses de 2009. A variação sazonal é impulsionada pelo aumento da demanda por produtos frescos e leves, que faz com que indústrias do segmento, como Vigor, Dr. Oetker e Bunge aumentem a produção. Outro fator que destaca ainda mais o aumento das vendas do verão é a retomada da ocupação desses produtos nas prateleiras que anteriormente abrigaram produtos típicos do período de festas de fim de ano, como carnes e frangos.

SCA fecha o ano com crescimento de 32%
A SCA fabricante de móveis planejados de Bento Gonçalves já concluiu o fechamento do ano em termos de venda e produção e anuncia o fechamento do ano com crescimento de 32% no comparativo a 2007. De acordo com diretor Sérgio Manfroi o ano foi positivo -foi muito bom, dentro do que prevíamos, é uma alegria encerrar o ano com este crescimento, estamos colhendo o que plantamos- revela. Neste ano a empresa ampliou o quadro de pessoal, investiu na importação de novas máquinas, e na ampliação do espaço físico da fábrica. As novas instalações, com área de sete mil metros quadrados, incluem novos vestiários, ambulatórios, restaurante, sala de jogos, salas de treinamento, atendimentos, e uma nova área destinada ao estoque de matéria-prima. Para 2009 a previsão é crescer pelo menos 30%. A projeção é reforçada por novos investimentos que serão feitos na fábrica e nas ações de venda no mercado externo. De acordo com o dirigente em 2008 a SCA promoveu um reposicionamento no mercado nas suas lojas exclusivas, com melhor qualificação de empreendedores e uma pequena redução no número total concentrado a maioria delas em grandes mercados nacionais e internacionais.


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MERCADO de Ações & Futuros

(Informações: Dow Jones, Bovespa, Reuters e AFP)

Bovespa fecha em baixa de 1,24%; investidor embolsa ganhos passados
Os investidores reagiram favoravelmente aos pacotes anticrise nos EUA e
no Brasil e impulsionaram a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) na quinta-feira, que se manteve em alta durante boa parte do pregão. Nos EUA, já houve uma aprovação inicial da ajuda às montadoras. E no Brasil, o governo reduziu impostos e ajustou as alíquotas do IR. O câmbio desabou para R$ 2,34, após várias intervenções do Banco Central. "Nós continuamos muito dependentes do que acontece nos EUA e a situação dessas montadoras continua a ser a 'espada' que pende sobre o mercado. Agora, esse pacote [no Brasil] foi importante para mostrar que o governo está agindo rápido", avalia José Costa Gonçalves, diretor da corretora Indusval. "A preocupação maior foi de não deixar cair o consumo", acrescenta.

- O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, cedeu 1,24% no fechamento, aos 38.519 pontos.
- O giro financeiro foi de R$ 4,51 bilhões. Operadores que a queda, perto do fechamento, pode ser explicada por uma rápida realização de lucros (venda de papéis muito valorizados no curto prazo) que, inclusive, pode ser estendida na jornada de amanhã.

Análise 1 - Somente a ação preferencial da Petrobras movimentou R$ 1,33 bilhão, valorizando 1,77%, o que contribuiu para puxar a recuperação da Bolsa paulista. O papel, segundo operadores, subiu a repique da disparada nas cotações do barril de petróleo que, na praça de Nova York (Nymex), bateu US$ 47,24.

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O dólar comercial foi cotado a R$ 2,345 na venda, em forte declínio de 3,53%. A taxa de risco-país marca 491 pontos, número estável sobre a pontuação anterior.

Análise 2 - O Banco Central entrou por duas vezes no mercado de moeda, vendendo dólares e oferecendo contratos de "swap" cambial, que oferecem proteção contra as oscilações do câmbio. 'O mercado descontou um pouco hoje o descolamento dos outros dias", comenta Ideaki Iha, profissional da corretora Fair, lembrando que dólar desvalorizou lá fora, mas ficou mais forte no mercado doméstico com bastante frequência nos últimos dias. O mercado repercutiu principalmente a notícia de que
a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou o pacote de US$ 14 bilhões em ajuda para as montadoras, na noite de ontem. Em situação pré-falimentar, gigantes do setor automobilístico reivindicam dinheiro do governo para sobreviver à recessão. O "drama" dessas empresas têm sido um dos principais focos de preocupação do mercado financeiro desde novembro.


Bolsa de NY fecha em queda com indicadores fracos
O mercado norte-americano de ações fechou ontem em queda, reagindo a indicadores econômicos fracos, à alta dos preços do petróleo e a alertas de queda no lucro de empresas do setor financeiro. O noticiário sobre obstáculos à aprovação do pacote de ajuda ao setor automotivo no Senado dos EUA também pesou no sentimento do mercado. As ações dos setores de petróleo e metais, que vinham subindo recentemente, caíram devido às preocupações com a perspectiva da economia global. "As pessoas não têm como ignorar o fato de que estamos em uma recessão globalmente sincronizada. Os fundamentos são negativos e o elemento especulativo que estava presente foi embora, e não deve voltar por algum tempo", comentou Larry Smith, da Third Wave Global Investors.

- O índice Dow Jones fechou em queda de 196,33 pontos, ou 2,24%, em 8.565,09 pontos.
- O Nasdaq fechou em queda de 57,60 pontos, ou 3,68%, em 1.507,88 pontos.
- O S&P-500 caiu 25,65 pontos, ou 2,85%, para fechar em 873,59 pontos.
- O NYSE Composite caiu 126,34 pontos, ou 2,24%, para 5.504,73 pontos.

Análise 1 - O número surpreendentemente alto de pedidos de auxílio-desemprego feitos na semana passada nos EUA fez crescerem as preocupações quanto à perspectiva da economia e do consumo, o que afetou ações de indústrias como 3M (-4,14%), Caterpillar (-3,37%) e General Electric (-5,28%) e de empresas ligadas ao consumo, como Home Depot (-5,35%) e Disney (-3,71%). Apesar de os preços do petróleo e dos metais terem recuperado terreno, ações desses setores caíram (Alcoa perdeu 2,16% e Allegheny Technologies recuou 10,93%).

- No setor automotivo, as ações da General Motors caíram 10,44% e as da Ford recuaram 10,77%; um pacote de ajuda financeira de US$ 14 bilhões foi aprovado pela Câmara na noite de ontem, mas os senadores do Partido Republicano disseram que não vão votar a favor dele no Senado, o que fez crescer a incerteza sobre sua aprovação.
- No setor financeiro, as ações do US Bancorp caíram 10,19%, depois de o banco fazer um alerta sobre baixas contábeis que deverão afetar seu resultado do quarto trimestre. As do Wells Fargo perderam 11,27%, depois de o analista Dick Bove, da Ladenburg Thalmann, rebaixar sua previsão para o resultado da empresa; outras ações do setor também sofreram quedas fortes, entre elas Bank of America (-10,66%), Citigroup (-8,80%) e JPMorgan Chase (-10,68%).


Bolsas européias fecham em baixa com perdas em ações do setor bancário
As Bolsas européias fecharam em baixa na quinta-feira, com exceção do mercado de ações de Londres. Os papéis do setor bancário foram os que mais pesaram, ofuscando o ganho nas ações do setor petrolífero. Os investidores também aguardam que o
pacote de ajuda ao setor automobilístico dos EUA vá a votação no Senado.
- A Bolsa de Paris caiu 0,43% no índice CAC 40, indo para 3.306,13 pontos.
- A Bolsa de Frankfurt teve baixa de 0,78% no índice DAX, ficando com 4.767,20 pontos.
- A Bolsa de Amsterdã teve baixa de 0,54% no índice AEX General, que ficou com 254,77 pontos.
- A Bolsa de Milão fechou em baixa de 0,38% no índice MIBTel, que ficou com 15.329 pontos.
- A Bolsa de Zurique fechou em queda de 0,38%, com 5.729,85 pontos no índice Swiss Market.
- A Bolsa de Londres, na contramão, fechou em alta de 0,49% no índice FTSE 100, indo para 4.388,69 pontos.
- O índice FTSEurofirst 300 - que reúne as ações das principais empresas européias - fechou em baixa de 0,8%. O indicador já acumula perdas de cerca de 43% neste ano, afetado pela crise financeira. O setor bancário registrou as maiores perdas ontem - quinta-feira - com as quedas nas ações do Unicredit (-4,6%), Royal Bank of Scotland (-4,5%), Lloyds TSB (-5,8%) e Commerzbank (-2,9%).

Análise - "Ainda há muita incerteza. É muito cedo para dizer, mas podemos estar perto do ponto mais baixo. Se encontrarmos alguma estabilidade, seria bom", disse à agência de notícias Reuters o estrategista Edmund Shing, do BNP Paribas. No setor de energia, no entanto, as ações seguiram os preços do petróleo, depois que a IEA (Agência Internacional da Energia, na sigla em inglês) anunciou que em 2009 haja uma mudança de tendência e surja um novo crescimento da demanda para 86,3 milhões de barris diários - número, no entanto, revisto para baixo (260 mil barris a menos) em relação ao mês anterior. Os papéis que mais subiram no setor de energia foram BP, Royal Dutch Shell, BG Group e Tullow Oil, com ganhos entre 2,7% e 20%.


HOJE - Bolsas asiáticas fecham a semana com forte queda
As principais Bolsas de Valores da Ásia tiveram forte queda hoje, sexta-feira, após a
rejeição do pacote de US$ 14 bilhões para as três principais fabricantes de carro americanas - GM, Ford e Chrysler - enfrentarem a crise financeira. O Senado dos Estados Unidos vetou a proposta, que poderia ajudar na reestruturação do setor no país e evitar a quebra das maiores montadoras do mundo. Na região da Ásia-Pacífico, as maiores quedas foram de ações de grandes fabricantes do setor, como Honda e Toyota, tiveram retração de 12,5% e 10%, respectivamente, na Bolsa de Valores de Tóquio (Japão). Em Seul (Coréia do Sul), a maior queda do dia foi das ações da Hyundai. Na Bolsa de Hong Kong, ações de companhias relacionadas a commodities - principalmente as petroleiras - recuaram.
Análise 1 - O fracasso do plano bilionário de resgate das montadoras americanas pode piorar ainda mais o cenário da crise econômica global. "O que o fracasso desse acordo vai causar é o desânimo não só nos EUA, mas em nível mundial", afirmou Joseph Tan, economista-chefe do banco Credit Suisse em Cingapura.

- A Bolsa de Tóquio (Japão) registrou queda de 5,56%, aos 8.235,87 pontos, no indicador NIkkei 255.
- Em Hong Kong, o índice Hang Seng perdia 5,41% perto do fim do dia.
- O ASX da Bolsa de Sydney (Austrália) caiu 2,31%.
- O KOSPI, da Coréia do Sul, tinha recuo de 4,38%.
- Na Bolsa de Xangai (China), o Shanghai Composite retraiu 3,81%.

Análise 2 - "Não foi nenhuma surpresa ver os mercados asiáticos em movimento de venda com a notícia da rejeição do plano de resgate às montadoras dos EUA", disse Tim Rocks, da Macquarie Securities em Hong Kong. Um impasse entre senadores republicanos e os sindicatos da indústria automotiva foi o motivo do fracasso. Os membros do partido governista exigiam uma redução imediata de salários nas companhias, o que foi negado pelas empresas.

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ÍNDICES ECONÔMICOS


Serasa: inadimplência do consumidor sobe 7,6% no ano
O índice de inadimplência do consumidor brasileiro avançou 7,6% no acumulado de janeiro a novembro na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com pesquisa divulgada hoje pela Serasa, a alta do Indicador de Inadimplência Pessoa Física em novembro subiu 8,4% ante o mesmo mês de 2007. Já em relação a outubro, que teve três dias úteis a menos, foi verificado crescimento de 1,7%.
As dívidas com bancos lideram o ranking das pendências financeiras até novembro, com participação de 43,1% no indicador. Em seguida, aparecem as pendências com cartões de crédito e financeiras (33,5%); os cheques devolvidos (21,2%); e os títulos protestados (2,2%).
A inadimplência do consumidor cresce em conseqüência do maior endividamento da população, da pressão dos juros, das incertezas geradas pela crise financeira internacional e pela menor oferta de crédito, avalia o assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique de Almeida. Ele recomenda que o consumidor inadimplente não recorra a linhas de crédito com taxas de juros mais altas, como o cheque especial e o rotativo do cartão.
O economista projeta que ao final de 2008 o índice de inadimplência acumule alta entre 6% e 7% na comparação com os 12 meses do ano anterior. Ele classifica que esse patamar não é preocupante, pois ainda está muito abaixo dos níveis verificados em anos anteriores, como em 2006, quando alcançou os 13,5%. No entanto, Almeida destaca que o indicador deve ser monitorado, principalmente porque há perspectivas para aumento do desemprego em 2009. "Crescimento da inadimplência nunca é bom, porque significa aumento do risco para emprestar. Não estamos num patamar preocupante, mas é importante que seja monitorado."


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MERCADO FINANCEIRO


Banco Central vai usar mais de US$ 10 bilhões das reservas para ajudar empresa com dívida no exterior
O CMN (Conselho Monetário Nacional) vai ampliar as alternativas de aplicação das reservas internacionais do Brasil. O Banco Central ficará autorizado a disponibilizar parte desse dinheiro, por meio dos bancos, para as empresas brasileiras que precisem rolar financiamentos feitos no exterior. O governo estima gastar mais de US$ 10 bilhões das reservas, que hoje estão acima de US$ 200 bilhões. A mudança, anunciada hoje pelo governo, faz parte do pacote de medidas para amenizar a repercussão da crise financeira mundial no Brasil. O objetivo do governo com a medida é reduzir a falta de crédito no país e diminuir a pressão por dólares. "Deixa-se de pressionar o mercado de crédito em reais e aumenta também a disponibilidade de dólares no mercado cambial brasileiro", disse o presidente do BC, Henrique Meirelles.
Os valores serão limitados a 125% do total de vencimentos de empréstimos externos no último trimestre de 2008 e em todo o ano de 2009 (cinco trimestres) para cada empresa. "Haverá uma resolução do CMN (Conselho Monetário Nacional) que vai ampliar as alternativas de aplicação das reservas internacionais do Brasil. Autorizará o BC a disponibilizar recursos das reservas por meio do sistema financeiro destinado às empresas brasileiras que tenham financiamento externo", disse Meirelles.
Os empréstimos serão feitos por meio de instituições financeiras que vão repassar esses recursos para as empresas, dentro das regras implantadas pela MP 442, que já foi aprovada pelo Congresso. A medida só vale para vencimento de empréstimos ou amortizações que acontecem no ano de 2009.

Fundos de investimento têm perda recorde em 2008
Os fundos de investimento tiveram em 2008 o pior ano da história: os saques superavam as captações em R$ 67,592 bilhões até o último dia 4. No entanto, segundo Marcelo Giufrida, presidente da Anbid - Associação Nacional dos Bancos de Investimento -, o resultado não é tão ruim pois essas perdas representam apenas cerca de 6% do patrimônio líquido total da indústria, de R$ 1,117 trilhão. "Em 2002, quando os saques foram de aproximadamente R$ 63 bilhões, eles significavam 20% do patrimônio", disse. Naquele ano, a indústria sofreu com o início da marcação a mercado - estabelecimento do preço de um ativo de acordo com o seu valor de mercado.
Dentre os tipos de fundo, os que apresentaram maior volume de saques foram os multimercados (que aplicam os recursos em diversos tipos de ativos), com perdas de R$ 52,912 bilhões. "Diante da crise internacional, os investidores buscaram menor risco, como os CDBs [Certificados de Depósito Bancário]", explicou Alexandre Zákia, vice-presidente da Anbid. "Comparando com outros países, como os EUA e o Japão [que viram saques superiores a 20%], pode-se afirmar que a indústria brasileira se saiu muito bem, o que se deve à solidez do nosso mercado financeiro e à sua adequada regulação e auto-regulação", argumentou.
Ele comenta que nunca viu o setor registrar dois anos negativos seguidos, então tem a expectativa de que em 2009 os resultados sejam melhores. Já o conjunto dos fundos de ações apresentou captação líquida de US$ 5,798 bilhões. "O investidor doméstico percebeu que alguns papéis estão com valor abaixo do preço técnico", disse Zákia.
Expectativas das empresas
O ano também foi bastante negativo para a obtenção de recursos pelas companhias por meio de instrumentos do mercado financeiro. Até setembro, 15 empresas acessaram o mercado acionário, quatro delas pela primeira vez. As operações de oferta pública de valores mobiliários recuaram 31,6% até o mês passado ante 2007, para R$ 93,4 bilhões, e a emissão de notas promissórias teve alta de 110,6%. "As empresas têm preferido dívida de prazo mais curto", disse Alberto Kiraly, outro vice-presidente e coordenador da comissão de finanças corporativas. "Deve haver uma recuperação entre o primeiro e o segundo trimestre de 2009". As captações externas caíram 30,9% até novembro ante mesmo período de 2007. Até que as condições de liquidez no mercado internacional de crédito se restabeleçam, as instituições financeiras domésticas é que serão procuradas.

Bank of America admite cortar mais de 35 mil empregos
O Bank of America - um dos maiores bancos dos Estados Unidos - anunciou ontem a tarde - que deverá demitir mais de 35 mil funcionários nos próximos três anos após a conclusão da compra do banco de investimentos Merrill Lynch. Segundo a empresa informou em comunicado ao mercado, o plano de demissões deverá ser apresentado no início de 2009 "para ter uma idéia mais precisa do número de cortes" e terá eliminações nos dois bancos e em todos os seus setores. Além de acabar com as sobreposições causadas pela compra do Merrill Lynch, o corte também servirá para a eliminação de custos devido à crise financeira pela qual passa os Estados Unidos. Os acionistas dos dois bancos aprovaram oficialmente a união na semana passada. Juntos, eles se tornam o maior banco americano, passando o Citigroup. Os acionistas do Merrill Lynch receberão 0,8595 ação do Bank of America para cada uma que possuíam antes do anúncio da transação, em 15 de setembro. A previsão é de que a negociação - estimada em cerca de US$ 44 bilhões - seja concluída antes do fim deste ano.


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AGRONEGÓCIOS


Montadoras associadas à Anfavea não participarão da Agrishow 2009
A próxima edição da Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, não contará com as montadoras associadas à Anfavea - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Segundo informações da assessoria de imprensa da Anfavea, a Abimaq - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos - foi comunicada nesta semana que as montadoras associadas à entidade que não participarão da Agrishow 2009, em função da atual conjuntura econômica. A entidade sugeriu ainda à Abimaq que o evento seja realizado a cada dois anos, como já acontece com algumas feiras de automóveis e caminhões. A assessoria informou que o representante para a indústria de máquinas agrícolas não fará comentários sobre o assunto. A forte retração nas vendas de veículos nos últimos dois meses levou a Anfavea a rever para baixo as projeções de venda de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus). Entretanto, a despeito da crise financeira global, que reduziu a oferta de crédito no mercado, o segmento de máquinas agrícolas segue firme.
A estimativa agora é que as vendas de veículos encerre o ano com uma alta de 14,3%, contra os 24,2% previstos anteriormente. A exceção ficou, justamente, com o segmento de máquinas agrícolas, cujas vendas devem crescer 40%, somando 53,8 mil unidades. Inicialmente, a projeção era de um aumento de 38,6%. A expectativa da indústria é de que os programas oficiais reforcem as vendas de tratores de baixa potência. A 15ª edição da Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, a Agrishow 2008, realizada em maio, em Ribeirão Preto (SP), superou a meta R$ 800 milhões em negócios, desempenho superior a 12,6% sobre os R$ 710 milhões da edição de 2007. Neste último evento, foram realizadas ainda cerca de 700 demonstrações de campo das máquinas.

Moagem de cana cresce até o fim de novembro no Centro-Sul
A colheita de cana-de-açúcar no Centro-Sul está em ritmo acelerado na safra 2008/09, como reflexo do clima favorável durante a segunda quinzena de novembro. Durante a segunda quinzena de novembro, as usinas processaram 30,23 milhões de toneladas de cana, um aumento de 45,62% sobre igual período da safra passada, segundo levantamento da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica). No acumulado da safra, o volume moído totaliza 468,63 milhões de toneladas de cana, 12,31% acima do acumulado na safra anterior no mesmo período.
Com base nas condições climáticas favoráveis e o número de unidades que continuam em operação, a Unica projeta uma moagem 487 milhões de toneladas durante esta safra. “Algumas usinas vão continuar a moagem em janeiro, se o clima permitir”, disse Antonio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da Unica. Até o dia 30 de novembro, 43 unidades produtoras haviam encerrado a moagem nessa safra, contra 99 unidades em 30 de novembro de 2007. Nesta safra, 29 novas unidades iniciaram suas operações. Essas unidades responderam por 3,2% da cana esmagada até o final de novembro de 2008.
No acumulado da safra, a produção de açúcar alcançou 25,36 milhões de toneladas, volume 1% menor que em igual período do ciclo passado.A oferta de etanol totalizou 23,08 bilhões de litros, 18,14% acima sobre igual período da safra passada. As exportações durante abril e novembro somaram 3,68 bilhões de litros, enquanto o total distribuído para o mercado interno foi de 13,67 bilhões de litros. A Unica prevê embarques de 4,2 bilhões de litros de etanol do Centro-Sul. As vendas para o mercado interno deverão ficar em torno de 20 bilhões de litros.


Pecuária reduziu emissão do gás metano em 30%
A quantidade de gás metano emitido por quilo de carne produzida reduziu, pelo menos 30%, nos últimos 18 anos. A informação é do professor da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo, Paulo Henrique Mazza Rodrigues, que participou do workshop sobre Sustentabilidade na Pecuária de Corte, realizado na quarta-feira, dia 10/12, em Brasília. O metano é um dos principais gases que provocam o efeito estufa. Segundo Paulo Henrique Mazza, um dos fatores que contribuíram para essa redução foi diminuir a idade do abate. “Não foi preciso mexer em nada em relação ao metano. Nós conseguimos reduzir a emissão desse gás trabalhando com estratégias de redução da idade do abate de cinco para três anos”, afirma.Durante o workshop foram apresentadas, ainda, outras ações que podem ajudar na diminuição da emissão de gases pela pecuária brasileira. Entre elas, a recuperação de áreas degradadas, controle do desmatamento, melhoria de qualidade das forragens, manejo adequado das pastagens e também o incentivo aos programas de sustentabilidade agropecuária.Produção sustentável - O Programa de Integração Lavoura-Pecuária-Silvicultura (ILPS) e o Sistema Agropecuário de Produção Integrada (Sapi), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), também foram apresentados durante o evento. Os projetos investem na capacitação de técnicos e na conscientização de produtores sobre a emissão dos gases do efeito estufa, além do aperfeiçoamento de linhas de créditos para aqueles que adotam programas de sustentabilidade.

Avestruz na Merenda Escolar
A notícia foi divulgada em primeira mão no IX Congresso Brasileiro de Estrutiocultura, que foi realizado no dia 03 de Dezembro de 2008, no auditório Neuza Marcondes, no prédio da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo. A informação foi festejada com grande entusiasmo pelos participantes do evento, que comemoraram o feito como uma grande conquista do segmento, rumo à sua efetiva consolidação enquanto um agronegócio de cadeia produtiva sustentável. O fato é uma dádiva mercadológica e cai como uma luva para o setor, chegando a soar como uma verdadeira fenix, pois, em grande parte a atividade se vê estrangulada pelo desbalanceamento entre as pontas da cadeia, ou seja, se produz muito mais do que se consome.
Além do aspecto inerente da saudabilidade da carne de avestruz, outro fator crucial que estimulou as nutricionistas da prefeitura de Campinas, a optarem pela carne de avestruz, foi o relativo preço baixo da carne de avestruz, onde atualmente, alguns cortes podem ser encontrados por valores semelhantes ao da carne bovina, por exemplo. Valmir Brustolim, vice-presidente da Associação dos Empreendedores Paulistas da Estrutiocultura - AEPE, um dos maiores agro-empreendedores e entusiastas da atividade no estado, foi o feliz porta-voz da notícia, comentando na oportunidade que o fato reportado seria um divisor de águas para o setor. "A carne de avestruz está sendo reconhecida como um alimento diferenciado, para compor uma dieta mais saudável na merenda escolar de jovens em fase escolar. Este reconhecimento terá um efeito multiplicador fantástico para a aculturação do consumo da carne de avestruz", sinaliza Brustolim.
As informações passadas no Congresso Brasileiro, indicam que a prefeitura de Campinas realizou uma rigorosa licitação pública, sendo que o primeiro lote comprado foi de 20 toneladas. Brustolim fez questão de ressaltar que muito possivelmente outras prefeituras sejam encorajadas a praticar a mesma iniciativa da prefeitura de Campinas, e que devido a grande saída de produtores da atividade, talvez para 2009, já haja falta de carne de avestruz no mercado paulista, uma vez que a demanda gerada pelas prefeituras são imensas. "Caso mais algumas prefeituras sigam o belo exemplo da prefeitura de Campinas, faltará carne de avestruz em 2009; se bem que este é um problema que estamos torcendo para que ocorra", brinca o empresário.
Luis Robson Muniz, presidente da Associação dos Criadores de Avestruzes do Brasil - ACAB, parabenizou todo o setor, comentando que os estrutiocultores de uma maneira geral, estão envidando esforços dentro da porteira, reduzindo os seus custos de produção, possibilitando um maior número de abates, o que consequentemente contribui para reduzir os preços da industrialização, e num efeito sinérgico, estão viabilizando uma maior competitividade da carne de avestruz no mercado brasileiro da proteína vermelha.

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SETOR AUTOMOTIVO


Anfavea: setor automotivo já sente retomada das vendas
O presidente da Anfavea, Jackson Schneider, disse ontem a tarde que o setor automobilístico já começa a sentir uma melhora na situação das vendas. Segundo ele, os recursos liberados pelo Banco do Brasil para impulsionar o crédito para a compra de automóveis começam a chegar na ponta do varejo e "já se começa a sentir a retomada das vendas". Schneider, que participou da reunião de empresários com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que durante o encontro não se falou sobre medidas específicas para o setor automotivo. "Saímos da reunião com a mensagem clara de que o governo tomará medidas necessárias para a crise não afetar o Brasil", afirmou. Segundo ele, apesar da crise e da queda das vendas no quarto trimestre deste ano, 2008 será o melhor ano do setor automotivo, "com recorde de produção e de vendas no mercado interno".

Toyota prevê queda de 10% nas vendas para 2009
A Toyota Motor prevê uma queda de 10% em sua previsão de vendas para o ano fiscal 2009 em função da crise financeira mundial, segundo reportagem desta quinta-feira do jornal "Nikkei". A empresa calcula que no próximo ano sofrerá uma queda de 7,5 milhões de veículos em suas vendas no mundo todo, e prevê uma redução de 5% em 2008 em comparação com 2007. Em julho, a Toyota reduziu seu objetivo de vendas para 2008 de 8,84 milhões a 8,5 milhões de unidades. Com as vendas geradas por suas filiais Daihatsu e Hino Motors, a Toyota calcula que alcançará nove milhões de unidades vendidas este ano, e para o próximo 2009 prevê menos de 8,5 milhões, sensivelmente abaixo dos 9,37 milhões de 2007. (Efe)

Carro popular terá IPI zero até final de março, diz governo
O governo federal resolveu incluir no pacote de medidas anticrise anunciada nesta quinta-feira uma redução no IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados - sobre carros e caminhões para ajudar o setor automotivo a superar a atual crise financeira. A decisão, apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião com um grupo de empresários, terá validade até 31 de março de 2009 e custará cerca de R$ 1 bilhão aos cofres do governo federal. A principal novidade é a redução do IPI para zero no caso dos carros populares até 1.000 cilindradas - tanto movidos a álcool como gasolina. Atualmente, a alíquota para os carros populares é de 7%. Também foram reduzidas as alíquotas para veículos de 1.000 a 2.000 cilindradas a gasolina (de 13% para 6,5%) e dos veículos flex ou movidos a álcool (de 11% para 5,5%). Os veículos com motores de mais de 2.000 cilindradas terão suas alíquotas de IPI mantidas. Durante a apresentação, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que as quatro principais montadoras do país vão assumir o compromisso de repassar as reduções das alíquotas do IPI para baratear os carros e, desta forma, segurar as vendas. Também haverá o compromisso de não ocorrerem demissões.
Outras medidas - Outra medida anunciada pelo governo prevê emprestar dinheiro das reservas internacionais para empresas públicas e privadas com dívidas vencendo entre setembro de 2008 e dezembro de 2009. As empresas poderão pegar empréstimo para pagar dívidas e mais 25% para investimento. O montante exigido deverá ser de cerca de US$ 10 bilhões, disse o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Conforme Mantega, na próxima semana deverão ser anunciadas novas medidas. Para o setor habitacional, o governo prevê novos estímulos para o próximo ano. "Essas medidas não são as últimas. O momento é de ousadia e rapidez", disse Mantega. O ministro disse ainda que o governo está negociando com Santander, Bradesco e Itaú a redução do spread bancário. "Eu senti que vão reduzir", antecipou o ministro.

Venda de carros importados caem 43% em novembro
As vendas de veículos importados no país registrou queda de 43,6% em novembro na comparação com outubro deste ano, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pela Abeiva - Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores. Segundo a entidade, no mês passado foram emplacadas 1.824 unidades, contra 3.236 veículos vendidos aos consumidores finais em outubro. Apesar da variação mensal negativa, a Abeiva informa que o resultado de novembro deste ano ainda é 33,2% maior que o constatado no mesmo mês do ano passado, quando foram comercializados 1.369 veículos. Os dados representam as vendas das marcas associadas à Abeiva: BMW, Chana, CN Auto, Chrysler, Dodge, Effa Motors, Ferrari, Jeep, Kia Motors, Maserati, Pagani, Porsche, SsangYong e Suzuki.
Nos 11 primeiros meses de 2008, a comercialização de carros importados atingiu 28.026 unidades, um resultado 203,4% maior que o mesmo período do ano passado, quando foram emplacados 9.237 veículos. A previsão da entidade é que o setor feche o ano com acréscimo de 175% sobre as vendas de 2007.
No atacado, as vendas de importados tiveram uma queda menor (21,7%) com a comercialização de 2.046 unidades em novembro, contra 2.616 carros em outubro de 2008. Na comparação com o mesmo mês de 2007, novembro deste ano fechou positivo em 12,4%. "As nossas associadas estão se esforçando ao máximo para que os importadores oficiais cheguem às vendas totais em 2008, no atacado, em 32 mil unidades, como havíamos anunciado no início do segundo semestre. Para isso, todas as associadas estão mantendo seus preços inalterados", disse o presidente da Abeiva, Jörg Henning Dornbusch.


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ENERGIA & Telecomunicações


Grupo Delta entra no mercado de etanol
O grupo Delta Energia, comercializador independentes de energia elétrica, fechou este mês seu primeiro contrato para exportação de etanol, através da subsidiária Delta Trading. O produto, para uso industrial, será levado para Ulsan, costa sudeste da Coréia do Sul. O contrato, no valor de R$ 2 milhões, prevê o envio de 2 mil m² (2 milhões de litros) de etanol, com entrega prevista para este mês. O etanol, produzido por uma usina em Minas Gerais, será embarcado no Porto de Santos na próxima semana. A Delta Trading foi constituída em 2007 e iniciou as atividades exclusivamente com operações financeiras na BM&F, atualmente Bovespa/BM&F. A estratégia inicial já previa, no entanto, para o médio prazo, a consolidação das negociações com o produto físico. O Grupo Delta Energia, criado em junho de 2002, é formado pelas empresas Delta Energia (comercializadora), Delta Serviços (assessoria na administração de negócios e contratos com energia elétrica) e Delta Trading (compra e venda de etanol no mercado à vista e futuro).

BNDES libera linha de financiamento de R$ 616 milhões para a GVT
A GVT anunciou ontem a aprovação de uma nova linha de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no valor de 616 milhões de reais. O contrato é o
segundo firmado com o banco na história da GVT. Desde a abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) em fevereiro de 2007, a empresa adotou um plano de aceleração do crescimento e investiu mais de 1 bilhão de reais na ampliação da rede e no lançamento de serviços em novas áreas. A empresa planeja manter essa expansão usando os recursos provenientes do financiamento do BNDES.
A companhia espera a liberação da primeira parte do financiamento, no valor de 200 milhões de reais, antes do encerramento do ano de 2008. O restante será liberado em parcelas até o final de 2011 e será baseado nas atividades de investimentos da companhia. O contrato tem prazo total de oito anos e meio, sendo dois anos e meio de carência para a amortização do principal e com incidência de pagamentos de juros somente; e seis anos para a amortização completa do principal e incidência de juros a serem pagos mensalmente. O pagamento final do financiamento está planejado para junho de 2017.
A operação envolve dois indexadores: TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) e IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), além de "spread" (taxa de risco). A taxa de juros média da operação equivale a aproximadamente 85% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ou 11,37% ao ano, considerando a taxa atual do CDI. As garantias previstas no contrato de financiamento são baseadas exclusivamente em ativos da companhia.
Nos últimos 15 meses, a empresa lançou operações em cidades como
Belo Horizonte, Contagem e Betim (MG), e Salvador (BA). Além disso, houve ampliação da rede na área original de atuação, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul, Acre, Tocantins, Rondônia e Distrito Federal. O número de cidades atendidas, incluindo as localidades lançadas no Sudeste e Nordeste, cresceu de 62 em fevereiro de 2007 para 80 atualmente.
A receita líquida da empresa atingiu 955 milhões de reais nos primeiros três trimestres deste ano, representando alta de 34,7% se comparada ao mesmo período de 2007. Nesse período a GVT quase dobrou o volume de linhas em serviço atingindo 1,74 milhão de linhas em serviço no final de setembro de 2008.


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COMÉRCIO EXTERIOR


Suspensão de compra de suíno não deve afetar Friboi
A JBS Friboi considera que a suspensão das importações de carne suína da fábrica da Swift, nos Estados Unidos, não terá impacto no resultado da companhia. O frigorífico informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que as vendas de suínos da Swift para a Rússia não são muito relevantes. O Friboi acrescentou também que o mercado norte-americano é extremamente aquecido nesta época do ano. Ainda por meio da assessoria de imprensa, a companhia informa que não foi pega de surpresa pela decisão da Rússia, que já vinha sinalizando que poderia reduzir as importações. Os importadores russos seriam um dos mais afetados pela crise de crédito internacional, o que já está sendo refletido no fluxo comercial. O país é o maior comprador da carne suína brasileira e, em novembro, foi o que mais reduziu as suas compras do Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), os embarques brasileiros para a Rússia caíram 56,57% em volume no mês passado, em comparação ao mesmo período de 2007. Além de suspender as importações de uma fábrica da Swift nos Estados Unidos, a Rússia vai interromper as compras de suínos de outras cinco unidades norte-americanas.


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MERCADO ONLINE

Brasil é um dos 10 países do mundo com mais usuários de banda larga
O Brasil entrou para o ranking dos 10 países com o maior número de usuários
banda larga do mundo, ocupando a décima posição da lista no terceiro trimestre deste ano, informa relatório da Point Topic. Entre setembro de 2007 e setembro de 2008, 64 milhões de assinaturas de banda larga foram adicionadas globalmente. A China se tornou, no terceiro trimestre deste ano, o país com mais assinantes de banda larga no mundo, com 81 milhões de usuários. Os chineses ultrapassaram os Estados Unidos, que está em segundo lugar, com quase 79 milhões. O Brasil, novato na lista, ganhou a posição com a adição de mais de 600 mil usuários entre o segundo e o terceiro trimestre de 2008, passando a Espanha com um total de 9,1 milhões de usuários. Esta semana, a NET lançou banda larga com velocidade de 60 Mbps em São Paulo. De acordo com a Point Topic, a Rússia, México, Índia, Argentina, Vietnã, Colômbia e Grécia estão crescendo em proporções 10 vezes maiores do que o Japão, falando em banda larga. A saturação de alguns países, como o Japão ou Coréia do Sul, se dá porque há poucas casas que ainda não usam este tipo de conexão, então as adições são baixas.


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MERCADO DE TI


Em tempos de crise, BMC foca atenção nos mercados emergentes
A
crise mundial de crédito, que teve início nos Estados Unidos, vem causando estragos em muitas organizações, mas algumas empresas aproveitam o momento para vender seus produtos e colocar em prática estratégias agressivas do mercado. É o caso da BMC, que aposta fortemente em aquisições de outros negócios de tecnologia, prioriza o investimento no treinamento de suas equipes em todo o mundo e utiliza a redução de custos como um dos principais argumentos de venda de suas soluções.
Segundo Larry Vaughan, VP de operações globais da BMC, o foco da companhia voltou-se para os mercados emergentes devido ao crescimento sólido e acelerado que apresentam e ao estágio avançado de tecnologia que demonstram. “Dentre esses, o Brasil é especialmente importante por estar em um estágio mais maduro no uso de tecnologias e sistemas. As demandas vindas do País são muito complexas, ao passo que nos outros países do BRIC ainda se gasta tempo com questões elementares”, atesta. Para fazer os negócios crescerem globalmente, a organização vem adquirindo uma série de empresas com soluções que até então não eram contempladas pela BMC. “Graças à nossa última aquisição, a ITM Sofware, temos uma oferta completa de soluções de gerenciamento de negócios para empresas de todos os portes, com potencial de redução de custos”, afirma Vaughan. Nos últimos seis anos, foram adquiriras 14 companhias.
O executivo elogiou a força do mercado brasileiro e a forma como o País lida com a crise financeira e afirmou que acredita em uma rápida recuperação dos Estados Unidos. “Quando estourou a bolha do crédito, os Estados Unidos ficaram em uma situação sem precedentes, fiquei me perguntando o que seria de nós. No entanto, as medidas de governos de todo o mundo e a recuperação do mercado de ações norte-americano me deixaram muito otimista para o futuro próximo”.

Informatica Corporation tem novo gerente de canais no Brasil
A
Informatica Corporation anunciou a contratação de Valdeni Novaes para o cargo de gerente de canais da empresa no Brasil. Entre as atividades do executivo, está o aprimoramento das estratégias de negócio junto aos parceiros e a coordenação das ações conjuntas com os canais. Atualmente, a companhia possui dois distribuidores diretos credenciados, a Softtek e DTS, seis revendas. Em 2009 pretende recrutar mais um distribuidor e mais revendas, focadas em territórios específicos. Novaes atua há mais de 10 anos na área de TI, tendo trabalhado em empresas como Ascential Software, Cognos, IBM, Novabase, Perrotti Informatica e SI Brasil.

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MERCADO DE LUXO


Embora ainda seja um mercado emergente no Brasil, o setor movimenta, em média, US$ 2 bilhões por ano e está em ascendência
Um mercado que abrange apenas 0,27% da população brasileira não deveria ter grande importância na economia nacional. Porém, quando esta mínima parcela envolve consumidores com renda média familiar superior a R$ 50 mil mensais, tudo muda de figura. Embora ainda seja um mercado emergente no Brasil, o luxo movimenta, em média, US$ 2 bilhões por ano e é um setor em ascendência, com tendência de crescimento de 35% ao ano, de acordo com números do livro “Atlas da exclusão social”, da Editora Cortez.
E o crescimento não é notado apenas no Brasil. Em 2004, as principais marcas de luxo no mundo lucraram 45% a mais do que no ano anterior. “O luxo existe desde sempre, mas, no Brasil, é algo emergente. Até porque o País é muito novo em comparação a países da Europa, por exemplo. Esses países já têm o costume de estudar o luxo há muitos anos, coisa que se iniciou no Brasil há pouco tempo. Outros países já passaram pela fase de ostentação, enquanto o Brasil ainda está passando”, explica Kátia Faggiani, uma das pioneiras do estudo de bens de luxo no Brasil e coordenadora do curso de marketing de produtos de luxo, da Fundação Getúlio Vargas.
O conceito de luxo mudou. De acordo com Kátia, nos últimos anos, os ricos aumentaram seus gastos com habitação, saúde, educação e reduziram os custos com vestuário, transporte, higiene, recreação e cultura. O aumento de gastos com educação é resultado das necessidades impostas pelo mercado de trabalho. Em outras palavras, a tendência é de que o luxo deixe de ser apenas um símbolo de status social e passe a ser encarado como um sinal de desenvolvimento, evolução individual e de escolha pessoal. Assim, aumentam as associações do luxo com conscientização ecológica, segurança, diversidade cultural e paz.
O luxo moderno é muito mais do que jóias ou carrões. Luxo hoje não está ligado somente ao preço, mas também à exclusividade e à qualidade de vida, ao prazer, ao lúdico. “Luxo é uma forma de se diferenciar, ostentar é kitsh”, defende, citando o estilo Chanel como um básico luxuoso. Um simples café expresso, dependendo da procedência, pode ser tão luxuoso quanto uma bolsa da Louis Vuitton. Claro que produtos tão especiais têm, geralmente, preços elevados, mas isso não é o mais importante para o consumidor com esse perfil, que varia de pessoa para pessoa.
Há quem veja luxo na exclusividade, no bem-estar, outros só quando o produto está associado à tradição e à história, e os que assumem produtos artesanais e criativos como itens de luxo. Para todas as opções, uma mesma premissa: é preciso ter qualidade e serviços impecáveis, sem erro. “É um consumidor exigente, o tipo de cliente que se tudo correr bem, não vai notar. Mas, é um cliente que presta atenção na falha, é quase uma criança mimada, que repara até na caneta com que vai assinar o cheque”, analisa Cecília Mattoso, diretora de pós-graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing, ESPM, Rio, que também investiu na criação de um curso sobre o tema, marketing premium, com início previsto ainda para este segundo semestre.
Lojas investem para agradar o cliente
Outra regra para agradar a este consumidor, e, conseqüentemente, fazê-lo comprar mais e mais, é surpreendê-lo. “Você tem que dar ao seu cliente mais do que ele pensou, o que ele não sonhou. Você tem que dar o inesperado. O esperado, ele já tem”, diz Fátima Lomba, proprietária da exclusivíssima Novamente, com apenas duas filiais no País, ambas no Rio, uma na Barra da Tijuca e outra no centro da cidade. Uma das ferramentas que Fátima encontrou para surpreender está pendurada na arara do conceituado, e hermético, estilista Felipe Eiras. Junto com os modelitos, para evitar dúvidas e perda de tempo na hora de se vestir, Cristal, filha de Fátima, fotografou as diferentes formas de usar cada look.
Outro momento delicado é quando há um grande evento na cidade como a abertura de um festival, o lançamento de um produto ou um casamento tradicional. “Acompanhamos quem comprou o que em cada loja para ninguém chegar ao evento com a mesma roupa”, conta, ressaltando a importância da fidelização do cliente nos dias de hoje. “Se você não fidelizar o seu cliente, está morto no mercado”. Essa prática ultrapassa a barreira das paredes da loja. “É você enviar ingressos para um show na melhor mesa, por exemplo. Por mais que o cliente tenha dinheiro, geralmente, estes lugares já estão reservados”, afirma.
E acrescenta: “Assim, você proporciona um prazer que o Mastercard não compraria, que não está disponível no mercado. São sutilezas”, diz Cecília, brincando com o slogan do cartão de crédito. Mas, no ponto de vista da professora Cecília Mattoso, os serviços oferecidos para o consumidor de luxo ainda deixam muito a desejar no Brasil. “O mercado brasileiro não está preparado para atender a este consumidor. O gestor, o gerente, tem que dar mais treinamento aos funcionários, tem que entender melhor as necessidades e valores deste consumidor, que é muito exigente, presta atenção nos detalhes, e tem acesso a bons serviços do Primeiro Mundo, onde há respeito ao consumidor”, ressalta a professora Cecília Mattoso.
Consumo de luxo é recorde em São Paulo
De acordo com a professora Cecília Mattoso, a forma de atrair e agradar cada vez mais o consumidor de luxo é uma só: nada pode dar errado. É preciso que as coisas ocorram bem, sejam rápidas e encadeadas, com processo bem definido. “A pessoa que trabalha com mercado de luxo deve ser um consumidor de luxo em potencial, ter obsessão pelos detalhes. Isso nada tem a ver com dinheiro. Tem mordomo por aí que sabe mais de luxo até que as próprias pessoas da alta sociedade”.
No Brasil, São Paulo é a cidade líder em consumo de luxo, responsável por 75% deste mercado. O Rio de Janeiro, embora responda por menos da metade desta porcentagem, tem, de acordo com Cecília, mais personalidade para consumir luxo. “O Rio é ponta de linha. Busca e consegue ter um estilo próprio, tem uma leitura diferente, um certo despojamento”, elogia ela, dizendo que há muito os cariocas já aprenderam a substituir o brilho ostensivo por um jeans - milionário - da italiana Diesel, reconhecido a quilômetros por quem gosta e entende do assunto. Em terceiro lugar no ranking nacional está Brasília, com uma mentalidade mais antiga sobre mercado de luxo, ainda apostando mais na ostentação do que na personalidade dos produtos.
Saber consumir é um dos artigos mais importantes do mercado de luxo que, para não fugir à regra, não está à venda. “Você pode até usar uma peça falsa, se você já tem uma posição bem estabelecida”, garante Cecília, defendendo que a postura em relação à peça também pode funcionar de forma inversa. “Se você não sabe ler os códigos de um Versace, pode ficar over”, alerta.

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EXPEDIENTE


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