I-Press.biz Economia & Mercado | Edição 109 | Ano I

O economista Flávio Castelo Branco, da CNI, divulga a pesquisa Consulta Empresarial que mediu os impactos da crise financeira internacional nas indústrias brasileiras. Foto: Gervásio Baptista/ABr

Empresas revisam planos de vendas e investimentos
Redução nas vendas, suspensão dos planos de investimentos e escassez de crédito para capital de giro são os principais impactos da crise financeira internacional sobre as empresas brasileiras, informa a Consulta Empresarial divulgada pela CNI. De acordo com a pesquisa, 88% dos empresários entrevistados disseram que a crise afeta os negócios de suas empresas. Entre as empresas atingidas, 57% reduziram as projeções de vendas para 2009. A queda na demanda foi apontada como o principal efeito da crise, seguida pelo aumento dos preços dos insumos e dos equipamentos importados.Diante da expectativa de queda nas vendas, os empresários estão adequando seus planos de investimentos, observa o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. “As empresas brasileiras já se sentem afetadas pela crise e estão revendo as expectativas para 2009”, completa o economista. Conforme a Consulta Empresarial, 57% das empresas entrevistadas cancelaram ou adiaram por tempo indeterminado os investimentos previstos para o próximo ano. “Entre as empresas que não adiaram por tempo indeterminado ou cancelaram seus planos de investimento, 49% mantiveram os planos, mas com cronograma mais longo que o previsto, 31% adiaram os investimentos para 2009 e 19% para data posterior. Apenas 2% mantiveram o cronograma tal como previsto”, diz a pesquisa.A pesquisa revela ainda, que 61% das empresas consultadas enfrentam dificuldades para obter crédito de curto prazo. Dessas, 49% afirmaram que o financiamento para capital de giro, desconto de duplicata e outras, é a modalidade mais afetada. Para a maioria das empresas, o principal obstáculo do acesso ao crédito é o aumento dos custos, seguido pela falta de recursos e pela redução dos prazos de pagamento. Na avaliação das empresas, as medidas adotadas pelo governo, para melhorar as condições de financiamento, tiveram resultados modestos. Para 52% dos entrevistados, as medidas são efetivas, mas com resultados moderados. “Para um terço, não está surtindo efeito algum”, diz a Consulta Empresarial. Os empresários apontam a ampliação do prazo de pagamento dos impostos, a facilitação do acesso às linhas de crédito oficial, o aumento de recursos para linhas oficiais de financiamento, como medidas indispensáveis para a superação da crise.Além disso, 49% dos empresários acreditam que a crise será superada no próximo ano e outros 40%, esperam uma melhora no cenário a partir de 2010. Segundo Castelo Branco, a superação da crise dependerá do cenário internacional e do desempenho das economias dos países desenvolvidos. Ele lembra que, no Brasil, a demanda interna continua forte, impulsionada pelo aumento do emprego e da renda. Com isso, os efeitos da recessão externa sobre a economia brasileira serão menos intensos do que em outros países.A Consulta Empresarial da CNI foi feita entre os dias 6 e 14 de novembro, com 385 empresas, das quais 18% são de grande porte, 34% de médio porte e 46% são pequenas.

Economia mundial vai decolar no fim de 2009
A economia mundial voltará a decolar no fim de 2009, embora até lá, ninguém possa descartar a possibilidade de uma "nova catástrofe" financeira, afirmou o diretor gerente do FMI - Fundo Monetário Internacional -, Dominique Strauss-Kahn, em entrevista publicada nessa sexta-feira, pelo jornal francês "Le Parisien". "O crescimento voltará a decolar no fim do próximo ano, embora ainda haja muitos riscos, como o de uma nova catástrofe no mundo das finanças", afirmou. Strauss-Kahn considerou também, que há um risco real de o crédito "não voltar a decolar" e que, por isso, "é legítimo pressionar os banqueiros para obrigá-los a emprestar". "Os banqueiros emprestaram dinheiro a qualquer pessoa sem medir os riscos e agora, estão tão assustados que não emprestam a mais ninguém", declarou. O diretor do Fundo disse que o papel da instituição não é salvar o capitalismo mundial, e comentou que a maioria dos dirigentes do planeta não mediu a dimensão da crise e, portanto, não reagiu como devia a ela até meados desse ano. Ele admitiu que o mundo está vivendo uma "crise do capitalismo", embora ela não anuncie o fim da economia de mercado. "O que está em queda é o liberalismo desenfreado, o egoísmo e a desregulamentação em todos os âmbitos", disse. "Essa é a primeira verdadeira crise mundial, mas provavelmente não será a última." (France Presse/AFP, de Paris)

Apec prevê prazo de 18 meses para superação da crise mundial
Os líderes das 21 economias da Apec - Ásia-Pacífico - fizeram um apelo a uma "rápida e decisiva" ação para superar a crise e concluir as negociações globais de liberalização do comércio, de acordo com a declaração oficial divulgada nesse domingo, que prevê ainda, 18 meses de crise. Os líderes reunidos em Lima, entre eles o presidente dos EUA, George W. Bush, destacaram que a crise é "um dos mais sérios desafios econômicos que já enfrentamos". "Agiremos rápido e decisivamente, para corrigir a iminente desaceleração econômica global", completa a nota, na qual também, pediram "uma rápida, ambiciosa e equilibrada conclusão" das negociações da Rodada de Doha. Um dia antes, os líderes divulgaram um documento em separado, afirmando que a crise econômica mundial deve ser superada em 18 meses. "Estamos convencidos de que superaremos essa crise em um período de 18 meses", destacaram. Os líderes ressaltaram ainda, seu "desejo coletivo de combater a corrupção". A declaração também estabelece como meta para 2009, continuar os avanços para criar uma zona regional de livre comércio. (France Presse/AFP, de Lima/Peru)

Direção da Deutsche Bahn renuncia a aumentos salariais por causa da crise
A direção executiva da empresa alemã de ferrovias Deutsche Bahn, renunciou a aumentar seus salários no próximo ano diante da crise financeira internacional. "Haverá uma rodada zero para a executiva da Deutsche Bahn", declara seu presidente, Hartmut Mehdorn, em uma entrevista ao "Bild am Sonntag". Os membros da direção da Deutsche Bahn decidiram na sexta-feira, 21/11, em reunião extraordinária renunciar a aumentos salariais e outras gratificações em 2009. "A Alemanha se encontra perante tempos difíceis. Nessa situação, maiores rendas para os executivos são dificilmente compreensíveis, também, apesar da Deutsche Bahn registrar sucessos incomuns em 2008", diz Mehdorn. (Efe, de Berlim)

Autoridades dos EUA analisam socorro ao Citigroup
As autoridades americanas analisam um plano de ajuda ao Citigroup, cuja saúde financeira provoca sérios temores, informou neste domingo o jornal americano "The New York Times", que cita fontes ligadas ao governo. Segundo o jornal, o governo federal honraria, até certo ponto, os futuros prejuízos do Citigroup, mas além de um certo valor ficaria com parte do ex-número um mundial das finanças. A intervenção se somaria aos US$ 25 bilhões de dólares já concedidos pelo Tesouro americano ao Citigroup, como parte do plano de socorro do setor financeiro de US$ 700 bilhões. Se for aprovada, a medida "poderá servir de modelo para outros bancos", destacou o jornal. (France Presse/AFP, de Nova Iorque)

Governo brasileiro libera mais R$ 4,1 bilhões do orçamento para gastos
O Ministério do Planejamento anunciou na noite de sexta-feira, 21/11, a liberação de mais R$ 4,1 bilhões do Orçamento de 2008 para gastos com despesas discricionárias (não-obrigatórias). A medida faz parte da avaliação de receitas e despesas feita após o encerramento do 5º bimestre do ano. A revisão se deve, principalmente, ao aumento na arrecadação, um acréscimo de R$ 2,1 bilhões. As demais receitas primárias do governo, incluindo Previdência, indicam um aumento da ordem de R$ 382,5 milhões. Em abril desse ano, o governo anunciou um contingenciamento de R$ 19,4 bilhões no Orçamento. Nas três avaliações seguintes, aumentou os gastos em R$ 4,6 bilhões, R$ 15,4 bilhões e R$ 5,1 bilhões, sendo que R$ 14,2 bilhões são destinados ao Fundo Soberano do Brasil. Em relação aos indicadores econômicos utilizados para fazer as projeções, a previsão para a inflação se manteve em 6,4%. A estimativa de crescimento real do PIB passou de 5% para 5,03%. A taxa de câmbio média subiu de R$ 1,66 para R$ 1,79.

Produção mundial de aço cai 12,4% em outubro
A produção mundial de aço caiu 12,4% em outubro, para 100,5 milhões de toneladas, ante um volume de 114,7 milhões de toneladas produzidas no mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados no sábado, dia 22/11, pela World Steel Association, antes chamada de IISI - Instituto Internacional de Ferro e Aço -, na sigla em inglês. Essa foi a segunda retração consecutiva da indústria siderúrgica nesse ano. Em setembro, a produção mundial caiu 3,2% em comparação com o mesmo mês de 2007. Apesar de ter apresentado em outubro o segundo recuo mensal do ano, a produção mundial de aço acumulou uma alta de 2,9% entre janeiro e outubro, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em outubro, todas as regiões apresentaram queda na produção, sendo que a Ásia teve recuo de 11,6% para 56,9 milhões de toneladas. A produção da China passou de 43,2 milhões de toneladas para 35,9 milhões de toneladas, queda de 17%. Na União Européia, a produção caiu 5,7% em outubro, para 16,8 milhões de toneladas. Em outros países da Europa, a queda foi de 16,9% para 2,11 milhões de toneladas. A CEI - Comunidade de Estados Independentes -, uma organização supranacional envolvendo 11 repúblicas que pertenciam à antiga União Soviética, apresentou um recuo de 32,6%, passando de 10,5 milhões de toneladas para 7,08 milhões de toneladas. Na América do Norte, o volume de aço passou de 11,5 milhões de toneladas em outubro de 2007 para 10,03 milhões de toneladas no mês passado, queda de 12,9%, sendo que os EUA teve recuo de 16,8%, para 7,05 milhões de toneladas. Na América do Sul, a queda foi de 0,8% e o volume foi de 4,16 milhões de toneladas. A produção no Brasil caiu 0,1% e somou 2,89 milhões de toneladas. Na África, a produção caiu 13,6% para 1,33 milhão de toneladas, enquanto na Oceania recuou para 685 mil toneladas, queda de 7,8%.

Pão de Açúcar volta às origens para retomar o crescimento
Ao encerrar o terceiro trimestre do ano com R$ 1,4 bilhão em caixa para financiar sua expansão, o Grupo Pão de Açúcar, segundo maior varejista nacional, crê na melhora do cenário econômico a partir de 2009, mesmo diante da crise financeira internacional. O otimismo deve-se à estratégia mais agressiva e com enfoque em preços mais competitivos e à redução de gastos, adotada desde que o consultor Claudio Galeazzi assumiu a presidência do Grupo, no final de 2007. A rede afirma ter voltado às origens, a partir da implementação da política do back to basics. Como resultado da gestão do novo presidente executivo, a supermercadista já contabiliza um aumento de 21,9% nas vendas líquidas nos três primeiros trimestres do ano, totalizando R$ 12,8 bilhões. Em 2007, o Pão de Açúcar alcançou faturamento bruto de R$ 18,7 bilhões, valor 7,1% maior que o de 2006, mas perdeu a liderança para o concorrente francês Carrefour, que obteve ganho bruto de R$ 19,2 bilhões. A meta do Pão de Açúcar é manter o ritmo de crescimento atual no próximo ano, mesmo enfrentando um ambiente rodeado de incertezas. Está mantida a previsão de aplicar R$ 1 bilhão em aproximadamente, 100 lojas e a intenção de criar uma nova divisão de negócios no segmento imobiliário, para tornar rentáveis os R$ 2 bilhões em ativos imobilizados que a companhia detém, sendo que não está descartada a exploração de torres comerciais, residenciais e mesmo shopping centers.

Grifes apostam em bazar para faturar e atrair cliente nova
Acabar com o estoque de roupas e acessórios das estações passadas, ainda é o principal objetivo da realização de bazares. Mas, para alguns empresários, eles têm se transformado em um canal de vendas nada desprezível e uma boa forma de divulgar a marca. No último mês, grifes como Maria Bonita, Huis Clos, Le Lis Blanc, Cavalera, Doc Dog e Lita Mortari, realizaram bazares em São Paulo. E o público compareceu em peso, com direito a fila na porta e mulheres trocando de roupa no meio da loja. A oportunidade de comprar uma roupa de grife com descontos, que variam entre 60% e 80%, é um atrativo e tanto. Que o diga Alexandre Aquino, diretor da carioca Maria Bonita. Há dois anos, a marca realizou um bazar no bairro de Pinheiros, em São Paulo, que parou a rua: foram oito mil consumidoras, com mais de 16 mil peças vendidas. Atualmente, a grife realiza um bazar por ano em São Paulo e um no Rio de Janeiro. A grife possui três pontas de estoque permanentes (duas no Rio e uma em São Paulo), que vendem coleções de um ano atrás. Na Lita Mortari, os bazares ajudam a atrair consumidoras que nunca haviam comprado nada da grife. Na edição do ano passado o bazar da Lita Mortari contabilizou 50% de clientes novas - muitas vindas de outras cidades. O volume de vendas também é animador: ultrapassou os R$ 500 mil, em apenas duas semanas, na última edição.


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BASTIDOR


- Walmart terá novo CEO a partir de fevereiro. O Walmart anunciou que Mike Duke foi escolhido para suceder Lee H. Scott, como presidente e CEO da empresa. Scott passará a ser o presidente do conselho executivo da empresa. Eduardo Castro-Wright, presidente e CEO das operações americanas da rede, assumirá também, a vice-presidência da empresa. Mike Duke, ao longo da carreira, foi o responsável pelas áreas de logística, operações nos EUA e operações internacionais da companhia. O executivo assume a presidência no início do próximo ano fiscal, em fevereiro.

- Citigroup e HSBC demitem por ausa da crise financeira. O Citigroup demitirá 52.000 funcionários, representando 15% dos 375.000 empregados da instituição financeira em todo o mundo. Nada se falou sobre o Brasil, onde possui um contingente de 6.000 empregados. Também o HSBC demitiu 100 funcionários no Rio de Janeiro, além de ter remanejado algumas unidades de negócio desse Estado para São Paulo e Curitiba.

- Banco do Brasil pretende adquirir, ainda esse ano, o Votorantim, Banestes e o Basa. Depois da compra da Nossa Caixa, por R$ 5,4 bilhões (R$ 7,56 bilhões se considerado o pagamento aos acionistas minoritários do banco estadual) e ficar com ativos de R$ 512 bilhões, o BB continua com o bote armado. O mercado considera como possíveis incorporações o Banrisul (R$ 25,5 bilhões), o Banestes (R$ 9,11 bilhões) e o Basa (R$ 6,7 bilhões), sem desprezar a aquisição de 49% do Banco Votorantim, que possui ativos totais de R$ 84,8 bilhões



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MERCADO de Ações & Futuros

(Informações: Dow Jones, Bovespa, Reuters e AFP)

RESUMO DA SEMANA

Bolsa cai pelo 5º dia e já perde mais de 50% no ano
O intervalo do feriado do Dia da Consciência Negra, ontem, em São Paulo, não esfriou o comportamento de venda dos investidores na Bolsa paulista. O Ibovespa terminou a quarta-feira em baixa e repetiu o movimento negativo hoje, entre outras razões ao promover um ajuste ao tombo de mais de 5% das Bolsas norte-americanas na véspera. Hoje, porém, os mercados em Nova Iorque, caminham para uma abertura em alta, enquanto a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou a sua quinta sessão consecutiva de queda, acumulando baixa de 13,17% no período e elevando para mais de 50% as perdas no ano.

- Ao fim da sessão de sexta-feira, dia 21/11, o Ibovespa recuou 6,45%, a 31.250,60 pontos.
- Na semana, a baixa atingiu 12,68%, elevando a queda no mês a 16,12% e a do ano a 51,08%. O índice oscilou na sexta-feira, entre a mínima de 31.081 pontos (-6,96%) e a máxima de 33.403 pontos (-0,01%). O giro financeiro, um pouco mais forte do que tem ocorrido, somou R$ 3,709 bilhões.


Análise - As ações de Petrobras, Vale, siderúrgicas e bancos, estiveram à frente das perdas. Os papéis da estatal petrolífera e da mineração caíram hoje, principalmente, num movimento de correção à desvalorização de seus recibos de depósitos de ações (ADRs) brasileiros em Nova Iorque, na véspera. No caso da Petrobras, nem mesmo o anúncio da descoberta de uma reserva de óleo de boa qualidade no litoral do Espírito Santo, deu alívio aos papéis. Isso porque o petróleo vem sendo negociado abaixo de US$ 50 o barril no mercado internacional. Os analistas explicam que o custo de se extrair petróleo da camada do pré-sal, localizada abaixo do leito marinho, é alto e, se os preços da matéria-prima (commodity) seguem ladeira abaixo, o retorno da Petrobras acaba sendo bem menor, e o risco, maior.

Reação das Ações - No final, as ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN) da Petrobras recuaram 9,37% e 8,70%, respectivamente, enquanto o contrato futuro do petróleo tipo WTI, com vencimento em janeiro de 2009, subiu 1,03% e fechou a US$ 49,93 o barril. Já as ações da Vale, que também tiveram um ajuste à queda de seus ADRs ontem, recuou 8,8% no papel ON e 7,78% no PN classe A (PNA). Ontem, uma fonte havia informado que a empresa decidiu cortar 400 vagas de trabalho, por conta da menor demanda decorrente da crise - apesar de o presidente da empresa, Roger Agnelli, ter dito, um dia antes, que a companhia está fazendo 'ginástica' para não demitir. Algumas siderúrgicas têm se revezado em anunciar cortes na redução e isso impacta nas vendas das mineradoras, como a Vale.
- O setor siderúrgico, assim, tem sido um dos mais castigados. As ações ON da CSN lideraram as perdas, ao caírem 9,58%. Gerdau PN cedeu 7,49% e Usiminas PNA recuou 4,87%.
- O segmento bancário também esteve entre os destaques de baixa, seguindo o comportamento desse mesmo setor nos EUA. Banco do Brasil teve queda maior, por causa da compra da Nossa Caixa, anunciada ontem, por R$ 5,386 bilhões por 71,25% da instituição, preço considerado elevado pelos analistas. As ações da Nossa Caixa, ao contrário, lideraram os ganhos do Ibovespa, visto que os investidores foram às compras para ganhar com a diferença do preço pago por ação pelo BB, de R$ 70,63. Nossa Caixa ON liderou as altas de hoje, e subiu 22,81%, enquanto Banco do Brasil ON recuou 14,34%, a terceira maior queda do dia.


Bolsas de NY fecham em alta com salto no final do dia
O mercado norte-americano de ações fechou em forte alta na sexta-feira, 21/11, com o índice Dow Jones dando um salto de quase 500 pontos na última hora do pregão. Os participantes do mercado reagiram a informes de que o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, escolheu Timothy Geithner, presidente do Federal Reserve Bank (Fed, banco central dos EUA) de Nova Iorque e vice-presidente do Comitê de Mercado Aberto do Fed, para ser o próximo secretário do Tesouro.

- O índice Dow Jones fechou em alta de 494,13 pontos (6,54%), em 8.046,42 pontos. A mínima foi em 7.449,38 pontos e a máxima, em 8.071,75 pontos.
- O Nasdaq fechou em alta de 68,23 pontos (5,18%), em 1.384,35 pontos (máxima do dia), com mínima em 1.295,48 pontos.
- O S&P-500 subiu 47,59 pontos (6,32%), para fechar em 800,03 pontos, com mínima em 741,02 pontos e máxima em 801,20 pontos.
- O NYSE Composite subiu 308,58 pontos (6,63%), para 4.959,79 pontos.
- Na semana, o Dow Jones acumulou queda de 5,31%, o Nasdaq, perda de 8,74%, e o S&P-500, baixa de 8,39%.

Análise - Também circularam informes de que Lawrence Summers, que foi secretário do Tesouro no governo de Bill Clinton, será um conselheiro de alto nível, na Casa Branca, de Obama, e que o governador do Novo México, Bill Richardson, será o secretário do Comércio. O nome de Geithner para o Tesouro, porém, foi o que fez o mercado reagir. As Bolsas abriram em alta, em meio a rumores de que o Citigroup estaria estudando uma fusão ou, mesmo, a busca de um comprador, mas perderam impulso ainda pela manhã, depois de o CEO do Citigroup, Vikram Pandit, dizer que não há planos para vender a corretora Smith Barney. O mercado acelerou sua alta no fim do dia, em reação aos informes sobre as supostas nomeações de Obama, que poderão ser anunciadas oficialmente nessa segunda-feira, segundo algumas fontes.
Reação das Ações - Das 30 componentes do índice Dow Jones, 28 ações fecharam em alta. As exceções foram Citigroup (em queda de 19,86%) e JPMorgan Chase (baixa de 2,82%). As ações do Citigroup acumulam uma queda de 60% na semana e uma perda de 72%, desde o começo de novembro. Entre as ações que mais subiram estavam as do setor de petróleo (ExxonMobil subiu 10,66% e Chevron teve alta de 9,46%), e algumas das que mais haviam caído recentemente, como Alcoa (alta de 23,21%), Microsoft (valorização de 12,26%) e Disney (alta de 12,76%). Em reação a informes de resultados, as ações da fabricante de microcomputadores Dell caíram 5,20% e as da rede de lojas de roupas GAP subiram 27,23%.


Bolsas européias fecharam em baixa na sexta-feira e têm perdas na semana
As principais bolsas da Europa não conseguiram sustentar os ganhos iniciais apresentados no início dos negócios hoje, e fecharam pregão dessa sexta-feira, em queda, derrubadas pelos dados que mostraram que a economia européia está em rápida desaceleração. As altas iniciais nos índices europeus foram provocadas por rumores em torno da venda de parte do Citigroup, ou do banco inteiro. Depois, os investidores se voltaram para a economia.
O índice que mede a atividade total do setor privado na Europa caiu para 39,7 em novembro, de 43,6 em outubro. Analistas esperavam 42,8. É o menor nível já registrado nos 10 anos em que a pesquisa é feita para a região. Leituras abaixo de 50 indicam contração da atividade.

- A Bolsa de Londres caiu 2,43%, a 3.780,96 pontos. Na semana, o mercado londrino recuou 10,68%.
- Em Frankfurt, a bolsa recuou 2,20%, a 4.127,41 pontos. Na semana, o índice perdeu 12,37%.
- Em Lisboa, o índice PSI-20 recuou 2,92%, a 5.852,15 pontos. Na semana, o PSI-20 perdeu 10,97%.
- Na França, a Bolsa de Paris registrou a maior queda do dia entre seus pares, de 3,33%, a 2.881,26 pontos. Na semana, o mercado francês recuou 12,46%.
- Em Milão, o índice S&P/MIB recuou 3,09%, a 18.533 pontos, e perdeu 11,04% na semana.
- A Bolsa da Espanha, por sua vez, teve perdas menos acentuadas, de 0,18%, a 7.974,40 pontos, mas, na semana, perdeu 9,71%.

Reação das Ações - O setor de cuidados com saúde teve um desempenho ruim hoje na Europa. As grandes indústrias farmacêuticas não têm sido tão prejudicadas quanto as de outros setores esse ano, por conta de sua posição defensiva no mercado. As ações do setor recuaram 23% em 2008, ante 50% do resto do mercado. Porém, hoje os papéis da Sanofi-Aventis, registraram baixa de 10,3%, os da AstraZeneca perderam 8,7% e GlaxoSmithKline recuou 6,94%. As companhias de mineração tiveram um dia positivo por conta do aumento dos preços do cobre e do ouro. Vedanta Resources subiu 16%, Antofagasta avançou 11,21%, Anglo American ganhou 7,40%, BHP Billiton subiu 5,98% e Xstrata avançou 4,80%. Arcelormittal subiu 3,64%.

Análise - "Os mercados de ações continuam a enfrentar más notícias vindas das corporações e da macroeconomia. E o que é pior: o mercado continua a liquidar a cada nova notícia, sugerindo que os preços, ainda não refletem a atual situação", disseram estrategistas do Goldman Sachs. "Vamos ter de esperar que o mercado pare de cair a cada má notícia antes de ver os índices operarem no lado positivo".

HOJE -Bolsas da Ásia abrem semana em queda
Os principais mercados asiáticos iniciaram a semana em baixa. A maioria das Bolsas da região ignorou a alta em Wall Street na sexta-feira, assim como a decisão do presidente eleito dos EUA, Barack Obama, que deve confirmar hoje os nomes de sua equipe econômica. Além disso, fatores internos de cada país pesaram no mercado. Não houve negociações no Japão por ser feriado.

- Na Bolsa de Hong Kong, os planos do governo dos EUA para salvar o gigante bancário Citigroup ajudaram o mercado a estancar as perdas do início do pregão. O índice Hang Seng perdeu 201,26 pontos, ou 1,6%, e terminou aos 12.457,98 pontos.

- A realização de lucros nos setores imobiliário e bancário, após um antecipado corte nas taxas de juros por parte do governo chinês não ter se materializado no fim de semana, fez as Bolsas da China fechar em forte baixa pelo terceiro pregão seguido. Com fraco volume de negociações, o índice Xangai Composto recuou 3,7% e encerrou aos 1.897,06 pontos.

- Já o Shenzhen Composto perdeu 3,6% e fechou aos 532,82 pontos. Yuan - A desvalorização do dólar sobre o euro no comércio asiático fez novamente o yuan se valorizar sobre a unidade norte-americana no final do pregão. No mercado de balcão, o dólar fechou cotado em 6,8284 yuans, de 6,8311 yuans do fechamento de sexta-feira.

- Já a Bolsa de Taipé, em Taiwan, fechou em ligeira queda. O índice Taiwan Weighted caiu 0,3% e terminou aos 4.160,54 pontos.

- A Bolsa de Seul, na Coréia do Sul, encerrou em baixa um pregão com fraco volume de negócios, depois de oscilar entre as preocupações sobre a desaceleração econômica global e os desdobramentos positivos das discussões sobre o Citigroup. O índice Kospi perdeu 3,3% e fechou aos 970,14 pontos.

- Já a Bolsa de Sydney, na Austrália, reagiu bem ao plano de ajuda ao Citigroup e fechou com leve alta. O índice S&P/ASX 200 avançou 0,3% e fechou aos 3.425,1 pontos.

- A Bolsa de Manila, nas Filipinas, também fechou em alta. O índice PSE ganhou 1,9%, aos 1.799,72 pontos.

- O índice Strait Times da Bolsa de Cingapura cedeu 2,2% e fechou aos 1.625,70 pontos.

- Na Indonésia, o índice composto da Bolsa de Jacarta recuou 0,4% e fechou aos 1.141,40 pontos, afetado pelas quedas nos demais mercados asiáticos e pela desvalorização da moeda.

- Na Tailândia, o índice SET da Bolsa de Bangcoc perdeu 3,0% e fechou aos 385,62 pontos, com as baixas nas demais bolsas, exacerbada pela intensificação da incerteza política e a expectativa de queda no mercado acionário americano esta noite depois do rali sexta-feira.

- O índice composto de cem blue chips da Bolsa de Kuala Lumpur caiu 1,3% e fechou aos 855,39 pontos. Investidores optaram por vender ou ficar de lado à espera da decisão do banco central sobre a política monetária.

Imobiliárias são as mais castigadas na Bolsa
No fim do ano passado, 16 das 21 empresas imobiliárias do segmento residencial valiam, cada uma, mais de R$ 1 bilhão na Bolsa. Na quarta-feira, o clube das bilionárias tinha só três membros: Cyrela, Gafisa e MRV. Em pouco tempo, o setor foi do céu ao inferno. As 33 companhias listadas na Bovespa - incluindo o segmento corporativo, industrial e de shopping centers - perderam R$ 47 bilhões em valor de mercado no período, segundo a empresa de informação financeira Economática. Foi o setor mais castigado no pregão. Os números, tanto os antigos quanto os atuais, são considerados exagerados, mas refletem a frágil situação de caixa de algumas dessas companhias, a falta de crédito e a desaceleração na compra de imóveis. A solução foi reduzir o número de lançamentos, demitir e dar descontos. “São atitudes coerentes”, afirma João da Rocha Lima Júnior, coordenador do Núcleo de Real Estate da Poli/USP. “A situação anterior - inchar e comprar terreno sem planejamento estratégico e financeiro - é que era incoerente.”


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ÍNDICES ECONÔMICOS


Índices de inflação serão destaque da semana
A agenda de indicadores econômicos domésticos para a última semana de novembro - entre os dias 24 e 28 - está repleta, com destaque para diversos índices de inflação. Na segunda-feira, a Fundação Getúlio Vargas informará a taxa de inflação apurada pelo Índice de IPC-S - Preços ao Consumidor-Semanal - na terceira quadrissemana de novembro. Na medição anterior, o indicador fechou em 0,56%, depois de ter subido 0,58% na primeira parcial do mês.
Hoje pela manhã, o Banco Central divulga as expectativas dos analistas do mercado financeiro para os principais indicadores macroeconômicos no âmbito da Pesquisa Focus. Dado o avançado do ano, as atenções estão todas voltadas para as projeções para 2009. Inflação, câmbio, juros e PIB - Produto Interno Bruto - encabeçam a lista dos indicadores mais olhados pelos analistas.
- Hoje, o BC também informará o saldo da conta corrente brasileira no mês de outubro. Em setembro, a conta corrente fechou no vermelho, com um buraco de US$ 2,769 bilhões. No mesmo levantamento será conhecido o montante de recursos que ingressaram no País em outubro a título de IED - Investimentos Estrangeiros Diretos. No mês anterior, o Brasil abrigou US$ 6,258 bilhões em investimentos diretos.
- Encerrando a agenda da segunda-feira, o MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - informa o saldo da balança comercial referente à terceira semana de novembro. Na segunda semana, a diferença entre as exportações e as importações brasileiras foi um saldo de US$ 734 milhões.

- Para a terça-feira está prevista apenas a divulgação da taxa de inflação na cidade de São Paulo referente à terceira quadrissemana do mês, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Na segunda medição do mês, o IPC-Fipe registrou um aumento médio de 0,58% nos preços na capital paulista. A taxa ficou praticamente idêntica à apurada na primeira quadrissemana, de 0,57%.

- Na quarta-feira, o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - informará a inflação medida pelo IPCA-15 - Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 - para o período de 16/10 a 15/11. Espécie de prévia do IPCA fechado, que ampara o regime de metas de inflação do País, o IPCA-15 fechou em 0,30% em outubro. O IPCA fechado daquele mês, ficou em 0,45%.

- Para a quinta-feira estão programadas duas divulgações. A FGV anunciará a inflação de novembro medida pelo IGP-M - Índice Geral de Preços-Mercado. Em outubro esse indicador registrou uma alta de 0,98%. Se for tomar como base a variação do IGP-10 desse mês, que fechou em 0,73%, a tendência é a de o IGP-M fechar um pouco mais baixo que em outubro. No mesmo dia, o Tesouro Nacional divulgará o resultado fiscal do governo central (Banco Central, Tesouro Nacional e INSS) referente a outubro - em setembro, houve superávit de R$ 6 bilhões nesse mesmo levantamento.

- Na sexta-feira, o Banco Central fecha o calendário da semana. A autoridade monetária informará o saldo fiscal do setor público consolidado, que incluem as contas do governo central, Estados, municípios e estatais federais. Em setembro, o superávit primário do setor público atingiu a marca de R$ 10,005 bilhões.

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ANÁLISE SETORIAL


Turismo mundial enfrenta um de seus piores momentos com crise econômica
A crise financeira representou para o turismo "um dos piores golpes de sua história", anunciou nesse domingo, a OMT - Organização Mundial de Turismo -, destacando a queda de seu crescimento, que se reflete na França, primeiro destino mundial, e em seu concorrente na Europa, a Espanha.
Após quatro anos de sucesso, "o turismo vive um dos piores golpes de sua história", declarou o subsecretário-geral da OMT, Geoffrey Lipman, admitindo que "as perspectivas para 2009 são preocupantes" e que não se prevê "recuperação no primeiro semestre". Segundo a OMT, a crise financeira provocou um claro freio no crescimento do turismo internacional, que se limitará a 2%, em 2008. No ano que vem, na melhor das hipóteses, será nulo.
Em 2007, 9O3 milhões de turistas viajaram pelo mundo, ou seja, 6,6% a mais do que em 2006, resultado que foi superior às previsões. Apesar da crise financeira, a OMT, agência subordinada às Nações Unidas, mantém suas previsões de longo prazo e acredita que, em 2020, o número de turistas baterá a casa de 1,6 bilhão. Menos afetado do que outros setores, como o imobiliário, o da construção, ou o de automóveis, o turismo também sofre as conseqüências da recessão nos países industrializados, embora não se possa negar que, "quando a atividade se reaquece, é também, o primeiro setor que floresce", segundo a OMT.
As viagens de negócios se vêem especialmente atingidas: as empresas, sobretudo, do setor financeiro e bancário, reduziram seus orçamentos, assim como o número de seminários e conferências. Depois de uma alta contínua de 5,7% nos primeiros quatro meses de 2008, e de um recorde de 7% em maio, o crescimento do turismo internacional começou a estancar a partir de junho (1,5%).
Nos primeiros oito meses do ano, o mercado aumentou uma média de 3,7%, mas, de acordo com a OMT, essa tendência se degradou. A queda foi particularmente sentida na Ásia-Pacífico, em pleno boom até março (um aumento de 7%, em 18 meses), e onde os turistas internacionais diminuíram em 2% em agosto. Já o índice de progressão do turismo na África se dividiu, a 3,2%, para um período de oito meses.
A atividade na Europa também recuou (1,7%, em oito meses), após ter experimentado um aumento médio 5% nos últimos dois anos. Primeiro destino mundial, com 81,9 milhões de turistas em 2007, a França refletiu essa tendência - nos primeiros sete meses do ano, o número de visitantes diminuiu em 0,6%. Junho e julho registraram os piores resultados, com quedas de 3,3% e 2,8%, respectivamente.
Essa nuvem preta também passou por sua principal concorrente na Europa, a vizinha Espanha, que sofreu um retrocesso de 0,9% em nove meses. Seu pior momento foi em julho, em plena estação de veraneio (hemisfério norte), onde, a queda no número de visitantes, chegou a 8%.
Já os EUA atraíram, por conta da debilidade do dólar, 9,5% a mais de turistas desde o início do ano. Essa mesma tendência positiva se refletiu no Oriente Médio, onde o setor registrou alta de 17,3%. Uma conferência regional de especialistas e ministros da OMT, dedicada à crise e ao meio ambiente, está prevista para os próximos domingo e segunda-feira, em Sharm el-Sheikh, a localidade costeira egípcia, que quer se transformar em um destino "ecológico", seguindo o exemplo do Sri Lanka. Entre as possíveis receitas contra a crise, Lipman sugeriu "uma moratória sobre os impostos relacionados às viagens". "Os governos devem se dar conta de que não é o momento de aumentar a carga das empresas", insistiu.


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MERCADO FINANCEIRO


Ministro afirma que bancos mostram não estão à altura do que o Brasil precisa
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, é direto quando indagado se os bancos privados estão escondendo dinheiro por causa da crise: "Claro que estão! O que eles fizeram? Fogueira com o dinheiro? Isso deve estar todo entesourado". Bernardo também diz que o Banco Central "vai ter de fazer inflexões" e baixar os juros, porque a pressão inflacionária "se diluiu". "Olha, se você vê o mundo mudar e não muda, você é maluco. E com certeza no BC não tem maluco."
Segundo o ministro, os bancos não são "um bom parceiro" do sistema produtivo nacional. "O sistema financeiro brasileiro está mostrando que não está à altura do que o país precisa". Disse que o governo não dará mais reajuste ao funcionalismo. Admitiu que superávit primário, desse ano, poderá ficar abaixo dos 4,3% do PIB - Produto Interno Bruto - por causa da execução do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento -, numa política anticíclica deliberada para combater os efeitos da crise.
Sobre reforma tributária, bateu pesado nos governadores: "Não podemos aceitar lobby de governador". Disse que Lula fará corpo-a-corpo e que a reforma é boa porque simplifica o sistema de impostos. Admitiu que "falta" jogo de cintura à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para ser candidata à Presidência. Mas que isso seria uma "virtude". Sobre o bambolê que lideranças do PMDB deram a Dilma, numa crítica à falta de habilidade política, afirmou: "Não vamos confundir política com teatro de rebolado". Bernardo afirma que a gerência da crise será importante para ditar o sucesso ou fracasso da candidatura de Dilma em 2010.

- O governo voltou a adotar um tom otimista em relação à crise, mas os dados da economia real mostram que o Brasil será muito afetado?

A avaliação do governo sobre a crise não está equivocada?A crise é extremamente preocupante. Não há, de fato, efeito no Brasil além do problema do crédito, que é grave. E estamos tomando medidas para destravarmos isso. Ainda não houve problema fora do sistema financeiro. Basta ver os números. A indústria está crescendo a 6,7% ao ano, segundo o último dado, de setembro. O do comércio saiu anteontem [18/11], 9,4%.
- Mas são dados do retrovisor?

Você tem que dizer qual é o dado do futuro, porque aí vamos entrar nas profecias...
- Não é profecia?

Há montadoras dando férias coletivas, alta na inadimplência de veículos. Há dados que já mostram efeitos negativos na economia real.Há indícios de que podemos ter problemas graves. O pior deles é não ter recursos para irrigar a produção. É a empresa não ter capital de giro, não ter como financiar sua produção para exportação, não ter recursos para vender no varejo. Agora, tem indícios também, de que as coisas continuam funcionando. Ontem [quarta-feira] estava vendo o jogo do Brasil e vi as Casas Bahia metendo bomba nos comerciais.
- O mercado publicitário já está sofrendo?

Claro, com esse noticiário que está aí. Eu se tivesse uma empresa, não ia anunciar nada, pois estão anunciando que vai acabar o mundo.
- A culpa é da imprensa?

Não. Eu estou dizendo que, se o empresário olhar só o jornal, não faz nenhum centavo de publicidade. - O pior da crise já passou?
Não. A crise financeira chegou ao pico e tende a diminuir. O problema é que a crise financeira, não no Brasil, nas na América do Norte, virou sistêmica. Uma crise em todos os setores da economia. Na Europa, fala-se em 10 mil demissões por dia. Recessão na Itália, na França, na Alemanha, Japão. E um problema grave de ameaça de deflação.
- Isso tudo vai afetar a economia brasileira?

Não sabemos em que medida.
- Quando será o pico da crise no Brasil?

No segundo trimestre do ano que vem?
Não sei. É tudo profecia.
- Qual é a avaliação do Sr.? Qual o efeito na economia real?

Temos indícios de que vamos ter problemas, mas não tivemos problema até agora. Seria um absurdo falar um negócio desses.
- Há necessidade de novas punições aos bancos para que eles voltem a emprestar?

O sistema financeiro brasileiro está mostrando que não está à altura do que o país precisa.
- Os bancos privados estão escondendo dinheiro?Claro que estão! O que eles fizeram?

Fogueira com o dinheiro?
Isso deve estar todo entesourado. Uma coisa é o pânico e a desconfiança do que realmente vai acontecer. Se, vai ter uma quebradeira de empresas e aí, por prudência gerencial, o banco não empresta. Ou pode estar esperando que o vizinho quebre para ele comprar na bacia das almas. Em qualquer hipótese está claro que as empresas do setor produtivo não podem ver o sistema financeiro como um bom parceiro. Porque emprestar, só se o cara provar que não precisa de nenhum centavo, não é possível.
- O que o governo pode fazer?

Os bancos públicos têm um espaço grande na economia e acho que do jeito que vai, esse espaço vai aumentar.
- Mas eles têm poder de fogo? Farão tudo sozinhos?

Claro que não. Tem problemas operacionais, tem problema de funding, tem a burocracia. Mas a verdade é que nós temos que tentar. Estamos procurando, na medida do possível, agilizar e estimular, dar condições para que os bancos públicos trabalhem. Sempre lembrando que eles não são como há 15 anos, quando ligava um ministro, um deputado, e determinava um empréstimo para fulano. Isso não existe mais. O cara tem que ir lá, sentar na frente do gerente, mostrar os papéis, o cadastro. Atendi dezenas de telefonemas de pessoas que ligam aqui dizendo que estão precisando [de recursos]. Pergunto se trabalham com o BB ou Caixa. Eu peço para o cara [do banco] receber e dali para frente é você e ele. Porque não vou ligar para o superintendente lá do Paraná, que é meu amigo, e dizer que ele tem que dar um jeito de dar um empréstimo. Provavelmente ele vai preso, e eu também.
- Não há o que fazer com os bancos privados?

Os bancos públicos têm uma vocação maior para financiar o desenvolvimento
- Há limite para a ação dos bancos públicos?

O limite é o da boa governança. Se eles comerem a perna do sistema inteiro, nós não temos nenhum problema com isso.
- Não seria mais efetivo baixar os juros?

Essa é uma alternativa. O que os EUA e Japão podem fazer em termos de política monetária? A taxa nos EUA é 1%. No Japão, menos que isso. Nós aqui temos um espaço enorme, com certeza. As nossas autoridades monetárias têm condição de perceber isso.
- Mas esse não é o sinal que o Banco Central tem dado?

O Banco Central tem uma preocupação com a inflação, todo mundo sabe. Até setembro, o problema era outro, era inflação comendo a renda das pessoas, desorganizando a economia. Então, havia uma política voltada para uma realidade claramente colocada. Hoje, temos outra situação. Estão falando em deflação. Não no Brasil, evidentemente. Mas a pressão inflacionária se diluiu.
- A prioridade é crescimento e não inflação?

A prioridade é sempre inflação, mas se não tem pressão inflacionária para combater, tem que cuidar dos outros problemas. Temos um espaço enorme para fazer política monetária.
- O presidente Lula já pediu para o BC usar esse espaço?

O presidente Lula não pede esse tipo de coisa. Mas, o pessoal do Banco Central lê jornal.
- O senhor acha que a conjuntura atual mudou o mandato do BC de controle da inflação para crescimento?

O Banco Central, de 2003 para cá, se você olhar o que eles fizeram, pode até criticar uma decisão de um mês ou uma decisão de um Copom. Mas a verdade é que no atacado, o Banco Central manteve a inflação controlada, passou uma credibilidade muito grande, uma tranqüilidade para o mercado financeiro e para o mercado produtivo e, portanto, deu as melhores respostas que a economia precisava. É evidente que se tem uma realidade diferente, e tem, eu concordo com você que tem uma realidade diferente, eles vão ter que fazer inflexões.
Olha, se você vê o mundo mudar e, você não muda, você é maluco. E com certeza ali não tem nenhum maluco. Nós não podemos esquecer que houve uma virada em torno de dois meses, que mudou completamente o quadro. Então vamos esperar o que o Banco Central vai fazer. Agora, com certeza eles estão atentos a isso, estão olhando. A minha opinião, como a gente não está proibido de dar opinião, é que eu acho que há um espaço enorme para fazer política monetária e ajudar com isso.
- Ajudar com política monetária é baixar juros? Claro.
- Já na reunião do BC em dezembro?

Não vou avançar mais nisso porque não quero levar um puxão de orelha. Mas eu acho que está na cara que tem esse espaço.
- De quanto será o superávit primário de 2008?

Queremos que feche em 4,3% do PIB. Mas se executar mais o PAC, temos condições de fazer até menos.
- Se haverá recuo na economia, não é irreal prever crescimento de 4% do PIB em 2009?

Mas vamos ter quase 5,5% esse ano. Se crescermos 4% no ano que vem, já será uma queda de 1,3 ou 1,5 ponto no PIB. É recuo grande. É verdade que tem uma crise grande que pode levar a um recuo muito maior. Mas vamos atuar para que isso não aconteça. Achamos que essa é a função do governo nesse momento.
- Pode haver recuo maior?

Até discutimos isso [em reunião com o presidente]. Eu achava que se puséssemos uma previsão de 3,8%, talvez ficasse melhor. Mas o Guido [Mantega, ministro da Fazenda] nos convenceu que temos condição e temos que trabalhar para fazer a economia chegar a 4%.
- Como o presidente opinou nesse debate?

O presidente disse que o país vai surpreender a turma que tem dúvidas.
- O Sr. prefere aumentar os gastos de investimentos ou cortar impostos para implementar a política anticíclica que o governo promete para 2009?

Os dois. Se aprovarmos a reforma tributária, será um sinal fantástico para o setor produtivo.
- O governo vai se empenhar para aprovar a reforma no Congresso?

Há resistências.Nós não podemos aceitar esse lobby de governadores aqui. Reforma tributária não é para resolver problema de nenhum governador. É para resolver o problema do sistema produtivo. Desde as reformas tributárias no governo Collor, nenhum projeto incluiu o nível de desoneração que está sendo proposto agora. Estamos diminuindo a tributação sobre a folha de 20% para 14% e tirando mais 2,5% do salário educação.
- Qual será o impacto dessa reforma na carga tributária?

A arrecadação vai aumentar. Vai estimular muito a atividade.
- O Sr. diz que o governo não pode aceitar lobby de governadores, mas eles têm bancadas fortes no Congresso. Como é que vai aprovar?

Eu não sei quanto importante os governadores são, mas a sociedade é mais. Essa reforma vai simplificar. Só de simplificação, essa coisa de unificar o ICMs, fazer o IVA, dar uma racionalidade para esse sistema, tirar cinco impostos e virar um do governo federal, vai diminuir o próprio percentual de gasto.
- Mas como fará para aprovar?
O presidente Lula vai entrar no corpo-a-corpo?
Já estamos no corpo-a-corpo. O presidente já está.
- Haverá alguma trava a aumentos do funcionalismo?

Funcionalismo nós já fizemos o que tinha que fazer. Isso agora é em 2011. O novo governo certamente terá uma política.


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AGRONEGÓCIOS


Pacote europeu para redução de subsídios é insuficiente
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, comentou, na semana passada, o pacote agrícola aprovado pelos 27 países membros da União Européia, que prevê a redução dos subsídios a produtores em até 14%. Para Stephanes, a medida é um bom começo, mas é insuficiente. "O valor do corte dos subsídios, ainda está longe de mostrar capacidade de competição para os países exportadores", salientou. O ministro, que participou até essa sexta-feira, 21/11, em São Paulo/SP, da Conferência Internacional de Biocombustíveis, disse, ainda, que corte nos subsídios pode facilitar o comércio de países que, como o Brasil, são eficientes em produção, mas precisam pagar taxas elevadas para que os produtos acessem o mercado europeu. "Nós produzimos etanol a um terço do preço da União Européia, mas precisamos pagar uma taxa de 200% sobre esse valor para exportar aos países do bloco", ponderou.


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SETOR AUTOMOTIVO


Mitsubishi vai reduzir produção e demitir no Japão
A Mitsubishi Motors, como já fizeram outras grandes montadoras do Japão, vai reduzir a produção local e cortar funcionários numa tentativa de lidar com os efeitos da crise global, segundo noticiaram jornais japoneses nesse sábado. A quarta maior montadora japonesa planeja diminuir sua produção no ano fiscal que termina em março de 2009, em cerca de 120 mil veículos. No final de outubro, a Mitsubishi já havia revisado para baixo sua estimativa de vendas para o ano em 81 mil unidades, para 1,228 milhão de veículos. Com o corte na produção, a Mitsubishi deverá abrir mão de 1 mil funcionários temporários - de um total de 3,35 mil - em suas cinco fábricas no Japão. Outras montadoras japonesas anunciaram planos de reestruturação na semana que passou. A líder do mercado, Toyota Motor, afirmou planejar cortar seu contingente de funcionários temporários pela metade, para 3 mil, até março. Honda Motor, a segunda maior do Japão, cortou sua meta de produção para o ano fiscal em 79 mil veículos, para 1,278 milhão de unidades. Mazda Motor, a quinta maior, anunciou planos de fechar 1,3 mil vagas temporárias, enquanto a Nissan, a número 3, decidiu reduzir a produção e eliminar 3,5 mil empregos no mundo inteiro. (Agência Dow Jones, de Tóquio)

Volkswagen antecipa férias coletivas para 8 de dezembro
A montadora vai dar férias coletivas de 8/12 até 5/01/2009, para pelo menos 3 mil funcionários da fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo/SP. O comunicado aos trabalhadores foi feito no início da noite de ontem. Até então, a parada da produção ocorreria apenas entre os dias 22/12 e 4/01, período que estava acordado com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e que foi compensado pelos trabalhadores. Até as 23h de ontem, no entanto, a empresa não havia anunciado oficialmente a medida. Os primeiros a sair de férias serão os 3 mil trabalhadores da linha NF, que produz o novo Gol. A partir do dia 10/12, a paralisação será para os trabalhadores das linhas do Gol Geração 4, Parati, Saveiro e a produção de motores e câmbio. A linha da Kombi é a última a sair de folga, apenas no dia 19/12. Segundo o diretor do sindicato Francisco Duarte de Lima, o Alemão, os 12 dias de folga a mais na montadora serão descontados das férias dos metalúrgicos.

GM antecipa fechamento de fábrica no Canadá por queda nas vendas
A GM - General Motors - informou na noite de sexta-feira, 21/11, que fechará sua instalação de fabricação de caminhonetes na localidade canadense de Oshawa, três meses antes do antecipado, perante a drástica queda nas vendas. A fábrica deve agora deixar de produzir veículos no próximo dia 14 de maio, em vez de em julho, como havia sido anunciado. A outra fabrica da GM em Oshawa, que produz o Chevrolet Impala, estenderá para uma semana a redução da produção de veículos. (Efe, de Toronto)

Fiat investirá US$ 2 bilhões no Brasil até 2010
A montadora italiana de automóveis Fiat investirá cerca de US$ 2 bilhões no Brasil, entre 2008 e 2010, para aumentar as atividades da empresa. O Brasil é o segundo mercado mais importante para a Fiat, após a Itália, e é a principal marca de automóveis do país, com 25% de participação de mercado.


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ENERGIA & Telecomunicações

Telecom na América Latina ainda não sente desaceleração, dizem executivos
O setor de telecomunicações da América Latina, ainda não sentiu os efeitos da desaceleração econômica, segundo executivos da área reunidos hoje, no último dia do 10º Fórum Latibex, em Madri. "Nosso crescimento está muito forte, não há nenhum sinal de desaceleração", afirmou o diretor financeiro da Net, João Elek. "Agosto foi o melhor mês da história da empresa, setembro foi o segundo melhor, outubro ficou quase igual a setembro e os primeiros 15 dias de novembro, também foram muito bons."
Para a diretora de Relações com Investidores da América Móvil, Daniela Lecuona, até agora a empresa não constatou nenhum indício de tendência negativa, já que as adições líquidas de clientes seguem crescendo. A executiva destacou a filosofia da empresa, que no Brasil é dona da operadora móvel Claro, de "apertar o cinto durante as vacas gordas", o que prepara o terreno para os períodos de dificuldades. "Temos experiência com outras crises e estamos com uma posição financeira forte", disse.
Segundo ela, a maior parte dos investimentos necessários já foi feita recentemente, tanto que em 2008, a companhia aportou US$ 5 bilhões na América Latina. "Acredito que o impacto da crise na região, vai ser menor e a recuperação será mais rápida", comentou.
Conforme o presidente da colombiana ETB, Fernando Serna, a América Latina é a região onde o setor de telecomunicações mais avança no mundo. "As oportunidades de crescimento são grandes, não é um mercado saturado."
O diretor de finanças da mexicana Iusacell, Bruno Rangel, acredita que a penetração da telefonia celular pode chegar a 90% na região nos próximos anos - hoje está em 78%. "Vemos um potencial de crescimento enorme na região", ratificou o diretor de Controle e Recursos da espanhola Telefónica, Ernesto Lopez Mozo. Ele destacou o crescente interesse por banda larga móvel no Brasil.


Número de celulares no Brasil chega a 144,8 milhões
Números divulgados pela Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações - mostram que nos dez primeiros meses do ano, a base instalada de telefones celulares, cresceu 13,08% sobre o mesmo período de 2007. Há atualmente 144,8 milhões de clientes no serviço móvel. Em outubro, foram mais de quatro milhões de habilitações, 2,85% mais que em setembro e o terceiro maior número de adesões desde a implementação da telefonia celular no Brasil. O índice de teledensidade (número de telefones em serviço a cada grupo de 100 habitantes) subiu 2,73% na comparação mensal e 24,52% sobre outubro de 2007, para 75,24.

Pedro Ripper deixa a presidência da Cisco e vai para a Oi
Pedro Ripper deixa a presidência da Cisco do Brasil, conforme comunicado oficial divulgado pela assessoria de imprensa da empresa, nessa sexta-feira, 21/11. O executivo passará a atuar na Oi, à frente da nova diretoria de Estratégia Corporativa e Novos Negócios. De acordo com a Oi, a nova diretoria definirá o perfil e o comportamento da receita nos negócios, com atuação da Oi nos próximos anos, e desenvolverá a estratégia corporativa da empresa. A área abrangerá os serviços de TV por assinatura, distribuição de conteúdo, internet e meios de pagamento por celular. Em seu lugar, assumirá Rodrigo Abreu, que era responsável pela unidade Cansac (que integra a América Central, o norte da América do Sul e o Caribe). Abreu, por sua vez, será substituído por José Manuel Berruecos, atual Global Strategic Accounts da Cisco. Ele faz parte do quadro de funcionários da companhia há pouco tempo, e já passou pela EDS, onde respondia como gerente de contas para 15 países da América Latina. Ripper atuava na Cisco Brasil há cinco anos. Em 2007, a empresa foi acusada de
sonegar 1,5 bilhão em impostos. Devido ao escândalo, Carlos Carnevali, presidente para América Latina, foi demitido da corporação.




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COMÉRCIO EXTERIOR


Queda de preços e crise, ameaçam superávit comercial
A combinação de fatores que jogou a favor da economia brasileira nos últimos anos, está mudando de direção. Desde o início da década, o Brasil aumentou suas exportações e cresceu em ritmo acelerado, aproveitando o que os economistas chamam de superciclo das commodities, uma alta recorde do preço das matérias-primas e produtos básicos. Fazem parte desse movimento produtos em que o Brasil é forte, como soja, minério de ferro e aço.
Agora, a crise financeira global está migrando numa velocidade surpreendente para o ambiente produtivo. De julho à primeira quinzena de novembro, os preços das principais matérias-primas desabaram, em média, 42%, em dólar, segundo o índice CRB Reuters/Jefferies. As matérias-primas respondem por 65% das exportações.
E os exportadores estão sofrendo não só com a queda dos preços, mas com o encolhimento dos principais mercados. Estudo da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) mostra que os embarques para EUA, Canadá e México (grupo do Nafta) caíram 10,2%, de janeiro a setembro, em relação ao mesmo período de 2007. Para a Europa, a queda é de 5,1%, segundo o economista Fernando Ribeiro, da Funcex.


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LOGÍSTICA & INFRA-ESTRUTURA


ANTT adia leilão de rodovias da Bahia para 21 de janeiro
A ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres - informou que adiou para o dia 21/01 o leilão de concessão dos trechos baianos das rodovias BR 324 e 116. Originalmente, o leilão estava previsto para o dia 1/12. Em nota à imprensa, a ANTT afirma que o adiamento levou em conta a necessidade de conceder prazo para o BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - analisar a possibilidade de financiamento ao vencedor do leilão.
A ANTT divulgou em seu site, carta recebida do BNDES, na última segunda-feira, na qual o banco manifesta disposição em analisar esse apoio. No documento, o BNDES afirma que atualmente, suas condições de financiamento compreendem disponibilizar até 70% do total de investimentos financiáveis, com prazo de 144 meses.
A Agência também informa que usará esse tempo maior para fazer ajustes no edital para torná-lo mais claro. A ANTT vai realizar duas reuniões com os investidores interessados, nos dias 19/12 e 8/01, na Bovespa - Bolsa de Valores de São Paulo -, para dar mais detalhes sobre esses ajustes.

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MERCADO ONLINE


Internet não fomenta pirataria, diz líder de órgão pró-copyright
Conforme a internet cresce, diminui a pirataria de softwares. A rede é uma aliada da indústria de software, já que fomenta novas formas de distribuição de programas. A opinião é de Robert Holleyman, presidente da BSA - Business Software Alliance -, organização que reúne os maiores desenvolvedores de software do mundo. Holleyman disse que o alvo da associação - cuja atividade mais notável é o combate à violação de direitos autorais - são as empresas que usam softwares não-regulares.


Leia os principais trechos da entrevista:

PREÇOS

Eu nunca vi correlação entre preços e pirataria. A maior parte da pirataria de software acontece em empresas, que usam o programa para sua produtividade e têm lucro com isso. E elas são empresas legais em outros assuntos. Elas não identificaram os riscos para privacidade, produtividade e até mesmo os riscos legais.
CRISE

A atual crise econômica é um grande incentivador para a inovação. Software não fica isolado em uma prateleira; é uma parte integral das soluções, para toda uma série de desafios sociais e econômicos, particularmente em relação à crise econômica.
Por exemplo, a saúde é uma prioridade para o Brasil. Com investimento em TI - Tecnologia da Informação -, é possível ter um sistema de saúde mais barato. O investimento em software nessa área tem impactos, social e econômico.
OBAMA

O presidente eleito anunciou a criação de cargos ligados à tecnologia e à cibersegurança. Obama mostrou sinais claros, na campanha, de que considera a TI parte das soluções. Ele reconhece que ela tem um papel fundamental, como o sistema de saúde, o ambiente.
INTERNET E PIRATARIA

Minha experiência mostra que, conforme a internet cresce, a pirataria cai. O software legal e a internet não são incompatíveis. Nunca surgiram tantos modelos de distribuição. A nuvem computacional e o soft como serviço, os programas sustentados por publicidade, os gratuitos. Os consumidores devem ter opções conforme seus desejos. O software está disponível em formas nunca vistas.


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MERCADO DE TI


IDC reduz projeção para investimentos globais em TI
A IDC reduziu sua projeção para os investimentos globais em TI - Tecnologia da Informação - em 2009. Pelas novas estimativas, as despesas com TI em âmbito mundial, devem crescer 2,6% no próximo ano, bem menor que os 5,9% divulgados em pesquisa de agosto. Nos EUA, os aportes devem ser apenas 0,9% maiores, ante uma previsão de 4,2% anunciada antes da crise financeira. Para a América Latina, a expectativa foi revista de 13,7% para 7,8%.
O México deve ser o mais afetado entre os países latino-americanos, segundo a consultoria IDC, baseada em pesquisa na qual entrevistou 164 empresas da Argentina, Brasil e México. A maioria dessas companhias considerou que a crise terá um efeito negativo sobre seus respectivos mercados.
Os segmentos mais atingidos em 2009 na região devem ser o de hardware de consumo, como computadores pessoais, impressoras e câmeras digitais, nos quais os investimentos são mais voláteis e dependem diretamente da propensão dos consumidores a gastar. A IDC havia mencionado que os gastos com esse mercado, já tinham desacelerado em meados de outubro. Para 2009, espera-se que o mercado de hardware de consumo sofra mais nos dois primeiros trimestres, retomando o fôlego no segundo semestre.
Pela análise da IDC, divulgada hoje à imprensa, os mercados de software e serviços serão os menos afetados pela crise. O mercado de software na América Latina deve avançar 9% no próximo ano, e o de serviços, 8,6%. Segundo a IDC, o segmento de grandes empresas preservará os contratos de manutenção de software. No mercado de serviços, a expectativa é de que também, sejam mantidos os projetos em curso de outsourcing, gerenciamento de operações e integração de sistemas.
Antes da crise, 37% das organizações que participaram da pesquisa, consideravam que os investimentos em TI no próximo ano, seriam mais altos do que em 2008. Ao mesmo tempo, 52% dos entrevistados previam que os gastos permaneceriam iguais e apenas 12% disseram que seriam menores. "A crise mudou a situação, mas o cenário é de menos otimismo e não de total pessimismo", diz a IDC, em nota. "De fato, o número de empresas que acredita que os investimentos em 2009 vão superar os desse ano, chega a 23%, enquanto 46% consideram que permanecerão estáveis. Já as companhias que crêem que os aportes no próximo ano serão inferiores a 2008, somaram 32%", explica a consultoria.

Sony espera vender 400% mais notebooks em 2008
Para aproveitar a temporada de fim de ano, a Sony colocou no mercado cinco novas séries de seus notebooks Sony Vaio. A marca espera um incremento de 400% em relação às vendas de 2007, com o lançamento desses modelos. Serão lançados para o mercado corporativo o Vaio VGN-AW180, notebook com tela Full HD (resolução 1920 x 1080) e o VGN-TT150AN, produzido em fibra de carbono. Já o usuário doméstico terá à disposição o VGC-JS170AE; o VGN-CS160A, em quatro cores e design diferenciado; e o VGN-NS130AE, de preço mais acessível e chassi texturizado.


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MERCADO DE LUXO





Artigo - O Luxo e a crise financeira internacional
Até que ponto o negócio do Luxo será afetado diante dessa crise no mercado americano? Quais serão os principais sinais de alerta? Quais serão os principais obstáculos dessa crise? Haverá ou não crise no mercado de Luxo? São muitas as perguntas e dúvidas. Se ainda existem muitas dúvidas e questionamentos sobre o real impacto dessa crise americana, em médio e longo prazo, tanto nos EUA como no mundo, não há como ter as devidas respostas para o impacto generalizado no Luxo.
Entretanto, quando o principal mercado do mundo sofre, não há como não existir obstáculos e problemas no resto do mundo. Antever o quanto e até quanto, é o assunto e o questionamento do momento. A atual crise americana traz de alguma forma uma situação paradoxal para o Brasil.
Se nos últimos 2 anos as viagens internacionais têm sido um dos grandes e principais concorrentes para a venda de produtos de Luxo no País, o aumento da taxa de câmbio levando o dólar ao patamar de R$ 2,00, e já oferecendo uma retração nas agências e operadoras de turismo, isso favorece de alguma forma o consumo local, uma vez que a diferença cambial não será tão demasiadamente forte como tem sido ultimamente.
Assim, é hora de voltar a investir na atenção desse consumidor localmente, seja pelo varejo de produtos ou pelo serviço como hotelaria, resorts, restaurantes e não somente, em São Paulo e Rio de Janeiro, mercados tradicionais; mas também, nas demais regiões do País, que tem crescido no consumo aspiracional. Acredito que em momentos como esse, o brasileiro de forma geral, tenderá a viajar um pouco menos.
Há que se relevar também, o impacto imediato do consumo chamado de Luxo Absoluto. Lanchas, Aviões Particulares, Residências de Alto Padrão, Carros Exclusivos, Helicópteros e todos os outros produtos que falam com valores muito acima da média, deverão sofrer um desaquecimento considerável.
Por outro lado, se analisarmos os grandes grupos mundiais de Luxo ou apenas as grandes marcas, o crescimento desses, está sendo totalmente afetado com uma redução esperada de vendas e faturamento na ordem de 50%, nos EUA. Quando isso acontece, mudam as prioridades e o foco estratégico, favorecendo as economias emergentes ou outros mercados que não sejam tão dependentes dos EUA, que precisam crescer mais rapidamente para suprir essa baixa nos números no mercado americano.
Essa é a razão que localmente, os números das marcas de Luxo nos EUA são ruins, mas o número consolidado mundialmente, não. A velocidade e o vigor do consumo de Luxo em regiões como a Ásia, Rússia e Leste Europeu, tem compensado. Somente o Leste Europeu cresceu 35% no primeiro semestre, compensando e muito a perda americana para algumas marcas.
O Brasil também pode ser favorecido sob essa ótica de mercado. As marcas internacionais precisarão cada vez mais, encontrarem soluções para esse consumo muito dependente dos EUA. Com isso, mercados como o brasileiro se tornam cada vez mais atraentes e necessários. Ainda mais se considerarmos que o consumo no Brasil, no Luxo, é praticamente todo ele feito para locais – sem a dependência do dinheiro do turista. Com isso, a velocidade da intenção e do interesse de iniciar operações no Brasil, será cada vez mais aquecida para os próximos anos. Considerando que essas empresas tomam decisões pautadas no longo prazo, o mercado brasileiro é sem dúvida alguma, a estrela da região da América Latina.
Mas há também a oportunidade para o empreendedorismo. Em momentos como esses, as marcas genuinamente nacionais, sejam em produtos e serviços, que conseguirem surpreender e encantar o cliente local com movimentações aspiracionais e prestigiosas ganham espaço. E o Brasil tem surpreendido com marcas especiais em diversas áreas; citando algumas como Movelaria, Gastronomia, Chocolates, Espumantes, Hotelaria, Bem-Estar, Calçados de prestígio, dentre outras.
Há uma crise. Há que se preparar para ela. Ainda são poucos os dados reais desse impacto. Mas, impactos seguramente haverão. É hora de fortalecer o treinamento dos profissionais/colaboradores, a oferta de produtos e serviços que de alguma forma inspirem ao consumo e exercitar concretamente, o momento das experiências. Planos de crescimento e investimento precisam ser revistos. A crise coincide com o momento de budget das empresas. O ano de 2009 será afetado na motivação e entusiasmo que vinham ditando o ritmo.
O consumo do Luxo é um consumo pautado pelas decisões emocionais e não racionais. Assim, em momentos difíceis de mercado, esse consumo imediatamente é afetado. Corta-se o supérfluo. De forma geral, as pessoas no primeiro momento se tornam mais temerosas e atentas. São mais comedidas. Com isso, desaquecimento de consumo. Mas, assim que os sinais estejam claros ou que melhorem, volta-se ao ritmo do consumo e muitas vezes mais acelerado e significativo. Luxo tem a ver com o consumo hedonista. Fazer bem a si mesmo!

Carlos Ferreirinha – Diretor Presidente da MCF Consultoria & Conhecimento especializada no Negócio do Luxo e Premium, com atuação no Brasil e América do Sul -
www.mcfconsultoria.com.br

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