I-Press.biz Economia & Mercado | Edição 092 | Ano I

Vinho nacional comemora a desvalorização do real e vislumbra boas vendas no mercado interno
Crise é sempre ruim, mas essa pode proporcionar alívio a um setor que vem sendo sufocado nos últimos anos pelo bom desempenho da economia brasileira: o da vitivinicultura. A boa evolução da economia nos últimos anos trouxe um grande volume de dólares para dentro do país, provocando a valorização do real e permitindo a elevação das importações. Em 2002, quando a moeda norte-americana atingiu R$ 3,80, o vinho importado representava 48,8% do mercado brasileiro. Nesse ano, a média de janeiro a agosto, indica que os importados representam 76,8% do mercado. No início de agosto, o dólar estava a R$ 1,56. No ano passado, quando o dólar terminou o ano a R$ 1,77, entraram 57,6 milhões de litros de vinho no país. Mantido o ritmo de importações de 2007, o volume desse ano poderia atingir 70 milhões de litros. A concorrência ficou mortal para o produto brasileiro. Há registros de importações de vinho a US$ 4,35 por caixa de 12 garrafas, ou seja, US$ 0,36 por unidade (R$ 0,57). Esse valor não paga o custo da garrafa vazia, dizem produtores nacionais.
Além disso, outros 15 milhões de garrafas entram no país via contrabando, segundo informações do setor. Embora o retorno do dólar a patamares superiores a R$ 2 traga alívio e iniba as importações, a viticultura não deixa de ficar apreensiva com a crise, que pode afetar a renda dos consumidores. Afinal, o vinho seria um dos produtos a sair da lista de consumo com a queda da renda familiar. Preço maior - Se a crise se aprofundar será ruim para o produto nacional, mas pior ainda para o importado. A concorrência do vinho importado ficará comprometida com esse novo patamar do dólar. E perderá exatamente, o produto de menor qualidade, já que os vinhos caros sempre terão consumo garantido. "Quem importa e quiser repassar (a alta do dólar) não vai conseguir vender. Hoje é difícil repassar até a inflação, imagine os 30% a 40% de alta que terão os produtos importados", diz Danilo Cavagni, diretor de relação corporativa da Chandon. Angelo Salton, da Vinícola Salton, diz que essas elevações deverão ficar "próximas de 30% e darão uma ajuda para o setor". Na avaliação de Salton, mesmo os estoques atuais, comprados com o dólar mais barato, deverão sofrer reajustes até o final do ano.
Caso contrário, o importador verá seu capital dilapidado e perderá o poder de novas compras em janeiro. O comprador do varejo é "frio" e, como trocou o vinho nacional pelos preços mais baratos dos importados, voltará aos produtos brasileiros que, em janeiro, não terão problemas de repor estoques, diz ele. Ajuda ao exportador - Além de ajudar as vendas nacionais, a elevação do dólar deve facilitar as exportações brasileiras, tornando o produto mais competitivo. Grande parte das empresas brasileiras já faz exportações rotineiras. "É uma questão cambial e conjuntural", diz Márcio Bonilha, diretor nacional de vendas da Miolo Wine Group. Assim como os importadores foram beneficiados com a queda do dólar, agora é a vez de os nacionais se beneficiarem, acrescenta Bonilha. Mas essa questão cambial, vivida pela indústria do vinho, é apenas uma parte do problema. Estudos do setor mostram que o vinho nacional chega à gôndola dos supermercados com carga tributária elevada. Para Hermes Zanetti, presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Viticultura, Vinhos e Derivados, "seguramente a alta do dólar vai ajudar a frear a inundação do mercado brasileiro por vinhos importados, principalmente os mais baratos".Atualmente, de cada quatro garrafas de vinho fino vendidas, três vêm de fora. Já o consumo de espumantes mostra exatamente o contrário, com apenas uma importada em cada quatro consumidas. O excesso de importações de vinho, nos
últimos anos, elevou os estoques nacionais e já complica a recepção de uvas pelas indústrias na próxima safra, diz Zanetti. Se acentuada, essa crise vai ser repassada para 20 mil famílias que cultivam uma média de 2,5 hectares. O setor certamente terá um alívio com a desvalorização do real, "mas a gangorra do dólar não explica tudo", diz Alem Guerra, diretor comercial da Vinícola Aurora. Além da concorrência do dólar barato, o setor teve um constante aumento de custos, vindo de energia elétrica, encargos sociais e insumos específicos.


Governo quer liberar R$ 11,5 bi para compra de casa própria
O governo federal quer liberar R$ 11,49 bilhões para a compra da casa própria com os recursos do FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - em 2009. Nesse ano, foram liberados R$ 8,49 bilhões. Se a proposta for aceita, haverá R$ 3 bilhões a mais em relação a que foi oferecido nesse ano. A proposta, divulgada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, deverá ser apresentada na próxima reunião do conselho curador do FGTS, na quinta, 30/10. "Esse dinheiro é fruto da arrecadação do FGTS nesse ano, e significa que a desaceleração da economia não deverá acontecer." O conselho irá decidir se aprova ou não a proposta. Segundo Celso Petrucci, membro do conselho, a proposta poderá ser aprovada. "O ministro quer sinalizar que não irão faltar recursos para a construção em 2009. É um dinheiro de custo barato para o consumidor." A proposta é aumentar os recursos na linha de crédito de habitação popular, que tem juros de 6% a 8,16% ao ano. A linha é oferecida a quem tem renda familiar de até R$ 4.900 e quer um imóvel de até RS 130 mil, dependendo do tamanho da cidade onde o imóvel será comprado. Quem é cotista do FGTS, há pelo menos três anos, tem 0,5 ponto percentual de desconto nos juros. Essa linha, hoje, tem R$ 4 bilhões para a compra da casa própria. Segundo Petrucci, não há risco de faltar recursos para a habitação popular
nesse ano. Com a proposta, a linha deverá ter R$ 7 bilhões em 2009. Se a proposta for aprovada na quinta, irá entrar no Orçamento do ano que vem.


Balança tem déficit de US$ 98 mi na 4ª semana do mês
A balança comercial brasileira registrou um déficit de US$ 98 milhões na quarta semana desse mês (dias 20 a 24), resultado de US$ 4,121 bilhões em importações e de US$ 4,023 bilhões em exportações, informou ontem, o MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O total das exportações nesse mês é de US$ 14,964 bilhões, com média diária de US$ 831,3 milhões. As importações, na soma das quatro semanas de outubro, foram de US$ 14,188 bilhões, com média diária de US$ 788,2 milhões. No acumulado de outubro, até a quarta semana, a balança comercial brasileira registra superávit de US$ 776 milhões. No ano, também até a sexta-feira da semana passada, dia 24/10, o comércio brasileiro com o exterior, apresenta um superávit acumulado de US$ 20,432 bilhões, com média diária de US$ 98,7 milhões.

Perdas globais com crise podem chegar a US$ 2,8 trilhões
O Banco da Inglaterra (banco central britânico) estima que as perdas globais para bancos e investidores na atual crise financeira, podem chegar a US$ 2,8 trilhões. O número é equivalente a mais de duas vezes o PIB - Produto Interno Bruto - brasileiro (de US$ 1,3 trilhão, segundo dados do Banco Mundial) e mais de 5% do PIB mundial (de US$ 54,3 trilhões). Segundo o analista de negócios da BBC Nils Blythe, o valor da nova estimativa é o dobro de uma anterior feita pelo Banco da Inglaterra, em maio. O banco também alertou que grandes riscos continuam ameaçando o
sistema financeiro global, mesmo depois das medidas adotadas por vários governos para fortalecer seus setores bancários. O Banco da Inglaterra afirma que um novo sistema internacional de regulamentação é necessário para garantir que, durante períodos de crescimento robusto, os bancos reservem dinheiro para cobrir perdas em uma eventual desaceleração. Em relação à situação no Reino Unido, o banco estima que, as seis maiores instituições de crédito do país, podem ter perdas de até 50 bilhões de libras esterlinas (cerca de US$ 78 bilhões), nos próximos cinco anos. De acordo com Blythe, isso explica a grande quantidade de fundos que as instituições de crédito do País foram aconselhadas a aceitar. (BBC Brasil)

Mantega diz que construção civil terá crédito extra de R$ 3 bilhões da Caixa
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que vai anunciar hoje, o lançamento de uma linha de crédito para as empresas de construção civil. Segundo ele, serão R$ 3 bilhões vindos da Caixa Econômica Federal. "Vou antecipar aqui (a informação). Para o capital de giro para construção, uma linha de crédito com custos menores que os do mercado", afirmou o ministro durante evento realizado pela CNI - Confederação Nacional da Indústria. "O dinheiro virá de uma fonte que a própria Caixa Econômica possui, em torno de R$ 3 bilhões", disse o ministro. "O setor de construção está precisando de capital de giro para não ter problema de continuidade (nas obras)." O ministro não
deu mais detalhes sobre a linha. Ontem, ele já reafirmou que esse era um dos setores que mais preocupavam o governo devido à falta de linhas de crédito para empresas no Brasil, umas das conseqüências da crise internacional no sistema financeiro. Trata-se da segunda ajuda anunciada para o setor nesse mês. Na semana passada, o governo editou uma medida provisória que autoriza a Caixa a comprar a participação acionária de construtoras em dificuldades. Durante o debate realizado ontem na CNI, muitos empresários reclamaram que o governo estava ajudando apenas os bancos e não as empresas. Em resposta, Mantega antecipou o anúncio para a construção civil. Cobrado pelos
empresários, Mantega disse também, que o governo estuda a flexibilização no prazo de recolhimento de impostos para ajudar as empresas brasileiras nesse momento de aperto de crédito. O setor reclama que muitas vezes, o empresário é obrigado a recolher o imposto antes de receber o pagamento pela produção, o que torna o problema de falta de crédito mais grave. "Essa medida está sendo cogitada, mas temos de olhar o impacto sobre as contas públicas, sobre a arrecadação. Nós temos de olhar os dois lados, mas estamos vendo essa questão", afirmou o ministro.

Prazo de impostos pode ser flexibilizado para ajudar empresas
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem, que a flexibilização no prazo de recolhimento de impostos está entre as novas medidas estudadas pelo governo, para ajudar as empresas brasileiras nesse momento de aperto de crédito na economia. "Essa medida está sendo cogitada, mas temos de olhar o impacto sobre as contas públicas, sobre a arrecadação. Nós temos de olhar os dois lados, mas estamos vendo essa questão", afirmou o ministro durante evento realizado ontem pela CNI - Confederação Nacional da Indústria. A questão foi levantada pelo presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, que defendeu o aumento no prazo de recolhimento de impostos para aliviar o caixa das médias e pequenas empresas. Durante debate promovido pela entidade, o ministro da Fazenda afirmou que já há falta de crédito no Brasil para capital de giro das empresas e também, para as exportações, mas que esses problemas são bem menores do que nas economias mais avançadas. Mantega disse também, que é natural que os bancos brasileiros estejam sendo mais cuidadosos na hora de fazerem novas concessões de crédito, devido aos problemas criados pela crise de
internacional. "É natural que as instituições financeiras tenham uma posição de mais comedimento, de precaução", afirmou o ministro. Contágio - Mantega disse que essa será uma crise de longa duração, que já atingiu a economia real, e disse esperar que a recessão na economia mundial não se transforme em depressão econômica. "Será uma crise de longa duração, uma crise de magnitude inédita. Nós vamos ter um forte impacto na economia real no mundo todo. Vai desacelerar
fortemente. É impressionante como o travamento do crédito pode se transmitir rapidamente para a economia real", afirmou. Mantega disse que a crise impacta menos os países emergentes como o Brasil, mas afirmou que não se pode acreditar na "tese do não-contágio". No Brasil, o principal problema é a falta de crédito, principalmente para o comércio exterior, segundo o ministro. "Nós temos conseqüências no Brasil desse problema de liquidez. Houve um travamento do crédito para o comércio exterior. Esse crédito escasso levou a uma elevação dos spreads. O custo financeiro está muito elevado", afirmou.

FMI avalia crédito de até US$ 255 bilhões para emergentes
O conselho executivo do FMI - Fundo Monetário Internacional - discutirá na sexta-feira, a criação de uma nova linha de crédito para países emergentes que têm boa situação macroeconômica, mas estão sofrendo por causa do contágio da crise internacional. A linha, chamada de Linha de Liquidez de Curto Prazo, seria usada para amenizar os efeitos da crise de crédito sobre grandes países emergentes que têm acesso ao mercado de capitais, como: Coréia do Sul, México e Brasil. "Está em discussão um novo instrumento de liquidez para países que têm posição sólida, mas estão sofrendo problemas de liquidez'', disse ao jornal O Estado de São Paulo, Paulo Nogueira Batista, diretor-executivo que
representa o Brasil no Fundo. O instrumento vinha sendo discutido há alguns anos, mas ganhou urgência com o agravamento da crise financeira. Nos últimos dias, o Fundo anunciou empréstimo de US$ 16,5 bilhões para a Ucrânia, US$ 2 bilhões para a Islândia, além de ajuda para Hungria e Paquistão. O jornal The New York Times chegou a noticiar que o Fundo "está tentando implementar uma enorme linha de crédito para países como Brasil e Coréia do Sul, que têm economias sólidas, mas estão sofrendo com a falta de acesso a moeda estrangeira". Mas o FMI não menciona nenhum país e o Banco Central afirmou que não há nenhuma conversa a respeito de linhas. Em nota, o Fundo
limitou-se a dizer: "O FMI está discutindo possíveis empréstimos para vários países. O FMI tem um grande volume de recursos para empréstimos e pode torná-los disponíveis rapidamente, se for necessário. Os empréstimos do FMI têm efeito catalisador, porque geram outros financiamentos de fontes públicas e privadas. O Fundo está reformulando seus instrumentos de crédito para torná-los mais adequados às necessidades dos países membros, e a recente reunião do IMFC - Comitê Monetário e Financeiro Internacional - determinou que esse trabalho deve ser acelerado." O Brasil
não está em situação de emergência de balanço de pagamentos, uma vez que tem déficit pequeno em conta corrente (cerca de 2% do PIB nesse ano) e quase US$ 200 bilhões em reservas internacionais. Só para comparar, o total de recursos livres para empréstimos de que o FMI dispõe é de US$ 255 bilhões. (Agência Estado e Folha Online)

Brown: recurso do FMI é insuficiente para conter crise
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, fez ontem, um apelo aos países com amplas reservas internacionais - como os exportadores de petróleo e a China - para que contribuam com uma linha de financiamento de emergência do FMI - Fundo Monetário Internacional -, que tem como objetivo impedir o agravamento da crise financeira mundial. Brown argumentou que o fundo de emergência de US$ 250 bilhões do FMI "pode não ser suficiente" para deter a disseminação da crise econômica. "Precisamos agir agora", afirmou, acrescentando que a maior parte das contribuições pode vir "de países que possuem os maiores superávits (na balança comercial)". Ele citou a China como
exemplo e disse que discutirá o assunto com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, ainda essa semana. Brown acrescentou que o Reino Unido estuda contribuir com um pacote de auxílio para a Hungria, que deve ser anunciado nos próximos dias. O primeiro-ministro britânico disse ter conversado com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e com a chanceler alemã, Angela Merkel, e que ambos tinham idéias semelhantes sobre o FMI. O primeiro-ministro britânico viajará a Paris para discutir a crise com o presidente francês e se encontrará com Angela Merkel, na quinta-feira, dia 30/10. Recentemente, os países do Leste Europeu e outros mercados emergentes, tiveram de enfrentar a fuga de capital estrangeiro, o que provocou uma grande pressão sobre as moedas locais e forçou o aumento das taxas de juros, além de elevar o risco de perdas para investidores e instituições financeiras expostas a essas economias. (Agência Dow Jones, de Londres)

Lojas Renner desiste de comprar sua rival Leader
A Lojas Renner anunciou, ontem, a suspensão do processo de negociação de compra da rede de varejo Leader, como conseqüência da crise financeira internacional. Por meio de comunicado enviado ontem à noite ao mercado, a empresa de varejo alega "relevante alteração no cenário econômico-financeiro brasileiro e mundial, verificada nas últimas semanas", para justificar o encerramento do negócio com a Leader. De acordo com o comunicado, a decisão foi tomada em caráter amigável e não implica multa por descumprimento de contrato. A empresa afirmou ainda, que os acordos
anteriormente celebrados com o Bradesco, que seria acionista da Leader Administradora de Cartões de Crédito, foram igualmente cancelados sem que haja "quaisquer ônus ou encargos para ambas as partes". O anúncio da aquisição da Leader ocorreu em setembro passado, mas sofreu um adiamento nesse mês, por conta do agravamento da crise. O negócio envolveria R$ 744 milhões, considerando-se ações e dívida da companhia. Nas últimas semanas, em função das turbulências nos mercados e da queda nos preços das ações de empresas do setor de varejo, o valor da operação de compra acabou por se tornar muito elevado.

Dona da Brastemp cortará 5.000 empregos até o final de 2009
A fabricante de eletrodomésticos norte-americana Whirlpool - dona, entre outras, das marcas Brastemp e Consul aqui no Brasil - anunciou ontem pela manhã, que cortará 5.000 postos de trabalho até o final de 2009, devido a uma clara desaceleração da demanda para seus produtos na América do Norte e na Europa. "Constatamos uma forte queda da demanda no terceiro trimestre na América do Norte e na Europa, e realmente, não prevemos uma melhora a curto prazo", declarou em um comunicado o presidente da Whirlpool, Jeff Fetting. Fetting considerou que a crise mundial
dos mercados de crédito "teve um impacto profundamente negativo sobre uma economia mundial já debilitada e muito frágil." "A queda dos preços no setor imobiliário, o aumento do desemprego e os índices de confiança dos consumidores muito baixos, provavelmente prolongarão esse ambiente negativo para a demanda, pelo menos até meados de 2009", acrescentou. (France Presse/AFP, de Washington)

Perdigão anuncia prejuízo de R$ 25 milhões puxado por variação cambial
A Perdigão anunciou ontem, que fechou o terceiro trimestre desse ano com prejuízo de R$ 25,4 milhões, ante lucro de R$ 90,2 milhões no mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, no terceiro trimestre foi impactado pela variação cambial nas despesas financeiras. "Em função da acentuada e repentina mudança do cenário cambial, contabilizamos R$ 200,9 milhões de despesa financeira, sem desembolso de caixa, como efeito da desvalorização do real frente ao dólar no trimestre, sobre nossa exposição cambial líquida de aproximadamente US$ 700 milhões, a qual se refere à política de proteção natural de cerca de três meses das receitas de exportações",
informou a empresa. A companhia informou que "as condições de extrema volatilidade do mercado requerem redobrada cautela" e que os investimentos da empresa, na diversificação dos negócios, deve provocar "melhoria gradual e consistente de nossos resultados." A Perdigão registrou, no terceiro trimestre, aumento de 80,4% na receita bruta, para R$ 3,5 bilhões, e o resultado operacional aumentou 6,3%, gerando um Ebitda de R$ 274,9 milhões, 20,7% superior no trimestre. O mercado interno representou 54,8% das vendas líquidas e apresentou um crescimento de 88% nas receitas brutas, 28,7% nos volumes de carnes, 381,3% para os produtos lácteos e 52,5% para os outros produtos processados. Já o mercado externo ficou com a participação de 45,2% nas receitas líquidas. As exportações cresceram 70% em receitas, com volumes de vendas 44,9% maiores em carnes. Os produtos processados, que participaram em 46,3% das vendas, cresceram 44,9% em receitas e 30% em volumes.

Islândia eleva juros para 18% após acordo com FMI
O banco central da Islândia elevou a taxa básica de juros da economia de 12% para 18% ao ano, revertendo um corte de 3,5 pontos percentuais, feito no dia 15/10, quando a autoridade monetária tentou aliviar a pressão sobre a economia do país. A autoridade monetária informou que o aumento dos juros faz parte de um acordo com o FMI - Fundo Monetário Internacional. O país receberá do FMI um empréstimo de US$ 2 bilhões para corrigir a depreciação cambial e restaurar a estabilidade financeira depois do colapso do setor bancário, no início do mês. O aumento do juro hoje, segundo o banco central, visa a garantir a estabilidade da moeda. O BC islandês disse também, que a taxa vai
recuar novamente se a inflação perder força. Além disso, o primeiro-ministro da Islândia, Geir Haarde, disse que está pedindo recursos adicionais no valor de US$ 4 bilhões à Suécia, Noruega, Dinamarca e Finlândia, além do BCE - Banco Central Europeu - e do Fed - Federal Reserve. Ele afirmou que ainda não recebeu nenhuma resposta.
(Agência Dow Jones, de Londres)

Lucro da BP sobe 83% no 3º trimestre para US$ 8 bilhões
A empresa britânica de exploração de petróleo BP registrou alta de 82,7% no lucro líquido do terceiro trimestre desse ano, superando as expectativas dos analistas, graças ao preço médio do petróleo muito mais alto do que o do mesmo período do ano passado. O lucro da companhia atingiu US$ 8,05 bilhões, ante US$ 4,41 bilhões em 2007, enquanto a receita totalizou US$ 104,83 bilhões, em comparação com US$ 72,84 bilhões um ano antes. A produção de petróleo e gás da BP, no terceiro trimestre, somou 3,7 milhões de barris diários, um aumento de 0,4% em relação ao mesmo período do ano passado, com ganhos em novos projetos contrabalançando as interrupções na costa norte-americana do Golfo do México e no Azerbaijão. Os analistas projetavam queda de 0,7% na produção. O executivo-chefe da BP afirmou que o impacto do preço, bem mais alto do petróleo sobre o lucro, "não deve ofuscar as reais melhoras operacionais no refino e o rigoroso controle de custos da companhia". Hayward disse que a BP está bem posicionada para lidar com o clima econômico volátil porque possui um balanço forte e porque comprometeu uma pequena parte de sua carteira com projetos de alto custo. "A crise atual pode, na verdade, criar oportunidades para nós, e nós vamos observá-las atentamente", acrescentou. (Agência Dow Jones. de Londres)

Crescem Centrais de Negócios no setor farmacêutico
Fundada em 2000 a partir da união de 15 redes de farmácias e drogarias independentes, a Febrafar - Federação Brasileira das Redes Associativistas de Farmácias - vem registrando, ano após ano, um crescimento significativo no número de redes e lojas associadas. Atualmente, a Febrafar congrega 26 redes associativistas que, por sua vez, representam 2.524 farmácias e drogarias em 11 Estados, mais o Distrito Federal, em mais de 900 cidades. O crescimento de 75% no número de associados, em oito anos, se deve ao desenvolvimento do mercado, ao acirramento da concorrência (que levou o pequeno varejo a se unir em busca de volume para poder competir).

Ponto Frio inaugura mais duas lojas em São Paulo
A rede de eletroeletrônicos e móveis Ponto Frio inaugurou no final de semana, duas lojas no Estado de São Paulo, nas cidades de Guarujá e Botucatu. Nesse ano, a empresa já abriu nove unidades no Estado e outras cinco deverão ser inauguradas até o fim de novembro, todas dentro de um novo modelo de loja que privilegia as categorias de tecnologia. A rede, segunda maior do setor no mercado brasileiro, conta com mais de 430 pontos de venda em 11 Estados.

Turismo interno ganha fôlego
A crise que desequilibrou o mercado financeiro mundial já teve seus reflexos sobre o turismo brasileiro. Segundo a Abav - Associação Brasileira de Agências de Viagem -, a busca por roteiros dentro do Brasil cresceu 10% nos últimos 15 dias, enquanto o fechamento de viagens internacionais caiu 30%. A principal razão para isso foi o aumento do dólar, que fechou na sexta-feira, a R$ 2,32. Diante desse cenário, os resorts brasileiros afirmam que a crise pode não ser boa para a economia em geral, mas impulsiona o setor. Com o dólar mais alto, os brasileiros passam suas férias no país e, para os estrangeiros, o Brasil torna-se um destino mais barato. Os resorts brasileiros faturaram 6% menos em 2007, na comparação com 2006, por causa da desvalorização do real no período. Houve empreendimentos no Nordeste, onde o público estrangeiro era maior, que sofreram quedas de 20%. E 2008, ia no mesmo ritmo, até a virada do câmbio.

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MERCADO de Ações & Futuros
(Informações: Dow Jones, Bovespa e Reuters)

Bovespa fecha em alta de 13,42%; investidor busca ações baratas em dia de ajustes
A Bovespa - Bolsa de Valores de São Paulo - conseguiu nessa terça-feira, recuperar boa parte das fortes perdas acumuladas ao longo dos últimos cinco dias. A recuperação dos mercados começou ontem pelas Bolsas asiáticas e "contaminou" as Bolsas européias e americanas, favorecida pela expectativa de que os juros caiam nos EUA na quarta-feira.

Análise 1 - A disparada de ontem, no entanto, não deve evitar que a Bolsa brasileira emende o seu quinto mês consecutivo de desvalorização. Até essa terça-feira, o Ibovespa registra retração de 32,6%. "O mercado está irracional. Ontem foi um dia de euforia, e subiu mais de 10%. Hoje, pode cair outros 10%", comenta Frederico Mesnik, sócio da Humaitá Investimentos.

- O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, avançou 13,42% e atingiu os 33.386 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,90 bilhões, ainda abaixo da média do mês (R$ 5 bilhões/dia). Trata-se da segunda maior alta do ano, somente atrás da valorização de 14,65% registrada no último dia 13/10. As ações líderes da Bovespa, Vale e Petrobras, valorizaram, respectivamente, 13,38% e 10,71%, num dia de ajustes nos preços das commodities (matérias-primas), a exemplo do petróleo, que bateu US$ 63 na praça de Nova Iorque (Nymex).

Análise 2 - Para Frederico Mesnik, da Humaitá, o mercado pode contar com mais alguns meses de volatilidade antes que "a racionalidade" volte aos negócios. "A gente começou a ver alguns indícios de saída da fase de pânico. O dinheiro injetado pelos governos vai começar a fazer efeito de forma muito gradual. Somente em janeiro o mercado vai começar a ter dados mais claros sobre a economia. Os números vão mostrar um crescimento bem fraco, mas pelo menos nesse ponto, todo mundo vai ter uma visão menos incerta sobre quem vai acabar e quem vai sobreviver", avalia.
"A partir daí, os investidores podem voltar a fazer as contas e decidir pelos fundamentos", acrescenta.

- O dólar comercial foi cotado a R$ 2,188 na venda, em declínio de 2,49%.
- A taxa de risco-país marca 523 pontos, número 13,83% abaixo da pontuação superior.

Análise 3 - Investidores e analistas de mercado contam as horas para a "super-quarta", quando os comitês de política monetária, do Brasil e dos EUA, anunciam as taxas de juros básicas de seus respectivos países. Economistas do setor financeiro esperam que o Copom mantenha a taxa Selic em 13,75%, diante do turbulento cenário mundial. Nos EUA, a expectativa se concentra por um novo corte dos juros americanos, provavelmente de 1,50% ao ano, para 1,25%. "Quando não se sabe ao certo o que fazer, o mais sensato é o Copom interromper o processo de aperto monetário", avalia Elson Teles, economista-chefe da corretora Concórdia. Para o economista, é preciso um tempo maior para avaliar "os desdobramentos da crise externa sobre a atividade econômica e, sobretudo, sobre a inflação doméstica". "Não parece fazer muito sentido o nosso Banco Central se colocar na contramão do que se passa lá fora e continuar subindo a taxa básica de juros", acrescenta.

Investidores aproveitam pechinchas e Bolsas de NY fecham em forte alta
Apesar de novos dados que mantém o temor de recessão global devido à crise financeira, como a forte queda da confiança do consumidor nos EUA, as Bolsas americanas se mantiveram em alta durante todo o dia, e nas horas finais de negociação, dispararam. Os investidores aproveitam os preços baixos após dois dias seguidos de queda, e apostaram em novo corte na taxa de juros pelo Fed - Federal Reserve, o BC americano, hoje.

- O índice Dow Jones Industrial Average, o principal indicador da Nyse (Bolsa de Valores de Nova Iorque), fechou em alta de 10,88%, indo para 9.065,12 pontos, enquanto o S&P 500 avançou 10,79%, para 840,51 pontos.

- A Bolsa Nasdaq ganhou 9,53% no indicador Nasdaq Composite, para 1.649,47 pontos.
- O Dow Jones recuou cerca de 500 pontos nas duas últimas sessões, o que animou os investidores a partir para as compras. E ontem, o indicador avançou cerca de 900 pontos, a segundo maior elevação da história.

Análise 1 - Nem dados macroeconômicos ruins fizeram o mercado acionário americano mudar de rumo ao longo do pregão - e não foram poucos. A principal deles foi a confiança do consumidor americano, que caiu em outubro ao seu menor nível em 41 anos, segundo o instituto de pesquisa Conference Board. O indicador ficou em 38 pontos, contra 61,4 pontos em setembro. Os analistas do setor esperavam que ficassem em 52 pontos.

Análise 2 - Outra má notícia veio do setor imobiliário. O preço das casas nas 20 principais regiões metropolitanas dos EUA, recuou 16,6% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo o indicador S&P/Case-Shiller, um dos de maior peso no mercado imobiliário americano. Trata-se do maior recuo anualizado que o índice, criado em 2000, já teve. Na comparação com julho de 2006, quando o indicador teve seu pico, a perda já passa dos 20%. Além disso, pelo quinto mês seguido, nenhuma das 20 cidades teve alta no preço anual.

Análise 3 - Nas notícias corporativas, o destaque ficou para a fabricante de eletrodomésticos Whirlpool, que anunciou hoje o corte de cerca de 5.000 empregos por causa da menor demanda pelos seus produtos na América do Norte e na Europa. Dentro deste cenário, o Fomc iniciou hoje sua reunião para decidir qual será a nova taxa de juros da economia americana. A tendência é que a autoridade monetária americana anuncie amanhã mais um corte nos juros, que
estão em 1,5% ao ano.


Bolsas européias fecham em alta ante perspectiva de corte em juros
As Bolsas européias fecharam em alta ontem, com um mercado esperançoso de uma redução da principal taxa de juros do BCE - Banco Central Europeu. A sessão, no entanto, foi agitada, em meio a temores de uma recessão mundial.

- O principal índice da Bolsa de Frankfurt, o DAX, disparou nessa terça-feira, e fechou em alta de 11,28%, a 4.823,45 pontos, impulsionado pela escalada vertiginosa das ações da Volkswagen. Durante a manhã, a ação da primeira montadora européia se elevou até 1.005,01 euros, pelo movimento extraordinário de fundos especulativos e após a divulgação que a Porsche possui 74,1% do capital da Volks.

- Paris fechou com índice CAC 40 em alta de 1,55%, a 3.114,92 pontos.
- O FTSE 100 de Londres ganhou 1,92%, a 3.926,38 pontos.

Análise - Na segunda-feira, dia 27/10, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, afirmou que considera "possível" uma nova redução das taxas de juros na próxima reunião do comitê de política monetária do BCE, em 6/11. "Considero possível que o BCE reduza as taxas em sua próxima reunião sobre esse assunto, em 6/11, pois parece que a pressão inflacionária diminuiu", comentou Trichet, durante entrevista em Madri, organizada pela agência Europa Press. Em um almoço, Trichet afirmou que a inflação na zona do euro "poderá manter-se estável por algum tempo" e "irá se moderar
em 2009", graças às quedas recentes das matérias-primas junto ao "grande enfraquecimento da demanda" dos últimos meses. O BCE decidiu em 8/10, reduzir os juros a 3,75%, ante os 4,25% que vinha mantendo, como parte de uma ação coordenada com vários bancos centrais. O BCE se comprometeu a reduzir suas taxas de juros contra a rápida degradação da economia na zona euro, que coloca em segundo plano as preocupações com a inflação.


Bolsas se recuperam na Ásia, mas ainda há medo
Na Ásia, as Bolsas retomaram as altas com a procura por ações baratas no mercado. As oscilações acentuadas mostram que os investidores continuam sem rumo, diante de um quadro de recessão global cada vez mais próxima.

- A Bolsa de Tóquio subiu 6,4% no fechamento após operar abaixo dos 7.000 pontos pela primeira vez desde 1982.
- A Bolsa de Seul (Coréia do Sul) teve ganhos de 5,57%.
- A Bolsa de Xangai (China) subiu 2,44%.
- A Bolsa de Hong Kong subiu 14,35%.
- A Bolsa de Jacarta (Indonésia) perdeu 4,21%.
- A Bolsa de Sydney (Austrália) caiu 0,34%.

- Ontem, o mercado asiático registrou perdas expressivas: a Bolsa de Tóquio chegou a operar em alta e fechou com o menor resultado em pontos desde 1982, com queda de 6,4%, aos 7.162,90 pontos.


Mercado futuro indica alta das taxas de juros
Apesar das apostas dos economistas indicarem manutenção do juro básico (taxa Selic), em 13,75% ao ano, na reunião do Copom - Comitê de Política Monetária - do Banco Central hoje, e a aproximação do final do ciclo de aperto monetário, as taxas de juros futuras, negociadas na BM&F - Bolsa de Mercadorias e Futuros -, indicam que o ciclo de aperto monetário, pode não estar chegando ao fim, eventualmente, continuando em 2009. Os juros para o prazo de um ano, por exemplo, estavam na casa de 16,3% na sexta-feira, ou seja, a taxa média de juros para um empréstimo
correndo dentro desse período estava bem acima da Selic esperada para a mesma janela de tempo na pesquisa Focus, feita pelo BC junto a economistas, que está ao redor de 14,3%. Ontem, as taxas melhoraram, mas a taxa de janeiro de 2010 fechou em 16,47%, valor elevado considerando-se a Selic média esperada na Focus, é de 14% para 2009. Entre os economistas não há consenso sobre se a curva de juros futuros da BM&F seria, nesse momento de alta volatilidade dos mercados, um sinalizador razoável sobre os rumos da taxa Selic. O economista-chefe da SLW Asset Management, Carlos Thadeu Filho, avalia que sim. Segundo ele, o aumento nos juros de mercado mostra que para atrair o mesmo capital ao País, a Selic deveria estar mais alta. E enquanto a Selic não se move, ou sobe pouco, o câmbio se torna o ponto de ajuste da economia. Não à toa, o dólar subiu fortemente ante o real. "O mercado de juros já enxerga o que o BC terá que fazer um ajuste para cima. O que a curva de juro diz é que, para manter o capital externo aqui no Brasil, o BC teria que trabalhar com uma taxa mais alta. Sem um ajuste nos juros, o câmbio vai continuar a depreciar, levando a alta na inflação e depois a uma nova elevação da Selic", afirmou o economista, destacando que vale mais a pena olhar o mercado de juros do que a pesquisa do BC. Ele é defensor de uma política monetária mais dura nesse momento de crise. A economista do Banco Real, Tatiana Pinheiro, avalia que, como a aversão dos investidores ao risco subiu demais, a curva de juros de mercado nesse momento, não é um bom sinalizador sobre a política monetária. "O mercado está distorcido, estressado. O que aconteceu com a Bolsa se repete com os juros. As taxas elevadas têm a ver com o exagero do mau humor dos mercados. A curva reflete mais isso do que o que o Copom deve fazer no ano que vem",
afirmou. A economista disse que, quando houver redução da volatilidade nos mercados, a tendência é que os juros do mercado voltem a ser uma referência adequada para se visualizar os rumos da Selic. A economista-chefe do banco ING, Zeina Latif, afirmou que a diferença entre a visão dos economistas e os preços do mercado de juros é comum, porque, esses últimos, refletem não só o cenário básico dos economistas, mas também as possibilidades alternativas que não são captadas na Focus. "E nesse caso, o cenário alternativo é de alta nos juros", explicou. Ela lembrou que as taxas do mercado brasileiro subiram muito na semana passada, refletindo a decisão da Hungria de subir agressivamente sua taxa básica de juros. "Criou-se uma dúvida se o Brasil teria que repetir a Hungria". Zeina destacou ainda, que as taxas de mercado mais altas impactam a projeção de inflação do BC, já que juros elevados significam crédito mais caro, reduzindo a atividade econômica e a inflação.


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ÍNDICES ECONÔMICOS

Confiança do consumidor brasileiro despenca em outubro
A confiança do consumidor brasileiro teve, em outubro, uma queda de 10% em relação ao mês anterior, recuando de 112,7 pontos para 101,4, o menor valor desde junho de 2006. Na comparação anual, a queda foi de 10,1%. Os números foram divulgados pela FGV - Fundação Getúlio Vargas. A forte queda reflete o sentimento de insegurança dos consumidores em relação aos possíveis efeitos da crise financeira global sobre a economia real. De acordo com a pesquisa, a parcela de entrevistados que consideram a situação econômica local como boa caiu para 10,1%, enquanto a
parcela dos que avaliam a situação como ruim, subiu para 48,2%. O grupo de consumidores que espera uma melhora da situação econômica nos próximos seis meses diminuiu de 31,3% para 23,1%. Os que projetam uma piora são agora 30,6%, contra 13,1% um mês atrás.


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MERCADO FINANCEIRO

Coutinho recua e diz que BNDES não é hospital
O presidente do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -, Luciano Coutinho, disse ontem, durante evento realizado pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças, em Campinas/SP, que o governo não vai socializar os prejuízos das empresas que perderam com operações de derivativos cambiais. "Quero deixar bem claro que o BNDES não está fazendo operações de socorro. O BNDES não é hospital. Nós não estamos bancando prejuízo", afirmou. "Quando afirmei, na sexta, que o BNDES atuaria para apoiar as empresas que estavam perdendo com operações
com derivativos, deixei muito claro que as empresas que tiverem prejuízo, terão de arcar com eles. É algo difícil que terão de equacionar com o sistema bancário privado, que já se mostrou disposto a refinanciar", disse Coutinho. Ele afirmou que o papel do BNDES será, após as empresas equacionarem seus prejuízos, o de ajudar e examinar tipos de reforços a programas de exportação e expansão das companhias afetadas. Mas sem taxas ou operações privilegiadas e dentro das condições de mercado, garantiu. "Eu não posso falar de apoio nem forma de apoio a nenhuma empresa de capital aberto, porque estaria infringindo normas de governança." Coutinho disse que o País tem fundamento econômico para passar por possíveis reflexos da crise internacional, e estimou crescimento de até 4% em 2009, ante 5,5% previstos por ele para esse ano. "Há uma discussão muito firme do governo de sustentar o PAC - Programa de Aceleração do Crescimento -, de sustentar o investimento em
infra-estrutura, e essa sustentação dos investimentos dará o suporte mínimo para o crescimento da economia. De maneira que a gente precisa ficar tranqüilo, deixar a ansiedade passar." (Agência Estado, de Campinhas/SP)


Lucro do Santander Brasil sobe 44% a R$ 496,8 milhões
O banco Santander Brasil (Santander S.A.) registrou lucro líquido de R$ 496,852 milhões no terceiro trimestre desse ano, o que representa um aumento de 44,09% sobre os ganhos registrados em igual período do ano passado. Entre julho e setembro de 2008, as receitas da intermediação financeira subiram 94,21%, para R$ 7,351 bilhões, e as despesas da intermediação financeira somaram R$ 6,870 bilhões, com aumento de 188,89%. O resultado operacional foi de R$ 395,173 milhões, com queda de 14,77%. As informações são consolidadas. O lucro da instituição ficou em R$ 2,23 bilhões no acumulado do ano até setembro, o que representa um crescimento de 1,3%, em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados já incluem a incorporação do Banco Real pelo banco espanhol e foram divulgados "pró-forma". Nos números entregues à CVM - Comissão de Valores Mobiliários -, o resultado dos primeiros nove meses do ano é de R$ 1,33 bilhão, valor 1,6% superior ao registrado entre janeiro e setembro de 2007 e de R$ 496,852 milhões no terceiro trimestre, alta de 44,09%. No entanto, segundo explicou o presidente do grupo no Brasil, Fábio Barbosa, o demonstrativo enviado à autarquia inclui apenas um mês da operação do Banco Real, já que a incorporação foi feita oficialmente no fim de agosto. Carteira de crédito O Grupo Santander Brasil, que inclui as operações do Banco Real, chegou ao fim de setembro com uma carteira de crédito de R$ 130,48 bilhões, equivalente a uma evolução de 25,5% em relação ao mesmo mês de 2007. Os empréstimos às pessoas jurídicas tiveram maior expansão, de 28,9%, para R$ 67,65 bilhões. Já nas pessoas físicas
a carteira cresceu 23%, a R$ 57,25 bilhões. No financiamento às pessoas físicas, o destaque ficou com o cartão de crédito, em que a carteira cresceu 42,3%, para R$ 6,22 bilhões. No financiamento imobiliário a expansão foi de R$ 32,3%, para R$ 4,18 bilhões. Segundo o presidente do grupo no Brasil, o crescimento abaixo da média do mercado ocorreu porque a instituição não tem atuação expressiva no segmento de crédito consignado (com desconto na folha de pagamento) e leasing (arrendamento mercantil). O crédito no sistema financeiro brasileiro teve expansão de 34% nos últimos 12 meses,
encerrados em setembro, segundo dados do Banco Central. Derivativos O Santander Brasil realizou operações de derivativos com 60 clientes, pessoas jurídicas no Brasil, incluindo as modalidades "target forward" e swaps de verificação. A exposição total dessas empresas é de R$ 1,42 bilhão,
considerando a cotação do dólar em R$ 2,25. "São valores palatáveis e absorvíveis pelas empresas. É algo totalmente gerenciável", afirmou Barbosa. Segundo o executivo, essas empresas são exportadoras e algumas já buscaram o banco para fazer o alongamento dos prazos. Essa renegociação é encarada, pelo executivo, como normal por ocorrer também em outras operações com pessoas jurídicas, como capital de giro. "Temos tido conversas com os clientes, mas nada que possa ser considerado excepcional", disse. Além do Grupo Santander, o Unibanco já divulgou que tem operações de derivativos com 33 clientes e se todas tivessem sido liquidadas na quinta-feira da semana passada, dia 23/10, gerariam pagamentos de aproximadamente R$ 1 bilhão. Já o Itaú tem contratos de "target forward" e swaps de verificação com 96 clientes, o que geraria pagamentos de R$ 2,4 bilhões, caso a liquidação tivesse ocorrido na última sexta-feira, dia 24/10.


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COMÉRCIO EXTERIOR

Exportação de café na América Latina sobe 3,7% na safra 2007/08
As exportações de café arábica de Colômbia, México, Peru, República Dominicana e América Central, cresceram 3,7% na safra 2007/08, somando 29.278.062 de sacas de 60 quilos, segundo a Anacafé - Associação Nacional de Café - da Guatemala. Na safra anterior, os embarques desse grupo de países, que inclui Guatemala, Costa Rica, Honduras, El Salvador e Nicarágua, totalizaram 28.239.387 sacas. (Agência Dow Jones, da Cidade do México)


Opep pode cortar produção novamente, diz secretário
A Opep - Organização dos países exportadores de petróleo - pode cortar novamente, sua produção, se os preços do petróleo continuar caindo, advertiu o secretário geral do cartel, Abdalla Salem El-Badri, nessa terça-feira, em Londres. As declarações de El Badri foram feitas em conferência sobre "o Petróleo e o dinheiro" em Londres, enquanto os preços da commodity caem, apesar do corte de 1,5 milhão de barris diários anunciado pela Opep na última sexta-feira em Viena.

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AGRONEGÓCIOS

Crise mundial reduz recurso para a agricultura brasileira
A crise da economia, agravada pela redução de recursos privados e a alta do preço de insumos, traz um quadro preocupante para a agricultura. A perspectiva traçada pela CNA - Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil -, estima uma queda de produtividade de pelo menos 5% em relação à safra anterior. “A safra teve um alto custo, de aproximadamente, R$ 1.500 por hectare, e estamos observando uma queda nos valores das commodities (em torno de 50%)”, comentou o vice-presidente da FAMASUL - Federação da Agricultura e Pecuária de MS -, Eduardo Riedel, que participa dos trabalhos da Comissão em Brasília/DF. Riedel explica ainda, que essa redução de 5% da produtividade foi apontada pelos técnicos, mesmo se não houver qualquer intempérie climática, em função do menor uso de tecnologia. A saída para a crise pode ser minimizada caso os recursos anunciados cheguem rapidamente aos produtores rurais e se o governo Federal alocar recursos para comercialização para a próxima safra, em instrumentos como o PEP – Prêmio de Escoamento de Produto -, ou PROP - Prêmio de Risco para Aquisição de Produto Agrícola Oriundo de Contrato Privado de Opção de Venda. Demanda - O plantio da safra 2008/2009 tem cerca de 30 dias para ser encerrado. Da demanda de crédito de R$ 3,2
bilhões, apenas 15% será atendida pelo crédito oficial. Riedel explica que apesar dos recursos serem em valores semelhantes aos recursos da safra passada, o déficit ocasionado pelo aumento do custo de produção trouxe desvalorização dos recursos da safra. “Temos ainda mais um agravante dessa situação: as traddings e fornecedores de insumos também reduziram seus financiamentos e as empresas de fertilizantes só estão entregando seu produto, mediante pagamento à vista”, acrescentou o vice-presidente. Cerca de 20% dos insumos ainda não foram entregues e com o fim do plantio da safra se aproximando, não se sabe se haverá tempo hábil para a entrega do produto, o que acarreta queda da produtividade. Outra preocupação é a demora do Governo em liberar os recursos anunciados recentemente, para assegurar o plantio. “O que observamos todos os anos, tanto para a agricultura empresarial, quanto para a agricultura familiar, é que o volume de recursos programado e anunciado pelo Governo Federal para o Plano Safra, não chega, na sua totalidade, ao produtor. Até agora, apenas 24% foi liberado”, criticou o vice-presidente. Na quarta-feira da próxima semana, os membros da Comissão da CNA voltam a se reunir e cobrar, dos deputados federais, mais recursos e agilidade no fluxo operacional para a obtenção do financiamento de plantio.
Crise - A crise no mercado financeiro internacional levou a CNA a reduzir para 9,5% a previsão de crescimento do PIB - Produto Interno Bruto - do agronegócio em 2008. A estimativa anterior era de 11% a 12%. De janeiro a julho, a expansão do PIB do setor é de 6,79%. A entidade, também registrou queda no percentual de produtores que fixaram contratos futuros e adotou o hedge, mecanismo de proteção dos preços das commodities contra as oscilações do dólar. Em 2008, esse índice está em 24%, contra 45%, verificados na safra passada.


Câmara Setorial da Soja se instala em plena crise: Cultura poderá ser a mais afetada pela restrição de crédito
Essas serão as prioridades da Câmara Setorial da Soja, do MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento -, que será instalada nessa quarta-feira, 29/10, às 14 horas, pelo ministro Reinhold Stephanes, na sede da CNA - Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil -, em Brasília. Para o futuro presidente da Câmara, Rui Carlos Ottoni Prado, que também preside a FAMATO - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso - e a Aprosoja Brasil - Associação dos Produtores de Soja -, a cultura da soja poderá ser uma das mais prejudicadas pela crise financeira internacional, em razão da restrição de recursos para financiamento da lavoura e da dificuldade de acesso dos produtores rurais ao crédito oficial. “Esse quadro preocupa, porque a produção é muito alavancada pelo crédito, principalmente das tradings”, afirma Rui Prado. Na avaliação do presidente, o fato das tradings estarem financiando menos, dificultará a manutenção do atual volume de produção de soja. No caso de Mato Grosso, principal produtor do País, Rui Prado estima queda de pelo menos 10%
na produção, se o atual cenário de crise se prolongar, afetando o agronegócio. Na última safra (2007/2008), o Estado produziu 17,8 milhões de toneladas do grão e a estimativa para a safra 2008/2009, é de colher 17,5 milhões de toneladas. Ele ressalta, também, que a soja é o principal item da pauta de exportações do agronegócio. De janeiro a setembro desse ano, as vendas externas do complexo soja (grão, farelo e óleo) totalizaram US$ 15,3 bilhões, com elevação de 71%, em relação ao mesmo período de 2007. O presidente da Câmara Setorial da Soja informa, ainda, que o setor solicitará ao Governo, mecanismos que assegurem ao produtor preços compatíveis aos custos de produção. “Hoje há um preço mínimo para a soja, mas não cobre esses custos”, afirma. Para ele, nesse momento de crise, seria fundamental adotar um preço pelo menos compatível aos
custos. “Não adianta o país produzir e o agricultor não ter condições de sobrevivência”, diz Prado, informando que o tema está na pauta de discussões da primeira reunião da Câmara, na quarta-feira, das 15h às 18h, na seda da CNA. A instalação da nova Câmara Setorial ocorre em plena crise financeira internacional, abrindo espaço de discussão sobre as melhores soluções para a soja aos representantes do setor. “Antes, as discussões ficavam no âmbito da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel, e as demandas do setor da soja não eram totalmente
atendidas. Agora, teremos vários representantes e cada um dará sua contribuição para que a cadeia seja sustentável” justifica o presidente. A Câmara Setorial será composta por 23 entidades.

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SETOR AUTOMOTIVO

Ação da Volkswagen sobe 93,27% e passa de mil euros
As ações da fabricante alemã de veículos Volkswagen, chegaram a ser negociada na manhã dessa terça-feira, na Bolsa de Frankfurt, a 1.005,01 euros (US$ 1.255,10), uma alta de 93,27%, prosseguindo com a tendência de alta iniciada na véspera, pela tomada de controle da Porsche sobre a empresa. Pouco depois, o título retrocedeu a 950 euros (US$ 1.186,40), uma alta de 82,69%. O desempenho da ação da Volks puxava o índice DAX da Bolsa de Frankfurt, que chegou a subir mais de 9%, apesar da baixa da maioria das ações negociadas. Na segunda-feira, 27/10, a ação da Volkswagen teve alta de 146%, se aproveitando de um movimento de "pânico de compra" criado por complexas operações de compra e venda por parte de fundos de investimentos, dentro da tomada progressiva de controle da empresa por parte da também alemã Porsche. (France Presse/AFP)


Volks dá férias coletivas para 1.800 no Paraná
A Volkswagen vai conceder férias coletivas de dez dias para 1.800 funcionários da produção que trabalham em dois turnos, da unidade de São José dos Pinhais/PR, em dois períodos distintos. Esse grupo de empregados equivale a 50% do efetivo - são 3.600 trabalhadores no total, sendo 2.700 na produção e 900 na área administrativa. A partir da próxima segunda-feira, até o dia 12/11, vão parar 900 funcionários da linha de produção, que trabalham no terceiro turno (das 22h50min até as 6h). No dia 10/11, outro grupo de 900 funcionários do segundo turno (das 14h28min às 22h59min), entram em coletivas até o dia 19/11. Com a paralisação, a montadora informa que irá realizar "atividades de adequação da produção" e ressalta que as férias coletivas não vão afetar os planos da empresa de produzir 750 mil veículos nesse ano, em suas quatro unidades - 100 mil a mais do que a empresa fabricou no ano passado. As férias coletivas estão restritas à unidade de São José dos Pinhais, diz a assessoria da empresa. Para o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (filiado à Força Sindical), entretanto, a montadora decidiu conceder as férias também, em conseqüência da desaceleração no mercado como reflexo da crise financeira internacional. "A Volks aproveitou para dar essa parada por causa da queda nas vendas e também para fazer ajustes técnicos e manutenção em sua linha de produção e em alguns equipamentos. E também, vai aproveitar para deixar em casa, parte dos funcionários que estão com férias vencidas e um segundo período já prestes a vencer", afirma Jamil Dávila, primeiro-secretário do sindicato dos metalúrgicos. Na unidade do Paraná são produzidos diariamente de 810 a 870 veículos - dos modelos Golf, CrossFox e Fox. A medida também afetou fornecedores. De acordo com o sindicato dos metalúrgicos, ao menos quatro no Paraná concederão férias a seus funcionários. A Pirelli confirmou que 16 de seus 24 empregados, que trabalham no Paraná, irão acompanhar as férias dos funcionários da Volkswagen. A Volks é a terceira montadora a anunciar a suspensão temporária da produção desde o início desse mês.


Pior da crise ainda não chegou, diz presidente da Renault
O presidente da Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, declarou nessa terça-feira, 28/10, que a crise financeira mundial não será superada em várias semanas e que suas conseqüências para o setor automobilístico, apenas começaram. "Acho que a crise não será rápida. Devemos nos preparar para enfrentar turbulências num período relativamente longo", afirmou Ghosn, em uma conferência em Tóquio. "Em 2009, a situação do mercado automobilístico será, no melhor dos casos, moderada, algo que pode se estender até 2010, se a crise financeira não for resolvida até lá", continuou. O setor está sendo duplamente afetado pela crise financeira, que reduz a quantidade de empréstimos, e pela conseqüente desaceleração econômica. "Ainda não vimos o pior. Embora a crise financeira esteja
sendo controlada, as conseqüências de um desaquecimento da demanda sobre os empregos, vão ser sentidas a partir de agora", disse o presidente da Renault e da Nissan. Para Ghosn, as empresas devem se concentrar agora nos objetivos de curto prazo, com uma atenção particular em sua tesouraria: "Hoje, a urgência está relacionada à gestão de liquidez", disse. (France Presse/AFP, de Tóquio)


Crise financeira é principal assunto entre as fabricantes de carros no Brasil
A crise financeira mundial já se transformou no principal assunto do 25º Salão Internacional do Automóvel, que começa amanhã, quinta-feira, dia 30/10, e vai até o próximo dia 9/11. As principais montadoras e fabricantes de veículos do país apresentaram lançamentos e exibiram seus modelos em meio às incertezas do mercado. Para o presidente da Fiat no Brasil, a crise ainda não atingiu o Brasil da maneira como afeta outros países, mas as empresas já estão cautelosas. Cledorvino Belini afirmou que a empresa mantém a estimativa de investimentos de R$ 5 bilhões até 2010. "A estratégia era como a esperada, mantendo todos os lançamentos", afirmou Belini. Segundo ele, "o Brasil tem uma indústria automotiva vigorosa e um mercado interno forte". A idéia para 2009 é que a empresa
volte a crescer, declarou o executivo. A companhia minimiza a relação das férias coletivas de 1.700 funcionários com a crise. Belini afirma que a montadora já havia planejado as folgas, antes mesmo da turbulência e que a produção será "adaptada" ao novo cenário. A francesa Renault compartilha da mesma visão. Jérôme Stoll, presidente da unidade brasileira, afirma que "ainda é cedo para especificar números de vendas. Mas acreditamos no potencial do mercado brasileiro". A previsão da montadora é comercializar 2,75 milhões de unidades até o fim do ano. "O planeta entrou em uma crise sem precedentes. Desconhecemos suas proporções e não sabemos como e quando ela vai terminar",
disse. Financiamentos Entre as medidas das montadoras está o uso do banco de horas e o aumento de crédito por meio de bancos próprios. O presidente da Renault informou que os financiamentos feitos pelos bancos da montadora podem passar de 15% para 30%, entre o primeiro e segundo semestres. A idéia é aumentar o crédito e diminuir o ritmo de produção para evitar o desaquecimento nas vendas. A Peugeot também fala em financiamento próprio. Laurent Taste, presidente da montadora no Brasil, afirma que as vendas financiadas pelo Banco Peugeot subiram de 30% a 40% nas últimas semanas, mesmo com a diminuição do crédito. Segundo Taste, "o que o governo precisa fazer para ajudar o setor industrial, é crédito". A montadora não descarta uma diminuição na produção nos próximos meses, mas a primeira alternativa é ajustar a relação com fornecedores e utilizar o banco de horas para os funcionários. Para tentar diminuir os efeitos da crise no mercado automotivo, o governo anunciou na semana passada, que estuda permitir ao Banco do Brasil, atuar sobre o setor de financiamento. O projeto pode deixar o banco atuar no financiamento de automóveis diretamente, em parceria com as montadoras, financiando as montadoras ou adquirindo as financeiras. Mundo Lá fora, a crise já bateu forte nas montadoras. A General Motors, a maior fabricante de automóveis do mundo, anunciou no começo do mês, o fechamento de duas fábricas nos EUA. Entram nos cortes uma unidade de produção de picapes e SUV (veículos utilitários esportivos), outra de impressão de metais e 2.720 postos de trabalho. Já a fabricante de automóveis Ford, anunciou que demitirá outros 500 funcionários, um corte que se somará aos 350 demitidos de agosto. Os cortes afetarão a unidade australiana da empresa americana. Nos EUA, os fabricantes de
automóveis assistiram, em setembro, à queda generalizada nas vendas. A queda na demanda ultrapassou os dois dígitos para todas as montadoras. A Nissan - sexta fabricante nos EUA em números de vendas - liderou o ranking, com uma diminuição de 36,8% nas unidades comercializadas. A Ford e o grupo Chrysler registraram, respectivamente, quedas de 34% e 33% nas vendas, enquanto as japonesas Toyota e Honda, que até agora vinham se mostrando como as mais resistentes às oscilações do setor, viram as compras de veículos despencar 29,5% e 20,9%.


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MATÉRIA ESPECIAL

O potencial na indústria brasileira no mercado moveleiro de Dubai
Dubai, um dos sete Emirados Árabes Unidos desde 1971, vem apresentando crescimento nas importações de mobiliário nos últimos anos. O setor de móveis e decoração em Dubai e nos Emirados Árabes Unidos, em geral, está diretamente ligado às classes mais favorecidas, que representam 20% da população, e ao segmento imobiliário, que vem crescendo muito. Todos os dias, novos modernos empreendimentos imobiliários são iniciados em Dubai e, a cidade, é quase toda um imenso canteiro de obras. É necessário muita criatividade dos arquitetos e decoradores para combinar os móveis e
itens de decoração com esses modernos estabelecimentos. Por isso, para as moveleiras que pensam em investir na cidade, vale a pena apostar em móveis modernos e com diferenciais, acompanhando a tendência local. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC - Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior -, em 2007 o Brasil exportou em móveis para os Emirados Árabes Unidos - considerando todo tipo de mobiliário, incluindo médico-cirúrgico e artigos de decoração - US$ 4.992.032. Nos primeiros oito meses de 2007 o país exportou US$ 3.282.655 e também, nos primeiros oito meses desse ano, US$ 3.451.339, ou seja, crescimento de 5% de janeiro a agosto de 2008, em comparação com o mesmo período de 2007.
O gerente de desenvolvimento de mercados da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rodrigo Solano, disse que nos últimos anos, o crescimento das importações emiráticas no setor moveleiro é alto, por volta de 20%, e explicou sobre a possibilidade de crescimento das exportações de móveis para esses locais. “O boom do setor imobiliário e a grande quantidade de imigrantes, faz com que os Emirados demandem muitos móveis, e não estamos falando das reexportações que no total contam com 35% de tudo o que o país exporta”, disse. “O crescimento das exportações brasileiras está muito ligado à competitividade da indústria nacional, uma vez que o setor já enfrenta concorrência de outros países mesmo em território nacional”, completou.
Embora haja mais perspectiva de crescimento de mobiliário de alto padrão em Dubai, devido aos modernos empreendimentos imobiliários que surgem todos os dias na cidade, há mercado para todos os tipos de móveis. Segundo Solano, as linhas médias e baixas, muito importadas em grande parte para a reexportação, enfrentam concorrência de produtores asiáticos, principalmente da China e entra no mercado com preços, em média, 70% mais baratos que similares brasileiros. “A linha alta enfrentará concorrência européia, mas tem chances desde que apresentem diferenciais. Os árabes costumam dar preferência a móveis brasileiros”, disse. Embora a produção local tende a crescer, existem, em Dubai, dois grandes segmentos de importação que, segundo Solano, são produtos de baixo e médio padrão provenientes dos países asiáticos e de produtos de alto e altíssimo padrão, importados da Europa e EUA principalmente.
Outros potenciais mercados árabes Além de Dubai, há outros países árabes que podem ser considerados potenciais para móveis brasileiros. Os países da região do Golfo Arábico (CCG), por exemplo, são mercados promissores para o segmento de móveis e tem ótimas perspectivas de crescimento. Para quem pensa em expandir as exportações, vale a pena estudar um pouco mais sobre esses mercados e estar atento às novas possibilidades. Países como Arábia Saudita, Catar, Bahrein e Kuwait também podem ser considerados promissores para o setor. Segundo o gerente de desenvolvimento de Mercados da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Rodrigo Solano, citado anteriormente, todos esses mercados, a exemplo de Dubai, experimentam uma fase de crescimento extraordinário no setor de construção com projetos imobiliários inovadores.
Solano explicou que, de alguma forma, as empresas brasileiras já têm despertado para esses fatos. “Exemplo disso é a participação anual da feira Index Dubai, onde algumas indústrias de móveis brasileiras participam”, disse. Ele explicou também, que é importante investir em inovação, constantemente. “Diferenciais, brasilidades são bastante importantes. Os projetos da região são bastante modernos e futuristas, nossos móveis devem acompanhar a tendência para obter uma maior participação no mercado”, finalizou.
Index Dubai 2008 A Index Dubai é considerada a maior feira de móveis e acessórios do Oriente Médio, e esse ano acontece de 3 a 7 de dezembro, no Dubai International Exhibition Centre. A feira está em sua 18ª edição e é destinada aos expositores fabricantes de móveis para a casa; escritório; estofados; objetos decorativos; pisos; luminárias; tapetes e tecidos. Em 2007 a feira contou com a participação de 1.690 expositores de 56 países e recebeu a visita de 32.755 pessoas.


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LOGÍSTICA & Infra-estrutura

Apagão logístico prejudica exportações brasileiras
Conseguir uma boa venda para o exterior e não poder concluir a negociação devido ao custo para transportar o produto. Foi isso o que aconteceu com a empresa Nativa Móveis, de Pato Branco, na região sudoeste do Paraná, que exporta móveis de madeira montados para a Europa e EUA. "No resultado final da operação, o lucro líquido era menor do que as despesas com o transporte. Também não adianta vender apenas por vender e ainda correr riscos", conta Elizandro Ferreira, funcionário da empresa.A situação pode parecer absurda, mas é o exemplo do que acontece no Brasil e na América Latina, em geral. O custo para transportar as mercadorias de onde são produzidas até o comprador impacta demais as exportações. Por isso, os produtos brasileiros acabam perdendo competitividade no mercado internacional.Um recente estudo do BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento -, intitulado de Desobstruindo as Artérias - O Impacto dos Custos de Transporte sobre o Comércio Exterior da América Latina e Caribe, alerta para a necessidade da região em incrementar a infra-estrutura de transporte. Muitos países defendem quedas nas taxas de importação dos países compradores, mas o relatório do BID indica que esta diminuição não elevaria muito as exportações. A saída é reduzir o impacto do custo transporte na operação, especialmente no caso de mercadorias mais pesadas e que ocupam mais espaço, como os produtos do agronegócio, os principais itens exportados pelo Brasil.Para Maurício Mesquita Moreira, economista do BID, que coordenou o estudo, a falta de investimento na infra-estrutura de transportes pode fazer com que a América Latina, perca uma das poucas vantagens em relação à Ásia: a proximidade com os maiores mercados do mundo. "A importância do transporte fica evidente quando se compara as tarifas de importação com os custos de frete externos (porto a porto). No caso do Brasil, por exemplo, se gasta com frete, em média, 7,3% do valor do produto nas exportações para os EUA, enquanto que os gastos com tarifa são de
1,6%. Nas exportações para outros países da América do Sul, os números são de 4,7% para o frete e 0,8% para tarifa. Se somarmos ao frete os custos relacionados ao tempo de transporte, ou seja, os custos de carregamento de estoques e a depreciação do produto, a despesa das exportações brasileiras para os EUA dobram (14,6%). Se ainda incluirmos os custos de transporte domésticos (fazenda-porto, fábrica-porto), as tarifas chegam à beira da irrelevância ante o transporte. Diante dessa realidade, uma política comercial que só preocupa com tarifas e acordos comerciais, está
deixando de lado os mais importantes obstáculos ao comércio exterior", opina.Moreira cita o exemplo da soja produzida em Sorriso, no Mato Grosso. No ano passado, quando chegava ao Porto de
Santos, 49% do preço da mercadoria era puramente frete. Quando era entregue em Xangai, na China, o frete representava 90% do preço final. "É claro que esse pode ser um caso extremo, mas os dados sugerem que dificilmente os custos de transporte no caso desses produtos, ficam abaixo de 20% do preço final. Estamos falando de uma parte substancial de receita de produto, que, em vez de ficar nas mãos dos produtores ou mesmo do governo na forma de impostos, pode ser perdida em função de infra-estrutura de transporte ineficiente", alerta.Entidades também reclamam de alto custoEntidades que representam os produtores do agronegócio paranaense concordam sobre o alto custo do transporte. Além da própria característica da mercadoria, a produção acontece no interior do País, o que aumenta as distâncias até os portos. "O agronegócio depende muito do transporte e da logística. Isso é fundamental para o setor. A nossa produtividade está próxima aos dos maiores concorrentes. O problema é o pós-porteira, ou seja, na hora de transportar", afirma Robson Mafioletti, assessor técnico do Sindicato e Ocepar - Organização das Cooperativas do Estado do Paraná.Para Gilda Bozza, economista da Faep - Federação da Agricultura do Estado do Paraná -, há anos o transporte é o
principal problema do segmento e que está longe de ser resolvido. "A principal forma de transporte é a rodoviária, recomendada para distâncias de até 600 km. Mas não é isso que acontece. Acaba onerando demais. O produto perde competitividade. No caso da soja em grão, por exemplo, as perdas chegam a R$ 2 bilhões para os exportadores", comenta.Culpar os transportadores pelo custo elevado também não é o certo, segundo Luiz Anselmo Trombini, presidente da Fetranspar - Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná. "O grande culpado é o governo, e não os transportadores. São estradas mal conservadas, filas, demora para carregar o produto. Tudo isso reflete no valor do frete e aumenta o custo para esse produto, seja para a exportação ou para o mercado interno. O problema da infra-estrutura é o famoso "Custo Brasil". É preciso investir pesado nisso porque estamos prestes a sofrer um apagão logístico", diz.


Boeing 747-8 tem custo acima do estimado
A Boeing reconheceu ontem, que os custos de desenvolvimento do programa do 747-8 estão crescendo acima do esperado. Ainda assim, porém, a companhia afirma que continua progredindo nos projetos do novo avião, apesar da greve de seus metalúrgicos, que ontem completou 52 dias. Em teleconferência com jornalistas, o presidente do conselho, presidente e executivo-chefe da empresa Jim McNerney, afirmou que seus executivos estão "frustrados" pelos aumentos de custo do programa do 747-8. No balanço da companhia sobre seu desempenho no terceiro trimestre, há apenas duas
referências a esse aumento de custos no programa, mas sem oferecer detalhes ou explicações. Segundo a companhia, foram gastos US$ 705 milhões em pesquisa e desenvolvimento no terceiro trimestre, 7% a mais que no mesmo período de 2007. Esse total, porém, foi gasto tanto no projeto do 747-8 como no do 787 Dreamliner. A fabricante acredita que haja um mercado para 345 aeronaves desse modelo, 260 dos quais para o segmento de cargas. Até o momento, a companhia tem pedidos firmes para 106 aeronaves, sendo apenas 28 de passageiros. Apesar da greve dos metalúrgicos,
a Boeing afirma que seus engenheiros continuaram a trabalhar nos projetos do avião e, no momento, cerca de 95% dos desenhos, já foram concluídos e enviados a fornecedores.

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MERCADO DE TI & Telecomunicações

Embratel vê espaço para setor de telecomunicações se beneficiar com crise
A necessidade de as empresas reduzirem custos em meio à crise financeira poderá impulsionar negócios no setor de telecomunicações, avaliou nessa terça-feira, o diretor executivo da Embratel, Ney Acir Rodrigues de Oliveira. Essa expectativa é um dos fatores que faz com que a companhia projete crescimento acima de dois dígitos para 2009, semelhante ao que vem ocorrendo esse ano. "Até o momento não temos nenhum reflexo, e acreditamos que a crise é uma oportunidade para o mercado de telecomunicações. Na crise, se reduzem alguns custos, sejam de deslocamentos ou de
reuniões de negócios, e necessita-se de automação maior para reduzir os custos em outros segmentos da empresa. Acreditamos que a crise é uma oportunidade para que as empresas otimizem melhor seus recursos e automatizem mais", afirmou, após fazer palestra no Clube de Engenharia, no Rio. Oliveira lembrou que o sistema bancário brasileiro evoluiu bastante quando havia elevados índices inflacionários no país. "O sistema bancário daqui, possui hoje, um dos maiores graus de automação do mundo porque precisou criar mecanismos para enfrentar aquela inflação, e depois se diferenciou", acrescentou. De janeiro a setembro, a Embratel registra expansão de 12% no faturamento frente a igual período em 2007. Na avaliação do executivo, é um resultado muito significativo dentro de um mercado sem telefonia móvel. Oliveira projeta crescimento semelhante para o ano que vem, já que, segundo ele, os investimentos foram feitos antes da crise. "Não temos previsão de impacto, até porque fizemos grandes lançamentos esse ano, grandes investimentos, com dois satélites novos", observou. Câmbio - O dólar mais alto, no entanto, coloca a empresa em estado de atenção, já que a maior parte dos insumos que utiliza, são importados. Oliveira destacou que, caso o câmbio persista em patamar mais elevado, a Embratel terá que rever alguns custos e preços. "Um freio nos investimentos refletiria em 2010. Os principais investimentos em infra-estrutura foram feitos para 2009. A gente pode frear se o cenário não evoluir, e ter algum impacto para 2010", completou.


Nokia mostra novo concorrente para o iPhone no Brasil
A Nokia está lançando, nessa semana, no Brasil o modelo N96, considerado um dos grandes concorrentes do iPhone, com vantagens como uma câmera de melhor resolução. O novo aparelho, entretanto, chega ao país com preço sugerido de R$ 2.399, próximo do valor máximo cobrado pelo celular da Apple (R$ 2.599). O N96, apresentado ao público durante a Futurecom 2008, será vendido até a próxima segunda-feira, 3/11, exclusivamente pela loja da Nokia, localizada no bairro dos Jardins, em São Paulo, ou pelo site da empresa. Chega ao resto do varejo no dia seguinte. O aparelho vem
com tela de 2,8 polegadas e 16 Gbytes de memória, que pode ser estendida para 24 Gbytes, com uso de cartão externo. Segundo a empresa, é possível armazenar 40 horas de vídeo ou 12 mil músicas. Tem também câmera de 5 megapixels - o iPhone tem 2 megapixels. Entretanto, ao contrário do celular da Apple, em que o usuário desliza os dedos pela tela sensível ao toque, para acionar funções, no da Nokia é preciso recorrer a botões um tanto apertados. O lançamento tem também um sistema de GPS e um serviço de mapas com cerca de 800 cidades brasileiras - é possível fazer o upload
de rotas e compartilhá-las com outros usuários. Além de Wi-Fi, o produto vem com conexão à internet pelo sistema HSDPA (High Speed Downlink Packet Acess), também conhecida como 3,5G, que propicia maior velocidade que a já rápida rede 3G. Usa também a tecnologia Bluetooth.


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ANÁLISE SETORIAL

Economia real ainda resiste, mas a ordem é aperto geral
A insegurança em relação aos caminhos da economia internacional nos próximos meses, já força empresas do País a apertar o cinto, como medida de cautela. Férias coletivas, redução de gastos, corte de produção e revisão dos investimentos, são alguns dos sintomas da ressaca da crise. A revisão dos planos de investimentos costuma ser o mais simples e primeiro passo a ser tomado pelas companhias. Nas últimas semanas, foram vários os anúncios de aquisições adiadas e de projetos que serão revistos. A gigante do papel e celulose VCP, suspendeu a compra da Aracruz, acertada meses antes. No setor imobiliário, a Cyrela desistiu da Agra. A produtora de cosméticos, Natura, também adiou um de seus planos de expansão: a entrada nos EUA. O medo do que está por vir não escolhe setores. Na semana passada, cerca de 2 mil trabalhadores da General Motors de São José dos Campos/SP, entraram em férias coletivas. A folga de 15 dias seria uma forma de reduzir os reflexos da crise nas exportações de 10% da montadora. A situação não foi diferente na unidade de São Caetano do Sul/SP. Ali, em maio, 1,5 mil metalúrgicos haviam sido contratados para aumentar a produção. A redução de custos também tem estado na pauta de reunião das empresas. Na sexta-feira, a Vale admitiu que pode rever os planos para 2010. Em busca de um ajuste à nova realidade da demanda
mundial, a segunda maior mineradora do planeta já iniciou a redução de produção em unidades menos lucrativas.

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MERCADO ONLINE

Vendas online devem cair 12% no Natal americano
Uma pesquisa realizada pela Forrester Research indica um Natal negro para o varejo online americano, com queda de 12% em relação a 2007. A previsão deve-se à crise econômica. Ainda assim, 48% dos americanos acreditam que as compras online ajudam a economizar nas compras para as festas. Outros 36% disseram que farão suas compras pela web por causa dos altos preços dos combustíveis.

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MERCADO DE LUXO

Luxo teme perda do consumidor brasileiro
Para não perder a porta de entrada dos potenciais e futuros consumidores de sua linha de luxo, a Audi, empresa automobilística que importa carros no Brasil, correu para garantir uma promoção nos atuais tempos de crise. Vai manter o modelo “mais popular” de sua linha, o Audi A3 Sportback (R$ 120 mil) com financiamento direto da própria companhia. O cliente paga metade à vista, e o restante em 24 prestações. Com isso, a marca quer estimular o que os profissionais que trabalham com grifes glamourosas chamam de “experiência da marca“. Ou seja, permitir que o contato com um dos produtos do seu portfólio estimule outras compras. Nos arquivos das empresas de luxo, há
registro de conquistas de consumidores em investidas do gênero. O Audi R8, modelo mais caro da empresa, que custa cerca de R$ 750 mil, é vendido apenas à vista. Mesmo assim, as unidades trazidas para o País estão vendidas. Consumidores “emergentes” merecem cada vez mais a atenção das marcas de luxo. Seus executivos dizem que os verdadeiramente ricos, seus naturais consumidores, não se abalam com a recessão. Já os emergentes, em particular os que compram a crédito, correm o risco de sair do consumo de luxo, diante do grave cenário que se desenha no
horizonte. No Brasil, em particular, o segmento do luxo tem características muito próprias. Só aqui, por exemplo, marcas como Louis Vuitton, Gucci e MontBlanc oferecem parcelamento de compras. Em nenhum outro lugar do mundo isso acontece. O tamanho do faturamento de bens de luxo no Brasil é projetado em 1% do mercado global, estimado em US$ 450 bilhões, segundo estudo da Boston Consulting Group.

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