I-Press.biz Economia & Mercado | Edição 115 | Ano I

Balança comercial tem superávit de R$ 1,6 bilhão em novembro
A balança comercial brasileira registrou, nos 20 dias úteis de novembro de 2008, saldo comercial (diferença entre as exportações e as importações) positivo de US$ 1,613 bilhão (média diária de US$ 80,7 milhões). No período, as exportações somaram US$ 14,753 bilhões (média diária de US$ 737,7 milhões) e as importações US$ 13,140 bilhões (média diária de US$ 657 milhões). Desempenhos que resultaram numa corrente de comércio (soma das exportações com as importações) de US$ 27,893 bilhões. Pelo critério da média diária, o valor das exportações em novembro, ficou 5% maior que o registrado no mesmo mês do ano passado (US$ 702,6 milhões) e 12,3% menor que a performance em outubro último, quando a média diária das exportações chegou a US$ 841,5 milhões. As exportações nos meses de novembro de 2007 (20 dias úteis) e de outubro de 2008 (22 dias úteis), totalizaram US$ 14,051 bilhões e US$ 18,512 bilhões, respectivamente.No mês, as importações brasileiras cresceram 9,2% em relação à média diária apresentada em novembro de 2007 (US$ 601,6 milhões), e recuaram 16,5% na comparação com a média diária registrada no mês de outubro de 2008 (US$ 786,6 milhões). Os desembarques internacionais somaram US$ 12,031 bilhões em novembro do ano passado e US$ 17,305 bilhões em outubro de 2008. Na quarta semana de novembro (24 a 30), a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 720 milhões, resultante de exportações de U$S 2,878 bilhões (média diária de US$ 575,6 milhões) e importações de US$ 2,158 bilhões (média diária de US$ 431,6 milhões). A corrente de comércio verificada no período foi de US$ 5,036 bilhões.
De janeiro a novembro de 2008 (231 dias úteis), o saldo comercial brasileiro somou US$ 22,433 bilhões (média diária de US$ 97,1 milhões). Pela média diária, o superávit comercial ficou 38,6% menor que o registrado no mesmo período do ano passado (US$ 158,2 milhões). Foram registradas, nos 11 meses de 2008, exportações de US$ 184,125 bilhões, com média diária de US$ 797,1 milhões, um incremento de 25,2% sobre o desempenho médio diário dos embarques internacionais, no mesmo período de 2007 (US$ 636,6 milhões). Na mesma comparação de períodos, observou-se crescimento de 46,3% nas importações brasileiras que saíram de uma média diária de US$ 478,4 milhões, de janeiro a novembro de 2007, para US$ 700 milhões no mesmo período de 2008. As importações no ano somaram US$ 161,692 bilhões.

Pesquisa Focus apresenta relatório pessimista e diz que Brasil deve crescer abaixo de 3% em 2009
Os economistas ouvidos pelo Banco Central na pesquisa semanal Focus, reduziram a previsão de crescimento da economia brasileira em 2009 de 3% para 2,8%. No levantamento realizado no final da semana passada, foi mantida a previsão de crescimento do PIB - Produto Interno Bruto -, soma das riquezas produzidas, para 2008 em 5,24%. As previsões de inflação para o próximo ano subiram. A expectativa para o IPCA - Índice de Preços ao Consumidor Amplo - em 2009, que serve como meta para o BC, passou de 5,20% para 5,25%. A meta de inflação é de 4,5%, podendo chegar a 6,5% no intervalo de tolerância (teto da meta).
Para 2008, a taxa prevista caiu de 6,39% para 6,35%. A estimativa para a inflação para os próximos 12 meses passou de 5,40% para 5,44%. Em relação a outros índices de inflação, a expectativa do mercado para o IGP-DI - Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna - em 2008 caiu de 10,90% para 10,80%; o IGP-M - Índice Geral de Preços–Mercado - recuou de 10,92% para 10,55%. O IPC - Índice de Preços ao Consumidor - da Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômica - passou de 6,55% para 6,58%. Para 2009, a previsão para o IGP-DI passou de 5,75% para 5,80%. A do IGP-M subiu de 5,95% para 6%. A do IPC-Fipe ficou em 4,72%.
Juros e câmbio
Segundo a pesquisa, a previsão para o dólar no fim do ano, subiu de R$ 2,10 para R$ 2,20. Para o final de 2009, passou de R$ 2,10 para R$ 2,15. Foi mantida a previsão de que a taxa básica de juros terminará 2008 no patamar atual, de 13,75% ao ano. Para o final de 2009, a média das previsões passou de 13,31% ao ano para 13,50% ao ano.
Outros indicadores
A estimativa para o saldo da balança comercial em 2008 ficou em US$ 23,60 bilhões. Para 2009, passou de US$ 13,71 bilhões para US$ 13,66 bilhões. A expectativa para o déficit em conta corrente nesse ano ficou em US$ 30 bilhões. Para 2009, passou de US$ 30,03 bilhões para US$ 30 bilhões. Foi mantida a expectativa de investimentos estrangeiros diretos de US$ 35 bilhões em 2008 e US$ 25 bilhões em 2009. A previsão para a relação dívida/PIB caiu de 39% para 38,45% (2008) e foi mantida em 38% para 2009.

Sarkozy diz que modelo do G-8 está obsoleto
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, admitiu nesse fim de semana, que o G-8, grupo dos países ricos, “está obsoleto” e “hoje é impossível resolver a crise econômica mundial sem a China, o Brasil e outras nações emergentes”. Apesar de reconhecer o peso dos países em desenvolvimento, os países ricos, ainda hesitam em dar recursos para a luta contra a pobreza. “Se a crise financeira não for bem administrada, se tornará amanhã uma crise humanitária”, alertou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon. "Instabilidade política e tensão social, vão aumentar.” Os alertas foram feitos durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Financiamento do Desenvolvimento, nesse fim de semana, em Doha/Catar. “Achamos que o formato do G-8 foi útil há algum tempo, mas hoje é obsoleto”, disse Sarkozy. Ele ainda apelou para uma reforma das instituições de Bretton Woods, como o Banco Mundial e o FMI - Fundo Monetário Internacional. “Os países em desenvolvimento precisam ter um papel mais importante dentro do FMI.” Durante a conferência, o emir do Catar, Hamad Bin Khalifa al-Thani, alertou que os países ricos “não têm direito de ditar o que outros devem fazer”. O presidente francês foi um dos líderes que impulsionou a realização da cúpula do G-20 em Washington, há 15 dias. Mas o que era para ser a reforma do sistema financeiro internacional, apenas deu os primeiros passos para solucionar a crise. A participação dos países emergentes no Banco Mundial ou no FMI, também não foi estabelecida. Falando especialmente para ministros de países em desenvolvimento, Sarkozy defendeu uma maior representação da África no Conselho de Segurança da ONU. A reforma é debatida há 15 anos e o Brasil se apresenta como candidato.

Crise pode prejudicar atualização do Protocolo de Kyoto
Onipresente em todas as reuniões de líderes mundiais, a crise do sistema financeiro internacional será também, protagonista na Conferência de Mudanças Climáticas da ONU - Organização das Nações Unidas -, que começou ontem, em Poznan, na Polônia. A cúpula reúne as maiores autoridades em ambiente de 190 países, em busca de um consenso sobre uma proposta de atualização do Protocolo de Kyoto, em 2009. O risco é de que a crise torne mais difícil um acordo ambicioso, que permita a criação de metas de redução das emissões de gases de efeito estufa. “O aquecimento global é um problema ambiental que precisa de uma resposta econômica”, reconhece Yvo de Boer, secretário-executivo do Painel de Mudanças Climáticas das Nações Unidas.

Fracassa tentativa de acordo no Mercosul
O Mercosul não se entende sobre a adoção de uma estratégia comercial, diante da recessão que se anuncia em todo o mundo. O bloco não consegue chegar a um acordo sobre como tratar da entrada de produtos chineses, nem como lidar com o crescente volume de importação em uma época de crise. Não há posição comum nas negociações da OMC - Organização Mundial do Comércio - e a Argentina insiste em manter um quarto de seu comércio protegido. O chanceler brasileiro, Celso Amorim, defendeu ontem que o bloco e a OMC, encontrem uma solução para ajudar a indústria argentina. Mas indicou que o momento não é de endurecer posições e todos precisam mostrar flexibilidade. Amorim esteve reunido com o chanceler da Argentina, Jorge Taiana, durante viagem a Doha para encontro da ONU, ontem. Os dois tentaram aproximar as posições negociadoras, mas não há acordo, por enquanto. “Teremos de encontrar uma solução específica para a Argentina. Temos de entender que viveram uma crise e merecem atenção e respeito. O Brasil poderia também, defender um patamar de proteção pedido pela Argentina, mas isso é uma negociação”, afirmou Amorim. Buenos Aires quer manter 24% de seu comércio protegido. A proposta ainda fala de um corte de apenas 42% nas tarifas de importação. Os países ricos alertam que não aceitarão a conclusão da Rodada Doha, sem um maior acesso aos produtos industriais nos mercados dos países emergentes. Sabendo que terão de pagar algo por um acordo e por benefícios nas exportações agrícolas, Brasil e Uruguai vêm pressionando por um acordo até o fim do ano, e aceitam que terão de fazer concessões na abertura de seus mercados. Peter Allgeier, embaixador americano na OMC, chegou a confessar a outros negociadores que a Argentina estava conseguindo isolar o Mercosul na Rodada Doha. (France Presse/AFP, de Genebra)

Países da América Latina devem US$ 2,5 bi ao BNDES
O BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - informou que os pagamentos que têm a receber pela linha de crédito à exportação de bens e serviços brasileiros para a América Latina, somam hoje US$ 2,5 bilhões. Essa linha, que está tendo um contrato questionado pelo governo do Equador junto à CCI - Câmara de Comércio Internacional -, ao longo dos últimos 12 anos, desembolsou ao todo, US$ 3 bilhões, segundo o vice-presidente do BNDES, Armando Mariante. "Nunca houve uma inadimplência", afirmou Mariante. Ele observou que mesmo o Equador está adimplente e o que ocorreu, é que aquele país pediu arbitragem à CCI sobre um contrato. "O Equador não deu calote", disse. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, rebateu notícias de que Venezuela, Bolívia e Paraguai estariam ameaçando também, recorrer à arbitragem para não pagar ao banco. "Não nos consta que outros países queiram fazer isso", declarou Coutinho. Ele disse também, que há um conjunto de garantias ao BNDES nesses empréstimos, que incluem o SCE - Seguro de Crédito à Exportação - pelo FGE - Fundo de Garantia à Exportação -, do Tesouro Nacional, e também contam com o "mitigador de risco" CCR - Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos - entre os bancos centrais dos países da América Latina.

Petróleo cai quase 10% após decisão da Opep em manter produção
Os preços do petróleo caíram mais de US$ 5 nessa segunda-feira em Nova Iorque, depois da decisão da Opep -(Organização de Países Exportadores de Petróleo), no último fim de semana, de não reduzir suas cotas de produção. Na Nymex - Bolsa Mercantil de Nova Iorque -, o barril do petróleo cru para entrega em janeiro baixou 9,46% (menos US$ 5,15) em relação ao
fechamento de sexta-feira, encerrando em US$ 49,28. "O cartel anunciou durante o final de semana que esperaria mais duas semanas para decidir sobre a redução da produção. Em conseqüência houve a baixa dos preços", explicou Mike Fitzpatrick, da MF Global. A Opep tomará uma "iniciativa maior" de redução da oferta se o mercado se deteriorar, anunciou nessa segunda-feira, em Teerã, o secretário-geral do cartel, Abdalah el Badri, paralelamente a um fórum sobre petróleo e gás que acontece na capital iraniana. A Opep manteve no sábado, no Cairo, a cota de produção em 27,3 milhões de barris por dia, e abriu a porta para uma redução da oferta em 17/12, durante a reunião de Oran, na Argélia. Em setembro, a Opep solicitou a seus membros que respeitassem as cotas definidas, o que significava, na prática, um corte de produção de cerca de 500 mil barris por dia. Os 12 países da Opep concordaram em acompanhar com atenção as evoluções do mercado até a reunião da Argélia. Abdallah el-Badri foi ainda mais claro, ao afirmar depois da reunião que existe na Opep "um consenso geral sobre uma ação para reduzir a produção durante a próxima reunião". (France Presse, de Nova York)

Produção industrial brasileira acentua queda em novembro
A produção do setor industrial brasileiro teve uma queda acentuada e acelerada em novembro, ainda refletindo a crise financeira internacional. Segundo a pesquisa PMI - Índice Gerentes de Compras -, desenvolvida pela Markit Economics e divulgada nessa segunda-feira, pelo Banco Real, o desempenho do setor industrial registrou índice de 41,6 pontos em novembro, contra 45,7 pontos verificados em outubro. "Uma contração recorde na série do volume de entrada de novos negócios junto aos fabricantes brasileiros, contribuiu para a queda do PMI em novembro, refletindo vendas mais baixas, tanto para os clientes internos, quanto para os externos", informa o relatório do levantamento feito com executivos de 450 empresas.
A leitura do PMI abaixo de 50 indica queda na economia industrial, acima de 50, expansão, e equivalente a 50, ausência de mudanças. Quanto maior for a diferença do valor de 50, maior será a taxa de mudança assinalada pelo índice. O índice de novos pedidos atingiu 36,4 nesse mês, contra 42 pontos em outubro. "Os fabricantes brasileiros relataram uma queda recorde para a série do total de entrada de novos negócios durante novembro". Pelo segundo mês consecutivo, o índice de novos pedidos para exportação registrou queda, atingindo 36,9 pontos em novembro, contra 40,3 no mês anterior e 46,7 em setembro. "Quase 32% das empresas entrevistadas registraram um declínio no volume de novos pedidos vindos de clientes do exterior, em comparação a 4% que registraram um crescimento", diz a pesquisa.
A redução dos pedidos no mercado interno e externo refletiu no índice de contratação na indústria, que ficou em 44,4 em novembro, contra 48,7 no mês anterior. "A necessidade mais baixa de produção foi a razão mais comum dada pelos entrevistados para justificar essa queda". O índice de preço de bens finais, sazonalmente ajustado, caiu para 52,2 pontos em novembro (abaixo dos 56,1 de outubro). Segundo o relatório, os fabricantes brasileiros explicaram que as pressões competitivas maiores, quase sempre originadas da retração econômica mundial, os impediram de aumentar mais os preços cobrados dos clientes.
Insumos
O índice de preço de insumos atingiu 59,3 pontos em novembro, contra 67,5 registrados em outubro. "Mais de um quarto dos entrevistados relatou custos mais altos de insumos, atribuindo esse aumento, em sua maioria, às taxas de câmbio desfavoráveis e aos preços mais altos de algumas matérias-primas", afirma a pesquisa. Os estoques de insumos aumentaram em novembro em comparação com outubro, ficando com 49,6 pontos, contra 48,8 no mês anterior.


Cosan pagou US$ 715 mi por ativos da Esso no Brasil
A Cosan S.A. divulgou fato relevante no qual comunica a conclusão, ontem, da aquisição da operação da Essobras - Esso Brasileira de Petróleo Ltda. -, na operação iniciada em 23/4l desse ano, após a assinatura do contrato com a ExxonMobil International Holdings B.V.. O documento informa que foram pagos US$ 715 milhões por 100% das ações das sociedades titulares dos ativos "downstream", além da assunção de dívida de US$ 175 milhões. Em abril, o valor divulgado pelos ativos da Esso, era de US$ 826 milhões, e o da dívida atingia US$ 163 milhões, tendo como base 31/12 do ano passado. Havia ainda, um crédito líquido de US$ 35 milhões. No fato relevante, a Cosan comunica que "posicionada entre as quatro maiores distribuidoras de combustíveis do País, a Essobras possui uma rede de distribuição superior a 1.500 postos, presentes em todas as regiões do Brasil que, somados aos clientes industriais, comercializam anualmente mais de 5 bilhões de litros de etanol, gasolina e diesel e 160 milhões de metros cúbicos de GNV - gás natural veicular -, além de 127 mil metros cúbicos de lubrificantes produzidos em nossa fábrica no Rio de Janeiro". A Cosan divulgou também, que continuará a oferecer produtos das marcas Esso e Mobil, "desenvolvidos com a tecnologia mundial ExxonMobil" e "também como parte dessa aquisição, inclui-se um Centro de Serviços localizado em Curitiba, operando com os mais altos padrões de eficiência". A Essobras opera atualmente em 40 bases de distribuição de combustíveis no País que, somadas às 18 bases de distribuição do grupo Cosan, proporcionarão, segundo o conglomerado sucroalcooleiro, "uma eficiência logística sem igual no mercado brasileiro". "Com essa aquisição, a Cosan expande seu modelo de negócio, tornando-se a primeira companhia integrada de energia renovável, atuando desde o plantio da cana-de-açúcar até a distribuição e comercialização de combustíveis no varejo." A Cosan informou ainda que, apesar da atual crise financeira mundial, por meio da conclusão da aquisição, "a empresa confirma sua total confiança em nosso País".

Valor da exposição cambial cai para US$ 966 milhões
A Sadia informou ontem, que o valor da exposição líquida com contratos futuros em dólar da empresa foi reduzido para US$ 966,333 milhões. No balanço do terceiro trimestre do ano, a companhia divulgou uma exposição de US$ 2,364 bilhões. No comunicado enviado à CVM - Comissão de Valores Mobiliários -, a Sadia divulgou que seu caixa disponível continua girando em níveis de R$ 1 bilhão e as exportações no ano de 2008, ultrapassarão US$ 3 bilhões. O comunicado, assinado pelo diretor de Relações com Investidores da empresa, Welson Teixeira Junior, diz ainda, que "a Administração da Sadia continuará mantendo o mercado informado sobre as alterações das operações financeiras explicitadas acima".

Fabricantes de ferro-gusa cortam produção e demitem
Animados com os preços cada vez maiores do ferro-gusa, matéria-prima para a fabricação do aço, no mercado internacional, os produtores brasileiros passaram praticamente, todo o primeiro semestre, investindo em aumento de produção e contratando mais empregados. Fornos que estavam há anos desativados, foram religados. Em julho, o preço da tonelada do produto atingiu o patamar recorde de US$ 830. A crise econômica global que eclodiria dois meses depois, no entanto, mudou completamente a perspectiva dessas empresas.
Na semana passada, o diretor da mineradora MMX, afirmou que nada menos que 103 dos 161 fornos de ferro-gusa existentes no Brasil, estavam parados. “Nos últimos 60 dias, o mercado de ferro-gusa está congelado”, disse. A própria MMX iria paralisar ontem a operação da sua unidade de ferro-gusa em Corumbá/MS. A maior parte da produção de gusa da empresa, que chegou a 185 mil toneladas de janeiro a setembro, é destinada ao mercado externo. A retração no setor, provocada principalmente, pela queda na demanda internacional, é sentida principalmente em Minas Gerais, Estado que concentra cerca de 70% da produção nacional de gusa. Historicamente, metade da produção mineira é exportada, principalmente para os EUA. O mercado interno não é tão grande, já que as grandes siderúrgicas brasileiras produzem seu próprio gusa. “O gusa recebe o impacto no peito”, diz o presidente do Sindifer-MG - Sindicato das Indústrias de Ferro de Minas Gerais -, Paulino Cícero.
Sindicatos de cidades das regiões, central e centro-oeste do Estado estimam, em um cálculo considerado otimista, um corte de aproximadamente, 10% no total de 20 mil empregos diretos do setor. Só em Sete Lagoas - município que concentra a maior produção de ferro-gusa da América Latina, com 22 empresas instaladas -, 2,3 mil trabalhadores foram demitidos, ou mais de 40% dos 5,5 mil empregados, diretos e indiretos, das fábricas. Outros 950 estão em férias coletivas ou em licença remunerada. Embora acostumado às oscilações, o setor vive sua maior crise nos últimos dez anos, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas, Ernane Geraldo Dias. “Eu nunca tinha visto nada igual”, disse. “Dessa vez, a coisa está de parar mesmo.”
A fabricante Siderpa é um exemplo claro dessa situação. Em abril, a empresa religou um alto-forno que estava parado havia dois anos, contratou funcionários e aumentou sua produção em 8 mil toneladas por mês. Em outubro, teve de desligar o forno novamente. No pátio, aproximadamente, 16 mil toneladas do produto estavam estocadas. Normalmente, segundo o superintendente industrial da empresa, Ricardo Guedes, o estoque atinge no máximo 8 mil toneladas. De acordo com o proprietário da fábrica, Afonso Paulino, a Siderpa destina para o exterior 60% de sua produção, que foi reduzida de 220 mil toneladas/ano para 130 mil toneladas, com o desligamento de um alto-forno. EUA, Japão e países europeus são os principais mercados da empresa, que também enfrenta concorrência de fabricantes da Ucrânia, Rússia e África do Sul. (Agência Estado, de Sete Lagoas/MG)

Varejo deve crescer 9,5% no ano
No acumulado de janeiro a outubro, o varejo especializado em materiais de construção, apresenta uma alta de 9,2% nas vendas em relação ao mesmo período de 2007, e a estimativa da Anamaco - Associação Nacional de Comerciantes de Material de Construção - é de que o ano tenha vendas 9,5% acima do verificado no ano passado. Apesar de positiva, a estimativa da entidade, significa uma revisão da projeção anterior (de alta de 10,2% para 2008), por conta da tendência de acomodação que vem sendo sentida desde setembro e deve se prolongar até dezembro. No ano passado o setor faturou R$ 39,48 bilhões e deve chegar a aproximadamente, R$ 45 bilhões esse ano. Para 2009, a estimativa da entidade é de um crescimento de 8,5% no volume de vendas. De acordo com a Anamaco, as grandes redes varejistas não estão sentindo tanto a queda nas vendas quanto as pequenas e médias, que representam 98% do segmento.

Consumidor na onda dos produtos verdes
O brasileiro está cada vez mais consciente de que é preciso consumir sem prejudicar a natureza. Prova disso é que 51% já compram produtos que não agridem o meio ambiente, como reciclados, orgânicos, feitos com madeira remanejada e que possuam embalagens recicláveis, além de roupas feitas com tecidos naturais. O levantamento é da TNS InterScience e foi feito em todo o país. A tendência é nova, pois a maioria das pessoas que responderam à pesquisa começou a comprá-los nos últimos cinco anos. Há ainda 23% que pretendem comprar esses produtos. Apesar de 83% dos participantes afirmarem que pagariam mais por produtos ambientalmente corretos, 37% pagariam até 5% a mais e 36% apenas 10% a mais.

Carrefour espera crescer 15% no Natal
Com a expectativa de comercializar 12 mil toneladas de carnes e aves e 4,7 milhões de panetones nesse final de ano, o Carrefour, maior varejista do país, espera alcançar um aumento de 15% em suas vendas na temporada de Natal. Os itens de fabricação própria são uma grande aposta da empresa: no caso dos panetones, a expectativa é que 40% das vendas sejam dos produtos da varejista. Já nos eletroeletrônicos, o foco está nas categorias Informática e Vídeo, com destaque para TVs de LCD e Plasma e Notebooks.

Crise chegou ao consumo, diz Renner
As Lojas Renner já sentem uma redução nas vendas como conseqüência da crise. No cenário traçado pelo presidente da empresa, José Galló, o consumo deve se retrair ainda mais no começo de 2009. Para ele, uma melhoria no varejo só virá no segundo semestre de 2010. Para ele, os primeiros afetados foram pessoas das classes A e B, com relação mais direta no mercado financeiro. Os próximos a sentir a força da crise serão os consumidores das classes D e E, através do desemprego, que Galló espera que ganhe força em fevereiro de 2009. Para enfrentar a crise, Galló iniciou um plano focado em cortes de gastos e ganhos de produtividade, há 45 dias. Ele está negociando com fornecedores melhores condições de compra e substituindo importados. Nesse ano, 15% da matéria-prima era importada. Em 2009, a meta é de 12%. Outra reação é a redução do quadro de funcionários, mas sem demissões. Como a rotatividade é alta, é uma questão de parar de repor o pessoal que sai. A crise econômica provocou impacto até nas decisões sobre o foco da coleção. As Lojas Renner apostaram na simplificação das peças. Além da queda nas vendas, a empresa também sente a crise na escassez do crédito e na desvalorização de seus papéis na Bolsa. Sem conseguir captar, a empresa suspendeu uma negociação em curso para adquirir a rede fluminense Leader.

Meio ambiente preocupa mais que economia no Brasil
O medo que os brasileiros sentem por conta de instabilidades econômicas é menor do que outras preocupações, como as mudanças climáticas, apesar da crise global. A conclusão é do estudo Climate Monitor, do programa ambiental do HSBC, com base em 12 mil pesquisas feitas em 12 países, no segundo semestre desse ano. A violência cotidiana e a pobreza no mundo são outros temas que vêm à cabeça de brasileiros antes das preocupações com turbulências na economia global, segundo o estudo. Já nos EUA, as crises econômicas lideram a lista de preocupações. O terrorismo é outro tema que assusta os americanos. Na China e no Canadá o medo da economia, também é o maior de todos. No Reino Unido, a preocupação com a economia só perde para o receio das violências do dia-a-dia. E, na França, onde as preocupações com as crises econômicas e com as mudanças climáticas também são altas, o maior receio é com a pobreza no mundo.


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ESPECIAL – Santa Catarina


Fiesc pede que indústrias afetadas pelas chuvas não demitam funcionários
A Fiesc - Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - montou uma corrente de solidariedade, que vai buscar alternativas para minimizar o prejuízo de quase R$ 500 milhões da indústria afetada pela chuva no Estado. Os sindicatos patronais filiados, conforme o presidente da Fiesc, Alcântaro Corrêa, estão pedindo para que empresários da região ajudem a evitar a evasão de profissionais capacitados para outras regiões, não demitindo nenhum trabalhador, e criaram um compromisso de garantia de emprego. A entidade montou ainda, duas contas bancárias para doações. Em uma delas, o banco privado, que opera a conta, depositou R$ 100 mil reais como doação.
A Fiesc promete a aquisição de terrenos para a construção de vilas e em ajudar os pequenos empresários afetados pela chuva. Segundo Corrêa, já foram comprados computadores e máquinas de costura para autônomos, e pequenas empresas, para que não perdessem mais tempo parados. Apesar dos problemas e dos prejuízos causados pela chuva, a Fiesc informou que poucas indústrias foram afetadas diretamente.
O caos na região fez com que as indústrias do Vale do Itajaí não abrissem na semana passada por falta de mão-de-obra, já que as pessoas não conseguiam ir até seus empregos, devido às barreiras e alagamentos. Somente o fechamento por uma semana, dessas empresas representam um prejuízo de R$ 385 milhões à economia do Estado. Além do Vale do Itajaí, as indústrias no sul do Estado, também já sofrem indiretamente com os impactos das chuvas. As indústrias cerâmicas da região pararam pela falta de fornecimento de gás natural, por causa do rompimento de um dos dutos de distribuição na cidade de Gaspar. Estuda-se a possibilidade de férias coletivas no setor. (Folha Online, de Santa Catarina)




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MERCADO de Ações & Futuros

(Informações: Dow Jones, Bovespa, Reuters e AFP)

Pessimismo com economia global derruba Bovespa, que fecha em baixa de 5%
Os investidores deixaram de lado o bom humor com o pacote bilionário dos EUA, e não resistiram à deterioração das expectativas sobre a economia global nessa segunda-feira. Além de números bastante ruins no Japão, Europa e EUA, os participantes do mercado financeiro, ainda viram um pessimismo maior sobre a economia brasileira. O câmbio refletiu esse nervosismo e bateu R$ 2,32. Ontem, o respeitado instituto americano
Nber - Escritório Nacional de Pesquisa Econômica -, apontou que a recessão na economia americana teve início em dezembro do ano passado, entre as piores notícias do dia. A declaração de Ben Bernanke, presidente do banco central americano, de que "novas reduções das taxas são certamente factíveis", trouxe pouco alívio para o mercado financeiro.


- O termômetro da Bolsa,

o Ibovespa, cedeu 5,07% no fechamento e atingiu os 34.740 pontos.
- O giro financeiro continua a mostrar o nível alto de aversão ao risco predominante no mercado, com volume de apenas R$ 2,73 bilhões.


Análise - Até o pregão do dia 26/11, a Bovespa acumula um saldo negativo de R$ 1,36 bilhão em investimentos estrangeiros (vendas de ações superiores às compras), o que representa o sexto mês consecutivo de perdas. Os investidores não-residentes representam mais de um terço dos negócios feitos mensalmente na Bolsa brasileira. Analistas lembram que, sem dinheiro de fora, a Bolsa tem poucas chances de recuperação consistente. Em mundo com menores perspectivas de crescimento, os preços das commodities (matérias-primas) sofrem os maiores impactos, principalmente, o petróleo, que voltou a ser cotado abaixo de US$ 50 na segunda-feira.

As ações mais negociadas da Bolsa, Vale e Petrobras, receberam diretamente o baque nas commodities: o ativo da mineradora perdeu 6,60%, enquanto a ação preferencial da petrolífera recuou 8,27%.
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O dólar comercial foi cotado a R$ 2,320 na venda, o que representa um avanço de 0,21% sobre a cotação de sexta-feira. A taxa de risco-país
marca 528 pontos, número 3,73% acima da pontuação anterior.




Bolsa de NY cai 7,7% com anúncio oficial de recessão dos EUA
A Bolsa de Nova Iorque interrompeu uma seqüência de cinco sessões em alta e despencou nessa segunda-feira, ao final de um pregão marcado pelo
anúncio oficial de recessão nos EUA.


- ODJIA - Dow Jones Industrial Average -, principal índice da Bolsa de NY, recuou 7,7%, para 8.149,09 pontos.
- O Nasdaq cedeu ainda mais: 8,95%, para 1.398,07 pontos.
- O índice ampliado Standard & Poor's 500 caiu 8,93%, a 816,21 pontos.

Análise - "Os dados econômicos parecem mostrar que a economia vai de mal a pior. A preocupação geral é que a recessão seja mais severa" que o esperado, disse Owen Fitzpatrick, do Deutsche Bank.
Segundo informou ontem, o Nber - Escritório Nacional de Pesquisa Econômica -, a recessão na economia americana teve início em dezembro do ano passado. O Nber é um dos principais institutos de economia dos EUA e responsável por avaliar quando o país está oficialmente em recessão ou não, e quando essa acabou.


"O comitê determinou que um pico na economia dos EUA, ocorreu em dezembro de 2007. O pico marcou o fim do ciclo de expansão começado em novembro de 2001 e o início da recessão", informou em comunicado. Segundo a nota, o período de expansão durou 73 meses. O período anterior de expansão, nos anos 90, durou 120 meses. Alguns analistas, ainda dizem que o atual declínio na economia dos EUA vai persistir até meados de 2009, e será o mais severo desde a recessão no início dos anos 80, segundo a agência de notícias Associated Press.



Bolsas européias fecham com perdas entre bancos e indicadores negativos
As Bolsas européias tiveram quedas acentuadas nessa segunda-feira. O desempenho fraco das ações do setor bancário, e os dados econômicos preocupantes, afetaram a disposição dos investidores para os negócios de ontem.

- A Bolsa de Londres fechou em baixa de 5,82% no índice FTSE 100, indo para 4.038,45 pontos.
- A Bolsa de Paris caiu 5,59% no índice CAC 40, indo para 3.080,42 pontos.
- A Bolsa de Frankfurt caiu 5,88% no índice DAX, operando com 4.394,79 pontos.
- A Bolsa de Amsterdã teve baixa de 6,75% no índice AEX General, que ficou com 235,50 pontos.
- A Bolsa de Zurique fechou em baixa de 4,97%, com 5.527,58 pontos no índice Swiss Market.
- A Bolsa de Milão teve queda de 5,36% no índice MIBTel, que ficou com 14.692 pontos.


Análise 1 - Ontem, o instituto de pesquisa Markit divulgou o PMI, índice que mede a atividade de gerentes de compras, referente a outubro; o indicador mostrou uma queda de 41,1 pontos em setembro para 35,6 pontos no mês seguinte. Ontem também, foram divulgados indicadores pouco favoráveis sobre as vendas no varejo na Alemanha: em outubro, as vendas tiveram queda de 1,6%. Os papéis do setor bancário tiveram desempenho negativo, com destaque para as perdas do BNP Paribas, do Société Générale, Credit Agricole e UBS. Além disso, o banco público regional da Baviera (sul da Alemanha),
BayernLB, em grande dificuldade financeira, anunciou nessa segunda-feira, que demitirá 5.600 de seus 19.200 funcionários, até 2013 - ou seja, cerca de 29% de seu pessoal. A medida pretende economizar para o banco 670 milhões de euros (US$ 846 milhões) de gastos nos próximos cinco anos, segundo um comunicado.

Análise 2 - Ontem também, o banco britânico HSBC anunciou que vai demitir 500 trabalhadores no Reino Unido. Segundo o diretor-gerente da instituição, Paul Thurston, a medida se justifica "pela necessidade de reavaliar o negócio e assegurar eficiência operacional". "Nos últimos dois meses, avaliamos com reservas nossa situação, concentrando-nos em evitar a duplicação de tarefas, conduzir os custos e dedicar recursos às áreas que oferecem potencial de crescimento."

As Bolsas européias fecharam antes do Nber - Escritório Nacional de Pesquisa Econômica -, anunciar que a recessão na economia americana teve início em dezembro do ano passado. "O comitê determinou que um pico na economia dos EUA, ocorreu em dezembro de 2007. O pico marcou o fim do ciclo de expansão começado em novembro de 2001 e o início da recessão", diz o instituto, em um comunicado.



Confirmação de recessão nos EUA derruba Bolsas na Ásia
A Bolsas da Ásia fecharam em queda nesta terça-feira, após a confirmação de
recessão nos Estados Unidos. Nesta segunda-feira, o Escritório Nacional de Pesquisa Econômica (Nber, em inglês) declarou que o país desacelera desde o ano passado. A notícia voltou a preocupar os investidores na região Ásia-Pacífico. "Uma notícia sobre uma economia enfraquecida derruba os mercados", afirmou Yutaka Miura, estrategista da Shinko Securities no Japão. "Os investidores vêm se tornando cada vez mais pessimistas sobre o estado da economia global." A notícia derrubou os mercados nos EUA, Brasil e na Europa ontem.

- Bolsa de Tóquio (Japão) caiu 6,35%. Hong Kong operava com perdas de 4,94% perto do fim do dia. - A Bolsa da Austrália retraiu 4,02%.
- A Bolsa da Coréia do Sul afundou 3,35%.
- O mercado da China recuou 0,43%.



Análise 1 - O Nber, entidade encarregada de fixar uma data para o início e o fim das contrações econômicas, concluiu que os Estados Unidos entraram em recessão em dezembro de 2007. "O comitê determinou que a diminuição na atividade econômica em 2008 cumpre a norma para uma recessão", ressaltou o grupo. Neste ano, os EUA não tiveram dois trimestres sucessivos de contração econômica, que é o parâmetro usual para dizer que o país está em recessão, mas o Nber afirmou que a piora do emprego e os dados ambíguos sobre a produção justificam a decisão. O Nber, composto por economistas independentes de prestígio, descreve uma recessão como um período no qual o crescimento econômico perde força, os negócios deixam de crescer, o emprego cai, o desemprego aumenta e diminuem os preços dos imóveis.

Análise 2 - O secretário do Tesouro, Henry Paulson,

tentou amenizar a notícia negativa e informou que o governo cogita lançar novas medidas para estabilizar os mercados, injetar liquidez e reduzir os despejos de inquilinos. "Quando estes programas estiverem prontos para serem aplicados, trataremos deles com o Congresso e a próxima Administração", disse Paulson em discurso em Washington. Em uma entrevista à rede de televisão ABC, que será exibida hoje, Bush disse "lamentar" a crise e afirmou "quando a história deste período for escrita, as pessoas se darão conta de que muitas das decisões tomadas em Wall Street foram adotadas ao longo de uma década". Bush está há oito anos no governo.


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ÍNDICES ECONÔMICOS

- O IPC-S de 30 de novembro de 2008 apresentou variação de 0,56%, taxa 0,01 ponto percentual abaixo da apurada com base na coleta encerrada em 22/11. Essa foi a maior taxa, referente à quarta semana, registrada no segundo semestre de 2008.

- O ICI - Índice de Confiança da Indústria
- da Fundação Getulio Vargas reduziu-se em 19,4%% entre outubro e novembro de 2008, ao passar de 104,4 para 84,1 pontos, o nível mais baixo desde julho de 2003, considerando dados com ajuste sazonal.



Alimentos pressionam menos, mas cesta básica sobe em 11 de 17 capitais
O custo da cesta básica subiu em 11 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - em novembro, segundo estudo divulgado nessa segunda-feira. Os preços dos alimentos mantiveram a pressão, mas com menor intensidade que
em outubro.
As elevações de preços mais significativas ocorreram em Vitória (5,90%) e Recife (3,44%). Em sentido contrário, as quedas mais fortes foram em João Pessoa (-1,40%) e Florianópolis (-0,79%).
Apesar de uma pequena retração (de -0,34%), Porto Alegre continuou com o maior valor no custo da cesta para os gêneros essenciais, a R$ 239, muito próximo ao verificado para São Paulo, de R$ 238,66. Curitiba apresentou o terceiro maior custo, com R$ 228. Os menores valores foram apurados em João Pessoa (R$ 174,83) e Recife (R$ 175,22).
Segundo o Dieese, em novembro, o salário mínimo necessário para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família (com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência) deveria ser R$ 2.007,84, o que corresponde a 4,83 vezes o mínimo em vigor (R$ 415). Em outubro, o valor necessário era de R$ 2.014,73 e em novembro do ano passado, de R$ 1.726,24 (4,54 vezes o piso de então, de R$ 380).
Entre janeiro e novembro, somente Belém (4,46%), Aracaju (4,81%) e Goiânia (9,07%) registraram variação acumulada inferior a 10,0%. Os maiores aumentos ocorreram em Curitiba (21,78%), Vitória (19,34%), Florianópolis (18,77%), e Fortaleza (18,37%).
Apesar do predomínio de alta nos preços dos itens que compõem a cesta básica, em novembro, os aumentos foram menos generalizados e intensos que em outubro, conforme o Dieese. Na comparação anual, no entanto, os aumentos são generalizados. Carne, arroz, pão, tomate e óleo de soja subiram, em 12 meses, nas 16 capitais para as quais existem informações, segundo a instituição.
A carne bovina, por exemplo, teve aumento em 14 das 17 capitais pesquisadas, com destaque para Fortaleza (11,27%), Vitória (11,00%) e Brasília (10,22%). Houve redução em Natal (-2,96%), Porto Alegre (-3,23%) e Florianópolis (-3,30%).
Entre os produtos com predomínio de queda, a banana é o principal destaque, com retração em 14 cidades - como Brasília (-16,97%), Vitória (-10,65%), Manaus (-8,30%) e Florianópolis (-8,11%).




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MERCADO FINANCEIRO

Com aperto no crédito, bancos iniciam demissões
Um dos segmentos que mais contrataram em 2007, o setor bancário desponta agora, como um dos primeiros a demitir por conta da expansão menor no crédito e da desaceleração global. As demissões chegaram com força aos bancos pequenos, os mais prejudicados com o empoçamento do crédito, mas atingem também, executivos da área de investimentos.
Com dificuldade para captar dinheiro no mercado interno e emprestar, bancos pequenos já demitiram ao menos 890 pessoas, segundo os sindicatos. A maior parte aconteceu na "força de venda", com os chamados "pastinhas" - agentes de crédito contratados ou terceirizados (não são bancários) que vão ao consumidor oferecer empréstimos. Nesses bancos, os cortes passam de 10% do total de funcionários, dizem os sindicatos. Outro setor que demitiu foi o de bancos de investimento. Responsável pelo boom de aberturas de capital em 2007, o setor reduziu parte das estruturas criadas que trabalharam pouco nesse ano. Com a crise, esses profissionais foram deslocados para negócios como fusões e aquisições.
A necessidade de cortes desses executivos costuma ser mitigada por uma redução drástica nos salários. Mais da metade dos ganhos anuais desses profissionais ocorre por bonificação vinculada a participações e metas. Como o movimento foi fraco, a expectativa é que os bônus sejam magros em 2009.
Entre os bancos de investimento, foram registrados cortes de mais 500 profissionais em São Paulo e no Rio, no UBS Pactual, no Crédit Suisse, no Citibank, no Itaú BBA, no Goldman Sachs, no BNP, no Société Générale, no Merrill Lynch e no JPMorgan.
Em alguns desses bancos, as demissões chegaram a até 25% dos executivos, quase todos profissionais com pós-graduação e salários elevados. Nenhum desses bancos negou as demissões, mas também, não confirmou o número nem quis comentar o assunto. Nesses bancos, só foram preservadas as equipes que cuidam da gestão de fortunas, responsável pela captação de recursos. Equipes do Crédit e do UBS foram até reforçadas.
Somam-se a isso os esforços de bancos como Santander e Real, que iniciaram em agosto a fusão de suas operações e buscam ganhos de sinergia. Em 2009, o movimento chega ao Itaú e ao Unibanco. O Santander/Real, nega que tenha demitido por conta da crise e diz que pretende contratar em 2009. A maioria dos desligamentos decorre de sobreposições.
O Santander não revela o número de cortes, mas o Sindicado dos Bancários de São Paulo (CUT) confirma o desligamento de 20 pessoas na Aymoré, uma das mais atuantes em financiamento de veículos.
O HSBC fechou um centro administrativo no Rio com 200 pessoas. Segundo o banco, metade desses funcionários foi aproveitada em São Paulo e em Curitiba. Os bancários dizem que ocorrem outras 60 demissões no HSBC em São Paulo.
Já o Bradesco decidiu fazer uma reestruturação na tesouraria do BBI, seu banco de investimento. Com a saída de um diretor, o banco deslocou o resto da equipe de investimento da Avenida Paulista, para a tesouraria do varejo em Osasco. A vaga do diretor foi fechada.
Itaú e Unibanco dizem que não fizeram demissões significativas, além da rotatividade usual. Já o Citibank avalia como reduzir a folha de pagamento no país, seguindo orientação da matriz de demitir 52 mil e cortar 20% dos gastos.
Para Luiz Claudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de SP, as atuais demissões não sinalizam um corte estrutural, mas uma redução de funcionários ligados ao crédito. O sindicato foi a Brasília reivindicar que a venda de carteiras de crédito para bancos públicos, tenha uma contrapartida para manter empregos. "Como não gera novos créditos, o banco que vende a carteira para o BB e a Caixa, demite. A demissão começou entre os bancos pequenos e agora está chegando aos bancos grandes."
Segundo Magnus Apostólico, diretor da Febraban, as demissões até agora, estão dentro da rotatividade normal. "A Febraban não tem notícia de desligamentos em massa."


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AGRONEGÓCIOS


Commodities agrícolas
Venda especulativa. Os contratos futuros de suco de laranja fecharam em queda na sexta-feira, na bolsa de Nova Iorque, pressionados por vendas especulativas, a fraqueza no segmento de commodities e um dólar mais firme. No pregão mais curto, após o feriado de Ação de Graças, os contratos de março recuaram 255 pontos a 78,80 centavos de dólar por libra-peso. A falta de notícias altistas e o pequeno volume de negócios pressionaram, segundo analistas ouvidos pela Dow Jones Newswires. Perdas no mercado de petróleo, também estimularam vendas especulativas, inclusive no suco, produto que já está pressionado pela demanda fraca e estoques elevados. Conforme o Cepea/Esalq, o preço da caixa de laranja destinada à indústria fechou em R$ 8,17, na sexta-feira.

Ribeirão Preto ganha Centro de Convenções para Cana
Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo inaugurou, na tarde de sexta-feira, 28/11, em Ribeirão Preto/SP, o primeiro Centro de Convenções para Cana-de-Açúcar do Estado. A reforma do prédio de 700 m², que fica na fazenda de 800 hectares, onde há 15 anos é realizada a Agrishow, custou R$ 800 mil. O Centro de Cana tem capacidade para 380 pessoas. Possui uma sala principal de reuniões e outras duas anexas com circuito interno para transmissões audiovisuais e tradução simultânea. A idéia de criar um centro de eventos para o setor surgiu em 2006 e também, mobilizou pesquisadores, usinas e cooperativas. O Secretário da Agricultura, João Sampaio, inaugurou o centro ao lado do deputado federal Duarte Nogueira, do prefeito de Ribeirão Preto, Welson Gasparini, da deputada estadual e prefeita eleita de Ribeirão, Dárcy Vera, além de empresários do setor sucroenergético da região. Na oportunidade, o IAC - Instituto Agronômico -, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, lançou o livro Cana-de-açúcar. A publicação de 882 páginas, impressa em papel Couchê, colorida e ilustrada com fotos e gráficos, apresenta os dados mais atualizados sobre a cultura. “A última publicação que abordou a cultura de forma completa, foi lançada em 1987. Nesses 21 anos, muito se fez pela cana-de-açúcar, de modo que era necessária uma obra atual para tratar de uma das principais culturas do agronegócio brasileiro”, diz o pesquisador do IAC, Marcos Guimarães de Andrade Landell.




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SETOR AUTOMOTIVO


Volvo anuncia demissões na fábrica de Curitiba
A Volvo do Brasil anunciou ontem, a demissão de 180 funcionários que trabalham na unidade instalada em Curitiba. Além disso, 250 funcionários temporários não terão seus contratos renovados. No total, portanto, o corte soma 430 trabalhadores. Mesmo assim, a Volvo destacou que o saldo de empregos mantém-se positivo, se comparado com dezembro do ano passado, quando tinha 2.393 funcionários. Depois das demissões, 2.410 pessoas continuam trabalhando na fábrica, em que são produzidos caminhões e ônibus.
Na sexta-feira, a empresa já tinha anunciado a demissão de 102 dos 700 funcionários da unidade de Pederneiras/SP, que produz equipamentos para obras e construção civil. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, as demissões anunciadas ontem, resultam do desaquecimento do mercado de caminhões, tanto internamente, quanto os destinados à exportação, particularmente a Europa, onde a previsão é de que as quedas nas compras não cessem no próximo ano.
Com as demissões, a Volvo acaba com o segundo turno de caminhões na fábrica curitibana, criado no fim do primeiro semestre, e que exigiu a contratação da mão-de-obra temporária, e reduz de três para dois turnos o trabalho na área de cabines. As contratações temporárias visavam atender à demanda em alta. Com as demissões, a produção cai de 77 para 54 caminhões pesados e semipesados, por dia. A produção de ônibus não terá alteração, mantendo-se a fabricação de sete unidades, diariamente.
Além das demissões, a empresa anunciou também, ampliação das férias coletivas. Os trabalhadores do setor de blocos e motores ampliam o período de parada de 20 para 50 dias, os de produção de caminhões pesados aumentam de 20 para 30 dias e os que atuam na fabricação dos caminhões médios, passam de dez para 20 dias. Um grupo de trabalhadores entra em férias no dia 8/12 e outro, no dia 19/12.
O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Nelson Silva de Souza, disse que a não renovação dos contratos dos temporários, foi uma atitude normal da empresa, em razão da crise mundial. Mas a demissão de funcionários efetivos está preocupando a entidade, pois pode levar a que outras empresas da cadeia automotiva, tomem a mesma atitude. "O temor é de como ficará se não houver aquecimento do mercado depois do primeiro trimestre de 2009", afirmou. (Agência Estado, de Curitiba)

Vendas de veículos novos caem 27,3% em novembro no Japão
As vendas de veículos novos em novembro, no Japão, caíram 27,3% com relação ao mesmo mês do ano anterior e chegaram ao menor nível em 39 anos, segundo a Associação do Japão de Distribuidores de Veículos. Em novembro foram vendidos no Japão 215.783 veículos novos. As vendas de carros de passeio caíram 27,9% para 186.554 unidades, enquanto foram vendidos 28.338 caminhões, 23,8% menos em termos anualizados.
Uma das marcas japonesas mais afetadas foi a Mitsubishi Motors, cujas vendas de veículos caíram em novembro 45,5% em relação ao ano passado. A Toyota viu como suas vendas caíram 21,7% no mês passado; as da Honda, segundo fabricante do Japão, caíram 21,6%; e as da Nissan, o terceiro fabricante do país, caíram 29,5%. Os dados mostram como a indústria automobilística japonesa, uma dos mais fortes do país, começa a sofrer as conseqüências da crise. Enquanto nos 11 primeiros meses do ano, a redução nas vendas foi de 5,3%, em novembro a queda disparou para 27,3%.
Durante 2007 a venda de veículos novos no Japão caiu 7,6% em termos anualizados para 3,43 milhões de unidades. Nas últimas semanas alguns dos principais fabricantes de veículos japoneses, como Nissan, Mazda, Suzuki e Isuzu, começaram a anunciar que vão cortar trabalhadores temporários ou em tempo parcial, tendo em vista seus planos de reduzir a produção no Japão. Por enquanto se limitaram a não renovar os contratos que expiraram e a paralisar as novas contratações, mas, segundo apontam as previsões de mercado, se o panorama econômico piorar, começarão cogitar a demissão de trabalhadores a médio prazo. (Agência Efe)




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ENERGIA & Telecomunicações


Empresas não estão prontas para regras de call centers
Apesar dos quatro meses para adaptação, muitas empresas não responderam às consultas realizadas no último mês, pelos órgãos de proteção ao consumidor, os Procons, para saber o grau de preparação delas à entrada em vigor do decreto sobre o novo funcionamento dos call centers, que entrou em vigor ontem. As regras foram fixadas pela Presidência da República, em agosto, e disciplinam o atendimento dos serviços telefônicos, na tentativa de acabar com o tormento dos consumidores. “Muitas empresas não estão preparadas”, informou a coordenadora do Procon de Brasília, Ildecer Amorim. Na capital federal, o Procon enviou as questões para 43 empresas e apenas 12 responderam. “Entendo que só se justifica não terem respondido os ofícios àquelas que não estão preparadas”, completou. O Procon de São Paulo, também partilha do ceticismo. A diretora de Programas Especiais do Procon-SP, Andréa Sanchez, disse que, das 68 empresas selecionadas para as consultas, 18 não retornaram. Segundo ela, os sinais de que nem todas as empresas estão preparadas, reforçam a necessidade da fiscalização por parte dos órgãos, mas principalmente, do próprio consumidor. “Não estaremos em todos os lugares e, por isso, as denúncias dos consumidores serão fundamentais”, afirmou.
As empresas que descumprirem o decreto estão sujeitas ao pagamento de multas, que podem chegar a R$ 3 milhões, segundo o CDC - Código de Defesa do Consumidor. Para afiar a fiscalização, os agentes dos Procons fizeram cursos sobre as novas regras nos últimos meses. “Haverá também, adaptação de nossa parte”, comentou a coordenadora do Procon de Belo Horizonte/MG, Stael Riani. Uma estratégia comum de fiscalização dos Procons será a realização de ligações telefônicas pelos fiscais, se passando por consumidores, até nas madrugadas, para checar o atendimento. Uma das exigências é que os call centers funcionem 24 horas.

Ancine vai investir R$ 74 milhões na produção de filmes
A Ancine - Agência Nacional de Cinema - anuncia nessa quinta-feira, os primeiros editais do Fundo Setorial do Audiovisual, criado há dois anos, e que destinarão a quantia recorde de R$ 74 milhões para projetos cinematográficos em 2009. Paradoxalmente, malgrado os investimentos, o cinema nacional vive um momento de queda de público. Em julho, o último dado oficial divulgado, mostrava uma participação do cinema nacional no público exibidor de cerca de 6,9% (diante de uma média, no período da retomada, entre 10% a 15%). “É muito expressivo o investimento. Nunca houve, em nenhum governo, federal, municipal ou estadual, um montante como esse sendo investido no cinema”, disse Manoel Rangel, presidente da Ancine, na sexta, 28/11. Para se ter uma idéia, duas das maiores empresas nacionais a investirem em cinema, o BNDES e a Petrobras, destinaram esse ano para o setor, respectivamente R$ 12 milhões e R$ 26 milhões.
Em 2007, o cinema nacional teve 10 milhões de espectadores no ano, diante de 16 milhões em 2004. Mas o presidente da Ancine rebateu a tese de que o público do cinema brasileiro enfrenta momento de queda. Disse que o market share (participação do público nacional no total da bilheteria de cinemas) subiu para 9,4% em outubro e que o monitoramento da Ancine, mostra que está em crescimento e o ano deve fechar em “10%, 10,5% ou 11%”.
Os editais a serem anunciados nessa quinta-feira, os quatro primeiros, prevêem investimentos em produção para cinema; produção para TV aberta e TV por assinatura; aquisição de direitos de distribuição de obras cinematográficas brasileiras de produção independente e, comercialização de longas-metragens para salas de cinema. Segundo Rangel, a chegada de um fundo direto de investimento não quer dizer que se vá abrir mão do mecanismo de renúncia fiscal, o motor da Lei do Audiovisual. “Nosso projeto não é substituir, é compartilhar o fundo com a renúncia fiscal.”
O Fundo Setorial do Audiovisual destina recursos para estímulo à atividade audiovisual. Foi criado em 2006 (lei 11.437) e regulamentado no ano passado, e sua verba provém da taxação da indústria cinematográfica (a taxa Codecine), da atividade econômica do setor e do Fistel - Fundo de Fiscalizações das Telecomunicações. (Agência Estado)





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COMÉRCIO EXTERIOR

Meta de exportação para o ano pode não ser atingida
O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, afirmou ontem, que a meta de exportações para 2008 de US$ 202 bilhões, pode não ser atingida, em razão dos efeitos da crise internacional e outros fatores não esperados, como a paralisação das operações no Porto de Itajaí, em Santa Catarina. "Ainda esperamos que haja um bom desempenho para esse ano. Eu acredito que vai chegar a US$ 200 bilhões", disse, em entrevista coletiva à imprensa sobre os dados da balança comercial de novembro.
Barral afirmou que o principal fator para não atingir a meta, é a queda do preço do barril de petróleo. Segundo ele, só em novembro houve uma redução de 35% na cotação, em relação a outubro. Além disso, o secretário informou que a previsão da Secretaria Especial de Portos é de que as operações no Porto de Itajaí, só voltem a funcionar com 50% da capacidade dentro de 30 ou 60 dias. O secretário disse que tanto exportações como importações, em novembro, registraram valores menores do que os projetados pelo ministério.
O governo calculava exportações de US$ 16,493 bilhões, valor acima do registrado efetivamente, de US$ 14,753 bilhões. Ele informou que essa diferença de US$ 1,740 bilhão, resulta dos efeitos da paralisação do Porto de Itajaí e queda nos embarques em Paranaguá e São Francisco do Sul (US$ 370 milhões); da queda no preço do petróleo (US$ 600 milhões); da redução no embarque de minério de ferro, principalmente para a China (US$ 490 milhões); e da diminuição de outras exportações, como autopeças, siderúrgicos e motores de veículos (US$ 280 milhões). O secretário estima que o preço do petróleo, deve ser responsável por uma redução nas exportações do produto em dezembro, entre US$ 600 milhões e US$ 1 bilhão.
Do lado das importações, o governo calculava atingir em novembro US$ 17,305 bilhões, mas a balança comercial registrou compras de US$ 13,140 bilhões. As causas principais para essa diferença de US$ 4,165 bilhões a menos, são: redução nas importações de petróleo e combustíveis, por causa do preço e da quantidade embarcada (US$ 1,497 bilhão); diminuição nas compras de matérias-primas intermediárias (US$ 1,634 bilhão); queda nas aquisições de bens de capital (US$ 695 milhões) e de bens de consumo (US$ 285 milhões); além da paralisação dos portos de Itajaí, Paranaguá e São Francisco (US$ 170 milhões).
Dólar
Barral avaliou que a instabilidade na cotação do dólar tem afetado as importações e as exportações. Segundo ele, as compras no mercado internacional estão sendo reduzidas, porque há um medo do importador em relação ao valor que terá de pagar pelos produtos encomendados e nas vendas externas, disse o secretário.
Recordes
Barral disse ainda, que apesar dos efeitos da crise e do dólar na balança comercial, as exportações e as importações foram recorde para meses de novembro, totalizando US$ 14,753 bilhões e US$ 13,140 bilhões, respectivamente. Segundo os dados apresentados pelo secretário, as exportações de produtos básicos cresceram 21,1% em relação a novembro de 2007, mas tiveram uma queda de 20,7%, na comparação com outubro desse ano. Segundo ele, essa redução em relação ao mês anterior deve-se à queda nos preços das commodities (matérias-primas), principalmente de petróleo, ferro-gusa e semimanufaturados de ferro e aço.
Já os produtos industrializados, registraram uma queda nas vendas externas de 2,2%, em relação a novembro de 2007 e de 5,3%, em relação a outubro de 2008. Barral afirmou que, embora a maior parte das commodities tenha sofrido redução nos preços em relação a outubro, boa parte, ainda está em patamar mais elevado do que em novembro de 2007. É o caso, por exemplo, dos preços de minério de ferro, que estão 99,5% mais caros do que em novembro em 2007. O secretário, no entanto, admitiu que a tendência de queda nos preços das commodities, ainda não se estancou. Ele acredita que a intensidade dessa queda está diretamente ligada à extensão da crise.
Do lado das importações, as compras de bem de capital, matérias-primas e intermediários e bens de consumo, registraram crescimento na comparação com novembro de 2007, mas tiveram uma queda elevada em relação a outubro de 2008. Segundo o secretário, essa redução se deve, principalmente, à desvalorização do real. No caso de bens de capital, houve uma queda de 12,3% que, segundo Barral, pode ser explicado pelo aumento do custo das máquinas importadas.

País deixou de exportar US$ 370 milhões devido às chuvas em SC
O Ministério do Desenvolvimento estimou em US$ 370 milhões as perdas no mês passado, com os embarques não realizados nos principais portos de Santa Catarina - Itajaí e Navegantes - no mês de novembro. No início de novembro, antes das fortes chuvas que atingiram o Estado, as exportações diárias na região eram de US$ 31 milhões. Agora, estão paralisadas. Os problemas em Santa Catarina, também causaram uma redução de US$ 170 milhões nas compras brasileiras. Com isso, a corrente de comércio prejudicada pelas chuvas no Estado, atingiu US$ 540 milhões no último mês.
Os portos de Itajaí e Navegantes são responsáveis por quase 4% das exportações brasileiras. Os principais produtos exportados nesses portos são: carne de frango e de suíno, fumo em folha, motores, móveis e tratores. As maiores empresas exportadoras no Estado são, pela ordem: Seara Alimentos, Whirlpool, WEG, Sadia, Perdigão e Souza Cruz. Parte das exportações que sairiam da região está sendo deslocada para São Francisco do Sul/SC, Paranaguá/PR e Santos/SP. Há, no entanto, o problema de escoamento da produção pelas estradas do Estado, que também estão interditadas em vários pontos. Além da destruição de parte do porto de Itajaí, há o problema do assoreamento do rio de mesmo nome. Nesse caso, fica prejudicado também, o movimento de cargas até o porto de Navegantes, que fica do outro lado do mesmo rio.
O governo federal já liberou R$ 350 milhões para a reconstrução dos dois portos. A expectativa do governo local é de que os portos voltem a ser utilizados em duas semanas. Para o nível de operação de 50% só deve ser alcançado em 30 ou 60 dias, segundo informações repassadas pelo Ministério do Desenvolvimento. Entre as ações de recuperação, está a demolição e reconstrução de armazéns destruídos pela chuva e a dragagem do rio.

Exportações de milho em MT aumentam mais de 15 vezes
Mato Grosso registrou aumento expressivo nas vendas externas de milho, em 2007. Segundo os dados do levantamento do Análise Comércio Exterior 2008, a comercialização do grão cresceu mais de 15 vezes, totalizando US$ 660 milhões no ano. Apesar da evolução, o grão representou apenas 14% das exportações anuais. A soja foi o produto mais exportado em Mato Grosso, com 54% de participação nas vendas externas. Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá) foi a cidade que mais exportou no Estado. Com um crescimento de 25% e um total de US$ 1,2 bilhão, o município ocupa a 33ª posição na lista dos 222 municípios que exportaram mais de US$ 100 milhões, em 2007. O Estado manteve a sua décima posição no ranking entre os maiores negociadores, registrando crescimento de 18% nas exportações, totalizando mais de US$ 5 bilhões nos 12 meses do ano passado. As importações cresceram 85%, US$ 753 milhões. A participação do estado na receita total do país foi de 9,29%. O Centro-Oeste foi a região que mais cresceu, tanto nas exportações quanto nas importações em 2007.


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LOGÍSTICA & INFRA-ESTRUTURA


Interdições são mantidas em 16 rodovias de SC
Dezesseis estradas de Santa Catarina permaneciam interditadas na noite de ontem, em decorrência de deslizamentos e quedas de barreiras, provocadas pelas chuvas. De acordo com a PRF - Polícia Rodoviária Federal -, a BR-470 está fechada totalmente, entre os quilômetros 41 e 47, em Gaspar, e parcialmente nos km 14,9, em Navegantes, 63, em Blumenau, e 86, em Rodeio. Na BR-101, os veículos trafegavam por meia pista para atravessar o km 13, em Garuva. Essa mesma restrição, os motoristas encontravam na BR-282 do km 31 ao 34, em Águas Mornas, e no km 79, em Rancho Queimado.
Segundo a PRF, oito das 13 rodovias estaduais danificadas, registravam trechos de bloqueio total. São elas a SC-101, do centro ao norte de Florianópolis; a SC-407, perto do portal de São Pedro de Alcântara; a SC-408, de Brusque a São João Batista; a SC-411, entre Nova Trento e Tijucas; a SC-416, de Jaraguá do Sul a Pomerode; a SC-431, em São Bonifácio; a SC-466, do município catarinense de Itá ao Rio Grande do Sul; e a SCT-477, entre Doutor Pedrinho e Benedito Novo. Veículos com mais de 10 toneladas continuam proibidos de circular por toda a SC-470, de Itajaí a Blumenau.




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MERCADO ONLINE


Yahoo e Microsoft negam acordo de US$ 20 bilhões para o setor de buscas
A Microsoft e o Yahoo negaram
uma reportagem do jornal britânico The Sunday Times, que afirmava que as duas empresas haviam chegado a um acordo para o setor de buscas. Pelos supostos termos do acordo, a Microsoft pagaria 20 bilhões de dólares para ficar com a busca do Yahoo.
O Sunday Times disse que a Microsoft havia concordado com os “termos do acordo”, mas não havia garantia de que ele seria concretizado. “Nós mantemos nossa postura de não comentar rumores e especulações”, disse Microsoft em um comunicado, nessa segunda-feira. Uma porta-voz do Yahoo, também não quis comentar a reportagem. De acordo com o Times, a proposta envolvia a criação de um novo grupo administrativo para controlar a operação de buscas do Yahoo. Entre os nomes supostamente apontados, estavam Jonathan Miller, ex-chairman e CEO da AOL, e Ross Levinsohn, ex-presidente da Fox Interactive Media.
O acordo poderia trazer uma renda adicional de 2 bilhões de dólares por ano ao Yahoo, e a empresa manteria seus serviços de e-mail, mensagens instantâneas e conteúdo. No começo do ano, a Microsoft ofereceu 46 bilhões de dólares pelo Yahoo, que recusou a oferta. Desde então, as ações da empresa caíram de 33 para cerca de 10 dólares. O mau desempenho também
levou à saída de Jerry Yang do cargo de Chief Executive Officer da empresa. Mesmo com a saída de Yang e o baixo preço das ações, a Microsoft afirmou que não pretende mais comprar o Yahoo. Espera-se, porém, que as duas empresas façam um acordo no setor de buscas online.

Lojas dos EUA fazem descontos na web para salvar temporada
As lojas dos EUA, em uma tentativa de salvar a temporada natalina, lançaram ontem, uma campanha de agressivas ofertas pela internet, em uma iniciativa conhecida como "cyber monday" (segunda-feira cibernética, em tradução livre). Após um fim de semana de Ação de Graças - início oficial da campanha do Natal, nos EUA -, muitos aproveitaram ontem, a volta aos escritórios para adquirir pela internet o que não encontraram nas lojas. O termo foi cunhado em 2005 pela Federação Nacional do Varejo, que se aproveitou dessa tendência com fortes descontos nas páginas web. Nesse ano, os preços são mais agressivos do que em edições anteriores, já que a crise está fazendo muitos consumidores agir de forma reticente na hora de gastar. Cerca de 84% do varejo online ofereceu ontem, promoções especiais, contra 72% do ano passado. Segundo um estudo da empresa de consultoria BIGresearch, quase 60% dos empregados nos EUA, cerca de 70 milhões de pessoas, dispõem de conexão à internet em seus trabalhos e reconhecem que devem aproveitar o dia de trabalho para comprar presentes de Natal. (Efe, de San Francisco/EUA)




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MERCADO DE TI

Crise pode impulsionar profissões de TI
A atual crise econômica pode ajudar a impulsionar as profissões no setor de tecnologia. Pelo menos é o que pensa William Dally, diretor do departamento de ciência da computação da Universidade Stanford. De acordo com Dally, muitos alunos interessados em tecnologia trocaram de área, procurando trabalhar com finanças e bancos, pois consideravam o setor mais lucrativo. Com a derrocada do sistema financeiro, muitos podem voltar a se interessar por tecnologia, disse o acadêmico. "Muitos (estudantes) acreditavam que poderiam ficar ricos trabalhando em fundos de investimento", disse Dally.Essa visão é reforçada por números do Bureau de Estatísticas de Trabalho dos EUA. Segundo o órgão governamental, os empregos em tecnologia da informação estão crescendo. O número de analistas de dados e sistemas de rede deve saltar dos atuais 262 mil para 402 mil, em 2016, disse o bureau. Já o número de engenheiros de software deve saltar de 507 mil para 733 mil, nos próximos oito anos.Randal Bryant, diretor da escola de Ciência da Computação da Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, disse que o nível de interesse em cursos no setor, ainda não é o mesmo que se via na época da bolha "pontocom", quando a universidade recebeu pedidos de ingresso de 3.200 alunos. Mas ele saltou de uma média de 1.700 nos últimos anos, para 2.300 pedidos de ingresso em 2007, de acordo com Bryant. "Eu gosto de lembrar aos alunos que eles devem escolher a profissão de acordo com o que eles gostam, em vez de decidir de acordo com o que está na moda. Uma universidade costuma levar quatro anos para ser concluída, e o campo escolhido pode não estar mais tão aquecido quanto antes", disse Bryant.

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MERCADO DE LUXO


Lojas de luxo de São Paulo atendem melhor que as de Paris
Um estudo realizado por uma empresa de marketing francesa, sobre os serviços de lojas de luxo nas mais renomadas ruas e avenidas de comércio do mundo, coloca São Paulo em melhor posição do que Paris, Milão e Mônaco. As ruas Oscar Freire e Bela Cintra e a Avenida Faria Lima, em São Paulo, ficaram em oitavo lugar no ranking de 16 cidades analisadas pela Présence, que realiza estudos internacionais sobre a qualidade dos serviços de empresas, utilizando auditores "disfarçados" de clientes normais. A classificação das ruas paulistanas é melhor do que as de outros tradicionais centros de luxo do mundo. A área da Praça do Cassino, em Mônaco, obteve o 12º lugar, seguida pela renomada Via Montenapoleone, em Milão, que ficou na 13ª colocação. A célebre Avenida Champs-Elysées, em Paris, foi a última colocada, em 16º lugar, com seis pontos a menos do que as ruas avaliadas de São Paulo.
Atendimento glacial
Segundo o estudo da Présence, o atendimento dos lojistas da Champs-Elysées é "glacial". De acordo com a empresa, nessa avenida "os vendedores não se interessam pelos clientes e não pedem desculpas por deixá-los esperando". A primeira colocada no ranking foi a Avenida Rodeo Drive, em Beverly Hills, Los Angeles, EUA, com 11 pontos a mais do que as ruas de São Paulo. O estudo, que analisou 500 lojas de luxo e restaurantes em 16 cidades, levou em conta outros critérios além do atendimento dos lojistas: a rapidez para pagar no caixa, a fachada das butiques, a limpeza das ruas e até a maneira como os pedestres respondem a pedidos de informação.
Apresentação
"As lojas de São Paulo ficaram bem posicionadas no quesito atendimento e serviços. Mas há falta de mão-de-obra qualificada em restaurantes, para atender um público mais exigente", disse à BBC Brasil Cristiane Sand, responsável pela visita aos pontos de venda em São Paulo. "Algumas lojas estão mal conservadas e não inovam muito na apresentação de seus produtos nas vitrines. A parte externa das butiques não é convidativa, sendo um dos critérios que afetou a pontuação de São Paulo", afirma Sand, coordenadora de projetos da Market Analysis Brasil. Ela diz que a rua Oscar Freire, por exemplo, apesar da recente melhoria das calçadas, ainda precisaria criar um ambiente mais charmoso e atrativo, em termos de estilo e moda para acolher lojas conceituadas internacionalmente.
O estudo revela também, que a Via Montenapoleone, em Milão, foi o local em que os pedestres foram menos cooperativos em dar informações em geral. Já na Champs-Elysées, apesar do último lugar no ranking, as pessoas foram mais solícitas em fornecer informações. A limpeza da avenida parisiense, também teve uma avaliação positiva no estudo. (BBC Brasil, de Paris)


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EXPEDIENTE


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