I-Press.biz Economia & Mercado | Edição 098 | Ano I

Prezado leitor
Nesta sexta-feira, tivemos problemas técnicos que nos impossibilitaram de conseguir disponibilizar a edição de hoje - dia 7/11 - a tempo para sua leitura matinal. Pedimos desculpas e já informamos que todos as problemas foram resolvidos e não teremos mais nenhum atraso na publicação das nossas edições diárias. O seu I-Press.biz continuará lhe trazendo todoas as principais notícias econômicas e de mercado do seu interesse. Pedimos desculpas pelo incômodo lhe causado.

Atenciosamente,
Equipe I-Press.biz
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Contra crise, governo libera mais R$ 19 bilhões em linhas de crédito para empresas
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou na tarde de ontem, durante reunião do chamado Conselhão (CDES - Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), uma série de novas medidas que, juntas, disponibilizam R$ 19 bilhões em linhas de crédito para diversos setores via BNDES (banco estatal de investimento) e Banco do Brasil.

A retração do crédito é o principal efeito da crise financeira no Brasil. O ministro confirmou ainda, o adiamento no prazo de pagamento de alguns tributos para elevar o capital de giro do setor produtivo.
Durante seu discurso, Mantega avaliou ainda que, desde o fim de outubro, os mercados mundiais entraram no que ele chamou de momento de "calmaria". "A boa notícia é que o pior da crise está passando e já há sinais de arrefecimento."
O anúncio com valor mais alto refere-se ao BNDES, que terá mais
R$ 10 bilhões para financiar o capital de giro de empresas e para empréstimos em linhas de exportação pré-embarque - ou seja, os valores serão usados para permitir as vendas externas. Em outubro, o governo já tinha liberado R$ 5 bilhões.
Outros
R$ 5 bilhões, provenientes do BB - Banco do Brasil -, serão usados para abrir uma linha de crédito para capital de giro de pequenas e médias empresas.
Como já era esperado, Mantega confirmou
R$ 4 bilhões, também do BB, para ajudar os bancos de montadoras a elevar o crédito aos consumidores. Em seu discurso, Mantega afirmou que o dinheiro é suficiente para garantir as vendas nos meses de novembro e dezembro - após esse período, o ministro disse esperar uma normalização do crédito nesse setor.
Segundo dados divulgados na quarta-feira, dia 5/11, pela
Anfavea, tanto a produção de veículos como as vendas caíram em outubro, seja na comparação com setembro ou na relação com outubro do ano passado.
O presidente do banco,
Antônio Francisco de Lima Neto, afirmou que só nessa semana já vai liberar R$ 1 bilhão. "Como as montadora têm uma fonte de captação importante no crédito interbancário, quando ele secou, eles tiveram que reduzir os prazos de financiamentos. Com a volta do interbancário, é natural que se volte a ter uma melhor acomodação dos prazos", avaliou.
De acordo com o presidente do BB, o montante disponibilizado para as montadoras é suficiente para "quebrar a inércia" que se instalou em relação a prazos e volumes de crédito e aquecer o mercado.
Tributos
Durante a reunião do CDES, Mantega anunciou ainda, que irá acelerar a devolução de créditos tributários para as empresas e confirmou a
ampliação no prazo do recolhimento de impostos em dez dias. Ele confirmou que as empresas terão, em média, mais dez dias para recolher os impostos federais e, dessa forma, ficarão mais tempo com dinheiro em caixa. O pagamento do IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados - será adiado do dia 15 para o dia 25 de cada mês. O PIS/Cofins, do dia 20 para 25. O IR - Imposto de Renda - recolhido na fonte e a contribuição para a Previdência, passam a ser pagos não mais no dia 10, mas no dia 20 do mês. "Nós vamos postergar as datas de pagamento de alguns tributos. Estamos fazendo algo que não é muito grande, porque senão impacta as contas públicas", afirmou Mantega. "É um alívio para as empresas que terão dez dias a mais de capital de giro para pagar as suas contas."
Em relação ao crédito tributário, o ministro disse que vai montar um "mutirão" para agilizar a liberação. "Isso também vai gerar um bom capital de giro para as empresas."
O presidente da CNI - Confederação Nacional da Indústria -, Armando Monteiro Neto,
pediu ao governo prazo maior, mas elogiou as medidas adotadas. "É uma medida importante que vai ter impacto positivo sobretudo para pequenas e médias empresas".

Lula sanciona lei sobre pagamento no exterior em reais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem, a Lei 11.803, que trata da utilização do superávit financeiro e abre caminho para que pagamentos feitos no exterior para empresas e famílias brasileiras, possam ser feitos em reais, sem a necessidade de câmbio para dólares ou euro, ao permitir ordens de pagamento no exterior na moeda brasileira. Essa lei teve origem na Medida Provisória 435, editada pelo governo no final de junho passado. A lei autoriza o Tesouro Nacional a emitir títulos públicos para recompor a carteira do Banco Central. Também permite a emissão de ordens de pagamento no exterior em reais; determina a transferência, para a União, do resultado financeiro das operações realizadas pelo Banco Central do Brasil, desde 2 de janeiro de 2008, com reservas cambiais e, no mercado interno, com derivativos cambiais; e autoriza o BC a abrir um crédito de US$ 120 milhões no Banco Central da Argentina, para possibilitar pagamentos na moeda local de cada um dos dois países.

FMI reduz previsão do crescimento brasileiro em 2009
O Fundo Monetário Internacional reduziu a projeção de crescimento da economia brasileira, em 2009, para 3%. A previsão anterior era de uma expansão de 3,5% do PIB. Para 2008, o FMI manteve a estimativa em 5,2%. O Fundo divulgou ainda, uma atualização das projeções de crescimento do relatório Perspectiva Econômica Mundial. De acordo com os dados, a uma previsão de forte redução na projeção do crescimento da economia global em 2009, para 2,2%.

China lançará pacote contra a desaceleração da economia
O governo da China estuda um pacote para reduzir o impacto interno da crise mundial, e evitar a desaceleração econômica. De acordo com o jornal estatal "China Daily", o plano será "abrangente e radical". Uma fonte ouvida pelo diário afirma que o governo pretende ampliar os gastos com as estatais, infra-estrutura e também energia verde. E também dará incentivos fiscais para projetos de geração de empregos. O "China Daily" afirma que o crescimento chinês vai diminuir e, para sustentar isso, mostra que a demanda por energia, caiu de 5,1% em agosto para 3,6% em setembro.

Especialistas divergem sobre efeito da eleição de Obama no comércio exterior brasileiro
Um país muito mais restritivo a acordos comerciais e mais fechado a pretensões brasileiras, como a de realizar negócios em grande escala na área de biocombustíveis, é o que se pode esperar, nos próximos dois anos, dos EUA, que acaba de eleger o democrata
Barack Obama como presidente.
A avaliação é do presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - e ex-embaixador do Brasil nos EUA, Rubens Barbosa. "Eu prevejo que nesses próximos dois anos ou um pouco mais, enquanto durar a crise de maneira mais intensa, dado o Congresso americano, controlado pelos democratas nessa eleição, vai haver uma posição muito restritiva às pretensões que nós tínhamos de liberalização do mercado americano para alguns produtos brasileiros, inclusive o álcool. Eu acho que elas vão ficar adiadas por algum tempo", disse em entrevista à TV Brasil.
Na opinião do ex-embaixador, a proximidade dos democratas, vitoriosos na eleição, com os sindicatos dos EUA, tenderá a agravar o quadro restritivo a uma maior liberalização do comércio. "Com a desaceleração da economia americana, você vai ter um aumento do desemprego nos EUA. E o Partido Democrata, que é muito ligado aos sindicatos, vai fazer uma pressão muito grande contra qualquer liberalização da economia", disse.
Para o diretor executivo da Câmara Americana do Comércio, Luiz Gabriel Rico, no entanto, a eleição de Obama representa uma oportunidade de o Brasil tentar avançar em negociações comerciais que ficaram travadas no passado. "Eu acho que o pior que pode acontecer é ficar como está. Não vejo nenhuma chance de retrocesso nas relações. A mudança da administração americana dá chance para que se retome negociações iniciadas anteriormente, talvez de uma nova forma. E buscando um escopo muito mais amplo do que tínhamos até então", afirmou.
De acordo com ele, a história e a experiência de vida do novo presidente americano pesarão a favor do Brasil. "O momento é de esperança, é de mudança. É muito relevante a eleição do Obama considerando a origem, a história e a experiência de vida dele. São experiências, uma história e uma origem que têm muito com a formação do povo brasileiro. Ele é muito mais próximo de nós do que os outros presidentes eram".

InBev mantém acordo para aquisição da Anheuser-Busch
A InBev, segunda maior cervejaria do mundo, informa que as negociações para a aquisição da rival norte-americana Anheuser-Busch, por 52 bilhões de dólares, segue o cronograma. A InBev divulgou que está a caminho de concluir o acordo até o fim do ano, frente à turbulência do mercado, que forçou o adiamento da emissão de 9 bilhões e 800 milhões de dólares no mês passado.

Barril de petróleo fecha no valor mais baixo desde 2007
O preço do barril de petróleo fechou em queda de mais de US$ 4 pela segunda sessão seguida. Os investidores temem a queda da demanda do produto, quando se multiplicam os sinais de recessão. Em Nova Iorque, o barril do tipo "light" encerrou a US$ 60,77, uma queda de US$ 4,53 - é o valor mais baixo desde 21 de março de 2007. Em Londres, o tipo brent, ficou em US$ 57,43, uma baixa de US$ 4,44 - o menor preço desde 14 de fevereiro de 2007.

Cade aprova operações da Petrobras na área de energia
O Cade - Conselho Administrativo de Defesa Econômica - aprovou ontem, sem restrições, duas operações da Petrobras na área de produção e comercialização de energia elétrica. O primeiro negócio é um arrendamento por 17 anos da Usina Termelétrica de Piratininga, em São Paulo, com opção de compra da usina pela Petrobras no 12º ano de vigência do contrato. A operação de arrendamento foi assinada em abril do ano passado. A segunda operação da estatal petrolífera é a aquisição da Usina Termelétrica de Juiz de Fora/MG, que era propriedade da empresa brasileira Energisa. A aquisição foi em outubro do ano passado. Os conselheiros aprovaram os negócios sem restrição. Outras três aquisições de usinas pela Petrobras estavam na pauta de ontem, mas não foram julgadas, porque o conselheiro Olavo Chinaglia decidiu, na condição de relator, adiar a análise. A apreciação de quatro aquisições de pequenas e médias imobiliárias e construtoras pela incorporadora Cyrela, realizadas no início de 2008, também estava prevista para ontem. Mas o relator desses processos, conselheiro Carlos Ragazzo, decidiu adiar seu julgamento. Não foi marcada nova data.

Faturamento do setor de máquinas sobe 15,7% em setembro
O faturamento da indústria brasileira de máquinas e equipamentos teve alta de 15,7% em setembro, em relação a agosto. O saldo é de R$ 7,94 bilhões, segundo dados divulgados ontem, 5/11, pela Abimaq - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos. Os setores que mais cresceram no período foram os de máquinas agrícolas (48,7%), bombas e motobombas (35,2%) e bens sob encomenda (27,6%). As maiores quedas foram verificadas no segmento de têxteis (-25,2%) e gráficas (-26,2%). Segundo o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, os efeitos da crise de liquidez serão mais sentidos a partir de 2009, porque as encomendas são entregues no prazo médio de três meses, sendo assim, o setor já está compromissado até o fim do ano. Luiz Albert afirma que as empresas compradoras de bens de capital nos segmentos de petróleo, gás, siderurgia, papel e celulose, estão mantendo seus pedidos. Já no setor de açúcar e álcool, têm feito pedidos de adiamento de 90 dias para a entrega de equipamentos e até mesmo cancelamentos. "O faturamento do setor não deve ser muito diferente até o fim do ano, pois temos uma carteira de pedidos até janeiro. O grande problema é a entrada de novos pedidos", disse. Segundo ele, o segmento agrícola será bastante afetado pela crise, pois depende de crédito para adquirir máquinas e equipamentos e também, tem sido prejudicado pelo preço em queda dos produtos agrícolas.

Setor de construção civil começa a demitir
A
crise financeira, que começou no mercado imobiliário americano, acabou afetando a construção civil brasileira. Além de reverem as metas de lançamento, construtoras e incorporadoras listadas na Bolsa estão realizando demissões. Os cortes começaram há dois dias. A Cyrela demitiu 300 funcionários. Por meio de sua assessoria, a empresa afirmou que seu quadro de funcionários continua inalterado. Na JHSF, especializada em empreendimentos de alto padrão, foram cerca de 40. A Lopes demitiu 60, mesmo número da Abyara. Segundo o gerente de Relações com Investidores da Abyara, Alexandre Hermann Sande, há chances de novas demissões. Na Even, 25 foram demitidos. Entre eles, estão engenheiros, advogados, mestres de obra e projetistas, além de profissionais da área técnica que trabalhavam em projetos previstos para os próximos anos. A JHSF afirmou que não fará mais cortes. Na Even, as demissões foram anunciadas juntamente com a contratação de 70 postos de trabalho nos canteiros de obra. Segundo as construtoras, o setor entrou em um período de ajustes de custos para responder aos efeitos da crise financeira que abalou o mercado de crédito no Brasil. Analistas do setor afirmam que demissões e revisões de projetos eram previstas, mas que isso afeta a cotação das ações dessas empresas. Por conta da crise, a Caixa Econômica Federal disponibilizou uma linha de crédito de capital de giro de R$ 3 bilhões para empresas de construção civil. Além disso, o governo vai permitir que outros bancos direcionem mais recursos da poupança para essas empresas. Isso pode significar mais R$ 10 bilhões para as construtoras, a partir do redirecionamento de um dinheiro que hoje financia o mutuário.

Xerox vai fechar operação de manufatura em Manaus
A Xerox Corporation anunciou ontem, que vai fechar a operação de manufatura em Manaus. Segundo a empresa, serão demitidos os 86 funcionários da unidade e as atividades de envasamento de toner e montagem de cartuchos de suprimentos, será transferida para a fábrica em Simões Filho, na Bahia. "Eles justificam que é a crise, mas na verdade essas duas fábricas já vinham demitindo aos poucos", disse um dos diretores do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Aivê Barbosa, somando, ao total de funcionários que serão demitidos da Xerox, os cerca de 200 funcionários que a fabricante brasileira de eletrônicos Evadin deve demitir até o fim desse mês, quando também, deve anunciar o fim da fábrica no Amazonas. "Nosso temor é que o ano comece com demissões." Ainda, segundo a assessoria da Xerox, a operação será descontinuada até janeiro do ano que vem e é "um reflexo da crise mundial". Por meio da assessoria, o vice-presidente do grupo de desenvolvimento e manufatura de consumíveis da Xerox, Richard Schmachtenberg, afirma que as reduções trarão ainda um "reflexo importante sobre a redução da base de custos da empresa e orientarão a otimização operacional em todos os níveis da organização".

Sistema FIERGS, CNI e ABDI promovem Congresso Internacional de Inovação em Porto Alegre/RS
Especialistas nacionais e internacionais em inovação, e lideranças empresariais e governamentais estarão em Porto Alegre, entre os dias 17 e 19 de novembro, para o Congresso Internacional de Inovação. O evento é realizado pelo Sistema FIERGS - Sesi, Senai e IEL, pela CNI - Confederação Nacional das Indústrias - e pela ABDI - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. “Além de elevar a mobilização em torno do tema inovação em meio a um momento de turbulência mundial, o evento dá prosseguimento às iniciativas que o Sistema FIERGS tem implementado para discutir e incentivar a inovação nos setores produtivos”, afirma o presidente do Sistema FIERGS, Paulo Tigre. “A inovação é um fenômeno que gera valor e se destaca no desenvolvimento das economias mais competitivas do mundo. Os esforços em incentivar um ambiente inovador são absolutamente válidos e urgentes”, destaca Tigre. Nessa primeira edição, o Congresso Internacional de Inovação terá como foco o conceito de Inovação, seus efeitos benéficos e a discussão de subsídios para decisões empresariais, de governo e das universidades e organizações de ensino quanto ao tema. Entre os temas de debate estarão Inovação e Crescimento, Estratégias para a Inovação, Inovação e Competitividade Local e Global, o Sistema Nacional de Inovação e o ambiente de inovação no Rio Grande do Sul.

Pagamentos via celular devem ter a maior expansão
De acordo com o vice-presidente sênior da CPM Braxis, Maurício Minas, o m-payment ou mobile payment, realização de pagamentos via celulares ou smartphones, deve ser a forma de pagamento que mais crescerá nos próximos anos. Para ele, a praticidade e a grande penetração de aparelhos celulares entre a população, devem ser os principais responsáveis por essa popularização. Outro fator que pode impulsionar a utilização desse canal de pagamentos, na visão do executivo, é a segurança. Minas afirma que, se comparado com a internet, por exemplo, o m-payment é muito mais seguro. Ainda segundo Minas, atualmente as transações via aparelhos celulares equivalem a 5% do número de transações realizadas por meio da internet.

Hugo Boss tem alta de 6% no ano

As mudanças na taxa cambial com a crise internacional, que têm atrapalhado os balanços de algumas empresas brasileiras, que trabalham muito com importação ou que têm dívidas indexadas em dólar, ajudou o grupo Hugo Boss a aumentar as suas vendas em 6% nos primeiros nove meses de 2008, sobre o mesmo período de 2007. Segundo o balanço da companhia, as vendas subiram 3%, já excluindo variações cambiais, para 1,36 bilhão de euros. No mercado doméstico alemão, o clima do consumidor ficou consideravelmente mais obscurecido nos últimos meses com a intensificação da crise financeira. Apesar do declínio das vendas no ramo da moda, a Hugo Boss teve um desempenho melhor do que o mercado, embora o ambiente de consumo tenha deixado suas marcas na companhia. As vendas sofreram um leve declínio, de 3%, de 287 milhões de euros em 2007 para 279 milhões de euros esse ano.


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MERCADO de Ações & Futuros

(Informações: Dow Jones, Bovespa, Reuters e AFP)

Bovespa fecha com recuo de 3,77% em dia de poucos negócios
A Bovespa - Bolsa de Valores de São Paulo - teve fortes perdas durante a maior parte da jornada dessa quinta-feira, em um pregão bastante esvaziado.


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O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, caiu 3,77% e bateu os 36.361 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,96 bilhões, bem abaixo da média de outubro (R$ 5,32 bilhões/dia) e do ano (R$ 5,82 bilhões/dia).

- O dólar comercial foi cotado a R$ 2,205 para venda, em alta de 4,05%. A taxa de risco-país marca 457 pontos, número 0,43% abaixo da pontuação anterior.

Análise - A perspectiva de uma recessão global continua a assombrar os mercados, em um dia marcado pela ansiedade dos investidores com a divulgação, prevista para acontecer hoje, dos números sobre emprego nos EUA. Outra questão que influenciou o recuo da Bovespa foi a repercussão do anuncio do FMI - Fundo Monetário Internacional - que revisou para baixo suas projeções de crescimento da economia mundial em 2009, de 3% para 2,2%. O relatório, também indicou que o conjunto dos países desenvolvidos terá retração no PIB - Produto Interno Bruto - de 0,3% em 2009, a primeira desde o pós-guerra.

Perdas nas Bolsas de NY aumentam com medo de recessão global
O medo de uma recessão nos EUA e seu impacto sobre a economia global intensificou as perdas registradas nessa quinta-feira nas Bolsas americanas. O mercado baseia sua percepção negativa da economia em uma série de dados macroeconômicos ruins divulgados ontem, como os de vendas do varejo e dos pedidos de seguro-desemprego em outubro.


Às 16h10min (horário de Brasília), o Dow Jones Industrial Average - principal indicador da Nyse (Bolsa de Valores de Nova York - recuava 3,86%, a 8.785,95 unidades, enquanto ampliado S&P 500 perdia 4,21%, a 912,63 unidades. Na Bolsa tecnológica Nasdaq, o índice Nasdaq Composite tinha baixa de 3,58%, para 1.621,36 pontos.

Análise - As vendas do varejo em outubro caíram 1% sobre setembro, segundo o índice ICSC-Goldman Sachs. É o nível mais baixo para um mês de outubro desde 1969 - quando o índice foi criado. Em setembro o indicador subiu 1%. Porém, o indicador foi "inflado" pelo bom desempenho do Walmart, a maior rede de supermercados do país, que subiu 2,4%. Sem o gigante do varejo, a queda do índice despenca para 4,6%. O dado traz preocupação, segundo os analistas, para as lojas especializadas ou pequenas.

Investidores ignoram corte de juros e Bolsas européias despencam
As Bolsas européias despencaram nessa quinta-feira, a despeito do corte das taxas de juros pelo BCE -
Banco Central Europeu - e pelo Banco da Inglaterra, com os investidores temerosos quanto às perspectivas da economia mundial.

- A Bolsa de Frankfurt despencou nessa quinta-feira ao fim da sessão, com seu índice DAX caindo 6,84% a 4.813,57 pontos.
- O FTSE-100 de Londres também perdeu 5,70%, a 4.272,41 pontos.
- O CAC 40 de Paris também teve forte queda de 6,38%.
- Já o índice Ibex-35, da Bolsa de Madri, caiu 6,27%, para 9.133,90 pontos.


Análise - Exceto por alguma volatilidade após a redução das taxas de juros pelo Banco da Inglaterra, BCE e Banco Central da Suíça, os índices das Bolsas européias estiveram mais ou menos no nível que estavam anteriormente às divulgações. Em geral, reduções das taxas de juros estimulam os mercados, o que não ocorreu ontem.

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ÍNDICES ECONÔMICOS

Instabilidade econômica derruba as expectativas do comércio
O Ifecap - Índice Fecap de Expectativas nos Negócios - registrou em outubro 115,83 pontos, uma queda de 7,16 pontos em relação ao mês anterior. Na comparação anual, a queda foi ainda maior: 12,28 pontos, a maior desde dezembro de 2005 e a quinta consecutiva do indicador. As expectativas com as condições futuras também se mostraram bastante comprometidas, dada a instabilidade do cenário econômico no País e no mundo. A restrição de crédito atinge os comerciantes por meio da redução dos prazos de pagamentos e, a alta do dólar, aumenta o custo de reposição dos estoques. As condições atuais também sofreram queda significativa, possivelmente em decorrência do comportamento preventivo do consumidor, que, com a ameaça da crise, modifica seus hábitos de consumo.

- O IBGE -
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - revelou que
a produção industrial caiu em sete das 14 regiões pesquisadas em setembro, na comparação com o mês anterior.

- O Copom - Comitê de Política Monetária do Banco Central - avaliou que os efeitos da crise internacional, na economia brasileira, pode reduzir a necessidade de aumento dos juros para segurar a inflação. Não estão descartados, no entanto, novos aumentos da taxa básica no futuro. A análise consta da ata divulgada ontem, mas relativa à reunião da semana passada, em que o Comitê decidiu manter a taxa de juros em 13,75% ao ano. Veja a íntegra da ata do Copom

- A FGV - Fundação Getúlio Vargas - revelou ontem, que o IGP-DI de outubro, subiu 1,09% em outubro, ante 0,39% de setembro. Economistas do setor financeiro projetavam variação de 1%.


Consumidor brasileiro continua otimista apesar de crise, aponta pesquisa
Apesar da crise internacional, a confiança do consumidor brasileiro ficou estável em 140 pontos de setembro para outubro, segundo apontou o INC - Índice Nacional de Confiança -, calculado pela ACSP/Ipsos - Associação Comercial de São Paulo. Em outubro de 2007, a taxa era de 127 pontos. Segundo o mesmo levantamento, no Natal, 37% dos entrevistados vão usar o 13º salário para fazer compras. Em relação às compras, a ACSP/Ipsos mostrou que 44% dos entrevistados estão "mais favoráveis" a comprar eletroeletrônicos, contra 32% "menos favoráveis". A tendência se inverte em ralação aos bens de maior valor: 40% estão "menos favoráveis", contra 32% "mais favoráveis". A confiança na manutenção do emprego, ainda sustenta o otimismo: 41% dos entrevistados estão "mais confiantes" e 27% "menos confiantes". Destaque para o número de pessoas conhecidas dos entrevistados que perderam o emprego em outubro: ficou em 3,7%, percentagem praticamente estável há seis meses.
Compras de Natal
A pesquisa ACSP/Ipsos perguntou o que o consumidor pretende fazer com o 13º salário. Dos entrevistados, 37% pretendem gastar o dinheiro com compras, 34% pretendem pagar dívidas, 12% reformar a casa, apenas 1% dar entrada na compra da casa ou do carro novo, 8% pretendem viajar e 9% aplicar o dinheiro no banco.
Sobre o modo de pagamento, a pesquisa constatou que 62% dos entrevistados planejam pagar à vista, enquanto 26% preferem parcelar (média nacional), enquanto essa intenção sobe para 37% no nordeste, sendo a classe C (31%), a que mais se enquadra nesse perfil.

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MERCADO FINANCEIRO

Bancos poderão negociar taxa de juros do consignado
O INSS - Instituto Nacional do Seguro Social - permitiu que os bancos autorizados a conceder empréstimos consignados (com desconto em folha) aos segurados, possam negociar taxas de juros com sindicatos ou associações de aposentados e pensionistas do INSS de determinadas regiões, para concessão do crédito. As taxas, no entanto, não poderão superar os limites fixados pelo CNPS - Conselho Nacional de Previdência Social -, de 2,5% ao mês, no caso da modalidade tradicional com crédito em conta corrente, e 3,5% ao mês, no caso da modalidade cartão de crédito consignado.
A norma que permite aos bancos negociar com entidades representativas de aposentados, foi publicada ontem, no Diário Oficial da União. A assessoria do INSS explicou que, com a nova regra, os bancos podem observar as características de cada região ou município e definir taxas diferenciadas dentro do próprio Estado, respeitando o teto nacional. Antes da mudança, as instituições financeiras só podiam negociar taxas mais baixas que o teto em razão dos prazos de pagamento dos empréstimos. Para o INSS, isso pode aumentar a concorrência entre os bancos.
O INSS alerta, no entanto, que a aplicação de uma taxa melhor, negociada por uma associação da qual faça parte, não obriga o segurado a tomar empréstimo com uma determinada instituição financeira. Ele continua sendo aposentado ou pensionista do INSS e pode tomar o empréstimo onde quiser. (Agência Estado)

Poupança perde R$ 284,1 milhões em saques em outubro
Pela primeira vez desde abril desse ano, os saques superaram os depósitos nas cadernetas de poupança em outubro, de acordo com dados divulgados ontem, pelo Banco Central. A captação líquida da poupança no mês passado foi negativa em R$ 284,1 milhões, resultado de depósitos de R$ 89,363 bilhões e retiradas de R$ 89,647 bilhões. O saldo dos depósitos em poupança no fim do mês passado ficou em R$ 259,013 bilhões, ante R$ 257,638 bilhões em setembro. Os rendimentos somaram R$ 1,659 bilhão ao patrimônio total. No acumulado do ano até outubro, a poupança registra captação líquida positiva de R$ 9,733 bilhões. Em igual período do ano passado, era positivo em R$ 21,527 bilhões.


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AGRONEGÓCIOS


Crise mundial já causa impacto nas previsões de safra
A crise mundial já causou impacto no setor agrícola. É o que mostram relatórios divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. De acordo com as previsões do IBGE, a safra de grãos a ser colhida no Brasil, no próximo ano, deverá ser 3,3% menor do que a de 2008. O levantamento aponta uma safra de 140 milhões 800 mil toneladas. Já para a Conab, a queda será de até 2,9%. Os estudos indicam que os efeitos da crise no setor agrícola chegam, sobretudo, nos investimentos, afetando a produtividade.
Agricultura familiar e empresas terão R$ 5,25 bi do FAT
O Codefat - Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador - aprovou ontem, a liberação de R$ 5,25 bilhões do FAT que vão reforçar as linhas de empréstimos operadas pelo BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -, BB - Banco do Brasil - e CEF - Caixa Econômica Federal - para financiar pequenos empresários e agricultura familiar. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, informou que de imediato serão liberados R$ 1,25 bilhão. À medida, em que os bancos oficiais conseguirem emprestar o dinheiro, terão acesso aos demais recursos. De acordo com Lupi, a primeira parcela de R$ 1,25 bilhão será distribuída em R$ 614 milhões para a linha conhecida como Proger Urbano Empresarial, outros R$ 286 milhões às pequenas empresas e R$ 350 milhões para o Pronaf - Programa Nacional de Agricultura Familiar. A maior parte desse recurso virá de um remanejamento de verbas do fundo que compõem uma reserva legal. Outra pequena parcela tem origem na arrecadação do PIS/Pasep, que tem superado as expectativas iniciais desse início de ano. A reserva legal do FAT, por lei, deve ser suficiente para cobrir eventualmente, o pagamento de seis meses do seguro-desemprego que representa hoje R$ 11,2 bilhões. Por força de um crescimento das receitas do PIS/Pasep (que incide sobre o faturamento das empresas), essa reserva legal hoje beira os R$ 16 bilhões. "O que o Codefat fez, portanto, foi liberar esse excedente para dinamizar os empréstimos ao setor produtivo", comentou Lupi.

Produção de frango no Brasil deve crescer 2,2% no 1º trimestre de 2009
O Brasil deve apresentar um crescimento de 2,2% na produção de carne de frango no primeiro trimestre de 2009, segundo projeções de SAFRAS & Mercado, alcançando um volume de 2,766 milhões de toneladas, acima das 2,706 milhões registradas nos três primeiros meses desse ano. A estimativa de exportação para o período janeiro a março de 2009 gira em torno de 845 mil toneladas, o que representaria uma retração de 4,1% sobre as 880 mil toneladas embarcadas nos três primeiros meses desse ano, por conta dos efeitos da crise financeira internacional. A disponibilidade interna tende a crescer 5,2%, atingindo 1,921 milhão de toneladas no primeiro trimestre de 2009 ante as 1,826 milhão de toneladas ofertadas no mercado nacional nos três primeiros meses de 2008. Com relação aos meses de novembro e dezembro desse ano, a perspectiva é de que as exportações possam atingir 330 e 315 mil toneladas, respectivamente, com incremento de 10,4% e 7,5% ante novembro e dezembro de 2007. Quanto à produção, a previsão de SAFRAS & Mercado indica volumes de 979,9 mil toneladas e 1,034 milhão de toneladas para novembro e dezembro, com aumento de 10,4% e 13% sobre os mesmos meses do ano passado. A disponibilidade interna de carne de frango, estimada para novembro e dezembro, é de 649,9 mil toneladas e 719,3 mil toneladas, com elevação de 10,3% e 15,6% sobre novembro e dezembro de 2007.

Falta ração e armazéns seguem lotados no RS
Produtores rurais do norte do Rio Grande do Sul enfrentam problemas para alimentar as criações. Todo o milho guardado para essa época ficou retido na Cotrigo. A cooperativa não pode liberar os grãos por causa de dívidas. Os armazéns da cooperativa de Estação, a Cotrigo, estão lotados de grãos. Mas o que está guardado não pode ser usado pelos produtores rurais. A cooperativa está quebrada. Deve cerca de R$ 200 milhões. Por causa da dívida os cooperados não podem retirar os grãos que têm depositado. É um prejuízo para quem esperava usar o que colheu para dar de comer aos animais.

O criador Sérgio Antônio Bortolotto olha com esperança para a lavoura. O milho recém-plantado em Getúlio Vargas, no norte do Rio Grande do Sul, deve ser colhido daqui a quatro meses. Esse é o tempo que ele vai esperar para conseguir alimentar a criação de suínos sem preocupação. Os 900 animais consomem cerca de 400 sacos de milho por mês. A reserva da safra anterior, de mais de cem toneladas do grão, estava depositada na Cotrigo e não pode mais ser retirada. "Estou fazendo financiamento e até pegando milho emprestado dos vizinhos", contou Bortolotto. As dificuldades não são apenas para os produtores de suínos. A Cotrigo tem dívidas com mais de três mil agricultores. Entre eles, estão criadores de gado leiteiro.Soltar o gado para se alimentar no pasto foi a solução encontrada pelo criador Almir Confortin. Os 400 sacos de milho retidos na Cotrigo seriam suficientes para alimentar 25 cabeças por oito meses. A Cotrigo tem mais de cinco mil associados. Um comitê gestor, que assumiu a direção da cooperativa, marcou para sexta-feira uma reunião com os cooperados.

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SETOR AUTOMOTIVO


Para Anfavea as medidas do governo afastam queda nas vendas
O presidente da Anfavea - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores -, Jackson Schneider, afirmou ontem, que as medidas anunciadas pelo governo, como a redução do empréstimo compulsório e o pacote de R$ 4 bilhões que o Banco do Brasil repassará aos bancos das montadoras, são suficientes para afastar o movimento de retração das vendas registrado em outubro, que caíram 11% em relação a setembro e 2,1% em comparação ao mesmo mês do ano passado. A indústria automotiva responde por quase um quarto do PIB - Produto Interno Bruto - industrial do Brasil e, por isso, está recebendo essa atenção do governo." Schneider reiterou ainda que as projeções da entidade para 2008 estão mantidas, mas podem ser revistas. A previsão atual da Anfavea é de que as vendas de automóveis e comerciais leves, totalizem 3,060 milhões de unidades esse ano, o que representa uma alta de 24,2% na comparação com 2007. As vendas no ano, no segmento de máquinas agrícolas, devem somar 53,1 mil unidades, com alta de 38,6%. A Anfavea projeta alta de 15% na produção de automóveis e comerciais leves em 2008, para um total de 3,425 milhões de unidades. Já a produção de máquinas agrícolas deve totalizar 85 mil unidades, com expansão de 30,8% em relação a 2007. As exportações, por sua vez, devem ficar em US$ 14,5 bilhões, o que representa um aumento de 7,4% ante o ano anterior. Em volume, a expectativa é de queda de 1%, para 780 mil unidades. Schneider adiantou ainda que, com o restabelecimento do crédito, já se pode pensar em um 2009 positivo.

Carro flex representou 86,6% das vendas em outubro
As vendas de automóveis flex (bicombustíveis) novos somaram 194.613 unidades no mês passado, o que corresponde a 86,6% do total de carros e comerciais leves vendidos no mês. Em outubro de 2007, o volume de venda foi maior, com 200.999 unidades, mas a participação era um pouco menor: 86,5% do total. Os dados foram divulgados ontem, pela Anfavea - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. Conforme a entidade, no acumulado dos primeiros dez meses do ano, foram vendidas 2.027.314 unidades do tipo bicombustível, o que representa expansão de 26,25% em relação ao mesmo período do ano passado.

Crise mundial afeta lucro e reduz previsões da Toyota
A principal montadora japonesa de automóveis, Toyota Motor, reduziu a previsão de lucro líquido para o exercício 2008-2009, em conseqüência do que considera uma queda "sem precedentes" do mercado mundial, e anunciou uma importante queda dos lucros no primeiro semestre. A previsão de lucro líquido caiu para 550 bilhões de ienes (cerca de US$ 5,6 bilhões), contra 1,25 trilhão de ienes na estimativa anterior. O grupo também reduziu radicalmente os objetivos anuais de negócios (a 23 trilhões de ienes, contra 25 trilhões). Será a primeira vez em oito anos que o lucro líquido de exploração da Toyota será inferior a um trilhão de ienes. O lucro da empresa no primeiro semestre desabou 48%, a 493,47 bilhões de ienes, em conseqüência da valorização da moeda japonesa e da crise econômica global. "Os mercados de automóveis, especialmente nos países desenvolvidos, se contraem rapidamente. É uma situação sem precedentes", afirma em um comunicado o vice-presidente executivo da Toyota, Mitsuo Kinoshita. Segundo as novas previsões, o lucro líquido da Toyota deve cair 68% em relação ao recorde registrado em 2007-2008, o lucro de exploração 73,6% e o volume de negócios 12,5%. (France Presse, de Tóquio)

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COMÉRCIO EXTERIOR


Receita cambial com café subiu 20% até outubro, divulga Cecafé
Levantamento do Cecafé - Conselho dos Exportadores de Café do Brasil - divulgado ontem, mostra que a receita cambial com exportação de café (verde e solúvel) no acumulado dos primeiros dez meses desse ano, cresceu 19,7%, em relação ao mesmo período do ano passado. O faturamento é de US$ 3,760 bilhões, ante US$ 3,141 bilhões no mesmo período de 2007. O volume da exportação brasileira de café totalizou 23,056 milhões de sacas de 60 quilos nos dez primeiros meses, com redução de 0,8% em relação ao mesmo período de 2007 (23,234 milhões de sacas).
Desse total, o volume de café verde exportado pelo Brasil no período, caiu 0,7%. Foram embarcadas 20,350 milhões de sacas, em comparação a 20,487 milhões de sacas em 2007. Do total de grão verde exportado no período, o embarque de arábica teve queda de 3,8% em volume, de 19,263 milhões de sacas para 18,539 milhões de sacas. Já o volume de café conillon teve crescimento de 47,9% no período, de 1,224 milhão de sacas para 1,811 milhão de sacas.
Quanto ao desempenho das exportações de café solúvel, o levantamento do Cecafé mostra pequena retração de 1,5% no período, em volume. Foram embarcadas 2,706 milhões de sacas em equivalente de café solúvel, em comparação com 2,746 milhões de sacas nos primeiros dez meses do ano passado.
Volume - O volume de café verde exportado em outubro apresentou elevação de 9,4%, em comparação ao mesmo mês de 2007. Foram embarcadas 2,778 milhões de sacas de 60 quilos, ante 2,540 milhões de sacas em outubro de 2007, conforme levantamento do Cecafé.
Considerando o volume solúvel embarcado, o total de café exportado pelo Brasil em outubro, alcança 3,018 milhões de sacas, representando aumento de 6,7% ante mesmo mês de 2007 (2,827 milhões de sacas). O Cecafé informou ainda, que a receita cambial com o produto teve elevação de 21,1% no mês passado, em relação ao mesmo mês de 2007. Os exportadores faturaram US$ 493 milhões, em comparação com US$ 407,1 milhões em outubro do ano passado.

Superávit da balança do agronegócio somou US$ 5,499 bilhões em outubro
O superávit da balança comercial do agronegócio foi de US$ 5,499 bilhões em outubro desse ano, resultado superior ao registrado no mesmo mês do ano passado, quando o saldo foi de US$ 5,151 bilhões, informou ontem o Ministério da Agricultura. No mês, a receita cambial obtida com as exportações, cresceu 9,8% para US$ 6,622 bilhões. Os gastos com importações somaram US$ 1,123 bilhão, crescimento de 27,5%.
Os setores que mais contribuíram em valor absoluto para o aumento das exportações foram carnes, complexo sucroalcooleiro, fumo e seus produtos e café. O valor exportado do complexo soja (grão, farelo e óleo) apresentou redução de 4,2%, mas o resultado, de acordo com o ministério, não está relacionado à crise internacional. "A queda se deu em razão da antecipação das vendas dos produtos do complexo nos meses anteriores a outubro", informou o governo.
No mês passado, foi exportado o equivalente a US$ 1,1 bilhão do complexo soja. As vendas externas de carnes cresceram 31,4% alcançando a cifra de US$ 1,4 bilhão. Essas vendas foram puxadas, principalmente, pelo aumento dos preços e das quantidades embarcadas de carne de frango e peru que aumentaram 3,5% e 10%, respectivamente. As exportações do complexo sucroalcooleiro no mês passado totalizaram US$ 870 milhões, 40,5% superior que o mesmo período do ano anterior.
Receita
As exportações de produtos agrícolas renderam US$ 62 bilhões no acumulado do ano até outubro, crescimento de 26,8% na comparação com igual período de 2007, segundo o Ministério da Agricultura. Os cinco principais setores responsáveis pela expansão foram o complexo soja, carnes, produtos florestais, complexo sucroalcooleiro e café.
No mesmo período, os mercados que mais contribuíram para o crescimento das exportações do agronegócio foram Aladi, Ásia, Europa Oriental, Mercosul e União Européia. Em termos de participação, destacaram-se a União Européia (32,8%), Ásia (24,3%), Nafta (9,9%) e Europa Oriental (8%).
Na análise por destino, houve relevante mudança entre os países importadores do agronegócio brasileiro, avaliou o ministério por meio de sua assessoria de imprensa. A forte elevação das vendas para China (78,4%) colocou esse país no topo da lista de destinos no acumulado desse ano, obtendo 12,2% de participação.
A China ultrapassou os Países Baixos, com participação de 9,1%, e os EUA, com 8,6%. Registrou-se também, forte aumento das exportações para a Venezuela (129,4%), Tailândia (71,2%), Arábia Saudita (50,9%), Japão (41,3%) e Rússia (40,6%).
No período entre novembro de 2007 a outubro de 2008, as exportações do agronegócio alcançaram a marca histórica de US$ 71,5 bilhões. O valor é 24,6% maior que nos 12 meses entre novembro de 2006 e outubro de 2007. O superávit comercial acumulado nos últimos meses foi de US$ 59,8 bilhões.

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MATÉRIA ESPECIAL


Especialistas alertam para aluguel de redes zumbis
Está cada vez mais fácil a ação de cibercriminosos online. Agora, um relatório da firma de segurança RSA, aponta uma nova tendência que permite a contratação de redes botnets por preços tão baixos quanto US$ 299 por mês.
Segundo o site ZDNet, o modelo parece se inspirar no conceito de computação em nuvem e permite a qualquer usuário contratar o serviço para - por exemplo - spam ou roubo de credenciais bancárias.
O assunto foi levantado por Uri Rivner, especialista responsável pelo setor de novas tecnologias na RSA, durante a RSA Conference Europe 2008, que aconteceu em Londres no fim de outubro. A organização dos cibercriminosos é tanta que mediante mensalidade, o serviço oferece atualizações e correções constantes.
Redes botnets podem ser utilizadas para diversos fins, desde infectar outros usuários com malware, até dirigir ataques de sobrecarga de servidores (DoS) para derrubar redes corporativas. Uma rede botnet é composta por computadores de usuários domésticos e empresariais infectados com um determinado tipo de vírus, semelhante a um trojan. Uma vez infectadas, as máquinas (normalmente em número superior a dezenas ou mesmo centenas de milhares) podem ser controladas à distância por uma única pessoa. Normalmente, o proprietário do PC infectado nem percebe que seu computador é um zumbi e faz parte de uma botnet, já que esse continua funcionando normalmente, sem nenhuma diferença aparente. Uma parcela significativa dos computadores da internet (o que inclui boa parte dos leitores dessa nota) estão infectados ou vulneráveis à infecção.
Apesar de elevar a sensação de segurança entre os fraudadores, o uso de um serviço terceirizado não está livre de riscos. Recentemente foi descoberto que as próprias ferramentas hackers possuíam brechas que permitiam que seus criadores monitorassem a ação dos clientes criminosos, noticiou o site The Register, numa versão digital do dito popular "ladrão que rouba ladrão".
Contudo, por estar acessível a qualquer interessado, esse tipo de serviço pode elevar o número de fraudes online, transformando qualquer cidadão de qualquer país em um potencial cibercriminoso. A venda de vírus, por exemplo, não é nova e tem foco em diversos níveis de usuário. Um trojan sofisticado pode ser encontrado por US$ 1.000, enquanto outro mais comum é vendido na internet por US$ 350.
Rivner explicou ainda, que hoje o mercado se divide entre hackers (modernamente chamados de "crackers") que criam o malware para o roubo de dados, e os cibercriminosos que usam o aplicativo, roubam os dados e desviam o dinheiro. Os cibercriminosos também fariam uso de "laranjas", recrutados para receptar o dinheiro sujo em suas contas e repassá-los de forma legal.

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ANÁLISE SETORIAL


Setor de bens de capital prevê queda em pedidos
Com o anúncio de corte na produção e revisão nos planos de investimento de empresas como Vale e Petrobras por conta da crise global, a indústria de máquinas e equipamentos prevê que terá menos pedidos nos próximos meses.
De acordo com o presidente da Abimaq - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos -, Luiz Aubert Neto, os setores de óleo e gás, açúcar e álcool, papel e celulose e mineração, respondem por 30% a 40% das compras do setor de bens de capital. "Se você recebe a notícia de corte de investimentos nesses setores específicos, fica na dúvida se continua a investir ou não, porque são grandes compradores de nossos produtos", afirma Aubert.
Na semana passada, a
Vale anunciou que fará um corte de produção de 30 milhões de toneladas de minério de ferro, ou 10% do total extraído pela empresa. Já a Petrobras pediu contenção de gastos a seus funcionários. E, embora negue oficialmente, já há uma expectativa de que a estatal possa adiar projetos em refinarias. Usinas de álcool e açúcar que entrariam em funcionamento no centro-sul, também tiveram seus projetos adiados. "Essas notícias nos preocupam bastante. Especialmente Petrobras e Vale são 'players' muito importantes para nós", diz o presidente da Abimaq.
O setor de máquinas e equipamentos faturou R$ 7,94 bilhões em setembro desse ano - crescimento de 15,7% na comparação com agosto. Apesar da crise, a previsão da Abimaq é que seja registrado nesse ano, crescimento de 25% na receita, uma vez que as carteiras de pedidos para os próximos meses estão fechadas. "O receio que temos é com relação à entrada de novos pedidos", diz Aubert.
No entanto, os subsetores de máquinas têxteis e máquinas gráficas, já apresentam entre janeiro e setembro, uma queda no faturamento de 25,2% e 26,2%, respectivamente, por conta do ciclo de apreciação cambial verificado até agosto. Com o dólar em um patamar baixo, ficava mais barato importar os produtos inteiros em vez de investir em máquinas para produzi-los.
Dólar
Com a disparada da moeda norte-americana, houve queda de 9,3% nas importações de máquinas em setembro, em relação a agosto. "Pelo que vimos, o câmbio já começou a dar uma segurada nas importações, especialmente da China", afirma o presidente da Abimaq.
Já as exportações continuam em alta. Nos primeiros nove meses do ano, as vendas externas do setor cresceram 17,9%, mesmo com o câmbio apreciado. "É um milagre chegarmos a essa taxa de crescimento das exportações com o câmbio que tínhamos", diz Aubert. Para ele, porém, a alta recente do dólar não garante incremento a curto prazo, por conta da volatilidade do câmbio.

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MERCADO ONLINE


Yahoo volta atrás e diz que está disposto a negociar com Microsoft
Surpreendendo em sua primeira aparição pública, Jerry Yang diz que a "melhor coisa para a Microsoft fazer é comprar o Yahoo". “Para esse dia, eu diria que a melhor coisa para a Microsoft fazer é comprar o Yahoo”, declarou
Jerry Yang, durante sua participação no Web 2. Summit, na quarta-feira, 05/11, em São Francisco, nos EUA.
A declaração foi feita no mesmo dia em que o
Google desistiu de um acordo na área de publicidade online com o Yahoo, devido as pressões das autoridades antitruste dos EUA. Há um ano, as ações do Yahoo estavam cotadas a 27 dólares. Ontem fecharam em 14 dólares e a oferta final da Microsoft para o Yahoo foi de 33 dólares.
Desde então, o Yahoo vive tempos difíceis e, nesse ano, embarcou na segunda rodada de demissões, com um
corte de 10% do staff. Ao não aceitar a oferta da Microsoft, o Yahoo tentou vários caminhos, entre eles conversou com a News Corp. sobre uma possível fusão com o MySpace. Negociou também, uma união com a AOL. E, por fim, fechou acordo de publicidade com o Google.
Com exceção dos recentes rumores de que o Yahoo poderia
adquirir a AOL – que voltaram com o fim do acordo com o Google – Yang encontra-se sem muitas opções para uma rápida solução. Durante sua conversa com John Battelle, no Web 2.0 Summit, Yang afirmou que é errada a percepção de que tentou sabotar a oferta da Microsoft.
O executivo disse também, que está desapontado com o Departamento de Justiça dos EUA, que adotou uma atitude negativa em relação ao acordo com o Google, sem entender adequadamente as implicações do negócio. Ele também se disse desapontado com o Google por ter desistido. Yang, no entanto, mostrou-se otimista de que o Yahoo vai atingir seus objetivos e resolver seus problemas financeiros. O executivo mencionou o
Y OS, iniciativa open source da empresa. Mas o principal executivo do Yahoo reiterou que está disposto a voltar a conversar com a Microsoft, mesmo sobre uma parceria em busca.

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MERCADO DE TI & Telecomunicações


Mercado de TV por assinatura deve crescer 18%, prevê Anatel
O superintendente de Comunicação de Massa da Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações -, Ara Minassian, previu há pouco que o mercado de televisão por assinatura no Brasil fechará esse ano, com 18% de crescimento em relação ao ano passado. De acordo com essa previsão, no fim de 2008, o País terá 6,3 milhões de assinantes de TV paga, incluindo os segmentos de TV a cabo, via satélite (DTH) e por microondas terrestres (MMDS).
O crescimento de 2008 ficará acima da média dos últimos anos, que foi de 14%. Esse aquecimento se deve à entrada de novas prestadoras e à ampliação da oferta de pacote de serviços, juntamente com telefonia e internet em alta velocidade. Dos atuais 6 milhões de assinantes, verificados em setembro desse ano, 60% são clientes dos serviços de TV a cabo, 34% recebem o sinal pago via satélite e 6% usam a tecnologia MMDS. Na distribuição por grupos, a Net Brasil lidera, com 82% do mercado, segundo a Anatel.
Minassian disse que as redes de cabo têm disponíveis cerca de 15 milhões de pontos de acesso, mas que somente 3,6 milhões são usados. "Há 11,3 milhões de pontos sem uso", afirmou. Segundo ele, é necessário pensar em soluções para se oferecer pacotes específicos para as camadas mais baixas da população, com preços mais baixos.
A Anatel, de acordo com o superintendente, está estudando a retomada das licitações de licenças para ampliar o número de municípios atendidos pelo serviço. Hoje, apenas 471 municípios têm acesso à TV por assinatura. "Queremos ter o serviço em 5 mil municípios", afirmou.
Minassian participa de audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara para discutir o projeto de lei 29/2007, que estabelece novas regras para o setor de TV por assinatura. A comissão fará outras três audiências públicas ainda nesse mês.

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MERCADO DE LUXO


Algodão Colorido da Paraíba vira peças de luxo
O mercado dos artigos de luxo em breve ganhará uma coleção de roupas totalmente confeccionada com tecidos ecologicamente corretos. Os trabalhos começam nessa semana, com a chegada em Campina Grande da designer paulista Liana Bloisi, conhecida por desenvolver novas técnicas para tecer fios. Todas as peças da coleção, voltada ao mercado de luxo, serão confeccionadas com os já conhecidos fios do algodão colorido paraibano.
Ao invés das malhas tradicionais, as roupas dessa coleção serão fabricadas com tecidos mais finos, obtidos por meio de uma tecnologia usada ainda nos fios e tramas. A esses novos tecidos será agregado o trabalho dos artesãos, oferecendo ao produto características exclusivamente paraibanas.
A confecção dos novos tecidos foi iniciada na semana passada, em Boqueirão, pela própria Liana Bloisi e por artesãs da Coopart, uma cooperativa que trabalha com teares manuais.
Os tecidos finos, produzidos com o algodão colorido, já estão em Campina Grande para que Liana inicie a produção da nova coleção. As atividades começaram nessa segunda-feira, 3/11, e vão até a sexta-feira, 7/11, no Centro de Tecnologia de Moda, localizado na avenida Assis Chateaubriand.
As atividades de Liana fazem parte de uma consultoria voltada ao planejamento de coleções e a realização de uma oficina de criação, ações promovidas pelo Sebrae Paraíba, através do Projeto do Algodão Naturalmente Colorido, da Coopnatural, IEL - Instituto Euvaldo Lodi - e Senai, através do Centro de Tecnologia de Moda.
Segundo Jeanne D'arc Nóbrega, gestora do projeto Algodão Orgânico, a oficina de criação foi solicitada por membros das próprias indústrias de confecção, que pretendiam desenvolver uma coleção diferente, fabricada com o mesmo algodão colorido, porém voltada a um público diferenciado e que aprecia os artigos de luxo. Dessa primeira oficina participarão cerca de 20 pessoas, entre artesãos e empresários da indústria de confecções.
"A proposta é fazer uma coleção diferenciada, baseada em produtos mais luxuosos. Por isso, os tecidos são exclusivos e bastante diferentes dos utilizados atualmente. A meta é investir num mercado atualmente em expansão", disse Maysa Gadelha, presidente da Coopnatural. Maysa lembra que, além dos tecidos do algodão colorido, a coleção também usará peças do artesanato paraibano, como as rendas e bordados. A nova coleção será vendida nas franquias da Coopnatural.

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EXPEDIENTE


Produção: WLine.biz - Intelligent Business Strategies / wline@wline.biz
Revisão: Professora Lúcia Iná Sá d’Oliveira / + 55 51 9299.1274
Colaborador: Nilton Santolin / www.niltonsanolin.com.br


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