E-Press.biz Economia & Mercado | Edição 075 | Ano I

Kátya Desessards

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NOTÍCIAS

Brasil é número 38 em ranking de competitividade
O Brasil é o 38º país mais competitivo em um ranking com 43 países que representam cerca de 90% do PIB mundial, mantendo-se na mesma colocação que alcançou há quatro anos. No IC-Fiesp - Índice de Competitividade das Nações -, o Brasil ficou com a nota 20,2. O estudo colocou o País atrás do México (27,2); da Venezuela (27,9); da África do Sul (29,1); da Tailândia (31,4); da Argentina (36,4); do Chile (38,2); da Polônia (40,3); da Rússia (43,3); da China (43,4) e de muitos outros países emergentes. Apesar da crise, os EUA continuam liderando, com 91 pontos, graças à tecnologia avançada, às facilidades de crédito, à abertura de empresas e ao IDH - Índice de Desenvolvimento Humano -, entre outros fatores. Em segundo lugar, aparece Noruega, com 76,9, o que denota a distância dos EUA, e, em terceiro, o Japão, com 75,3. Entre os países com as notas mais elevadas estão ainda Suécia, Suíça, Hong Kong, Holanda, Coréia do Sul, Israel, Cingapura e Finlândia.
Fatores

Segundo o diretor do Decontec - Departamento de Competitividade e Tecnologia - da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, apesar de obter melhor nota - 17,4 no ano passado, contra 20,2 nesse ano -, o Brasil continua no mesmo lugar. De qualquer maneira, o avanço na pontuação se deve a fatores como os aumentos de reservas internacionais, dos juros básicos e de investimentos. Por outro lado, a balança de conta corrente e a alta carga tributária continuam sendo empecilhos para o ganho de competitividade. Para se ter uma idéia, o Brasil está apenas melhor posicionado do que a Índia (16,8), a Colômbia (16,7), as Filipinas (14,5), a Turquia (14,3) e a Indonésia (7,9). "A alta carga tributária brasileira não condiz com sua renda per capita. Ela tira condições de competitividade", explica. Se o custo da carga tributária para a indústria fosse igual à de países economicamente semelhantes, o setor pagaria R$ 125 bilhões, e não R$ 174 bilhões. Além disso, o custo da burocracia também é alto.
Veja no ranking:


Custo da carga tributária para a indústria
País / Carga tributária para a indústria / Custo para pagar a carga
Brasil R$ 174,3 bilhões R$ 37,7 bilhões
Rússia R$ 164,4 bilhões R$ 6,5 bilhões
Argentina R$ 132,5 bilhões R$ 8,9 bilhões
Coréia do Sul R$ 130,5 bilhões R$ 4,2 bilhões
Chile R$ 119,3 bilhões R$ 4,6 bilhões
China R$ 91,3 bilhões R$ 12,6 bilhões
Índia R$ 73,8 bilhões R$ 3,9 bilhões
(Fonte: Fiesp)
O IC mostra, ainda, que a relação entre competitividade e o PIB per capita é clara. "Os países com renda per capita semelhante à do Brasil, apresentam elevado crescimento do PIB industrial, dentre os quais se destacam Rússia, República Tcheca, Polônia e China". O IC-Fiesp é calculado com base em 83 variáveis de oito fatores: economia doméstica, abertura, governo, capital, infra-estrutura, tecnologia, produtividade, custo empresarial e de capital humano.


Dieese: salário mínimo deveria ser de R$ 1.971,55
O salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 1.971,55 em setembro, para suprir as necessidades básicas e da família, de acordo com estudo divulgado ontem, pelo Dieese -Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. A constatação foi feita por meio da utilização da Pesquisa Nacional da Cesta Básica do mês passado, realizada pela instituição em 16 capitais do País. Com base no maior valor apurado para a cesta no período, de R$ 234,68, em São Paulo, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ser 4,75 vezes maior que o piso vigente, de R$ 415,00. Em agosto, o valor do salário mínimo necessário era maior, de R$ 2.025,99, e correspondia a 4,88 vezes o mínimo em vigor. Em setembro de 2007, o mínimo necessário foi estimado em R$ 1.737,16 e correspondia a 4,57 vezes o mínimo oficial (R$
380,00). Segundo o Dieese, a retração verificada nos preços dos produtos básicos na maioria das capitais pesquisadas, permitiu que o tempo de trabalho necessário para a aquisição da cesta diminuísse. Na média das 16 localidades que fizeram parte do levantamento, o trabalhador que ganha salário mínimo necessitou cumprir uma jornada de: 106 horas e 21 minutos, contra 110 horas e 12 minutos, exigido para a mesma compra, em agosto. Em setembro de 2007, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisava cumprir uma jornada de 98 horas e 41 minutos, para adquirir os mesmos bens.


Repsol começa a perfurar poços na Bacia de Santos
A petroleira espanhola Repsol começa no fim de semana, uma campanha de perfuração de poços
exploratórios nas águas rasas da Bacia de Santos. Segundo comunicado divulgado ontem, o primeiro poço será perfurado no prospecto (área com potencial petrolífero identificado) Panoramix, localizado no bloco BM-S-48, a 120 quilômetros de Ilhabela. Nessa concessão, a companhia tem parceria com a Petrobras, a Vale e a Woodside. A Repsol pretende perfurar outros dois poços na região até abril de 2009. O mesmo consórcio detém a concessão do BM-S-55, vizinha a Panoramix. Os trabalhos serão feitos pela sonda de perfuração Sovex - Sovereign Explorer -, trazida pela empresa ao Brasil. O poço de Panoramix terá profundidade final de 5 mil metros, mas não vai procurar reservas abaixo da camada de sal. No comunicado, a Repsol diz que a expectativa é encontrar gás na região. Os blocos em questão estão localizados entre a área do pré-sal, onde está Tupi, e o campo de Mexilhão, maior descoberta de gás natural no litoral brasileiro. A companhia espanhola arrematou os blocos BM-S-48 e BM-S-55, em parceria com a Woodside, mas vendeu esse ano participação nos dois projetos para a Petrobras e a Vale.


Bush vem ao Brasil para reunião sobre biocombustível
Em novembro, mesmo mês das eleições presidenciais nos Estados Unidos, o presidente americano, George W. Bush, fará sua última visita ao Brasil para participar da conferência mundial sobre biocombustíveis, convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bush, que tem sido criticado por Lula pela sua incapacidade de conter a disseminação global da crise financeira iniciada nos EUA, mantém boas relações com o brasileiro, e fez questão de aproveitar o evento para chamar atenção à aliança firmada entre Brasil e EUA, na promoção do etanol combustível. A conferência deve reunir ministros de dezenas de países para discutir vantagens e desvantagens do uso do etanol e suas conseqüências para a produção de alimentos. Desenhada para a participação dos ministros envolvidos com o tema, ela terá poucos chefes de Estado, além de Bush. Até agora manifestaram a intenção de acompanhar a conferência os primeiros-ministros da Indonésia e da Dinamarca. O mandatário dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, é aliado de Lula na defesa do etanol combustível, e já declarou isso quando visitou o Brasil, em abril. Ele será o anfitrião, em 2009, da conferência de Copenhague
sobre aquecimento global, que pretende estabelecer um sucessor para o protocolo de Quioto,
destinado a limitar as emissões de gases provocadores do efeito estufa. A conferência sobre
biocombustíveis é a resposta de Lula às críticas internacionais contra o etanol, por seus efeitos danosos ao meio ambiente e sobre o mercado de preços agrícolas. Ele espera tirar, do encontro, um consenso global em favor do desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para o uso do etanol de cana-de-açúcar como combustível. A conferência replicará, em parte, o modelo adotado no Fórum Econômico Mundial, com mesas de debates comandadas por autoridades e especialistas de reconhecimento mundial e reuniões de ministros, que receberão as conclusões técnicas para decisão política. (Valor Online)


Casa Branca diz que crise afetará economia também em 2009
A crise financeira que causou turbulências nos mercados internacionais, ainda afetará a economia americana no primeiro trimestre do próximo ano, reconheceu ontem, a Casa Branca. O porta-voz da Casa Branca, Tony Fratto, afirmou, em sua coletiva de imprensa diária, que "ninguém deve subestimar o que essa onda da crise creditícia" fez à economia esse ano "e provavelmente fará no primeiro trimestre" de 2009. "Nossa economia é resistente e é claro que nos recuperaremos, mas seguramente vai representar um peso", afirmou Fratto. Fratto se declarou "bastante otimista" de que a Câmara vá aprovar a medida, mas disse que levará "semanas" até que o Departamento do Tesouro comece a comprar ativos de má qualidade de Wall Street. "O Tesouro quer começar a se movimentar o mais rápido possível, mas é uma coisa complicada (...) acho que demorará pelo menos semanas", declarou o porta-voz. (Efe, de Washington)

Crise provoca incerteza no Salão do Automóvel de Paris
Os fabricantes reunidos em Paris para o Salão Mundial do Automóvel manifestaram, ontem, sua incerteza sobre o impacto da crise financeira no setor. O presidente da Renault, Carlos Ghosn, disse que a situação econômica é "muito instável" e estimou que será preciso ter "prudência", evitando fazer previsões sobre o resultado do grupo francês em 2008. Para Ghosn, "hoje nenhum chefe de empresa é capaz de prever a queda da atividade que provocará a crise nos mercados". Christian Streiff, presidente da Peugeot Citroën, confirmou os "objetivos" de seu plano de reativação Cap 2010, mas afirmou que há uma "conjuntura claramente mais difícil do que a prevista durante a elaboração" do projeto, há 18 meses. Streiff destacou "a grande incerteza" em relação ao crescimento e ao poder aquisitivo após a crise. O patrão da alemã BMW, Norbert Reithofer, não descartou a adoção de medidas mais austeras, que se somariam à demissão de 8.000 funcionários já prevista. Martin Winterkorn, presidente da Volkswagen, confirmou os objetivos do grupo para o futuro, mas admitiu que espera dificuldades. Nesse contexto, no qual a retração do crédito pode ter um impacto direto sobre as vendas, o dirigente da General Motors Europa, Carl-Peter Forster, pediu aos líderes políticos que "restaurem a confiança dos consumidores" e "estimulem a economia". O Salão do Automóvel de Paris, que será aberto ao público entre 4 e 19 de outubro, trará as novidades dos grandes grupos, como os novos Renault Megane, Citroën C3 Picasso e Volkswagen Golf. Diante da alta dos preços dos combustíveis, os construtores apostam em novas tecnologias para tornar os carros mais econômicos. PSA e Honda, por exemplo, se concentram em veículos híbridos, enquanto Renault traz projetos para um carro elétrico. A Honda apresentou o novo Insight, que espera lançar como o carro híbrido mais barato do mercado, com o objetivo de vender 200 mil unidades ao ano. A Renault define seu protótipo Z.E. Concept, como o carro de "emissão zero", que espera construir a partir de 2011. (France Presse, de Paris)

Montadoras ampliam aposta nos emergentes
Antes de tomar a decisão de ampliar a capacidade da fábrica de caminhões e ônibus no Brasil em 25%, a partir de 2009, a direção mundial da Mercedes-Benz questionou se deveria mesmo seguir esse caminho diante de uma crise econômica que já havia se propagado pelos EUA, e começava a se refletir em outras partes do mundo. Mas a crise não mudou os planos dos fabricantes de veículos de carga europeus, que mantêm, todos, planos estratégicos voltados para os mercados emergentes. Em relação aos EUA, a preocupação dos europeus parece mais voltada ao impacto da desvalorização do dólar no preço do petróleo. No entanto, as empresas de caminhões e ônibus pensam que as economias emergentes têm fôlego suficiente para atravessar esse momento, e continuar atraindo os investimentos que, pouco a pouco, deixam os países de origem dessas multinacionais.

Fiat e Gerdau manterão investimento no Brasil apesar da crise financeira
O presidente da Fiat América Latina, Cledorvino Belini, e o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, disseram ontem, que manterão os investimentos anunciados no país apesar do agravamento da crise no mercado financeiro internacional. Os dois empresários projetam um crescimento acima de 4% para a economia brasileira no próximo ano, abaixo da previsão de 5% do governo, e acima da expectativa média de mercado, próxima de 3,5%. "A Fiat mantém os investimentos que foram anunciados no Brasil", disse o presidente da montadora. A empresa prevê investir R$ 6 bilhões entre 2008 e 2010. A Gerdau, R$ 4 bilhões em três anos. "Já se fala em crise a mais de um ano e a realidade que nós sentimos é que o mercado continua ativo, vigoroso. Temos um mercado interno forte e as nossas exportações são para países, de modo geral, que não foram afetados. Por enquanto, no nosso setor, não estamos vendo absolutamente nada", disse o presidente da Fiat. Belini afirmou que a questão da escassez de crédito para investimentos, devido aos problemas nos principais bancos mundiais, ainda não chegou nesse setor. Disse também, que as vendas da montadora vêm crescendo a taxas anuais de 30% nos últimos dois anos (na comparação entre dados de setembro de 2006 a 2008). Devido a
essa alta base de comparação, a projeção é de uma elevação de 15% para 2009. "Se o nosso setor crescer 10%, 15%, é um excelente crescimento. Esse ano já está garantido que vai ser em torno de 24%." Gerdau O empresário Jorge Gerdau Johannpeter, afirmou que o país já passou por crises bem piores quando as condições econômicas não eram tão boas como as de hoje. Ele citou as reservas
internacionais como um instrumento que irá reforçar a posição do Brasil no cenário de crise. "Já fizemos isso com uma situação financeira difícil, não tendo reserva nenhuma. Quem tem US$ 200 bilhões, tem folga", afirmou. Gerdau afirmou também, que a crise não chegou ao seu setor, apesar da grande presença da empresa nos EUA, onde a empresa só fez 'ajustes' na área de aços especiais. "O nosso mercado nos EUA é infra-estrutura, não está vinculado à crise do setor habitacional. Então, para nós, o setor de aço como um todo, continua com demandas extremamente elevadas e boas", afirmou. "Dentro do cenário global, nós estamos vivendo ainda, na economia real, uma situação tranqüila." Os empresários participaram do lançamento da 2ª Bienal Brasileira de Design, que acontecerá entre 8 de outubro e 5 de novembro em Brasília, e tem como principal objetivo o fortalecimento da Marca Brasil no exterior. O evento tem o apoio das duas empresas.
(Folha Online, de Brasília)

Nokia lança concorrente mais barato do iPhone
A Nokia vai usar o preço para tentar combater o iPhone. A fabricante finlandesa anunciou ontem, o lançamento do seu celular com tela sensível ao toque, o 5800 XpressMusic, uma "versão mais popular" do aparelho da Apple. Ao mesmo tempo, a fabricante finlandesa quer inaugurar um novo modelo de negócios para a indústria da música, ao criar o serviço digital Comes with Music, que começará a fazer parte de seus aparelhos. As novidades devem chegar ao Brasil no ano que vem, mas ainda sem datas definidas. Com os lançamentos, a líder mundial em telefonia móvel pretende avançar em sua estratégia de se tornar uma fornecedora de serviços de internet. A música foi o campo escolhido para marcar essa integração e atrair mais consumidores - e também se mostra como resposta aos passos da Apple, que desde a semana passada movimenta o mercado brasileiro com a chegada do iPhone 3G. (Reuters)

Comércio informal representa 50% da economia
O comércio informal equivale a 50% da economia nacional, segundo a Fecomércio/GO - Federação
do Comércio do Estado de Goiás. Seja em barracas, carrinhos ambulantes ou a pé, em feiras, parques ou pela cidade, a prática da atividade é alternativa para garantir sobrevivência ou complementar a renda. A carga tributária pesada é apontada pelo presidente da Fecomércio, José Evaristo dos Santos, como principal causador da informalidade.


Walmart quer aumentar vendas de Natal em 20%
Os hipermercados e atacados do Walmart no Brasil já colocaram à venda parte dos itens sazonais de fim de ano. A empresa espera vender até 20% mais itens de Natal do que no mesmo período de 2007, devido ao momento positivo da economia brasileira e às condições de crédito oferecidas. Em algumas categorias, como informática e decoração, os preços estão até 15% menores na comparação anual, em boa parte devido ao desempenho do câmbio. A aposta do Walmart, nesse ano, será nos itens de áudio e vídeo, como as TVs Slim e home theaters, além dos computadores na seção de informática. Na área de alimentos, as carnes suínas, peru, chester e bacalhau devem continuar sendo as atrações para o consumidor, enquanto os panetones são destaque na mercearia. As bebidas mais vendidas deverão ser uísque, cerveja e refrigerantes.

Quem não subiu preço, vendeu mais
No primeiro semestre do ano, quem segurou preços se deu bem. Dentre as marcas que tiveram aumento de vendas em volume, 64% não sofreram reajuste de preço, apesar da alta da inflação no período, de 3,64% de janeiro a junho, segundo o IPCA. A constatação é de um estudo da Nielsen e serve também, como projeção para esse semestre, caso os custos continuem subindo. Ao analisar 156 marcas de produtos vendidos em supermercados, a pesquisa apontou que 55% das marcas registraram queda em volume, 36% ficaram estáveis e somente 9% venderam mais. Nesse último grupo, 46% são marcas low price, com preços pelo menos 10% abaixo da média da categoria. As marcas de preço médio são 32% das que tiveram alta nas vendas. Apenas 22% são as mais caras. Isso mostra que o consumidor está cada vez mais preocupado com preços e que, na hora da escolha, deixa a marca mais cara de lado, mesmo que seja a mais conhecida, e leva para casa a mais barata, na opinião da Nielsen. Diante desse comportamento do consumidor, a parcela da indústria que resolveu apertar o cinto, para não repassar a inflação, foi a que teve melhores resultados, com ganho em volume. Foi o que aconteceu com as marcas de leite: longa-vida, caldos, refrigerantes, bebidas a base de soja e dos sucos prontos. As bebidas a base de soja, por exemplo, tiveram aumento de vendas em volume de 19,2% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2007, com queda nos preços de 4,7%. Os sucos prontos venderam 1,6% a mais, com preços 4,9% menores.

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MERCADOS de Ações & Futuros
(Informações: Dow Jones, Bovespa e Reuters)

Bovespa cai 7,34% com sinais de recessão nos EUA
Faltou pouco para que a Bovespa - Bolsa de Valores de São Paulo - acionasse o "circuit breaker" e suspendesse as operações ontem, em meio à nova onda de nervosismo nos mercados internacionais. Na mínima do dia, no início da tarde, o índice Bovespa chegou a cair 9,41%, aos 45.113 pontos - o circuit breaker é acionado quando o índice cai 10%.

- No encerramento do pregão, contudo, o Ibovespa registrou queda de 7,34%, aos 46.145,10
pontos. Na máxima, chegou a operar ligeiramente no azul, em alta de 0,01% (49.805 pontos). O
volume financeiro somou R$ 5,59 bilhões (dado preliminar). Com a queda de ontem, o Ibovespa
acumula nesse ano perda de 27,77%.


Análise - A divulgação de indicadores de conjuntura revelando a fraqueza da economia norte-americana elevou, ainda mais, os temores de que a recessão nos EUA é inevitável e que nem o pacote de socorro ao setor financeiro aprovado no Senado, ainda que passe na Câmara, será capaz de evitar isso. Não são poucos os economistas que já definem essa como a pior fase da crise, porque além de afetar a confiança dos investidores, também já se reflete na economia real, o que contamina outros ativos financeiros que ainda não estavam sofrendo. "Aí, não há US$ 700 bilhões que segurem. É depressão mesmo", disse uma fonte.

Bolsa de NY fecha em queda forte com commodities
As Bolsas de Nova York fecharam em queda forte, em dia marcado por indicadores econômicos fracos, que fizeram crescer o temor de uma recessão global, intensificação do aperto no mercado de crédito de curto prazo, preocupação quanto à situação das seguradoras e expectativa em relação à votação do pacote de socorro ao setor financeiro na Câmara dos EUA. As ações das empresas de energia e das ligadas a matérias-primas (commodities), sofreram quedas fortes, em dia de nova baixa dos preços do petróleo, dos metais e dos grãos.

- O índice Dow Jones fechou em queda de 348,22 pontos (-3,22%), em 10.482,85 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 92,68 pontos (-4,48%), em 1.976,72 pontos. O S&P-500 caiu 46,78 pontos (-4,03%), para fechar em 1.114,28 pontos.

Análise - O indicador fraco de encomendas à indústria e o crescimento inesperado do número de pedidos de auxílio-desemprego, feitos na semana passada, levaram a um aumento dos temores quanto a uma recessão e fizeram cair ações como Boeing (-5,37%), DuPont (-4,15%) e Intel (-7,13%). Entre as ações de empresas ligadas a commodities, as da indústria de fertilizantes Mosaic caíram 41,27%, depois de a companhia divulgar resultados do trimestre junho/agosto, e alertar que os preços do fosfato parecem ter alcançado seu pico e prever uma queda nas vendas no próximo ano; isso afetou ações como as da Monsanto (-16,18%), as da Potash (-26,97%) e as das fabricantes de tratores Caterpillar (-8,31%) e Deere (-14,21%). As ações da Alcoa caíram 8,89%, em reação à nova baixa dos preços dos metais; no setor de petróleo, as ações da ExxonMobil caíram 1,37% e as da Chevron recuaram 3,21%.

Petróleo cai para US$ 93,97 com sinais de recessão
Os contratos futuros de petróleo fecharam com preços em queda, pressionados por novos sinais de que as economias dos EUA e da Europa, estão enfraquecendo e, por conseqüência, consumindo menos combustível. A valorização do dólar contribuiu para reduzir ainda mais os preços das commodities.

- O contrato de petróleo com vencimento em novembro, fechou com queda de US$ 4,56, ou 4,63%, a US$ 93,97 por barril, no pregão regular da Nymex - Bolsa Mercantil de Nova York. É o preço mais baixo de fechamento desde 16 de setembro passado. No pregão eletrônico da ICE Futures, o contrato para novembro do petróleo Brent, fechou com queda de US$ 4,77 (5%) para US$ 90,56 o barril.

Análise - Os futuros de petróleo continuaram a acompanhar o índice Dow Jones, ontem, que recuou mais de 3%. Ações e commodities sobem e descem de acordo com as percepções sobre a saúde da economia mundial. Ontem, ambos os mercados sofreram o impacto dos dados divulgados pelo governo dos EUA, sobre aumento dos pedidos de seguro-desemprego e queda nas encomendas à indústria. Esses dados deixaram os investidores ainda mais preocupados com a perspectiva de recessão no país.

Dólar sobe 5% e fecha a R$ 2,02, maior desde 21/8/2007
O dólar comercial disparou 5,37% ontem, e fechou cotado a R$ 2,021 no mercado interbancário de câmbio, a maior cotação desde 21 de agosto do ano passado. A taxa máxima registrada ontem nas negociações, foi de R$ 2,036, enquanto a mínima ficou em R$ 1,95. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar negociado nos contratos de liquidação à vista fechou a R$ 2,03, alta de 5,48%. Na quarta-feira, 01/10, o dólar comercial havia fechado a R$ 1,918.

Análise - Um forte movimento especulativo de compra da moeda americana amparou as cotações no mercado à vista e no mercado futuro da BM&F, diante do temor de uma recessão profunda nos EUA, da expectativa pelos dados do mercado de trabalho norte-americano de setembro amanhã e das incertezas sobre a aprovação pela Câmara dos EUA, até amanhã, do pacote revisado de socorro ao setor financeiro norte-americano, votado e aprovado quarta-feira, 01/10, à noite pelo Senado americano.

Bolsas da Europa fecham em baixa, com dados dos EUA
As principais bolsas européias encerraram o pregão de ontem, em baixa, pressionadas pelo aumento no pedido de auxílios-desemprego feitos nos EUA, e pela diminuição das encomendas para a indústria no país americano. Os papéis dos setores de mineração, químicos e automóveis foram especialmente prejudicados pelos dados, que sugerem contração da economia.

Análise - Na zona do euro (15 países europeus que compartilham a moeda), o BCE - Banco Central Europeu - manteve a taxa de juro em 4,25% ao ano, pela terceira vez seguida. Contudo, em entrevista após o anúncio da decisão de política monetária, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, reconheceu que houve discussões sobre um corte na taxa durante a reunião do conselho. A sinalização de política monetária de curto prazo do BCE impulsionou os bancos europeus. As ações do Fortis avançaram 12%, enquanto as do Allied Irish Banks subiram 8%. ING subiu 2,5%. "O BCE é como um petroleiro: você precisa virar o leme antes sabendo que vai levar um certo tempo, até ele mudar de direção", disse Carnell. O ING acredita que a instituição diminuirá a taxa básica de juros perto do ano-novo, mas destaca que eventos no mercado financeiro podem antecipar a decisão. Já o banco suíço UBS, disse que terá um lucro modesto no terceiro trimestre desse ano, revertendo os prejuízos trimestrais anunciados recentemente, em decorrência de um corte substancial nas posições relacionadas a hipotecas. As ações subiram 8,12%.

- Em Londres, o índice FTSE 100 fechou em baixa de 1,80%, para 4.870,3 pontos. Os papéis da
varejista britânica Marks & Spencer, avançaram 8,09% após a divulgação de que houve queda de

6,1% nas vendas do grupo no Reino Unido nas últimas semanas, mas que a empresa responderá ao
desaquecimento nos gastos de consumidores com o corte de custos.

- O índice DAX, na Bolsa de Frankfurt, recuou 2,51%, para 5.660,63. As ações da empresa de
fertilizantes K+S caíram 12,13%, movimento que um operador classificou como uma reação irracional à divulgação de resultados fracos da Mosaic, empresa do mesmo setor, no primeiro trimestre.

- Em Paris, o índice CAC-40 teve declínio de 2,25%, para 3.963,28 pontos. A Vallourec caiu 8,96% após a Merrill Lynch diminuir o grau de recomendação da companhia. A maior parte dos bancos conseguiu se sustentar no território positivo. O Crédit Agricole subiu +4,96%, o Société Générale 1,15% e o Dexia 3,66%. O BNP Paribas foi a exceção e perdeu 1,03%.
- O índice IBEX-35, na Bolsa de Madri, encerrou em queda de 1,61%, para 11.002,30 pontos. As ações do banco Banesto subiram 0,10%, o Banco Sabadell avançou 0,18%, enquanto as do Santander perderam 0,46%. A Iberdrola Renovables teve o maior ganho da sessão, subindo 3,15%. A Repsol caiu 5,52%.

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ÍNDICES ECONÔMICOS

Preço da cesta básica recua em 14 capitais
O preço médio da cesta básica diminuiu em setembro, na comparação com agosto, em 14 das 16
capitais brasileiras pesquisadas pelo Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. De acordo com a Pesquisa Nacional de Cesta Básica, divulgada ontem, pela instituição, os únicos aumentos no valor médio do conjunto de produtos alimentícios essenciais foram apurados em Florianópolis (2,04%) e Rio de Janeiro (0,42%). Os técnicos do Dieese destacaram, entretanto, que, de maneira diferente da observada em agosto, as quedas foram menos significativas nos preços das cestas. Enquanto em agosto, as retrações superaram a marca de 10% em quatro localidades, em setembro os recuos mais expressivos foram de 7,34% em Belém/PA, 6,96% em Salvador/BA, 5,28%, em Aracaju/SE e 5,15% em Curitiba/PR. Em Brasília/DF e São Paulo/SP, as baixas nos preços da cesta foram de 3,55% e de 2,68%, respectivamente. Por conta de mais uma queda mensal na cesta das capitais, a variação acumulada em 2008, também diminuiu na maior parte das cidades pesquisadas. Segundo o Dieese, 11 localidades acumularam, entre janeiro e setembro, alta do valor do conjunto básico abaixo de 10%, com destaque para Belém/PA (0,62%), Aracaju/SE (2,86%) e Goiânia/GO (4,72%). As maiores elevações ocorreram em Florianópolis/SC (17,10%), Curitiba/PR (16,49%), João Pessoa/PB (14,66%) e Brasília/DF (14,39%). Em São Paulo/SP, a cesta apresentou alta de 9,34% e, no Rio de Janeiro/RJ, de 10,86%. O Dieese salientou, no entanto, que, nos últimos 12 meses encerrados em setembro, os aumentos em todas as capitais pesquisadas continuaram a ser muito expressivos, ainda que em variações inferiores às apuradas para o período de um ano encerrado em agosto. As maiores altas foram verificadas nas cestas de Brasília/DF (25,18%), Goiânia/GO (24,49%), Curitiba/PR (23,49%), João Pessoa/PB (22,94%) e Belo Horizonte/MG (22,37%). Aracaju/SE (12,03%), Porto Alegre/RS (12,27%) e Natal/RN (12,60%) apresentaram as menores variações acumuladas no período. No Rio de Janeiro/RJ e São Paulo/SP, a cesta acumulou variações de 14,70% e de 20,76%, respectivamente. (Informações Dieese)


Alimentos respondem por desaceleração do IPC-S
Mais uma vez o setor de alimentos foi responsável pela desaceleração do IPC-S - Índice de Preços ao Consumidor Semanal - na cidade de São Paulo (de 0,12% para 0,10%), entre a terceira e a quarta quadrissemana de setembro. A informação é do economista da FGV - Fundação Getúlio Vargas -, André Braz. Segundo ele, de uma maneira geral, o setor de alimentos foi responsável pela taxa menor de inflação, ou cenário de deflação, em seis das sete cidades pesquisadas para cálculo do IPC-S, entre a terceira e a quarta quadrissemana de setembro. No caso de São Paulo/SP, houve uma intensificação na queda dos preços dos alimentos (de -0,47% para -0,54%). Dentro do setor de alimentação, foram registradas na capital paulista desaceleração nos preços de frutas (de 7,10% para 5,69%), e queda mais forte nos preços de laticínios (de -4,56% para -4,64%). De acordo com o economista, esse cenário é originado de repasse, para o varejo, de quedas e desacelerações de itens agrícolas no atacado, que ocorreram em agosto e em meados de setembro. "Creio que muitos alimentos podem continuar com a taxa negativa até o final de outubro", afirmou. Mas o economista alertou que as quedas e desacelerações de preços não estão mais com movimento generalizado, dentro do setor de alimentação. Muitos itens de peso na formação do cálculo do IPC-S, estão subindo de preço. É o caso de carnes bovinas (de -0,19% para 0,14%); e aves e ovos (de 1,97% para 2%). Na análise de Braz, esse tipo de comportamento pode conduzir a taxa do IPC-S a taxas menos
negativas em outubro. "Creio que a taxa do IPC-S pode continuar em deflação, mas menos intensa", disse, lembrando que o resultado do índice saiu de queda de -0,04% para deflação de -0,09%, entre a terceira e a quarta quadrissemana de setembro. (Informações FGV)


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MERCADO FINANCEIRO

BC quer saber sobre negócios de Bin Laden e Saddam Hussein no Brasil
Os bancos brasileiros terão de informar "imediatamente", ao Banco Central, qualquer transação financeira ou prestação de serviço envolvendo o nome de Osama Bin Laden, membros das Al Qaeda, membros do Taleban, ou do antigo governo do Iraque. A medida faz parte de um circular publicada ontem pelo BC. "Devem ser comunicados ao Banco Central do Brasil (...) as operações realizadas ou os serviços prestados, ou as propostas para sua realização ou prestação, qualquer que seja o valor", diz a circular. Os bancos têm de informar também, a existência de fundos, outros ativos financeiros ou
recursos econômicos pertencentes ou controlados direta ou indiretamente por eles. A determinação do BC se deve a um decreto de 2005, que promulgou a Convenção Internacional para a Supressão do Financiamento do Terrorismo, adotada pela ONU - Organização das Nações Unidas - desde 1999. O Banco Central informou que a circular é a republicação de outro documento expedido em 2006, com algumas alterações técnicas. Em relação ao Iraque, a circular inclui "ativos financeiros ou recursos econômicos que tenham sido retirados do Iraque, ou adquiridos por Saddam Hussein, ou outros altos
funcionários do antigo regime iraquiano, e pelos membros mais próximos de suas famílias." O BC também pede informações sobre "pessoas que perpetram ou intentam perpetrar atos terroristas", ou que ajudam esses grupos a fazê-lo e que possam ser identificadas por meio de transações no sistema financeiro. A circular trata ainda da obrigatoriedade de informar ao BC, qualquer ato de financiamento ao terrorismo previsto na convenção da ONU.

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LOGÍSTICA & INFRAESTRUTURA

ALL e COSAN fecham parceria para primeiro transporte ferroviário de álcool
A ALL - América Latina Logística -, maior operadora de logística da América Latina, fechou parceria com a COSAN para o transporte inédito de álcool via ferrovia, com destino ao porto de Santos. A operação faz parte de um projeto piloto que compreende o transporte de 3,6 milhões de litros de etanol de Bauru, diretamente para o TEAS - Terminal Exportador de Álcool de Santos -, no Porto de Santos, onde segue para exportação. Serão utilizados 15 vagões-tanque, com capacidade de 60m3 a 100m3 cada. O contrato possibilitará à ALL participar do fluxo de exportação de etanol da COSAN, numa operação pioneira em Santos. "O projeto tem uma importância significativa para a ALL, tanto pela inovação, quanto pela oportunidade de diversificar nossa matriz de transporte para Santos. Participar do mercado de exportação de álcool traz para a companhia, boas perspectivas de incremento de resultado no médio prazo", revela o superintendente de Líquidos da ALL, Eduardo Fares. Para a COSAN, o projeto de transporte ferroviário viabilizado em parceria com a ALL, possibilita ganhos de competitividade e representa uma nova alternativa para o escoamento do etanol destinado a exportação. "A parceria com a ALL abre as portas para o desenvolvimento de uma nova modalidade de transporte para o álcool, exportado através do Porto de Santos. O aumento na demanda externa tem gerado crescentes gargalos na infra-estrutura de logística de exportação de etanol, sendo que projetos pioneiros e inovadores como esse, certamente geram grande valor para o setor", afirma o diretor de logística integrada da COSAN, Carlos Martins

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AGRONEGÓCIOS

Produtividade de trigo no PR deve repetir recorde de 2003
A produtividade média das lavouras de trigo do Paraná, principal produtor nacional, deve ser de 2.670 quilos por hectare, resultado só conseguido em 2003, e que é recorde. Segundo o engenheiro agrônomo Otmar Hubner, do Departamento de Economia Rural do Estado, depois de um início de safra chuvoso, o clima tem sido favorável ao desenvolvimento final das lavouras. Cerca de 62% da área semeada com trigo no Paraná, foi colhida até segunda-feira. De acordo com Hubner, os trabalhos estão mais adiantados no oeste paranaense, onde o trigo foi retirado de 97% da área, com rendimento médio de 2,7 mil quilos por hectare. No Sul do Estado, o resultado é ainda melhor: 3,3 mil quilos por hectare, com 12% da área colhida até agora. "No Norte do Estado, principal região produtora de trigo, foram colhidas 79% das lavouras e obtido rendimento médio de 2,7 quilos por hectare", informa o técnico. A estimativa de produção no Estado é de 2,99 milhões de toneladas de trigo, nessa safra.

Copersucar agora é Sociedade Anônima, e líder do setor
A Copersucar, que engloba 33 usinas localizadas em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, tornou-se, no dia 1/10, a maior empresa do setor sucroalcooleiro do País, ao se tornar uma sociedade anônima controlada pela holding Produpar. A nova empresa, que detém 14% da comercialização de açúcar e 14% da oferta de álcool no Brasil, planeja alcançar 30% da fatia desse mercado em 2018. Os acionistas da nova empresa são os mesmos produtores de açúcar e álcool que integram a Cooperativa de Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo. A estrutura operacional da cooperativa será mantida e a Copersucar S.A. terá exclusividade na comercialização de 100% da produção.As usinas integrantes da Copersucar processam atualmente 70 milhões de toneladas de cana por safra. Em 10 anos, o grupo pretende esmagar 200 milhões de toneladas, quase o triplo da
capacidade atual. Na safra 2008/09, a empresa prevê a comercialização de 4,3 milhões de toneladas açúcar, 22% a mais do que no ano passado. A produção de etanol deve alcançar 3,8 bilhões de litros, aumento de 18% em relação à 2007/08. O faturamento previsto para essa safra é de R$ 5,7 bilhões, um crescimento de 28% em relação aos R$ 4,5 bilhões do ciclo anterior. A Copersucar também pretende ampliar a compra de açúcar e álcool de produtores independentes, para vender aos mercados: doméstico e externo. Na atual safra, esse negócio representa cerca de US$ 200 milhões, com a venda de 590 mil toneladas de açúcar e 40 milhões de litros de etanol. A empresa estima que esse volume vá dobrar em 2009/10.

Exportação
O grupo estima exportar, nessa safra, aproximadamente 3 milhões de toneladas de açúcar, 25% a mais do que em 2007. Os envios de etanol ao mercado externo, devem alcançar 1 bilhão de litros, 50% a mais do que na safra passada. A Copersucar negocia 5% de todo o açúcar comercializado no planeta. Os principais mercados estão na Europa, Ásia, África, Oriente Médio e Canadá. A empresa mantém um escritório de venda e tanques em Roterdã, na Holanda, por onde exporta etanol para 10 países da Europa. Nessa safra, o mercado europeu deve comprar cerca de 300 milhões de litros de álcool carburante. Com tanques em Houston e Nova York, a empresa venderá cerca de 600 milhões de litros para a América do Norte. O grupo também exporta etanol para Índia, Coréia, Nigéria e países do Golfo Pérsico, além do Japão, com quem a empresa fechou esse ano, um contrato de longo prazo para fornecimento anual de 200 milhões de litros de álcool.
Diretoria
A Copersucar S.A. é presidida pelo executivo Luis Roberto Pogetti, com experiência no Banco do Brasil, Sharp e Samsung. A diretoria é formada por Aloísio Nunes de Almeida, Marcos Tadeu de Oliveira Andrade, Maurício de Mauro, Paulo Roberto de Souza e Soren Hoed Jensen. O conselho administrativo será comandado pelo último presidente da Cooperativa, Hermelindo Ruette de Oliveira. O empresário Carlos Dinucci será o vice. O conselho será formado ainda por Alexandre Pirillo Franceschi, Antonio José Zillo e Clésio Antonio Balbo.

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MERCADO DE TI

Siemens Enterprise nomeia James O’Neill como novo CEO
A joint-venture formada pela Siemens Enterprise Communications e Enterasys, anunciou James O’Neill como o novo CEO da empresa. O’Neill chega como substituto de Mark Stone, diretor do grupo Gores (fundo de private equity que é dono da Enterasys). Stone passou a acumular também o cargo de CEO da Enterasys após Mike Fabiaschi ter falecido surpreendentemente em setembro de 2008. No dia 30 de julho, a Siemens Enterprise Communications formou uma joint venture com a Enterasys, com investimentos de US$ 550 mi. As duas companhias combinadas, têm um valor de mercado estimado em US$ 5 bilhões e mais de mil clientes.

Gustavo Roxo assume diretoria-setorial de TI da Febraban
Depois de muitos anos, a diretoria-setorial de tecnologia da informação da Febraban, tem novo responsável. Gustavo Roxo, vice-presidente de meios do Banco Real para América Latina, assume o cargo após a saída de Carlos Eduardo da Fonseca, que acaba de anunciar sua aposentadoria. Formado em engenharia pela Universidade de São Paulo e com MBA pelo MIT - Massashusetts Institute of Technology -, Roxo possui 19 anos de experiência no setor financeiro, 12 dos quais no Banco Real. O executivo, que já respondeu como CIO e COO da instituição, foi recentemente promovido ao cargo de vice-presidente de meios com a fusão entre as operações do Real e do Santander. O executivo herda a posição na Febraban com a saída de Carlos Eduardo da Fonseca, que nos últimos 40 anos, respondeu diversas vezes pela diretoria-setorial da organização, assim como pela liderança da CNAB - Comissão de Tecnologia e Automação Bancária - e do CIAB Febraban.

Symetrix vai instalar fábrica de semicondutores de US$ 1 bi em SP
A cidade de São Carlos, no Estado de São Paulo, vai receber uma fábrica de semicondutores, joint venture entre a Symetrix e o Grupo Damha. A empresa revelou ao COMPUTERWORLD, em janeiro de 2008, que estudava instalar a fábrica em cidade de Pernambuco, Rio de Janeiro ou São Paulo. Com investimento previsto de 1 bilhão de dólares, a fábrica é uma parceria entre a Symetrix, a Panasonic e um grupo de empresários estrangeiros. A planta ficará no Parque Eco-Tecnológico Damha e deve gerar 700 empregos diretos. Serão fabricados na planta chips de memória para “cartões inteligentes”, usados em bilhetes de transporte público, telefonia celular, TV digital e movimentações bancárias. A Symetrix Corporation é uma companhia norte-americana fundada em 1986, que possui mais de 180 patentes na área de microeletrônica, e as licencia para fabricantes no Japão, Coréia do Sul, Estados Unidos e Europa. A empresa afirma que essa é a primeira fábrica de semicondutores do Brasil. Contudo, o MCT - Ministério da Ciência e Tecnologia - disse, por meio da sua área de comunicação, que o Ceitec - Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada -, em Porto Alegre/RS, é o primeiro pólo de semicondutores nacional. A inauguração do Ceitec está prevista para o final do ano.

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ANÁLISE SETORIAL

Turbulência financeira virou "crise intensa" , diz FMI
A turbulência financeira iniciada no ano passado, causada pelos problemas no segmento de hipotecas "subprime" (de maior risco) nos EUA, se tornou uma "crise intensa", envolvendo outros segmentos do mercado e os sistemas bancários de outros países. Além disso, essa crise deve atingir duramente a economia dos EUA, onde ela é mais sentida. As conclusões constam do estudo "World Economic Outlook", do FMI - Fundo Monetário Internacional -, que deve ser divulgado no próximo dia 8/10, mas teve trechos divulgados ontem, dia 2/10. O estudo compara a crise atual e crises anteriores, e destaca que os "períodos de turbulências financeiras, caracterizadas por dificuldades no setor bancário, são mais suscetíveis de virem acompanhadas de fases de desaquecimento econômico, severas e prolongadas". O Fundo considerou "particularmente crucial, que os poderes públicos adotem medidas enérgicas, para favorecer o restabelecimento dos fundos próprios no sistema financeiro". "A
importância do papel dos intermediários financeiros na transmissão dos choques financeiros para a economia real, sugere que as políticas econômicas que ajudam a restaurar os fundos próprios dessas instituições, num sistema de estabilização financeira, podem contribuir para atenuar a reviravolta da conjuntura." Segundo o estudo, a "reviravolta da conjuntura dos EUA pode ser mais violenta e pode evoluir para uma recessão". A zona do euro, no entanto, estaria diante de um "cenário de
desaquecimento, mais que de um cenário de recessão". Essa diferença se deve principalmente, ao comportamento das famílias, diz o estudo: os americanos economizam muito menos que os europeus, segundo o FMI. "Nos EUA, os perfis dos preços dos ativos, do crédito total e do endividamento líquido das famílias, parecem similares aos dos episódios anteriores que foram seguidos de recessão", detalhou o FMI. "O tamanho do mercado hipotecário americano, que está no centro da crise, e o papel do investimento, sugerem que a economia das famílias e os comportamentos delas de consumo, podem desempenhar um papel muito mais importante no desaquecimento atual do que teve no passado." Em contrapartida, na zona do euro, o vigor relativo dos balanços das famílias, coloca a
economia "um pouco ao abrigo de uma desaceleração brutal". "A vulnerabilidade da zona do euro, pode ser também, um pouco reduzida pelo fato de que os sistemas financeiros em inúmeros países tendem a ser menos desregulados que nos EUA", acrescentou o FMI, que ressalta as diferenças entre países, com um crescimento do crédito muito mais forte na Irlanda ou na Espanha do que em outros países e, particularmente, na Alemanha. (France Presse)


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COMÉRCIO EXTERIOR

MDIC lança II Bienal Brasileira de Design
Foi lançada oficialmente, nessa quinta-feira, 2/10, durante entrevista coletiva no MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior -, a II Bienal Brasileira de Design, que será realizada de 8 de outubro a 5 de novembro, no Museu Nacional, em Brasília. O lançamento será feito pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, o presidente da Fiat América Latina, Cledorvino Belini, e o presidente fundador do MBC - Movimento Brasil Competitivo -, Jorge Gerdau Johannpeter.Essa edição da Bienal terá como enfoque o design industrial voltado à produção em grande escala. O evento é uma realização em parceria com o MBC e o GDF - Governo do Distrito
Federal - e faz parte do PBD - Programa Brasileiro de Design -, lançado pelo MDIC em 1995, para aumentar a competitividade da gestão do design nos setores produtivos brasileiros. A proposta é consolidar o evento como forma de desenvolvimento e fortalecimento da Marca Brasil, associando valor agregado aos produtos nacionais. A segunda edição da Bienal tem ainda o apoio da Fiat, da ABDI - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial -, da Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos -, do Grupo Gerdau e Sebrae; além de parceria com Casa Park, Rede Design Brasil, Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal, Senai e Unisinos - Universidade
do Vale do Rio dos Sinos/RS.Saiba mais sobre a II Bienal Brasileira de Design, clicando aqui:
www.bienalbrasileiradedesign.com.br/bienal

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MATÉRIA ESPECIAL

Empresários dizem que setor elétrico está mais imune à crise, mas temem por recursos
Empresários do setor elétrico consideram que o setor está mais blindado em relação à crise, mas temem que o BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - não consiga suprir a demanda por financiamentos do setor, em meio a tempos difíceis de se obter crédito externo. Os dados constam de pesquisa coordenada pelo Gesel - Grupo de Estudos do Setor Elétrico - da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro. O levantamento mostra que 53,3% das companhias consultadas, disseram acreditar que a necessidade de financiamento do setor será superior à capacidade do banco. Do universo pesquisado, 33,3% consideram que isso poderá se configurar como uma ameaça à expansão do setor elétrico nos próximos anos. Foram ouvidos representantes de 17 associações do setor sobre o cenário entre 2009 e 2012, nas últimas duas semanas. A pesquisa constatou também, que 60% das empresas indicam que a crise vai afetar de alguma forma a economia brasileira. Entre todas as consultadas, 40% acham que o cenário macro do setor elétrico continuará positivo, apesar da turbulência; outros 46,7% afirmaram que o setor terá desempenho regular diante da crise. "O levantamento indica que os agentes do setor estão vislumbrando o futuro de maneira mais positiva. Eles acreditam que o cenário mundial vai impactar mais a economia em si do que o setor elétrico. É um setor mais blindado, cujo endividamento é em moeda nacional, e que tem faturamento crescendo acima da inflação", afirmou o coordenador do Gesel, Nivalde de Castro, durante o Enase 2008 - Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico. Ao mesmo tempo, 46,7% dos representantes das empresas declararam ser remota a possibilidade de que haja um novo apagão nos próximos quatro anos. Eletrobrás Representantes do setor, presentes ao evento, mantiveram discurso otimista em relação às suas empresas no cenário atual. Em meio aos preparativos para o lançamento de ações da
empresa na Bolsa de Nova York, prevista para o próximo dia 31/10, o presidente da Eletrobrás, José Muniz Lopes, demonstrou confiança com o desempenho da estatal nos tempos atuais. Ele destacou os projetos com os quais a empresa já firmou compromisso, os investimentos estão garantidos. "Achei que foi uma vitória espetacular a SEC - Security and Exchange Comission -, o órgão regulador dos mercados nos Estados Unidos, nos aceitar nesse momento em que o mercado todo está sob avaliação. Nossas ações, no Brasil, ficaram entre as de maior rendimento esse ano. Nessa crise, a oscilação foi mínima", observou. Recentemente, a Eletrobrás anunciou que está pedindo financiamento ao Banco Mundial para a estruturação do sistema da companhia, inclusive na reestruturação das distribuidoras da companhia. Muniz ressaltou que a Eletrobrás não depende exclusivamente, desses recursos para estruturar seu modelo de gestão. Sobre a crise em si, o executivo disse acreditar que a situação estará normalizada em 2009. "Quanto mais negra a noite, mais perto da claridade. Eu sou uma pessoa otimista, acredito que o pacote econômico dos EUA seja aprovado essa semana. E a vida volta à normalidade, em um outro patamar, é evidente, mas volta à normalidade". Projetos O presidente da MPX Energia, Eduardo Karrer, garantiu que a empresa tem "posição muito confortável", em relação aos recursos necessários para a carteira de projetos da companhia. O grupo MPX é o braço de energia do grupo EBX, do empresário Eike Batista. "A companhia está capitalizada, tem praticamente o mesmo nível de caixa da época do IPO - abertura de capital. Não há perspectivas de ir a mercado, estamos completamente capitalizados. Os projetos previstos já têm financiamento de longo prazo. Estamos em uma posição muito confortável para a carteira de projetos que a gente tem hoje", afirmou. Karrer acrescentou que a MPX não tinha qualquer previsão de ir ao mercado para buscar mais recursos. Admitiu ainda, que a empresa está reavaliando seu planejamento inicial em função da nova conjuntura econômica mundial. "Temos uma posição para continuar nosso programa de investimentos, sem ir a mercado. Vamos reavaliar nosso plano original em função da nova
conjuntura, mas a companhia nunca teve planos de voltar ao mercado para implantar seu planejamento de negócios", completou.


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MERCADO ONLINE

Tíquete médio online no Dia das Crianças será de R$ 300
No Dia das Crianças, os consumidores devem manter os gastos online no mesmo nível de outubro do ano passado. De acordo com a e-bit, a expectativa é de manutenção do valor do tíquete médio em R$ 300, montante que vem se mantendo desde janeiro para as compras realizadas no comércio eletrônico. Apesar da manutenção do tíquete médio, é esperado aumento no faturamento do varejo eletrônico. As lojas virtuais esperam crescimento de 30%, com faturamento próximo a R$ 359 milhões, em comparação aos R$ 264 milhões arrecadados em 2007. Os eletrônicos, sobretudo computadores e videogames, devem obter maior procura por conta da data comemorativa; além da categoria brinquedos, que historicamente cresce nessa época.

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MERCADO DE LUXO

Brasil deve ganhar 50 novas marcas de luxo
Cerca de 50 novas marcas de artigos de luxo deverão se estabelecer no País nos próximos cinco anos. Entre os quatro emergentes que compõem o grupo dos BRICs - Brasil, Rússia, Índia e China -, o Brasil é o que deverá atingir a maior taxa de crescimento na venda de artigos de luxo até 2013, segundo previsão da especialista em consumo global e varejo, Claudia D’Arpizio, sócia da consultoria Bain & Company na Itália.Ela sustenta essa previsão da chegada de novas marcas ao País, com base em uma pesquisa anual feita com 200 grifes de luxo na Europa. Como existe um acordo de confidencialidade com as grifes, a consultora não revela quais seriam esses grupos interessados em fincar
bandeiras no Brasil.Em cinco anos, o mercado brasileiro de artigos de luxo, que engloba não apenas roupas, mas também perfumes, jóias, cosméticos e acessórios, entre outros, deve aumentar 35%, seguido pela China, com 30%. Apesar da maior taxa de crescimento prevista, o Brasil respondeu em
2007 por apenas 0,8% ou 1,3 bilhão do mercado de luxo global. Entre os BRICs, a China lidera, com 4,5 bilhões, ou 2,7% das vendas mundiais em 2007.No ano passado, o mercado de luxo movimentou 170 bilhões no mundo, dos quais 38% na Europa e 33% na América do Norte. Para esse ano, a expectativa de crescimento global é de 6,5% nas cifras globais, mas com taxas de crescimento menores nos mercados maduros dos EUA, Europa e Japão.Além do desaquecimento da economia global, o dólar desvalorizado em relação ao euro, é outro fator que afeta negativamente esse mercado. Como a indústria do luxo está concentrada na Europa e os custos são em euros, os preços em dólar acabam subindo, o que derruba ainda mais as vendas. A tendência, a médio prazo, é que esses itens sejam produzidos na China e no Brasil.

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EXPEDIENTE

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