I-Press.biz Economia & Mercado | Edição 088 | Ano I

Volume de crédito atinge R$ 1,4 trilhão em setembro, 39,1% do PIB
O volume de crédito no Brasil atingiu R$ 1,148 trilhão em setembro, um crescimento de 3,5% em relação a agosto. Nos últimos 12 meses, o volume cresceu 34%, enquanto a alta no ano até setembro é de 22,7%, segundo dados divulgados ontem, pelo Banco Central. Com isso, em setembro, o total de crédito disponibilizado representava 39,1% do PIB - Produto Interno Bruto - em agosto, a relação era de 37,9%. Em agosto, o volume de financiamentos havia crescido 2,3%. Apesar das medidas do governo para diminuir o volume do compulsório (dinheiro que os bancos são obrigados a manter depositados no BC), o total aumentou em setembro, alcançando R$ 272,01 bilhões - era R$ 259,43 bilhões em agosto. As mudanças no compulsório foram definidas para amenizar os efeitos da crise internacional no Brasil, cujo principal reflexo é a diminuição do crédito em circulação. Sobre isso, o presidente do BC, Henrique Meirelles, disse que a circulação de dinheiro já desacelerou em outubro. Como o crédito cresce mais que a economia, ele ganha mais espaço ao ser comparado com a soma das riquezas produzidas no país no mesmo período. A expectativa do BC é que o percentual de crédito termine o ano em 40% em relação ao PIB. Já a taxa de juros para pessoa física ficou em 53,1% ao ano no mês passado, acima da registrada em agosto (52,1%). Para pessoa jurídica, a taxa foi de 28,3% em setembro, a mesma registrada no mês anterior. A taxa geral foi de 40,4% em setembro, em leve alta sobre taxa de 40,1% em agosto. O "spread" (preço do dinheiro cobrado pelos bancos) variou levemente em setembro, fechando em 26,4%, contra 26,2% no mês anterior. Para pessoa física, o aumento do spread foi maior, ficando em 38,6% em setembro contra 37,6% em agosto. Para pessoa jurídica, o spread foi de 14,7% no mês passado (contra 14,9%). A inadimplência registrou leve queda em setembro, passando de 4,2% em agosto para 4%. Para pessoa física, foi de 7,3% no mês passado (era 7,5% no anterior).


Não há banco quebrando no Brasil
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem, que não tem banco quebrando no Brasil. Segundo ele, o sistema financeiro brasileiro é sólido porque é menos alavancado, mais prudente e mais capitalizado do que em outros países. "Mas isso não o isenta de ter problemas de liquidez, por isso o Banco Central está devolvendo os depósitos compulsórios, criando mais alternativas para criar liquidez", disse. O ministro afirmou que uma prova de que não há bancos com problemas é que não há corrida ao redesconto do Banco Central. "Então é porque a situação está tranqüila", declarou. Já o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que não há demanda pelo redesconto. "Não foi feita nenhuma operação de redesconto porque não teve instituição que julgou necessário buscar o Banco Central", afirmou Meirelles. O redesconto é a linha de crédito emergencial que o BC oferece aos
bancos. Por sua vez, Mantega afirmou que as medidas anunciadas ontem, criam mais uma
alternativa para que os bancos busquem liquidez no mercado. "É mais uma opção. Não é obrigatório", afirmou, referindo-se à possibilidade de o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal poderem adquirir participação em instituições financeiras públicas e privadas. Segundo eles, mesmo que essa possibilidade não seja usada, é bom que exista. "O importante é ter o conforto de ter essa alternativa. Todo mundo fica mais tranqüilo." O ministro disse que essas operações serão realizadas dentro das regras de mercado e afirmou que essa permissão, publicada na Medida Provisória 443, não é para socorrer bancos que fizeram uma má gestão. "Não compraremos ativos podres até porque aqui não temos esse problema.", disse Mantega. O ministro ponderou que todas as ações do governo têm sido pautadas por regras transparentes e operações de mercado. "Não vemos nenhum subsídio."
Sem aporte - Mantega afirmou que o governo não pensa em fazer aporte no Banco do Brasil e na
Caixa Econômica Federal, para que essas instituições possam realizar as operações permitidas ontem, pela medida provisória 443. "O BB e a Caixa têm liquidez suficiente para fazer essas operações", afirmou o ministro. Segundo ele, além de poderem adquirir participação em instituições financeiras, os dois bancos também poderão comprar instituições previdenciárias. "Estamos criando a possibilidade de o BB e da Caixa atuarem em vários segmentos", disse o ministro. Segundo ele, o BB e a Caixa poderão comprar a participação acionária dos seus sócios nos fundos de pensão que já possuem ou mesmo comprar de outras empresas. Mantega também rebateu as críticas de que o governo estaria interferindo na gestão do BB, o que teria provocado queda das ações da instituição. "Esse comentário é recorrente e improcedente, basta ver a lucratividade do Banco do Brasil. Ele é nível 2 na Bolsa, o que significa que se submete às regras da Bolsa", disse Mantega. O ministro disse que o
desempenho do BB é "impecável" e que o governo não faz determinações sobre a administração do banco. Mas Mantega afirmou que, como controlador da instituição, o governo exige que o BB aumente o crédito, reduza os juros, buscando ser competitivo no mercado e tenha bons resultados.

Cúpula econômica em 15/11 vai incluir membros do G-20
A Casa Branca vai incluir líderes do Grupo dos 20 (G-20, grupo de países emergentes) em sua reunião de cúpula do dia 15/11 sobre a crise financeira global, informou nessa quarta-feira, um funcionário do governo norte-americano. O encontro, oficialmente chamado de Cúpula sobre Mercados Financeiros e a Economia Mundial, será realizado em local ainda a ser determinado em Washington. Segundo o funcionário da Casa Branca, a reunião, decidida na semana passada pelos países integrantes do Grupo dos Oito (G-8, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo mais a Rússia), será a primeira de uma série de encontros. As sessões do encontro serão usadas para a discussão das causas fundamentais da crise financeira, a revisão dos progressos que já foram conseguidos até o momento, o início do desenvolvimento de princípios de uma reforma para assegurar que outra crise desse tipo não aconteça e a criação de grupos de trabalho para desenvolver recomendações que serão estudadas em cúpulas futuras. (Agência Dow Jones de Washington).

Caixa poderá ter participação em construtoras
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou ontem, que a Medida Provisória 443 permitirá que a Caixa Econômica Federal tenha participação acionária nas empresas do setor de construção civil. Segundo ele, será criada uma "Caixa Participações ("Caixa-Par")", a exemplo do que faz hoje o BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -, por meio da BNDES-Par -BNDES Participações. Segundo Mantega, a BNDES-Par já foi instrumento importante no passado para a consolidação de empresas brasileiras. De acordo com Mantega, a medida de ontem, significa capitalizar as empresas de construção civil para que elas possam dar prosseguimento aos seus empreendimentos. "Será criada uma ''Caixa-Par'', de modo a manter a capitalização dessas empresas", afirmou o ministro. Segundo ele, no ano passado, houve uma capitalização espontânea no setor habitacional, mas, com a crise, pode haver uma interrupção do fluxo de capitalização para essas empresas, o que dificultaria a continuidade de suas atividades. Mantega destacou que o setor é importante para o desempenho da economia e lembrou que, no Brasil, apenas entre 3% e 3,5% do PIB são destinados de financiamento para esse setor, enquanto que, para outros países, esse percentual, chega a 30%. Mantega disse que a medida vai reforçar o setor habitacional para que ele possa manter o desempenho dos últimos dois anos.

Usiminas mantém plano de investimentos de US$ 14,1 bilhões
O vice-presidente de Relações com Investidores da Usiminas, Paulo Penido Marques, disse ontem, que a empresa mantém o plano de crescimento que exigirá investimentos de US$ 14,1 bilhões, apesar da crise internacional. "A empresa pode passar com muita tranqüilidade pela crise", garantiu Marques em reunião com analistas em evento da Apimec - Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais - realizado no dia 21/10. Apesar da tranqüilidade, Marques ressaltou também que "se a crise agravar, temos total flexibilidade de gerenciar o ritmo dos investimentos para manter a qualidade financeira e operacional da empresa". O objetivo, porém, é manter os projetos, ancorados na projeção de demanda firme para aços planos no Brasil nos próximos anos, especialmente por causa de investimentos no setor de petróleo e na indústria naval. Segundo Marques, 50% dos investimentos de US$ 14,1 bi serão realizados com recursos próprios e o restante virão de instituições de fomento, como o BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social - e o banco japonês JBIC, entre outras fontes. Dentre os investimentos previstos pela
siderúrgica, o terminal portuário da empresa no Estado do Rio de Janeiro, deverá entrar em operação em 2012, adiantou Marques. A empresa adquiriu um terreno de 850 mil metros quadrados na Baía de Sepetiba, onde construirá um terminal de embarque portuário. O terminal receberá investimentos de R$ 72 milhões e terá capacidade de embarque de 25 milhões de toneladas de minério e servirá, sobretudo, para o escoamento do minério da mina de Serra Azul, localizada em Minas Gerais. Dívida e captações - A Usiminas fará captações totais de US$ 6 bilhões até 2012, informou Marques. Segundo ele, desse total cerca de US$ 1,5 bilhão serão captados junto ao BNDES. "A empresa tem acesso a mercado para acessar os financiamentos necessários", disse Marques, que acredita que não haverá obstáculo a essas captações, apesar da crise. O vice-presidente de Relações com Investidores da Usiminas detalhou também, o perfil da dívida atual da empresa que, segundo ele, é de US$ 3,1 bilhões, sendo 83% de longo prazo (US$ 2,6 bilhões) e 17% de curto prazo (US$ 529 milhões). Segundo ele, 35% da dívida estão em moeda local e outros 65% em moeda estrangeira. "A dívida tem perfil de vencimento adequado. A posição de caixa é extremamente confortável, o que é muito importante nesse momento de crise internacional", disse. (Agência Estado)

Renault-Nissan faz oferta de compra de 20% da Chrysler, diz jornal
O jornal "The Detroit News" informou nessa quarta-feira, que a Renault-Nissan apresentou uma oferta para a compra de 20% do fabricante americana de automóveis Chrysler - que, no entanto, vem estudando uma fusão com a GM - General Motors. O jornal acrescentou que a oferta está sendo considerada pelo fundo de investimentos Cerberus Capital Management, que possui cerca de 80% do grupo Chrysler. Segundo fontes consultadas pelo jornal, o executivo-chefe da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, enviou nos últimos dias, uma proposta da Cerberus. A Nissan e a Chrysler contam atualmente com acordos de cooperação. A Nissan produzirá um veículo de pequenas dimensões no México, para que a Chrysler o comercialize com seu nome no Brasil. Em troca, a Chrysler produzirá uma picape nos EUA para venda na América do Norte, sob o nome da Nissan. Um dos problemas citados pelo jornal para que a Renault-Nissan e a Cerberus cheguem a um acordo, é o desejo do fundador do fundo de
investimentos, Stephen Feinberg, de que a Chrysler se funda com a GM. Na segunda-feira, o
diário americano "USA Today" informou que a Chrysler e a GM poderiam chegar a um acordo para
uma fusão entre ambas, nas próximas duas semanas ou, antes das eleições presidenciais de 4/11. A empresa surgida da fusão de ambas teria controle de 36% do mercado automobilístico dos EUA. O Cerberus tem feito pressão para que a GMAC, a divisão financeira da GM, faça parte do acordo. A GM, no entanto, tem interesse em conservar sua participação na GMAC. O Congresso aprovou recentemente, um programa de financiamento de US$ 25 bilhões para as três principais empresas automobilísticas americanas, a fim de estimular a produção de veículos mais eficientes no consumo de combustível. (Efe, de Detróit/EUA)

Exxon inicia perfuração em área de pré-sal no País
A petrolífera americana ExxonMobil começou ontem, a perfurar o primeiro poço exploratório no bloco BM-S-22, a única área da região do pré-sal da Bacia de Santos que ainda, não tem descoberta de petróleo ou gás e que não é operada pela Petrobras. A informação foi confirmada pelo advogado da empresa, Richard Aguirre, que realizou palestra ontem, durante o Seminário Internacional do Pré-Sal. A Exxon é a operadora da área com 40% de participação. Outros 40% estão com a americana Amerada Hess e 20% com a Petrobras. O bloco está localizado ao sul do pólo de Tupi, exatamente abaixo do BM-S-9, onde a Petrobras já encontrou os reservatórios do prospecto de Carioca. Na mesma região, além de Carioca, a Petrobras já descobriu Tupi, Iara, Júpiter, Guará, Bem-Te-Vi e Parati. Apenas os dois primeiros tiveram reservas estimadas em até 12 bilhões de barris de petróleo. Não há estimativas de volumes para as outras reservas, o que depende ainda de novas avaliações. Segundo Aguirre, a
companhia prevê a utilização da unidade West Polaris, construída recentemente pela norueguesa Seadrill, que será a responsável pela perfuração dos dois poços previstos no Programa Exploratório Mínimo, no contrato assinado com a ANP - Agência Nacional do Petróleo. A Exxon tem até março para apresentar um plano de avaliação da área - caso seja efetivada uma descoberta na área - sob pena de ter de devolver o bloco à reguladora. Segundo analistas do setor de petróleo, com base em análises sísmicas, é possível prever um reservatório com pelo menos 5 bilhões de barris de óleo equivalente naquela área. O primeiro poço do prospecto, que vem sendo chamado de Ogum, é aguardado com expectativa pelo mercado, porque poderá finalmente, comprovar esse potencial de descobertas na área, identificado por geólogos e especialistas do setor. Atualmente, não há nenhum poço sendo perfurando no pólo de Tupi. A Petrobras está hoje analisando os resultados da perfuração concluída em Júpiter, no BM-S-24. No que diz respeito ao pré-sal, as atenções da companhia estão voltadas para a Bacia do Jequitinhonha, no litoral baiano, considerada uma das novas fronteiras
exploratórias brasileiras. A Petrobras também, está realizando campanha exploratória na área do pré-sal nas águas rasas da Bacia de Santos e também no Parque das Baleias, na Bacia de Campos, litoral do Espírito Santo, onde vem sendo identificados grandes volume no pré-sal. No campo de Jubarte, nessa região, a Petrobras hoje produz cerca de 15 mil barris por dia de óleo abaixo da camada de sal, além dos poços localizados acima do sal.


Produção mundial de aço cai 3,2% em setembro
A produção mundial de aço teve queda de 3,2% em setembro, caindo para 108,4 milhões de toneladas nos 66 países que informam números de produção ao IISI - Instituto Internacional do Ferro e Aço -, na sigla em inglês, que divulgou os dados nessa quarta-feira. "Em setembro de 2008, o total anual da produção global de aço teve nova desaceleração, para 4,7% contra 5,6% um mês antes", informou o instituto, em um comunicado. No Brasil houve um crescimento de 5% no mês passado, enquanto na Rússia o aumento foi de 7%. Já a China sofreu uma queda acentuada na produção, de 9,1%, para 39,6 milhões de toneladas. Na segunda-feira, 20/10, o IBS - Instituto Brasileiro de Siderurgia - nformou que no acumulado desse ano (janeiro a setembro), a produção somou 26,8 milhões de toneladas, 7,3% acima do ano passado. No mês passado, a produção brasileira de aço bruto atingiu 3 milhões de toneladas em setembro desse ano. A produção total de laminados no mês foi de 2,14 milhões de toneladas, representando queda de 0,7%, segundo o IBS, devido à paralisação programada de equipamentos nas usinas de aços planos, segmento no qual a queda foi de 8,2%. Em produtos longos, a produção de 967 mil toneladas representou aumento de 10,3%. Na União Européia, a produção teve um crescimento de pouco menos de 1% e nos EUA, não houve avanço. A produção global nos nove primeiros meses do ano ficou em 1,035 bilhão de toneladas, 4,6% acima do registrado no mesmo período um ano antes. O executivo-chefe da siderúrgica sul-coreana Posco e presidente da IISI, Ku-Taek Lee, disse no início desse mês, que a indústria siderúrgica ainda espera crescimento na demanda por aço em 2009, embora esteja revisando suas previsões. (Reuters)

Suzano Papel e Celulose amarga prejuízo de R$ 293,07 mi no trimestre
A Suzano Papel e Celulose anunciou nessa quarta-feira, prejuízo líquido de R$ 293,07 milhões no terceiro trimestre, ante um lucro de R$ 168,34 milhões, em idêntico período em 2007. A empresa engrossa a lista das "vítimas" da desvalorização brusca do real frente ao dólar no trimestre passado, quando a taxa de câmbio passou de R$ 1,59 para R$ 1,90. A receita líquida totalizou R$ 989,67 milhões, em um avanço de 21,3% sobre os resultados no terceiro trimestre do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) somou R$ 365,33 milhões, número 37% superior aos números contabilizados em 2007, no terceiro trimestre. O grande impacto no balanço da Suzano veio principalmente pelo lado financeiro. No terceiro trimestre do ano passado, as receitas financeiras haviam superado as despesas em R$ 84,06 milhões. Nesse ano, no entanto, o chamado "resultado financeiro líquido" (receitas menos despesas), ficou negativo em R$ 653,51 milhões. "O principal impacto da variação cambial no trimestre se deu no montante total de dívida em moeda estrangeira que, embora sem desembolso de caixa, afetou o lucro líquido e o nível de alavancagem. A companhia registrou prejuízo contábil de R$ 293,1 milhões no período", afirmou a diretoria da Suzano, no balanço. "Caso essa situação cambial permaneça, a Companhia apresentará efeitos positivos em
seu resultado operacional nos próximos meses, na medida em que cerca de 53% de sua receita
denominada em dólares", acrescenta a diretoria da companhia.

Lucro da Natura cresce 25% no terceiro trimestre para R$ 167 milhões
A fabricante de cosméticos Natura informou nessa quarta-feira, seus resultados do terceiro trimestre do ano no Brasil. A empresa registrou lucro líquido de R$ 167,1 milhões, alta de 25% na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a empresa, o desempenho é resultado do plano de ação que prevê um investimento de R$ 400 milhões em marketing e no modelo comercial no período 2008-2010, com objetivo de acelerar o crescimento das vendas com impacto pleno em 2009. A receita bruta da empresa no terceiro trimestre ficou em R$ 1,179 bilhão, alta de 17,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida no Brasil no terceiro trimestre foi de R$ 868,4 milhões, um crescimento de 21,4% sobre o mesmo período do ano anterior. O EBITDA foi de R$ 236,9 milhões com margem de 27,3% comparada à margem de 27,1% no mesmo período de 2007. Segundo o balanço, a empresa termina o terceiro trimestre com R$ 339,9 milhões em caixa, e total de financiamentos de R$519,5 milhões, com prazo médio de 15 meses. No acumulado do ano, a empresa registrou lucro líquido de R$ 437,8 milhões, alta de 17,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

A invasão das marcas próprias
De maio até o final do ano, as gôndolas dos supermercados do Grupo Pão de Açúcar receberão mais de 800 itens da Qualitá, marca de produtos de primeira necessidade, como arroz, feijão, café e ovos. No total, R$ 4 milhões serão investidos no lançamento. Mas por que a maior rede de supermercados do País dá tanto espaço para a Qualitá? Porque ela pertence ao próprio grupo e as marcas próprias são o pedaço que mais cresce no varejo de alimentos. Segundo a Abras - Associação Brasileira de Supermercados -, enquanto as vendas de produtos convencionais cresceram 8,5% em 2007, o faturamento obtido com as marcas próprias saltou 27,2%. A tendência de alta estimulou a Abmapro - Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização - a lançar a primeira certificação nacional para o setor. Com isso, a entidade combate um dos principais empecilhos para a difusão desses produtos: a desconfiança do consumidor diante de um nome desconhecido. Além disso, o controle dessas mercadorias torna-se menos burocrático, pois passarão por um único processo de auditoria. Um dos motivos para a expansão do setor é a melhora na qualidade dos produtos, aliada a preços até 20% menores que o dos concorrentes. Trata-se de um conceito diferente daquele que norteou o Pão
de Açúcar na década de 70, quando se tornou pioneiro nesse tipo de iniciativa. Na época, o
diferencial de preço em relação aos concorrentes era garantido, mas a qualidade dos produtos não. Por isso, o Pão de Açúcar está investindo no fortalecimento de suas marcas próprias. Aos poucos, a linha Qualitá substituirá os produtos que levam os nomes de cada uma das bandeiras do grupo: Extra, Compre Bem, Sendas, etc. A Qualitá conviverá com a Taeq, criada em 2006 e que conta hoje com um portifólio de mais de 1.100 itens, voltados para o conceito de qualidade de vida. As vendas da Taeq crescem a taxas de 15% ao mês. A idéia é dar identidade aos produtos, sem deixá-los apenas com o nome da rede. Os produtos próprios também ganham espaço no Carrefour. A rede francesa escolheu Brasil, Colômbia e Argentina, para lançar a marca Jardim & Deco, no início de outubro. Para mercadorias de alto giro, a empresa manterá o nome Carrefour estampado nos rótulos, com exceção da linha têxtil, de perfumaria e de móveis.

Vita Derm chega à Europa com loja em Londres
A indústria de cosméticos Vita Derm inaugurou sua primeira loja em Londres, em parceria com o distribuidor Brazilian Trade Link. A loja tem 150 metros quadrados, demandou um investimento de £100 mil e está localizada no bairro de Chelsea, ao lado da loja de departamentos Harrods. O local abrigará também, o Centro Técnico Vita Derm, com o mesmo conceito de franquia Day Clinic, já desenvolvido no Brasil, onde é possível realizar tratamentos capilares e orientar profissionais da área para que atendam os clientes finais.

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SERVIÇO :: Especial Folha Online

Entenda o tremor na economia
O que era uma onda de calotes no mercado imobiliário dos EUA, transformou-se em uma crise nos mercados de ações, de crédito e de câmbio do planeta - e os efeitos já começam a chegar ao comércio, aos empregos e ao cotidiano de todos. As próximas páginas procuram trazer à linguagem comum as origens da crise, a dinâmica do mundo financeiro e os desafios a serem enfrentados pelo Brasil. Leia a seguir dez explicações que ajudam a entender a atual crise:

1 - Como um momento de euforia econômica se transforma em pânico financeiro? Crises especulativas como a atual - documentadas desde o século 17, com dimensões variadas - são sempre gestadas em momentos de juros baixos e crédito farto, comuns em fases de prosperidade. E a economia mundial vivia o melhor momento desde a década de 70. O acesso mais fácil ao dinheiro reduz a noção geral de risco. Tanto profissionais do mercado, quanto cidadãos comuns tornam-se mais propensos a investimentos ousados, em busca de lucros mais altos e rápidos. Nesse cenário, surgem as 'bolhas': um tipo de investimento - sejam ações, moedas, imóveis, empréstimos ou, em tempos mais remotos, canais, ferrovias e até tulipas - se torna uma mania e se valoriza muito além das reais possibilidades de retorno. Cria-se um círculo vicioso: quanto mais gente entra no mercado, mais ele se valoriza; quanto mais se valoriza, mais gente entra. No caso atual, a bolha foi criada no mercado imobiliário americano, antes de se disseminar por outros mercados e países. Casas e apartamentos, com preços em alta, serviam de garantia para financiamentos imobiliários que ajudavam a elevar os preços. A espiral culminou em financiamentos de altíssimo risco para clientes sem capacidade de pagamento. Os participantes do mercado sabem que a festa não vai durar para sempre. Paradoxalmente, isso estimula a corrida à especulação: os investidores querem aproveitar a oportunidade antes do estouro da bolha. Como se sabe que a situação é insustentável, o primeiro sinal - quebra de banco, disparada de uma moeda, moratória - causa pânico geral, e todos querem fugir ao mesmo tempo e multiplicam as perdas. Decisões individuais racionais, portanto, podem levar a
comportamentos coletivos irracionais.

2 - Se as autoridades culpam os especuladores, por que a especulação não é coibida? Os especuladores, tratados no coletivo e no anonimato, são bodes expiatórios convenientes quando as crises explodem. Evoca-se a antipatia dedicada aos gananciosos que desejam enriquecer sem produzir, deixando em segundo plano os questionamentos à política econômica ou à atuação dos órgãos reguladores. Propostas para restringir a especulação são antigas e periodicamente lembradas. A mais famosa, do economista americano James Tobin, é a de criar um imposto sobre todas as transações financeiras, uma espécie de CPMF global, para tornar mais lentos e mais caros os movimentos do mercado. Nas palavras de seu idealizador, jogar 'um pouco de areia' nas engrenagens do sistema. Passadas as crises, no entanto, as ameaças e limites impostos aos especuladores são
esquecidos ou contornados. Em parte porque o setor financeiro é influente no mundo das idéias e da política, mas, principalmente, porque a especulação é um dos motores da economia de mercado. Os especuladores - aqueles unicamente interessados em comprar e vender com lucro - viabilizam e expandem os mercados de ações, de moedas e de títulos. Se não fosse a especulação, só compraria ações, por exemplo, uma meia dúzia de fato, interessada em se tornar sócia de uma empresa. A riqueza financeira se distancia cada vez mais dos valores que enxergamos diariamente. Em 1980, o volume de dinheiro aplicado no mercado financeiro era 20% superior à riqueza produzida no mundo. Em 2006, mais de 200%. O Produto Interno Bruto global, no período, quase quintuplicou, de US$ 10 trilhões para US$ 48 trilhões. Mais espantoso foi o salto do volume de dinheiro aplicado nos bancos, em títulos e ações, que foi de US$ 12 trilhões para US$ 167 trilhões. Mais dinheiro no mercado
significa mais possibilidades de investimento e crescimento - e mais riscos também.

3 - Por que os bancos quebram? Por que são socorridos? Uma pessoa ou uma empresa quebrada é a que não consegue pagar suas dívidas. Um banco quebrado é o que emprestou dinheiro a quem não conseguiu pagar as dívidas, como mutuários do subprime americano. O papel do sistema financeiro é intermediar o encontro entre os que desejam poupar e os que desejam investir. Sua tarefa é selecionar pessoas e empresas mais aptas a progredir e a conseguir pagar com juros, o dinheiro recebido. Os menos aptos pagam juros maiores para compensar o risco. Nos financiamentos imobiliários tradicionais, o banco empresta recursos da poupança. Para os mutuários sem emprego, sem documentos e sem garantias dos EUA, a operação foi muito mais sofisticada. Os empréstimos serviram de base para títulos que proporcionavam, a seus compradores, os superjuros cobrados nos financiamentos imobiliários. De pequeno valor unitário e livremente negociáveis, títulos permitem que os credores se tornem múltiplos e anônimos. Os títulos, por sua vez, serviram de base para derivativos, ou seja, contratos em que as partes perdem ou ganham a partir da variação de um ativo financeiro, muito semelhante a uma aposta num cassino. A sofisticação não removeu o obstáculo mais prosaico e previsível: os pobres-coitados, que habitam a economia real, não puderam mais pagar as dívidas. Administradores de poupança pública, os bancos podem provocar perdas generalizadas ao
quebrar. E, quanto maior o erro, maior a chance de socorro por governos que querem evitar ou
atenuar uma onda de falências e desemprego.

4 - De onde os bancos centrais tiram dinheiro para injetar nos bancos? Os bancos centrais, mesmo os que estão formalmente subordinados a governos, como o brasileiro, têm poder de decisão para movimentar diariamente enormes quantias, necessárias para a execução da política monetária, ou seja, de controle do volume de dinheiro e crédito na economia. Dos seus super poderes, o mais usual e importante são as operações de mercado aberto, em que se negociam títulos com bancos. Quando querem elevar a oferta de moeda e reduzir juros, os bancos centrais compram títulos - como fizeram na semana passada os seis principais BCs do mundo. Quando se deseja um aperto monetário, como o BC brasileiro vem fazendo para conter a inflação, vendem-se títulos, e há menos dinheiro na praça. Os juros dessas operações servem de base para as demais operações da economia e, por isso, são chamados de "taxa básica". Para regular a oferta de crédito, os bancos centrais recolhem parte dos depósitos em contas correntes e aplicações financeiras. Nos últimos dias, o BC brasileiro liberou mais de R$ 100 bilhões desse recolhimento compulsório, para tentar conter queda do volume de empréstimos e financiamentos. Por fim, os bancos centrais têm o papel de atender, a seu critério, bancos que não conseguem obter no mercado recursos para operações diárias. Por maiores que sejam esses empréstimos à base de emissão de moeda, só resolvem problemas momentâneos de liquidez. Se o banco tem problemas patrimoniais, ou seja, se o dinheiro dos devedores for insuficiente para saldar
compromissos, seus donos têm de entrar com mais capital. Se não têm dinheiro, a solução do momento é achar um sócio - o governo, ou, mais exatamente, dinheiro dos contribuintes.

5 - Se as ações não estão diretamente envolvidas na crise, por que as Bolsas desabam? Quem compra ações se torna sócio de uma empresa e, portanto, espera lucros com a expectativa de crescimento futuro da economia. Se as expectativas para os próximos meses e anos se tornam sombrias, os investidores se desfazem das ações, e o movimento de venda em massa derruba os preços. Ainda, que a maior parte dos participantes do mercado não queira relações duradouras com as empresas, mas apenas comprar e vender com vantagem suas participações, a valorização das ações depende das perspectivas para a empresa em particular e para o mercado em geral. Ações de empresas diretamente envolvidas na crise, como as de bancos que se aventuraram no crédito arriscado ou nos derivativos a ele atrelados, tendem a cair mais, mas as demais tampouco estão a salvo. Os mercados financeiros são interligados em todo o mundo. Um investidor que teve prejuízo com derivativos no Japão, por exemplo, pode ser obrigado a vender ações no Brasil para cobrir as perdas. Ações são o que se chama de investimento de renda variável. Diferentemente de quem aplica na poupança ou em um CDB, os compradores de ações não sabem quanto, nem quando vão ganhar. Sabem apenas que pretendem ganhar mais do que oferecem as opções conservadoras de renda fixa. Não por acaso, há uma sucessão frenética de compras e vendas nas Bolsas, o que faz o índice geral das ações alternar, altas e baixas, em questão de minutos. O mercado brasileiro, com grande presença de capital estrangeiro e concentrado nas ações de poucas empresas grandes, como a Petrobras e a Vale do Rio Doce, tende a ser ainda mais volátil - ou seja, apresentar percentuais mais elevados de alta ou de baixa - do que a média das Bolsas de Valores do mundo. Emoções à parte quando se observa o comportamento do mercado em períodos mais longos, medidos em décadas, a tendência geral é sempre de alta - porque, afinal, também assim funciona, aos trancos e barrancos, o capitalismo.

6 - Por que o governo não consegue controlar a cotação do dólar? O câmbio é o preço mais importante da economia, mais ainda em países, como o Brasil, cujas moedas não são aceitas como pagamento de importações ou pagamento de dívidas com o exterior. O preço do dólar afeta o comércio, a inflação, as contas do governo, o crescimento econômico e a popularidade dos governantes. Ainda assim, o governo passou os últimos anos tentando, sem sucesso, segurar a valorização do real - e as últimas semanas tentando, também inutilmente, deter a disparada do dólar. Devido a essa incapacidade, proclama-se oficialmente, desde 1999, que o câmbio é livre no Brasil. Não é difícil entender: o mercado de câmbio é o maior dos mercados financeiros, com movimento diário de US$ 3 trilhões a US$ 4 trilhões, que podem ir de um extremo a outro do planeta em alguns segundos. Mesmo as nada desprezíveis reservas de US$ 200 bilhões, acumuladas pelo Banco Central, poderiam virar farelo se o governo tentasse, como no passado, administrar sua taxa de câmbio em um cenário de livre fluxo de capitais. Para manter o câmbio, o governo precisa atender aos movimentos de compra e venda do mercado: se falta dólar, precisa vender suas reservas para ampliar a oferta e evitar uma disparada das cotações; se sobra, compra o excesso para manter o preço estável. Nos últimos meses de câmbio administrado, o país precisava paralisar sua economia com juros de 40% ao ano na tentativa de atrair os dólares necessários. Mas esse não é um caso de incompetência nacional. Os EUA e o Japão adotaram o câmbio flutuante na década de 70, e a Europa, nos 90. Onde houve liberdade, o fluxo de capitais derrubou o sistema de cotações que havia sido acertado entre os países na conferência de Bretton Woods, em 1944 - a última iniciativa de controle das finanças globais, sempre lembrada em tempos de crise e esquecida logo depois.

7 - O que acontece em uma recessão? Uma recessão começa quando investidores acreditam que a hora não é boa para investir e consumidores, crêem que a hora não é boa para consumir. E, na tentativa de protegerem sua riqueza, todos empobrecem. O desalento não é um mero estado de espírito. Empresas e famílias afetadas pela crise perderam efetivamente, condições de investir e consumir, como os donos de ações e imóveis que perderam valor. Não se trata de um caso em que uns perdem e outros ganham, num jogo de soma zero: essa riqueza simplesmente desapareceu. Quando não se confia no futuro, o medo toma o lugar da ganância. Evita-se emprestar dinheiro e procura-se poupar para dias difíceis. Mas, com a retração de investimento e consumo, empresas vendem menos; com a queda nos lucros, há mais demissões; com menos renda, as famílias cortam o consumo, e o ciclo recomeça. Tecnicamente, os economistas consideram que há uma recessão quando o PIB - Produto Interno Bruto - cai por dois ou três trimestres consecutivos. Quando se imagina uma queda profunda e prolongada do PIB, fala-se, mais dramaticamente, em depressão - mas, após a década de 30, nenhum período da história econômica mundial chegou a merecer o termo. Recessões mundiais são raras: na história recente, não há casos de anos em que o PIB global tenha terminado menor do que começou. Em 1982, em meio à crise da onda de calotes do Terceiro Mundo, a economia mundial cresceu 0,9%, e desde então não houve resultado pior. No Brasil, a pior recessão ocorreu em 1990, quando o Plano Collor confiscou depósitos bancários e o PIB caiu 4,4%.

8 - Por que o Brasil tende a crescer menos? Depois de dois anos seguidos de expansão econômica na casa dos 5%, o governo já decretava que fazia parte do passado a comparação entre o crescimento brasileiro e um vôo de galinha. Agora, a galinha está prestes a pousar mais uma vez. Não há, até o momento, previsões de recessão, mas é consensual que os percentuais de crescimento serão mais modestos em 2009. Andar mais devagar não é tão ruim quanto andar para trás, mas os efeitos econômicos e políticos são da mesma natureza. O Brasil já sofre com a retração mundial do crédito. Boa parte do dinheiro emprestado aqui dentro é obtida lá fora. Com recessão nos EUA e na Europa, encolhe o mercado para as exportações brasileiras, que também cairão de preço. Multinacionais tendem a cancelar ou adiar planos de expansão no país. Outra ameaça é a recente disparada do dólar, que não se sabe onde ou quando vai parar. Se o dólar se mantiver alto, importações ficarão mais caras e a inflação tenderá a subir. Nesse caso, o Banco Central, na contramão do resto do mundo, poderá optar por subir ainda mais os juros e conter o consumo, o investimento, o crescimento e os preços.

9 - Por que as empresas brasileiras que nada têm a ver com as origens da crise, tiveram
prejuízos milionários?
Empresas entram no mercado de derivativos para se protegerem de perdas, enquanto os especuladores assumem os riscos para ganhar. Sadia, Aracruz e Votorantim - entre muitas outras, teme-se - acabaram participando de uma tentativa de fazer as duas coisas. Embora o
nome cause estranheza, derivativos fazem parte do cotidiano de quem faz, por exemplo, o seguro de um automóvel. O dono do carro não quer sair mais rico do negócio; quer simplesmente uma operação que, se for preciso, renderá dinheiro suficiente para cobrir possíveis prejuízos de sua atividade de motorista. É o que se chama de hedge. Na outra ponta da operação, está um especulador apostando que o carro não será batido nem roubado, a seguradora. Se a aposta estiver correta, ela ficará com o prêmio pago pelo dono do carro. Os demais derivativos podem ser mais complexos, mas seguem os mesmos princípios. Empresas exportadoras, com receita em dólar, buscam se proteger de uma desvalorização vendendo a moeda americana no mercado futuro, por uma cotação considerada razoável. Se o dólar mudar de patamar, a perda em receita será compensada pelo derivativo. Como o dólar caía sem parar, os bancos passaram a oferecer às empresas, operações que prometiam ganhos superiores ao necessário para cobrir riscos de perdas. O que era hedge virou especulação. E dava lucro, até a crise provocar uma alta inesperada do dólar - que, se não for revertida, poderá revelar mais empresas no jogo e perdas maiores.

10 - Quais são as opções do governo brasileiro para lidar com os efeitos da crise? A primeira reação do governo tem sido tentar evitar ou atenuar a secura de crédito, cuja expansão foi um dos motores da economia brasileira nos últimos anos, embora retórica oficial prefira dar mérito ao PAC. Mas, como aconteceu em todas as crises recentes, o país pode ser obrigado a escolher entre crescimento e inflação - sacrificar o primeiro para evitar a segunda ou, na alternativa menos conservadora, tentar acelerar um, correndo o risco de impulsionar a outra. No primeiro caso, a receita é conhecida: os juros são mantidos ou até elevados, e o mesmo é feito com a meta de superávit primário (a parcela da arrecadação tributária destinada ao abatimento da dívida pública). As medidas reduzem o consumo público e privado, esfriam a economia e ajudam a impedir que a alta do dólar, se transforme em aumento da inflação. Esse era o cenário traçado antes do agravamento da crise, quando as atenções do governo se voltavam para a rápida piora da balança comercial, efeito colateral do consumo em alta. O projeto de Orçamento de 2009 já contempla a possibilidade de aumentar superávit primário. Mas a perspectiva de contração econômica, acima do esperado, levou setores menos ortodoxos da equipe econômica a falar, até aqui no anonimato, em medidas pró-crescimento, de mais gastos públicos, menos impostos e menos juros. É o que os economistas chamam de política
anticíclica: quando a economia vai bem, o governo faz mais economia; quando vai mal, se gasta. No caso brasileiro, já não há mais tempo para a primeira parte do plano.

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MERCADO de Ações & Futuros
(Informações: Dow Jones, Bovespa e Reuters)

Ibovespa cai 10% e volta ao nível de setembro de 2006
Em mais uma sessão de forte pessimismo com a perspectiva para a economia global, o Ibovespa,
principal índice da Bolsa brasileira, fechou em baixa de 10,18%, aos 35.069,73 pontos. Esse é o menor nível do índice desde 25 de setembro de 2006 (quando encerrou aos 34.972,74 pontos). Quando o Ibovespa atingiu queda de 10%, às 17h18min, a Bolsa voltou a acionar o circuit breaker. Foi a quarta sessão esse mês e a quinta esse ano, em que o mecanismo precisou ser utilizado. Por ocorrer na última hora de pregão, a Bovespa prorrogou o horário do fechamento para as 18h18min, a fim de garantir um período final de 30 minutos corridos, como exige o regulamento da Bolsa. Durante a jornada, as operações locais seguiram a direção dada pelos mercados globais, após nova rodada de resultados corporativos fracos, enfatizar os riscos do potencial desaquecimento mundial para vários setores.

- O dia de ontem foi todo de queda: na máxima, o Ibovespa alcançou 39.043 pontos, estável. Na
mínima, recuou 10,28%, aos 35.028 pontos. O volume financeiro totalizou R$ 4,428 bilhões. No
mês, o declínio alcança 29,21% e no ano, 45,11%.

Com o acionamento do circuit breaker ontem, em número desse tipo de ocorrência, o ano de 2008 já superou o de 1998, quando em meio à crise da Rússia, o mecanismo foi utilizado nos dias 21 de agosto e 4, 10 (quando foi acionado duas vezes) e 17 de setembro. Além de ontem, a Bovespa também acionou o circuit breaker esse ano, em 29 de setembro, 6 (quando também foi acionado uma segunda vez, quando as perdas superaram 15%), 10 e 15 de outubro.

Análise - "O mercado repetiu o 'padrão' de comportamento diante do medo de recessão mundial.
E como o Ibovespa tem muitos papéis de empresas relacionadas a commodities (matérias-primas,
que sofrem em períodos de desaquecimento econômico), acaba caindo mais do que os índices no
exterior", resumiu Alexandre Horstmann, diretor de gestão da Meta Asset Management. "Como bom psicótico-maníaco-depressivo, em um dia a queda é por causa da apreensão de colapso financeiro; no outro, medo do lado real da economia", comparou o profissional. Ontem, foi esse segundo temor o que prevaleceu na direção dos negócios. E não foi gratuito. No setor bancário, as ações refletiram o receio gerado com as medidas, apesar de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reforçar que não tem banco quebrando no Brasil e que o sistema financeiro brasileiro, é sólido. Segundo ele, a MP divulgada ontem, busca criar um conjunto de alternativas para viabilizar uma solução para os problemas de liquidez, que atingem especialmente, os bancos de pequeno e médio portes.

- Os preços das commodities também desabaram ontem, nos mercados futuros internacionais. Fundos voltaram a liquidar posições de compra nos mercados de energia, metais e produtos agrícolas, colocando o principal índice de commodities, o CRB, no nível mais baixo em quase cinco anos.

- As brasileiras Petrobras e Vale, sentiram a forte baixa nos preços das matérias-primas. As ações PN da Petrobras caíram 7,20% e as ON recuaram 7,91%. No caso da Vale, as PNA declinaram 8,68% e as ON desvalorizaram-se 5,69%.

- Outras ações com participação importante no Ibovespa, as siderúrgicas, também sofreram diante da perspectiva de retração do consumo global. Usiminas PNA cedeu 12,90%, CSN ON perdeu 12,24% e Gerdau PN caiu 10,40%.

Bancos - O mercado doméstico ainda foi contaminado por uma onda de rumores relacionada a bancos brasileiros, após o anúncio de uma medida provisória que autoriza o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a constituírem subsidiária, e a adquirirem participação, e até o controle, de instituições financeiras sediadas no Brasil. "A MP permitiu a leitura de que existem instituições fragilizadas e que precisam de socorro imediato, piorando o sentimento para o setor financeiro, que ainda especula sobre perdas consideráveis em derivativos cambiais", observou Paulo Rebuzzi, operador de bolsa na corretora Ativa S.A. Apesar das declarações, Bradesco PN caiu 11,50%, Itaú PN cedeu 12,14%, Banco do Brasil ON perdeu 15,37% e Unibanco Unit desvalorizou-se 13,50%. Entre os papéis que não fazem parte do índice, Daycoval PN caiu 8,84%, Banco Pine PN, 12,96% e Sofisa PN, 4,62%, entre outras baixas. As maiores quedas no Ibovespa foram registradas por TIM Participações S.A. ON (-21,92%), Gafisa ON (-20,04%) e ALL Unit (-19,76%). Nenhuma das 66 ações do índice encerrou em
território positivo.


Bolsa de NY tem queda forte e volta ao nível de 2003
O mercado norte-americano de ações fechou em queda forte, com o índice Dow Jones registrando
sua sétima maior baixa em pontos de todos os tempos; o S&P-500 fechou no nível mais baixo desde 21 de abril de 2003 e o Nasdaq ficou no nível mais baixo, desde 25 de junho de 2003. Os informes de resultados das empresas, e os indicadores econômicos recentes, convenceram os investidores de que a melhora das condições no mercado de crédito, veio tarde demais para evitar uma recessão global.

- O índice Dow Jones fechou em queda de 514,45 pontos, ou 5,69%, em 8.519,21 pontos. A mínima foi em 8.335,30 pontos e a máxima em 9.027,84 pontos.

- O Nasdaq fechou em queda de 80,93 pontos, ou 4,77%, em 1.615,75 pontos, com mínima em 1.587,22 pontos e máxima em 1.678,71 pontos.

- O S&P-500 caiu 58,27 pontos, ou 6,10%, para fechar em 896,78 pontos, com mínima em 875,81
pontos e máxima em 951,67 pontos.

Análise - "Isso é pior do que 1987. É pior por causa do tempo que está levando. Há mais volatilidade, num período de tempo maior até que possamos dizer que atingimos o fundo do poço", comentou o estrategista de opções Michael Schwartz, da Oppenheimer.

- As ações dos setores de mineração e energia estavam entre as que mais caíram, depois de a mineradora australiana BHP Billiton prever queda na receita, por causa da redução da demanda chinesa por metais e em reação à nova queda dos preços do petróleo; os ADRs (recibos de ações negociados nos EUA) da BHP caíram 13,52%; as ações da mineradora norte-americana Freeport McMoRan Copper & Gold recuaram 17,78% e as da Alcoa perderam 13,42%. As da ExxonMobil caíram 9,69% e as da Chevron recuaram 7,57%.

- No setor financeiro, as ações do banco Wachovia caíram 6,24%, em reação a seu informe de resultados do terceiro trimestre (prejuízo de US$ 23,7 bilhões); as do Wells Fargo, que está adquirindo o Wachovia, recuaram 4,11%. No setor de tecnologia, as ações da fabricante de cartões de memória SanDisk caíram 31,64%, depois de a sul-coreana Samsung desistir de sua aquisição. Entre as ações de empresas que divulgaram resultados, outros destaques foram: Boeing (-7,52%), McDonald's (-1,72%), Merck (-6,54%), AT&T (-7,58%), Yahoo! (+2,73%) e Apple (+5,88%).

Bolsas da Europa caem com recessão no Reino Unido
As principais bolsas européias terminaram em baixa, pressionadas pela declaração feita ontem pelo presidente do BoE - Banco da Inglaterra -, Mervyn King, de que "parece que agora é provável que a economia do Reino Unido entre em uma recessão". Como resultado, a libra despencou ante o dólar e o receio sobre a diminuição do crescimento mundial se tornou exacerbado.

- O índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, caiu 188,84 pontos, ou 4,46%, para 4.040,89 pontos.
- Em Frankfurt, o índice DAX registrou declínio de 213,34 pontos, ou 4,46%, para 4.571,07 pontos.
- O índice CAC-40, da Bolsa de Paris, fechou em baixa de 177,22 pontos, ou 5,10%, a 3.298,18 pontos.
- Em Madri, o índice IBEX-35 terminou em queda de 799,70 pontos, ou 8,16%, para 8.995,30 pontos.

Análise - Kenneth Broux, economista do Lloyds TSB, disse que o discurso de King foi "psicologicamente muito importante", confirmando o que a maioria das pessoas já esperava. Broux estima que o banco central britânico deve realizar um novo corte de 50 pontos-base na taxa básica de juros em novembro, e acrescentou que "com a tração para baixo das taxas de empréstimo interbancário em Londres (Libor), podemos ver os bancos emprestarem novamente". Os temores a respeito das economias européias estavam evidentes em diversos balanços divulgados pelo setor varejista. O diretor-executivo do grupo varejista Home Retail Group, Terry Duddy, afirmou que, caso as atuais condições continuem durante os próximos meses, quando ocorre um pico no comércio, os lucros nesse ano, podem ficar próximos da ponta mais baixa das previsões. As ações da Home Retail Group terminaram em alta de 1,4%.

Bolsas asiáticas seguem Wall Street e fecham em baixa
Os mercados da Ásia tiveram um dia de pânico. Todos fecharam no território negativo, no encalço do mau desempenho de Wall Street. Os investidores estão cada vez mais preocupados com os efeitos da recessão nos EUA.

- A Bolsa de Tóquio registrou forte queda, depois que uma súbita desvalorização do euro provocou a venda de ações das empresas exportadoras. Além disso, as preocupações com a redução dos lucros prejudicaram particularmente, os papéis do bancos. O índice Nikkei 225 perdeu 631,56 pontos, ou 6,8%, aos 8.674,69 pontos.
- Na Bolsa de Hong Kong, os fracos ganhos das empresas no terceiro trimestre e preocupações dos investidores de que muitas companhias podem estar expostas às enormes perdas no mercado cambial, levaram o índice Hang Seng à perda de 5,2%, fechando aos 14.266,60 pontos, o mais baixo nível em três anos.
- As Bolsas da China apresentaram o pior resultado em quase dois anos, influenciadas ainda, pelas preocupações sobre os resultados das empresas no terceiro trimestre. O índice Xangai Composto caiu 3,2% e encerrou aos 1.895,82 pontos, o pior fechamento desde 6 de novembro de 2006. Já o Shenzhen Composto perdeu 1,6% e terminou aos 510,66 pontos. Yuan - A nova valorização do dólar sobre o euro, levou o yuan apresentar nova desvalorização em relação à unidade norte-americana. No mercado de balcão, às 4h30min (horário de Brasília), o dólar estava cotado em 6,8385 yuans, de 6,8337 yuans do fechamento de terça-feira.

- Em sessão com fraco volume de negociações, a Bolsa de Taipé, em Taiwan, fechou em queda
influenciada também, pelas perdas nos demais mercados regionais. O índice Taiwan Weighted
caiu 1,6% e encerrou aos 4.862,59 pontos, o pior fechamento em 64 meses.
- Na Coréia do Sul, a Bolsa de Seul teve o pior fechamento em mais de três anos, o índice
Kospi encerrou em queda de 5,1%, aos 1.134,59 pontos, a menor pontuação desde 6 de setembro
de 2005.
- Na Bolsa de Manila, nas Filipinas, o índice PSE Composto recuou 1,1% e encerrou aos
2.093,01 pontos, com moderado volume de negociações.
- A volatilidade nos mercados externos levou a Bolsa de Sydney, na Austrália, a registrar
uma forte baixa, devolvendo a maioria dos ganhos obtidos no pregão anterior. O índice
S&P/ASX 200 perdeu 3,4% e terminou aos 4.156,1 pontos.
- O índice composto da Bolsa de Jacarta tombou 4,2% e fechou aos 1.379,74 pontos.
- Na Bolsa de Cingapura, o índice Strait Times desvalorizou 5,4% e fechou aos 1.816,97
pontos.
- Na Tailândia, o índice SET da Bolsa de Bangcoc perdeu 3,1% e fechou aos 463,75 pontos, na
esteira dos demais mercados asiáticos. O índice composto de cem blue chips da Bolsa de Kuala
Lumpur, na Malásia, caiu 1,5% e fechou aos 904,28, com pressões de vendas motivadas pelo
enfraquecimento dos demais mercados regionais.


Fundos têm saques de R$ 13,99 bilhões neste mês
Os fundos de investimentos brasileiros registram saques líquidos (saldo entre aplicações e resgates) de R$ 13,99 bilhões em outubro, até o dia 20, segundo os dados mais recentes do site financeiro Fortuna. As maiores contribuições para esse resultado negativo, vêm das saídas dos multimercados (R$ 10,55 bilhões, o que representa 4,03% do patrimônio que possuíam no último dia de setembro) e dos fundos de renda fixa (R$ 8,59 bilhões, ou 5,16% do patrimônio). Os números de curto prazo estão sujeitos a alteração, já que pode haver atraso dos gestores na comunicação das informações à base de dados. Os fundos de ações registram resgates da ordem de R$ 565 milhões (0,88% do patrimônio), enquanto os referenciados DI têm saques de R$ 444,1 milhões (0,25% do patrimônio). Já nos referenciados cambiais a saída é de R$ 56,2 milhões (7,79% do patrimônio). As aplicações de R$ 8,82 bilhões realizadas nesse mês, nos fundos do poder público (direcionados especificamente para entidades vinculadas à União, aos Estados e aos municípios), são o que ajuda a amenizar o resultado negativo da indústria de fundos. Só no último dia 20, saiu dos fundos um total de R$ 2,12 bilhões.
Rentabilidade - Os fundos de ações e os cambiais seguem em pontas opostas no quesito rentabilidade. Enquanto os primeiros amargam prejuízo de 19,72% nesse mês, os outros ganham 11,10%. Os fundos DI rendem 0,59% em outubro, até dia 20, enquanto os de renda fixa apresentam retorno de 0,49%. Os multimercados estão com a rentabilidade negativa em 0,78%.

Fundo dos EUA amplia fatia na Gafisa para 18,7%
Antes que o governo brasileiro anunciasse medidas para injetar recursos no setor imobiliário, o fundo norte-americano Equity Internacional, dos investidores Sam Zell e Gary Garrabrant, aproveitou para adquirir 3,3 milhões de ADRs (ações brasileiras negociadas na Bolsa de Nova York) da construtora Gafisa - o equivalente a 5% da empresa. Com a operação - que movimentou cerca de US$ 50 milhões, segundo estimativa de analistas -, o fundo aumentou sua participação na empresa para 18,7%. O anúncio foi feito pela companhia ontem, mas a Gafisa não sabe precisar quando foram realizadas as operações. "Como a gente tem liquidez muito grande e um volume alto de venda de ações diário, pode ter sido muito rápido, questão de dias", afirma o diretor de relações com investidores da empresa, Wilson Amaral. Na opinião do executivo, obviamente, a crise financeira acelerou a decisão do fundo de aumentar o investimento na Gafisa, por ter provocado a baixa no valor das ações. "Quem está antenado sabe que o valor da ação está muito longe de expressar o valor real da empresa", diz o
executivo, ressaltando que, nos EUA, o papel, que já foi negociado a US$ 50, nos últimos dias vinha sendo vendido a cerca de US$ 15. Mas, segundo Amaral, isso não significa movimento especulativo, já que o fundo tem perfil de investimento de longo prazo e mantém dois assentos no conselho da companhia. "Estamos com o fundo há três anos na empresa. Essa compra é uma demonstração importante de um fundo que conhece profundamente o Brasil, o setor e a empresa. Isso demonstra que confia na gente." Analistas do mercado financeiro concordam com a interpretação do executivo. "Significa que investidores estrangeiros ainda estão vendo o mercado brasileiro como atrativo, principalmente as líderes de mercado, como Gafisa e Cyrela", afirma Jayme Alves, analista da corretora Spinelli. Ontem, as ações da Gafisa tiveram valorização de 7,41%.

Ações caem e Vale ganha R$ 3,3 bilhões com recompra
O programa de recompra de ações anunciado nesse mês, pela Vale, pode retirar de circulação um montante de papéis equivalente a 53,6% do que foi ofertado pela companhia em julho. A recompra inclui até 5,5% das ações ordinárias (com direito a voto) e 8,5% das preferenciais (sem direito a voto), o que soma um total de 239,1 milhões de ações, enquanto a oferta global totalizou a emissão de 445,9 milhões de papéis. O grande volume da recompra é explicado pela forte queda registrada pelos papéis nos últimos três meses, em meio à crise financeira internacional e à percepção de que um novo reajuste de minério de ferro em 2009, parece cada vez mais inviável. Quando a companhia emitiu as ações em julho, a operação movimentou R$ 19,4 bilhões. Agora, com a queda dos preços, a Vale gastará R$ 6,7 bilhões para comprar 53% desses papéis - ao preço da oferta, eles custariam cerca de R$ 10 bilhões. Apesar de ser um sinal de que a mineradora tem confiança no futuro dos negócios e pretende mostrar que o preço das suas ações está baixo, o programa de recompra chamou a atenção do mercado, porque consumirá parte dos recursos captados na oferta global. Na ocasião, a empresa havia anunciado que destinaria esses recursos para investimentos orgânicos ou eventuais aquisições. "A Vale está gastando parte da oferta global para um objetivo diferente do que tinha programado, o que é ruim do ponto de vista de governança corporativa", informou a Banif Corretora. Segundo a instituição, os investidores prefeririam que a companhia aplicasse esse dinheiro em investimentos para aumento de capacidade, e não nos próprios papéis. "A decisão é controversa e poderá causar uma reação negativa por parte de alguns investidores", informou um analista, que não quis ser identificado. Uma das explicações para a mudança de planos é a recente restrição ao crédito em todo o mundo, que afastou a chance de aquisições por parte da mineradora, mesmo com a oferta de ativos mais
baratos. "Agora que o mercado secou, a Vale resolveu repensar os investimentos em compras",
disse o analista da Corretora Geração Futuro, Carlos Kochenborger. Mesmo com caixa elevado, a companhia precisaria obter financiamentos adicionais para fazer aquisições de outras mineradoras de grande porte. Segundo ele, já que a empresa não vai partir para as compras, não é vantajoso manter todos esses recursos no caixa, enquanto as ações estão em queda. "Dentro do cenário atual, que é negativo, a iniciativa é boa", disse. Xstrata - Essa semana, voltaram a circular rumores de que a Vale estaria estudando uma oferta pela anglo-suíça Xstrata, que já foi alvo de uma tentativa de compra esse ano. A Vale, porém, negou a informação. No início do ano, a Vale se propôs a pagar mais de US$ 80 bilhões pela Xstrata. Hoje, o valor da empresa está em cerca de US$ 20 bilhões.

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MERCADO FINANCEIRO

Bancos públicos poderão adquirir privados
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem, que a Medida Provisória 443, que permite aos bancos estatais adquirirem ações e até o controle de instituições financeiras privadas, foi tomada diante dos problemas de liquidez no sistema financeiro brasileiro. Segundo ele, a medida cria uma alternativa para as instituições que hoje enfrentam problemas de liquidez, que poderão alienar parte de suas ações ou até o controle acionário para instituições financeiras públicas, o que era até então vedado, mas que era permitido para o setor privado. O ministro explicou que a nova possibilidade é favorável às instituições que estão com problema de liquidez, porque elas ganham uma alternativa para sanar esse problema. O ministro destacou que a medida também, favorece a concorrência no sistema financeiro entre os potenciais compradores e, com isso, pode melhorar o preço a ser recebido pelas instituições em dificuldade. Afinal, novos investidores passam a participar desse mercado.
Mantega destacou que o governo tem atuado para resolver o problema de liquidez no sistema e
lembrou que o Banco Central já liberou o compulsório para resolver esse problema, tanto liberando diretamente os recursos quanto vinculando essa liberação à venda de carteiras de crédito.


Banco Wachovia anuncia prejuízo líquido de US$ 23,9 bilhões
O banco norte-americano Wachovia saiu de lucro no terceiro trimestre de 2007, para prejuízo líquido em igual período desse ano, prejudicado por baixas contábeis de US$ 18,8 bilhões e outros encargos no valor de US$ 8,71 bilhões, referentes ao aumento das reservas de crédito, à turbulência no mercado financeiro, a custos de recompras de títulos com rendimento definido em leilão e ao apoio a fundos expostos ao Lehman Brothers e a entidades ligadas ao governo. A instituição financeira informou que obteve prejuízo líquido disponível para acionistas de US$ 23,9 bilhões (US$ 11,18 por ação), no terceiro trimestre desse ano. Excluindo dividendos, o prejuízo líquido foi de US$ 23,7 bilhões, ou US$ 11,09 por ação. No terceiro trimestre do ano passado, o Wachovia havia registrado lucro líquido de US$ 1,62 bilhão (US$ 0,85 por ação). A receita caiu 23% nessa base de comparação, atingindo US$ 5,77 bilhões. As provisões para perdas com crédito dispararam 1.525%, de US$ 408 milhões no terceiro trimestre de 2007, para US$ 6,63 bilhões em igual período desse ano. Frente ao
registrado no segundo trimestre, o aumento foi de 19%. Os depósitos totais decresceram 6,5% no curso do trimestre. "Embora esse tenha sido um trimestre desafiador, as operações principais do Wachovia continuam sólidas e nossa franquia segue excepcionalmente atraente", disse o executivo-chefe do grupo, Robert K. Steel. Na realidade, os resultados mostram o quão difíceis tornaram-se as condições do Wachovia, que justificaram apoio, pelas autoridades norte-americanas, à compra das operações bancárias do grupo pelo Citigroup. Essas autoridades chegaram à conclusão de que um possível colapso do banco representaria uma ameaça para o já frágil sistema financeiro dos EUA. Mas a transação com o Citi não foi adiante, porque o Wells Fargo apresentou uma oferta muito maior por todo o Wachovia, avaliada em US$ 15,1 bilhões, e que não exigia a ajuda governamental. O diretor financeiro do Wells Fargo, Howard Atkins, disse que "as baixas contábeis de ativos, o aumento das
reservas e outros itens (do balanço divulgado ontem), estão consistentes com nossos pressupostos de compra". As baixas contábeis, segundo o Wells Fargo, "não terão impacto sobre o capital tangível ou nosso planejado aumento de capital". Os problemas atuais do Wachovia hoje advêm em larga medida da aquisição do Golden West Financial, há dois anos, por US$ 25,5 bilhões. A decisão lançou o banco nos mercados de hipotecas a taxas ajustáveis perto do pico do boom imobiliário. ( Agência Dow Jones)


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AGRONEGÓCIOS

CNA avalia impacto da crise financeira no plantio da safra 2008/09
A CNA - Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil - se reúne hoje em Brasília, para discutir os reflexos da crise financeira internacional para o plantio da safra 2008/09 de grãos, que já está sendo cultivada. Participarão da reunião, que acontece entre 10 horas e 18 horas, representantes das Federações de Agricultura dos Estados produtores de grãos. O presidente da Comissão, José Mário Schreiner, concederá entrevista coletiva às 14h30min. A CNA aponta queda de pelo menos 5% na produção de grãos no ano que vem, cenário que é resultado da falta de financiamento para plantio das lavouras. "O quadro é preocupante. Há produtores que estão plantando sem adubo e terão de torcer por um clima bastante favorável", afirma, em nota, Schreiner. Segundo levantamento inicial, 20% dos produtores não compraram insumos para o plantio. Com as restrições de acesso ao crédito para plantar e a alta do dólar, aumentam as dificuldades para custear a safra, pois vários insumos são atrelados à moeda norte-americana. "Eles não podem deixar de plantar, mas se utilizarem o mesmo tamanho de área com menos adubo e tecnologia, é certo que a produção cairá", explica Schreiner. Além desses fatores, o presidente da Comissão da CNA acrescenta o fato de que o clima poderá causar um impacto de pelo menos 3% sobre as lavouras, o que afeta principalmente, as culturas exportáveis, como milho e soja, além de produtos bastante consumidos internamente, como arroz e feijão. Outra preocupação é a demora do governo em liberar os recursos anunciados recentemente, para assegurar o plantio. "A agricultura tem um cronograma a ser cumprido. Se o plantio não ocorrer na hora certa, teremos mais um agravante", justifica.

NovAmérica estuda novas parcerias estratégicas
O grupo NovAmérica, líder em açúcar no varejo com a marca União, deverá fazer parcerias
estratégicas para expandir seus negócios no setor sucroalcooleiro. A companhia estabeleceu, há cerca de 2 anos, sua meta de crescimento dentro do setor de agroenergia. Desde então, foram tomadas iniciativas para materializar esse compromisso, ligadas à expansão das unidades existentes, aquisições e parcerias de negócio, segundo comunicado da empresa. Segundo a empresa, a possibilidade de alianças com outras empresas nessas áreas de negócios, continua sendo avaliada pela companhia, como forma de sustentação do seu ritmo de crescimento. No mercado, há notícias de que havia interesse por parte da multinacional Bunge e da gigante Cosan, para formalizar parcerias. As duas empresas negam que estejam em negociação com o grupo. “As parcerias fazem parte de nosso processo de reestruturação”, disse Melchíades Terciotti, diretor do grupo. Com três usinas em operação e uma nova fábrica em construção no Estado de Mato Grosso do Sul, o grupo possui centros de distribuição em vários Estados brasileiros. Na safra 2007/08, o faturamento do grupo ficou em torno de R$ 1,5 bilhão.

Gessulli Agribusiness participa da EuroTier para divulgar a AveSui Regiões 2009
Para realizar um evento de qualidade, eficiente e útil para a avicultura e suinocultura brasileira, a organização da AveSui Regiões 2009 já está promovendo uma intensa mobilização para reunir um público qualificado e disposto a estabelecer novas parcerias, de modo a contribuir para o desenvolvimento desses referidos mercados. A feira será realizada entre os dias 27 e 29 de abril, no Expo Center Norte, em São Paulo. Uma das ações para cumprir com esse objetivo, será a participação na EuroTier 2008, uma das maiores exposições voltadas aos profissionais de produção e criação animal do mundo. O evento, promovido pela DLG - Sociedade Alemã da Agricultura -, será realizado entre os dias 11 a 14 de novembro, em Hanover, Alemanha. Na ocasião, a Gessulli Agribusiness estará presente com um stande para apresentar ao público da EuroTier, as atrações da feira e as potencialidades e oportunidades dos mercados avícola e suinícola nacional. A EuroTier 2008 será realizada em um espaço de 170 mil metros quadrados, contará com cerca de 1800 empresas expositoras e deverá receber mais de 120 mil visitantes, funcionando, portanto, como uma verdadeira plataforma
internacional de intercâmbio entre a Europa, Oriente Médio e Ásia. Inclusive, o número de expositores e o espaço para exibição já são cerca de 10% maiores em relação às últimas edições. O evento contará com a presença de empresas líderes nos segmentos de equipamentos, maquinaria e diversos produtos voltados para a produção animal. Inclusive, várias inovações serão demonstradas durante a EuroTier 2008, como tecnologias de controle climático, bioenergia, soluções voltadas para a saúde e nutrição animal, dentre outros. O stande da Gessulli Agribusiness, organizadora da AveSui Regiões 2008, estará localizado no Hall 11 Stand 11E51 - Pavilhão de Avicultura. A empresa terá um imenso prazer em receber os visitantes que comparecerem à EuroTier para trocar informações e apresentar tudo o que a AveSui irá oferecer para os expositores e visitantes. Se você passar pela EuroTier, visite o stand da Gessulli Agribusiness. Sobre a AveSui Regiões 2009 – Criada para fomentar os setores de aves e suínos, o evento deverá reunir em torno de 200 empresas de genética, nutrição animal, produtos veterinários, equipamentos para granjas, transporte, embalagens, soluções ambientais, equipamentos para plantas processadoras de carnes e ovos e de diversos outros serviços e tecnologias. A AveSui Regiões 2009 abrigará exposição de empresas do Brasil e do exterior, e a realização de painéis técnicos e de conjuntura, ligados às cadeias produtivas de aves e suínos. A
expectativa dos organizadores é receber mais de 15 mil visitantes de todas as regiões do Brasil. Mais informações sobre a AveSui pelo telefone (11) 2118-3133, pelo e-mail
gessulli@gessulli.com.br ou pelo site www.avesui.com.br.

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COMÉRCIO EXTERIOR

Valor dos contratos de exportação pode cair até 20%
Em meio à turbulência nos mercados, importadores devem pressionar seus fornecedores para baixar o valor dos contratos de exportação. No caso das carnes, a estimativa é de que haja margem de até 20% para recuo nos preços, segundo Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria. "Saímos de um câmbio de R$ 1,60 para R$ 2,10, ou seja, 31% de alta. Considerando-se o aumento das taxas de juros, poderíamos dizer que o setor exportador no Brasil, conseguiria suportar uma negociação de preço de até 20%", complementa o especialista. O Frigorífico Minerva, um dos maiores exportadores de carne do Brasil, afirmou por meio de nota, que ainda não houve nenhuma renegociação de contratos e nenhum movimento atípico em relação às exportações. "Não tivemos, nem se espera suspensão alguma de produção, visto cenário atual. O Minerva continua muito bem posicionado, ganhando market share em ambos os mercados, interno e externo", garante Ronald Aitken, superintendente de Relações com Investidores do grupo.
Rússia
O MLA - Meat and Livestock Austrália - divulgou essa semana, que os embarques de carne bovina australiana para a Rússia recuaram de 17,28 mil toneladas (equivalente carcaça), em maio desse ano, para 4,46 mil toneladas em setembro. De acordo com a entidade, a retração dos embarques está ligada ao fortalecimento do dólar australiano, à desvalorização do rublo (moeda russa), frente ao dólar, à competição com a carne da América do Sul e, agora, à crise de crédito. Segundo o alerta do MLA muitos importadores russos afirmam que não conseguem crédito para cumprir contratos já firmados, quanto mais para negociar novos pedidos. Para Rosa, da Scot, além da crise de crédito, é também preciso considerar que os importadores russos têm fama de serem duros na negociação e, essa turbulência pode também estar sendo usada para revisar o valor desses contratos. "O mercado já imaginava que isso iria acontecer", diz Rosa. Para ele, seria favorável ao Brasil, nesse momento, renegociar essas vendas, se for necessário. Isso porque nesse momento, é natural o menor ritmo de embarques para a Rússia, uma vez que o inverno traz dificuldades logísticas, com o congelamento das vias de escoamento marítimas. "Mas, ainda assim, se for confirmada a falta de crédito aos
importadores mundiais, e as exportações do Brasil, reduzirem, há alento no mercado interno, que consome 75% de toda produção de carne", afirma Rosa.

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MATÉRIAL ESPECIAL

Galleas propõe unificar fundos para evitar liquidação
No próximo dia 28/10, Marcos Elias, gestor dos fundos Galleas, da asset independente EM Galleas, vai encarar a difícil missão de convencer centenas de cotistas tensos e preocupados com a queda das bolsas, a manterem seus investimentos na casa por, pelo menos, mais 270 dias, depois que a gestora decidiu pelo congelamento de suas duas carteiras. A proposta que será levada para a assembléia, foi fechada ontem, em uma reunião entre o gestor, distribuidoras do fundo e alguns grandes cotistas. Elias detalhou que a proposta consiste em transformar o Galleas Partners e o Galleas 90, com prazo de resgate de 30 e 90 dias, respectivamente, em uma única carteira que ficaria aberta para captação, porém, fechada para resgates. Segundo o gestor, esse novo fundo, que seria constituído em poucos dias, após a aprovação, teria 180 dias para se reorganizar. Decorrido os seis meses, o cotista poderia
pedir o resgate após 90 dias. Em última instância os cotistas podem decidir pela liquidação do fundo, conforme a legislação vigente. Nesse caso, os investidores receberiam o proporcional em ações e caixa. O gestor, no entanto, acredita que a proposta de unificar e alongar o prazo da carteira, será bem recebida. "Foi o que sentimos da reunião de ontem."

Reuniões
O gestor conta que desde a decisão de fechar o fundo na semana passada para aplicações e resgates, duas reuniões com cotistas e distribuidoras foram realizadas. A primeira, um café da manhã na quarta-feira da semana passada, com cerca de 200 participantes, foi marcada pela tensão. "Os cotistas estavam muito nervosos e mal me deixaram falar", descreveu. Ele tentou justificar a decisão de congelar as carteiras, dizendo que se permanecessem abertas poderiam sofrer pesados resgates, caso a bolsa continuasse caindo 10% por dia, em mais dois ou três dias, mas os cotistas sequer ouviram suas explicações. "Todos falavam ao mesmo tempo". No encontro de ontem, porém, a situação descrita por Elias foi de maior tranqüilidade, tanto que a principal proposta conseguiu ser elaborada. O Galleas é o segundo caso de congelamento desde que a crise global se intensificou e provocou perdas expressivas das ações cotadas em bolsa. O primeiro foi o GWI Fundo de Investimentos e Ações e o GWI Classic. A perda de valor generalizada nos mercados tem feito com que investidores peçam resgates de suas aplicações, comprometendo o patrimônio das carteiras, uma vez que para liquidar a operação, muitas vezes, é preciso vender parte das ações.Patrimônio e rentabilidadeO Galleas Partners, constituído em outubro de 2006, e o Galleas 90, em maio desse ano, já chegaram a contabilizar juntos, patrimônio próximo de R$ 180 milhões, conforme o gestor. A forte queda dos papéis que compõem as carteiras e os resgates que ocorreram ao longo do ano, reduziram o patrimônio para R$ 73 milhões. Marcos Elias disse que foram cerca de R$ 54 milhões referentes a desvalorização dos papéis e o restante em resgates.Outros R$ 4,2 milhões em saques foram pedidos pouco antes do congelamento das carteiras. O pagamento desse valor também, será discutido na assembléia dos cotistas. O gestor disse que tem caixa que excede esse montante, o que significa que tem condições de atender ao volume de resgate.O Galleas Partners acumula rentabilidade positiva de 43,37% desde sua criação, contra 4,48% do Ibovespa e 26,12% do CDI, no mesmo período. As duas carteiras são semelhantes e investem em empresas micro e small caps, papéis de baixa liquidez.

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LOGÍSTICA & Infraestrutura

Infraero assina contrato para obras no Galeão, no Rio
A Infraero - Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária - informou ontem, ter assinado na terça-feira, contrato para início das obras para conclusão do Terminal de Passageiros 2 do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim - Galeão, no Rio de Janeiro. O contrato assinado com a construtora Paulo Octávio, tem valor de R$ 63 milhões. Segundo a Infraero, os investimentos previstos até 2010 para o aeroporto, são da ordem de R$ 600 milhões. De acordo com a assessoria da estatal, serão feitas obras de construção civil, elétrica e hidráulica em um espaço de 63 mil metros quadrados, dando continuidade a outras obras que já estão em andamento, como reforma de banheiros, polimento de pisos e troca de coberturas. A Infraero afirmou ainda, que já estão em andamento obras de melhorias emergenciais no antigo Terminal de Passageiros 1, que inclui a revitalização de todas as
pontes de embarque. Essas obras devem ser aproveitadas na modernização pela qual o terminal
passará após a conclusão do Terminal de Passageiros 2.

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MERCADO DE TI & Telecomunicações

Lucro da AT&T cresce 5,5% no terceiro trimestre
O lucro da companhia telefônica americana AT&T teve um crescimento de 5,5% no terceiro trimestre, mas ficou abaixo do esperado pelos analistas. Os resultados foram afetados por fatores como o subsídio no preço do iPhone. A AT&T lucrou US$ 3,23 bilhões (US$ 0,55 por ação) entre julho e setembro desse ano, contra US$ 3,06 bilhões (US$ 0,50 por ação), um ano antes. Excluídos custos extraordinários, o ganho por ação foi de US$ 0,67 por ação - esse resultado, no entanto, sofreu uma perda de US$ 0,10 por ação, devido aos subsídios para a compra dos 2,4 milhões de iPhones vendidos pela empresa, e de US$ 0,02 devido a estragos causados em suas redes pelos furacões que atingiram o sul do país nesse ano. A expectativa dos analistas, no entanto, era de um lucro por ação de US$ 0,71. A receita da empresa cresceu 4%, chegando a US$ 31,3 bilhões no período, contra US$ 30,1 bilhões um ano antes - dado que ficou em linha com o previsto pelos analistas. A AT&T considera que o subsídio para impulsionar as vendas do iPhone representa um investimento, uma vez que os usuários do aparelho forma um grupo com potencial grande para o uso de serviços de transmissão de dados
e pagam 60% a mais, em tarifas de serviços que os usuários de outros tipos de telefone celular. A empresa registrou ainda, 2 milhões de novos assinantes de serviços com tecnologia "wireless" (sem fio), em linha com as expectativas dos analistas.

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ANÁLISE SETORIAL

Construção civil pede plano contra desaceleração
A Abramat - Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção - entregou ontem, a cinco ministros do governo Lula, pedido de redução imediata do IPI para todos os tipos de material de construção. O pedido acompanha um estudo da Fundação Getulio Vargas que mensura o efeito da desoneração na economia. A previsão é que a retirada do IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados - reduza em 0,3263% o custo do material de construção no varejo, o que representaria a renúncia fiscal de R$ 902 milhões. O setor afirma que essa perda inicial seria compensada com a arrecadação futura gerada por um maior ritmo da economia. Segundo Melvyn Fox, presidente da Abramat, o governo adotou medida menos ampla em 2006, quando cortou o IPI de 41 itens básicos de construção. Essa medida, associada à expansão do crédito, provocou um ciclo de expansão da cadeia da construção, cujo crescimento até agora, foi o dobro do PIB. "O setor ainda conta com um tempo para suportar esse momento de esfriamento da economia. Os projetos que estão em andamento não vão parar, continuarão a demandar produtos. Mas a redução do IPI pode ser uma medida de impacto, que irá gerar efeitos no médio prazo, quando a redução dos lançamentos que começa a ser anunciada agora pode atingir a indústria", disse Melvyn.

Construtoras vêem ritmo 40% menor em 2009
O socorro de até R$ 4 bilhões do governo para a construção civil - anunciado no início da semana e previsto para ser detalhado somente hoje durante encontro nacional de empresários no Maranhão - é uma tentativa de evitar que o crescimento de um dos motores da economia no último ano, caia quase pela metade em 2009. Apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sustentarem publicamente que a crise internacional terá um impacto marginal no Brasil, a equipe econômica já se convenceu de que é preciso mais do que discurso para manter o ânimo empresarial. O foco das novas medidas será o setor imobiliário, que representa cerca de 45% da indústria da construção civil. A idéia do governo é assegurar linhas de crédito baratas para capital de giro, para permitir que empreendimentos já engatilhados, possam ser transferidos a terceiros que queiram levá-los adiante. Esses recursos também, podem possibilitar a fusão entre empresas e a
compra de recebíveis (créditos) imobiliários das construtoras que investiram o capital próprio nos empreendimentos. Nas últimas semanas, os empresários da construção mostraram ao governo que, em vez de crescimento próximo aos 8,8% esperado para esse ano, em 2009, no melhor dos cenários, será possível se aproximar dos 5% de 2007, uma queda de mais de 40%. Fuga de recursos "Ninguém estava dando muita bola para a crise, imaginando que ela passaria ao largo da economia real no Brasil. Mas com a fuga de recursos e a falta de crédito, as empresas caíram na realidade e começaram a pensar no futuro", afirma Paulo Safady Simão, presidente da CBIC -Câmara Brasileira da Indústria da Construção. A interlocutora inicial do setor foi a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que foi informada da suspensão e da redução de empreendimentos por parte de construtoras. Segundo a Folha apurou, há justificativas de todos os tipos. Para algumas empresas que investiram todo o seu capital na compra de terrenos e no lançamento de obras nos últimos anos, faltam recursos para levar adiante os projetos previstos para 2009 e que garantiriam um ciclo de mais três anos de crescimento
pela frente. Para outras, até há capital, mas, como não se sabe a extensão da crise atual, o impacto que ele terá na demanda por imóveis e no custo de produção, as empresas optaram por não se
descapitalizarem, prevendo que em 2009, o cenário vai mudar. "As empresas estavam indo bem. Mas o país vai ter redução de crescimento em 2009. Os empresários esperam uma retração e vão adiar empreendimentos. Muitos não querem colocar a mão no bolso por medo de a crise ser muito prolongada", diz Simão. Indefinições Segundo ele, são tantas as indefinições atuais no mercado que é difícil prever quanto o setor poderá crescer. "O que imaginamos é que os R$ 3 bilhões, que pedimos - e que podem chegar a R$ 4 bilhões - serão suficientes para não frear bruscamente o crescimento do
setor", afirma Simão. Ele explica que a previsão era iniciar em 2009, um novo ciclo de investimentos na construção e que as empresas se prepararam para isso. O primeiro, iniciado em 2006/2007, já está contratado e garantirá crescimento da construção em 2009. "Não vamos mais crescer o que imaginávamos em 2009 e não sabemos a profundidade da crise atual. Por isso, a necessidade de assegurar recursos."

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MERCADO ONLINE

Amazon.com corta previsão de lucro para o 4º trimestre
A Amazon.com reduziu sua perspectiva para as vendas de 2008 e anunciou um aumento de 48% no
lucro líquido no terceiro trimestre, em meio à continuada popularidade de seu serviço com frete grátis. A gigante do setor de varejo online informou que registrou um lucro líquido de US$ 118 milhões (US$ 0,27 por ação), no terceiro trimestre, de um lucro de US$ 80 milhões (US$ 0,19 por ação), registrado em igual período do ano passado. O mais recente resultado trimestral incluiu um benefício de US$ 15 milhões relacionado ao câmbio. As vendas líquidas cresceram 31% para US$ 4,26 bilhões no terceiro trimestre. Em julho, a companhia projetava um crescimento de 29% a 36% nas vendas líquidas, para um intervalo entre US$ 4,2 bilhões e US$ 4,43 bilhões. Os analistas entrevistados pela Thomson Reuters estavam esperando um lucro de US$ 0,25 por ação, sobre uma receita de US$ 4,27 bilhões. A margem bruta, que é um ponto de preocupação dos analistas, ficou estável em 23,4%. Embora a linha de produtos sempre em expansão da companhia, preços mais baixos e frete grátis, tenham ajudado a Amazon a ganhar participação de mercado em relação às outras companhias de varejo online e e-commerce, os analistas estão preocupados com que esses ganhos estejam sendo obtidos às custas de uma margem bruta menor. Apesar do resultado positivo do terceiro trimestre, a Amazon reduziu sua previsão de vendas para 2008 para US$ 18,46 bilhões a US$ 19,46 bilhões, ou à taxa de
crescimento de 24% a 31% sobre 2007. A companhia havia elevado sua perspectiva em julho, para um crescimento de 30% a 35%, com vendas entre US$ 19,35 bilhões e US$ 20,1 bilhões. A companhia espera um crescimento de 6% a 23% nas vendas do quarto trimestre, para US$ 6 bilhões a US$ 7 bilhões, enquanto Wall Street estimava um crescimento de 24% para US$ 7,05 bilhões. (Agência Dow Jones, Nova Iorque)

Web cresce 45% e se destaca no bolo publicitário
O Projeto Inter-Meios divulgou mais um cenário otimista para o mercado publicitário. De janeiro a agosto, os veículos de comunicação faturaram R$ 13,3 bilhões com investimento publicitário, o que representa crescimento de 15,46%, em relação ao mesmo período do ano passado. A internet foi o meio que mais cresceu em relação a 2007, com 45%, seguida pela TV por assinatura, com 28,5%. O rádio teve desempenho acima da média, com crescimento de 23,3%, pouco mais do que o cinema, cujo aumento foi de 21,3%. As revistas cresceram 19,4% e os jornais, 16,4% em relação a 2007. A TV aberta faturou R$ 7,8 bilhões e teve crescimento de 14%, seguida pelo segmento de mídia exterior, que melhorou seu desempenho em 4,9%, O meio Guia e Listas perdeu 11,6% em relação ao mesmo período de 2007.

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MERCADO DE LUXO

Especialistas prevêem retração no mercado de luxo no Brasil
Os importadores ainda não anunciaram revisões em seus planos, mas especialistas já prevêem uma retração no consumo de bens de luxo no País, segmento que ganhou força nos últimos anos. Com o dólar ultrapassando os R$ 2,20, o sonho de adquirir um Cooper Mini, da BMW, ou uma geladeira de aço escovado KitchenAid - alguns dos lançamentos anunciados esse ano - se torna mais distante para uma parcela da população que vinha sendo beneficiada pela oferta de crédito e pelo real forte. "O mercado de luxo é o primeiro a sentir os efeitos de uma crise", diz o consultor de marketing André D'Ângelo, especializado no segmento. "Quem tem dinheiro para pagar à vista, vai continuar comprando, mas aquele que pensava em parcelar, certamente sairá do mercado", completa a professora do MBA em marketing do Ibmec-Rio, Cristina Bacellar. Os dois concordam, porém, que a intensidade do ritmo de retração nesse mercado, ainda depende dos desdobramentos da crise.Mas já existem sinais de desaceleração: dados da Secex - Secretaria de Comércio Exterior - apontam que, embora a média diária de importações de veículos em outubro tenha crescido 38% com relação ao mesmo período do ano anterior, na comparação com o mês passado houve queda de 5,1%. Revendedores de eletrodomésticos de luxo também já acusam queda nas vendas esse mês.A BMW informou, por meio de sua assessoria que mantém os planos de importação do Mini, que deve começar a chegar ao Brasil oficialmente, a partir de abril - hoje o carro é trazido ao País apenas por importadores independentes. A empresa não fala em preços, mas na Argentina, o carro é vendido pelo equivalente a US$ 45,9 mil. Na época do anúncio das importações oficiais, no início de agosto, esse valor correspondia a R$ 72,4 mil. Hoje, chega a R$ 100 mil. A Whirpool, dona da marca KitchenAid, não quis comentar os possíveis efeitos da crise sobre as vendas dos produtos da linha, que tem refrigeradores de R$ 14,9 mil e pia com lava-louças de R$ 17,9 mil, dentre outros, todos importados dos EUA e da Europa. Em entrevista ao Estado publicada ontem, porém, o presidente da companhia, José Drumond Jr, admitiu a possibilidade de promover reajustes em suas tabelas a partir do mês que vem, por conta da alta do dólar. Para D'Ângelo, no entanto, os produtos de luxo mais vulneráveis à crise são vestuário e acessórios, aqueles na faixa de R$ 2 mil a R$ 3 mil. "Os mais caros muitas vezes mantém patamares mais estáveis, porque têm como público alvo aqueles que têm mais dinheiro", diz.
Mesmo assim, ele acredita que revisões de planos de importações em todas as categorias de
produtos nos próximos meses, são necessárias.

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EXPEDIENTE

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Colaborador: Nilton Santolin / www.niltonsanolin.com.br

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