I-Press.biz Economia & Mercado | Edição 087 | Ano I

BC age corretamente na crise, mas Fazenda não, diz professor da FGV
O Banco Central brasileiro tomou as atitudes adequadas para lidar com a crise financeira global, mas não foi acompanhado pelo Ministério da Fazenda, analisou ontem Marcio Holland, professor da Escola de Economia da FGV - Fundação Getulio Vargas. Segundo ele, o mercado ficou inseguro com a demora em que o governo federal, em especial o Ministério da Fazenda, admitiu que a crise teria reflexos fortes no país, o que contribuiu para que a volatilidade nos mercados acionário e cambial fossem mais fortes aqui do que no exterior. "O BC não tem muito mais o que fazer além das medidas que já vem adotando. Já a Fazenda, deveria ter aproveitado o momento de bonança que tivemos para reduzir o gasto público com reformas estruturais, o que não dá para fazer em um momento de crise", explicou o professor após debate sobre o tema em São Paulo. "Há uma demora muito grande em admitir a gravidade da crise. Primeiro o Brasil não seria atingido. Depois o Brasil seria atingido, mas pouco. E
agora o Brasil será atingido, e quem sabe se saia melhor que os outros países", disse. "O mercado vê insegurança [nessa atitude]. Talvez uma segurança maior não teria trazido uma volatilidade tão grande. Por sua vez o BC agiu rapidamente." Apesar das críticas, Holland acredita que o mercado acionário brasileiro não terá um tombo como a dos americanos na crise de 1929 - quando os ativos negociados chegaram a cair mais de 80% na comparação com o pico da época. "Há margem para cair mais, se pegarmos as margens históricas. Mas esperamos que seja mais razoável porque, em 1929, a crise foi no mercado acionário, e agora é no mercado financeiro", explicou. Em compensação, o professor lembra que as crises financeiras são tradicionalmente mais longas do que as acionárias.
Juros - Segundo o economista-chefe do Citigroup no Brasil e ex-diretor do BC, Marcelo Muinhos, o BC não deverá elevar a taxa de juros básica na próxima reunião do Copom - Comitê de Política Monetária -, que ocorrerá na próxima semana. A taxa Selic está em 13,75% anuais. "Acredito que na semana que vem vão manter os juros, para ver como o mercado está reagindo à falta de crédito, e talvez suba um pouco de novo na próxima reunião", disse Muinhos. Para ele, "fica meio contraditório" o BC subir os juros diante da atual conjuntura de falta de crédito e das recentes liberações, que a própria autoridade monetária fez no depósito compulsório. O economista ainda previu que os EUA terão uma seqüência de quatro trimestres com quedas no PIB - Produto Interno Bruto - a partir do terceiro trimestre desse ano, por causa da crise financeira. Com isso, o banco projeta que o PIB americano terá alta de 0,2% em 2008, e queda de 0,2%, em 2009. Para o Brasil, a aposta é de fechar o ano com alta de 5,2% em 2008 e de 3%, em 2009.


Reservas caíram US$ 1,2 bilhão apenas na segunda-feira, com ações do BC
As reservas internacionais caíram US$ 1,218 bilhão na segunda-feira, dia 20/10, informou ontem o Banco Central. Com a redução, o montante total passou de US$ 202,441 bilhões para US$ 201,223 bilhões no conceito de liquidez internacional. A queda reflete a atuação da autoridade monetária no mercado de câmbio na quinta-feira da semana passada, 16/10, quando o BC vendeu US$ 1 bilhão em leilão com compromisso de recompra futura, prevista para 20 de abril de 2009, e também vendeu dólares sem compromisso de recompra aos bancos. De 18/9 - o dia em que as reservas atingiram o maior valor histórico, de US$ 208,698 bilhões - até segunda-feira, as reservas já caíram US$ 7,475 bilhões, cifra que representa perda de 3,58% na comparação com o máximo de pouco mais de um mês atrás.

Mantega diz que segunda fase da crise mundial está atingindo mais o Brasil
O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse ontem, que a segunda fase da crise internacional de crédito está atingindo mais a economia brasileira do que os eventos ocorridos nos 12 meses anteriores. Mantega dividiu a crise em duas fases. A primeira, nos 12 meses que antecederam a quebra do banco Lehman Brothers, acabou em setembro desse ano, sem ter grandes efeitos sobre o Brasil. Já a segunda fase estaria se refletindo, principalmente, em cinco pontos: travamento do financiamento externo das exportações; falta de dinheiro para as empresas brasileiras; encarecimento do crédito doméstico; perdas nos mercados de ações e derivativos e redução nas estimativas de crescimento do PIB - Produto Interno Bruto - em 2009. "Nessa segunda fase, os impactos são maiores para a economia brasileira", afirmou Mantega durante audiência na Câmara dos Deputados. O ministro afirmou que continuará havendo volatilidade nos mercados financeiros e desaceleração da economia mundial. Mesmo assim, voltou a se mostrar otimista em relação ao momento atual. "Eu acho que essa crise vai se prolongar. Continuará havendo volatilidade nos mercados, mas eu sinto uma acomodação", disse o
ministro. Mantega participa hoje, junto com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, de audiência na Câmara sobre a crise internacional de crédito e seus efeitos no Brasil.


Mas ministro diz que Brasil tem sete vantagens comparativas para enfrentar crise
O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse ontem, que o Brasil possui sete vantagens em relação a outros países para enfrentar o agravamento da crise internacional de crédito. Em apresentação feita na Câmara dos Deputados, Mantega listou os seguintes pontos:
1) Economia dinâmica com vantagens comparativas;
2) Grande potencial de mercado interno;
3) Reservas elevadas (dólar);
4) Compulsório (reais);
5) Reservas de petróleo e gás;
6) Exportações diversificadas e menor abertura;
7) Regulamentação Financeira.
"O Brasil tem uma economia mais dinâmica do que as economias mais avançadas e demonstra vantagens comparativas", afirmou o ministro. Ele deu como exemplo as exportações. "O fato de que só 13% do nosso PIB é exportado, torna-se uma vantagem. Dependendo mais do mercado interno do que externo, seremos menos impactado do que China, caso haja uma redução do comercio mundial." Mantega afirmou que até mesmo o alto volume de depósitos compulsórios dos bancos se transformou em algo positivo, já que oferece hoje uma reserva de recursos que podem ser liberados para injetar mais dinheiro na economia. O BC já liberou cerca de R$ 100 bilhões por meio desse mecanismo. Antes da liberação, os compulsórios somavam cerca de R$ 260 bilhões.

Gol registra perdas de R$ 225 milhões com alta do dólar
A Gol informou nessa terça-feira, a perda R$ 225 milhões no terceiro trimestre, por conta da variação cambial e seus efeitos sobre suas dívidas de longo prazo (média de 7,3 anos) da empresa em moeda estrangeira. Os dados foram divulgados em relatório que aponta projeções do balanço da empresa para investidores. Segundo a companhia, a apreciação de 20% do dólar frente ao real, entre julho e setembro, pesou mais que os instrumentos de hedge (proteção) cambial adotados pela Gol, uma vez que as medidas asseguram principalmente, a redução dos efeitos da variação sobre dívidas em dólar de curto e médio prazo. De acordo com comunicado enviado ao mercado, no fim de setembro, a Gol tinha contratos de hedge cambial cobrindo 46%, 25% e 12% de suas dívidas em dólar, cujos pagamentos são previstos para o quarto trimestre de 2008, primeiro trimestre de 2009 e segundo trimestre de 2009. A companhia informa ainda, possuir instrumentos de hedge de petróleo - o objetivo é segurar os efeitos da volatilidade dos preços. Em 30 de junho de 2008, a companhia possuía hedge de, aproximadamente, 55% e 19% do consumo de combustível para o terceiro e quarto trimestres de 2008, a preços médios de petróleo equivalente a US$ 132 e US$ 133 por barril, respectivamente - as operações foram liquidadas ao longo do trimestre. O impacto dos ganhos de hedge cambial e das perdas em hedge de combustível no trimestre, geraram uma perda líquida de cerca de, R$ 48 milhões no terceiro trimestre. A Gol informa que no fim de junho, tinha frota total de 102 Boeing 737 e dez Boeing 767, com ordem de compra de 97 pedidos firmes com a Boeing e opção de compra de mais 40.

Mega-investidor americano anuncia venda de ações da Ford
O multimilionário americano Kirk Kerkorian anunciou ontem, a venda de 7,3 milhões de suas ações na Ford e disse que ainda pode se desfazer dos 133,5 milhões de títulos que ainda possui da montadora de automóveis. Em documentos apresentados à Comissão da Bolsa de Valores dos EUa (SEC, na sigla em inglês), a empresa de Kerkorian, a Tracinda, informou que "em vista das atuais condições econômicas e dos mercados, vê um valor particular nos setores de jogos eletrônicos e hotelaria, assim como petróleo e gás". Por isso, a Tracinda decidiu "recolocar seus recursos e concentrar-se nesses setores'. Tracinda vendeu ontem 7,3 milhões de ações da Ford a um preço médio de US$ 2,43 por título. "A Tracinda também declarou que pretende reduzir ainda mais sua participação na Ford, incluindo a possível venda de suas 133,5 milhões de ações restantes", o que representa 6,09% das ações comuns do fabricante. Kerkorian, que no passado mostrou interesse em controlar a Chrysler e a General Motors, disse em junho, que estava disposto a apoiar o plano de recuperação da Ford e elevou sua participação acionária na empresa a 6,5%. Desde então, porém, os títulos da Ford caíram
60%. Fusão - Em outro movimento do setor automotivo, as fabricantes americanas de automóveis, GM - General Motors - e Chrysler, devem completar um acordo de fusão nas próximas duas semanas,
ou antes das eleições presidenciais de 4/11, segundo reportagem de ontem, 20/10, do jornal americano "USA Today". Uma fonte ligada ao processo disse ao jornal que as empresas também tentam conseguir assistência financeira do governo americano para chegar a um acordo. As negociações ganharam força no momento em que os representantes das duas empresas, tentam
descobrir se as potenciais economias de custos superam as dificuldades, provocadas pela fusão de duas companhias com linhas de produtos que se sobrepõem e culturas corporativas muito diferentes. (Efe, de Washington)


Lucro da Caterpillar cai, mas Brasil contribui com vendas
A fabricante de máquinas agrícolas e de construção, equipamentos, turbinas e motores norte-americana Caterpillar, integrante do índice Dow Jones da Bolsa de Nova York, teve queda de 6,4% no lucro líquido do terceiro trimestre desse ano, para US$ 868 milhões (US$ 1,39 por ação), em comparação com US$ 927 milhões (US$ 1,40 por ação) do mesmo período do ano passado. Na América Latina, as vendas cresceram 37% e o Brasil foi o país que mais contribuiu para esse resultado, mas isso não foi suficiente para neutralizar o enfraquecimento nos EUA e o aumento dos custos de produção. A receita no trimestre cresceu 13%, para US$ 12,98 bilhões. O executivo-chefe da Caterpillar, Jim Owens, classificou o aumento dos custos das matérias-primas - que cresceram US$ 442 milhões no trimestre - como "o obstáculo mais significativo que enfrentamos no trimestre". "Embora estejamos encorajados pela resposta coordenada dos governos e dos bancos centrais em todo o mundo e acreditemos que as medidas que eles tomaram vão restabelecer a liquidez global, a profundidade e a duração da crise e o momento e força da sua recuperação, são muito incertos", observou o executivo. No mercado norte-americano, que tem sido fraco em gastos para construção, as vendas cresceram 3%. Fora da América do Norte, as vendas saltaram 22% e representaram 60%
das vendas totais da empresa no trimestre, acima de 56% que representavam no terceiro trimestre de 2007. As vendas totais de máquinas e motores da empresa subiram 14%, enquanto a unidade financeira registrou 7,6% de alta na receita com produtos financeiros. A Caterpillar reiterou sua projeção para 2008, que havia sido elevada em julho, de ganhos de US$ 6 por ação e mais de US$ 50 bilhões em receita. A empresa também ajustou sua projeção feita em julho, para crescimento econômico global, para 2,8% nesse ano, a menor taxa desde 2003. A previsão preliminar para o crescimento em 2009 é de menos de 2,5%, a menor desde 2002.
(Agência Dow Jones)

Hipercard registra incremento de 350% em quatro anos
A Hipercard atingiu a marca de 10 milhões de cartões emitidos, tornando-se a terceira maior bandeira do Brasil. O número de cartões teve um incremento de 350%, desde 2004, quando a empresa passou a fazer parte do conglomerado Unibanco. O RS foi um dos estados que mais contribuiu para esse crescimento, desde que o cartão foi adotado como preferencial na rede Walmart (Hipermercado BIG e Nacional). O faturamento atual da Hipercard no Brasil todo é de 14 bilhões de reais (em 2004, quando o Unibanco comprou a operadora era de 3,5 bilhões). Cerca de 8% dos negócios da Hipercard estão na Grande Porto Alegre. Segundo dados do Ibope, a Hipercard representa 15% do faturamento em cartões de crédito do estado do RS. Para comemorar junto aos seus clientes os números alcançados, a Hipercard está lançando seis modelos de cartões. Eles trazem a opção de personalizar o cartão com fotos digitais, assim como é feito com o fundo de tela dos telefones celulares. Para isso, basta acessar o site
www.seuhipercard.com.br, e seguir as instruções. O cartão personalizado com uma foto digital pessoal possui um custo de confecção de R$ 9,90. Do valor total de cada cartão emitido, R$
1,00 será destinado para a AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente. As casas da Hipercard no BIG Sertório e BIG Cristal, em Porto Alegre, também estarão aptas a emitir os cartões diferenciados. “O Hipercard acompanha seus clientes em momentos importantes de suas vidas. Agora, esses momentos poderão ficar marcados no Hipercard”, diz Ivo Vieitas, diretor-presidente da empresa. Aceitação - A aquisição pelo Unibanco reforçou o caráter de cartão de crédito do Hipercard. Atualmente, ele é aceito em mais de 400 mil estabelecimentos comerciais em todo o país, sendo 21 mil lojas somente na Grande Porto Alegre, entre companhias aéreas, postos de gasolina, farmácias, lojas de material de construção e de departamentos, hotéis e restaurantes. Também, é o cartão preferencial da rede Walmart Brasil. O Hipercard cresceu junto com seus clientes, com um jeito diferente de se relacionar, que preza o contato humano. É o único cartão de crédito com 300 lojas e 2 mil pessoas, o que permite atender bem cada cliente. É também o mais recomendado: 98% dos
clientes o recomendam aos seus amigos e familiares. “O poder dessa relação forte, familiar, da união de clientes, lojistas, funcionários e amigos, trouxe um crescimento duas vezes mais rápido que o do mercado nos últimos três anos”, diz Vieitas. “É o reconhecimento de um mercado competitivo ao valor do relacionamento familiar e do respeito humano”.

Equipav adia investimento de US$ 250 mi em novas usinas
A crise de preços de açúcar, falta de liquidez no mercado financeiro e o aumento nos custos da renegociação das dívidas de curto prazo, obrigaram o Grupo Equipav a adiar o investimento de US$ 250 milhões na construção de duas novas usinas, em Chapadão do Sul/MS e Chapadão do Céu/GO. As unidades deveriam entrar em operação, respectivamente, em 2009 e 2010, os novos prazos são 2011 e 2012, mas a consolidação desse investimento, ainda é incerta. De acordo com diretor financeiro do Grupo Equipav, Rui Marcelo Ré, "estamos aguardando as medidas do governo, o efeito dos pacotes apresentados pelo mundo todo para a estabilização da economia, a melhora da liquidez e, depois disso, definiremos qualquer medida", informou em entrevista por e-mail à Agência Estado. O grupo, o primeiro do setor a admitir o adiamento de novos projetos, previa moer 9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e produzir álcool e energia elétrica. Segundo informações da Equipav, divulgadas à época do anúncio dos projetos, eles foram planejados em parceria com o Grupo Reichert, de Campo Bom/RS, proprietário da fazenda com mais de 40 mil hectares, onde as unidades estão previstas para serem instaladas. O grupo já tinha iniciado o plantio de 1,5 mil hectares de cana-de-açúcar. Nos últimos anos, a companhia investiu R$ 650 milhões na construção da Usina Biopav, em Brejo Alegre/SP e R$ 115 milhões na unidade da Equipav, em Promissão/SP. Os dois projetos tiveram financiamento do
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -, cujos recursos, de acordo com Ré, deverão ser utilizados no pagamento da dívida de curto prazo da companhia. "Grande parte de nossa dívida de curto prazo será alongada, com liberação de recursos do BNDES", disse. O diretor financeiro admitiu que a renovação das dívidas de curto prazo, é feita com taxas superiores às de antes da crise internacional de liquidez. Os valores, no entanto, não foram informados. Ré afirmou que as dívidas do grupo sucroalcooleiro são "as normais para o setor", como as de ACC - Adiantamento sobre Contrato de Câmbio -, de capital de giro e de crédito e custeio agrícolas. O executivo negou que a companhia tenha exposição cambial em contratos futuros de dólar e avaliou que a crise do setor "se deu devido ao desbalanceamento entre oferta e demanda e que em nossa opinião, terá um balanço favorável a partir da safra que vem". Já a crise mundial é considerada "séria", mas, na opinião do diretor, "os mercados exageram" nas avaliações positivas e negativas. "Ao mesmo tempo, (a crise) apresenta uma série de oportunidades, desde a melhoria das receitas atreladas ao dólar e até mesmo gerando oportunidades de consolidação no setor", disse.
(Agência Estado, de Ribeiro Preto/SP)

United Airlines sai de lucro para prejuízo de US$ 779 milhões
A UAL Corp., controladora da United Airlines, passou de lucro para prejuízo líquido de US$ 779 milhões (US$ 6,13 por ação), no terceiro trimestre desse ano, prejudicada pelos preços do combustível. No mesmo período do ano passado, a companhia teve lucro líquido de US$ 334 milhões (US$ 2,21 por ação). A receita no trimestre subiu 0,7%, para US$ 5,57 bilhões. A receita por passageiro por milha da United caiu 5,7% no trimestre, com a capacidade da empresa diminuindo 4% em meio à queda da demanda doméstica. A receita por assento disponível por milha, por sua vez, subiu 4,5%. O custo por assento disponível por milha, afetado negativamente pelo aumento de 96% nos custos com combustível por galão, cresceu 31%. Em julho, a UAL informou que iria cortar 7 mil empregos e oferecer acordos de demissão voluntária para tentar evitar demissões. Até agora, aproximadamente 1,5 mil comissários, 200 pilotos e 100 maquinistas, aceitaram o acordo. Para o quarto trimestre, a United projeta diminuição entre 10,5% e 11,5% na sua capacidade, em linha com as estimativas anteriores da empresa. O preço do combustível estimado pela United, para o período, é de US$ 3,30 por galão. A companhia prevê redução de 3,5% a 4,5% na capacidade para todo esse ano e de 8% a
9% em 2009. (Agência Dow Jones, de Nova Iorque)


Pão de Açúcar e Carrefour decidem manter aportes
Os acionistas do Grupo Pão de Açúcar já estão cientes dos passos da companhia para o próximo ano. Na semana passada, Abilio dos Santos Diniz, presidente do Conselho de Administração, convocou os acionistas da segunda maior supermercadista do País, para ratificar o compromisso de manter o aporte de R$ 1 bilhão para a abertura de 100 novas lojas até o final de 2009. Também foi definido que, para assegurar o retorno dos investimentos em momento de crise internacional, os esforços serão direcionados à ampliação do Extra Fácil, marca que opera com o formato de loja de bairro e que será responsável por 65% das novas lojas do grupo. A principal explicação para essa iniciativa, é que os supermercados de pequeno e médio porte, com cinco a 19 check-outs, alcançaram 9,9% de crescimento entre 2006 e 2007, enquanto as lojas de auto-serviço, com mais de 20 caixas, elevaram em 6,6% seus ganhos no mesmo período, segundo estudo da Nielsen. Nessa ofensiva no pequeno varejo, o grupo supermercadista do País investirá R$ 32,5 milhões, pouco mais de 30% da verba total
disponível e mais que o dobro frente à quantia de 2008. O Grupo Carrefour também afirmou que mantém de pé o investimento de R$ 3 bilhões, previsto para até 2010 em expansão de lojas no País, compra de terrenos e treinamento de funcionários. No âmbito dos supermercados de bairro, a varejista francesa também opera desde 2006 a bandeira Carrefour Bairro. São 38 lojas entre São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, que têm o dobro do tamanho da concorrente Extra Fácil, com área de vendas entre mil e 2,5 mil m². Nesse ano será aberta mais uma filial dessa bandeira, com investimento de R$ 13 milhões. Além da variedade de 20 mil itens, quase todos os locais contam com drogaria, caixa eletrônico, lotéricas e cafeteria. A bandeira representa 25% das lojas que têm a marca Carrefour no País.


Mitos e Verdades sobre Licenciamento de Softwares em São Paulo
A Central de Softwares promoverá, dia 23 de outubro, a palestra com o tema "Mitos e Verdades sobre Licenciamento de Softwares". O início está marcado para as 10 horas, e a apresentação será na Livraria Cultura, na Rua Doutor Chucru Zaidan, 902, em São Paulo. Direcionada aos gestores de TI e empresários, o curso abordará a criação de mitos de proteção autoral de softwares em pequenas, médias e grandes corporações. Serão apresentados, também, os aspectos técnicos e comerciais que geram litígio jurídico. O palestrante será o empresário Reges Antonio Bronzatti, diretor executivo da Central de Softwares, advogado, mestre em ciência da computação, especialista em Licenciamento de Software, ex-delegado regional ABES-RS e Microsoft Sales Specialist. Para informações adicionais e inscrições, consulte a equipe de atendimento Central de Softwares, pelo telefone 0800-5414998 ou pelo e-mail softwares@softwares.com.br.

Salton coloca no mercado segunda etapa de elaboração do frisante Lunae
Começa a chegar ao mercado, nesse mês, a segunda remessa do Salton Lunae, o frisante que a vinícola de Bento Gonçalves/RS lançou em maio e surpreendeu pelo sucesso entre consumidores. A intensa procura aliada à confiança da Salton no produto leva para os principais supermercados do Brasil e casas especializadas do país 257.700 garrafas do Salton Lunae Branco e 182.700 do Salton Lunae Rosé. A primeira etapa de elaboração somou 42.300 garrafas de cada uma das versões. Um novo conceito para o vinho frisante, como a empresa define o produto, o Salton Lunae destaca sabor sofisticado e perfeito para o clima tropical brasileiro, prometendo ser a nova tendência para acompanhar pratos leves e ser saboreado em dias mais quentes. Aliado ao novo paladar, o frisante reflete algumas inovações da vinícola, como a tampa rosca (screw cap), perfeita para vinhos brancos, e o rótulo é impresso na garrafa, num processo em que o pó de vidro pigmentado na cor escolhida, vai ao forno a uma temperatura de 600 graus, aderindo ao vidro. Com uvas oriundas dos vinhedos da Serra Gaúcha, com origem na França e na Itália, as versões, branca e rosé do Salton Lunae, destacam o mesmo processo de elaboração, diferenciando-se na escolhas das variedades. Para o branco, há o corte de Riesling, Semillon e Moscato, o que dá uma coloração clara esverdeada e aromas de flores brancas, cítricos e frutas como pêssego, maçã, limão e pomelo. Na versão rosé, há o acréscimo da variedade Cabernet Sauvignon, responsável pela coloração rosada clara. Os aromas revelam flores brancas, rosas, frutas como cereja, morango, framboesa e frutas cítricas. O leve desprendimento de finas borbulhas com formação de espuma branca, boa acidez e cremosidade, são características comuns a ambos, assim como a graduação alcoólica de 11%.

Venda de material de construção recua até 20%
Responsável pela alta dos juros ao consumidor e pela escassez do crédito, a crise já chegou às lojas de material de construção, cujas vendas caíram de 15% a 20% em setembro, segundo Hiroshi Shimuta, diretor da Anamaco - Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção. Já na esteira das condições menos favoráveis de financiamento, as vendas do setor haviam recuado 3,7% em agosto, segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Outros ramos dependentes de financiamento, como veículos e eletrodomésticos, já sentiram a freada e tendem a sofrer mais nos meses seguintes, de acordo com especialistas. O crédito à compra de material de construção, diz Shimuta, ficou 30% mais caro desde o recrudescimento da crise, e as financeiras se tornaram mais exigentes e seletivas na concessão de financiamentos. Em outubro, as vendas despencaram até 30% no começo do mês com o agravamento da crise, mas já começaram a reagir. O ambiente mais adverso levou a Anamaco a revisar a previsão de crescimento nesse ano, de 12% para 9%, resultado assegurado pela forte expansão do primeiro semestre.

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MERCADO de Ações & Futuros
(Informações: Dow Jones, Bovespa e Reuters)

Bovespa fecha com perdas de 1,01%; cautela supera otimismo em dia volátil
Após um final de pregão bastante instável, a Bovespa encerrou as operações na tarde de ontem, com perdas, afetada pelo mau humor predominante nas Bolsas internacionais. A cautela voltou a dar o tom dos negócios entre os investidores, com o início da temporada de balanços, aqui e nos EUA. Para analistas, o mercado deve continuar volátil nas próximas semanas. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu ontem, que a crise financeira, em seu estágio atual, pode atingir, com mais força, a economia brasileira na comparação com o início dos problemas com os créditos "subprime". "Nessa segunda fase [da crise financeira], os impactos são maiores para a economia brasileira", afirmou Mantega durante audiência na Câmara dos Deputados. "Eu acho que essa crise vai se prolongar. Continuará havendo volatilidade nos mercados, mas eu sinto uma acomodação", acrescentou.

- O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, desvalorizou 1,01% no fechamento e marcou 39.043 pontos. O giro financeiro foi de R$ 4,38 bilhões, bem abaixo da média para esse mês (R$ 5,81 bilhões/dia) e da média anual (R$ 5,90 bilhões/dia).

- A ação preferencial da Petrobras, com volume de R$ 784 milhões, cedeu 1,53%, num dia de forte queda (4,5%) do barril de petróleo na praça de Nova York (Nymex), para US$ 70,89.

- Algumas das ações do índice Ibovespa mais castigadas pela crise estiveram no topo dos ganhos de ontem, a exemplo da Gafisa (7,41%), JBS (10,38%) e Rossi Residencial (11,94%).

Análise - "A cautela ainda é a filosofia mais indicada para os investidores. Na segunda-feira, por exemplo, o Ibovespa oscilou uns 3 mil pontos e ontem, uns 2 mil pontos. É muita volatilidade para um dia só. A questão é que tem muito investidor esperando uma recuperação do mercado, mesmo que moderada, para sair da Bolsa, o que afeta qualquer previsão de melhora", comenta Ronaldo Zanin, gestor da Advisor Asset Management.
Bolsa de NY cai com balanços e temor de recessão
O mercado norte-americano de ações fechou em queda, com os principais índices devolvendo mais da metade dos ganhos de ontem. O mercado reagiu a informes de resultados de empresas e voltou a mostrar preocupação com a perspectiva de uma recessão global.

- O índice Dow Jones fechou em queda de 231,77 pontos, ou 2,50%, em 9.033,66 pontos. A mínima foi em 9.004,27 pontos e a máxima em 9.284,55 pontos.

- O Nasdaq fechou em queda de 73,35 pontos, ou 4,14%, em 1.696,68 pontos. O S&P-500 caiu 30,35 pontos, ou 3,08%, para fechar em 955,05 pontos.

- O NYSE Composite caiu 236,26 pontos, ou 3,76%, para 6.051,34 pontos. Entre as ações de empresas que divulgaram resultados do terceiro trimestre, os destaques foram American Express (+8,38%), Texas Instruments (-10,84%), DuPont (-7,99%), 3M (+4,40%), Caterpillar (-5,06%), US Bancorp (-2,96%) e National City Corp. (+2,40%). As ações do setor de tecnologia, agora vistas como um termômetro das expectativas quanto ao desempenho da economia global, caíram (Hewlett-Packard perdeu 7,22%, Intel recuou 4,93% e Microsoft, 5,50%). Entre as ações de empresas que divulgariam resultados depois do fechamento, os destaques foram Apple (-7,06%) e Yahoo! (-6,14%).

Bolsas européias fecham em baixa com pessimismo sobre lucros de empresas
As Bolsas européias perderam força na segunda-feira, depois de um dia de ganhos expressivos,
devido a resultados corporativos abaixo do esperado e previsões de desempenho menor nos próximos trimestres; os resultados reforçaram as expectativas negativas para os resultados trimestrais das empresas ainda a serem divulgados. Apesar do desânimo de ontem, os investidores acompanham com relativo otimismo as quedas nas taxas interbancárias de juros, que poderia levar a uma ampliação na oferta de dinheiro nos mercados de crédito.

- A Bolsa de Londres fechou em baixa de 1,24%, ficando com 4.229,73 pontos (ontem, a Bolsa
londrina teve ganho de mais de 5%).
- A Bolsa de Frankfurt teve baixa de 1,05%, fechando com 4.784,41 pontos.
- A Bolsa de Milão teve baixa de 0,94%, fechando com 16.810 pontos.
- A Bolsa de Zurique fechou em baixa de 0,50%, com 6.185,48 pontos.

- O BCE - Banco Central Europeu -, por sua vez, injetou no sistema bancário da zona do euro mais de US$ 500 bilhões, para ampliar a oferta de dinheiro e facilitar as operações de crédito.

- No setor de tecnologia, as ações da STMicroelectronics e da Infineon Technologies caíram entre 3% e, 5%, depois que a americana Texas Instruments, anunciou resultados abaixo do esperado (queda de 27% no lucro do terceiro trimestre). Os papéis da Logitech International caíram 8,8%.

- No setor financeiro, no entanto, as ações do Société Générale subiram 10% e as do BNP Paribas subiram 7,5%. Os dois bancos, e outros quatro - Crédit Agricole, Crédit Mutuel, Caisse d'Epargne e Banque Populaire -, irão receber recursos do governo francês, em uma ajuda de cerca de US$ 14 bilhões, segundo a ministra da Economia, Christine Lagarde.

Análise - "A meta é dar apoio aos empréstimos na economia. Os seis bancos foram escolhidos devido ao papel-chave que desempenham no financiamento da economia francesa", disse o analista Jean Pierre Lambert, da Keefe, Bruyette & Woods, ao diário britânico "Financial Times". Os juros para empréstimos e financiamentos entre as instituições bancárias, registraram nova queda nessa terça-feira. A chamada taxa Libor ("London Interbank Offered Rate") para empréstimos de três meses em dólares caiu 0,23 ponto percentual, para 3,83%. Trata-se da primeira vez que a taxa fica abaixo de 4% desde 29 de setembro desse ano. A Libor é a referência para cobrança de juros por empréstimos que as maiores instituições bancárias fazem entre si. Por isso, serve de base para que os bancos calculem os juros que cobram em outros empréstimos. Outra taxa de juros interbancários, a Euribor ("European Interbank Offered Rate"), para empréstimos de três meses em euros, também caiu - 0,03 ponto percentual, para 4,968%. Trata-se da primeira vez que a taxa fica abaixo dos 5%, desde 18/9, quando quebrou o banco americano de investimentos Lehman Brothers. A Euribor, por sua vez, foi introduzida depois da criação do euro, em 1999.


Asiáticas têm dia de alta com possibilidade de novo pacote anticrise dos EUA
As principais Bolsas da Ásia fecharam com ganhos nessa terça-feira, seguindo com o otimismo
dos investidores sobre um eventual segundo plano de estímulo fiscal nos EUA, sugerido ontem
pelo presidente do Fed - Federal Reserve -, Ben Bernanke. Na primeira medida do gênero, o
Congresso aprovou no início desse mês, um pacote de US$ 700 bilhões para ser empregado no
resgate das empresas financeiras americanas.

- A Bolsa de Tóquio encerrou o dia com a terceira alta seguida, de 3,3%, aos 9.306,25
pontos.
- Na Austrália, os ganhos foram de 3,73%.
- Na Indonésia, o mercado subiu 0,60%.
- A Bolsa de Xangai também operou grande parte do dia no azul, antes de recuar 0,78% no fim
do dia.
- A Bolsa de Seul (Coréia do Sul) teve queda de 0,95%; em Hong Kong, o mercado fechou com
queda de 1,84%.

Análise - A escassez de crédito devido ao temor dos bancos quanto aos riscos de inadimplência, foi o fator que provocou perdas acentuadas nas últimas sessões. Em Tóquio, o principal mercado da região Ásia-Pacífico, a derrubada foi tão forte na semana passada que o índice Nikkei caiu 11,4%, a maior perda em um único dia desde o crash de 1987, quando o indicador afundou 11,9%.

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ÍNDICES ECONÔMICOS

- O IGP-M registrou, no segundo decêndio de outubro, variação de 0,86%. Em setembro, no mesmo período de apuração, a taxa foi de 0,04%. Os três componentes do IGP-M apresentaram as seguintes trajetórias, na passagem do segundo decêndio de setembro para o segundo decêndio de outubro: IPA, de -0,03% para 1,11%; IPC, de -0,12% para 0,13% e INCC, de 0,91% para 0,89%.

- O IGP-10 registrou em outubro variação de 0,78%. Em setembro, a taxa foi de -0,42%. Os três componentes do IGP-10 apresentaram as seguintes trajetórias, na passagem de setembro para outubro: IPA, de -0,75% para 0,98%, IPC, de -0,03% para 0,10% e INCC, de 0,94% para 1,00%.

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MERCADO FINANCEIRO

BC já injetou US$ 22,9 bi no mercado de câmbio
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem, durante sua apresentação na Câmara dos Deputados sobre a crise financeira internacional, que o BC já injetou US$ 22,9 bilhões para dar liquidez ao mercado de câmbio, desde o início da fase mais aguda da crise, com a quebra do banco Lehman Brothers, em meados de setembro. Segundo ele, foram US$ 3,2 bilhões no mercado spot (à vista) e US$ 12,9 bilhões em leilões de swap cambial (operação em que a autoridade monetária assume posição vendedora em dólar e compradora em taxa de juro). Além disso, o BC vendeu US$ 1,6 bilhão, destinados a financiar o comércio exterior e mais US$ 3,7 bilhões em leilões, com compromisso de recompra futura. Além disso, o BC deixou de rolar US$ 1,5 bilhão em swap cambial reverso (operação em que o BC assume posição compradora em dólar e vendedora em taxa de juro).

Crise reduz valor do setor bancário em quase US$ 3 trilhões
O valor de mercado do setor bancário no mundo todo caiu de US$ 8,3 trilhões, no fim de 2007, para US$ 5,7 trilhões no fim do terceiro trimestre desse ano - uma redução de US$ 2,6 trilhões. A queda reflete os efeitos da crise financeira iniciada no ano passado, com os problemas causados pelo mercado de hipotecas "subprime" (de maior risco) nos EUA. Os dados constam de um levantamento feito pela consultoria americana BCG - Boston Consulting Group. "A crise eliminou quase três anos de crescimento no valor de mercado. O valor do setor bancário, agora está perto de onde estava no fim de 2004", disse o co-autor do estudo, Lars-Uwe Luther. "O declínio começou em 2007. Na segunda metade daquele ano, quando a crise começou a se intensificar, os bancos perderam US$ 269 bilhões em valor de mercado. No total, os bancos perderam quase US$ 3 trilhões em valor de mercado desde meados de 2007." A queda corresponde a uma queda acentuada no desempenho das ações dos bancos no mercado, diz o relatório. Entre janeiro e setembro desse ano, o TSR - retorno total aos acionistas -, caiu 34 pontos percentuais, para -32,5%. A queda é ainda de cerca de 60 pontos percentuais, em relação à média vista em 2006, diz o relatório. "A crise, que começou como um declínio no mercado imobiliário americano repercutiu nos mercados ao redor do mundo", disse Luther. "Em nove dos 10 mercados mais desenvolvidos, os bancos tiveram perdas expressivas nos retornos
aos acionistas nos três primeiros trimestres de 2008." A Alemanha teve o resultado mais baixo nesse item, com uma queda de 45,1% nos retornos, enquanto o Canadá teve o melhor resultado entre os países ricos, queda de 6,6%. Nos países do Bric (grupo de economias emergentes que reúne Brasil Rússia, Índia e China), a queda no TSR passou de uma média de 50% no ano passado, para queda de 40,8% entre janeiro e setembro desse ano.


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AGRONEGÓCIOS

Brasil e Moçambique ratificam cooperação na área de etanol
O acordo de cooperação assinado em 2007 pelos governos do Brasil e Moçambique, na área de biocombustíveis, está em fase final de ratificação. O memorando de entendimento foi discutido no país africano pela missão empresarial brasileira, organizada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil e Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul. Segundo o diretor-executivo da Unica - União da Indústria de Cana-de-Açúcar -, Eduardo Leão de Sousa, "o memorando de entendimento pode se constituir um dos mais exitosos e emblemáticos casos de cooperação, considerando que o Brasil tem grande potencial para contribuir para o desenvolvimento de um programa de biocombustívies em Moçambique. Souza faz parte da missão, que conta com a participação do presidente Lula. "Moçambique apresenta grande disponibilidade de terras aráveis e férteis, quase 30 milhões de hectares, além de uma localização geográfica privilegiada para o escoamento do etanol para a Ásia e Europa, que pode ser feito por meio dos três portos ao longo da sua costa", disse o diretor da Unica. O país importa praticamente 100% de sua demanda por combustíveis fósseis, a um custo estimado
esse ano, em US$ 700 milhões. De acordo com Sousa, “a produção de etanol de cana-de-açúcar
pode reduzir o volume de importações de petróleo e ainda, se tornar uma importante alavanca para o desenvolvimento, favorecendo a criação de empregos e auxiliando na geração de energia elétrica”. Os laços culturais e históricos com o Brasil e a facilidade do idioma, já que no país africano o idioma oficial também, é o português, são elementos facilitadores do processo de transferência tecnológica e de potenciais investimentos de empresas brasileiras naquele país. “No setor agronômico, o Brasil poderá apoiar na transferência e adaptação de diversas variedades de cana e auxiliar nas técnicas de manejo agrícola”, explicou Sousa, ressaltando ainda que Moçambique esteja situado na mesma faixa de latitude das áreas de lavoura brasileiras mais competitivas de cana-de-açúcar. Outros segmentos potenciais para essa cooperação envolvem o processamento industrial, a logística e o setor automotivo, especialmente no caso dos motores flexfuel. "A experiência brasileira no que tange ao
desenvolvimento de um arcabouço institucional e ao aprimoramento de práticas socioambientais, também pode ser objeto desta cooperação", destacou Sousa.


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COMÉRCIO EXTERIOR

Governo estuda incentivar insumos
O governo estuda alterar a legislação do regime aduaneiro especial de drawback, instituído em 1966, para incluir as importações de insumos agrícolas - como ração para aves e suínos, voltada à exportação - no "drawback verde-amarelo", mecanismo que entrou em vigor no dia 1º desse mês. Instituído pela PDP - Política de Desenvolvimento Produtivo -, o instrumento permite a suspensão de três tributos incidentes sobre insumos importados para utilização em produto exportado. Os exportadores ficam isentos do IPI - Imposto Sobre Produtos Industrializados -, PIS - Programa de Integração Social - e a Cofins - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. Até então, o setor agrícola não havia entrado nesse pacote.A intenção do governo é a de garantir crédito em moeda estrangeira para financiar as exportações do setor, no momento que enfrenta dificuldades de acessar crédito. O objetivo do poder público é de buscar garantir o crescimento das exportações brasileiras diante do agravamento da crise financeira internacional. O secretário de comércio exterior do MDIC - Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior -, Welber Barral, disse que o acordo já está sendo costurado com a Receita Federal para isentar também, as importações de insumos agrícolas. "Temos urgência para incluir o agronegócio no drawback verde-amarelo. Já estamos discutindo isso com a Receita Federal. E as conversas estão avançando muito bem", afirmou o
secretário.

Medidas adequadas
Segundo Barral, as medidas anunciadas na última quinta-feira, pelo Banco Central, para garantir crédito ao setor exportador brasileiro, em geral são suficientes para suprir a liquidez de financiamento às empresas exportadoras, por meio das operações de ACC - Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio. Ele disse que o governo vai esperar as medidas surtirem efeito no mercado para avaliar se é necessário tomar outras medidas. A expectativa de especialistas é de que a crise financeira internacional reduza as receita das exportações brasileiras. A AEB - Associação de Comércio Exterior - prevê redução de, no mínimo, US$ 15 bilhões nas receitas de exportações no próximo ano. Para esse ano, a instituição prevê exportações superiores a US$ 200 bilhões, avaliação semelhante a do MDIC que estima em US$ 202 bilhões esse valor.Em 14 dias de operação, Barral informou que já foram aprovados pedidos de isenção no valor de US$ 420 milhões no drawback verde-amarelo. Até agora, foram 70 pedidos feitos por setores como o metal-mecânico, produtos domésticos, móveis e alimentos. O resultado, disse Barral, está dentro das estimativas da secretaria. A previsão do governo é de que cerca de cinco mil exportadores solicitem o benefício no curto prazo. O mecanismo serve para incentivar as exportações das micro e pequenas empresas. Porém, o secretário afirmou que o ministério tem identificado problemas para que as empresas de pequeno porte tenham acesso aos benefícios de isenção tributária. Segundo Barral, o acesso aos benefícios está sendo discutido com o Fisco. "Existe uma complexidade no sistema na área contábil", ponderou ele, que disse que "a questão faz parte do pacote que está sendo discutido com a Receita Federal". A meta do governo é elevar a participação das exportações brasileiras para 1,25% das vendas mundiais em 2010 e alcançar vendas externas de US$ 210.

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MATÉRIAL ESPECIAL

Crise internacional afeta o agronegócio
O agronegócio brasileiro já foi afetado pela crise econômica, claro que em menor escala, quando comparado a outros setores da economia. Essa é a opinião de Eugênio Stefanello, professor de Economia Rural da Universidade Federal do Paraná e técnico da Conab - Companhia Nacional de Abastecimento. Ele aponta, por exemplo, a queda dos preços internacionais das commodities e a redução da oferta de crédito para o custeio como efeitos negativos do imbróglio financeiro mundial. Do lado, digamos, positivo, Stefanello cita o aumento da taxa de câmbio. "O setor exporta mais do que importa", afirma. Na entrevista que concedeu à ANBA - Agência de Notícias Brasil-Árabe -, Stefanello, disse, ainda, que a crise econômica que hoje assusta o mundo é conseqüência das mazelas do sistema financeiro americano. Afirmou também, que os esforços da União Européia para combater a
crise, estão sendo mais eficientes que o pacote de Bush. Acompanhe abaixo os principais trechos da entrevista. O pacote americano, somado à ação coordenada de países da zona do euro, Reino Unido e nações de Oceania e Oriente Médio, permitiu a liberação de US$ 2,4 trilhões para socorrer o sistema
financeiro global.

Essas medidas são suficientes para acabar com a crise ou ao menos reduzir seus efeitos sobre a economia mundial, principalmente dos chamados países emergentes? Eugênio Stefanello: Antes de qualquer avaliação é preciso sempre lembrar que a crise atual no sistema financeiro decorre dos seguintes fatores principais. Primeiro, pelo excesso de liquidez criado pelos EUA para sustentar seu esforço de guerra (a invasão do Iraque). Segundo, pela super-alavancagem dos bancos, que gerou um excesso de crédito, ampliado em maior grau pela criação dos derivativos. Isso cria uma bolha de especulação dos ativos, com a conseqüente valorização dos seus preços e a desvinculação desses com o mundo real. O efeito contrário ocorre quando o sistema financeiro é tomado pela desconfiança, gerando uma falta de crédito que provoca a desvalorização dos ativos. A coordenação de esforços dos governos e dos bancos centrais visando o restabelecimento da confiança é a única saída. Nesse caso, os esforços dos países da UE foram mais eficientes do que as medidas tomadas pelos EUA.

Vários países já anunciaram pacotes para conter os efeitos da crise? O Brasil não deveria fazer o mesmo?O Banco Central está tomando as medidas, como a redução dos recolhimentos compulsórios, que aumentam a disponibilidade de recursos para crédito nas instituições financeiras. Se todas as medidas anunciadas forem efetivadas, o aumento seria de R$ 160 bilhões. O problema é que os bancos não emprestam enquanto não tiverem uma certeza de como andará a atividade econômica e essa fatalmente, sofrerá uma redução em 2009, devido a redução na demanda externa.

O agronegócio, carro chefe da economia brasileira, já foi afetado pela crise? De que maneira?Sim. O agronegócio já foi afetado pela crise na queda dos preços internacionais dos commodities, com efeito negativo sobre a receita dos produtores; no aumento da taxa de câmbio, com efeito positivo, porque o setor mais exporta do que importa; e na redução da oferta de crédito para o custeio das lavouras dos médios e grandes produtores e para as exportações. Isso fará com que a próxima safra de grãos 2008/09, seja menor do que a atual. Já está faltando crédito para o agricultor?Essa crise vai ter conseqüências diretas no crédito rural da próxima safra, entre as quais: menos recursos em função da redução dos depósitos à vista e das exigibilidades bancárias; seletividade maior e prazos menores; aumento dos juros de mercado; atraso na liberação; limita oferta de crédito para a venda de insumos e a compra antecipada de produtos (CPR); menos crédito de comercialização e de exportação, entre outros. O aumento dos custos de produção é irreversível e deve chegar próximo a 20% no segundo semestre de 2009, como das taxas de juros, que devem ir de 9 a 10% para 12 a 22%.

Na cadeia produtiva do agronegócio, quais os segmentos mais afetados pela redução do
crédito?
Os segmentos mais afetados pela falta de crédito são a exportação e o financiamento para os médios e os grandes produtores. O BACEN não está, no entanto, reduzindo a taxa básica de juros, que também seria muito importante nesse momento, para manter o dinamismo da atividade econômica. É preciso lembrar também, que os bancos não estão financiando os produtores que renegociaram suas dívidas, e esse é um dos principais problemas. E não dá para obrigá-los a financiar, a não ser que o governo concorra oferecendo garantias adicionais. A oferta de mais recursos para crédito às exportações e aos grandes produtores adimplentes é muito importante, para não reduzir a produção e o fluxo de exportações, principalmente quando a demanda internacional tende a mostrar sinais de enfraquecimento. O aumento da exigibilidade sobre os depósitos a vista de 25% para 30%, tende apenas, a compensar o menor volume de recursos deixados como depósito a vista nos bancos, mas também é importante, porque gera um pequeno adicional de oferta de recursos para o crédito rural.

Com o crédito escasso, o produtor encontrará, segundo analistas, dificuldades para manter a
produção e a produtividade. O senhor concorda?
Se houver menor crescimento do PIB mundial e da demanda mundial, os preços dos insumos não sofrem pressão de alta. Se a taxa de câmbio aumentar, os preços dos insumos importados ficam mais caros, afetando os produtores que produzem mercadorias para o mercado interno. Se exportarem, o efeito positivo sobre a receita compensará o aumento do custo. O produtor jamais deve esquecer, de empregar a melhor tecnologia, que aumenta a produtividade e também o custo total por hectare, mas reduz o custo por unidade do produto produzido. E é isso que interessa, porque confere a esse produtor, maior competitividade.

Diante desse quadro, qual o cenário que o senhor enxerga para o agronegócio brasileiro em
2009?
Em 2009 a safra de grãos, na melhor das hipóteses, repete a safra 2007/08, com redução da
produção do milho e do trigo e aumento da de soja e feijão. Na pecuária, haverá redução na produção de leite e aumento na de carnes de frango, bovina e suína. As exportações tendem a crescer em menor ritmo, devido à redução do PIB brasileiro e do comércio mundial. E os preços das commodities tendem a ser menores, devido à redução do componente especulativo dos fundos sobre os preços.

A crise está mostrando a fragilidade do sistema de financiamento da agricultura brasileira e, por conseqüência, do agronegócio. Não seria essa a hora de se promover mudanças no sistema de financiamento atual? Entre os principais problemas do sistema financeiro podemos citar a falta de regulamentação e controle, a alta alavancagem decorrente e ampliada pela existência dos derivativos e o alto risco. Entendo que, da crise, surgirão medidas de controle, que deverão tornar os
bancos menos alavancados em crédito e mais exigentes na concessão de financiamentos.

E com relação ao agronegócio, especificamente? No caso do agronegócio brasileiro, o sistema de crédito direcionado, com taxas de juros controladas, tem fontes de recursos que dependem da atividade econômica e de alguns fundos, e atende a apenas 30% das necessidades dos produtores. Os 70% restantes, devem ser supridos por recursos próprios, por tradings e por financiamentos a juros de mercado. Pior, o seguro agrícola é pouco abrangente e a política de garantia de preços mínimos, não é universal. Portanto, o objetivo de estabilizar a renda dos produtores fica em grande parte
comprometido, e isso pode ser comprovado pelas sucessivas renegociações de dívidas que o
governo deve fazer.

Diante desse quadro, o senhor acha que o agronegócio continuará mantendo o ritmo de suas
exportações?
A sustentabilidade do agronegócio depende muito do quadripé: tecnologia (pesquisa e
desenvolvimento tecnológico), defesa sanitária, políticas de estabilização da renda (crédito, seguro e política de preços mínimos, fundamentadas na solução dos problemas internos do setor) e infra-estrutura de suporte à produção e à comercialização. Apesar dos pesares, a produção agropecuária avançou bastante em volume e em produtividade. Mas ficará cada vez mais difícil competir internacionalmente, sem a solução desses problemas internos. (Especial ANBA)

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LOGÍSTICA & Infraestrutura

BNDES aprova R$ 121 milhões para pequenas hidrelétricas
O BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - aprovou crédito de R$ 121,2 milhões para a construção de duas PCHs (pequenas centrais hidrelétricas) do grupo Neoenergia. As duas unidades totalizarão potência instalada de 39 MW (megawatts). A PCH Pedra do Garrafão será construída no Rio Itabapoana, na divisa dos municípios de Bom Jesus de Itabapoana/RJ e São José do Calçado/ES, e terá capacidade instalada de 19 MW, serão investidos R$ 83,8 milhões no projeto, dos quais R$ 58,7 milhões, financiados pelo BNDES. O crédito contemplará ainda, uma linha de transmissão de 16 quilômetros. A PCH Pirapetinga, entre Campos dos Goytacazes/RJ e Mimoso do Sul/ES, terá potência de 20 MW. O projeto prevê investimentos de R$ 81,3 milhões. O BNDES financiará 70% desse valor, que servirá também, para a construção de uma linha de transmissão de seis quilômetros. Segundo o BNDES, foram aprovados 69 projetos de PCHs entre 2003 e agosto de 2008. Todas essas unidades somam capacidade de 1.375 MW, com investimentos totais de R$ 5,9 bilhões, dos quais R$ 4 bilhões financiados pelo banco.

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MERCADO DE TI & Telecomunicações

Net registra prejuízo de R$ 64 mi no terceiro trimestre
A operadora de TV a cabo, internet e telefonia Net, registrou um prejuízo líquido de R$ 64 milhões, no terceiro trimestre desse ano, contra um lucro de R$ 51 milhões, no mesmo período de 2007, segundo dados divulgados nessa terça-feira. Analistas do mercado financeiro projetavam resultado de, pelo menos, R$ 6 milhões para o período. O balanço da Net foi afetado principalmente pelo lado financeiro. No terceiro trimestre do ano passado, a empresa havia contabilizado uma despesa financeira líquida (já consideradas as receitas) da ordem de R$ 12,83 milhões. No mesmo período desse ano, essa despesa quase foi multiplicada por dez e atingiu R$ 113,77 milhões. O câmbio teve um impacto de R$ 117,3 milhões nas contas financeiras da Net. "Esse resultado é explicado pela desvalorização do real frente ao dólar, devido à dívida denominada em dólar. A companhia não realizou nenhuma operação de risco no mercado cambial e essa despesa teve efeito puramente contábil, não afetando sua posição de caixa", salienta a diretoria da Net, no balanço. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) da empresa no período totalizou R$ 246,5 milhões, 21% superior a R$ 204,0 milhões do mesmo trimestre do ano passado. A receita líquida encerrou o trimestre em R$ 948 milhões, 27% superior aos R$ 747,4 milhões do terceiro trimestre de 2007. "Esse aumento é explicado tanto pelo crescimento do número de clientes, como pelo maior receita mensal média do assinante", informou a Net. Essa receita no trimestre foi de R$ 135,63, alta de 5,6% ante R$ 128,47 do 3T07.

Apple anuncia crescimento de 26% no lucro trimestral
A Apple anunciou na noite de segunda-feira, dia 20/10, que seu lucro líquido cresceu 26% no terceiro trimestre, com a disparada dos embarques de seu novo iPhone 3G, embora o crescimento para o iPod tenha desacelerado. A companhia disse que registrou um lucro líquido de US$ 1,14 bilhão (US$ 1,26 por ação) no terceiro trimestre, de um lucro de US$ 904 milhões (US$ 1,01 por ação) obtido em igual período do ano passado. Em julho, a Apple disse que esperava um lucro de US$ 1,00 por ação. A receita subiu 27% para US$ 7,9 bilhões no terceiro trimestre, superando a previsão da companhia de cerca de US$ 7,8 bilhões. A margem bruta cresceu para 34,7% no terceiro trimestre, de 33,6% em igual período do ano passado. Os analistas da Thomson Reuters estavam esperando um lucro de US$ 1,11 por ação sobre uma receita de US$ 8,05 bilhões no terceiro trimestre. As vendas da Apple têm mostrado flexibilidade em relação aos problemas econômicos, com os consumidores ainda ávidos em
adquirir os lançamentos da empresa. Isso não foi diferente com o mais recente modelo do iPhone, com maior velocidade de navegação na internet e preço mais baixo. A Apple classificou o desempenho do iPhone de "espetacular" e observou que seu aparelho superou as vendas do rival BlackBerry, da Research In Motion. Contudo, a companhia, que tem uma reputação de ser cautelosa nas suas previsões de receita e lucro, prevê para o quarto trimestre, um resultado bem abaixo das estimativas dos analistas de Wall Street. A Apple prevê um lucro de US$ 1,06 a US$ 1,35 por ação sobre uma receita de US$ 9 bilhões a US$ 10 bilhões no quarto trimestre. A previsão dos analistas é de um lucro de US$ 1,65 por ação sobre uma receita de US$ 10,57 bilhões. O executivo-chefe Steve Jobs disse que não sabe "como esse declínio econômico vai afetar" a companhia, embora tenha destacado que, hoje, a Apple possui "a linha de produtos mais forte de sua história" e nenhuma dívida bancária.
(Agência Dow Jones/ADJ, de São Francisco)

Microsoft faz laboratório contra pirataria de US$ 450 mil na Colômbia
A empresa norte-americana Microsoft colocará em funcionamento em novembro, na Colômbia, o primeiro laboratório de identificação de produtos piratas da América Latina, construído ao custo de US$ 450 mil. Carolina Sánchez, gerente de relações corporativas da multinacional para a Colômbia, disse que se trata do 9º laboratório no mundo para combater a pirataria e que se soma aos existentes na Alemanha, Austrália, Canadá, China, EUA, Hong Kong, Índia e Irlanda. "Apesar da taxa mundial de pirataria ter aumentado de 35% para 38%, na América Latina esse índice de pirataria caiu de 66% para 65% no último ano", indicou a Microsoft. Sánchez ressaltou que a abertura do laboratório na Colômbia faz parte da estratégia mundial da Microsoft "Jogo Limpo", que é desenvolvida simultaneamente em 33 países dos cinco continentes. (Agência France Presse/AFP, de Bogotá)

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ANÁLISE SETORIAL

Montadoras reduzem juros para manter venda
Para evitar queda nas vendas e driblar a escassez de crédito dos bancos, as montadoras oferecem aos consumidores nesse mês, juros menores do que a taxa média cobrada pelo mercado. Na primeira quinzena de outubro, as vendas de carros caíram 10% em relação a igual período de setembro. Algumas montadoras anteciparam em até um mês as promoções e feirões, que, geralmente, ocorrem em novembro. "As promoções, que se intensificaram na última semana, tentam contrabalançar a restrição de crédito dos bancos", diz Jackson Schneider, presidente da Anfavea - Associação dos Fabricantes de Veículos. Se a oferta de crédito não for normalizada no mês que vem, diz ele, a situação pode se tornar "mais crítica". "Nesse momento, cada montadora busca alternativas para vender, o que significa utilizar o próprio banco ou fazer parcerias com instituições financeiras." A Volkswagen e o banco Volks oferecem nesse mês, juros de 0,99% ao mês e plano de 24 meses para quase toda a linha de modelos nacionais (Fox, SpaceFox, CrossFox, Polo, Polo Sedan e Beetle), na tentativa de "assegurar a demanda de automóveis", segundo Fabricio Biondo, gerente-executivo da Volks. Nos modelos importados (Bora, Jetta e Passat) já não há incidência de juros, segundo informa a montadora. A Ford, que também ofereceu aos clientes juros de 0,99% ao mês para a linha Fiesta em feirão nesse mês, deve realizar outras promoções e feirões nos próximos finais de semana "para
levantar o ânimo dos clientes", segundo a montadora. No último final de semana, a Fiat vendeu em feirão em São Paulo, cerca de 1,8 mil carros de um estoque de 5 mil. O juro cobrado pelo banco Fiat (hoje pertence ao banco Itaú) também foi de 0,99% ao mês.

Crédito mais seletivo
A Abracaf - Associação Brasileira dos Concessionários Fiat - estima que, nas 452 revendas associadas, houve queda nas vendas de 6% entre os dias 1º e 19 desse mês, em relação a igual
período em setembro. "Os bancos estão mais seletivos para conceder crédito. A dificuldade é maior para os que não podem comprovar renda, como pequenos empreendedores e pessoas que não têm holerite com rendimento garantido", diz Edmo Pinheiro, presidente da Abracaf e da rede de concessionárias Pinauto. A Sabrico, revenda de carros da Volks, afirma que as promoções se acentuaram nos últimos 15 dias por causa da falta de crédito no mercado. "As montadoras optaram por subsidiar as taxas de juros para manter as vendas", afirma Marcos Dadalti, diretor comercial da concessionária. Para carros seminovos, segundo ele, os juros são de 0,98% ao mês para planos de até 36 meses. No caso de carros novos (linha Polo) e importados, a taxa é de 0,99% ao mês em prazos
de até 60 meses. "O consumidor quer comprar, mas quando lê tanta notícia ruim sobre a crise financeira mundial, fica com medo. Como os bancos estão segurando o crédito, as montadoras decidiram agir", diz Sérgio Reze, presidente da Fenabrave, associação das concessionárias. Apesar de o crédito estar mais restrito, as vendas de veículos deverão crescer entre 19% e 20%, nesse ano, estima a Fenabrave. A produção de veículos nesse ano, superou 2 milhões de unidades em agosto e deve ser a maior da história. A Peugeot também lançou no início desse mês, uma promoção, com taxas de juros de 0,49% ao mês (antes 0,99%), 50% de entrada e pagamento em até 24 meses, com a primeira parcela depois do Carnaval. Para o consultor David Wong, da Kaiser Associates, férias coletivas e antecipação de feirões, são medidas para evitar que "os custos recaiam na cadeia como um todo" e acha que é "cedo para falar em crise no setor".

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MERCADO ONLINE

Google ganha até US$ 50 milhões de publicidade com URLs erradas
O Google fatura entre US$ 32 milhões e US$ 50 milhões a cada ano, a partir de publicidade usada em sites com URLs parecidas às originais, segundo estimativa feita pelo professor da Harvard Business School, Benjamim Edelman. O truque, chamado tecnicamente de "typosquatting", faz com que empresas comprem domínios parecidos com o original, com apenas algumas alterações.Quando o usuário chega ao site por engano, encontrará links da plataforma AdSense que podem ser clicados, o que gerará uma receita tanto para seu administrador como para o Google. O principal perdedor, diz Edelman, é o dono original da marca. Há outro problema também. O Google oferece um programa dentro do AdSense especificamente para domínios específicos. O AdSense for Domains torna o Google responsável pelas fraudes? Essa é uma questão de um processo iniciado em junho nos EUA e que acusa o gigante de busca de infração de marca registrada tenta responder.Edelman escreveu no McAfee Security Journal, onde é conselheiro, que a companhia descobriu cerca de 80 mil domínios do tipo que exploravam os 2 mil sites mais populares da internet e aponta que grandes empresas, como a Neiman Marcus e a Microsoft, fecharam acordos para não processar os infratores.

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MERCADO DE LUXO

Mercado internacional de bens de luxo reduz crescimento pela metade
O mercado internacional de bens de luxo reduzirá seu crescimento anual à metade em 2008, em relação a 2007, passando de 6,5% a 3%, aponta um estudo realizado pela consultoria americana Bain & Company para a associação de empresários italiana Altagamma. Apresentado ontem, em Milão, ele adverte que 2009 será ainda pior. Em 2008, o relatório prevê que o mercado de bens de luxo gere 175 bilhões de euros (aproximadamente US$ 231 bilhões), contra os 170 bilhões de euros (cerca de US$ 225 bilhões) do ano passado. Brasil, Rússia, China e Índia, como mercados emergentes, terão os maiores aumentos no negócio desse tipo de bens nos próximos cinco anos, afirma o relatório, que
também prevê que o último trimestre de 2008, será especialmente negativo para o mercado de luxo. Por regiões, o continente americano mostra os primeiros sinais de recessão, já que 2008 será invariável em relação aos valores de 2007, um freio motivado pela crise das hipotecas lixo e pelo impacto da crise financeira no poder aquisitivo e na confiança dos consumidores. Mesmo assim, o continente manterá a segunda posição no mercado desse tipo de bens, pelos cerca de US$ 76 bilhões que gerará em 2008, em relação aos cerca de US$ 88,3 bilhões da Europa, o maior mercado de luxo do mundo. Por produtos, o crescimento do mercado de luxo de moda feminina apresentará um crescimento de apenas 0,5% em 2008, contra 6% registrado em 2007. O mesmo, segundo o relatório, ocorrerá no setor de moda masculina - onde cabe destacar o retrocesso que o mercado do luxo
experimentará no Japão, com uma queda de 4%. Os sapatos e relógios de luxo conseguirão segurar a barra e não crescerão muito abaixo do que no ano passado, mas, o mercado da joalheria, experimentará uma grande redução no crescimento, que passará de 9% em 2007 para 2,5% esse ano. O ano de 2009 será o pior para o mercado de luxo, com um crescimento que variará entre 2% e uma queda de 2%, e a Europa sofrerá uma grande recessão no comércio desse tipo de bens. Os analistas da Bain & Company prevêem, no entanto, que as oscilações no mercado de divisas internacional tenham pela primeira vez, um impacto positivo no setor dos bens de luxo, sobretudo graças à recuperação do dólar e do iene em relação ao euro. (Efe, de Roma)

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