I-Press.biz Economia & Mercado | Edição 084 | Ano I

Mantega admite que falta dinheiro no mercado, principalmente para exportações
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu ontem que a falta de liquidez (dinheiro em circulação), principalmente para financiar os exportadores brasileiros, é o principal problema enfrentado atualmente pelo País na economia. A afirmação foi feita por meio de nota divulgada após a reunião extraordinária do CMN - Conselho Monetário Nacional -, que vai obrigar os bancos a aumentar o crédito para esse setor da economia. "Nosso principal problema é a falta de liquidez, principalmente para financiar as exportações. As medidas anunciadas visam facilitar o acesso ao crédito pelos exportadores e pelas empresas que possam estar tendo problemas de capital de giro", disse o ministro. Segundo o Mantega, a decisão de ontem auxiliará no restabelecimento do crédito para as empresas exportadoras. O CMN autorizou o Banco Central a determinar que, nas operações de empréstimos em moeda estrangeira, os recursos sejam direcionados para operações de comércio exterior. O BC também fica autorizado a receber debêntures emitidas por empresas não financeiras nas operações de redesconto. O ministro se reuniu ontem pela manhã com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para avaliar "a crise financeira internacional, as medidas já adotadas pelo governo brasileiro e a conjuntura econômica do país". Participaram também da reunião os secretários da Fazenda e diretores do BC. Diante das conclusões, o governo decidiu pela convocação da reunião extraordinária. Bancos retraídos Na quarta-feira, dia 15/10, o presidente da CNI - Confederação Nacional da Indústria -, Armando Monteiro Neto, participou de um encontro no Ministério da Fazenda. Mais tarde, divulgou nota na qual pedia medidas para direcionar o dinheiro do compulsório liberado pelo BC para os exportadores. "O compulsório não foi reduzido para os bancos ficarem com dinheiro em caixa, mas para que os recursos sejam aplicados e irriguem o mercado. Os bancos estão muito retraídos', disse Monteiro Neto, antes de participar de audiência com o procurador-geral da Fazenda Nacional, Luiz Inácio Adams. Segundo a CNI, os financiamentos para as exportações brasileiras caíram cerca de 80%, ou seja, representam hoje cerca de um quinto do valor disponível antes do acirramento da crise internacional.

BNDES libera R$ 205 milhões para Usina Rio Pardo e Tatez
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 205 milhões para a Usina Rio Pardo e a Agrícola Tatez. Segundo nota divulgada hoje pelo banco, o valor será destinado à implantação de uma lavoura de cana e a uma unidade de processamento para produção de açúcar e álcool, com co-geração de energia elétrica. O empreendimento está localizado no município de Cerqueira César, região oeste do Estado de São Paulo, a cerca de 250 km da capital. Ainda de acordo com a nota, os recursos do BNDES representam 66% do investimento total e serão repassados por um pool de agentes financeiros liderados pelo Unibanco. O restante virá dos grupos Tavares de Almeida, Tejofran e Zogbi, controladores do projeto. O projeto prevê a criação de 1.500 empregos diretos (sendo mais de 80% na área agrícola) e utilizará 100% de cana própria, no regime de parceria com produtores da região. Na primeira safra (2009/2010), será produzido somente etanol. A partir da seguinte, terá início a produção de açúcar e energia para comercialização, segundo a nota. (Agência Estado)

Venda de veículos cai 10% no início do mês afirma Fenabrave
As vendas de autos e comerciais leves somaram 91.145 unidades na primeira quinzena de outubro, uma queda de 6,62% sobre o mesmo período do mês passado (98.518), segundo dados divulgados hoje pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Conforme os entidade, as vendas totais de veículos no País (incluindo caminhões, ônibus e implementos rodoviários) apresentaram uma queda de 10,33% no mesmo intervalo de comparação. Na primeira quinzena deste mês, foram comercializados 202.158 veículos, contra 225.459 nos 15 primeiros dias de setembro. Os dados da Fenabrave também mostraram piora nas vendas totais de veículos comparando-se a primeira quinzena deste mês com o mesmo período de outubro de 2007 (204.692) A queda, entretanto, foi menor, de 1,24%. Considerando-se apenas as vendas de autos e comerciais leves, houve um pequeno aumento entre os dois intervalos, de 1,78%.

Petróleo cai abaixo de US$ 70 com demanda fraca
Os contratos futuros de petróleo acentuaram a queda depois que os dados sobre estoques de petróleo e gasolina nos EUA mostraram aumento acima do esperado, indicando que a demanda continua enfraquecendo. Às 12h50 (de Brasília), o contrato com vencimento em novembro na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês) era negociado em baixa de 6,75%, a US$ 69,51 por barril, depois de furar para baixo a marca de US$ 70 pela primeira vez desde agosto de 2007. Os estoques de petróleo nos EUA aumentaram 5,611 milhões de barris na semana encerrada em 10 de outubro, para um total de 308,198 milhões de barris, informou o Departamento de Energia (DOE) dos EUA. Os estoques de gasolina subiram 6,973 milhões de barris. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) antecipou em quase um mês, para 24 de outubro, sua reunião para discutir o rápido enfraquecimento da demanda global. Mas, fora uma grande surpresa, a Opep pouco poderá fazer para reverter o declínio dos preços, disseram analistas. (Agência Dow Jones, de Nova Iorque)

GM anuncia demissão de mais 1,6 mil funcionários
A GM - General Motors - anunciou ontem que, a partir do primeiro trimestre de 2009, aproximadamente 1,6 mil funcionários de três fábricas nos Estados Unidos serão mandados embora devido à queda na demanda. As demissões se somam aos 2,7 mil postos de trabalho que a montadora eliminará com o fechamento de duas unidades de produção no país. Este ano, as vendas da GM nos Estados Unidos já caíram 18%. Para não piorar sua situação com a crise financeira internacional, a empresa decidiu acelerar a aplicação de medidas drásticas de redução de custos. Na semana passada, analistas de mercado disseram que as vendas de automóveis em 2009 podem sofrer um colapso, o que aumentará a pressão sobre os fabricantes americanos, que acumulam prejuízos elevados e precisam de liquidez para não quebrar. (Efe, de Detróit/EUA)

Vale aprova orçamento de US$ 14,2 bilhões para 2009
A mineradora Vale divulgou ontem o seu programa de investimentos para 2009, que prevê dispêndios no valor de US$ 14,2 bilhões. O comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aponta que o foco estratégico da companhia no ano que vem será o crescimento orgânico e não enfatiza eventuais compras de empresas concorrentes. O documento aprovado hoje pela Conselho de Administração da mineradora cita a crise financeira global, mas diz que "a despeito do choque financeiro e de suas repercussões negativas sobre a economia real, a Vale continua confiante nos fundamentos de longo prazo dos mercados de minérios e metais". O programa prevê a execução de cerca de 30 projetos, localizados no Brasil, Canadá, Moçambique, Omã, Austrália, Indonésia e Peru, entre outros. De acordo com a Vale, os investimentos no Brasil receberão 69,8% dos recursos orçados para 2009, totalizando US$ 9,9 bilhões. A empresa prevê investir US$ 1,1 bilhão no Canadá, US$ 831 milhões em Moçambique, US$ 515 milhões em Omã e os restantes US$ 1,9 bilhão em outros países. No orçamento para 2009 estão previstos investimentos de US$ 11,652 bilhões em crescimento orgânico, o que corresponde a 81,8% dos dispêndios totais, sendo US$ 10,178 bilhões para a execução de projetos e US$ 1,473 bilhão em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Os gastos em P&D prevêem US$ 736 milhões dedicados ao programa global de exploração mineral, US$ 510 milhões para estudos conceituais, de pré-viabilidade e de viabilidade para o desenvolvimento de depósitos minerais já identificados e US$ 227 milhões para investimentos em novos processos, inovações tecnológicas e sua adaptação. A empresa diz que está investindo na exploração de minério de ferro, níquel, cobre, carvão, bauxita, potássio, fosfato, urânio e gás natural em mais de 20 países nas Américas, Europa, África, Ásia e Austrália. De acordo com a Vale, "a exploração de urânio e gás natural está inserida no objetivo estratégico de otimizar nossa matriz energética visando à redução de custos e a mitigação dos riscos de preços e fornecimento". Os maiores fluxos de investimentos em projetos durante 2009 se referem a Carajás 130 Mtpa (US$ 798 milhões), Serra Sul (US$ 675 milhões), Onça Puma (US$ 597 milhões), Tubarão VIII (US$ 527 milhões), Salobo (US$ 459 milhões), Omã (US$ 458 milhões), Moatize (US$ 444 milhões), CAP (US$ 405 milhões), Barcarena (US$ 314 milhões) e Bayóvar (US$ 279 milhões). De acordo com a Vale, estão previstos aportes de US$ 4,785 bilhões em minerais não ferrosos, representando 33,6% do total para 2009 e para os negócios de minerais ferrosos se projetam investimentos de US$ 4,179 bilhões, 29,4% do total. Em infra-estrutura, serão investidos US$ 822 milhões em energia e US$ 3,027 bilhões em logística, dos quais US$ 1,678 bilhão, segundo a empresa, para suportar o plano de expansão de capacidade de produção do minério de ferro. Para o carvão, estão orçados dispêndios de US$ 808 milhões, abrangendo principalmente a expansão de Carborough Downs e o desenvolvimento da mina de Moatize.

Setor alimentício aguarda fim da crise para anunciar aportes
A fabricante de molhos e de pratos prontos Fugini, que está planejando uma nova fábrica para aumento da capacidade produtiva em Goiás, espera, agora, o desenrolar da crise dos mercados para a decisão de investimento. No entanto, de acordo com o executivo da Fugini, a empresa não sentiu, até então, nenhum tipo de impacto real em sua atividade produtiva. A alta demanda em 2008, já fez a empresa investir em nova planta em Monte Alto/SP, que será inaugurada nos próximos dias. A queda de demanda de mercados importantes para a indústria alimentícia brasileira, como o europeu e americano, e a possível influência da inflação poderão ser fatores que agirão diretamente na produção nacional de alimentos. Após um ano turbulento para o setor, que começou com a escassez de commodities e com a desvalorização do real, que propiciou maior entrada de produtos importados no Brasil, 2009 trará novos desafios ao setor. De acordo com o Instituto de Estudos Para o Desenvolvimento Industria (Iedi), apesar dos desdobramentos da crise ainda não estarem nítidos, o setor já pode notar adiamento de investimentos. A Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos (Abia) já havia previsto investimentos do setor de mais de R$ 22 bilhões em 2009, um montante 17% maior do que o registrado neste ano. De acordo com reportagem publicada no DCI, o gerente do Departamento de Economia e Estatística da Associação, Amílcar Lacerda de Oliveira, afirma que a estratégia do setor era a de ampliar a exportação com produtos de maior valor agregado. Hoje, cerca de 23% da produção de alimentos é designada ao mercado externo. Espera-se, para 2009, um crescimento de 10%.

Walmart muda estratégia de aquisições para crescer
A compra de redes de varejo brasileiras fez bem ao Walmart, maior varejista do mundo. Até 2003, o gigante americano era no Brasil um anão se comparado aos líderes Pão de Açúcar e Carrefour. Bastaram dois cheques para mudar radicalmente esse panorama. Após investir mais de US$ 1 bilhão na compra da rede Bompreço (a maior do Nordeste) e do Grupo Sonae (a maior do Sul), o Walmart encostou nos líderes. Diante do sucesso das aquisições, a matriz do Walmart colocou à disposição dos executivos brasileiros todo o poder do fôlego financeiro da rede para continuar sua onda de compras e, ao final do processo, tornar-se o maior varejista do Brasil. Surgiu, no entanto, um problema: a era das grandes aquisições acabou. Hoje é quase impossível assumir a liderança com apenas uma ou duas compras.Diante desse cenário, os americanos decidiram transformar seu modelo de aquisições. O primeiro passo foi remodelar sua estrutura interna. A rede criou um departamento que se dedica unicamente à busca de novos alvos. Trata-se de um movimento inédito entre os grandes varejistas brasileiros e dá a medida exata do apetite do Walmart para o crescimento por aquisições. Essa missão coube ao executivo paulista Eduardo Alcaro. Para chegar lá, a estratégia elaborada por Alcaro é vasculhar oportunidades em todo o Brasil. Na mira estão principalmente as redes pequenas e médias, que os grandes até agora descartavam. A tarefa do grupo comandado por Alcaro é fazer um mapeamento de aproximadamente 100 alvos potenciais em todo o Brasil. Para conhecer melhor essas empresas, a equipe tem viajado pelo país para conhecer as operações das redes e as associações e prefeituras locais. Entre as prioridades estão aquisições nas regiões que se desenvolvem graças ao avanço do agronegócio. Recentemente, os olheiros do Walmart estiveram em Mato Grosso. Um dos alvos mais cobiçados é a rede Comper, empresa com 31 lojas, faturamento estimado em R$ 200 milhões por ano. Os donos da rede pretendem procurar interessados pela aquisição.

Crise dá mais relevância à gestão de marcas
Aquilo que se poderia chamar de alma de uma marca pode ser definido pela relevância que ela assume no ambiente em que circula, entre acionistas, funcionários, parceiros e consumidores. Esse ativo intangível, ainda não refletido nos balanços das empresas, está na pauta do dia dos executivos. O motivo é a crise que assola o mundo. De forma geral, na hora das grandes dificuldades uma marca sólida e respeitada se sai melhor, já que uma reputação forte e admirada é um bem que, associado à marca, tem sido cada vez mais percebido e valorizado. No segmento de bens de consumo, em particular, fica mais sensível a questão da independência da marca de um produto em relação à companhia que o criou e fabrica.

Klabin tem prejuízo de R$ 253 milhões com câmbio e alta nos custos
A Klabin, empresa do ramo de papel e celulose, informou nesta quinta-feira que fechou o terceiro trimestre deste ano com prejuízo líquido de R$ 253,14 milhões, ante lucro de R$ 177,52 milhões no mesmo período de 2007. No segundo trimestre do ano, o lucro tinham sido de R$ 175 milhões. Segundo comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), houve piora no desempenho operacional e financeiro, sendo que a valorização do dólar afetou o endividamento da empresa. De julho a setembro, a receita líquida da Klabin ficou em R$ 770,2 milhões, valor 6,56% superior ao anotado no terceiro trimestre do ano passado. No ano, a receita é de R$ 2,291 bilhões, elevação de 8% sobre o período do ano passado. No terceiro trimestre mencionado, as vendas totalizaram 388 mil toneladas, alta de 7,7% sobre 2007 - no ano, as vendas somam 1,186 milhão de toneladas, alta de 8%. A Klabin ressalta que apesar da alta, subiram com mais força os custos dos produtos (22%), para R$ 587,9 milhões, principalmente por conta dos maiores preços de insumos como óleo combustível, produtos químicos e gás. Já as despesas subiram 30,2%, para R$ 133,18 milhões - pesaram as rescisões de contratos de alguns executivos da companhia. A valorização do dólar ante o real também pesou nos custos, o que acarretou perdas de R$ 381 milhões. O endividamento bruto da Klabin no final de setembro era de R$ 4.901 milhões - no comunicado, a empresa explica que tem 50% da sua dívida atrelada ao dólar. "O prazo médio de vencimento dos financiamentos é de 51 meses, sendo 44 meses para os financiamentos em moeda local e 57 meses para os financiamentos em moeda estrangeira. Em função do perfil do endividamento, o impacto das variações cambiais no balanço será precedido pelo acréscimo na geração operacional de caixa", explica a Klabin. Excluídos os fatores com câmbio e despesas extras, o Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) somou R$ 154,63 milhões, queda de 22,7% sobre o terceiro trimestre do ano passado (R$ 200,13 milhões). (Folha Online)

Grupo Accor fatura 5,4% a menos até setembro
O grupo hoteleiro francês Accor anunciou ontem faturamento de 5,79 bilhões de euros (US$ 7,76 bilhões) nos nove primeiros meses deste ano, 5,4% a menos que no mesmo período de 2007. O resultado levou a empresa a rever suas previsões para o conjunto do ano. O Accor afirmou em comunicado que, "diante da freada forte da economia mundial", foram estabelecidos resultados antes de impostos de entre 870 milhões e 890 milhões de euros, frente aos 910 milhões e 930 milhões estimados inicialmente. A atividade hoteleira, a principal do grupo, teve queda de 1,4% do faturamento, até 4,33 bilhões de euros (US$ 5,81 bilhões), em boa parte ligados à baixa de 35,6% da receita dos EUA. Os hotéis de luxo melhoraram suas vendas em 5,2% e os econômicos fora dos EUA, em 5%. A atividade de serviços faturou 693 milhões de euros (US$ 929 milhões), 11% a mais que nos nove primeiros meses do ano. (Efe, de Paris)

Pequeno varejo tem alta de 10,5% em agosto
As pequenas empresas do varejo paulista registraram alta de 10,5% no faturamento real de agosto deste ano, frente a igual mês de 2007. O dado faz parte da Pesquisa Conjuntural do Pequeno Varejo (PCPV), divulgada pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Em agosto, dos sete setores pesquisados, seis apresentaram resultados positivos em relação a agosto do ano passado: Material de Construção (37,8%), Lojas de Eletroeletrônicos (12,4%), Lojas de Móveis e Decorações (9,9%), Farmácias e Perfumarias (9,9%), Vestuário, Tecidos e Calçados (5,8%), Alimentos e Bebidas (0,2%). Por outro lado, o grupo de Autopeças e Acessórios continua registrando o pior desempenho mensal, com queda de 12,2% no seu faturamento. Em 2008, o setor acumula queda de 17,8%.

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MERCADO de Ações & Futuros
(Informações: Dow Jones, Bovespa e Reuters)

Bovespa tenta, mas matérias-primas impedem recuperação
A definição de uma trajetória de alta das ações no pregão em Nova Iorque na tarde de ontem, em especial a ampliação dos ganhos na última hora de pregão, ajudou a reduzir as perdas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Mas a forte pressão de baixa em razão do declínio dos preços das matérias-primas (commodities), com o petróleo abaixo dos US$ 70 por barril pela primeira vez desde agosto de 2007, por impediu que o índice Bovespa fechasse a quinta-feira no azul, como seus pares norte-americanos.

- O Ibovespa encerrou em queda de 1,06%, aos 36.441,72 pontos. Apenas na abertura do pregão pela manhã conseguiu sustentar-se em território positivo, quando subiu 1,52%, aos 37.394 pontos, na máxima. Na mínima, chegou perto do limite para que fosse acionado o circuit breaker ao cair 8,36%, para 33.752 pontos. O volume financeiro somou R$ 5,522 bilhões (preliminar). Nesta semana, o Ibovespa ainda acumula variação positiva de 2,34%. Mas no acumulado de outubro, o Ibovespa registra expressiva queda de 26,44%.

Análise - "Não existe mais análise fundamental para operar no mercado. O que manda é o psicológico", segundo a opinião de um profissional da área de renda variável de uma corretora em São Paulo, para explicar o comportamento volátil nas operações de ontem. "O Ibovespa até reagiu no final e quase fechou no azul. Mas foi uma recuperação sem consistência", complementou outro profissional do mercado, de uma corretora do Rio. Na visão de Tony Volpon, economista-chefe da CM Capital Markets, a habilidade do mercado acionário norte-americano de sustentar um expressivo rali após um dia ruim nas bolsas da Europa e Ásia, notícias econômicas negativas e resultados corporativos ruins, pode ser uma prova de que os mercados estão finalmente começando a tentar ver através do que será um período de números econômicos muito fracos. A queda no preço do petróleo serviu como argumento para a recuperação em Nova York, o que gerou impulso em ações de setores como serviços públicos, aéreo e matérias-primas.

- A queda do petróleo ajudou os índices de ações nos EUA, no Brasil o efeito foi contrário, uma vez que afeta negativamente as ações da Petrobras - que respondem por cerca de 18% do Ibovespa. Ontem, as ações preferenciais (PN) da estatal caíram 7,50% e as ordinárias (ON) recuaram 8,67% - liderando as baixas do índice. Além do petróleo, o decréscimo nos preços de outras commodities, como alguns produtos agrícolas e metais, também manteve o pregão na Bolsa brasileira sob pressão. Como lembrou o profissional da corretora no Rio, a pauta de exportações brasileira é quase toda de commodities. "E as ações com maior peso no índice, junto com os papéis de bancos, são de empresas que têm seus resultados atrelados aos preços desses produtos", afirmou. As ações da Vale refletiram isso: queda de 2,13% nas PNA e recuo de 2,50% nas ON.

- O setor bancário brasileiro também continuou a registrar perdas significativas e alguns papéis figuraram entre as maiores baixas do Ibovespa - Unibanco Unit registrou declínio de 6,12% e representou a quarta maior queda do índice. Na seqüência, Itaú PN cedeu 6,09%. Banco do Brasil ON ocupou a sétima posição, com desvalorização de 4,72%. Bradesco PN perdeu 3,83%.

- Entre as maiores altas, Gol PN subiu 24,32%, seguida por CSN ON (+17,29%) e TIM Participações S.A. PN (+17,22%).

Bolsa de NY registra uma das maiores altas do ano
O mercado norte-americano de ações voltou a fechar em alta, revertendo a queda verificada pela manhã. As ações operaram em baixa durante boa parte do dia de ontem, em reação a uma nova fornada de indicadores fracos - a produção industrial, que sofreu em setembro a maior queda desde 1974, e o índice de atividade industrial do Fed de Filadélfia. O índice Dow Jones chegou a cair 380 pontos e o S&P-500, a perder 4,6%. A virada para cima aconteceu na última hora do pregão. O S&P-500 acabou tendo sua quarta maior alta deste ano em termos porcentuais e o Nasdaq, a segunda maior. O índice de volatilidade VIX subiu para o nível recorde de 81,17 no fim da manhã, mas recuou à tarde, fechando em 67,61, em queda de 2,37%.

Análise - Participantes do mercado disseram que uma das razões para a aceleração da alta no fim do pregão foi o fato de haver vencimento de opções de ações e de índices hoje, o que motivou um movimento de cobertura de posições. Entre os destaques do dia estavam as ações do Wamart, com alta de 9,13%, em reação à nova queda dos preços do petróleo, que fecharam abaixo dos US$ 70 por barril. As ações das empresas de petróleo também subiram (ExxonMobil ganhou 11,39%). No setor financeiro, as ações do Citigroup caíram 2,03% e as do Merrill Lynch subiram 0,60%, depois de as duas instituições divulgarem resultados. Entre as seguradoras de bônus, as ações da Ambac Financial subiram 47,78%, depois de seu executivo-chefe, Michael Callen, dizer que o setor está preparando um plano para apresentar ao Departamento do Tesouro, pelo qual as seguradoras venderiam ativos "problemáticos" ao governo; as da MBIA, maior companhia do setor, avançaram 32,16%.

- O índice Dow Jones fechou em alta de 401,35 pontos, ou 4,68%, em 8.979,26 pontos. A mínima foi em 8.197,67 pontos e a máxima em 9.013,27 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 89,38 pontos, ou 5,49%, em 1.717,71 pontos, com mínima em 1.565,72 pontos e máxima em 1.717,72 pontos. O S&P-500 subiu 38,59 pontos, ou 4,25%, para 946,43 pontos, com mínima em 865,83 pontos e máxima em 947,71 pontos.

Bolsas da Europa fecham em forte baixa, de cerca de 5%
As principais bolsas européias encerraram o pregão de ontem novamente em baixa, com o temor de que os esforços para recuperar o setor bancário não impedirão uma prolongada desaceleração econômica global. Operadores disseram que a percepção geral é a de que, apesar do esforço coordenado entre Europa e EUA para ajudar a socorrer os bancos, a economia global precisará de cuidados intensivos por algum tempo. "O apoio em massa do governo para evitar um risco sistêmico no setor financeiro é claramente necessário, mas não parece ser suficiente para diminuir a preocupação do mercado quanto à contração da economia mundial", disseram estrategistas do Société Générale. Os dados sobre a economia americana divulgados na quarta-feira, dia 15/10, também pressionaram os mercados europeus. A produção industrial dos EUA caiu 2,8% em setembro, a retração mais acentuada em 34 anos, em conseqüência, em parte, dos dois furacões que atingiram a costa dos EUA no mês passado.

- A Bolsa de Londres encerrou a sessão com queda de 5,35%.
- A Bolsa de Frankfurt terminou em baixa de 4,91%.
- A Bolsa de Madri perdeu 4,11%.
- A Bolsa de Paris recuou 5,92%.
- Bolsa de Zurique, cedeu 3,26%, a 5.718 pontos.
- Em Lisboa, o índice PIS-20 recuou 5,08% para 6.652 pontos.

Análise - Ações de mineradoras e petroleiras foram os destaques entre as quedas, diante das perspectivas de retração no consumo de combustível e metais. "A perspectiva para o crescimento econômico global é negativa e os mercados estão cada vez mais focados nesse fator", disse Paul Mortimer-Lee, economista do banco BNP Paribas. As ações das mineradoras Lonmim, Anglo American e ArcelorMittal foram destaques negativos do dia. Os papéis das petroleiras também tiveram recuo expressivo com a queda forte dos preços do petróleo, que chegou a ser negociado abaixo de US$ 70 o barril em Nova York, com destaques para a francesa Total, a italiana ENI e a britânica BP.

- No setor de tecnologia, a Nokia, maior fabricante mundial de celulares, informou queda de 30% no lucro líquido do terceiro trimestre por conta da concorrência e da retração econômica mundial. A companhia, contudo, disse estar bem posicionada para enfrentar a desaceleração econômica. As ações da empresa caíram 4,16% na Bolsa de Helsinque, Finlândia. A fabricante de equipamentos industriais sueca SKF reportou um aumento de 7,5% no lucro líquido do terceiro trimestre, resultado melhor que o esperado, que a empresa credita ao aumento das vendas na Europa e Ásia, apesar da retração econômica. As ações da empresa, contudo, recuaram 1,75% na Bolsa de Estocolmo.

- Os bancos continuam no foco das preocupações dos governos. O governo e o banco central da Suíça mobilizaram-se hoje para apoiar o banco suíço UBS com uma injeção de 6 bilhões de francos suíços (US$ 5,23 bilhões), além de assumirem US$ 60 bilhões em papéis de risco. Em troca, o governo suíço ficará com uma participação de 9% no UBS. Separadamente, o Credit Suisse anunciou ter levantado 10 bilhões de francos suíços (US$ 8,76 bilhões) para cumprir os parâmetros mais exigentes de capital e de risco a serem estabelecidos pelos órgãos reguladores. As ações do UBS caíram 4,93% e as do Credit Suisse perderam 0,87% na Bolsa de Zurique.

Pânico retorna com tudo às bolsas asiáticas
O pânico verificado na semana passada nas bolsas mundiais voltou com toda força nos mercados asiáticos. As bolsas da região reagiram no mesmo tom às históricas quedas em Wall Street. Os investidores mostraram extrema preocupação com o risco de que a recessão nos países desenvolvidos seja maior e mais longa do que se imagina. Mas houve atenuantes em alguns mercados, por conta da presença dos caçadores de ofertas.

- Foi o caso da Bolsa de Hong Kong, que chegou a cair 8,9% durante o pregão, mas fechou com baixa menor. O índice Hang Seng perdeu 767,78 pontos, ou 4,8%, e terminou aos 15.230,52 pontos.
- Já as Bolsas da China fecharam em baixa pelo terceiro pregão seguido. O índice Xangai Composto caiu 4,3% e encerrou aos 1.909,94 pontos. Já o Shenzhen Composto perdeu 4,7% e terminou aos 500,30 pontos. Yuan - Realizações de lucros ao final do dia no dólar fizeram o yuan recuperar as perdas e fechar em ligeira alta ante a moeda norte-americana. No mercado de balcão, o dólar fechou cotado em 6,8319 yuans, de 6,8322 yuans do fechamento de ontem.

Influenciada ainda pelas demais bolsas regionais:
- A Bolsa de Taipé, em Taiwan, apresentou nova queda, tendo o menor volume de negociações em mais de quatro anos. O índice Taiwan Weighted perdeu 3,3% e encerrou aos 5.075,97 pontos.
- Na Bolsa de Seul, na Coréia do Sul, a queda do índice Kospi foi a maior em sete anos. O índice perdeu 9,4% e fechou aos 1.213,78 pontos.
- A Bolsa de Manila, nas Filipinas, também ficou perto de anular os ganhos obtidos no começo da semana. O índice PSE Composto baixou 5,2% e encerrou aos 2.122,37 pontos.
- Na Austrália, o segundo dia consecutivo de queda eliminou a maior parte do que a Bolsa de Sydney havia ganhado no começo da semana. O índice S&P/ASX 200 declinou 6,7% e fechou aos 4.013,4 pontos.
- A Bolsa de Cingapura teve forte baixa, uma vez que investidores na Ásia procuraram se proteger após Wall Street ter apresentado o maior declínio em 21 anos. O índice Straits Times caiu 5,3% e fechou aos 1.951,20 pontos. O mercado indonésio recuou, afetado pela desvalorização da rupia e quedas nos mercados acionários globais em meio a preocupações sobre a economia americana.
- O índice composto da Bolsa de Jacarta caiu 3,8% e fechou aos 1.463,25 pontos.
- Na Tailândia, o índice SET da Bolsa de Bangcoc cedeu 0,8%, aos 477,73 pontos. - O índice composto de cem blue chips da Bolsa de Kuala Lumpur, na Malásia, perdeu 3,1% e fechou aos 920,02 pontos. A baixa foi motivada por vendas de papéis de primeira linha.

Dólar reduz alta e cai para R$ 2,16 no fechamento
Após servir de refúgio para os investidores e operar em alta na maior parte do dia de ontem, por causa da perspectiva de recessão nos Estados Unidos e na Europa e da falta de horizonte para o fim da crise financeira global, o dólar "fraquejou" na última meia hora de negócios no mercado interbancário de câmbio.

- O dólar comercial fechou em baixa de 0,23% a R$ 2,16, após ter subido 3,42% a R$ 2,239 pela manhã, o que foi a taxa máxima registrada hoje.

- Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar negociado nos contratos de liquidação à vista fechou em baixa de 0,16% a R$ 2,1595. Ontem o dólar havia subido 3%. No acumulado de outubro, o dólar comercial registra valorização de 13,56% - na virada do mês, a moeda ainda era negociada no nível de R$ 1,90. Se a pressão inicial sobre as cotações do dólar refletiu o pessimismo do mercado com o futuro da economia mundial, a inversão de sinal no fim da sessão ocorreu em meio a um aumento da oferta de moeda por tesourarias de bancos, assegurada pela injeção de liquidez do Banco Central.

- No mercado global de moedas, a divisa norte-americana também perdeu fôlego ante o euro e algumas divisas da América Latina no fim da tarde. Às 17 horas, o euro reduzia a baixa a 0,07%, cotado a US$ 1,3465, ante mínima de US$ 1,3345. Entre os emergentes na América Latina, por volta das 16h55, o dólar caía em relação ao peso chileno, que foi cotado a 622,40 pesos por dólar, de 626,50 pesos por dólar ontem; no México a moeda norte-americana cedia a 12,8687 pesos por dólar, de 12,8975 pesos por dólar de quarta-feira, dia 15/10.

Análise - Segundo um operador do mercado de câmbio doméstico, as tesourarias de instituições financeiras absorveram os cerca de US$ 1,4 bilhão vendidos pelo BC em dois leilões (sendo US$ 1 bilhão com recompra) e outros US$ 1,8 bilhão em contratos de swap cambial negociados pela autoridade monetária (que assume posição vendida em câmbio e comprada em juros). Esses recursos assegurados pelo BC foram absorvidos pelas instituições financeiras, que ficaram com parte desses recursos em carteira e outra parte repassaram para outros bancos e exportadores, que teriam assegurado um fluxo comercial favorável por meio da antecipação de contratos de exportação, disse um profissional. Diante da maior liquidez e da recuperação dos índices acionários em Wall Street na última hora dos pregões, as cotações à vista do dólar cederam no final, com um giro financeiro mais robusto.

- No mercado à vista, o volume de negócios foi de US$ 5,3 bilhões, segundo estimativas do mercado.

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ÍNDICES ECONÔMICOS

FGV: 2ª prévia do mês do IPC-S fica em 0,30%
A segunda prévia do mês da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), apurada até ontem, ficou em 0,30%, informou ontem a FGV - Fundação Getúlio Vargas. Na leitura anterior, de até 7/10, a fundação apurou alta de 0,16% para o mesmo índice. Segundo a FGV, o avanço do IPC-S no período foi o maior desde a segunda semana de agosto deste ano. Ainda de acordo com a entidade, os fatores que levaram à aceleração mensurada pela taxa do indicador se originaram de elevações de preços mais intensas e fim de queda de preços, em quatro das sete classes de despesa usadas para cálculo do índice, na passagem da primeira para a segunda prévia do mês do IPC-S. É o caso de Habitação (de 0,34% para 0,39%); Vestuário (de 0,72% para 0,93%); Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,23% para 0,30%) e Alimentação (de -0,23% para 0,22%). Mais uma vez, o grupo referente aos alimentos foi a principal influência para a taxa maior do indicador, na segunda prévia de outubro. Em comunicado, a fundação esclarece que 13 dos 21 gêneros alimentícios componentes do grupo registraram acréscimos em suas taxas de variação, na passagem do índice. No período, os principais destaques foram as quedas e desacelerações de preços em hortaliças e legumes (-4,79% para -3,50%), laticínios (-2,49% para -1,74%) e carnes bovinas (0,88% para 1,47%). Já os três grupos restantes apresentaram desaceleração de preços, no mesmo período. É o caso de Educação, Leitura e Recreação (de 0,12% para 0,05%); Transportes (de 0,13% para 0,10%); e Despesas Diversas (de 0,86% para 0,49%).
Produtos - Ao analisar a movimentação de preços entre os produtos, no âmbito da segunda prévia do IPC-S, a FGV informou que as mais significativas altas de preço no varejo foram apuradas em limão (68,36%); taxa de água e esgoto residencial (2,29%) e cigarros (2,06%). Já as mais significativas quedas de preços foram registradas nos preços de cebola (-22,65%); batata-inglesa (-9,67%) e leite tipo longa vida (-3,41%).

Agricultura reverte deflação medida pelo IGP-10
O fim da queda nos preços de produtos agrícolas foi responsável por quase a metade da aceleração da inflação medida pelo Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10), de setembro para outubro. O IGP-10 deste mês, divulgado na manhã de ontem pela FGV, mostrou inflação de 0,78%, contra deflação de 0,42% no mês passado. Os preços agropecuários no atacado, que caíram 4,30% em setembro, neste mês subiram 0,54%. A informação é do coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros. O economista comentou ainda que quase toda (90%) a aceleração dos preços agropecuários no atacado foi originada de apenas três produtos: soja em grão (de -7,75% em setembro para 2,49% em outubro); mandioca (de -5,71% para 29,46%); e tomate (de -47,37% para 12,76%). Os preços dos produtos, segundo Quadros, foram influenciados por fatores sazonais de demanda interna. Ainda de acordo com o economista, embora os preços do varejo também tenham saído de queda para elevação de preços, de setembro para outubro (de -0,03% para 0,10%), o atacado (de -0,75% para 0,98%) foi o setor que mais influenciou a taxa elevada do IGP-10, em outubro. Análise - Os efeitos da alta do dólar já podem ser detectados em um segmento no atacado, no âmbito do IGP-10. Quadros informou que o avanço nos preços dos produtos industriais no atacado (de -0,75% para 0,98%) foi motivado principalmente pelo fim da queda nos preços de materiais para manufatura (de -0,08% para 1,13%) - segmento esse que é uma espécie de "portal de entrada" para efeitos cambiais na inflação do setor atacadista. "Esse avanço de preços em materiais para manufatura foi influenciado pelo câmbio", afirmou. O economista fez questão de ressaltar que o impacto do dólar alto na inflação mensurada pelo IGP-10 de outubro "ainda é muito pequeno e marginal". Ele admitiu, porém, que ao longo de outubro os efeitos da recente alta do dólar podem começar a "se espalhar" por alguns produtos do setor atacadista.

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MERCADO FINANCEIRO

JPMorgan supera Citi e é maior banco em ativos dos EUA
O Citigroup, que no fim do segundo trimestre deste ano foi o maior banco americano em ativos, superando por pouco o JPMorgan, caiu para o segundo lugar no terceiro trimestre de 2008. Os ativos do JP somavam US$ 2,3 trilhões ao fim de setembro, ante US$ 2,1 trilhões do Citi, no mesmo período. O Citi tem afirmado repetidamente nos últimos 18 meses que quer ficar menor livrando-se de ativos que não geram retornos atraentes, ao passo que o executivo-chefe do JP, Jamie Dimon, disse que não liga para o tamanho do banco. (Agência Dow Jones, Nova Iorque)

Citigroup registra 4º prejuízo trimestral seguido
O Citigroup passou de um lucro no terceiro trimestre de 2007 para um prejuízo de US$ 2,81 bilhões no terceiro trimestre deste ano, refletindo US$ 4,4 bilhões em baixas contábeis. No mesmo período do ano passado, a instituição havia tido lucro líquido de US$ 2,21 bilhões. O prejuízo é o quarto trimestral seguido. No período entre julho e setembro de 2008, a receita do banco americano caiu 23%, para US$ 16,68 bilhões. Mesmo assim, o prejuízo foi menor que a estimativa feita por analistas, mas a receita veio pior que o esperado. O banco atribuiu a receita reduzida ao "impacto de um ambiente econômico difícil e aos fracos mercados de capital". Os resultados mostram que o Citi - que já registrou mais de US$ 40 bilhões em baixas contábeis e outras perdas geradas pela crise hipotecária durante o ano passado - ainda está sendo prejudicada por ativos lastreados em hipotecas e pela crise do crédito. O banco cortou 11 mil empregos no último trimestre, cerca de 3% do total de funcionários, elevando o total de demissões deste ano a 23 mil. No entanto, os resultados não foram tão ruins quanto o esperado. O prejuízo e as baixas contábeis foram cerca de metade do projetado pelo Citigroup no mês passado. "Embora nossos resultados do terceiro trimestre tenham refletido tanto o ambiente ruim quanto as contínuas baixas contábeis em nossos ativos, estamos fazendo um excelente progresso em segmentos de nossos negócios que controlamos, incluindo redução de despesas, folha de pagamento e administração de capital", afirmou Vikram Pandit, executivo-chefe do banco. Além das baixas contábeis, os resultados do trimestre incluíram US$ 4,9 bilhões em perdas com crédito e US$ 3,9 bilhões em despesas para aumentar as reservas contra perdas com empréstimos. O segmento de banco de consumo do Citi teve US$ 1,1 bilhão de prejuízo, mas a receita cresceu 1,7%. As operações globais com cartões registraram queda de 40% nas receitas e prejuízo de US$ 902 milhões. O grupo de clientes institucionais, incluindo as operações com títulos e banco de investimentos, registrou uma queda de 48% na receita, com um prejuízo de US$ 2,02 bilhões causado também pelas baixas contábeis. O segmento de administração de fortunas teve redução de 26% no lucro e diminuição de 10% na receita.

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AGRONEGÓCIOS

Leilão de arroz será dia 29 de outubro
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) programou o próximo leilão de estoques públicos de arroz para o dia 29 de outubro. O edital de venda foi divulgado ontem e contou com acordo entre os participantes da Câmara Setorial do Arroz, que estiveram reunidos em Brasília. Os arrozeiros reivindicavam que o intervalo entre as operações voltasse a ser quinzenal em vez de semanal, como acontece desde 16 de setembro. Além da operação do dia 29, que ofertará 51.079 toneladas, os participantes da Câmara definiram outro leilão, no dia 12 de novembro, também com 50 mil toneladas, informou o diretor comercial do Irga - Instituto Riograndense do Arroz, Rubens Silveira, que esteve na reunião. Depois do dia 12 de novembro, o setor voltará a avaliar o comportamento do mercado para definir o andamento dos leilões. A Conab tem vendido estoques públicos com o objetivo de manter estável a cotação do produto.

Conab vai atualizar dados do pacote tecnológico do café
A Conab - Companhia Nacional de Abastecimento - vai atualizar os dados do pacote tecnológico utilizado pelos agricultores no cultivo de café. A última alteração foi feita em 2003 e atende norma que estabelece revisões periódicas a cada quatro anos. O resultado será publicado no site da estatal até o fim do mês. O levantamento prevê, por exemplo, se coeficientes técnicos como preços da mão-de-obra, de fertilizantes e de agrotóxicos sofreram alguma mudança e se houve também, no campo, utilização de nova tecnologia nos procedimentos agrícolas. Atualmente, os técnicos estão visitando regiões produtoras em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia e Espírito Santo, onde conferem informações com produtores, representantes de órgãos governamentais, empresas de assistência técnica, associações, cooperativas e revendedores de máquinas. "É possível que, após os quatro anos da última pesquisa, tenha havido variações de fatores que compõem o pacote, como uma nova marca de fertilizante ou máquinas utilizadas na produção", disse o gerente de Custos de Produção, Asdrúbal Jacobina.

RS arremata em leilão 100% dos contratos de trigo
Os produtores e cooperativas do RS arremataram ontem todos os 3.705 contratos de opção de venda pública oferecidos para trigo do Estado em leilão realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No PR, onde a oferta era de 2 mil contratos, apenas 44 foram arrematados, ou 2,2% do total. Não houve interesse pelos 75 contratos oferecidos em GO, pelos 150 do MS nem pelos 180 contratos de MG. Houve demanda por 78 dos 500 contratos de trigo oferecidos em SP. No total, a oferta era de 6.610 contratos de 27 toneladas, tendo sido negociados 3.927 contratos, ou 57,90% do total. O forte interesse dos produtores gaúchos na negociação se deve ao fato de que este foi o primeiro leilão em que a produção do Estado foi contemplada. Tradicionalmente, a safra de trigo do RS é a que sofre maior pressão na comercialização. Além de estar mais distante dos centros consumidores, o Estado produz essencialmente trigo soft, usado pelas indústrias de massas e biscoitos, menos valorizado que o trigo paranaense, destinado à panificação. Os compradores desses contratos decidirão na data do exercício - 31 de março de 2009 - se irão vender o cereal para o governo, ao preço de R$ 530/t para o trigo gaúcho e de R$ 590/t para o paulista, ou se negociam no mercado de lotes. A decisão levará em conta o preço que o mercado estiver pagando na ocasião.

Faturamento do setor sucroalcoooleiro será de R$ 40 bilhões em 2008/09
O faturamento bruto do setor sucroalcooleiro, com cerca de 400 usinas do País, deve somar R$ 40 bilhões, de acordo com Marcos Jank, presidente da Unica - União das Indústrias da Cana-de-Açúcar. O álcool representa 54% do faturamento total. bruto anual do setor sucroenergético, que chega a R$ 40 bilhões. O açúcar é o segundo produto mais importante da cana-de-açúcar em termos de receita, com 44%, e a bioeletricidade vem em terceiro, com 2%. Os dados foram divulgados na segunda-feira, dia 13/10, durante palestra a empresários, executivos e estudantes de relações internacionais na sede da Trevisan Escola de Negócios. Segundo Jank, o setor terá seu potencial crescente na área de bioeletricidade, energia elétrica produzida a partir de biomassa de origem vegetal. Ainda segundo a Unica, nos Estados de SP, MG, GO e MS foram identificados 210 empreendimentos com capacidade instalada potencial de 14.800 MW até 2015. Deste montante, serão exportados 10.200 MW para o sistema elétrico nacional, o equivalente a uma usina do porte de Itaipu

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COMÉRCIO EXTERIOR

Decisão do CMN é um alento, mas é muito vaga, avalia AEB
A decisão do CMN - Conselho Monetário Nacional - ontem para facilitar o crédito aos exportadores "é um alento, mas é muito vaga", disse o vice-presidente executivo da AEB - Associação de Comércio Exterior do Brasil -, José Augusto de Castro. O voto do CMN diz que "nas operações de empréstimos em moeda estrangeira, o Banco Central do Brasil poderá determinar que os recursos sejam direcionados para operações de comércio exterior". Na leitura de Castro, "se o BC poderá determinar, é porque ainda não determinou". O executivo registrou também que se a instituição financeira acha que o dólar vai subir e prefere ficar com a moeda estrangeira guardada para vender mais tarde, "não há lei que obrigue os bancos a não sentar no dinheiro ou usar para outra coisa". Segundo Castro, "o banco faz o que quiser com o dinheiro, é a lei do mercado". De acordo com ele, os exportadores ainda estão esperando que o governo regulamente o uso de parte das reservas internacionais para o crédito ao comércio exterior. (Agência Estado)

Opep antecipa reunião de emergência para outubro
A Opep - Organização dos Países Exportadores de Petróleo - antecipou sua reunião de emergência em quase um mês para revisar a política de produção do grupo, refletindo o aumento da preocupação com a queda dos preços do petróleo. A reunião foi marcada para a sexta-feira da semana que vem (dia 24/10), na sede do grupo, em Viena, antecipada da data anterior de 18/11. "As nações da Opep dependem das receitas com petróleo e diante da queda dos preços (da matéria-prima) até agora, estamos muito preocupados", disse o ministro do Petróleo da Nigéria, Odein Ajumogobia. Ontem, os contratos futuros de petróleo fecharam abaixo de US$ 75 o barril em Nova Iorque, pela primeira vez desde agosto do ano passado. Este ano, a queda acumulada do petróleo é de 22%. O mercado da commodity tem reagido a sinais de que a economia em recessão pode desacelerar, e possivelmente inverter, o crescimento da demanda mundial pelo produto. (Agência Dow Jones, Londres)

Faturamento com exportações de carne cresce quase 54%
O faturamento com as exportações de carne bovina foi recorde novamente em setembro, chegando a US$555,39 milhões, segundo dados do Mdic - Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior. Em relação a agosto, houve um aumento de 6,8% e em relação a setembro de 2007, o crescimento do faturamento chega a 53,84%. Nos primeiros nove meses de 2008, o Brasil já faturou mais do que faturou ao longo de 2006 e está perto do total exportado ao longo de 2007, informam os analistas da Scot Consultoria. "Mesmo tendo exportado menor volume este ano, a carne mais valorizada no mundo, em função da demanda aquecida e da limitação da produção nos principais participantes do mercado, tem ajudado nos resultados", comentam. "No entanto, com os problemas financeiros atuais, é possível que haja uma diminuição da demanda em alguns países e o Brasil necessite novamente ampliar e diversificar seus mercados", finalizam.

Ilender do Brasil aposta na expressividade da AveSui para divulgar seus produtos no mercado brasileiro
Principal vitrine da cadeia de aves e suínos do País, a AveSui Regiões 2009 conquistou a confiança de mais uma grande empresa do setor, que marcará presença na feira para expor seus produtos e prospectar novos negócios. A Ilender do Brasil Laboratórios, multinacional peruana especializada em produtos farmacêuticos para a saúde animal, será uma das empresas expositoras que participarão do evento com o objetivo de obter visibilidade e conquistar novos parceiros. A AveSui Regiões 2008 será realizada entre os dias 27 e 29 de abril de 2009, no Expo Center Norte, em São Paulo. Esta será a primeira vez que a companhia, que tem sua unidade brasileira instalada em Campinas, participará da AveSui. De acordo com Marcelo Manjabosco Nunes, gerente geral do Brasil, a Ilender resolveu apostar nesta participação para divulgar a marca e a sua linha de produtos veterinários e aditivos alimentícios direcionados à pecuária e para a indústria avícola, de modo a fortalecer a sua presença no país. “Nosso principal intuito é mostrar para o mercado a linha de produtos desenvolvida pela Ilender. Acreditamos que a AveSui será uma grande oportunidade para nos relacionarmos com um público de alto nível e, assim, estabelecermos produtivos contatos”, afirma Nunes. A empresa, criada há 19 anos, também está presente na Bolívia, Chile, Colômbia, Guatemala, Venezuela e Estados Unidos. A AveSui Regiões 2009 deverá receber 15 mil visitantes e reunir em torno de 200 empresas de genética, nutrição animal, produtos veterinários, equipamentos para granjas, transporte, embalagens, soluções ambientais, equipamentos para plantas processadoras de carnes e ovos e de diversos outros serviços e tecnologias. Além da exposição comercial, a AveSui terá painéis de discussão técnica e de conjuntura, com a presença de especialistas do Brasil e do exterior avaliando os caminhos da avicultura e da suinocultura.

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MATÉRIAL ESPECIAL

Mobilidade impulsiona investimentos em TI e Telecom
Com forte movimento de adoção da mobilidade, seja um simples serviço de voz móvel ou uma sofisticada aplicação de dados, o mercado brasileiro de tecnologia da informação e de telecomunicações se mantém em ritmo de expansão, embora com taxa de crescimento abaixo das registradas nos dois últimos anos (13% em 2006 e 12% em 2005).Em 2007, o faturamento dessa indústria no Brasil atingiu 196,032 bilhões de reais, o que representou um aumento de 7% (em real) em relação ao faturamento registrado em 2006, informa o estudo 100 Maiores Empresas de TI e Telecom 2008, do Now! Digital Business.Em dólar, com a moeda cotada na época do levantamento a 1,95 real, esse crescimento foi bem maior, cerca de 20%, representando um volume de vendas da ordem de 100,5 bilhões de dólares. “Em 2008, esse crescimento será ainda mais elevado, na faixa de 8%”, avalia Mauro Peres, country manager da IDC Brasil, empresa de consultoria de negócios de TI e de telecom. “O mercado está bem mais aquecido, com uma economia em expansão e previsão de um PIB (Produto Interno Bruto) maior do que nos anos anteriores. Muitos projetos de tecnologia que foram amadurecidos no ano passado estão sendo implantados agora, e as empresas estão compondo um cenário otimista até o final do ano”, diz ele. Embora com menor número de empresas no ranking das 100 Maiores, o setor de telecomunicações abocanha a maior fatia do bolo de negócios realizados no mercado brasileiro em 2007. Apenas sete operadoras de telecom – Oi, Telefônica, Vivo, TIM, Brasil Telecom, Embratel e Claro – faturaram 116,1 bilhões de reais da receita total, aproximadamente 190 bilhões de reais. Os serviços de telefonia fixa ainda continuam responsáveis pelas maiores vendas do setor, com receitas superiores a 45 bilhões de reais, mas o avanço da comunicação móvel é incontestável. Os serviços de voz celular, por exemplo, passaram de 4,5 bilhões de reais em 2006, para 26,6 bilhões de reais em 2007. A venda de aparelhos celulares cresceu de 12,7 bilhões de reais em 2006 para 15,3 bilhões de reais no ano passado. “São cada vez mais fortes os braços da migração da telefonia fixa para a comunicação móvel”, atesta José Roberto Mavgnier, analista de telecomunicações da Frost & Sullivan. “A mobilidade está em maior evidência, principalmente no segmento de telefonia celular, pelo fato das ligações de telefonia móvel estarem mais baratas, entre usuários de uma mesma operadora”, explica ele. A implantação de novas redes IP, GSM e de terceira geração (3G), embora ainda incipientes, também impulsionou os negócios no ambiente da mobilidade, segundo Mavgnier, e adicionou novos assinantes às bases das operadoras de telecomunicações. “Isso veio dar impulso à mobilidade, com a criação de novos aplicativos, tanto no segmento móvel corporativo, quanto no segmento de consumo doméstico, com os recém lançados serviços de localização, por exemplo. A oferta de acesso à internet móvel está começando a decolar”, diz ele. Segundo o analista da Frost&Sullivan, a expansão do mercado brasileiro está de mãos dadas com o crescimento da economia. “Estamos projetando um crescimento da base de assinantes na área de telefonia móvel de 14%. Ou seja, até o final do ano chegaremos ao patamar de 137 milhões de assinantes”, indica Mavgnier. Para Mauro Peres, da IDC, o apelo da mobilidade, sem dúvida, é muito forte também como suporte à expansão do mercado de TI. Segundo o estudo do Now!Digital Business, as maiores receitas na área de TI foram proporcionadas pelas vendas de PCs, notebooks e palmtops, com um total de 6,2 bilhões de reais. “É notável o aumento da proporção de notebooks no conjunto das vendas de PCs”, observa Peres. Em 2007, de acordo com os dados apurados pela IDC, foram vendidos 10,7 milhões de computadores no Brasil, o que, inclusive, tornou o País o quinto maior mercado mundial de PCs. Pelo menos 20% do total, indica Peres, foram de notebooks. A perspectiva é que em 2012, quando o Brasil alcançará a condição de terceiro maior mercado mundial de PCs, essa participação cresça para 47%. “A conveniência é importante, a diferença de preço caiu muito e com isso o notebook ganhou um apelo muito maior, com melhor design e sensação de mobilidade crescente”, afirma. Mas a expansão dos negócios no mercado de TI espelha outros movimentos, igualmente fortes em várias direções, analisa o diretor geral da IDC Brasil. “As empresas brasileiras estão investindo pesado, também, na migração de suas infra-estruturas de TI para ambientes de virtualização, para consolidar seus sistemas em tecnologias mais avançadas. O objetivo é reduzir gerenciamento, diminuir os custos de energia, propiciar várias economias na sua infra-estrutura”, explica Peres. Na área de software, assinala o especialista, tem sido muito marcante a retomada dos investimentos em sistemas de gestão corporativa, ERP (Enterprise Resource Planning), por empresas de segmentos que não de manufatura – empresas que fizeram IPO (em inglês Initial Public Offering), ou seja, abriram seu capital no mercado acionário. O estudo 100 Maiores registra os avanços: na categoria Gerenciamento, a receita passou de 149,4 milhões de reais em 2006 para 1,06 milhão de reais, em 2007, enquanto as vendas com software de Gestão subiram de 201,1 milhões de reais em 2006 para 1,044 bilhão, no ano passado. “A preocupação com a governança corporativa e exigências regulatórias leva à adoção de sistemas de gestão integrada mais avançados, à implantação de melhores práticas de gestão”, diz ele. (Computerworld)

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LOGÍSTICA & Infraestrutura

ArcelorMittal suprirá SP por Santos
A Arcelor Mittal Tubarão, antiga CST, abriu concorrência para ampliar o uso da navegação de cabotagem entre portos no país para atender seu mercado de aço. A siderúrgica recebeu propostas de empresas de navegação brasileiras interessadas em transportar bobinas de aço laminadas, produzidas na usina da companhia, em Serra/ES, até o porto de Santos. Dali os produtos siderúrgicos seguirão por trem ou caminhão para clientes da cidade de São Paulo, da região metropolitana e do interior do Estado. Um dos objetivos é abastecer o centro de serviços da Gonvarri Brasil, em Campinas, do qual a Arcelor Mittal adquiriu 50% este ano. A concorrência será concluída ainda em 2008 e a idéia da empresa é começar a operação para Santos no início de 2009. A Arcelor Mittal Tubarão não informou os nomes das empresas que participam da disputa, mas o Valor apurou que entre os concorrentes estão a CNA - Companhia de Navegação da Amazônia -, ligada ao grupo Libra, e a Companhia de Navegação Norsul, pertencente à Lorentzen Empreendimentos. A Norsul opera há dois anos outro sistema de cabotagem para a ArcelorMittal Tubarão. É o serviço de transporte de bobinas entre a usina, no Espírito Santo, e a Arcelor Mittal Vega, que faz a galvanização (revestimento com zinco) do aço em São Francisco do Sul/SC. De janeiro a agosto de 2008, a Norsul transportou cerca de 470 mil toneladas de bobinas entre a usina de Tubarão e a Vega, em Santa Catarina. Nesse serviço a empresa tem um contrato de 18 anos com a Arcelor Mittal. A Norsul também tem contratos semelhantes com a Aracruz, para transporte de toras de madeira, e com a Veracel, pelo qual movimenta celulose. (Valor Online)

Corede discute em Santa Maria/RS defesa da hidrovia e ferrovia
O presidente do Conselho Regional de Desenvolvime nto (Corede Jacuí-Centro), Theonas Baumhardt, está desde e ontem e completa hoje, em Santa Maria/RS, a apresentação de propostas em defesa da hidrovia do Rio Jacuí e da reativação do modal ferroviário. Baumhardt estará presente no evento Assembléia de Convergência, parte do Programa Sociedade Convergente, idealizado pelo presidente da Assembléia Legislativa do Estado, deputado Alceu Moreira (PMDB). Baumhardt disse que estas duas bandeiras estão sendo levadas nestas reuniões por serem fundamentais para o desenvolvimento de toda a região central do Estado. Tanto a hidrovia quanto a ferrovia são de vital importância, pois além de serem meios de transporte mais baratos, vão desafogar o trânsito nas rodovias, disse Baumhardt.
INTERMODAL - O presidente do Corede defende o transporte inteligente através do intermodal rodo-hidro-ferroviário, sem que ninguém saia perdendo, com caminhões fazendo trajetos mais curtos, dos terminais portuários ou ferroviários até as empresas. Temos aparato para transportar com eficiência. É preciso reativar, destaca Theonas. Além de defender a reativação da hidrovia e da malha ferroviária, Theonas pretende ainda pedir celeridade no asfaltamento da RS-403, que liga Cachoeira do Sul a Rio Pardo, e da rodovia que liga Cerro Branco a Sobradinho.


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MERCADO DE TI & Telecomunicações

Encontro Nacional do setor de TI encerra hoje, em Porto Alegre
O primeiro dia do XXIII Encontro Nacional das Empresas de Software e Serviços de Informática, o ENESI, evento realizado no Centro de Eventos do Plaza São Rafael em Porto Alegre, foi marcado por palestras que reuniram mais de 400 inscritos.Organizado pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet, regional do RS (Assespro-RS), o ENESI encerra suas atividades hoje com debates sobre o setor, tendências para negociações e abertura de novos rumos para a TI no Brasil e Mercosul. Hoje pela manhã, a programação terá início às 8h30min, com a Mesa Redonda - Mídia em TI, com a participação dos jornalistas Patrícia Knebel (Jornal do Comércio), Gláucia Civa (Baguete Diário) e Eugênio Esber (Revista Amanhã). Às 9h20min, o diretor do Departamento de Serviços de Redes da Secretaria de Logística e TI do Ministério do Planejamento, Antonio Carlos Alff falará sobre “Mais Eficiência e Democratização nas Compras Públicas”, e em seguida, o tema “Tendência em Fusões e Aquisições no setor de TI” será a pauta de Thomas Eggers, diretor regional do Corum Group International. Ainda pela manhã, o vice-presidente executivo da TOTVS José Rogério Luiz explana o case da empresa como estratégia de crescimento. O início da tarde é de expectativa: o ex-governador do Estado Germano Rigotto fala ao público do ENESI na palestra “Por uma Lei Específica de Software e Serviços de Informática”, às 13h30min. Rigotto defenderá a necessidade de uma nova política para o mercado de tecnologia do Brasil, com garantias e novas práticas para que o setor seja aliado do Governo em busca de inovações para o País.
Fórum - Marcado para a tarde de hoje, às 15h10min, a discussão sobre o Fórum de Competitividade, com a presença do Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em exercício, Ivan João Guimarães Ramalho. Na pauta de debates serão explanados os temas "Expansão da TI na América Latina", "Mão-de-obra qualificada: cenários e soluções", "As vantagens e desvantagens do Outsourcing Local e global".
CIO'S - Também hoje, a partir das 14h40min, a Assespro/RS em parceria com a Sociedade dos Usuários de Informática e Telecomunicações regional do Rio grande do Sul (SUCESU/RS), dará início ao Fórum de CIO's - Chief Information Officer. O evento terá como tema "Aquisição de Software - Qualidade e Parceria" e será ministrado por Magda Targa (CIO Unimed), Ricardo de Rose (CIO Epcos) e Eduardo Henrique Pereira de Arruda (CIO TJ-RS).
(Na semana que vem, o I-Press.biz Economia & Mercado publicará uma entrevista especial com o presidente Nacional da Assespro, Ricardo Kurtz, onde ele analisa o mercado de TI diante da atual crise financeira, repercussões nas empresas brasileiras e perspectivas de crescimento).


Anatel: Vivo lidera mercado, seguida por Claro e TIM
A Vivo terminou o mês de setembro com 30,03% de participação no mercado de telefonia móvel, contra 30,12% em agosto. A Claro firmou-se na segunda posição com 25,33%, seguida por TIM, com 25,02% dos clientes de celulares. A Claro havia alçado a vice-liderança em agosto, mas com uma diferença muito pequena para a TIM, de 5.778 telefones celulares, quando considerada a fatia de mercado com três casas decimais. O ranking da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) indicava 25,09% de participação para cada uma das operadoras. A fatia da Oi no setor de telefonia móvel atingiu 15,53% em setembro, abaixo dos 15,62% de agosto. A Brasil Telecom ficou praticamente estável, saindo de 3,72% para 3,73% de um mês para o outro. Com as mudanças propostas pela Anatel na redação do Plano Geral de Outorgas (PGO), ainda não aprovado, a Brasil Telecom poderá ser controlada pela Oi. Ainda segundo os dados da Anatel, a CTBC Telecom Celular teve sua presença estabelecida em 0,31%, a mesma de agosto, enquanto a Sercomtel Celular permaneceu com 0,05% de participação em setembro. A tecnologia GSM continua em expansão e na liderança do mercado, com 121.946.989 acessos (86,61% do total). A tecnologia CDMA tem 14.518.166 habilitações (10,31%) e a TDMA, 2.357.754 (1,67%). A tecnologia analógica AMPS possui apenas 13.234 pontos de acesso.

Lucro da Nokia cai 30% no 3º trimestre a US$ 1,46 bilhão
A finlandesa Nokia registrou queda de 30% no lucro líquido do terceiro trimestre deste ano, para 1,09 bilhão de euros (US$ 1,46 bilhão), de 1,56 bilhão de euros no mesmo período do ano passado, prejudicada pela desaceleração da economia global e pela intensa concorrência que pesaram sobre as vendas da empresa. Os resultados ficaram abaixo da expectativa dos analistas, que era de lucro de 1,17 bilhão de euros. A participação de mercado da Nokia caiu de 40% no segundo trimestre deste ano para 38% no terceiro trimestre, em linha com o alerta dado pela empresa em setembro. Nas mesmas bases de comparação, os embarques de aparelhos caíram 3%, para 117,8 milhões de unidades, ante 122 milhões de aparelhos no trimestre anterior. Em relação ao terceiro trimestre de 2007, no entanto, os embarques cresceram 5%. A empresa afirmou que o preço médio de venda (ASP) diminuiu para 72 euros (US$ 96,6), em comparação com 74 euros do segundo trimestre de 2008. As vendas caíram 5%, para 12,24 bilhões de euros (US$ 16,43 bilhões), ante os 12,90 bilhões de euros registrados no terceiro trimestre do ano passado. Esse resultado também ficou abaixo do projetado pelos analistas, que previam vendas de 12,77 bilhões de euros. Apesar dos resultados ruins, o executivo-chefe da Nokia, Olli-Pekka Kallasvuo, afirmou que a empresa foi capaz de alcançar sólidas margens e fluxo de caixa operacional de 1,3 bilhão de euros (US$ 1,74 bilhão) no terceiro trimestre, "como resultado da forte posição de administração operacional e de mercado" da empresa. As ações da Nokia caíram 58% este ano, para um nível não visto desde o início de 2005, como conseqüência do comportamento do mercado, que continua oscilando fortemente com os temores de uma recessão e em meio à desaceleração dos gastos dos consumidores. (Agência Dow Jones, de Helsinque/Finlândia)

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ANÁLISE SETORIAL

Crise ainda não chegou ao emprego industrial diz Fiesp
A crise financeira ainda não teve impacto na atividade e no nível de emprego da indústria paulista. A avaliação é do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo -, Paulo Francini, que explicou que os últimos resultados do Indicador do Nível de Atividade (INA) mostram acomodação, mas em nível elevado, e o nível de emprego, divulgado hoje, com alta de 0,26% em setembro ante agosto, com ajuste sazonal, não apresentou um resultado espetacular, mas ainda assim positivo. Francini disse que o nível de emprego costuma responder aos movimentos da atividade com uma defasagem de quatro meses. "A crise, se reduzir o nível de atividade industrial, diminuirá a quantidade de emprego quatro meses depois. Mas o INA de agosto não mostrou esse resultado", afirmou. De janeiro a setembro, o emprego na indústria paulista acumula alta de 7,65%, mas com o fim da safra da indústria sucroalcooleira e as demissões subseqüentes, que ocorrem tradicionalmente no fim do ano, o indicador deve ficar dentro das previsões da entidade empresarial, que estima uma alta entre 4% e 4,5% sobre 2007. Para se ter uma idéia do peso da indústria sucroalcooleira no cálculo do nível de emprego, nos nove primeiros meses do ano, das 167 mil vagas criadas, 56% surgiram na indústria de açúcar e álcool, ou 93.670 postos de trabalho. Sem esse setor, o emprego na indústria do Estado teria acumulado uma alta de 3,36% de janeiro a setembro. Segundo a Fiesp, 13 dos 21 setores que participam da pesquisa geraram emprego em setembro, quatro fizeram demissões e quatro apresentaram números estáveis. O segmento de informática foi o que mais criou vagas no mês, com alta de 5,54%, seguido por borracha e plástico (1,79%) e material eletrônico e de comunicações (1,74%). Coque, refino de petróleo, combustíveis nucleares e álcool foi o setor com maior queda, de 1,96%, seguido por couro, artigos de viagem e calçados (-0,89%) e alimentos e bebidas (-0,31%). Das 36 diretorias regionais que fazem parte da pesquisa, 16 apresentaram alta no nível de emprego, 7 tiveram resultado estável e 13 registraram demissões. Matão, pelo desempenho do segmento de máquinas e equipamentos e de alimentos, principalmente suco de laranja, teve alta de 2,06%, seguida por Marília, com 1,51%, puxado pela indústria têxtil e de alimentos, e Santa Bárbara D'Oeste, com 1,46%, com destaque para metalurgia básica e produtos têxteis. Os piores resultados foram verificados em Presidente Prudente, com queda de 2,56%, puxado pelo desempenho da indústria de confecções, vestuário e sucroalcooleira; Osasco, com -2,31%, puxado pela indústria de edição, impressão e gravações e pelo segmento plástico; e Jaú, com -1,22%, puxado pela indústria de couro e calçados.

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MERCADO ONLINE

Lucro do Google cresce 26% no terceiro trimestre deste ano
O Google anunciou ontem um lucro líquido de US$ 1,346 bilhão no terceiro trimestre deste ano, um aumento de 26% em relação ao mesmo período do ano passado. O faturamento da empresa atingiu US$ 5,541 bilhões entre julho e setembro deste ano, 3% a mais que no trimestre anterior e 31% superior aos mesmos três meses de 2007. O executivo-chefe do Google, Eric Schmidt, disse em comunicado que a empresa "é realista sobre o mau estado da economia global", mas acrescentou que seus diretores "continuarão administrando a firma a longo prazo" e investindo em áreas como a telefonia celular. "Continuaremos introduzindo melhoras em busca e anúncios, enquanto investimos em áreas com crescimento futuro como negócios, celulares e publicidade gráfica", afirmou. O Google publicou também seus resultados dos primeiros nove meses do ano, nos quais o faturamento cresceu 33%, até os US$ 16,094 bilhões, e o lucro líquido subiu outros 33%, até os US$ 3,9 bilhões. Estes números superaram as expectativas dos analistas, que tinham previsto que a crise econômica e a recuperação do dólar afetariam o site de buscas, e previam lucro no terceiro trimestre de quase US$ 0,20 a menos por ação.

EBay prevê queda de receita pela primeira vez em 13 anos
O site de leilões pela internet eBay afirmou na quarta-feira, dia 15/10, que o faturamento com vendas deve diminuir pela primeira vez em 13 anos de história. A empresa anunciou uma redução nas projeções financeiras para 2008 alegando uma forte queda no comércio pela internet. Segundo reportagem do jornal britânico "Financial Times", o eBay já tinha verificado a sua primeira queda no valor dos bens vendidos em seus sites no terceiro trimestre deste ano, encerrado em setembro. O eBay reduziu de 30% para 12% a taxa de crescimento no faturamento com as vendas na internet, ainda de acordo com a publicação. O presidente do eBay, John Donahoe, afirmou que a empresa vai enfrentar um ambiente empresarial "muito exigente", devido a crise no mercado financeiro internacional. No início deste mês, o eBay anunciou uma redução em seu quadro de funcionários, com a demissão de mil pessoas - cerca de 10% dos empregados da companhia -, entre fixos e temporários. Segundo o site de leilões, a medida irá "simplificar" e "melhorar a organização", reduzindo os gastos. Enquanto o eBay prevê redução no crescimento das vendas pela internet, no Brasil a situação é a oposta. Estudo divulgado ontem pela consultoria e-bit afirma que o faturamento do comércio eletrônico no País deve fechar 2008 com crescimento de 35% sobre o ano passado. De acordo com o levantamento, as vendas on-line devem atingir faturamento de R$ 8,5 bilhões. Atualmente, mais de 11,5 milhões de pessoas, segundo a consultoria, já experimentaram comprar algum tipo de produto pela internet.

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MERCADO DE LUXO

Segmento de luxo prevê Natal positivo, mas teme 2009
Da mesma maneira que o varejo tradicional prevê um Natal com otimismo, mas com menor volume de vendas, o cenário para o mercado de luxo deverá acompanhar esses passos sem sofrer tanto com a volatilidade da moeda norte-americana. Neste ano, a previsão é de que o segmento movimente US$ 2,8 bilhões, cifra 25% maior que a do ano passado. Para o início do próximo ano, a projeção de especialistas é que as vendas tenham um recuo inferior a 3,5%, taxa do Produto Interno Bruto (PIB) estimado para 2009. Enquanto as redes de lojas departamentos de luxo americanas Neiman Marcus e Saks registraram quedas nas vendas de dois dígitos no mês passado, com tendência de o volume continuar deprimido até o fim do ano, a francesa Louis Vuitton ressalta que os planos de expansão continuam os mesmos. Com cinco lojas entre São Paulo e o Rio de Janeiro, Cristiano Ferrario, diretor de Varejo da Louis Vuitton Brasil, afirma ter planos de inaugurar cerca de uma loja por ano. Ferrario confirma que em 2009 o Shopping Iguatemi Brasília/DF ganhará uma unidade da rede e a intenção é abrir pontos nas capitais brasileiras. Hoje, o Brasil e o México representam 70% do faturamento da rede na América Latina, sendo que o Brasil está se tornando um mercado mais interessante e com muitos pontos para abertura de lojas, como shoppings de alto padrão.

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