I-Press.biz Economia & Mercado | Edição 093 | Ano I

Crise será longa e com ''forte impacto'' na economia real

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, abandonou o tom otimista na terça-feira, dia 28/10, ao avaliar, durante encontro nacional da indústria, que a crise financeira será de "longa duração" e com "forte impacto" na economia real. "Vai desacelerar no mundo todo. Já está ficando nítido agora", acrescentou ele. Na avaliação do ministro da Fazenda, o travamento do crédito será um dos principais fatores a diminuir o nível de atividade em todo o mundo. "É impressionante como o travamento do crédito pode se transmitir para a economia mundial. Está prevista recessão econômica que eu espero que não se transforme em depressão. Esse é o desafio dos países avançados. Os pacotes econômicos apenas mitigaram o problema, mas não está resolvido ainda o problema do crédito", disse ele.

Instituições financeiras - Mantega disse, ainda, ser "natural" que as instituições financeiras tenham tido posição de "comedimento e precaução" com relação a seus empréstimos em um momento de crise. "Falta capital de giro, mas não há um travamento (do crédito) como há na economia americana. Lá não há crédito interbancário. Aqui existe, em proporção pequena. E o governo procura usar as armas que existem, como o compulsório. É uma reserva financeira importante para irrigar o sistema", disse ele. Segundo o ministro, a liberação de depósitos compulsórios para os bancos, representa uma "arma poderosa" para fornecer liquidez ao sistema financeiro - apesar das reclamações de que as instituições financeiras não estejam repassando esses recursos para a economia real. "O compulsório vai entrando aos poucos no sistema financeiro. Os bancos ficaram temerosos em um primeiro momento. Mas acho que agora já estão comprando a carteira de bancos menores", acrescentou.

Impacto menor nos emergentes - O ministro analisou, porém, que a atual crise financeira impacta menos os países em desenvolvimento, chamados de emergentes. "Impacta também [o Brasil], mas menos. Porque, esses países, já têm um dinamismo maior que as economias avançadas não possuem. O mercado tem um potencial maior de crescimento e os fundamentos econômicos são melhores. [Os emergentes] fizeram a lição de casa. Acumularam reservas e robusteceram as contas públicas", disse Mantega.

Comparação com crise da Rússia de 1998 - Mantega também aproveitou para fazer uma comparação com a crise da Rússia de 1998, que gerou a maxidesvalorização do real no início de 1999, após o Banco Central ter gasto quase todas as reservas cambiais brasileiras naquele momento. Segundo o ministro, aquela crise impactou muito mais a economia brasileira do que a atual. "A crise da Rússia foi localizada. Entretanto, teve impacto muito forte no Brasil e quase derrubou a economia brasileira. As reservas evaporaram. A estrutura produtiva estava enfraquecida. Nesses últimos anos, fortalecemos a economia brasileira e modernizamos o parque produtivo. O Brasil passou a ser competidor internacional em várias áreas. Acumulamos US$ 200 bilhões em reservas, coisa que não tínhamos. E as reservas continuam. O setor financeiro está mais sólido do que estava", concluiu.

Federal Reserve reduz juros para 1%, após corte emergencial nesse mês
O Fed - Federal Reserve -, BC americano, decidiu ontem, reduzir sua taxa de juros para 1% ao ano, nível visto pela última vez em maio de 2004. O banco a havia reduzido no último dia 8/10, de 2% para 1,5%, em uma medida emergencial, em coordenação com outros BCs, para conter o avanço da crise financeira. Todos os dez membros do Fomc - Comitê Federal de Mercado Aberto -, do Fed, votaram a favor desse corte. Na reunião, também foi decidida a redução em 0,5 ponto percentual a taxa de redesconto (empréstimo de emergência de bancos), que agora é de 1,25% ao ano. Um dia antes da medida emergencial, o presidente do banco, Ben Bernanke, havia dito durante o encontro anual da Nabe - National Association for Business Economics -, entidade norte-americana que reúne economistas dos setores público, privado e acadêmico, que o cenário econômico do país piorou e que os problemas podem se prolongar. Com esse cenário, Bernanke disse que o Fed teria de avaliar se a política de manutenção da taxa de juros continuaria "apropriada". O banco reduziu a taxa para 2% em abril e manteve-a nesse patamar em junho, agosto e setembro. "A combinação dos dados econômicos recentes e dos desenvolvimentos financeiros, sugerem que a perspectiva para a expansão econômico piorou e os riscos de baixa para o crescimento aumentaram", disse Bernanke, à época. "Ao mesmo tempo, o cenário para a inflação teve alguma melhora, embora ainda permaneça incerto. À luz desses desenvolvimentos, o Federal Reserve terá de considerar se a atual política de juros continua apropriada." Quando o Fomc (equivalente ao Copom no Brasil) se reuniu em setembro, o banco de investimento Lehman Brothers já havia quebrado. O banco não conseguiu obter financiamento para suas operações junto a outras instituições privadas, nem com o governo.

Brasil fecha acordo de US$ 30 bi com BC dos EUA para combater crise
O Banco Central do Brasil e o Fed - Federal Reserve -, banco central dos EUA, anunciaram ontem, o estabelecimento de uma linha de "swap" (troca) de dólares americanos por reais no valor de US$ 30 bilhões. Segundo o BC, essa linha será utilizada para incrementar os fundos disponíveis para as operações em dólares feitas pelo BC no Brasil. Isso inclui os leilões de dólares realizados por aqui. A linha é válida até 30 de abril de 2009. "Esse acordo é parte da estratégia de atuação do BC no combate aos efeitos da turbulência financeira internacional sobre a economia brasileira, e evidencia a importância da estreita cooperação entre autoridades monetárias na atual conjuntura internacional", diz o BC do Brasil em nota. "A participação do BC nesse acordo, contribuirá para preservar o Sistema Financeiro Nacional das restrições de liquidez no mercado financeiro internacional." O Fed, por sua vez, indicou que a disponibilização da linha de crédito "é uma resposta às grandes preocupações com a crise financeira global, que se expandiu para as economias emergentes de mercado". "Essas linhas de crédito, da mesma forma que aquelas estabelecidas com outros bancos centrais, têm como objetivo aumentar as condições de liquidez nos mercados financeiros mundiais e mitigar a ampliação das dificuldades para comprar em dólar americano, financiando economias fundamentalmente saudáveis e bem administradas", diz o Fed. Rede global - O anúncio de ontem inclui também o BC de Cingapura, o Banco da Coréia e o Banco do México, em montantes e prazos iguais. O BC informou que "esses bancos centrais, de economias emergentes, com políticas econômicas responsáveis e importância sistêmica", vão se juntar a uma rede global de "swaps" de moedas. Já fazem parte dessa rede os BCs da Austrália, Canadá, zona do euro, Dinamarca, Inglaterra, Noruega, Nova Zelândia, Suécia, Suíça e o próprio Fed. "O BC tomará as medidas regulamentares e operacionais necessárias para a implementação dessa iniciativa, observando-se os limites e condições a serem estabelecidos pelo CMN - Conselho Monetário Nacional"-, disse a nota.

BC interrompe aumento de juros e mantém Selic em 13,75% ao ano
Os efeitos da crise internacional de crédito no Brasil levaram o Copom - Comitê de Política Econômica do Banco Central - a manter a taxa básica de juros inalterada em 13,75% ao ano. "Avaliando o cenário prospectivo e o balanço de riscos para a inflação, em ambiente de maior incerteza, o Copom decidiu por unanimidade, nesse momento, manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, sem viés", afirmou o comitê em nota, após a reunião. A maior parte dos economistas do mercado financeiro já apostava em uma "parada técnica" na alta dos juros para "avaliar a situação". Outros ainda esperavam um aumento de 0,25 ponto percentual, menor que alta anunciada na última reunião do Copom, quando os juros haviam subido 0,50 ponto percentual. A taxa Selic vinha subindo desde abril. Desde então, foram quatro altas seguidas que elevaram os juros de 11,25% ao ano para o patamar atual. Na pesquisa semanal feita pelo BC com o mercado financeiro, os economistas previam uma alta dos juros para 14% ao ano hoje, e outra alta para 14,25% ao ano em dezembro (o Copom se reúne a cada 45 dias, aproximadamente). Os bancos com maior número de acertos na pesquisa, no entanto, prevêem que a Selic vá ficar inalterada pelo menos pelos próximos 12 meses.
Posição difícil - Diante do novo cenário, os economistas já começaram a avaliar que não faria sentido aumentar o dinheiro disponível para crédito por meio da liberação dos compulsórios e, na outra ponta, aumentar os juros para conter o consumo. Outra mudança de cenário que deixou o BC em uma posição difícil para justificar um novo aumento dos juros, é a decisão dos bancos centrais internacionais de intensificar o processo de redução da taxa básica nos países desenvolvidos. A questão do dólar é outro complicador desse cenário. Uma alta dos juros, em tese, serve também para atrair mais dólares para o Brasil e segurar as cotações. Ao segurar a alta da moeda norte-americana, o BC combate também a inflação e ajuda a evitar um repasse dos preços dos importados para economia. Os motivos para a decisão do Copom serão conhecidos na quinta-feira da próxima semana, quando será divulgada a ata da reunião realizada ontem.

Lucro da Usiminas cresce 16% e atinge R$ 880 milhões no trimestre
A Usiminas apurou lucro líquido de R$ 880 milhões no terceiro trimestre desse ano, resultado 16% superior ao ganho contabilizado no mesmo período em 2007. Em nove meses, a siderúrgica registrou lucro de R$ 2,387 bilhões, um avanço de 8% sobre o acumulado de janeiro a setembro, no ano passado. A receita líquida totalizou R$ 4,451 bilhões, em um crescimento de 23% sobre o resultado para o terceiro trimestre do ano passado. O Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 1,894 bilhão, em um incremento de 38% sobre o ano passado. A Usiminas embarcou 1,945 milhão de toneladas no terceiro trimestre, em um decréscimo de 9% sobre idêntico período no ano passado. Em nove meses, as vendas físicas totalizaram 5,718 milhões de toneladas, em uma retração de 5% sobre o volume comercializado o acumulado de janeiro a setembro do ano passado. "No primeiro semestre o cenário interno foi muito favorável, com o consumo das famílias crescendo cerca de 7% e os investimentos se expandindo 16%, em comparação com igual período do ano passado. Esses desempenhos, do consumo e dos investimentos, sustentaram a demanda de aços planos. Além do cenário interno muito positivo, o quadro internacional era muito favorável", avalia a diretoria da Usiminas. A companhia destaca, no entanto, que a partir de julho, o Banco Central passou a promover um aperto monetário devido à preocupação com a inflação. E no cenário internacional, a crise do setor imobiliário nos EUA, contaminou a economia global, com possíveis impactos sobre a economia brasileira. "A Usiminas prevê a continuidade da expansão da demanda de aços planos no mercado interno em 2009, certamente num ritmo menor que o alcançado nos últimos anos, mas que poderá ser atendida sem a necessidade de implementar ajustes relevantes à capacidade atual de produção da empresa", avalia a diretoria.

Sadia sai de lucro para prejuízo de R$ 777 milhões
A Sadia registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 777,378 milhões no terceiro trimestre do ano, contra lucro de R$ 188,352 milhões no mesmo período do ano passado. A receita líquida totalizou R$ 2,788 bilhões, mostrando evolução de 29,7%. A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações, na sigla em inglês) foi de R$ 272,330 milhões, com redução de 0,3%. A margem Ebitda, uma medida de rentabilidade, caiu de 12,7% para 9,8%. O lucro bruto somou R$ 664,340 milhões, com aumento de 11,3%. O resultado operacional foi negativo em R$ 1,024 bilhão, contra resultado positivo de R$ 162,650 milhões. O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 1,214 bilhão, contra resultado positivo de R$ 162,650 milhões do mesmo período de 2007. No acumulado de janeiro a setembro, a Sadia contabilizou prejuízo líquido de R$ 442,615 milhões, contra lucro líquido de R$ 393,896 milhões de igual intervalo de 2007.

Fitch rebaixa nota de crédito da Aracruz
A agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou ontem, as notas de risco de crédito (ratings) de probabilidade de inadimplência do Emissor (IDR, na sigla em inglês) da Aracruz Celulose de longo prazo em moeda local e estrangeira de BB+ para BB-. Foi reduzido também o rating nacional de longo prazo da companhia de AA-(bra) para A(bra). Todos esses ratings permanecem em observação negativa. Em 9/10, a agência já havia rebaixado os ratings IDR da Aracruz de BBB para BB+ e sua nota nacional de longo prazo de AA+(bra) para AA-(bra). Em relatório, a agência informa que sua decisão reflete a expectativa de que a Aracruz conseguirá se desvencilhar de suas posições em derivativos e que as perdas realizadas poderiam exceder US$ 1,5 bilhão. Além disso, a Fitch estima que a Aracruz, financiará a maior parte dessas perdas com a ajuda de suas contrapartes nessas transações - o que deve quase dobrar a alavancagem (dívida em relação ao patrimônio) da companhia. A observação negativa indica que esses ratings podem ser rebaixados novamente se as perdas atuais e obrigações atreladas com dívidas forem maiores do que o antecipado pela empresa. Um novo rebaixamento também pode ser anunciado, acrescenta a Fitch, se os termos e condições de qualquer acordo anunciado pela empresa com suas contrapartes em operações de derivativos forem significativamente, menores que o valor presente das perdas marcadas a mercado em seus instrumentos de derivativos. No início desse mês, a Aracruz informou que o "valor justo" de sua posição em derivativos estava negativo em US$ 1,02 bilhão. "Essa posição expõe a companhia a maior volatilidade do mercado e perdas potenciais adicionais se o real continuar se desvalorizando em relação ao dólar americano", observou a Fitch ao anunciar o primeiro rebaixamento.

Casas Bahia suspendem compras de fornecedores para não elevar preços
Mesmo ainda não tendo sentido os efeitos da crise, a rede de eletrodomésticos Casas Bahia, maior do país, deve suspender as compras dos fornecedores que estiverem reajustando os preços em razão da alta do dólar. A medida pretende evitar que a empresa seja surpreendida mais à frente. Segundo Michael Klein, diretor-executivo das Casas Bahia, nos últimos dias, vários fornecedores começaram a subir os preços de seus produtos usando o argumento da alta do dólar. Os reajustes vão de 10% a 30%, dependendo do peso do componente importado. Ele "sabe que a elevação dos preços afeta diretamente o poder aquisitivo da população", diz o texto. "É esse efeito que ele quer evitar ao rejeitar os aumentos de preços da indústria." Na semana passada, a FGV - Fundação Getulio Vargas - informou que o ICC - Índice de Confiança do Consumidor - teve queda de 10% nesse mês, chegando ao menor nível desde junho de 2006. "O ICC continua a sofrer influência da volatilidade vista na percepção do consumidor em relação à situação econômica em cada cidade", informou a FGV em um comunicado. Segundo a sondagem, a parcela dos que avaliam a situação econômica local como boa, caiu de 16,9% no mês passado para 10,1% nesse mês, e a proporção dos que a avaliam como ruim, aumentou de 34,2% para 48,2%. Também pioraram as expectativas em relação aos próximos seis meses: a parcela dos que esperam melhora da situação econômica local diminuiu de 31,3% para 23,1%. A dos que projetam piora aumentou de 13,1% para 30,6%. O coordenador de Análises Econômicas da FGV, Aloísio Campelo, lembrou, no entanto, que os consumidores revelaram-se com mais disposição para comprar. De setembro para outubro, o percentual de pessoas que pretendem aumentar os gastos com a aquisição de bens duráveis (veículos, eletrodomésticos, móveis e outros) subiu de 13,5% para 17,2%. Já o total dos que esperam reduzir as compras variou de 34% para 32,1%. Ele considerou natural o consumidor ampliar a intenção de compra, mesmo diante da crise. "O ímpeto de comprar sempre cresce com força em outubro. Mas acontece que desde maio o indicador está num nível muito baixo, bem menor do que no ano passado. O que acorreu em outubro foi só um pequeno ajuste."

Chegada do Magazine Luiza acirra concorrência em São Paulo
O Magazine Luiza, terceira maior rede varejista de eletrodomésticos e móveis do país, abriu as portas ontem, das 44 lojas que deram início às atividades da rede na Grande São Paulo. As ofertas da semana de inauguração e a curiosidade pela novidade lotaram as lojas, acirrando a disputa com os concorrentes diretos, que, em alguns casos, ficavam a apenas metros de distância. A rede divulgou ontem, um balanço das vendas no primeiro dia. Por meio da assessoria de imprensa, a líder no segmento, Casas Bahia, informou que não vai comentar a chegada do Magazine Luiza à Grande São Paulo, mesma posição adotada pelo Ponto Frio. Para Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores, a chegada de mais uma rede à Grande São Paulo é boa para o consumidor, mas o momento pelo qual passa a economia mundial exige cautela. "Deve haver uma preocupação maior de quem concede crédito com a capacidade de pagamento dos seus clientes", comenta, enfatizando a perda do poder de compra das classes de renda mais baixa ao longo desse ano. O cartão de crédito da empresa, em parceria com o Unibanco, já responde por 26% das vendas. Bráulio Borges, economista da LCA Consultores, prevê desaceleração da economia até o final de 2009, e considera que a estratégia da rede de chegar à Grande São Paulo, nesse momento, é uma aposta no longo prazo. "Assim, quando a economia começar a se acelerar, eles já estarão com o nome consolidado (nessa região)." A projeção inicial era abrir 50 lojas para realizar o sonho da fundadora da rede, Luiza Trajano, mas houve problemas com as obras. Por isso, três unidades serão inauguradas até o próximo mês e mais cinco, totalizando 52, até o final desse ano. A previsão é que o faturamento de 2008, alcance R$ 3,4 bilhões, com alta de 32% sobre 2007.

Petrobrás reafirma meta para biodiesel e álcool
O presidente da Petrobras reforçou em encontro sobre biocombustíveis nos EUA, o programa da empresa para o setor nos próximos anos, mesmo com a rápida queda do preço do petróleo no mercado internacional. Entre os propósitos está o de produzir 75% do biodiesel que será consumido pelo País a partir de 2012, se o aumento da mistura do combustível com o diesel não for antecipada. Se a adição de biodiesel ao diesel de 3% (B3) para 5% (B5) for antecipada de 2013 para 2012, como pretende o governo, a participação deverá ficar em torno de 45% dos 2,08 milhões de litros necessários. A meta é produzir 938 milhões de litros de diesel a partir de 2012. Em 2008, a estatal, por meio de sua subsidiária Petrobrás Biocombustível, inaugurou no Nordeste duas usinas para produção de biodiesel (Candeias, na Bahia e Quixadá, no Ceará) e deve colocar em operação uma terceira ainda esse ano, em Montes Claros, em Minas Gerais. As três usinas têm capacidade total de produção de 170 milhões de litros de biodiesel por ano. A matéria-prima para as usinas virá prioritariamente da agricultura familiar, gerando emprego e renda no campo. A Petrobras conta com uma rede de 55 mil agricultores, que produzem parte das oleaginosas utilizadas nas usinas. Mas hoje, cerca de 85% do biodiesel produzido no País, ainda vem da soja, apenas 10%, do sebo bovino e o restante de mamona, dendê, girassol e outras oleaginosas. O diretor executivo da União Brasileira do Biodiesel, Sérgio Beltrão, afirma que essa dependência de uma commodity como matéria-prima, traz o inconveniente de altas de preços que podem tornar a produção do biodiesel inviável economicamente. A empresa tem feito parcerias com empresas internacionais que possuam mercado para exportação e produtores brasileiros de etanol que já atuam no setor para negociar etanol de cana-de-açúcar. A meta é atingir em 2012 a produção e exportação anual de 4,75 bilhões de litros.

Amcham-Porto Alegre reúne alguns dos principais CEOs do País
O CEO Fórum fecha hoje, dia 30/10, a partir das 8h30min, no Hotel Deville (Avenida dos Estados, 1909), o Ciclo Amcham de Decisões, encontros com altos executivos que ocorreram ao longo de 2008, ano em que a Amcham-Porto Alegre - Câmara Americana de Comércio - completou uma década no Rio Grande do Sul. Nessa terceira e última etapa do Ciclo Amcham de Decisões, o ‘capital humano’ será o centro das discussões. A intenção é discutir temas como empreendedorismo, inovação, além do papel do CEO nesse contexto. Com o Ciclo Amcham de Decisões – que em 2008 contou com o CIO Fórum (com diretores de TI), em junho, e com o CFO Fórum (com diretores financeiros), em agosto – a Amcham-Porto Alegre pretende levar conteúdos cada vez mais qualificados para seus associados, além de trazer para o Estado alguns dos principais executivos do País.

Varejo se utiliza de experiências sensoriais para atrair o cliente
A revitalização da loja Cia do Sono (Avenida Plínio Brasil Milano, 1285), no bairro Higienópolis, na capital gaúcha, traz conceitos, materiais e formas que induzem o cliente a experiências sensoriais. Com projeto da arquiteta de Interiores e especializada em varejo, Zaira Tirelli, o novo espaço Empório Cia do Sono, que será inaugurado hoje, utiliza elementos naturais como fibra, pedra, madeira e água para criar ambientes com efeitos de luz, sombra, aromas, texturas, temperaturas e sons. Como a loja é um spa boutique (colchões terapêuticos, suporte cervical, órteses, máscara facial, travesseiros, sandálias ortopédicas, almofadas, perfumarias e roupas de cama), que agrega cuidados com a saúde, nada mais apropriado do que estimular, pela arquitetura, valores sobre a qualidade de vida”, conta Zaira. A arquiteta gaúcha também se preocupou, durante a intervenção, de minimizar o impacto sobre o meio ambiente como o lixo da obra e a utilização de materiais e fornecedores inseridos com a sustentabilidade. O Empório Cia do Sono, de Porto Alegre, será o primeiro de uma série de 10 lojas previstas para os próximos 12 meses.

Parmê lança modelo de franquias
Nascida no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, a tradicional casa de pizzas e massas Parmê, completa 35 anos com 27 lojas próprias na cidade do Rio de Janeiro e região metropolitana. Para continuar a crescer, parte agora para o mercado de franquias. A empresa colocou no mercado seu novo modelo de negócio, com o qual pretende expandir a marca para outros Estados, como São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Será franqueado o formato de lojas compactas Express, com área entre 40 e 60 metros quadrados e voltado a praças de alimentação de shopping centers. Até 2010, a Parmê projeta chegar a São Paulo com cinco lojas próprias e ampliar a rede para 42 unidades.

Dumond é reconhecida por trabalho de internacionalização
A Dumond, marca do grupo calçadista Paquetá, foi premiado pela Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - por suas ações internacionais. A segunda edição do Prêmio Apex-Brasil de Excelência em Exportação aconteceu na semana passada e condecorou as empresas que mais contribuíram para o desempenho da balança comercial brasileira. A Dumond se destacou em sua categoria por ter o maior crescimento do valor exportado e do número de mercados atingidos no período de 2004 a 2007, com produtos distribuídos para 61 países e 40% da produção destinada ao mercado externo. Além disso, a marca tem dez lojas monomarca no exterior e 20 no Brasil.

Centrais de Negócios crescem e ganham força
As pequenas redes supermercadistas já disputam em pé de igualdade com as grandes redes do setor, representando um competidor de peso, uma vez que, somadas, ganharam, por meio das Centrais de Negócios, musculatura para negociar com a indústria assim como as gigantes do setor. Prova disso é que se somado o faturamento das 126 centrais de compras em operação no País, em um ranking informal, o valor total das vendas seria R$ 17,65 bilhões, volume equiparado aos das líderes Carrefour e Pão de Açúcar. Duas Centrais de Negócios do setor supermercadista de Minas Gerais, a Rede Smart e a Rede Valor, que faturaram juntas R$ 5,07 bilhões ano passado, indicam que a tormenta da crise internacional não deverá intimidar seus planos no mercado nacional. No ano passado, essas centrais alcançaram crescimento de 11% na comparação com os resultados obtidos em 2006. Além disso, uma fatia de 88% dessas redes e associações de centrais de compras, tem planos de expansão nos próximos dois anos, apontou levantamento da Abras - Associação Brasileira de Supermercados - e da empresa de pesquisas LatinPanel.

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BASTIDOR

- Grupo Fleury compra rede Biesp de análises clínicas. A rede de laboratórios de análises clínicas Fleury adquiriu o Biesp - Instituto de Patologia Clínica, de Jundiaí/SP, por um valor não divulgado. A aquisição deverá aumentar o faturamento do grupo em R$ 25 milhões no próximo ano. Essa foi a quarta compra do Fleury nesse ano e a 21ª desde 2002. O Biesp não realiza exames de imagem, é focado em análises clínicas e realiza 1,5 milhão de exames por ano em suas quatro unidades (duas em Jundiaí e duas em São Paulo). A compra reforça a presença do grupo dentro de hospitais em São Paulo, onde o Fleury já atua nos hospitais: Sírio-Libanês, Sabará, Samaritano, Nove de Julho e Nossa Senhora de Lourdes. O Biesp tem uma unidade no Hospital Alemão Oswaldo Cruz. O Fleury possui atualmente 144 unidades de 15 bandeiras diferentes no país. A expectativa da empresa é encerrar 2008 com faturamento de R$ 700 milhões, um crescimento de 24% em relação ao ano passado.

- Walmart diminui ritmo de abertura de lojas nos EUA. Em sua reunião anual com analistas, na segunda-feira dessa semana, o Walmart, maior varejista do mundo, disse que irá diminuir o ritmo de abertura de lojas e cortar investimentos, focando a remodelação das lojas existentes e a melhoria do mix de produtos. A empresa deverá fechar o ano fiscal, em janeiro de 2009, com 191 novas lojas. Para o ano encerrado no início de 2010, o plano é abrir de 142 a 157 unidades. Nos 12 meses encerrados no fim de janeiro de 2008, foram 218 novos pontos de venda.

- Setor de móveis deve se recuperar no segundo semestre de 2009. O setor moveleiro deve recuperar seu ritmo de crescimento no segundo semestre do ano que vem, apesar da crise econômica mundial. A avaliação é do Iemi - Instituto de Estudos de Marketing Industrial -, para quem o empresário do setor deve investir ainda mais no mercado interno, aproveitando o bom potencial de consumo, apostando em logística, qualidade do produto, inovação, comunicação, um bom pré e pós-venda e qualificação dos processos de gestão e produção. A expectativa é que as exportações se fortaleçam com a alta do dólar, que torna os produtos nacionais mais competitivos no exterior.

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MERCADO de Ações & Futuros
(Informações: Dow Jones, Bovespa e Reuters)

Bovespa fecha em alta de 4,37% após redução de juros nos EUA
A Bovespa - Bolsa de Valores de São Paulo - emendou o segundo dia de forte valorização, a reboque do ânimo dos investidores, com o corte dos juros básicos promovido pelo Federal Reserve. Para economistas do setor financeiro, o banco central americano deixou a porta aberta para outros ajustes da taxa básica local. A ansiedade dos investidores não acabou por essa semana: hoje, o governo americano divulga uma revisão da evolução do PIB local no terceiro trimestre. Analistas temem que os números oficiais revelem um declínio de 0,5%.
- O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, ganhou 4,37% no fechamento e alcançou os 34.845 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,96 bilhões.

Análise - O mercado brasileiro foi favorecido também, pela recuperação dos preços das commodities (matérias-primas). As ações brasileiras preferidas pelos investidores são de empresas ligadas aos setores de petróleo e gás, bem como minerais metálicos. O exemplo mais visível é o petróleo: o barril subiu quase 10% e bateu a cotação de US$ 68,8 na praça de Nova Iorque (Nymex). A ação preferencial da Petrobras valorizou 6,73%; a ação preferencial da Vale, outro papel bastante influente da Bolsa, subiu 2,39%. Juntas, as duas ações movimentam mais de 30% do giro total da Bolsa. O Banco Central interferiu no mercado de câmbio com dois leilões de "swap" cambial, colocando US$ 1,08 bilhão desses contratos junto aos agentes financeiros. Os contratos de "swap" cambial oferecem proteção ao agente financeiro contra as oscilações do câmbio, o que tende a tirar pressão sobre os preços da moeda americana.
- O dólar comercial foi cotado a R$ 2,143 na venda, um recuo de 2,05% sobre a cotação de ontem.
- A taxa de risco-país marca 483 pontos, número 8,7% abaixo da pontuação anterior.

Bolsas americanas fecham sem direção após decisão do Fed
As Bolsas de Nova Iorque terminaram sem direção nessa quarta-feira, apesar da decisão do Federal Reserve de reduzir sua taxa básica de juros em meio ponto percentual, para 1% ao ano. Apesar de operar a maior parte do pregão em alta, no final as Bolsas foram afetadas por novos temores sobre a General Electric.
- O DJIA - Dow Jones Industrial Average - recuou 0,82%, a 8.990,96 unidades.
- O Nasdaq, de alto componente tecnológico, ganhou 0,47%, a 1.657,21 unidades.
- O índice ampliado Standard & Poor's 500, por sua vez, perdeu 1,11%, a 930,09 unidades.

Análise - Operando em alta de mais de 200 pontos, 15 minutos antes do fechamento, o Dow Jones caiu bruscamente, depois que o grupo General Electric anunciou "uma advertência sobre seus resultados", explicou Gregori Volokhin, da Meeschaert New York. Além disso, o Fed reiterou que o cenário da economia americana continua ruim e que fará o que for necessário para injetar liquidez e estimular o consumo.

Bolsas da Europa fecham em forte alta antes do Fed
As principais bolsas européias fecharam em alta expressiva ontem, impulsionados pelas esperanças de uma nova rodada de corte nas taxas de juro ao redor do globo, incluindo um provável corte no juro básico dos EUA na tarde de onem. A Bolsa de Frankfurt foi a exceção, em virtude da correção nas ações da Volkswagen.

Análise - "Não achamos que o provável corte de 0,5 ponto percentual para 1% vai fazer muita diferença. Contudo, um corte no juro é melhor que a falta de ação para suavizar um pouco o encargo dos consumidores e empresas e para ajudar a reconstruir as margens dos bancos", disseram analistas da Davy Stockbrokers, na Irlanda. Também contribuiu para os ganhos dos mercados europeus a alta dos preços dos metais básicos e reversão na fortuna para o setor de seguros. Contudo, os analistas ainda hesitam em determinar um piso para os mercados, dizendo que é preciso ter uma rodada sustentada de altas junto com cortes nas taxas de juro ao redor do mundo, nos últimos dois meses desse ano.
Alemanha - A Bolsa de Frankfurt caiu 0,31% e fechou a 4.808,69 pontos, destoando do forte desempenho dos demais mercados regionais, novamente preso na saga da Volkswagen. As ações da montadora alemã caíram dramaticamente na sessão, 45,29%, para fecharem a 517 euros. A Porsche Automobil Holding disse ontem, que tem planos para liquidar transações de hedge (proteção) em até 5% das ações ordinárias (ON) da Volks, com objetivo de evitar distorções adicionais no mercado, como aquelas testemunhadas durante os últimos dois dias. A operadora da bolsa alemã, a Deutsche Boerse, também decidiu limitar o peso das ações da Volks no índice alemão Dax-30 em 10%, de 27%, mas não até 3/11. Na terça-feira, as ações da Volks dispararam acima de mil euros depois que a Porsche revelou que havia elevado sua participação na companhia, que resultou em pesadas perdas para fundos hedge, com uma desenfreada cobertura de vendas a descoberto.

Inglaterra - Contudo, o restante da Europa teve um desempenho muito melhor, com a alta das ações de companhias de seguro. A Bolsa de Londres subiu 8,05% e fechou a 4.242,54 pontos. Em Londres, as ações da Old Mutual dispararam 30,26% e as da Aviva subiram 25,10%. O setor de seguros tem sido castigado pelos mesmos problemas que atingem os bancos, com os investidores expressando preocupação com a saúde dos balanços das empresas. Contudo, na terça-feira, dia 28/10, a Aviva reiterou que não tem planos para buscar capital adicional. No setor de varejo, as ações da cadeia de supermercados Tesco subiram 4,30%, apesar da companhia ter reduzido sua projeção de crescimento das vendas para seus negócios no Reino Unido, diante da deterioração das condições econômicas. Os metais básicos subiram, respaldados pelos mercados de ações mais fortes e alta do ouro para a máxima em uma semana. Um elemento de cobertura de vendas a descoberto ajudou as ações no setor. Em Londres, as ações da BHP Billiton subiram 13,95%, as da Anglo American avançaram 20,86% e as da Fresnillo fecharam em alta de 19,13%.
França - Em Paris, o índice CAC-40 avançou 9,23% e fechou a 3.402,57 pontos, impulsionado pela disparada de 13,64% das ações da Total. As ações da petrolífera francesa foram impulsionadas pela alta dos preços das matérias-primas (commodities) que, por sua vez, reagiram aos dados dos estoques comerciais dos EUA, que subiram menos que o esperado pelos analistas.
Espanha - Em Madri, a bolsa subiu 9,42% e fechou a 8.650,10 pontos, ajudado pelos ganhos das ações do setor bancário. BBVA subiu 13,95% e Santander fechou em alta de 14,33%.
- Itália e Portugal - A Bolsa de Milão subiu 9,87% e fechou a 20.466 pontos. Em Lisboa, o índice PSI-20 avançou 7,12% e fechou a 6.227,13 pontos.


Bolsas asiáticas fecham o dia em incertezas
As Bolsas de Valores da Ásia fecharam com tendências variadas nessa quarta-feira. Na Bolsa de Tóquio, a esperança dos investidores com um corte de juros no Japão, fez o mercado acelerar 7,7% no fechamento. Na Coréia do Sul e na China, os resultados foram negativos. A alta reflete a animação dos investidores com uma rápida desvalorização do iene no mercado cambial. Na sexta-feira passada, dia 24/10, a moeda japonesa atingiu seu recorde histórico ante o dólar, o que causou um temor no país sobre as exportações.

- As Bolsas de Hong Kong e Sydney (Austrália) fecharam com ganhos de 0,27% e 1,34%, respectivamente. Na Coréia do Sul, as perdas foram de 3,02%, enquanto a China caiu 2,94%.
Análise - Para Francis Lun, da Fulbright Securities em Hong Kong, o indicador da Bolsa atingiu seu menor patamar dos últimos meses, o que pode indicar a cessão de novas quedas. "Acredito que os investidores tenham finalmente, chegado à conclusão de que já houve muito pânico por vendas durante mais de um mês, e os mercados estão muito desvalorizados", afirmou. "Pode ser que o pior tenha passado." O BoJ - Banco do Japão -, banco central japonês, avalia realizar um forte corte de juros na próxima sexta-feira, 31/10). Segundo fontes do banco, os diretores devem avaliar a situação do mercado antes de tomar qualquer decisão. "A esperança de que o BoJ corte dos juros é tudo", afirmou Masayoshi Okamoto, da Jujiya Securities. "Enquanto o dólar ficar abaixo dos cem ienes haverá preocupações sobre os ganhos das empresas japonesas, o que pode prejudicar uma nova alta do mercado."

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ÍNDICES ECONÔMICOS

Confiança da indústria cai 11,7% em outubro, diz FGV
O ICI - Índice de Confiança da Indústria - da FGV - Fundação Getulio Vargas - caiu 11,7% nesse mês, ao passar de 120,2 em setembro para 106,1 pontos na leitura divulgada nessa quarta-feira (considerando dados sem ajuste sazonal). Para os próximos seis meses os empresários se mostraram mais pessimistas: das 1.101 empresas consultadas, 40,4% prevêem melhora e 10,1%, piora da situação dos negócios no período.
Trata-se do pior resultado para esse quesito da sondagem desde julho de 2003, quando essas parcelas haviam sido de 35,5% e 22,9%, respectivamente. Entre julho e outubro, o índice caiu de 120,8 para 105,3 pontos (com ajuste sazonal), o menor nível desde janeiro de 2006 (99,1 pontos). A queda acentuada sinaliza desaceleração de atividade econômica em outubro e pessimismo em relação aos próximos meses. Em outubro, tanto o ISA - Índice da Situação Atual - quanto o IE - Índice de Expectativas - recuaram frente ao dado divulgado em julho - o primeiro, de 127,5 para 109,4 pontos, e o segundo, de 114,1 para 101,5 pontos, respectivamente. "A avaliação feita a respeito do nível atual de demanda piorou bastante entre julho e outubro de 2008", informou a FGV em um comunicado.
A parcela de empresas avaliam o nível atual de demanda como "forte", caiu de 29,1% para 16,6%; já a das que consideram esse nível "fraco", aumentou de 2,7% para 11,9%. A coleta de dados para o índice de outubro foi realizada entre os dias 1º e 27 desse mês.

IEA: preços recebidos caem 0,96% na 3ª prévia de outubro
Os preços recebidos pelos produtores rurais paulistas recuaram 0,96% na terceira quadrissemana de outubro, conforme dados divulgados ontem, pelo IEA - Instituto de Economia Agrícola -, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. No cálculo do IqPR - Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista -, os produtos de origem vegetal (IqPR-V) subiram 0,03% e os de origem animal (IqPR-A), caíram 3,41%.
O cálculo do índice (IqPR) leva em conta a participação de cada produto no valor da produção agropecuária paulista. Com a cana-de-açúcar, produto de maior peso no indicador, a queda ao IqPR acentua para 2,42% e os produtos de origem vegetal caem 1,49%. Os técnicos do IEA comentam que a queda do indicador pela quarta quadrissemana consecutiva, "indica claramente, que o papel deflator dos preços agropecuários persiste, mas de forma decrescente, tendo um menor peso na redução do ritmo inflacionário." Eles observam que os produtos de origem animal continuam com tendência de queda, enquanto, os de origem vegetal, quebraram a seqüência de nove quadrissemanas de queda. Os produtos que registraram altas de preços foram batata (19,27%), feijão (11,95%), carne suína (8,79%), arroz (6,37%), cana-de-açúcar (1,14%), carne bovina (1,02%) e soja (0,64%).
Segundos técnicos do IEA, os preços da batata aumentaram recuperando-se de baixa muito acentuada em setembro, quando atingiram valores inferiores a R$ 16,00 por saca, logo corresponde à volta a patamares mais consistentes com a realidade dos custos de produção. Os produtos que apresentaram maiores quedas de preços foram carne de frango (12,75%), tomate para mesa (11,18%), ovos (10,07%), leite tipo C (6,15%), milho (5,09%) e banana nanica (5,01%). "Os produtos granjeiros, aves e ovos, além do leite tipo C, continuam com preços com tendência de queda, garantindo fontes de proteínas mais baratas aos consumidores e contribuindo de forma significava para o índice negativo", dizem os técnicos.

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MERCADO FINANCEIRO

Brasil não planeja usar nova linha do FMI por enquanto
O Brasil saúda a nova linha de crédito do FMI - Fundo Monetário Internacional - para ajudar mercados emergentes, mas não vê necessidades de acessar os recursos nesse momento, afirmou o representante do país no FMI nessa quarta-feira. O Fundo aprovou um financiamento emergencial de curto prazo para economias emergentes, em uma tentativa de ajudá-los a enfrentar a crise de crédito global. "O Brasil estava defendendo um novo instrumento de liquidez, mas não porque precisa", afirmou à Reuters, Paulo Nogueira Batista, que representa o Brasil e outras oito nações latino-americanas e caribenhas no FMI. Perguntado se o Brasil irá buscar os recursos, ele afirmou: "Eu não sei, eu acho que não. Não, o Brasil tem uma posição forte e então, eu não acho que precisará disso". O pacote do FMI estará disponível para um grupo pré-aprovado de países com economias bem encaminhadas, que poderão obter até cinco vezes o volume de sua cota no FMI. O plano foi lançado por diretores da América Latina na diretoria do FMI, que têm pressionado por novos programas de empréstimos projetados especificamente, para as necessidades das economias emergentes. Batista afirmou que o pacote não é exatamente o que o Brasil estava esperando. "A proposta brasileira era que a linha não tivesse um limite pré-determinado. Então, a quantidade disponível para o país teria que ser definida caso a caso, segundo as necessidades", afirmou. O Brasil também defendia uma linha de empréstimos de longo prazo. "Nós queríamos uma linha de 1 ano a um ano e meio", acrescentou Batista. O país pagou sua dívida com o FMI em 2005, dois anos antes da data limite. (Reuters, de Brasília)

Caixa abre linha de R$ 3 bi e libera dinheiro da poupança para construção
A Caixa Econômica Federal confirmou ontem, que irá disponibilizar uma linha de crédito de capital de giro de R$ 3 bilhões para empresas de construção civil. Além disso, o governo vai permitir que outros bancos direcionem mais recursos da poupança para essas empresas. Isso pode significar mais R$ 10 bilhões para as construtoras, a partir do redirecionamento de um dinheiro que hoje financia o mutuário. Os empréstimos da Caixa terão uma garantia adicional, além daquela dada pela empresa que toma o empréstimo. O governo vai criar um fundo com base nos dividendos que seriam pagos pela Caixa à União até 2010. O fundo terá de R$ 1,050 bilhão, ou seja, vai garantir 35% das operações. Os juros para a linha serão de TR mais 11% ao ano. Hoje, o juro para capital de giro no mercado está acima de 20% ao ano. Essa medida pode beneficiar as pessoas que compram a casa própria. Segundo a Caixa, a tendência é que o repasse de custos para o mutuário seja menor. Hoje o capital de giro já é repassado para o comprador, mas em valores maiores, pois os juros são mais altos. 'No valor final para o mutuário, isso diminui, pois o empresário tinha um custo maior', disse a presidente da Caixa, Maria Fernanda Coelho. Segundo ela, o financiamento estará limitado a 20% do valor do empreendimento imobiliário. Haverá um período de carência. O empresário pagará juros e correção monetária até o final da construção. O principal do empréstimo só começa a ser pago depois do término da obra, nos 24 meses seguintes. A Caixa também poderá comprar 70% da carteira de recebíveis das obras já em andamento dessas construtoras.
Poupança - Na segunda medida para o setor, o governo autorizou os bancos brasileiros em geral, a direcionar 5% do saldo da poupança para capital de giro de construtoras. Hoje, os bancos já são obrigados a aplicar 65% em financiamento imobiliário. Esses 5% (cerca de R$ 10 bilhões) poderão ser abatidos desse total. Segundo a Caixa, essa redução no financiamento imobiliário para gerar mais capital de giro para as empresas será compensada pelo aumento na captação da caderneta de poupança. A regra vale para todos os bancos e os recursos serão aplicados nas condições atuais do SBPE - Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo.

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COMÉRCIO EXTERIOR

Exportação brasileira de carnes deve crescer 7% em 2009
Apesar de prever uma acomodação da demanda e dos preços internacionais nos próximos meses, a Perdigão informou ontem, que as exportações brasileiras de carne suína, bovina e de aves devem crescer 7% no ano que vem, passando de 6,14 mil toneladas para 6,61 mil toneladas. Segundo o presidente da empresa, Nildemar Secches, que deixou o cargo ontem, o enfraquecimento de produtores norte-americanos, principais concorrentes do Brasil no setor, deve beneficiar os produtores brasileiros. Ele citou como exemplo a Pilgrim's, maior fabricante local, que está em crise. Outro fator negativo para os produtores dos EUA é o preço mais elevado do milho no país, em função da demanda para produção de etanol. "O Brasil também ficará mais competitivo na exportação por causa do dólar mais valorizado", disse. Ele prevê um crescimento mais acentuado nas vendas no Oriente Médio e na Ásia. "Mesmo com a crise, nossos produtos devem ter uma demanda forte", disse, destacando que o frango é uma proteína barata. No mercado interno, a Perdigão espera que a queda do consumo de bens duráveis, em função da retração do crédito, abrirá espaço para os alimentos. Até final desse ano, a companhia pretende fundir as oito empresas que comprou desde 2006. Atualmente, elas possuem personalidades jurídicas separadas. Segundo Secches, a elaboração do plano de investimentos até 2015 será concluída no segundo semestre de 2009.

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AGRONEGÓCIOS

Governo eleva PEP para R$ 118,60 a tonelada de trigo para RS e PR
O governo elevou o prêmio para o leilão de PEP - Prêmio de Escoamento de Produto - a ser realizado hoje. O PEP (subsídio ao frete) será de R$ 118,60 a tonelada de trigo. Nos leilões anteriores o governo ofereceu prêmio de R$ 75 a tonelada, o que não despertou interesse. Será ofertado prêmio para 100 mil toneladas de trigo do Paraná e 100 mil toneladas de trigo do Rio Grande do Sul. Com o PEP, o governo busca estimular a compra de trigo produzido no Sul do País pelas indústrias do Nordeste. Por causa dos elevados custos de transporte de cabotagem é mais vantajoso aos moinhos da região importar trigo da Argentina do que comprar o trigo nacional.

Frutas brasileiras na Fórmula 1
Turistas de todo mundo poderão saborear as frutas brasileiras entre os dias 30/10 a 02/11 nos hotéis oficiais do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Essa ação, denominada Turismo Saudável, faz parte do Projeto Brazilian Fruit, que visa o incremento das exportações brasileiras de frutas e seus derivados, e é realizada pelo Ibraf - Instituto Brasileiro de Frutas –, em parceria com a Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentosl. O objetivo da ação é apresentar as frutas brasileiras aos turistas estrangeiros para que eles experimentem e passem a consumi-las no exterior. A estimativa é atender, nos quatro dias do evento, cerca de 4.500 turistas dos quais 90% estrangeiros. Serão promovidas frutas como: abacaxi, maçã, melão, manga, limão, papaia, uva, pêssego, figo, caqui, goiaba e acerola. Participam dessa ação, empresas produtoras e exportadoras do Brasil, incluindo produtores atendidos pelo Projeto Fruta Paulista, na parceria entre o Ibraf e Sebrae-SP que atua junto a 400 produtores de seis pólos frutícolas no estado de São Paulo - segundo maior produtor de frutas do Brasil - capacitando-os de acordo com os protocolos internacionais de qualidade para exportação das frutas. Três hotéis da capital vão receber quatro toneladas de frutas, que estarão disponíveis para os turistas no café da manhã. Além da degustação, será realizada uma pesquisa para compreender os hábitos de consumo de frutas do turista estrangeiro, com objetivo de gerar informação para as futuras ações de marketing internacional.

Setor sucroalcooleiro pede ajuda ao Governo
No mínimo, 40 milhões de hectares de cana-de-açúcar ficarão em pé na safra 2008/09. A maior parte das empresas do setor sucroalcooleiro está com dificuldades de honrar compromissos, como salário de empregados e pagamento de fornecedores. A inadimplência com fornecedores de equipamentos beira os 30%. Das 35 novas usinas previstas para partir esse ano, 12 já adiaram os planos. Dos 45 empreendimentos planejados para 2009, quase a metade não acontecerá. Esse cenário, que surpreendeu o setor pela rapidez com que se instalou, deu o tom do primeiro dia da VIII Conferência Internacional Datagro de Açúcar e Álcool, nessa segunda-feira, 27/10, em São Paulo. O evento, que faz parte do Ethanol Day, terminou nessa terça-feira. O alerta, que passou a soar mais alto há pelo menos 45 dias, causando desequilíbrio nas bolsas e instabilidade cambial, fez o crédito desaparecer. O secretário de Produção e Agroenergia do Mapa - Ministério da Agricultura -, Manoel Vicente Bertone, participou da conferência para apresentar o ainda não concluído zoneamento agrícola da cana-de-açúcar. Falou, em tese, sobre os benefícios que essa ação do governo pode gerar para garantir ao biocombustível brasileiro, uma posição cada vez mais destacada no mercado mundial de energia. Mas não se furtou a comentar que a crise do setor é séria, deve ser tratada com cautela e está na pauta de discussões em Brasília. Um possível socorro ao setor sucroalcooleiro já foi sinalizado pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, na semana passada. Segundo ela, de forma “criteriosa”. No entanto, a formalização desse pedido de ajuda, que contempla subsídios de linhas de crédito a custos menores, está sendo elaborado e será entregue ao governo nos próximos dias. O auxílio beneficiaria, sobretudo, as indústrias exportadoras de etanol. Enquanto a ajuda não vem, o setor deverá vender etanol com margens cada vez mais apertadas, na contramão da tendência de alta de preços prevista para o final da safra de cana. De acordo com dados do Cepea, da Esalq/USP, o valor do etanol caiu 7% nas últimas semanas. Segundo o presidente da Datagro, Plínio Nastari, essa bola de neve reduzirá os volumes de álcool nos meses de entressafra, impactando os preços de forma expressiva. "Se os preços recuam agora, terão que subir em algum momento para equilibrar a equação", disse.

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SETOR AUTOMOTIVO

Montadoras européias pedirão ajuda de US$ 51 bilhões à UE
As fabricantes de veículos européias pedirão 40 bilhões de euros (US$ 51,3 bilhões) à União Européia para que possam enfrentar a crise econômica e a queda da demanda, disse o presidente da Acea - Associação Européia de Fabricantes de Automóveis -, na sigla em inglês, Christian Streiff. "Essa é uma de nossas metas", disse Streiff, que também é executivo-chefe da PSA Peugeot Citroën, à agência Dow Jones, minutos antes de uma reunião, ontem pela manhã, com o comissário de empreendimentos e indústria da UE, Gunter Verheugen. As fabricantes européias disseram no início desse mês, que tentariam obter um pacote de empréstimos a taxas de juros baixas para ajudar a garantir um mercado sustentável para as tecnologias eficientes no uso de combustível. O setor automobilístico europeu tem afirmado que precisa da ajuda para equiparar-se a uma decisão semelhante tomada pelos EUA, no mês passado. O Congresso dos EUA aprovou empréstimos de US$ 25 bilhões para ajudar a General Motors, Ford Motor e a Chrysler a desenvolverem veículos mais eficientes no uso de combustível. (Agência Dow Jones)

Ações da Volks caem 43% após Porsche anunciar venda de títulos
As ações da montadora de veículos Volkswagen caíram nessa quarta-feira, 43% na Bolsa de Frankfurt, depois que seu principal acionista, a Porsche, anunciou que venderá títulos para estabilizar sua cotação. Na manhã de 29/10, os títulos da Volkswagen eram negociados a 531 euros. Em conseqüência do desabamento dos títulos do maior fabricante automobilístico da Europa, o índice DAX 30 da Bolsa de Frankfurt caiu ontem, 1,57% (às 12h, horário de Brasília), para 4.747,87 pontos, frente à tendência em alta geral dos outros mercados europeus, devido às referências positivas dos mercados asiáticos e de Wall Street. As ações da Volkswagen fecharam na terça-feira, 945 euros e chegaram a ser negociadas em alguns momentos a 1.005 euros, já que o aumento da participação da Porsche até 75%, levou muitos especuladores a comprar títulos para devolver as ações que tomaram emprestadas em suas vendas a descoberto. (Efe, de Frankfurt)

Depois da Hyundai, Kia anuncia adiamento de projetos no Brasil
A exemplo do que fez a Hyundai, a Kia anunciou na terça-feira, dia 28/10, o adiamento de investimentos no Brasil. Após comprar a massa falida de uma empresa em Salto/SP, José Luiz Gandini, presidente da Kia Motors do Brasil, vai prorrogar os investimentos para o início da produção no país do Soul -hatch colocado como destaque da sul-coreana no Salão do Automóvel de São Paulo, que abre ao público hoje. Há duas semanas, a coreana Hyundai anunciou que deixaria suspensos seus planos de abrir uma fábrica para carros compactos no Brasil. "Não é o momento apropriado para negociar nada. Com a crise, puxamos o freio. O dólar sobe e desce muito rapidamente e não conseguimos cotar valores de peças", diz Gandini. Ele afirma ainda que, se o dólar se estabilizar em R$ 2, irá começar a adaptação do galpão de 20 mil m2 adquirido para fabricar o carro, mas não informa o quanto foi investido para a aquisição da fábrica.

Vendas mundiais da GM caem 11,4% no terceiro trimestre
As vendas mundiais da General Motors caíram 11,4% no terceiro trimestre de 2008, seguindo a queda dos mercados nos EUA e na Europa, informou nessa quarta-feira, 29/10, o maior fabricante de automóveis americano. No total, a GM disse que as vendas globais no período foram de 2.114.760 veículos, contra 2.387.611 unidades vendidas no terceiro trimestre de 2007. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, as vendas da GM são de 6.655.751 unidades, 5,8% a menos do que no mesmo período de 2007. A empresa disse que a queda das vendas "reflete as contínuas pressões econômicas no mercado americano, que empurrou para baixo as vendas na América do Norte 18,9%, e as crescentes pressões na Europa, onde as vendas caíram 12,3%". A queda nos EUA faz com que 61% do total das vendas da GM se realizem agora, fora do país, contra 56% de há um ano. O vice-presidente de Vendas Globais da GM, Jonathan Browning, disse através de um comunicado que "as recentes dificuldades nos mercados financeiros globais, incluída a redução de crédito e a queda nos preços das matérias-primas, impactaram de forma negativa a demanda". Browning acrescentou que, "no entanto, o rendimento de nossas vendas demonstra que seguimos aproveitando as oportunidades nos novos mercados emergentes e estamos respondendo às necessidades dos consumidores com produtos de consumo reduzido'. Os números divulgados pela GM mostram que a marca Chevrolet se mantém como a principal da companhia. Na região da Ásia e Pacífico, as vendas da GM aumentaram 5,3% durante o período. As vendas da marca Chevrolet na China subiram 4,3% e, na Índia, 4,9%. Na região da América Latina, África e Oriente Médio, as vendas aumentaram 3,4% e a Chevrolet foi responsável por 90% das vendas na região. Na Europa, a Chevrolet cresceu 2,7%, com sólidos resultados no leste europeu. Na Rússia, por exemplo, as vendas da Chevrolet, nos nove primeiros meses de 2008, aumentaram 6,2%. No entanto, na América do Norte, as vendas de Chevrolet caíram 16,6% no último trimestre. Das outras marcas do grupo na América do Norte, GMC caiu 20%, Pontiac 23 %, Saturn 9,3%, Cadillac 27,6%, Buick 20,3%, Hummer 58,4% e Saab 36,3%. (Efe)

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MATÉRIA ESPECIAL

Entenda como a taxa básica de juros influencia a economia
A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo BC - Banco Central - para manter a inflação sob controle. Se os juros caem muito, a população tem maior acesso ao crédito e consome mais. Esse aumento da demanda pode pressionar os preços, caso a indústria não esteja preparada para atender esse maior consumo. Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento - que ficam mais custosos -, a economia desacelera e evita-se que os preços subam - ou seja, que ocorra inflação. Com a redução da taxa básica de juros (Selic), o BC também diminui a atratividade das aplicações em títulos da dívida pública. Assim, começa a "sobrar" um pouco mais de dinheiro no mercado financeiro para viabilizar investimentos que tenham retorno maior que o pago pelo governo. Se a taxa sobe, ocorre o inverso. É por isso que os empresários pedem corte nas taxas, para viabilizar investimentos. Nos mercados, reduções da taxa de juros viabilizam normalmente, migração de recursos da renda fixa para a Bolsa de Valores. Em um cenário normal, é também, por esse motivo, que as Bolsas sobem nos EUA ao menor sinal do Federal Reserve (BC dos EUA) de que os juros possam cair. Quando o juro sobe, acontece o inverso. O investimento em dívida suga como um ralo o dinheiro que serviria para financiar o setor produtivo.
Selic - Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, criado em 1979, pelo Banco Central e pela Andima - Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto - com o objetivo de tornar mais transparente e segura a negociação de títulos públicos. O Selic é um sistema eletrônico que permite a atualização diária das posições das instituições financeiras, assegurando maior controle sobre as reservas bancárias. Hoje, Selic identifica também, a taxa de juros que reflete a média de remuneração dos títulos federais negociados com os bancos. A Selic é considerada a taxa básica porque é usada em operações entre bancos e, por isso, tem influência sobre os juros de toda a economia.
Copom - O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros. O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração. O Copom se reúne em dois dias seguidos. No primeiro dia da reunião, participam também, os chefes do: Depec - Departamento Econômico -, Depin - Departamento de Operações das Reservas Internacionais -, Deban - Departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos -, Demab - Departamento de Operações do Mercado Aberto -, Depep - Departamento de Estudos e Pesquisas -, além do gerente-executivo da Gerin - Gerência-Executiva de Relacionamento com Investidores.


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LOGÍSTICA & Infra-estrutura

Consórcio vence leilão por rodovia D. Pedro I com deságio de 6,01%
O consórcio Integração D. Pedro I levou a concessão da rodovia Dom Pedro I, o último corredor rodoviário no Leilão de Concessões Rodoviárias realizado, nessa quarta-feira, pelo governo paulista. O consórcio, formado por empresas do grupo Odebrecht, ganhou a concessão com uma proposta de R$ 0,101414 por quilômetro, o que significa um deságio de 6,01% sobre a tarifa registrada no edital do leilão. O trecho da rodovia abrange as regiões de Campinas, Jundiaí, Bragança, Itatiba, Paulínia, São José dos Campos, Alto Tietê e Vale do Paraíba, numa extensão de 297 quilômetros. A concessão também abrange 81,4 quilômetros de estradas vicinais, que devem ser administradas pelo consórcio vencedor. O governo prevê investimentos de R$ 2,41 bilhões em obras de recuperação, sinalização, monitoração e prestação de serviços. Concessões - O consórcio Brasinfa ganhou a concorrência pelo corredor da rodovia Marechal Rondon, oferecendo uma tarifa de R$ 0,093774 por quilômetro, o que representa um deságio de 13,09%, sobre o valor proposto no edital. Já o consórcio TPI - Triunfo Participações e Investimentos - levou o corredor rodoviário Ayrton Senna/Carvalho Pinto, oferecendo uma tarifa de R$ 0,048560 por quilômetro, o que significa um deságio de 54,9%. A concessão do trecho leste da rodovia Marechal Rondon, foi ganha pelo consórcio BR Vias SP, que ofereceu uma tarifa de R$ 0,093774 por quilômetro, um deságio de 40,59%. E o consórcio Invepar OAS ganhou a concessão para o corredor da rodovia Raposo Tavares, propondo um valor de R$ 0,090525 por quilômetro, o que representa um deságio de 16,11% sobre a tarifa proposta no edital de Concessões Rodoviárias do governo.
Leilão - O governo paulista promoveu ontem, o leilão de concessão pública para os trechos de rodovias Carvalho Pinto/Ayrton Senna, D. Pedro I, Raposo Tavares e os trechos oeste e leste da Marechal Rondon, num total de 1,715 quilômetros. Os vencedores serão responsáveis também, pela administração de 916 quilômetros de rodovias vicinais nos trechos licitados, mas sem cobrança de pedágio. Para fazer a cobrança do pedágio, o consórcio vencedor será obrigado a cumprir exigências como recuperação de pavimento, sinalização e instalação de equipamentos de monitoração, além da prestação de serviços ao usuário. O governo fixou em R$ 0,107910 por quilômetro, a tarifa-teto em pista dupla e, R$ 0,077078, em pista simples. Vencerá a disputa o consórcio que oferecer o maior desconto sobre o preço da tarifa-teto para rodovias com pista dupla. O mesmo deságio será aplicado à tarifa para pista.

Fundação Thiago Gonzaga certifica grupo Vitória Provedora Logística com Selo Transportadora da Vida
A transportadora gaúcha Vitória Provedora Logística tem duplo motivo para comemorar o mês de outubro. Além de registrar um crescimento no número de cargas transportadas, em relação ao mesmo período do ano passado, a empresa atingiu com mérito, a pontuação necessária para obtenção do Selo Transportadora da Vida - Ciclo 2008, pelo projeto Vitória da Vida. A certificação foi dada pela Fundação Thiago de Moraes Gonzaga. Apostando na prevenção, a transportadora vem oferecendo a entidades, clientes e universidades, palestras gratuitas realizadas pelo cadeirante Adão José Ribeiro. Conhecido carinhosamente como Dango, o palestrante está hoje nessa situação depois de se envolver em acidente de trânsito. O bate-papo informal relatando sua história de superação e coragem, busca mostrar às pessoas como a falta de cuidados no trânsito pode alterar completamente, a rotina emocional e física não só da pessoa que sofre o acidente, mas de toda sua família. “Além das palestras com o Dango, há uma soma dessas atividades desenvolvidas aqui na empresa. Todas elas estão tendo um excelente retorno, num projeto contínuo. O importante é mostrar que é possível construir e reconstruir a cada dia”, revelou Diolete da Silva, supervisora do setor de qualidade da Vitória Provedora Logística. A cerimônia de Certificação será realizada no dia 04/11 - 3ª feira, às 10h, no Auditório da Secretaria Municipal de Turismo de Porto Alegre, localizado no Largo Zumbi dos Palmares (Largo EPATUR), quando também, será revelado o nome da "Empresa Destaque - Ciclo 2008".

Leitura recomendada pelo ILOS e I-Press.biz
O ILOS - Instituto de Logistica e Supply Chain e o I-Press.biz Economia & Mercado recomendam a leitura do relatório Análise e Avaliação dos Portos Brasileiros - 2008, da coleção Panorama Logístico. Esse relatório, lançado pelo COPPEAD/UFRJ, apresenta um levantamento sobre a situação portuária do país, realizando uma análise dos principais problemas em cada um dos portos brasileiros, sob a perspectiva das empresas que os utilizam e que os operam. Os relatórios da coleção Panorama Logístico abordam temas importantes para os executivos e investidores da área de logística. Outros temas dessa coleção tratam de questões como: Custos Logísticos no Brasil, Transporte de Cargas, Operadores Logísticos, Ferrovias, Compras, Suprimentos, entre outros. Os Panoramas Logísticos podem ser obtidos exclusivamente através do COPPEAD. Os interessados devem entrar em contato pelo telefone +55 21 2598.9812, Rio de Janeiro.

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MERCADO DE TI & Telecomunicações

Defferrari: especializada em sistemas para gestão hospitalar
Com 15 anos no mercado, a gaúcha Defferrari é especializada no desenvolvimento de sistemas de TI para o pleno gerenciamento da área da Saúde. No ano de 2007, a empresa faturou R$ 2 milhões em 2007 e prevê um faturamento de R$ 3 milhões para esse ano. Com mais de 200 clientes gaúchos, como Santa Casa, Patologistas Reunidos, Hospital Unimed Vale dos Sinos, Laboratório Geyer e Mãe de Deus Center, a Defferrari possui sistemas, como o SCH, que é voltado para gestão hospitalar, atendendo o paciente desde o check-in, até o arquivamento dos dados, passando pelo controle de materiais, faturamento, financeiro, prescrição e assistencial. Conta com o SDI, que captura imagens de aparelhos analógicos e digitais (DICOM) para geração e armazenamento de laudos. O SDPI é dirigido para o mercado de clínicas de Ecografia, RaioX, Tomografia, mamografia, Medicina Nuclear, Densitometria Óssea e Ressonância Magnética, organizando desde o agendamento do paciente até o envio do resultado pela Internet e possui integração com o SDI para capturar imagens e o laudo médico, para disponibilização do resultado na Internet. Já o PATO é um sistema voltado para o mercado de laboratórios de Patologia, que organiza o trabalho desde a entrada do material até o envio do resultado pela Internet; e o Laudo Médico é um site que disponibiliza, de forma segura, os resultados de exames, permitindo a visualização do laudo por parte do paciente ou médico, tendo interface para visualização das imagens dos exames. Todos esses sistemas tornam a Defferrari especialista em soluções voltadas para o setor de Saúde que, atualmente, é o principal segmento atendido, correspondendo por 50% do faturamento total da empresa. Além dos clientes dessa área, a empresa ainda atende outros mercados de forma customizada a cada necessidade. No próximo ano, a empresa estará adequada às normas do CMMI, visando o processo contínuo de melhoria e qualidade no desenvolvimento de softwares. Além disso, o foco será o fortalecimento da área comercial nos estados da Região Sul.

Lucro da América Móvil sobe 32% e receita da Claro, 16%
A companhia de telefonia móvel mexicana América Móvil, controladora da Claro no Brasil, registrou aumento de 32% no lucro líquido do terceiro trimestre desse ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, para 12,4 bilhões de pesos mexicanos (US$ 1,14 bilhão). O resultado foi impulsionado pelo aumento das vendas e pelo forte crescimento do número de assinantes. A receita da Claro no trimestre, cresceu 16%, para R$ 2,9 bilhões, ante R$ 2,5 bilhões no terceiro trimestre de 2007. Nos nove primeiros meses do ano, a receita da unidade brasileira subiu 18,5%, para R$ 8,4 bilhões, em comparação com R$ 7,1 bilhões do mesmo período do ano passado. Na comparação trimestral, a quantidade de assinantes do braço do grupo no Brasil, aumentou de 27,5%, para 35,6 milhões. A América Móvil não informou em seu resultado o lucro no mercado brasileiro. A América Móvil, que é a líder em telefonia móvel da América Latina, com operações em 16 países, informou que sua receita cresceu 9,8% em relação ao terceiro trimestre de 2007, para 85,3 bilhões de pesos mexicanos (US$ 6,57 bilhões). O lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) no período, subiu 9,3%, para 34,9 bilhões de pesos (US$ 2,68 bilhões). A companhia acrescentou 7,3 milhões de assinantes a seus serviços no trimestre, levando o total da empresa para 172,6 milhões, no fim de setembro. O Brasil liderou o aumento do número de assinantes, com 2,6 milhões de novos clientes da Claro, seguido por México, com 1,5 milhão, e Colômbia, com 1,2 milhão. (Agência Dow Jones/ADJ)

Software reduz custos com monitoramento de MSN
A Interage, especialista em segurança da informação e gestão de riscos, está lançando no mercado o novo modelo de experimentação do Trevio, solução de monitoramento de conversas com softwares como MSN Messenger. A versão do Trial agora, mais simplificada, exige somente o registro no site para download na estação de trabalho, pelo link www.trevio.com.br. O Test-Drive é liberado para gerenciamento de comunicação de até cinco usuários simultâneos, por um período de 15 dias. Com o Trevio, não existe necessidade de bloquear o MSN / Live, e sim, controlar e monitorar em tempo real, a utilização do recurso, gerando benefícios como, aumento de produtividade dos colaboradores e reduzindo custos de telecomunicações das empresas. O software vem com interface interativa, intuitiva e dinâmica, onde é possível controlar a comunicação instantânea de pequenas, médias e grandes empresas. Com o plugin MSN, o gerenciamento de conexões simultâneas é feito de maneira simples, permitindo a identificação, o bloqueio e a restrição de conteúdos inadequados à comunicação corporativa. As principais informações sobre o tráfego são acessadas por um Painel de Atividades, facilitando a administração do ambiente com alertas, resumos estatísticos, gráficos, logs, relatórios de utilização e visualização das conexões, tudo em tempo real. Também é possível a customização da aparência do software MSN como: nomes, mensagens pessoais e e-mails, padronizando a utilização na empresa. Permite ainda, gerenciar os recursos disponíveis como webcam, conversa por voz, transferência de arquivos, entre outros.

Vendas de notebooks lideram mercado de PCs pela 1ª vez nos EUA
Pela primeira vez, os norte-americanos compraram mais computadores portáteis do que fixos. O ocorrido foi registrado pela consultoria IDC, durante o terceiro trimestre de 2008. Os notebooks representaram 55,2% do número de computadores vendidos entre julho e setembro de 2008, com mais de 9,5 milhões de unidades comercializadas, o que representa um crescimento de 18% em um ano. "A crise financeira não afetou o mercado de computadores, pelo menos não imediatamente", informou a IDC nessa quarta-feira. "A clientela individual foi o fator dominante na venda de computadores portáteis, mas a clientela empresarial também teve papel importante", afirmou em comunicado o analista do IDC, David Daoud. Após ressaltar que as taxas de penetração de computadores portáteis nas casas, ultrapassam 70%, Daoud estimou que as empresas e o setor público se deixaram seduzir pelas virtudes dos notebooks. O levantamento do IDC verificou que a participação da venda de notebooks nas empresas, além da chegada de novas companhias no mercado americano, como a Samsung e a Asus, estimula a concorrência e pode fazer com que os preços caiam. (France Presse, de Nova Iroque)

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ANÁLISE SETORIAL

Dificuldade das indústrias em obter crédito é a maior em cinco anos
Desde 2003 as indústrias não têm tanta dificuldade em obter crédito, mostrou nessa quarta-feira, a Sondagem da Indústria de Transformação da FGV - Fundação Getulio Vargas - relativa ao quarto trimestre do ano. Segundo a pesquisa, 33% dos entrevistados disseram que o grau de exigência para obter crédito se elevou, e apenas 3% indicaram maior facilidade. Trata-se de uma posição completamente inversa ao do terceiro trimestre, quando 16% apontaram maior dificuldade e 27% indicaram mais facilidade. O saldo entre um e outro não era tão alto desde a sondagem para o terceiro trimestre de 2003. Na ocasião, foram 44% dos industriais indicando maior exigência e 8% apontando maior facilidade. Segundo o coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da FGV, Aloisio Campelo Junior, a natureza da dificuldade na obtenção do crédito nos dois casos, são diferentes. "Em 2003, os empresários questionavam o crédito porque estava caro demais, os juros tinham subido nos primeiros meses do governo Lula. Agora tem o componente dos juros, mas não tão importante, e o problema da falta de liquidez gerada pela crise financeira", explicou. A pesquisa também detectou o problema que as empresas exportadoras estão tendo em obter financiamentos em dólares, através de ACC - Adiantamento de Contrato de Câmbio - ou outros instrumentos.
Entre os quatro dos 21 gêneros industriais pesquisados pelo FGV que indicaram maior dificuldade em conseguir crédito, três possuem uma porcentagem de vendas que são externas, maior do que a média das empresas analisadas, que é de 24%. São os casos de material de transporte (29,1%), mecânica (33,8%) e metalurgia (31%). A exceção é para as indústrias de materiais plásticos, justamente a que indicou mais dificuldade -48% disseram que a exigência para obter crédito subiu, e ninguém apontou redução. Porém, esse setor tem como principais clientes os ramos de construção civil e automobilística, que por sua vez tem a grande maioria de suas vendas dependente de financiamentos. Para Campelo, o problema do crédito foi fundamental para que as empresas do setor industrial, reduzissem sua confiança de setembro para outubro, em 11,7%. O ICI - Índice de Confiança da Indústria - despencou de 102,2 pontos para 106,1 pontos no período.

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MERCADO DE LUXO

Jóias criativas
A partir de hoje, dia 30/10, você que mora em Porto Alegre, poderá encontrar nas prateleiras das lojas do Shopping Iguatemi e Moinhos Shopping, na Capital gaúcha, a nova coleção da joalheria D'VIE. Intitulada "Natureza", e elaborados com elementos naturais, a coleção reúne peças que acompanham as últimas tendências mundiais da moda. Entre os destaques, estão jóias fabricadas pelo Núcleo de Design D'VIE e assinadas pela designer da marca, Natasha Lima. A D'VIE é uma empresa voltada à criação e fabricação de jóias exclusivas, criadas pelo NDD - Núcleo de Design D'VIE -, e confeccionadas artesanalmente, no atelier instalado na loja do Shopping Iguatemi, em Porto Alegre. Esse diferencial permite que a marca desenvolva suas coleções e ofereça às clientes, a oportunidade de criar peças personalizadas. As jóias, com a orientação do NDD, são elaboradas em poucos dias, dependendo da complexidade da criação.

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EXPEDIENTE

Produção: WLine.biz - Intelligent Business Strategies / wline@wline.biz
Revisão: Professora Lúcia Iná Sá d’Oliveira / + 55 51 9299.1274
Colaborador: Nilton Santolin / www.niltonsanolin.com.br

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