I-Press.biz Economia & Mercado | Edição 091 | Ano I

Brasil pode ser menos afetado por crise do que latino-americanos, diz OCDE
O analista da OCDE - Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico - Javier Santiso, afirmou que a diversidade da economia brasileira e a pouca dependência de remessas vindas dos EUA, amortecerão o impacto da crise financeira no Brasil em relação a outros países da América Latina. Javier Santiso, diretor do Centro de Desenvolvimento da OCDE, disse que a região não está imune à crise econômica global, que representa uma ameaça, por ser um "choque financeiro e macroeconômico de primeira magnitude", sobretudo por seus vínculos com os EUA. "Não há
imunidade a um choque que venha dos EUA", disse Santiso, embora tenha destacado que há países latino-americanos que "fizeram seus deveres de casa" ou "têm uma maior capacidade de resistência". Para ele, o Brasil "tem um sistema bancário doméstico e não muito dependente de fluxos de remessas; é uma economia muito aberta, mas muito diversificada, que não depende apenas dos EUA, mas da Ásia, da Europa". "Inclusive era possível pensar que poderia haver países - caso a crise não se prolongue muito - com capacidade de recuperação ou de se sair relativamente bem dela, e penso em particular no Brasil, que poderia dar surpresas positivas", acrescentou Santiso. Além do Brasil, ele ressaltou que "nações como México, Chile, Peru, Colômbia, Costa Rica e Uruguai realizaram processos de ancoragens econômicas muito interessantes ao mesmo tempo que fiscais, comerciais, monetários" que podem lhes proteger do impacto da crise global. "Eles tiveram ou têm orçamentos equilibrados ou até em excedente, reduziram dívidas e adotaram uma política monetária buscando diminuir a inflação", explicou Santiso. A inflação "está há mais de uma década abaixo dos dois dígitos na região", acrescentou o analista, embora tenha destacado algumas exceções, "como Venezuela e Argentina". "Os que conseguiram fazer esse esforço de estabilização econômica estão melhor preparados para absorver choques", disse ele, que lembrou que, "no ano passado, quando a crise financeira estava se desenvolvendo muito fortemente, não afetou os países latino-americanos". "Agora sim que (ela)
chega, porque está passando para a economia real", alertou. "Não há imunidade, mas também não há a fragilidade de há dez anos", reconheceu o analista da OCDE, que publicará na terça-feira, o relatório "Perspectivas Econômicas da América Latina-2009". A organização apresentará em San Salvador os resultados desse estudo, centrado esse ano, em detectar o vínculo entre política fiscal e o desenvolvimento nos países da região latino-americana. Segundo Santiso, a vantagem nesse momento de crise global é que "a batalha do equilíbrio e do ordenamento fiscal já aconteceu com certo êxito na América Latina". "Melhoraram também os perfis da dívida e, por isso, a região resiste
mais ao choque financeiro que estamos vendo desde o ano passado. Tem melhores perfis de endividamento e uma melhora aqui é substancial", acrescentou. "Porém, não minimizemos o impacto que vai haver, e vai ser diferente em função dos países. Há alguns que estão na primeira linha de proximidade, por exemplo, o México", citou Santiso. No entanto nesse caso também há diferenças, pois "no México, a situação não é a mesma de dez anos atrás". "Não estamos falando do que ocorreu então. O México vai sofrer, mas como estão sofrendo muitos países europeus, e talvez menos que
muitos destes", precisou. Santiso alertou que, no caso mexicano, "conforme vá se desacelerando a atividade industrial manufatureira nos EUA, o PIB mexicano também se ressentirá". Isso porque, segundo ele, "os fluxos de remessas estão diminuindo, não apenas para o México, mas para toda América Central, e os canais bancários também". "Países que têm sistemas bancários muito internacionalizados vão se deparar provavelmente, com sistemas de riscos que vão operar e que talvez vão limitar o crédito", acrescentou. (Efe, de Paris)

Mantega nega ajuda a empresas que perderam com câmbio
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem em São Paulo, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que o governo não vai socorrer empresas que fizeram operações com derivativos cambiais. O presidente do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -, Luciano Coutinho, disse na última sexta-feira, que a instituição pretende ajudar empresas exportadoras que tiveram perdas com derivativos cambiais. Sem dar muitos detalhes, Coutinho explicou que o processo está em discussão e seria feito em conjunto com outros bancos. "O governo não vai salvar nenhuma empresa porque são
assuntos privados. As empresas que ousaram no mercado financeiro e no mercado futuro têm de pagar o preço de sua ousadia, e não será o governo que vai cobrir isso", afirmou Mantega ontem. Na opinião dele, a obrigação do governo nesse caso, é garantir crédito e liquidez (dinheiro em circulação) "a preços de mercado", para que as empresas continuem operando normalmente. "É preciso que esse crédito chegue a essas empresas, afinal de contas estamos falando de empresas exportadoras que são sólidas", afirmou. Mantega disse ainda não acreditar que essas perdas com derivativos cambiais sejam muito grandes. "É um valor que pode ser absorvido pela economia brasileira com facilidade", afirmou. As operações mencionadas são escoradas em papéis classificados como derivativos cambiais, em contratos com vencimentos futuros. Apesar do vencimento ocorrer de um a dois anos, em média, o preço do dólar do contrato é fixado no momento da assinatura. Assim, se o dólar cai, os bancos cobrem o prejuízo e as empresas lucram, mas se a cotação sobe, ganham os bancos. Só que a disparada da moeda americana é tão forte no último mês, que se teme que as empresas não tenham dinheiro para quitar suas dívidas. Por enquanto, Sadia, Aracruz e Votorantim anunciaram perdas na casa dos R$ 5 bilhões, com as chamadas operações de "hedge" (proteção) cambial. O governo,
porém, já estimou em torno de 200 as empresas que podem estar expostas a esse tipo de ativo. Hoje, Bradesco e Itaú negaram especulação e exposição "além do normal" a esse tipo de operação. Incentivo ao consumo - O ministro da Fazenda disse que as pessoas devem levar 'uma vida normal', apesar da crise financeira global. Segundo o ministro, se as pessoas se preocuparem, sem necessidade, sobre o assunto, aí sim que o Brasil terá problemas. "Devemos procurar ter uma vida normal. Se todo mundo ficar preocupado e com medo, aí que você vai criar um problema econômico. Você vai deixar de consumir e deixar de comprar um carro ou uma casa e de fato vai reduzir o nível de atividade." Para Mantega, o contágio da crise no Brasil é mais psicológico que real. "O
quadro internacional muito forte (...) causa um contágio psicológico, nem é no nível das operações. Há até um impacto de crédito, mas muito menor do que em outros países", afirmou. Sobre o impacto da crise no país, o ministro disse que a situação continua a mesma em relação a semana passada. 'Na esfera internacional, ainda não há uma melhoria expressiva no quadro. Embora os governos tenham tomado várias medidas, não se traduziram em uma irrigação de crédito para o setor produtivo', afirmou. "Estamos preocupados com a irrigação de crédito do setor agrícola, de construção civil, do setor automotivo e de capital de giro de modo geral", afirmou. Mantega disse ainda, que o governo trabalha junto com os bancos, principalmente Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, para que o crédito chegue à mão desses setores. Segundo Mantega, a situação do Brasil é melhor que a de outros países e reconheceu que, no exterior, a crise pode se tornar uma recessão. "A redução do valor dos imóveis está diminuindo o poder aquisitivo da população americana e européia, e com isso é quase certo, que haverá uma retração na atividade econômica e até mesmo uma recessão", disse Mantega, citando como exemplo a divulgação do PIB da Inglaterra, "que poderá ser seguido por outros países".


BC libera novo desconto no compulsório para colocar R$ 6 bilhões na economia
O Banco Central anunciou ontem à tarde, mais uma mudança nas regras dos depósitos compulsórios recolhidos pelos bancos brasileiros. A medida pode injetar mais R$ 6 bilhões na economia. Por meio do compulsório, os bancos são obrigados a depositar em uma conta no próprio BC, parte dos recursos captados dos seus clientes nos depósitos à vista, a prazo ou poupança. Quando o BC reduz o compulsório, libera mais dinheiro para que os bancos possam fazer empréstimos e outras operações. Pela mudança anunciada ontem, os bancos que anteciparem suas contribuições ao FGC - Fundo Garantidor de Crédito - no valor de 60 meses, terão um desconto no recolhimento do compulsório sobre depósitos à vista. O valor mensal do desconto será o equivalente à contribuição de um mês ao FGC. Os bancos usarão como base o valor recolhido em 1º/10, referente ao mês de agosto desse ano. Hoje, os bancos são obrigados a recolher 42% dos depósitos à vista (dinheiro da conta corrente) feitos pelos seus clientes e depositar o dinheiro em espécie no BC. Esse dinheiro fica parado, sem remuneração, e equivale hoje, a cerca de 20% de todo o compulsório recolhido pelo BC. Desde o mês passado, uma série de medidas do BC liberou o setor financeiro de alguns depósitos
para fazer com que os bancos colocassem mais dinheiro na economia. Essas mudanças devem colocar mais de R$ 100 bilhões na economia. A avaliação do governo é que os grandes bancos estão com dinheiro em caixa, apesar da crise internacional de crédito mundial, mas preferem não emprestar para os bancos menores e para as empresas. Por isso, é preciso colocar mais dinheiro na economia. FGC - O FGC é um fundo que tem como objetivo garantir o dinheiro depositado nos bancos, pelos correntistas, no valor de até R$ 60 mil por pessoa em cada banco. A garantia vale para aplicações como poupança, depósitos em conta corrente e CDBs. Não vale para fundos de investimentos ou aplicações em bolsa. O fundo é utilizado sempre que um banco quebra ou sofre intervenção. O dinheiro do fundo é formado por meio de contribuições feitas pelos próprios bancos. O FGC pode aplicar esses recursos na aquisição de direitos creditórios de instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil (leasing), entre outras operações determinadas pelo CMN - Conselho Monetário Nacional. O fundo possuía, no final de 2007, ativos no valor de R$ 14,65 bilhões.


Empresas listadas na Bolsa perderam R$ 1 trilhão no mercado
As turbulências financeiras desse ano, arrasaram R$ 1 trilhão do valor de mercado das empresas brasileiras de capital aberto, aponta cálculo da Economática, a partir de uma amostra de 330 companhias. Em dezembro, essas 330 empresas de capital aberto, somavam R$ 2,099 trilhões em termos de valor de mercado. Esse conceito representa o valor das ações disponíveis pelo preço corrente desses ativos, e por isso mesmo, é considerado como o "retrato momentâneo do preço" de uma empresa caso fosse vendida. Na sexta-feira passada, o valor de mercado dessas mesmas
empresas, somava R$ 1,055 trilhão, o que significa um decréscimo de 49,7% sobre o montante calculado no final de 2007. O levantamento da Economática aponta que o setor de construção civil foi o mais afetado pela crise, somente considerando o conceito exposto acima: o valor de mercado das empresas de capital aberto desse setor caiu 72,3%. Boa parte das incorporadoras que têm ações na Bolsa fez sua estréia no ano passado, pouco antes do início dos problemas com os créditos "subprime", e suas ações, por não terem um "passado" que os analistas pudessem comparar,
receberam em cheio os efeitos da crise. Na segunda posição, o setor de papel e celulose foi o segundo setor mais atingido: o valor de mercado das empresas caiu 67,7%. E com perda um pouco menor, o setor de eletroeletrônicos teve seu valor de mercado reduzido em 61,8%. A Economática também elaborou um ranking das perdas considerando o valor nominal. Por esse critério, o setor mais afetado foi Petróleo e Gás: o valor de mercado das empresas desse setor encolheu R$ 231,9 bilhões, entre o final de 2007 e a sexta-feira passada. Em segundo lugar, o valor de mercado do setor de Finanças e Seguros amargou retração de R$ 223 bilhões. Logo abaixo no ranking, o valor de mercado do setor de mineração reduziu R$ 160 bilhões.


Crise pode alterar fusão da InBev e Anheuser
Enquanto se aproxima a data final para a conclusão da compra da Anheuser-Busch pela InBev, acionistas já temem ser forçados a proceder com uma renegociação ou mesmo o adiamento do acordo para criar a maior cervejaria do mundo. Por conta das dificuldades por que passa o sistema financeiro global, a Inbev teve de postergar a emissão de US$ 13,4 bilhões planejada para avançar no negócio. De acordo com analistas, poderá haver mudanças no acordo. Entre as possibilidades está elevar a oferta de ações - para substituir parte do pagamento em dinheiro - e tentar persuadir
a Anheuser a reduzir o valor da aquisição, uma vez que o derretimento dos mercados internacionais já provocou perdas da ordem de trilhões nas economias de todo o mundo. "Se levarmos em consideração a quantidade de recursos que precisam ser levantados e as incertezas no mercado de crédito, creio que há razões para preocupação", diz Edward Jones, da Jack Russo, analista da Edward Jones. "Isso [a aquisição] pode ser adiado? Pode ser reestruturado? São possibilidades", diz Russo. De acordo com um porta-voz da InBev, as negociações estão em andamento e devem ser fechadas até o fim do ano. A InBev, fabricante da Stella Artois e da Beck's, disse repetidas vezes que o acordo
continua em pé. Mas as ações da Anheuser já são negociadas bem abaixo de US$ 70, preço que balizou o acordo, o que sugere que ao menos alguns investidores estão céticos. Os papéis da Anheuser agora valem entre US$ 58 e US$ 60, segundo o consultor Tom Pirko, da Bevmark LLC. "Nesse momento, considerando o que aconteceu com os mercados, temos uma situação muito séria", disse Pirko. "Se eles [InBev] fecharem o acordo nesses termos, ficarão limitados por muitos anos. A renegociação é do interesse deles."


Lucro da Telefônica avança 13% no terceiro trimestre
A Telefônica (Telesp, operadora de telefonia fixa que atua em São Paulo) anunciou nessa segunda-feira, que obteve lucro líquido de R$ 597,8 milhões no terceiro trimestre de 2008, o que significa alta de 13,1% sobre o mesmo período do ano passado. O lucro cresceu em linha com a receita líquida, que foi de R$ 4,094 bilhões - 13,2% a mais sobre igual intervalo do ano passado. Alguns dos destaques ficaram com o aumento das receitas provenientes das chamadas de longa distância nacional (22,9% de alta, para R$972,7 milhões), de uso da rede (25,8%, para R$ 121,2 milhões), de transmissão de dados (24,7%, para R$ 943,6 milhões) e de cessão de meios (54,3%, para R$ 112,9 milhões). A receita com assinatura de telefonia fixa, ainda é a principal da Telefônica, com R$ 1,407 bilhão
arrecadados. Porém, ela recuou 0,4% sobre o terceiro trimestre de 2007. Em seguida ficou a receita inter-redes (receita com ligações envolvendo telefonia fixa e de celular), que avançou 14,3% e foi a R$ 1,12 bilhão. O número de linhas de telefonia fixa recuou 1,4% na comparação com o final dos trimestres, atingindo 11,861 milhões no final de setembro. Em compensação, o número de clientes do Speedy (serviço de internet banda larga) avançou 26,9% na mesma comparação, para 2,456 milhões. O Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 1,679 bilhão, com avanço de 9,3% na comparação com igual intervalo do ano passado.


Economista alemão pede desculpas por comparar anti-semitismo e crise
Um dos mais renomados economistas alemães, Hans-Werner Sinn, presidente do IFO - Instituto de Pesquisas Econômicas -, pediu desculpas nessa segunda-feira, por ter comparado a situação dos banqueiros diante da atual crise econômica ao anti-semitismo praticado nos anos 30. Sinn fez a comparação em declarações ao jornal alemão "Der Tagesspiegel". Na entrevista, Sinn diz que os judeus foram bodes expiatórios da crise de 1929 assim como, agora, os gerentes de bancos o são. "Em cada crise se buscam culpados, cabeças de turco", afirmou. As declarações do economista
provocaram os protestos tanto da comunidade judaica quanto do governo. "Peço desculpas à comunidade judaica e retiro a comparação", escreveu Sinn em carta para Charlotte Knobloch, a presidente do Conselho de Judeus da Alemanha. O secretário-geral do conselho, Stephan J. Kramer, já havia chamado a comparação do economista de "ultrajante, absurda e inadequada" e de "insulto às vítimas" do anti-semitismo. "Não sabia que os gerentes são mortos ou trancados em campos de concentração", disse. Na retratação, Sinn afirmou que "nunca quis comparar o destino dos judeus após 1933, com a situação atual dos diretores" e que seu único intuito era chamar a atenção para
as "autênticas raízes" da crise que, para ele, não são os diretores, mas "os erros do sistema financeiro".


Canon prevê primeira queda de lucro líquido em nove anos
Fabricante japonesa de produtos eletrônicos Canon, anunciou ontem, uma queda de 21,1% em seu lucro líquido entre julho e setembro e previu que em 2008, registrará sua primeira queda de lucro líquido em nove anos. Ao divulgar seus resultados financeiros até setembro, a Canon informou que se viu afetada pela valorização do iene e queda da demanda de seus produtos eletrônicos por causa da crise global. Entre julho e setembro de 2008, o lucro líquido da Canon foi de US$ 895 milhões, contra US$ 1,135 bilhão no mesmo período do ano anterior. Isso aconteceu porque o encarecimento da moeda japonesa reduziu o valor dos lucros da Canon no estrangeiro ao serem repatriados em
ienes. A empresa calcula que seu lucro líquido será esse ano, de US$ 4,037 bilhões. (Efe)


Sony mantém objetivos a longo prazo apesar da crise
O presidente da Sony, Howard Stringer, garantiu ontem a tarde, que a gigante japonesa de eletrônica mantém as metas a longo prazo, apesar dos efeitos severos da crise financeira mundial. Na quinta-feira passada, a Sony revisou para baixo a previsão de lucro no exercício financeiro do ano em curso, com uma queda de 59%, em onseqüência da valorização do iene e da frágil situação econômica mundial. "Somos uma grande empresa exportadora o Japão. A maioria de nossa atividade vem das exportações, em mais de 80%", disse Stringer em um fórum econômico em Tóquio. "Por isso, o impacto para nós será muito, muito forte", acrescentou. Stringer disse, no entanto, que a crise financeira pode ser para a Sony a oportunidade de fazer aquisições e trabalhar de maneira mais eficaz, e que por esse motivo, a companhia mantém os objetivos a longo prazo. Brasil - Além disso, a Sony desfruta de uma excelente imagem de marca e uma presença cada vez maior em mercados emergentes, em particular no Brasil, Rússia, Índia e China, destacou Stringer. O presidente da empresa também prevê um forte crescimento, nos próximos cinco ou dez anos, graças às vendas de reprodutores de música e de DVDs Blu-ray de última geração. A Sony é uma das muitas empresas japonesas que sofrem com as exportações pela valorização do iene, atualmente no maior nível em relação ao dólar nos últimos 13 anos. (France Presse/AFP, de Tóquio)

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MERCADO de Ações & Futuros
(Informações: Dow Jones, Bovespa e Reuters)

Em quinto dia de perdas, Bovespa fecha em baixa de 6,50%
Em um pregão bastante esvaziado, a Bovespa - Bolsa de Valores de São Paulo - emendou seu quinto dia consecutivo de perdas, recuando para os mesmos níveis de 2005. Sob ameaça de uma recessão global, investidores optaram pela cautela, à espera do Copom - Comitê de Política Monetária - e Federal Reserve (banco central dos EUA), que decidem a política monetária do Brasil e dos EUA, na quarta-feira.

- O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, retrocedeu 6,50%, para os 29.435 pontos, o menor nível desde 28 de outubro de 2005. O giro financeiro é de R$ 3,24 bilhões, quase a metade da média do mês (R$ 5,51 bilhões).

Análise - A Bolsa brasileira se ressente, principalmente, da ausência dos investidores estrangeiros, que continuam sacando recursos do mercado doméstico para cobrir perdas no exterior. Conforme dados da Bovespa, o saldo de investimentos externos deve ficar negativo pelo quinto mês consecutivo: até o dia 22/10, as vendas de ações superavam as compras em R$ 3,70 bilhões. E esse fluxo negativo ocorre apesar da Bovespa já ter perdido mais de 50% desde o início do ano, em reais, e mais de 60%, se a queda for calculada em dólar. "Vai demorar muito para a Bolsa subir de novo. Até o mercado assimilar essa recessão, vai demorar um tempo. O capital estrangeiro foi embora e sem dinheiro novo, essa Bolsa não sobe", nota Celso Yoshida, analista da corretora Solidez. Analistas técnicos, que se baseiam em gráficos para fundamentar decisões de investimentos, apontam para o patamar de 29 mil pontos (para o Ibovespa) como um patamar que pode ser difícil de romper. "É como um ponto psicológico. O mercado deve fazer um teste nesse nível, e se não cair abaixo disso, pode haver espaço para alguma recuperação dos preços [das ações]", comenta Celso Yoshida, da Solidez.

- O dólar comercial foi cotado a R$ 2,244 para venda, o que representa um decréscimo de 3,56% sobre a cotação de ontem. A taxa de risco-país marca 607 pontos, número 6% abaixo da pontuação anterior.

- O Banco Central vendeu dólares no mercado à vista, no montante de US$ 1,25 bilhão, e colocou outros US$ 815 milhões em contratos de 'swap' cambial, para deter a escalada do câmbio.

- No setor corporativo, o banco Bradesco divulgou lucro de R$ 1,910 bilhões no terceiro trimestre, um incremento de 3,2% sobre o resultado publicado em idêntico período em 2007. No acumulado de nove meses, a instituição financeira registrou um lucro de R$ 6,015 bilhões, um incremento de 3,4% sobre os ganhos de janeiro a setembro de 2007. O banco Itaú, a exemplo do Unibanco, fez uma divulgação prévia dos seus resultados do terceiro trimestre, nessa segunda-feira. O lucro trimestral foi de R$ 1,8 bilhão, abaixo do ganho de R$ 2,428 bilhões registrado no mesmo período em 2007.

- Entre outras notícias, as vendas de novas casas nos EUA tiveram um crescimento inesperado em setembro de 2,7%. Economistas do setor financeiro contavam com um declínio no período. No front doméstico, o Banco Central anunciou ontem, mais uma mudança nas regras dos depósitos compulsórios recolhidos pelos bancos brasileiros, que pode injetar mais R$ 6 bilhões na economia.


Bolsas americanas diminuem perdas após alta na venda de casas
As Bolsas dos EUA abriram em queda superior a 1% nessa segunda-feira, mas diminuíram as perdas após a inesperada alta nas vendas de casas novas. Os investidores se preocupam com a forte desaceleração da economia, que pode levar a uma recessão, e esperam resultados trimestrais de empresas financeiras e não-financeiras.

- Por volta das 13h10min, o índice Dow Jones, o mais importante de Nyse (Bolsa de Valores de Nova York), operava com leve alta de 0,24%, a 8.400 pontos, enquanto o S&P 500 caía 0,21%, para 874,93 pontos.

- A Bolsa tecnológica Nasdaq tinha baixa de 0,43% no indicador Nasdaq Composite, indo para 1.545,34 pontos.

- As vendas de casas novas nos EUA subiram 2,7% em setembro, informou o Departamento do Comércio americano nessa segunda-feira. Os preços dos imóveis, porém, caíram ao menor nível em quatro anos. Segundo os dados, a taxa anual ficou em 464 mil unidades, ante 452 mil revistas para agosto (queda de 12,6%). Economistas da Reuters esperavam leitura na casa de 450 mil moradias. O preço médio das casas novas, porém, caiu 9,1%, para US$ 218.400, o menor patamar desde setembro de 2004, época em que os preços estavam subindo rapidamente. Notícias de que o Tesouro dos EUA vai começar a distribuir parte dos US$ 250 bilhões na compra de ações de nove bancos, podem levar algum otimismo ao mercado. Os nove bancos são Citigroup, JPMorgan Chase, Bank of America, Wells Fargo, Goldman Sachs, Morgan Stanley, Merrill Lynch, Bank of New York Mellon e State Street.


Bolsas da Europa caem com temor de balanços fracos
As principais bolsas da Europa fecharam em queda ontem, já que as preocupações dos investidores sobre o impacto de uma recessão global sobre os lucros das empresas levaram a fortes vendas de ações nos mercados europeus. "Além da crise financeira em curso, as economias européias e americanas já estão em recessão ou a caminho dela. O movimento os preços nos mercados de ações já vem, há algum tempo, descontando esse fato", disse Nick Nelson, estrategista do UBS.

- Na Alemanha, a Bolsa de Frankfurt, porém, fechou em alta de 0,91%, a 4.334,64 pontos, com as perdas sendo atenuadas principalmente em razão dos ganhos das ações da Volkswagen. Os papéis da montadora dispararam 146,62%, para 520 euros, com as informações de que a Porsche confirmou sua intenção de adquirir o controle da empresa. Em contrapartida, o principal índice da bolsa alemã não obteve ajuda da pesquisa de clima corporativo de outubro, feita pelo instituto IFO, que apresentou forte queda de 86,5 para 81,4, e está agora em seu recorde de baixa.
- Na Inglaterra, a Bolsa de Londres caiu 0,79%, para 3.852,59 pontos, apesar da forte procura por ações defensivas como British American Tobacco e GlaxoSmithKline, o que limitou as perdas no dia impulsionadas por empresas ligadas a matérias-primas (commodities) e à Ásia, como HSBC Holdings, John Wood Group e a mineradora Xstrata.
- Na França, a Bolsa de Paris teve queda mais acentuada, de 3,96%, para 3.067,35 pontos, mas acima da mínima do dia (2.976,40 pontos), após as declarações do presidente do BCE - Banco Central Europeu -, Jean-Claude Trichet, de que um corte na taxa de juros na zona do euro (15 países europeus que compartilham a moeda) pode estar próximo. As ações de montadoras, porém, continuam em território negativo em meio aos cortes de perspectivas de lucros e rebaixamento por parte de agências de classificação de risco (rating). Renault caiu 12,61% e Peugeot fechou em
baixa de 9,02%. Analistas enfatizaram o contraste entre os grandes ganhos da Volkswagen, acrescentando que a alta excepcional das ações da montadora alemã explica a distância entre os principais índices das Bolsas, francesa e alemã, no fechamento.

- Na Espanha, a Bolsa de Madri recuou 4,11%, para 8.009,90 pontos, seguindo o desempenho de outros mercados europeus. Ações de bancos registraram fortes baixas, apesar do anúncio do Ministério de Finanças da Espanha de que irá injetar ativos no valor de 5 bilhões de euros no próximo mês, para aumentar a liquidez no mercado. Santander fechou em baixa de 3,9% e BBVA caiu 4,51%.
- Em Portugal, a Bolsa de Lisboa caiu 2,76%, para 5.801,76 pontos. Galp caiu 6,56% com a queda dos preços do petróleo. Dentre os bancos, BCP recuou 3,31%. Banco BPI caiu 1,88%. Já Jeronimo Martins liderou os ganhos, com alta de 4,76%, em recuperação técnica.


Bolsas da Ásia têm novo dia de pânico; HK cai 12,7%
Os mercados da Ásia voltaram a fechar em queda acentuada. As bolsas regionais - à exceção da Coréia do Sul - ficaram no território negativo pelo quarto pregão consecutivo. O aumento das preocupações sobre a redução do crescimento global e os balanços do terceiro trimestre das empresas tiveram novamente, peso fundamental. Fatores locais de cada país também influenciaram, assim como a disposição dos investidores de buscar proteção no dólar. Não houve negociações na Malásia e em Cingapura por ser feriado.

- Os temores de uma escalada global de desaceleração econômica levaram a Bolsa de Hong Kong a cair até 15,4%, antes de se recuperar ligeiramente e fechar na pior pontuação em quase quatro anos e meio. Com fraco volume de negociações, o índice Hang Seng perdeu 1.602,54 pontos, ou 12,7%, e terminou aos 11.015,84 pontos.

Análise - As intensas preocupações sobre o crescimento da economia chinesa e os rendimentos das empresas, pesaram mais que as recentes medidas de Pequim para estimular o mercado - o governo anunciou que irá cancelar o imposto sobre a receita de juros nas contas mantidas por pessoas físicas em corretoras.

- As Bolsas da China fecharam em forte baixa. O índice Xangai Composto caiu 6,3% e encerrou aos 1.723,35 pontos. Já o Shenzhen Composto recuou 6,5% e terminou aos 472,98 pontos. Yuan

- A arbitragem entre os preços do dólar futuro em relação ao yuan (NDF) e as operações de swaps continuou no pregão. Isso estimulou a demanda pela unidade norte-americana e levou a moeda chinesa a sofrer nova desvalorização. No mercado de balcão, o dólar fechou cotado aos 6,8523 yuans, de 6,8433 yuans do fechamento de sexta-feira.
- Em Taiwan, os investidores decidiram vender ações para comprar dólares, por conta das preocupações de que a Bolsa de Taipé irá continuar a atingir quedas históricas. Em sessão com fraco volume de negociações, o índice Taiwan Weighted caiu 4,7% e encerrou aos 4.366,87 pontos.
- A Bolsa de Seul, na Coréia do Sul, fechou com ligeira alta após uma sessão extremamente volátil, ajudada pela grande procura por ações baratas. O índice Kospi avançou 0,8% e encerrou aos 946,45 pontos.
- A Bolsa de Manila, nas Filipinas, sofreu sua maior queda do ano, apesar de ter acionado no meio da sessão o "circuit breaker". O índice PSE Composto desabou 12% e fechou aos 1.713,83 pontos.
- Na Bolsa de Sydney, na Austrália, o índice S&P/ASX 200 recuou 1,6% e fechou aos 3.809,2 pontos. O mercado indonésio caiu fortemente, afetado por temores de que a rupia continue a se enfraquecer diante das contínuas preocupações sobre a desaceleração econômica global.
- O índice composto da Bolsa de Jacarta tombou 6,3% - maior baixa desde 11 de agosto de 2005 - e fechou aos 1.166,41 pontos.
- Às 7h, a Bolsa de Bangcoc, na Tailândia, havia acionado o "circuit break" por o índice SET estava caindo 10%, aos 389,58 pontos, maior baixa em 5 anos.


Petróleo recua com mercado inquieto ante possível recessão
Os preços do petróleo continuaram em queda nessa segunda-feira, com novos patamares mínimos em Nova York e Londres para esse ano, em um mercado inquieto pelas repercussões de uma possível recessão mundial.

- Na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York), o barril do petróleo cru para entrega em dezembro, encerrou em queda de 1,45% ante o fechamento anterior, negociado a US$ 63,22, após cair durante a sessão a US$ 61,30 - seu nível mais baixo desde maio de 2007.

- As cotações recuaram inclusive abaixo da marca psicológica dos US$ 60 em Londres, pela primeira vez desde 16 de março de 2007, até US$ 59,02. O barril brent (de referência na Europa) encerrou negociado a US$ 61,41, em queda de 1,03%. (France Presse/ AFP, de Nova Iorque)

Análise: Mudanças em aplicações explicam quedas nas bolsas
As quedas nas bolsas de valores nessa segunda-feira, nos colocam a caminho de novos recordes mensais de desvalorização nos valores das ações. Até agora nesse mês, os papéis nos EUA e na Europa caíram em média mais de 25%. Na Ásia, o recuo foi um pouco maior. A menos que ocorra uma reação repentina, a desvalorização mensal acumulada em outubro, na maioria dos principais mercados do mundo, será uma das maiores já testemunhadas por qualquer pessoa ainda viva. No caso dos EUA, a queda nesse mês, provavelmente será a maior em 70 anos. Em outros mercados, onde o histórico das oscilações das bolsas começou a ser compilado mais tarde, as quedas devem ser as maiores desde o início dos registros, há cerca de 40 anos. Mas qual o porquê disso? Há três coisas acontecendo. Mudanças nas aplicações Primeiramente, estamos vendo o fim das aplicações de dinheiro obtido com empréstimos baratos - com juros baixos e em iene ou dólares - em mercados que rendiam mais, como os dos países emergentes, da Islândia ou, em certa medida, da Grã-Bretanha. Os investidores estão liquidando ativos em toda a parte, da Coréia do Sul à Argentina e à Hungria,
e estão segurando os recursos em moeda japonesa ou americana. E como uma quantidade significativa desses investimentos veio do Japão, o iene tem se valorizado de forma espantosa. A libra esterlina foi castigada em parte porque, quando esse tipo de investimento estava mais popular, a Grã-Bretanha recebeu uma parcela desproporcional desse dinheiro, já que as taxas de juros britânicas sempre foram um pouco maiores do que normalmente são em economias desenvolvidas. Fundos hedge O segundo motivo é a transformação dos bancos de investimento Goldman Sachs e Morgan Stanley em bancos de varejo, o que está secando os fundos hedge. As mudanças dos bancos estão levando os fundos a se livrar de ativos como ações, títulos corporativos e commodities. Isso, por sua vez, está levando à venda de mais ativos, já que a queda nos valores deles faz com que os credores exijam que os investidores que ainda apostam em aplicações, como os fundos hedge, aumentem suas garantias. Reavaliação de risco Finalmente, o último motivo é a reavaliação do risco provocada pela desaceleração econômica global. Traduzindo: os investidores, nos últimos 14 meses, abandonaram a convicção maluca de que nada iria quebrar e foram para o extremo oposto - passando a acreditar que tudo vai quebrar. Nenhuma das visões é racional. Mas a razão não tem muita influência nos momentos de pico de alta do mercado, quando a emoção que prevalece é a cobiça, e nos picos de baixa,
quando o importante é o salve-se quem puder. (BBC News)


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ÍNDICES ECONÔMICOS

- O ICC - Índice de Confiança do Consumidor - da Fundação Getulio Vargas - composto por cinco quesitos contidos na Sondagem de Expectativas do Consumidor - reduziu-se em 10,0% entre setembro e outubro de 2008, ao passar de 112,7 para 101,4 pontos, o menor nível desde junho de 2006 (101,0). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a variação passou de +3,4% em setembro para -10,1%, em outubro.

- O IPC-S de 22 de outubro de 2008 apresentou variação de 0,34%, taxa 0,04 ponto percentual (p.p.) acima da apurada com base na coleta encerrada em 15/10. Esse foi o maior resultado desde a primeira semana de agosto de 2008, quando o índice registrou variação de 0,44%.


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MERCADO FINANCEIRO

Lucro do Bradesco sobe no acumulado do ano, mas recua ante trimestre anterior
O Bradesco registrou um lucro de R$ 6,015 bilhões entre janeiro e setembro desse ano, crescimento de 3,4% sobre o mesmo período de 2007, quando o lucro do banco foi de R$ 5,817 bilhões. No trimestre passado (julho a setembro), no entanto, o lucro do banco foi de R$ 1,910 bilhões, 4,59% abaixo dos R$ 2,002 bilhões no segundo trimestre desse ano. Os dados foram divulgados nessa segunda-feira. Com ajustes após despesas extraordinárias, o lucro do banco de janeiro a setembro ficou em R$ 5,819 bilhões, contra R$ 5,356 bilhões no mesmo trimestre do ano passado, na mesma comparação. O patrimônio líquido do Bradesco somou R$ 34,168 bilhões entre janeiro e setembro, um acréscimo de 17% em relação ao mesmo período de 2007. O saldo da carteira de crédito do Bradesco para pessoas físicas cresceu 6,3% no trimestre e 29,3% nos últimos 12 meses. Os principais produtos responsáveis pela evolução do saldo da carteira no trimestre foram o leasing de veículos, crédito rural e financiamento imobiliário, enquanto nos últimos 12 meses, segundo o banco, os destaques
foram os produtos direcionados ao financiamento de bens de consumo e crédito rural. A expansão do crédito concedido a empresas foi de 9,5% no trimestre e de 44,5% nos últimos 12 meses. Os principais produtos responsáveis pelo crescimento do saldo da carteira no trimestre foram: capital de giro, repasse BNDES e operações no exterior. Nos últimos 12 meses os destaques foram: capital de giro, leasing de veículos e financiamento à exportação. No trimestre, o índice de inadimplência total apresentou estabilidade, apesar do ligeiro crescimento nas micro, pequenas e médias empresas, principalmente na modalidade de capital de giro. Em relação aos últimos 12 meses o índice total apresentou queda devido à redução no índice de inadimplência nas pessoas jurídicas.


Bradesco compra R$ 3 bi em carteiras de crédito de 15 instituições
O Bradesco já recebeu a oferta de R$ 10,7 bilhões em carteiras de créditos de 20 instituições financeiras desde a alteração do recolhimento compulsório dos bancos pelo Banco Central, para estimular essa iniciativa. Segundo o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, o banco tem à disposição por conta de compulsórios R$ 6,2 bilhões, dos quais R$ 1,428 bilhão já foram liberados para nove instituições e outros R$ 1,587 bilhão devem ser encaminhados para outras seis entre hoje e amanhã. Segundo Cypriano, está em análise pelo Bradesco, a aquisição de outros R$ 3,4
bilhões em carteira de crédito, sendo que R$ 7 bilhões já foram avaliados. Embora tenha descartado a aquisição integral de concorrentes, Cypriano reforçou a intenção do Bradesco em continuar com o processo de aquisição de carteiras, ainda que não na "velocidade esperada". "Talvez as liberações não saiam na velocidade que as pessoas gostariam", disse Cypriano. Em coletiva de imprensa sobre os resultados do Bradesco no terceiro trimestre e nos nove primeiros meses desse ano, Cypriano louvou os esforços das autoridades monetárias brasileiras em capitalizar o sistema financeiro, especialmente os pequenos e médios bancos. "Apesar do cenário adverso, destaco o esforço das autoridades monetárias brasileiras para reduzir o contágio da crise financeira internacional", disse Cypriano. Derivativos Cypriano negou que o banco opere "derivativos exóticos", em referência a mecanismos que já causaram prejuízos a grandes empresas brasileiras, como Sadia, Aracruz e Votorantim, que anunciaram perdas na casa dos R$ 5 bilhões com as chamadas operações de "hedge" (proteção) cambial. O governo, porém, já estimou em torno de 200 as empresas que podem estar expostas a esse tipo de ativo. Ele afirmou que o uso de derivativos cambiais ocorre apenas para proteger as operações da instituição no exterior (agências e subsidiarias) e para clientes que desejam administrar
suas posições em moedas estrangeiras. Segundo os dados divulgados, o Bradesco tinha a receber, em 26/10,o valor de R$ 973 milhões de 206 clientes que operam com o mecanismo. A pagar para 110 clientes, o banco tinha R$ 655 milhões. "Apesar do dinamismo da crise, continuamos otimistas em relação ao futuro. Pretendemos continuar investindo em melhorias no banco, em tecnologia e treinamento. O Brasil tem bancos sólidos, bem capitalizados, com regras rígidas", disse Cypriano. Ele também destacou que o Brasil conta com melhores fundamentos para enfrentar a crise financeira internacional, com o desemprego em queda, a renda em alta e a inflação com "sinais de retorno para
níveis menores".


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AGRONEGÓCIOS

Agronegócio pode sair fortalecido da crise, diz Camargo Neto
O presidente da Abipecs - Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína -, Pedro de Camargo Neto, disse ontem, que o agronegócio brasileiro pode sair fortalecido da crise financeira internacional. Ele acrescentou que a taxa de câmbio, atualmente em cerca de R$ 2,20, vai tornar a exportação brasileira mais competitiva, mesmo se houver uma queda nos preços das commodities agrícolas, por conta do desaquecimento da economia mundial. De acordo com ele, estão mantidas as perspectivas da exportação brasileira de carne suína para esse ano. Os embarques devem somar 600 mil toneladas e render US$ 1,8 bilhão, números parecidos com os do ano passado. Para 2009, Camargo Neto comentou que ainda é cedo para falar em previsões, porque o setor está "tentando digerir" os efeitos da crise internacional. Ele avaliou que, se o dólar se mantiver a R$ 2,20, o Brasil deve se tornar mais competitivo no mercado exportador, podendo atrapalhar concorrentes internacionais, como é o caso da Dinamarca, que é grande produtor mundial de carne suína. O Brasil é o quarto maior exportador de carne suína do mundo e as vendas estão concentradas no mercado da Rússia, que absorve cerca de 40% dos embarques do Brasil. Camargo Neto observou que alguns compradores têm tentado renegociar contratos por causa da valorização do dólar. Ele disse, no entanto, que o problema é mais grave no caso da carne bovina, em virtude do elevado nível do estoque na Rússia. O presidente da Abipecs informou, ainda, que não existe risco de "calote" nas vendas de carne suína ao exterior. Isso porque, segundo ele, 30% do valor de venda é pago no momento da contratação do pedido e o restante, 70%, é pago no porto, mediante entrega do lote. Camargo Neto ressaltou a força do mercado interno. Disse que o consumo interno passou de 12 quilos per capita, para 14 quilos. Ele comentou que o setor não está preocupado com o possível aumento do preço do milho, importante componente da ração animal.

Preço do suíno vivo cai 17% no MT e preocupa setor produtivo
Os preços do suíno vivo caíram 17% em dez dias no Mato Grosso. Segundo a Acrismat - Associação dos Criadores de Suínos do Mato Grosso -, os preços pagos ao produtor passaram de R$ 2,95 o quilo para R$ 2,40/2,50, ontem. O gerente administrativo da entidade, Custódio Rodrigues, informou que a indústria alega que a crise financeira global está obrigando a revisão de acordos comerciais já firmados. "Mas nada justifica uma queda de preço tão acentuada, num espaço tão curto de tempo", disse. Custódio afirma que, mesmo com custo de produção menor - os preços do milho, usado na ração, também recuaram - a cotação do suíno caiu mais. De acordo com a Acrismat, o custo de produção de suínos no Estado varia de R$ 1,95 a R$ 2,15 por quilo de animal vivo, a depender do manejo. Há pouco mais de 10 dias, foram os produtores catarinenses que reclamaram da queda nos preços pagos pelos frigoríficos. Na semana do dia 13/10, a indústria baixou em 5,5% o preço do quilo do suíno pago ao produtor integrado catarinense, de R$ 2,70 para 2,55. "O pretexto foi à turbulência no mercado mundial, mas essa crise, que pode ter efeito cascata, precisa ir longe para chegar ao setor de alimentos", disse na ocasião Wolmir de Souza, presidente da ACSS - Associação Catarinense de Criadores de Suínos. Hoje a indústria paga, em Santa Catarina, R$ 2,45 ao produtor integrado e R$ 2,90 ao produtor independente. Reflexo "O recuo no Mato Grosso é reflexo do que aconteceu em Santa Catarina", diz Rodrigues. "Aqui, chega com atraso. E, quando os preços subirem lá, demora um pouco mais para subir aqui." Mas o dirigente mato-grossense se diz otimista quanto a uma reversão no quadro de demanda, com gradativa alta dos preços a partir de novembro. Ele diz que o setor
mantém os investimentos para o médio prazo no Estado. Hoje são 90 mil matrizes, mas a expectativa é de que em até dois anos o plantel passe a 120 mil matrizes. "Estamos com o pé atrás, mas mantemos os investimentos", disse, acreditando que a demanda por alimentos não deve ser afetada pela crise.

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SETOR AUTOMOTIVO

Setor automotivo mantém investimentos, por enquanto
O forte ritmo de crescimento da indústria automotiva registrado no Brasil em 2007 e nos primeiros nove meses de 2008, quando o setor registrou altas de mais de 20% nas vendas, deverá ser interrompido em 2009, reflexo da crise financeira internacional. A previsão de alguns executivos do setor é de estabilidade nas vendas para o próximo exercício. Apesar de não falarem ainda em corte de pessoal, todos admitem que ajustarão a produção ao novo ritmo do mercado. Investimentos, por sua vez, por enquanto estão mantidos. Renault O presidente da Renault do Brasil, Jerôme Stoll, é dos que avaliam que as vendas do mercado deverão ficar estáveis em 2009, na comparação com 2008, mas com comportamento diferente em relação aos picos de venda. "Acredito que vamos começar o ano com um ritmo mais fraco e recuperar depois no segundo semestre", afirma. A previsão do executivo para 2008, no entanto, já foi reduzida. Stoll estima queda de 10% a 15% nas vendas totais do setor nos últimos três meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado. A expectativa inicial era de que o setor encerrasse o ano com 3 milhões de unidades comercializadas (automóveis de passeio e comerciais leves), o que representaria uma alta de quase 25%. A projeção agora é de vendas totais de 2,750 milhões de automóveis de passeio e comerciais leves, o que representará uma expansão de 18% sobre 2007. Para garantir as vendas da empresa, a Renault Credit International, braço financeiro do grupo, dobrou sua participação nas vendas desde agosto. O percentual dos financiamentos da instituição, que era de 15% no primeiro semestre, agora está em 30%, afirma Stoll. O executivo afirmou também, que a empresa deverá reduzir produção para ajustar os estoques ao novo ritmo do mercado, mas não fala ainda em demissões no Brasil. Na Argentina, a empresa já
anunciou a dispensa de 300 funcionários temporários e a redução do turno de trabalho de dois para um. No Brasil, por enquanto, a estratégia é fazer uso do banco de horas para manter o ritmo de dois turnos nas linhas de produção. "Nossa maior dificuldade será ter agilidade para adaptar o sistema ao novo mercado", avalia.

Peugeot
O presidente da Peugeot do Brasil, Laurente Tasté, por sua vez, avalia que o mercado automotivo brasileiro está mais protegido da crise, uma vez que depende mais do desempenho interno que internacional, mas se diz preocupado em relação à disponibilização do crédito. "Acredito que o País seja capaz de manter os níveis atuais de vendas em 2009", afirma. O executivo ressalta que pensar em estabilidade nas vendas no próximo ano parece razoável depois do forte crescimento de 2007 e 2008. O executivo admite ainda, que a empresa deverá fazer ajustes na produção para se adequar ao novo patamar do mercado, mas não fala que tipo de medida deverá ser tomada. "Não tomamos ainda essa decisão. Estamos esperando para ver como ficará o mercado, mas adianto que hoje estamos trabalhando com três turnos, de sábado e domingo", lembra. Para amenizar a falta de crédito das instituições financeiras comerciais, o banco da montadora também tem elevado sua participação nos financiamentos dos carros da marca. O percentual de 30% subiu para 40% nos últimos dias,
segundo o executivo. A avaliação de Tasté é de que o apoio do governo é fundamental nesse momento para dar tranqüilidade ao mercado e também, para manter o custo do crédito em patamares aceitáveis. A previsão da empresa é encerrar 2008, com 90 mil carros vendidos, o que representará um aumento de 15% sobre 2007. O presidente da Peugeot afirma ainda, que a programação de investimentos do grupo está mantida. O plano prevê aportes de US$ 500 milhões no País entre 2007 e 2010. "Não vamos atrasar investimentos por causa da crise", afirma.

Fiat
O presidente da Fiat do Brasil, Cledorvino Belini, prefere não fazer previsões para 2009. Segundo ele, é preciso aguardar para ver como ficará a questão do crédito no País. O executivo ressalta, no entanto, que os fundamentos da economia continuam fortes e sólidos. Belini cita dados do IBGE que, na semana passada, divulgou que o índice de desemprego continua estável em 7,6% e que a massa salarial cresceu 6,4%. "Estou confiante que 2009 ainda será um ano positivo para o setor", afirma. A expectativa do presidente da Fiat é de que as medidas já anunciadas pelo governo só comecem a ter reflexo no mercado dentro de 30 a 60 dias, quando espera que a disponibilidade de crédito dos bancos seja restabelecida. "Estamos vivendo um momento atípico, com restrição de crédito, mas acho que esse cenário é passageiro", afirma. O executivo informa que em outubro o setor registrou uma média de vendas diárias 5,5% acima da média diária de 2007. Por enquanto não temos com o que nos preocupar, mas podemos fazer ajustes caso seja necessário", afirma. O executivo acredita que, com a injeção do dinheiro do 13º salário no mercado, já a partir de novembro, as vendas
deverão se recuperar no mercado interno nesse final de ano. As expectativas para exportação, no entanto, são de queda de 20%, para 85 mil unidades. O presidente da Fiat afirmou ainda, que a programação de investimentos da montadora está mantida, apesar das incertezas geradas pela turbulência internacional. A programação da empresa prevê aportes de R$ 6 bilhões até 2010
para o segmento de automóveis de passeio, tratores e caminhões. "Acredito que o Brasil vai passar esse momento e por isso temos que estar preparados para quando o País retomar o ritmo de crescimento", afirma. Depois de dar férias coletivas para 13% dos funcionários em outubro, o executivo admite que poderá conceder novo prazo de descanso aos trabalhadores em novembro, antes das férias coletivas de dezembro, mas nega que a decisão esteja relacionada com a crise. "Estamos estudando novas férias, mas porque precisamos atender a legislação trabalhista",
afirma, lembrando que em julho a empresa não deu descanso aos funcionários porque o mercado estava muito aquecido. Tem início nessa semana, em São Paulo, o 25º Salão Internacional do Automóvel. O evento acontece entre 30/10 e 9/11.


Toyota confirma investimentos no Brasil, apesar da crise
O presidente da Toyota Mercosul, Shozo Hasebe, afirmou ontem, que os investimentos da montadora, incluindo a construção de uma unidade em Sorocaba, estão mantidos, apesar das turbulências geradas pela crise financeira internacional. O montante do investimento, no entanto, não foi revelado. Segundo o executivo, a previsão é de que a construção da nova fábrica tenha início ainda no primeiro semestre de 2009. A projeção é de começar a produzir o ovo compacto (ainda mantido em segredo) em 2011. A fábrica terá capacidade inicial para produzir 150 mil unidades por ano. O executivo afirmou ainda, que tem acompanhado diariamente, junto às concessionárias, como estão as reservas, vendas e estoques e que até agora não decidiu por uma redução da produção para se ajustar ao novo cenário restritivo. De acordo com o vice-presidente da montadora, Luiz Carlos Andrade Junior, a meta da empresa é fechar 2008 com crescimento de 15,2% nas vendas - com um total de 83 mil unidades comercializadas. Segundo o executivo, até setembro as vendas da companhia somavam 58 mil unidades. Atualmente, 60% de suas vendas são financiadas pelo
banco da montadora. O executivo preferiu, porém, não fazer projeções para 2009. Hoje, a Toyota tem capacidade para produzir 310 carros por dia e opera com dois turnos de trabalho na fábrica de Indaiatuba, no interior de São Paulo.


Chrysler cortará 6% da força de trabalho nos EUA
A montadora Chrysler, uma das mais conhecidas dos EUA, anunciou nessa quinta-feira, 23/10, planos para cortar 6% de sua força de trabalho no país, ou 1.825 vagas, refletindo a queda nas vendas decorrente da crise financeira global. A Chrysler decidiu fechar uma fábrica no Estado de Ohio mais cedo do que estava prevendo e planeja mudanças em outra fábrica em Newark, no Estado de Delaware. "Os mercados estão vivendo um turbilhão sem precedentes, e está na hora de mudanças históricas na indústria automotiva", disse Frank Ewasyshyn, um dos vice-presidentes da companhia.
Além da Chrysler, outras montadoras divulgaram balanços e previsões nessa quinta-feira, que reforçam a percepção de que o setor automobilístico vive uma de suas maiores crises.


GM, Hyundai e Fiat também cortam funcionários
A GM - General Motors - anunciou que vai cortar benefícios concedidos a empregados e estaria planejando cortar mais funcionários. A empresa com sede em Detroit, já havia anunciado nesse ano, um plano de reestruturação que levará ao fechamento de quatro fábricas até 2010. A montadora coreana Hyundai disse que teve uma queda de 38% nos lucros durante o terceiro trimestre do ano. A empresa já prevê vender menos veículos do que inicialmente previa nesse ano, mas avalia que o bom desempenho de suas vendas de veículos compactos poderá ajudá-la a contornar piores resultados.
A alemã Daimler (que vendeu a maior parte de sua participação na Chrysler em maio desse ano) revelou ter registrado uma queda de 3% nas vendas no segundo trimestre desse ano. Como a Daimler, a montadora italiana Fiat já prevê mais quedas nas vendas e no faturamento por causa da crise. A previsão da Fiat é de que, no pior dos cenários, os lucros em 2009 caiam 65% e a demanda global por seus produtos, caia de 10% a 20%. Mas a montadora italiana teve motivos para comemorar a divulgação do balanço do terceiro trimestre. Os lucros da empresa aumentaram 8% - um desempenho atribuído à venda de máquinas agrícolas. Segundo o analista da BBC Mark Gregory, carros novos sempre tendem a ser uma das primeiras coisas que os consumidores deixam de comprar em tempos de dificuldade econômica. Além disso, com a atual crise, os consumidores têm um problema a mais: está mais difícil e caro obter financiamentos. (BBC Brasil)

GM: setor tem espaço para crescer em 2009 no Brasil
O presidente da GM - General Motors - do Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, avalia que a restrição de crédito no País, reflexo da crise financeira internacional, não deve perdurar e que o setor automotivo tem espaço para crescer em 2009. "Minha expectativa é de que essa situação esteja normalizada nos próximos dois a três meses", afirma. A projeção do executivo é de que as vendas internas podem aumentar até 5% no próximo exercício. Na opinião do executivo, uma boa alternativa para normalizar o crédito ao setor seria o governo permitir parcerias entre os bancos estatais e as financeiras. O executivo admitiu que os custos dos financiamentos subiram nos últimos meses e deverão continuar altos, assim como os prazos continuarão mais curtos - de no máximo 48 meses e que bancos
e financeiras continuarão exigindo entrada nas operações de financiamento. Ardila confirma que o banco da montadora aumentou participação nos financiamentos de carros da marca nesse último
mês, mas não informou para quanto o percentual foi elevado. Segundo ele, a empresa está oferecendo taxa de 0,99% ao mês para financiamentos de até 48 meses com 20% de entrada. O executivo disse que as vendas da empresa em outubro, devem ficar estáveis em relação ao mesmo mês do ano passado. O executivo ressalta que o resultado reflete a restrição do crédito ao consumidor final. A expectativa do executivo é de que o mercado encerre o ano com um volume
entre 2,9 milhões e 3 milhões de unidades comercializadas. "Será mais um ano recorde de vendas para o Brasil", afirmou, tentando afastar a relação de que a edição desse ano, do Salão Internacional do Automóvel, seria o "Salão da Crise". O executivo admitiu que a demanda por automóveis será afetada caso a liquidez do mercado demore a se normalizar. O executivo afirmou ainda, que o plano de investimentos da empresa, que soma US$ 1,5 bilhão até 2012, está mantido e que a companhia continua negociando aportes adicionais com a matriz para o País. Ele garante que a empresa não
planeja demitir no Brasil, mas admitiu que novas férias coletivas poderão ser concedidas para ajustar os estoques que, na sua opinião, não podem ultrapassar 30 dias de produção. Segundo Ardila, as férias dadas aos empregados em outubro são reflexos de queda nas exportações, para México e África do Sul. O executivo garante que na Argentina o cenário ainda é positivo e que nesse mês, as vendas do mercado estão 3% acima de igual mês de 2007.


Ford analisa outubro para planejar fim do ano
O presidente da Ford Brasil e Mercosul, Marcos Oliveira, afirmou ontem, que está olhando com atenção o desempenho do setor esse mês, para fazer o planejamento da montadora para os dois últimos meses do ano e também para 2009. O executivo ressaltou que até agora as vendas da montadora no período, mostram estabilidade em relação ao mesmo mês de 2007. O executivo atribuiu a redução do ritmo de crescimento do setor ao encarecimento do crédito disponível no mercado e
também, à confiança do consumidor, que, segundo ele, está estudando mais suas decisões de compra por conta da turbulência internacional. "Estamos analisando com cuidado para saber que ações serão necessárias para manter a produção adequada ao tamanho do mercado", afirmou. O executivo preferiu, porém, não fazer projeções para o próximo ano, alegando que ainda é cedo para saber ao certo o impacto da crise financeira internacional no mercado nacional. Para 2008, as projeções estão mantidas. A expectativa é de que a indústria encerre o exercício com 3 milhões de
unidades comercializadas. A Ford, especificamente, espera alcançar um volume de 300 mil unidades, o que representará um crescimento de cerca de 16% sobre o ano anterior. O executivo afirmou ainda, que o plano de investimentos, que soma R$ 3,4 bilhões para o período entre 2007 e 2011, está mantido. Do montante total, 85% serão destinados para as unidades no Brasil. "Nossa programação é viabilizar 23 ações de produtos entre 2009 e 2013, seja com lançamento de novos modelos ou reestilizações", afirma. Questionado sobre a possibilidade de promover paralisações na produção, Oliveira disse que se necessário a empresa deverá reduzir as horas extras para se adequar ao novo cenário. "Por enquanto não vemos necessidade de férias coletivas, mas podemos estender as férias de dezembro", afirma. O presidente da Ford avalia ainda, que independente do cenário atual, o Brasil tem potencial para crescer no médio e longo prazo. O executivo avaliou também, que as medidas já anunciadas pelo governo para garantir liquidez ao mercado financeiro, são positivas. "São muito inteligentes e estão em linha com a necessidade da economia e da indústria", avalia. Oliveira ressaltou, no entanto, que é preciso esperar mais algumas semanas para saber se as medidas já anunciadas são suficientes ou se novas ações serão necessárias.

Honda reduz estimativa de vendas esse ano no Brasil
O vice-presidente da Honda do Brasil, Kazuo Nozawa, reduziu as estimativas de vendas da empresa em 2008, no País, de 128 mil para 125 mil unidades, o que ainda representa um crescimento de 46% em relação a 2007, incluindo modelos produzidos no Brasil e importados. "Fomos pegos de surpresa com o agravamento da crise internacional", afirmou Nozawa. Segundo o executivo, as vendas do mercado automotivo como um todo, caíram de setembro até hoje por conta da redução de crédito ao setor. "Estamos fazendo um esforço conjunto com as concessionárias. Pelo menos até a última
sexta-feira, dia 24/10, conseguimos manter as vendas de outubro no mesmo patamar de setembro", disse Nozawa. O executivo avalia que ainda é cedo para prever como ficará o mercado em 2009, mas informa que o foco principal da empresa para o próximo ano, é de manutenção dos volumes aos níveis de 2008. "Nossa aposta fica por conta dos lançamentos." A empresa lançou ontem, em São Paulo, o New Fit. O executivo admite, no entanto, que o mercado como um todo poderá apresentar taxa negativa no próximo exercício. O vice-presidente da Honda informou ainda, que os investimentos da empresa para aumento de capacidade, estão praticamente concluídos e que desde agosto a companhia opera com capacidade para produzir 650 unidades por dia, ante 550 mantidas anteriormente. "Só que com a crise vamos trabalhar no patamar anterior", afirmou. Nozawa disse
que a empresa ainda, não decidiu que alternativas adicionais poderá tomar para ajustar sua capacidade ao novo cenário interno, mas admitiu que poderá cancelar um dos atuais três turnos de trabalho. Segundo ele, a montadora parou a produção por sete dias na semana passada para ajustes técnicos o que ajudou a equilibrar os estoques. O executivo informa que falta crédito, principalmente, para a venda de carros usados e que por isso, as concessionárias da marca estão sendo mais seletivas na hora de aceitar o carro usado como entrada na compra de um novo. Segundo o executivo, as concessionárias já não estão mais realizando vendas a prazo, com entrada zero e que
as taxas de juros, subiram entre 0,10% e 0,15%, na última semana. Hoje, quem comprar um carro da marca, financiado em 60 meses, pagará taxa de 1,78% ao mês. Para quem optar por 48 meses, pagará 1,58%. Todos os casos exigem entrada de 30% do valor do automóvel no mínimo. O executivo não revelou os investimentos feitos esse ano, mas informou que desde que a empresa se instalou no
Brasil, há 11 anos, já foram aplicados US$ 542 milhões no País. Novos aportes em 2009 vão depender do comportamento o mercado. Conforme o executivo, a empresa está agora em fase de preparação do orçamento para 2009, com a certeza de que haverá redução de despesas.


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MATÉRIA ESPECIAL

Fundos de renda fixa têm retorno até negativo com crise
A crise não tem poupado nem os fundos de renda fixa. Na semana passada, muita gente se assustou ao ver a rentabilidade de seu fundo ficar negativa, em um período em que ninguém espera que a taxa básica de juros recue. Nos últimos 30 dias, os fundos de renda fixa estão com retornos menores que os oferecidos pelos fundos DI ou mesmo pelos CDBs. A rentabilidade dos fundos de renda fixa teve na quarta e na quinta-feira passadas, dois de seus piores dias. O fundo Bradesco Renda Fixa Saturno, por exemplo, chegou a marcar retorno negativo de 0,11% na quarta-feira. Nesse dia, o fundo de investimento em cotas Itaú Personnalite Plus Renda Fixa recuou 0,04%, acumulando rentabilidade
mensal negativa de 0,42%. Muitos fundos tiveram rentabilidade zero na última quarta-feira. Isso ocorreu porque as taxas futuras e as pagas pelos títulos públicos subiram de forma considerável, bem acima do que os analistas podiam prever. E os gestores têm de ajustar os preços dos títulos prefixados que estão nas carteiras dos fundos às novas taxas que estão sendo praticadas no mercado. Esse ajuste, chamado de marcação a mercado, começou a ser cobrado diariamente dos gestores de fundos em 2002. De positivo, a marcação a mercado torna a indústria de fundos mais transparente. Mas, quando há oscilações bruscas para baixo, como tem ocorrido nessa crise, acabam por assustar os investidores. "Os movimentos dos valores dos títulos sempre ocorreu. Mas, com a crise e a volatilidade, eles aumentaram muito. Não via oscilações tão fortes nas taxas de juros na BM&F, havia pelo menos uma década", afirma Luis Roberto Soares, superintendente-executivo de
renda fixa da BRAM - Bradesco Asset Management. Soares explica que os fundos que têm sofrido nesses dias passam, após esses ajustes iniciais, a ter uma remuneração maior daqui para frente. "Por isso é importante pensar, mesmo nos fundos de renda fixa, como uma aplicação destinada a prazos mais longos", afirma o profissional. Dessa forma, esses ajustes acabam se equilibrando com o
passar do tempo. Os fundos de renda fixa carregam em suas carteiras títulos públicos e papéis privados que pagam juros, sendo boa parte formada por taxas prefixadas. A Anbid apresentou circular, há cerca de dez dias, na qual pedia que os gestores também marcassem a mercado os títulos privados (como CDBs e debêntures) que estão nas carteiras dos fundos. E isso também pode trazer queda (mesmo que temporária) nas rentabilidades dos fundos de investimento.
Taxas menores

Apesar de ainda liderarem em retorno anual, os fundos de renda fixa registram rentabilidade abaixo de seus principais concorrentes nas últimas semanas - considerando as aplicações que pagam juros. Em um período de 30 dias, encerrado no dia 20/10, os fundos de renda fixa marcavam retorno acumulado de 0,92%, segundo levantamento da Anbid - Associação Nacional dos Bancos de Investimento. Enquanto isso, os fundos DI tinham retorno de 0,98%. Os CDBs -Certificados de Depósitos Bancários - se destacavam ainda mais, com taxa média de 1,05%. No acumulado do ano, a renda fixa ainda se destaca, com retorno médio de 9,78%, contra 9,60% dos CDBs e 9,37% do DI. Uma das principais diferenças dos fundos DI, que têm sofrido menos nesse momento turbulento, é que carregam em
suas carteiras principalmente papéis atrelados à taxa básica Selic, que tem sido elevada nos últimos meses. Assim, o DI costuma perder atratividade nos períodos de queda da Selic. "Vimos movimentos absolutamente fora do padrão nas taxas na BM&F nos últimos dias. E é importante lembrar que o que a gente viu [taxas disparando no mercado futuro] não está ligado a fundamentos internos e sim a investidores desmontando posições", diz Eduardo Castro, superintendente de gestão de fundos do grupo Santander Brasil.


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LOGÍSTICA & Infra-estrutura

São Paulo retoma concessões de rodovias em meio à crise
O governo do Estado de São Paulo fará na próxima quarta-feira, em meio a uma das maiores crises financeiras das últimas décadas, o leilão de cinco trechos de rodovias. Mesmo diante da dificuldade do mercado em fechar operações de financiamento, o governo José Serra decidiu manter o leilão de concessão da Carvalho Pinto/Ayrton Senna, D. Pedro I, Raposo Tavares e os trechos oeste e leste da Marechal Rondon. Somadas algumas vicinais incluídas em cada lote, o plano previsto na 2ª Etapa do Programa de Concessão de Rodovias em São Paulo prevê o leilão de 1.763 quilômetros de estradas. A concessão pelo prazo de 30 anos exigirá investimentos de R$ 7,9 bilhões. O secretário dos Transportes, Mauro Arce, disse que o governo contabilizou o interesse de dez grupos na participação do leilão. Para ele, há chances de haver pelo menos dois consórcios na disputa de cada lote. "Temos que esperar para verificar o que pode ocorrer, mas estamos confiantes de que haverá disputa em cada lote." A perspectiva é que todos os lotes sejam concedidos, apesar do momento de instabilidade do mercado financeiro. Mas, se por um lado o Estado espera conseguir o ingresso nos cofres do governo de R$ 3,471 bilhões em receitas pela outorga nos próximos 18 meses, a decisão de manter o leilão em situação econômica tão adversa pode pesar no bolso dos usuários. O governo tinha uma expectativa de usar o resultado desse leilão como argumento para uma renegociação dos contratos
das concessões antigas de rodovias. Essa possibilidade pode ter ficado no passado. Diferentemente do que ocorreu no leilão do Rodoanel, em março passado, quando houve um deságio sobre o preço teto de 60%, o mercado não acredita em descontos desse porte para nenhum dos cinco lotes. O governo fixou em R$ 0,107910 por quilômetro a tarifa-teto em pista dupla e R$ 0,077078, em pista simples. Vencerá a disputa o consórcio que oferecer o maior desconto sobre o preço da tarifa-teto para rodovias com pista dupla. O mesmo deságio será aplicado à tarifa para pista simples. "A situação do mercado mudou completamente entre o leilão do Rodoanel e esse agora. O acesso ao financiamento ficou mais restrito e o custo do dinheiro subiu. Isso afetará o nível de descontos que os grupos participantes do leilão irão ofertar", disse Francinett Vidigal Júnior, sócio da VAE Consultores, que assessorou a formação de um consórcio para o leilão de um dos lotes. O governo tentou ampliar a participação de mais grupos ao colocar a Nossa Caixa à frente do financiamento. A
instituição disponibilizará R$ 759 milhões, valor equivalente a 20% do valor total da outorga. Os vencedores poderão obter essa linha. O leilão será no Instituto de Engenharia, ao lado do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo. Os consórcios devem apresentar os documentos e a proposta em envelope lacrado entre 8h30min e 10h da quarta, 29/10. A abertura dos envelopes com as propostas será feita com intervalos de tempo entre os lotes. O primeiro leilão será o do corredor da Raposo Tavares, às 10h30min, e o último, às 16h30min, com a abertura de propostas pela D. Pedro I. Arce disse que os perdedores vão rubricar a proposta vencedora para evitar questionamentos posteriores.

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MERCADO DE TI & Telecomunicações

Nokia: mercado de celular não crescerá em 2009 no País
O mercado brasileiro de celulares ficará estagnado em 2009, prevê o presidente da Nokia, Almir Narcizo. Segundo o
executivo, devem ser comercializados 52 milhões de aparelhos esse ano, entre novas linhas e trocas de telefones,
ante 44 milhões em 2007. No ano que vem, contudo, devem ser vendidos novamente, 52 milhões de aparelhos, ou seja,
não haverá crescimento no mercado, em comparação com 2008. Em valores monetários, assim como em volume, também deve
haver estagnação. A projeção é do presidente da Nokia, Almir Narcizo. Mesmo com crescimento zero, o executivo acredita que o resultado é "muito bom" para o País, considerando o impacto
da crise global nesse mercado e o aquecimento das vendas no exercício corrente, que cria uma base alta de
comparação. Para o número de linhas móveis, a expectativa de Narcizo é de alcançarem 148 milhões ao fim de
dezembro. A disparada do dólar frente ao real tem efeito direto nesse mercado, já que cerca de 95% do custo de um celular é
denominado em moeda estrangeira. Além disso, os fabricantes trabalham com estoques pequenos, dependendo de novas
negociações para a compra de componentes em um intervalo de tempo razoavelmente curto. Enquanto os estoques de celulares nas lojas não acabam, avalia Narcizo, os preços devem continuar como estão. O
executivo destaca que, até agora, o câmbio não tem afetado os negócios da Nokia. "Temos uma estrutura financeira e
uma geração de caixa muito forte, o que nos dá bastante vantagem competitiva", afirmou ontem, em coletiva para o
lançamento de seis novos modelos de aparelhos celulares, sendo três deles fabricados localmente. Mas ele reconheceu que saber o rumo do dólar "é uma incógnita" e a maior parte das negociações com o varejo se dá
em novembro - segundo ele, o abastecimento em outubro foi "normal". Narcizo frisou, no entanto, que em momentos de
pico, como o verificado no câmbio, toda a cadeia de telecomunicações se ajusta, sacrifica um pouco suas margens e
demora um tempo a repassar os custos ao consumidor. O executivo conta que começou, em outubro, a conversar com
representantes de operadoras de telecomunicações para tratar justamente de renegociação, de modo a evitar que o
repasse de custos ao consumidor afete as vendas. A fabricação de boa parte de seus produtos, inclusive celulares de terceira geração (3G) na unidade de Manaus - que
recebeu em 2008 aportes de R$ 25 milhões - foi apontada por Narcizo como uma grande vantagem competitiva da Nokia.
Segundo ele, a fábrica - plataforma de exportação para as Américas - foi projetada para exportar entre 20% a 30% de
sua produção. Por ora, tem remetido ao exterior 22% do que é fabricado. Entre janeiro e setembro, as exportações do
braço nacional da Nokia somaram US$ 334 milhões, alta de 93% ante período equivalente de 2007. "O câmbio nesses
patamares nos habilita a ganhar mais com exportações." Apesar das férias coletivas impostas por boa parte da indústria eletroeletrônica no pólo industrial de Manaus,
Narcizo afirmou que a fábrica da Nokia trabalha, no momento, em três turnos, inclusive aos fins de semana.


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ANÁLISE SETORIAL

A crise pode ter o lado bom...
Apesar da crise, algumas empresas brasileiras vêem oportunidades de crescer, indicativo de que a turbulência financeira mundial poderá fazer nascer uma legião de empresas e corporações fortalecidas pela sua competência e visão de gerencialmento estratégico. Num mercado onde a competição chegava a níveis da quase selvageria, hoje com a crise – segundo os especialistas – será a vez de empresas de todos os portes provenientes dos países emergentes, principalmente, do bloco BRIC. Uma das maiores indústrias fornecedoras de ferramentas para o mercado interno aposta na solidez conquistada e manterá expectativa em superar metas.
A Famastil Taurus, de Gramado, anunciou que apesar dos abalos na economia internacional e das incertezas no mercado brasileiro, a empresa continuará mantendo os planos de expansão e metas e superará faturamento de R$ 100 milhões em 2008. A indústria, que é uma das maiores fornecedoras de ferramentas para construção civil no país, vem adotando algumas medidas preventivas para minimizar os impactos de uma eventual desaceleração do mercado e em sua operação.
“Não conseguimos enxergar essa situação da forma como se está anunciando. Não acreditamos em crise e sim em uma desaceleração de um mercado muito aquecido. Não há mudança na estratégia. O que existe é uma readequação de algumas frentes de trabalho”, explica o diretor Comercial, Michel Gasparin. Ele informa que a empresa age em algumas frentes de trabalho, entre elas a potencialização da geração de caixa, cuidado com a inadimplência e garantia das vendas no período. Essas ações garantirão o sucesso dos resultados nesse ano.
Para o executivo, existe uma crise financeira em âmbito internacional e que de fato vai afetar em algum ponto o consumo interno. “Porém, o fato de afetar o consumo, não significa dizer que teremos crise em nosso segmento e sim, provavelmente, uma desaceleração de um segmento que estava superaquecido e até mesmo inflacionado, nos casos dos imóveis”. Ele cita o caso do aumento do aço ocorrido ao longo do ano. Entretanto, segundo ele, nesse momento, as usinas, já começam a reavaliar os repasses ao preço das commodities em função dessa desaceleração. “Então esse
movimento financeiro, também está obrigando o mercado a repensar o posicionamento de preços para o consumidor, que em determinado momento, estava inchado demais”. Mesmo com o cenário apresentado no mercado, os investimentos em melhorias de produtividade e de estrutura foram
todos mantidos, assim como os investimentos em pessoas. “Uma eventual desaceleração, não muda o contexto em longo prazo”, acredita. No mercado de ferramentas, a previsão é de que haja o mesmo reflexo da desaceleração. “O PIB da construção civil que estava estimado em 12% para 2008, pode recuar, mas mesmo assim, fechará o ano com uma das maiores altas dos últimos anos. Para 2009, não será diferente. A demanda por imóveis continuará existindo”, completa.
No mercado, externo, o momento é de expectativa, já que a empresa exporta para mais de 30 países. “Reduzimos o prazo de financiamento dos nossos clientes e estamos procurando equilibrar as dívidas em dólar com os recebíveis em dólar. Alterações mais significativas na estratégia virão ou não, conforme as respostas que o mercado der nos próximos dias”, informa o Gerente de Exportação, Alexandre Moroso. Ele acredita que a médio e longo prazo, com redução de crédito disponível no mercado afetando o setor de construção civil, provavelmente haverá uma redução de consumo. Entretanto, o crescimento da empresa vinha sendo bem embasado em ações concretas e auto-sustentáveis nos últimos quatro anos. “Agora, precisamos esperar um pouco mais para avaliar que impacto nossas exportações sofrerão de verdade. Por hora nada está suspenso, seguem os mesmos planos de crescimento e investimento”, antecipa Moroso.
A alta do dólar confere a empresa uma maior competitividade no mercado internacional. “Garantimos o faturamento de novembro, antecipando os pedidos e oferecendo vantagens para alguns clientes. Ou seja, na semana passada e na anterior, captamos pedidos para novembro com clientes que pagaram antecipadamente. Isso propiciou, além de afastar o risco cambial, um capital de giro imediato para empresa, enquanto as linhas de crédito rotativo e de financiamento às importações e exportações, se acomodem”, explica. O dólar alto também dá incentivo à produção própria e à retomada das vendas para empresas que compram com marca própria itens produzidos pela Famastil. De acordo com Moroso, com o dólar baixo, negócios dessa natureza, migraram em 100% para o mercado asiático. “Na balança comercial da empresa, uma valorização da moeda para algo em torno de R$ 2,00 a R$ 2,10 seria extremamente benéfico”, diz.
A única contrapartida apontada por ele é que em função da crise global, o dólar se valorizou também em outros países, fato que reduz proporcionalmente, à sua valorização o ganho de competitividade. “O certo é que a economia estabilizará em alguns meses e provavelmente as empresas sairão fortalecidas. Quem tiver tomado a medida mais ajustada "nem tanto ao céu", mas muito menos, "nem tanto ao inferno", poderá crescer muito nesse período.

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MERCADO ONLINE

Em 2013, conexões à web móvel serão 7,3 milhões no Brasil
Uma pesquisa realizada pela Pyramid Research, a pedido da Microsoft e da GSM Association, estima que em 2013, haverá 7,3 milhões de computadores com acesso à internet móvel no Brasil e 20 milhões na América Latina.Segundo dados da pesquisa Barômetro Cisco, no primeiro semestre do ano, o Brasil ganhou aproximadamente 700 mil conexões à web via rede móvel. De acordo com Julio Ramos, responsável pela área de soluções móveis da Microsoft na América Latina, a banda larga móvel crescerá quatro vezes mais que o cabo e a conexão ADSL nos próximos cinco anos.O estudo entrevistou 1.257 pessoas no Brasil, 1.000 na Colômbia, 1.002 na Argentina e 1.200 no México. A análise mostra que a América Latina responde atualmente, por 11% do mercado global de PCs e o Brasil ocupa a quinta posição mundial no número de computadores.Entre os entrevistados, 88% dos brasileiros mostraram interesse em comprar um PC com dispositivo de acesso à internet móvel em alta velocidade e 60% deles afirmaram ter muita vontade. No México, 82% dos participantes do
estudo apresentaram interesse, contra 67% dos argentinos. "No Brasil, 66% dos entrevistados que disseram ter interesse em comprar um PC nos próximos 24 meses, mudariam de opção se houvesse uma oferta da operadora que juntasse o computador e o dispositivo de acesso à web", afirmou Ramos.Para o executivo, ofertas bundle, que reúnem computador e modem, é uma opção para popularizar o acesso à banda larga móvel no Brasil, onde o PC com internet móvel foi apontado como o primeiro PC dos entrevistados. "Isso não é comum na América Latina", comenta Ramos. A pesquisa indica ainda, o aumento no interesse por notebooks, que respondem por 50% da preferência dos
entrevistados. Os brasileiros e os mexicanos, ao contrário dos argentinos, preferem computadores com modem embarcado.

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MERCADO DE LUXO

Ourives de Guimarães criam marca para exportar "peças únicas e de luxo"
Vinte e cinco fabricantes de ourivesaria juntaram-se para comercializar a marca Mumadona - Hand Made Jewels, um projeto destinado à exportação e a "clientes de luxo", disse à Lusa um dos fabricantes. "É uma marca de luxo, destinada à exportação e é a última tentativa para superar a crise por que estão passando os fabricantes de ourivesaria", disse à Lusa Abel Castro, um dos 25 ourives de Guimarães que criaram a marca "Mumadona - Hand Made Jewels".Com o mercado alvo, localizado no Brasil, Rússia, Índia e Chile, os fabricantes de jóias associaram-se a empresas privadas nos países para onde vão exportar."São países onde existe um nicho de mercado com muito dinheiro, que
gosta de joalharia de luxo e que compra os produtos, independentemente dos preços", frisou Abel Castro. "Em Portugal o mercado está muito mau e a sensação que temos é que ninguém dá valor ao trabalho que realizamos", disse a mesma fonte.O projeto e as primeiras jóias elaboradas pelos fabricantes de ourivesaria vão ser apresentadas sábado, às 15h30min, na Associação Comercial de Guimarães. Com medidas de segurança reforçadas, entre elas "um forte reforço policial", os designers e os "artesãos de jóias", vão mostrar algumas das peças únicas, manufaturadas para exportação. Para além dos anéis e colares em ouro e prata, os 25 fabricantes de ourivesaria têm já uma nova área de trabalho definida. "O mercado para onde exportamos é um mercado que, para além das jóias ditas tradicionais, adquire artigos de luxo como pratos e marcadores de mesa em ouro e prata", disse Abel Castro.Apostados na "modernidade", os fabricantes aliaram-se a designers de jóias para conceber peças únicas. Entre as peças já elaboradas, há uma que sobressai. Um anel, em prata, com 16 quilos de peso, um metro de diâmetro, com 15 safiras incrustadas, confeccionado em duas fábricas de joalharia em Guimarães e que pretende ficar registrado no Guiness Book como o "maior anel do mundo". "Normalmente, ninguém associa Guimarães a jóias, mas, a verdade, é que no conselho vimaranense, existem dezenas de fabricantes de ourivesaria", referiu o "porta-voz" dos ourives. O
interesse em associar a cidade que é patrimônio mundial à "modernidade de peças únicas e artesanais", pesou na escola do nome da nova marca.A Condessa de Mumadona foi quem mandou construir o Castelo de Guimarães, o local onde terá vivido D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal e o "fundador" do País. "A marca Mumadona - Hand Made Jewels representa o
nascimento de ourivesaria de qualidade extraordinária, luxuosa que, infelizmente, apenas tem mercado em alguns países estrangeiros", finalizou Abel Castro. (Agência Lusa)

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